posições atuais.
Para apoiar a teoria
Geologia
Princípios do raciocínio geológico
De acordo com o catastrofismo, as
alterações verificadas no planeta Terra
ao longo do tempo constituem o
resultado de eventos súbitos, de grande
violência, e por vezes, caráter global.
Esses acontecimentos teriam sido a
causa de grandes transformações na
superfície terrestre e pelas extinções
em massa. Assim, as variações de
registo fóssil seriam consequência de
catástrofes. O dilúvio, história bíblica,
poderia ser a explicação para se
encontrarem fósseis marinhos em
locais afastados do mar.
O uniformitarismo afirma que as
alterações ocorridas na superfície da
terrestre resultam do efeito cumulativo
de fenómenos naturais que moldam a
face do planeta de modo uniforme,
lenta e gradual (gradualismo). O
atualismo diz-nos que o presente pode
ser a chave do passado, na medida em
que as leis da natureza se aplicam a
todos os processos atuais como aos
ocorridos no passado.
O neocatastrofismo concilia fenómenos
catastróficos (sismos/erupções
vulcânicas) com os processos lentos e
graduais do uniformitarismo.
Hipótese da deriva continental
De acordo com a hipótese da deriva
continental, os continentes atuais
estariam unidos, formando a Pangeia,
rodeada pelo oceano Pantalassa.
Depois da fragmentação da pangeia, os
continentes teriam derivado até às
foram propostos os seguintes
argumentos.
Argumento litológico – rochas semelhantes em
zonas continentais separadas pelo oceano.
Argumento morfológico – algumas margens
continentais ajustam-se como peças de um
puzzle.
Argumento paleontológico – presença de
fósseis da mesma espécie em continentes
afastados por oceanos e pertencentes a animais
incapazes de os atravessar.
Argumento paleoclimático – vestígios de ação
glaciar em zonas quentes.
Expansão dos fundos oceânicos
A hipótese da expansão dos fundos
oceânicos sugere que o fundo oceânico
se forme nos riftes, expandindo-se em
direções opostas. Esta expansão é
compensada pela destruição dos
fundos oceânicos na região das fossas
oceânicas. A teoria foi comprovada pela
seguinte pesquisa: as rochas basálticas
possuem minerais magnetizáveis que,
quando se cristalizam, orientam-se tal
como a agulha de uma bússola, com a
orientação do campo magnético. O
campo magnético sofreu alterações ao
longo do tempo apresentando, hoje,
polaridade normal, e os minerais
magnetizáveis do basalto apresentam a
mesma polaridade. Em outras fases da
história apresentam diferente, assim,
estudando rochas basálticas formadas a
diferentes momentos, é possível datar
as variações de campo magnético.
Existe um padrão de alternância entra
polaridade normal e inversa o que
permitiu concluir que as rochas se
formam de forma simétrica para os dois
lados do rifte. As rochas mais recentes
encontram-se nas proximidades do rifte
e a sua idade aumenta com a distância
ao rifte. A teoria tectónica de placas
considera que a litosfera está
fragmentada em porções (placas
tectónicas) que se movem sobre a
astenosfera. O movimento das placas
tectónicas está dependente da
convecção, ou seja, diferentes
temperaturas entre os materiais que
compõe o manto o que provoca a
ascensão do magma nas zonas de rifte
e consequente deslocação das placas
tectónicas. A subducção é corresponde
ao afundamento das placas tectónicas
ao nível das fossas oceânicas e é uma
consequência da expansão dos fundos
oceânicos.
Tipos de limites de placas
As placas tectónicas contactam entre si
nos seus limites. Os limites divergentes
ou construtivos (riftes) são fraturas
presentes nas dorsais oceânicas. Nos
riftes ocorre formação de nova rocha a
partir do magma que ascende do
mando em direção à superfície. Assim
forma-se a crusta oceânica e
consequente expansão dos fundos
oceânicos, sendo estes limites
considerados construtivos.
Nos limites convergentes ou destrutivos
ocorre colisão e destruição de placas
tectónicas.
Limite entre placas oceânicas, a mais antiga é
mais densa e afunda. Na menos densa ocorre
formação de um arco insular.
Limite entre placa oceânica e continental, a
oceânica afunda na fossa oceânica. Na placa
continental, forma-se uma cadeia montanhosa
com intensa atividade vulcânica.
Limite entre placas continentais resulta nos
espaçamentos crustal e formação de uma
cadeia montanhosa.
Nos limites conservativos as placas
deslizam horizontalmente, não
ocorrendo nem destruição nem
formação da placa. O atrito das placas
poderá provocar intensa atividade
sísmica.
Datação relativa
A datação relativa permite situar a
origem das rochas relativamente a
outras rochas. De acordo com o
princípio da horizontalidade inicial, os
estratos, formam-se por deposição de
sedimentos na horizontal. A sua
alteração será provocada por processos
tectónicos posteriores. O princípio da
sobreposição estabelece que numa
sequência em que os estratos mantêm
a posição original, um estrato é mais
recente do que aqueles que estão por
baixo. Uma das limitações deste
princípio são as falhas ou dobras que
podem alterar a posição horizontal dos
estratos. Os fósseis utilizados na
datação relativa têm de ter grande
dispersão geográfica e de ter vivido
num curto tempo geológico. Assim, é
possível comparar a idade de
formações rochosas de locais
diferentes. Esta comparação é resultado
do princípio da identidade
paleontológica, no qual atribuímos a
mesma idade relativa a estratos que
apresentem os mesmos fósseis. Por
vezes, em estratos de duas regiões,
verifica-se a ausência de um dos
estratos numa delas, o que pode ser
explicado pelo facto desse estrato não
ter sido formado ou ter sido erodido.
Estas descontinuidades são uma
limitação para o uso de fósseis na
datação relativa.
Datação absoluta
A datação absoluta permite obter um
valor numérico para a idade das rochas.
Alguns isótopos emitem partículas e
radiação a partir dos seus núcleos
instáveis. Este processo conduzirá ao
decaimento, onde o isótopo-pai
transforma-se num isótopo-filho mais
estável. Uma semivida corresponde ao
tempo necessário para uma dada
quantidade de isótopos-pai se reduza
para metade. Conhecendo o valor da
semivida e a quantidade relativa de
isótopos-pai, é possível determinar o
início da desintegração do isótopo-pai.
Esta determinação permite conhecer o
momento em que o mineral se formou
e conhecer a idade da rocha. Este
método apresenta limitações: só pode
ser aplicada a minerais com isótopos
instáveis e é difícil aplicar o método em
rochas sedimentares porque dá-nos a
conhecer a idade da rocha que sofre
erosão e não a atual.
Vulcanismo
O vulcanismo é o conjunto de
fenómenos que envolvem a libertação
de materiais sólidos (piroclastos),
líquidos (lava) e gasosos. Estes
materiais são provenientes do magma
(uma mistura de material rochoso
parcialmente fundida).
O magma resulta da fusão localizada de
rochas na crusta ou manto (pelo que
costuma apresentar natureza
silicatada). A sua baixa densidade
permite que ascenda através das
fraturas das rochas envolventes e
acumular-se na câmara magmática. A
progressiva acumulação na câmara
provoca a sua ascensão até à superfície
onde liberta gases e se transforma em
lava, material líquido cuja viscosidade
depende da temperatura e composição
química.
A libertação dos materiais vulcânicos
ocorre ao nível do vulcão (abertura na
crusta). Um vulcão pode ser inativo
quando não apresenta atividade
vulcânica, podendo, no entanto,
ocorrer e extinto quando é improvável
uma erupção vulcânica.
Vulcanismo primário
No vulcanismo fissural ocorre expulsão
de material vulcânico através de longas
extensões de fraturas. É o mais
abundante na Terra. Este tipo de
vulcanismo foi responsável pela
formação de mantos de lava (derrames
basálticos).
No vulcanismo central existe um cone
vulcânico, resultante da deposição dos
materiais expelidos nas erupções. O
cone contém uma cratera, por onde
ocorre a libertação dos materiais
vulcânicos, que é ligada pela chaminé à
câmara magmática, onde se acumula o
magma. Por vezes formam-se cones
secundários.
Quando ocorre o esvaziamento rápido
da câmara magmática em resultado de
erupções, o cone vulcânico é abatido
por falta de sustentação. Nessas
depressões ocorre acumulação de
águas da chuva, formando-se uma
lagoa. Por vezes, o vulcanismo pode ser
submarino, onde a acumulação de lava
permite que o topo dos vulcões atinja a
superfície, formando-se ilhas
vulcânicas.
Atividade efusiva
A atividade efusiva está associada à
libertação de lava com composição
básica, pobre em sílica, com reduzido
teor de gases e a elevadas
temperaturas. Por terem composição
básica são menos viscosas e a sua
deslocação rápida forma escoadas de
lava. Desta atividade vulcânica resulta a
formação de cones em escudo, de
vertentes pouco inclinadas em
resultado da sobreposição de escoadas
de lava libertadas por erupções
sucessivas. Não ocorrem explosões uma
vez que, nas erupções efusivas, os gases
e o magma libertam-se facilmente. A
libertação de piroclastos é reduzida. A
atividade vulcânica associada ao
vulcanismo fissural tende a ser do tipo
efusivo.
Quando a lava é mais viscosa, a sua
solidificação origina superfícies rugosas
(lava aa). Quando a lava é menos
viscosa, a sua solidificação da parte
superficial é rápida e a lava continua a
escoar por baixo (lava encordoada). Na
água, a parte superficial da lava
solidifica ainda mais rapidamente. A
pressão que a lava exerce na superfície
solidificada, rompe-a e origina novas
bolsadas. Após a acumulação da lava
pode ocorrer a contração do basalto e,
por vezes, a sua fratura, originando-se
colunas de rochas colunares.
Atividade explosiva
A atividade explosiva está associada à
libertação de lava com composição
ácida, rica em sílica, grande teor de
gases e a reduzidas temperaturas. A
lava é mais viscosa o que dificulta o seu
movimento e libertação de gases. O
aprisionamento desses gases origina
explosões violentas que fragmentam
rochas, podendo levar ao
desmoronamento do cone vulcânico.
Estes vulcões apresentam um cone com
elevado declive devido à acumulação
de piroclastos e alguma lava viscosa.
As nuvens ardentes são nuvens
espessas e densas (constituídas por
cinzas incandescentes e fragmentos de
lava envolvidos por gases a altas
temperaturas) e que se deslocam a
grande velocidade nas vertentes do
vulcão.
Nas erupções explosivas ocorre
projeção de fragmentos de lava
parcialmente solidificada bem como de
materiais arrancados das paredes
vulcânicas, os chamados piroclastos. As
cinzas são os piroclastos de menores
dimensões seguindo-se o lapilli e por
fim os blocos e as bombas vulcânicas.
Atividade mista
A atividade vulcânica mista apresenta
características típicas da atividade
efusiva e explosiva. A lava apresenta
um teor em sílica intermédio e é mais
viscosa do que as lavas emitidas no
vulcanismo efusivo. A emissão de lava
em períodos efusivos é intercalada com
a emissão de piroclastos que ocorre em
períodos mais explosivos.
Estes vulcões apresentam elevado Vulcanismo e tectónica de placas
declive com camadas alternadas de lava
A atividade vulcânica concentra-se em
e piroclastos acumulados em torno
zonas de fronteira de placas –
da(s) cratera(s).
vulcanismo interplaca, apresentando
Em todos os tipos de atividade uma expressão reduzida no seu interior
vulcânica, ocorre a emissão de elevadas – vulcanismo intraplaca.
quantidades de materiais gasosos.
O vulcanismo interplaca está associado
aos limites divergentes e convergentes.
Vulcanismo residual O vulcanismo intraplaca está associado
a pontos quentes, que se formam na
O vulcanismo residual compreende
sequência de acontecimentos que têm
uma série de fenómenos todos
início com o aquecimento de rochas do
resultantes do calor emitido por
manto profundo. Essas rochas
magmas ou por rochas por eles
ascendem por serem menos densas sob
aquecidos encontrados na custa.
a forma de plumas mantélicas. Na
As fumarolas correspondem a litosfera, parte deste material sofre
libertação de gases através de fusão alimentando o vulcanismo dos
aberturas à superfície, provenientes de pontos quentes. À medida que a placa
uma câmara magmática ou fluidos litosférica se movimenta sobre a pluma
aquosos que circulam nas os vulcões nela edificados vão sendo
proximidades. As fumarolas podem ser afastados e extintos. Onde se encontra
mofetas (emanações ricas em dióxido a pluma mantélica formam-se novos
de carbono) ou sulfataras (ricas em vulcões, podendo formar-se um
compostos de enxofre). alinhamento de ilhas. A idade das ilhas
aumenta com o afastamento ao ponto
Nas nascentes termais a água da
quente.
precipitação circula juntos das rochas
aquecidas por uma câmara magmática.
A água aquece, aumenta a capacidade
de dissolução de minerais, tornando-se
mais mineralizada.
Os géiseres são jatos de água quente e
vapor libertados de forma regular
através de fraturas. A água circula no
subsolo pode acumular-se em
reservatórios subterrâneos onde é
aquecida. Parte desta água transforma-
se em vapor, o que faz aumentar a
pressão no interior do reservatório.
Desse aumento de pressão resulta a
projeção da água.