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As alterações observadas, ao longo dos tempos, na configuração dos oceanos e dos continentes

revelam o dinamismo da Terra levando à formulação da Teoria da Tectónica de Placas, que admite que a
superfície da Terra está dividida em diferentes placas litosféricas, que se movimentam umas em relação às
outras.

Evidências que apoiam a Teoria da Tectónica de Placas:

Relevo dos fundos oceânicos

Os fundos oceânicos apresentam diferentes formas de relevo, nomeadamente: riftes – depressões


submarinas localizadas no centro das dorsais; dorsais oceânicas – cadeias montanhosas submarinas;
planícies abissais – extensas áreas planas e submersas, com elevada profundidade; fossas oceânicas –
depressões alongadas e profundas do fundo marinho.

Idade dos fundos oceânicos

A idade dos fundos oceânicos é menor junto aos riftes, aumenta à medida que nos afastamos desta
estrutura geológica, sendo simétrica de um e outro lado da mesma. Por outro lado, verifica-se que a
quantidade de sedimentos sobre os fundo oceânicos é maior à medida que nos afastamos dos riftes e a sua
idade é sempre inferior à idade dos continentes.

Expansão dos fundos oceânicos

As evidências acima referidas levaram a comunidade científica a postular que os fundos oceânicos se
formavam a parir do rifte, gerando-se aí crusta oceânica, que se expande para um e outro lado do mesmo.
Polaridade do campo magnético terrestre

Algumas rochas possuem minerais que contêm


elementos metálicos, com capacidade de registar o campo
magnético terrestre na altura em que se formaram. O estudo
desse registo mostrou que as rochas que constituem os fundos
oceânicos apresentam modificações na sua orientação, ao
longo do tempo geológico. Os cientistas constataram a
existência de um padrão simétrico da polaridade do campo
magnético terrestre em relação ao rifte. Este padrão só
poderia ter sido formado se houvesse expansão dos fundos
oceânicos para um e para o outro lado do rifte.
A somar a estas evidências constatou-se que a distribuição da maioria dos epicentros dos sismos e
dos vulcões não é aleatória, mas coincide entre si, encontrando-se associada a zonas de instabilidade
tectónica, que ocorrem nos limites/nas fronteiras entre diferentes placas litosféricas.

As placas litosféricas são constituídas por crusta e pela parte mais externa do manto e estão assentes
sobre uma camada com propriedades plásticas - a astenosfera.
Os limites das placas litosféricas, marcados por intensa atividade geológica, podem ser de diversos
tipos: divergentes, convergentes e conservativos.

Limites divergentes

• Limite em que o movimento relativo das placas é de afastamento.


• Ocorre ao nível dos riftes e é consequência da ascensão de magma, que se expande lateralmente,
arrefecendo e dando origem à formação de nova litosfera, que constitui o fundo oceânico.
• Em resultado do movimento
divergente, que ocorre entre as
placas, dá-se o aumento da área
de placa, razão pela qual se
designam, por vezes, limites
construtivos.
• Este tipo de limite é marcado por
vulcanismo e atividade sísmica.
• Exemplo: Rifte da Islândia
Limites convergentes

• Limite em que o movimento relativo das placas é de aproximação, podendo ocorrer,


predominantemente, três tipos de situações:
- Convergência de placas continentais (continental-
continental): envolve duas placas de natureza
semelhante, originando a formação de montanhas, de
que são exemplo os Himalaias;
- Convergência de uma placa oceânica e de outra
continental (oceânica-continental): desenvolve-se
entre duas placas de diferente natureza,
nomeadamente, diferente densidade, pelo que a
placa oceânica (mais densa) mergulha sob a placa
continental, menos densa ocorrendo um processo
designado por subducção, que é responsável pela formação de cadeias montanhosas,
associadas a uma grande depressão – fossa – de que são exemplo os Andes;
- Convergência de duas placas oceânicas
(oceânica-oceânica): desenvolve-se entre duas
placas de natureza semelhante, que podem
apresentar densidades diferentes, a mais
antiga, mais densa, mergulha por baixo da
placa menos densa ocorrendo também um
processo de subducção com a formação de uma fossa associada, de que é exemplo a Fossa
das Marianas.
• Em resultado do movimento convergente das placas ocorre a diminuição da área de placa, razão pela
qual se designam por limites destrutivos.
• Nestas zonas, regista-se grande atividade sísmica e, frequentemente, atividade vulcânica intensa.

Limites transformantes

• O movimento das placas é lateral, não havendo nem aumento nem diminuição da área de placa
designando-se, por vezes, limites conservativos.
• Este movimento é característico das falhas transformantes, que em contexto oceânico, intersetam
transversalmente os riftes, de que é exemplo a crista
médio-oceânica, podendo ocorrer também em
contexto continental, sendo disto exemplo a
Falha de Santo André.
• Nestas zonas, ocorre grande atividade sísmica
e no caso das falhas transformantes associadas
aos riftes, vulcanismo tipicamente efusivo.

Correntes de convecção
Os materiais rochosos no interior da Terra, nomeadamente no manto, encontram-se a temperaturas
muito elevadas – da ordem dos 4800 oC junto ao núcleo -, enquanto próximo da superfície terrestre se
encontram a temperaturas muito mais baixas – em média cerca de 150 oC. Esta grande diferença de
temperatura provoca a subida dos materiais quentes, menos densos, até ao limite superior da astenosfera.
Ao atingirem essa região do interior da Terra, os materiais rochosos aquecidos divergem lateralmente e
arrefecem à medida que se vão deslocando; deste modo, tornam-se mais densos do que os materiais
circundantes e mergulham novamente, em direção à zona mais quente, onde se iniciou o movimento de
ascensão, fechando um circuito. Estas correntes circulares de materiais são denominadas correntes de
convecção e o circuito é designado por célula de convecção.
Admite-se que a lenta movimentação de matéria provocada por diferenças de temperatura e de
densidade, seja responsável pela deslocação das placas litosféricas sobre a astenosfera, considerando-se
ainda que as dorsais oceânicas correspondem aos ramos ascendentes das correntes convectivas que, aí, se
aproximam da superfície e, pelo contrário, as fossas oceânicas correspondem aos ramos descendentes das
mesmas correntes.

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