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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

Disciplina: Geologia de Engenharia

Assunto: Tectônica de Placas

Prof. Dr. Daniel Pinto Fernandes


TECTÔNICA DE PLACAS
LITOSFERA

 É a camada mais exterior da Terra, encontra-se no estado sólido e é menos


densa do que as camadas subjacentes. A sua espessura média é cerca de 100
km. É formada pela crosta terrestre e por uma parte do manto superior.

 Nas regiões continentais é constituída principalmente por rochas graníticas,


ricas em alumínio e silício. Já nas regiões oceânicas predominam rochas
basálticas compostas por mineiras ricos em silício e magnésio.

 É no interior da litosfera que se encontra a descontinuidade de Mohorovicic.


LITOSFERA

 Encontra-se fragmentada em placas (placas litosféricas) que se movimentam


umas em relação ás outras. Este movimento é consequência da formação de
nova litosfera em zonas onde há afastamento de placas, e por outro lado, da
destruição de litosfera na zona de colisão de placas;
LITOSFERA – COMPOSIÇÃO COMPOSICIONAL (QUÍMICA)

 Crosta: É a camada mais externa e delgada da Terra. A sua espessura


varia de 35 km a 10 km. Nas regiões montanhosas, a crosta pode
alcançar 70 km de espessura. A crosta é maioritariamente constituída
por basalto e granitos;

 Tem menor densidade dos que as outras camadas, sendo ainda a camada
mais fria. Esta é constituída pelas crostas terrestre e oceânica, e por sua
vez, estas separam-se pela Descontinuidade de Conrad.
LITOSFERA

 Crosta continental: É a camada


de rochas ígneas, sedimentares e metamórficas que forma
os continentes e as zonas de baixa profundidade junto às suas costas,
conhecidas como plataformas continentais. É menos densa que o material
do manto e assim "flutua" sobre este. A crosta continental é também
menos densa que a crosta oceânica, porém muito mais espessa.

 Crosta Oceânica: Crosta ao nível dos oceanos, que tem de espessura


entre 7 a 10 km. É formada principalmente por basaltos, rocha rica em
minerais ferromagnesianos.
LITOSFERA

 Descontinuidade de Mohorovičić - Também chamada Moho ou M . É


um limite existente na Terra que como o nome indica , é uma fronteira
descontínua e à profundidade média de 40 km . O nome dado a esta
descontinuidade está homenageado a Andrija Mohorovičić (1857 –
1936.
 Esta descoberta permitiu a seleção de dados com interesse para o
conhecimento da estrutura interna da Terra . As ondas sísmicas (onda que
se propaga através da Terra , como consequência de um sismo, ou
explosão estudadas pelos sismólogos ) sofrem uma variação de velocidade
brusca ao atravessarem o Moho.
LITOSFERA

 Manto litosférico:
É a zona do manto superior que está ligada à crosta formando, assim, a
litosfera. É constituído por rochas rígidas e quebradiças pelo fato de que
esta zona está próxima da superfície, onde a temperatura fria. Uma das
consequências do manto litosférico ser constituído por rochas rígidas e
quebradiças é ser uma das origens dos sismos.

 O manto litosférico pode encontrar-se numa profundidade entre os 6 e


os 100km.
LITOSFERA

 Núcleo: Corresponde a parte mais interna da terra, ficando abaixo do


manto. É dividido em duas partes: Núcleo externo que é líquido e núcleo
interno (ou central) que é sólido. Ambos são constituídos por elementos
pesados (Ex: Ferro, Níquel);
LITOSFERA
Modelo Reológico (Físico) Modelo Composicional (Químico)

Crosta Terrestre
LITOSFERA

 Modelo Reológico (Físico):


 Litosfera (Zona de alta velocidade): é a parte compostas por rochas realmente
sólidas. Compreende a crosta terrestre e parte superior do manto. Constitui as
placas tectônicas.
 Astenosfera (zona de baixa velocidade): Fina camada dúctil do manto sob a litosfera
que se deforma para acomodar os movimentos verticais e horizontais das placas
tectônicas.
 Mesosfera: Apesar da elevada temperatura da parte mais interior do manto, a
mesosfera, que situa-se abaixo da astenosfera, apresenta um comportamento pouco
plástico e totalmente sólido.
 Endosfera: Formada pelo núcleo interno sólido e pelo núcleo externo líquido.
TECTÔNICA DE PLACAS

 Planeta Dinâmico;
 Litosfera Terrestre:

“Fragmentada em ≈ 12 placas”

 Deformação das rochas superficiais:


“Cadeia de montanhas, estruturas do fundo do mar,
vulcões, terremotos e associação de rochas”
DERIVA CONTINENTAL

 1620 – Bacon: Apontou o encaixe entre as costas atlânticas da America


do Sul e da África;
 Final do Século XIX – Suess: O contente gigante: “Gondwana”;
 1915 - Wegner: “ The Origin of the Continents and oceans”

- Evidências: Rochas, Estruturas e Fósseis


- Pangea: 220 milhões de anos (Dinossauros)
- 2 continentes: Laurásia e Gondwana
DERIVA CONTINENTAL - PANGEA: LAURÁSIA E GONDWANA

 Início da fragmentação segundo Wegner:


DERIVA CONTINENTAL: EVIDÊNCIAS GEOMORFOLÓGICAS

“Coincidência entre as linhas de costa” – Evidencias já levantadas


anteriormente;

“O Planalto da Costa do Marfin da África teria continuidade no Brasil”;

“A Serra do Cabo na África do Sul teria continuação na Sierra de la


Ventana da Argentina” – Ambas Leste-Oeste;
DERIVA CONTINENTAL: EVIDÊNCIAS GEOMORFOLÓGICAS
DERIVA CONTINENTAL: EVIDÊNCIAS ECOLÓGICAS

 Presença de Fósseis de Glossopteris na África e no Brasil (gimnosperma


primitiva):
DERIVA CONTINENTAL: EVIDÊNCIAS ECOLÓGICAS
DERIVA CONTINENTAL: EVIDÊNCIAS ECOLÓGICAS
DERIVA CONTINENTAL: EVIDÊNCIAS ECOLÓGICAS
EVIDÊNCIAS GEOLÓGICAS
EVIDÊNCIAS GEOLÓGICAS

 Evidências de Glaciação (300 milhões de anos): As evidências incluem a


presença de estrias
indicativas da direção de
movimentação de antigas
geleiras.
EVIDÊNCIAS GEOLÓGICAS

 Evidências de Glaciação (300 milhões de anos):


DERIVA CONTINENTAL

 1930 – A teoria da deriva continental começou a ficar esquecida:


Mecanismo de funcionamento?
 Década de 1940 - Ressurgimento da Teoria:

Segunda Guerra Mundial - SONARES

“A chave para explicar a dinâmica da terra, ao contrario do


que muitos pensavam, não estava nas rochas continentais e
sim no fundo dos oceanos.”
ASSOALHO OCEÂNICO DO ATLÂNTICO
ASSOALHO OCEÂNICO DO ATLÂNTICO

 Dorsal Meso-Oceânica:
 Constitui uma enorme cadeia de montanhas submarinas que emerge
na Islândia e que estende-se por 84.000km ao longo da Terra e
apresenta uma largura da ordem de 1.000km, sendo que em seu
eixo constatou-se a existência de um vale de 1 a 3 km, associado a
um sistema de riftes.
 Posteriormente foi constatado ao longo dessa cadeia que o fluxo
térmico era mais elevado nas áreas contíguas da crosta
oceânica - Forte atividade sísmica e vulcânica.
GEOCRONOLOGIA

 Distribuição das idades geocronológicas do fundo oceânico do Atlântico


(Ma):

Foi verificado que a crosta oceânica não era formada pelas rochas mais antigas do planeta (<
200 milhões de anos), sendo que as rochas mais jovens próximas a Dorsal Meso-Oceânica e
as mais velhas simetricamente próximas ao continente.
GEOCRONOLOGIA

 Distribuição das idades geocronológicas do fundo oceânico do Atlântico


(Ma):
DORSAL MESO-OCEÂNICA

Importância: Divide a crosta


submarina em duas partes,
podendo representar portanto
a ruptura ou a cicatriz
produzida durante a separação
dos continentes.
Ou seja, a Teoria da Deriva
Continental pode ser
aceita.
CORRENTES DE CONVECÇÃO

 1962 – Hess: “History of the Ocean Basins”


CORRENTES DE CONVECÇÃO

 De acordo com esse modelo as estruturas do fundo oceânico estariam


relacionadas a processos de convecção no interior da terra, isto é, ocorre uma
ascensão do material do manto devido a diminuição de sua densidade pelo
aumento de temperatura.

 Este material ao atingir a superfície, se movimenta lateralmente e o fundo


oceânico se afastaria da Dorsal.

 “Assim, em função da expansão do fundo oceânico, os continentes viajariam como


passageiros, fixos em uma placa, como se estivessem em uma esteira rolante.”
CORRENTES DE CONVECÇÃO
Mas por que a fenda não continuaria a crescer?
Porque o espaço deixado pela pelo material que saiu para formar a nova
crosta oceânica é preenchido por novas camadas de lavas, que, ao se
solidificarem, formam um novo fundo oceânico.

Mas se a crosta está sendo renovada por que a terra não


está expandindo?
Zonas de Subducção: Essas zonas seriam lugares onde a crosta
oceânica mergulharia para o interior da terra até atingir condições de
pressão e temperatura para sofrer fusão e ser incorporada novamente
ao manto.
CORRENTES DE CONVECÇÃO
CORRENTES DE CONVECÇÃO
MOSAICO DE PLACAS TECTÔNICAS
MOSAICO DE PLACAS TECTÔNICAS
MOSAICO DE PLACAS TECTÔNICAS

As placas Tectônicas
representam, atualmente, cerca
de 12 partes fragmentadas da
litosfera (12 placas rígidas)
compartimentada por falhas e
fraturas profundas e que se
movimentam sobre a
astenosfera a uma velocidade
considerada de 2 a 3 cm/ano.
LIMITES ENTRE PLACAS TECTÔNICAS

“Correspondem a região onde se concentra a mais intensa atividade geológica do planeta”


 Limites Divergentes: São marcados pelas Dorsais Meso-oceânicas, onde as placas
tectônicas se afastam uma da outra e uma nova crosta é formada.
 Limites convergentes: É a região onde as placas tectônicas colidem, com a mais
densa mergulhando sobre a outra, retornando ao manto. Representa uma zona de
intenso magmatismo a partir dos processos de fusão da crosta que mergulhou.
 Limites conservativos ou transformantes: Corresponde a região onde as placas
tectônicas deslizam lateralmente uma em relação a outra, sem destruição ou geração
de crostas. Normalmente ocorrem ao longo de Dorsais Meso-Oceânicas, onde o
limite divergente tem sua continuidade quebrada.
LIMITES ENTRE PLACAS TECTÔNICAS
LIMITES ENTRE PLACAS TECTÔNICAS
LIMITES DIVERGENTES
LIMITES DIVERGENTES
LIMITES DIVERGENTES
LIMITES DIVERGENTES
LIMITES CONVERGENTES

 Oceano – Oceano:

 Quando placas oceânicas colidem, a placa mais mais densa mergulha sobre a
outra, em direção ao manto, carregando consigo os sedimentos acumulados
sobre ela que irão fundir junto com a crosta em subducção;
 O processo produz intensa atividade vulcânica, comumente manifestada sob
a forma de arquipélagos, conhecidos como “Arco de Ilhas” e na zona de
subducção forma-se uma fossa;
 Ex: ilhas do Japão.
LIMITES CONVERGENTES
LIMITES CONVERGENTES
LIMITES CONVERGENTES

 Oceano – Continente:

 Nesse caso ocorre a subducção da placa oceânica sob a placa continental,


produzindo um “Arco Magmático” na borda continental, ou seja, a borda
continental fica enrugada e é soerguida num cinturão de montanhas
aproximadamente paralelas a fossa;
 As feições fisiográficas geradas por esse tipo de colisão são as grandes
cordilheiras e montanhas continentais;
 Ex: Cordilheira dos Andes na América do Sul.
LIMITES CONVERGENTES
LIMITES CONVERGENTES
“Arco Magmático”
Oceano – Continente:
LIMITES CONVERGENTES

 Continente – Continente:

 Pode ocorrer após o processo de colisão oceano-continente, onde a continuidade


do processo de subducção da crosta oceânica sob a crosta continental leva uma
massa continental a se chocar com o arco magmático formado inicialmente;
 Esse processo não gera vulcanismo expressivo com os processos anteriores, mas
intenso metamorfismo de rochas continentais pré-existentes;
 A região de choque entre duas placas continentais oferece consequências
geologias consideráveis como terremotos violentos na crosta que está sofrendo
enrugamento;
 Ex: cordilheira de montanhas dos Alpes e Himalaias.
LIMITES CONVERGENTES
LIMITES CONVERGENTES
LIMITES CONVERGENTES
LIMITES TRANSFOMANTES
LIMITES TRANSFOMANTES
LIMITES TRANSFOMANTES
LIMITES TRANSFOMANTES
LIMITES ENTRE PLACAS TECTÔNICAS
HOT SPOTS

 Existem diversas maneiras de se fazer uma estimativa da velocidade das placas


tectônicas, dependendo do tipo de referência escolhido;

 O vulcanismo associado a pontos quentes (hot spots) pode ocorrer muito


longe dos limites de placas;

 A razão para isto é o fato do vulcanismo hot spot não estar relacionado com
os processos que ocorrem ao longo dos limites de placas;
HOT SPOTS

 O vulcanismo hot spot é gerado por processos que acontecem em


profundidade no manto, muito provavelmente perto da fronteira manto-
núleo;

 As ilhas do Hawai, situadas muito perto do centro da Placa do Pacífico,


formaram-se durante um vulcanismo hot spot;

 As posições das ilhas do arquipélago mostram que a Placa do Pacífico se


mova para Noroeste;
HOT SPOTS

 A ilha de Kauai formou-se há cerca de 5,1 milhões de anos atrás quando se


encontrava acima do ponto quente;

 Desde essa altura, a ilha tem sido transportada cerca de 600 quilômetros
para Noroeste;

 Isto sugere que a Placa do Pacífico se move a uma velocidade de cerca de 11-
12 cm/ano em relação ao ponto quente.
HOT SPOTS
OBRIGADO!

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