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Biologia e

geologia
10º/11º
10º ano

GEOLOGIA:
SUBSISTEMAS TERRESTRES (1.1)

- Sistema: área delimitada do espaço constituída por massa e energia com a finalidade
de o observar e investigar.
- Terra: é um sistema composto, uma vez que é o resultado da interação entre vários
subsistemas, e fechado, uma vez que efetua sobretudo trocas de energia com o
exterior, sendo as trocas de matéria não significativas.
- Os subsistemas terrestres, hidrosfera, biosfera, geosfera e atmosfera são abertos,
uma vez que realizam trocas de energia e de matéria entre si, permitindo que o
sistema Terra funcione como um todo.
- Hidrosfera: constituída por toda a água no estado sólido e líquido existente na
superfície terrestre.
- Atmosfera: é o involucro gasoso da Terra, constituída por uma mistura de gases com
percentagem variável, mas principalmente por oxigénio e nitrogénio. Troposfera-
constitui a primeira camada da atmosfera e mantém condições favoráveis à existência
de vida na Terra. Estratosfera- camada seguinte, estende-se de cerca de 12km até
48km e é caracterizada pela presença do ozono, gás responsável pela filtração dos
raios ultravioleta.
- Geosfera: parte superficial sólida da Terra. Formada pelas massas continentais e
pelos fundos oceânicos, e pelos restantes materiais que se encontram no seu interior.
O dinamismo deste sistema manifesta-se desde o movimento das placas tectónicas até
aos fenómenos vulcânicos e sísmicos.
- Biosfera: constituída por todos os seres vivos existentesna Terra, bem como toda a
matéria orgânica não decomposta.
- Exemplos de interações entre os subsistemas: formação de um solo, ciclo do carbono,
ciclo do azoto.

ROCHAS SEDIMENTARES (2.1)

- Formam-se à superfície terrestre, a partir de rochas pré-existentes. Os diferentes


tipos de rocha, quando se encontram em xonas superficiais da crosta, ficam sujeitos a
condições de pressão e temperatura diferentes das da sua formação, experimentando
um processo progressivo de alteração.
- Meteorização: alteração física e química da rocha.
- Erosão: remoção dos sedimentos resultantes dos processos de meteorização
- Transporte: mobilização dos sedimentos pela ação da água e/ou do vento. Para locais
distanciados.
- Deposição/sedimentação: ocorre quando o agente de transporte perde energia. Os
sedimentos depositam-se no fundo do mar, podendo depositar-se juntamente com
eles restos de seres vivos, formando fósseis. Esta acumulação gradual conduz à
formação de camadas sucessivas de sedimentos que tendem a formar estratos.
- Diagénese: inclui os fenómenos de compactação e cimentação.
- Compactação: os sedimentos comprimem-se, devido à pressão exercida pelas
camadas superiores, provocando a expulsão da água, desidratação.
- Cimentação: os espaços vazios entre os detritos são preenchidos por novos minerais
resultantes da precipitação de substâncias químicas dissolvidas na água.

ROCHAS MAGMÁTICAS E METAMÓRFICAS (2.2)

- Rochas magmáticas: resultam da solidificação ou do arrefecimento do magma.


- Magma: mistura de matérias total ou parcialmente fundidos, de composição
essencialmente silicatada e com percentagem em gases variável.
- Rochas magmáticas intrusivas: a solidificação ocorre lentamente, em profundidade,
no interior da crusta.
- Rochas magmáticas extrusivas: a solidificação ocorre rapidamente, à superfície.
- Rochas metamórficas: formam-se em profundidade, no estado sólido, a partir de
outras pré-existentes, devido à ação de fatores de metamorfismo, como o calor, a
tensão e o teor em fluídos, que conduzem a que a textura da rocha se altere.

CICLO DAS ROCHAS (2.3)

- Conjunto de processos associados às transformações das rochas, que integram


processos contínuos de formação, destruição e reciclagem das rochas. Tem o seu
ponto de partida no magma.

PRINCÍPIOS DO RACIOCÍNIO GEOLÓGICO (4.1)

- Catastrofismo: as maiores mudanças biológicas verificadas tinham origem nas


grandes catástrofes naturais.
- Uniformitarismo: as características da Terra são resultado de processos ancestrais
semelhantes aos que se verificam na atualidade
- Atualismo geológico: o presente é a chave do passado
- Gradualismo uniformitarista: os fenómenos que modificam o planeta são resultado
da atuação de processos lentos e graduais.
- Por um lado, no planeta verificam-se transformações lentas e graduais e , por outro,
as catástrofes são e foram determinantes na modelação e evolução da superfície
terrestre.
O MOBILISMO GEOLÓGICO. AS PLACAS TECTÓNICAS E OS SEUS MOVIMENTOS (4.2)

- Teoria da deriva dos continentes: hipótese assente na ideia de movimento das


massas continentais sobre uma camada subjacente.
- argumentos: 1) morfológicos: os diferentes continentes encaixam
2) paleontológicos: continentes distantes com o mesmo tipo de fósseis
3) paleoclimáticos: sedimentos semelhantes em diferentes continentes
4) geológicos: rochas com a mesma idade em continentes distantes
- Escudos: regiões mais antigas dos continentes, normalmente localizadas no seu
interior
- Plataformas continentais: regiões do continente cobertas pelo mar, desde a linhade
costa até ao talude continental.
- As cadeias montanhosas mais recentes situam-se predominantemente na periferia
dos escudos.
- Talude continental: transição entre os continentes e os fundos abissais. Desce
abruptamente desde a plataforma continental até ao fundo oceânico, situado entre 3
e 5 km abaixo do nível do mar.
- Fossas oceânicas: longas depressões profundamente entalhadas no fundo oceânico.
Correspondem às zonas mais profundas do oceano e definem zonas de convergência
com subducção de uma placa oceânica com outra placa, continental ou oceânica.
- Fundos abissais: regiões mais ou menos planas cortadas por cadeias montanhosas, as
dorsais oceânicas, que se estendem por todo o oceano, ao longo de mais de 65 000km,
com uma largura média de 1000km.
- Rifte: encontra-se na zona central da dorsal oceânica. Define os limites divergentes.
Perpendicularmente ao rifte, o fundo oceânico está cortado por extensas zonas de
fratura, falhas transformantes, que produzem acidentes de relevo, como vales
profundos e vertentes abruptas.
- Teoria da tectónica de placas: os continentes não são nada mais que regiões extensas
de grandes blocos em que a superfície sólida da Terra se encontra dividida.
- Placas litosféricas: fragmentos em que a camada exterior sólida e de elevada rigidez
da Terra se encontra dividida.
- O movimento das placas deve-se à existência de correntes de convecção, provocadas
pela desigual distribuição do calor interno da Terra
- Limites transformantes/conservativos: as placas deslocam-se paralelamente entre si.
Este movimento ocorre ao longo de falhas transformantes, sem que ocorra formação
ou destruição de material rochoso.
- Limites convergentes: as placas deslocam-se uma em direção à outra, ocorrendo
destruição de placas. A placa mais densa funda sob a menos densa. Estão associadas às
fossas oceânicas, originando-se nos bordos das placas que não sofrem subducção,
cadeias montanhosas ou arcos de ilhas vulcânicas. A colisão entre placas continentais
proporciona a formação de cadeias montanhosas.
- Limites divergentes: As placas litosféricas afastam-se entre si, ocorrendo a formação
de material rochoso. Encontram-se associados às zonas de rifte.
- A fragmentação da Pangeia constitui o início do ciclo tectónico atualmente em curso.
- A teoria da tectónica de placas fundamenta os princípios do uniformitarismo e do
catastrofismo, uma vez que o movimento das placas pode gerar fenómenos de
natureza catastrófica (sismos e vulcões), como também pode gerar fenómenos lentos
e graduais (formação de cadeias montanhosas ou a abertura e o fecho dos oceanos).

IDADE RELATIVA E IDADE RADIOMÉTRICA (3.1)

- Datação relativa: estabelecimento da idade de um estrato em relação a outros. É feita


a partir de princípios básicos de estratigrafia:
1) Princípio da sobreposição dos estratos: os estratos são tão mais
antigos quanto mais inferior a sua posição numa sequência de estratos
2) Princípio da horizontalidade: a deposição dos estratos ocorre
numa posição horizontal ou perto desta.
3) Princípio da inclusão: Os fragmentos de rochas incluídos num
dado estrato são mais antigos que a rocha que os engloba.
4) Princípio da interseção: Qualquer estrutura que intersete vários
estratos formou-se posteriormente a eles.
5) Qualquer fenómeno que altere a horizontalidade das camadas é
sempre posterior à sedimentação.
- Datação absoluta: idade de um acontecimento geológico expresso em anos, obtido
através de técnicas de datação radiométrica.
-Datação radiométrica: baseia-se na tendência que certos isótopos de determinados
elementos químicos apresentam para emitirem partículas ou radiação a partir dos seus
núcleos instáveis.
- Semivida: Tempo necessário para que a massa inicial do isótopo-pai seja reduzida
para metade. Tempo necessário para que metade dos isótopos-pai se transforme em
isótopos-filho.

- A datação radiométrica é mais eficaz quando feita em rochas magmáticas.


- Nas rochas sedimentares e metamórficas muitos dos minerais são herdados de
rochas anteriores, sendo apenas possível conhecer a idade do mineral mas não da
rocha em que o mesmo se encontra.
- Os processos de metamorfismo podem levar à saída de isótopos-pai ou de isótopos-
filho, alterando as proporções iniciais e conduzindo a idades absolutas diferentes da
idade de formação das rochas.
ESCALA DO TEMPO GEOLÓGICO (3.2)

- Éones > eras > períodos > épocas


- As transições entre as diferentes divisões correspondem, geralmente, a momentos de
grandes extinções em massa ocorridas no passados, testemunhadas em registo fóssil.
- Paleozóico (vida
antiga): Seres vivos
conquistam o
continente. Fim da
Era: extinção em
massa da maior
parte dos seres
vivos.
- Mesozóico (era dos
répteis): grande
desenvolvimento do
grupo dos répteis.
Surgimento dos
primeiros
mamíferos. Fim da
Era: extinção em
massa de 75% das
espécies vivas, tais
como os dinossauros.
- Cenozóico (era dos mamíferos): grande desenvolvimento dos mamíferos, surgem
mamíferos de grandes dimensões. Encontramo-nos nesta Era, no período quaternário.

MÉTODOS PARA O ESTUDO DO INTERIOR DA GEOSFERA (3.1)

- Métodos diretos: vulcanologia, sondagens, estudo das rochas.


- Métodos indiretos: geotermia, geomagnetismo e sismologia.
- A planetologia também fornece dados indiretos bastante importantes para
compreendermos a origem e evolução do nosso planeta.
- Geotermia: calor interno da Terra, tem a sua principal origem no decaimento
radioativo de isótopos ainda abundantes no seu interior.
- Fluxo térmico: transferência de calor do interior para a superfície do planeta. É
contínuo, mas não uniforme. Altos valores no rifte e baixos no interior de placas.
- Gradiente geotérmico: aumento da temperatura conforme a profundidade aumenta.
É inferior em profundidade, uma vez que a temperatura aumenta mais lentamente.
- Grau geotérmico: profundidade necessária para que a temperatura aumente 1ºC.
- A existência de um campo magnético terrestre constitui um argumento a favor da
existência de uma região de natureza metálica e muito fluida no interior do planeta.
- Campo magnético terrestre: assemelha-se a um dipolo magnético, com os seus polos
próximos aos polos geográficos.
- Geomagnetismo: campo de forças que envolve a Terra, encontra-se situado na
magnetosfera.
- Magnetosfera: resulta da interação entre o campo magnético terrestre e os ventos
solares.
- Atualmente o eixo magnético não coincide exatamente com o eixo
geográfico.
- Ponto de Curie: Aproximadamente 580ºC. Acima deste ponto, os átomos
tomam posições aleatórias. Abaixo do ponto os átomos alinham-se, na
presença de um campo magnético.
- Ao longo do tempo o campo magnético terrestre tem sofrido alterações
significativas (inversões polares).
- Anomalia positiva: intensidade do campo magnético superior à atual.
- Anomalia negativa: intensidade do campo magnético inferior à atual.
- Vulcanismo primário: ocorrem erupções vulcânicas
- Vulcanismo secundário: libertação de água e de gases a elevadas temperatura para o
exterior da geosfera.
- Magma: mistura de materiais ricos em sílica, total ou parcialmente fundidos, gases e
alguns materiais sólidos, que se encontra no interior da geosfera.
- Vulcanismo central: através de uma abertura mais ou menos circular, constituindo
uma cratera. Cones vulcânicos altos e de vertentes íngremes. Associado a erupções
vulcânicas do tipo explosivo.
- Vulcanismo fissural: ao longo de fissuras. Associado a erupções efusivas.
- Viscosidade: caracteriza a resistência da lava ao fluxo, determinando a sua velocidade
de escorrência sobre a superfície. Quanto mais viscosa a lava, maior o conteúdo em
gases e mais difícil a sua desgaseificação.
- Lavas básicas (pouca sílica) são fluidas e lavas ácidas (muita sílica) são viscosas.
- Atividade vulcânica explosiva: é associada a lavas muito viscosas, muito ricas em
gases. O vulcão possui uma bolsada magmática, com magma a elevadas temperaturas.
Este magma contém gases que, ao não serem expelidos, conduzem a um aumento da
pressão no interior da bolsada. O contínuo aumento da pressão desencadeia uma forte
explosão.
- Agulhas: a solidificação da lava ocorre na chaminé
- Domos: a solidificação da lava ocorre no interior da cratera.
- Devido à acumulação de gases na câmara magmática, estas erupções são muito
explosivas, originando piroclastos e nuvens ardentes
- Formação de uma caldeira: Seguida uma erupção do tipo explosivo, ocorre o
esvaziamento da câmara magmática, tornando o aparelho vulcânico instável, devido à
falta de suporte do cone vulcânico. Esta falta de suporte pode conduzir ao abatimento
do cone vulcânico, dando-se a formação de uma caldeira vulcânica que,
posteriormente, se pode encher de água.
- Atividade vulcânica efusiva: é associada a lavas muito fluidas, básicas, com baixo teor
em sílica e em gases. Formam-se escoadas que podem percorrer grandes distâncias.
Este tipo de vulcões é conhecido como vulcões em estudo, possuindo vertentes
suaves. Não ocorre formação de piroclastos mas verifica-se bastante saída de gases.
- lavas encordoadas/pahoehoe: apresentam o aspeto de cordas sobrepostas,
resultante da sua solidificação rápida da sua superfície à medida que a velocidade do
fluxo diminui.
- lavas escoriáceas/aa: aspecto irregular, áspero e poroso, devido à perda de gases.
De consolidação mais lenta que as anteriores
- pillow lavas: arrefecem em ambiente aquático. Devido ao contacto com a água as
suas superfícies arrefecem muito rapidamente, originando massas com uma superfície
arredondada.
- Hot-spots (vulcanismo intraplaca): magmas com origem nas zonas mais profundas do
manto (material plástico), vão ascendendo e fundindo progressivamente. Os hot-spots
são fixos, movendo-se as placas litosféricas por cima dos mesmos. Têm origem na
formação de plumas térmicas, colunas de rocha sobreaquecida e deformável, que
ascendem para níveis superiores do manto.
- Atol (vulcanismo efusivo): à medida que se afastam do ponto quentes, as ilhas vão
iniciando o seu processo de erosão, acabando por submergir no oceano. Quando a ilha
fica reduzida apenas a um anel, dá-se o nome de atol. Se este desgaste for
progredindo e a ilha ficar completamente submersa, dá-se o nome de guyot.
- Atividade vulcânica mista: associada na maior parte das vezes a lavas intermédias,
sendo caracterizada pela alternância entre períodos explosivos e efusivos. A água da
superfície que se introduz no sistema vulcânico pode aumentar a explosividade de uma
erupção, contribuindo para esta alternância. Origina estratovulcões/vulcões
compósitos, formados por camadas alternadas de lava solidificada e piroclastos.
- Vulcanismo residual: é um tipo de vulcanismo ativo, apesar de não ser caracterizado
por erupções mas sim por manifestações secundárias (termas, géisers, fumarolas)
- Grutas lávicas: os túneis por onde o magma passou vazam, formando grutas.
- Vulcanismo de subducção de uma placa continental com uma placa oceânica com
uma placa continental é muito mais explosivo do que entre duas oceânicas. Este tipo
de vulcões orresponde a cerca de 80% dos vulcões ativos.
- Vulcão extinto: o vulcão é dado como extinto caso não ocorra a possibilidade de
reabastecimento da sua camar magmática.
- Previsão e prevenção: instalação de gravímetros na superfície do vulcão,
monitorização do vulcão, estudo do vulcão, manter-se afastado do vulcão, uso de
capacete de proteção, construção à prova de sismo...
- Vantagens: solos muito férteis, formação de jazigos minérios, aproveitamento da
energia geotérmica, podendo esta ser utilizada para produzir eletricidade se a
temperatura da água exceder os 150ºC.

SISMOLOGIA (3.3)
- Sismo: vibração das partículas de materiais da geosfera na forma de ondas sísmicas.
Estas vibrações têm origem na libertação súbita de energia acumulada num ponto do
interior da Terra, foco ou hipocentro.
- Sismos tectónicos: acontecem devido ao movimento das placas tectónicas.
- Sismos vulcânicos: devem-se ao movimento do magma no interior da Terra e a
erupções do tipo explosivo.
- Sismos de colapso: devem-se ao abatimento de terrenos, grutas, minas...
- Hipocentro: local no interior da geosfera onde ocorre a libertação de energia
acumulada. A energia aqui libertada propaga-se em todas as direções, através de
ondas sísmicas, até À superfície.
- Epicentro: local da superfície situado na vertical do hipocentro.
- Sismos tectónicos:
- as tensões que se acumulam deformam os materiais rochosos no interior da Terra,
enquanto a elasticidade dos mesmos o permitir.
- as rochas atingem o seu limite de acumulação de energia e, simultaneamente, o seu
limite de deformação elástica.
- ao atingir o limite de deformação elástica, ocorrem fraturas no interior da massa
rochosa, dando-se uma movimentação brusca, fazendo com que as rochas em redor
da falha ressaltem elasticamente, libertando energia sob a forma de ondas sísmicas.
- Teoria do ressalto elástico: as rochas atingem o seu limite de deformação, ocorre a
formação de fraturas no interior da massa rochosa, dá-se uma movimentação brusca
de um bloco rochoso em relação ao outro, ressaltando ambos elasticamente e
libertando energia sob a forma de calor e de ondas sísmicas.
- Quando o sismo tem o seu epicentro localizado nos fundos oceânicos, parte da
energia é transmitida à massa de água, originando tsunamis.
- Tsunami: formado na sequência da deformação do fundo oceânico, provocado pela
libertação de energia, deslocando verticalmente a massa de água que repousa sobre
ele. À medida que avança em direção à costa, vai diminuindo a sua velocidade e
aumentando a amplitude, provocando bastantes estragos. Os tsunamis devastadores
são gerados por sismos de magnitude superior a 7 na escala de Richter e de foco
pouco profundo.
- Abalos premonitórios: ocorrem antes do sismo, devido ao aumento de tensão e às
deformações elásticas.
- Réplicas: ocorrem após o sismo, abalos de menor intensidade que traduzem aa
existência de movimentos de reajustamento dos blocos na falha que originou o sismo.
- Falha ativa: estrutura geológica que resulta da fratura de rochas com formação de
blocos que se deslocam uns em relação aos outros.
- Profundidade local: distância entre o foco e o epicentro
- sismos superficiais: a menos de 70km de profundidade
- sismos intermédios: de 70km a 300km de profundidade
- sismos profundos: a mais de 300km de profundidade.
- Sismógrafos: aparelhos que registam as ondas sísmicas, na forma de sismogramas.
- Frente de onda: conjunto de pontos na mesma fase do movimento ondulatório
- Raio sísmico: todas as direções de propagação da onda, perpendiculares à frente de
onda.

Definição de ondas sísmicas: movimentos vibratórios de partículas que se propagam a


partir do foco, segundo superfícies concêntricas.
- As ondas P e S (ondas profundas), ao atingirem a superfície originam ondas
superficiais (Love e Rayleigh)
- Ondas primárias (P)
- efeito mola
- ondas internas longitudinais, a direção de propagação e de vibração são a mesma.
- a sua propagação produz uma série de impulsos de compressão e distensão,
levando a variações do volume do material.
- são as mais rápidas a se propagarem, sendo as primeiras a ser registadas pelos
sismógrafos.
- propagam-se em todos os meios, sendo a sua velocidade de propagação maior em
meios sólidos do que em líquidos. A velocidade com que atravessam diferentes
materiais depende da rigidez, da densidade e da compressibilidade dos mesmos.
- em contacto com a atmosfera, parte da energia propaga-se sob a forma de ondas
sonoras.
- Ondas secundárias (S)
- efeito chicote
- ondas internas transversais, a direção de vibração é perpendicular à de propagação.
- propagam-se mais lentamente, sendo registadas nos sismogramas após as ondas P,
daí se designarem ondas secundárias.
- as vibrações provocam deformações nas rochas sem que o seu volume seja
alterado, apenas a sua forma.
- propagam-se apenas em meios sólidos, uma vez que em meios gasosos e líquidos a
rigidez é nula, logo a velocidade de propagação é zero.
- A velocidade de propagação das ondas é inversamente proporcional à densidade e
diretamente proporcional à rigidez.
- Quanto maior a rigidez, maior a velocidade de propagação.
- Quanto maior a densidade, menor a velocidade de propagação
- Em meio líquido a rigidez é nula, logo, a velocidade de propagação das ondas P
diminui e das ondas S é nula.
- A interação das ondas P e S com a superfície gera ondas superficiais, que se deslocam
em todas as direções da superfície, sendo as principais responsáveis pela destruição.
- Ondas Love (L)
- efeito serpente
- são ondas superficiais
- são as ondas de menor velocidade e maior amplitude, sendo as últimas a ser
registadas pelo sismógrafo.
- as partículas vibram horizontalmente, fazendo um ângulo de 90º com a direção de
propagação
- resultam da interferência das ondas S
- velocidade de propagação constante, não se propagam em meio líquido e atingem
os alicerces dos prédios.
- Ondas Rayleigh (R):
- efeito ondas do mar
- são as ondas de menor velocidade, sendo as últimas a ser registadas pelos
sismógrafos.
- as partículas vibram perpendicularmente à direção de propagação, numa trajetória
elíptica, provocando ondulações na superfície.
- velocidade de propagação constante, propagam-se em meios sólidos e líquidos.
- resultam da interferência de ondas P e S.
- As ondas P e S são as únicas que se propagam no interior da Terra e,por isso, as mais
estudadas para se compreender a estrutura interna da geosfera.
- Uma estação sismográfica deve ter três sismógrafos diferentes: um sensível às
vibrações norte-sul, outro às este-oeste e outro às vibrações verticais.
- Com os dados registados pelos sismógrafos é possível determinar a distância e
direção do epicentro, a magnitude e o tipo de falha que originou o sismo.
- Quanto maior a distância ao epicentro, maior o atraso entre a chegada das ondas P e
das ondas S (mais lentas). Com base neste atraso é possível determinar a distância ao
epicentro. Com base nas distâncias epicentrais calculadas em três estações
sismológicas consegue-se identificar o local aproximado onde ocorreu o sismo. A
interseção entre as três circunferências corresponde ao epicentro.
- Intensidade de um sismo:
- determinada em função dos efeitos provocados pelas ondas sísmicas e reporta-se
sempre a um dado local.
- depende da profundidade do foco, da distância ao epicentro, da natureza do
subsolo e da quantidade de energia libertada no foco.
- Escala de Mercalli (escala Macrossísmica Europeia): avalia a intensidade de um
sismo através da recolha de dados à população, tendo um caráter subjetivo. É uma
escala fechada de natureza qualitativa, constando de doze graus (I-XII), que traduzem
efeitos de destruição crescentes.
- Isossistas: linhas curvas fechadas que unem pontos de igual intensidade sísmica.
Permitem uma melhor visualização da área afetada pelo sismo. A intensidade do sismo
diminui com a distância ao epicentro.
- Magnitude de um sismo:
- grandeza definida em função da amplitude máxima das ondas sísmicas registadas
nos sismogramas. Esta amplitude conjugada com a distância epicentral permite
quantificar a energia libertada no foco, independentemente do local onde ocorreu o
registo das ondas sísmicas.
- Escala de Richter: utilizada para calcular a magnitude de um sismo e aquantide de
energia libertada no foco. É uma escala aberta, não tendo sido registados sismos de
magnitude superior a 9,5.
- A maior parte dos sismos ocorre em limites interplacas, limites geologicamente
instáveis, sismos interplacas. Por vezes, ocorrem sismos resultantes da libertação de
energia em falhas ativas situadas no interior das placas, sismos intraplacas.
- Minimização de riscos:
- elaboração de mapas de risco sísmico
- construção antissísmica
-não ocupação de zonas de risco
- sensibilização e educação da população.

MODELO E DINÂMICA DA ESTRUTURA INTERNA DA GEOSFERA (3.4)

- Em 1906 Oldham verificou que as ondas P, registada no polo oposto ao epicentro


apresentavam um ligeiro atraso em relação às registadas nas proximidades do
epicentro.
- Superfície de descontinuidade: superfície que separa dois meios com propriedades
elásticas (rigidez, densidade e compressibilidade) diferentes.
- Admitiu-se pela primeira vez a existência de um núcleo, visto que as ondas, a grande
profundidade, atravessam um núcleo central composto por uma matéria diferente que
transmite menor velocidade.
- Descontinuidade de Gutenberg:
- Gutenberg comparou as ondas sísmicas com feixes luminosos, dizendo que as
ondas sísmicas também sofriam reflexões e refrações. Este verificou que, para cada
sismo, existia um setor da superfície terrestre onde era impossível registar ondas
sísmicas diretas.
- Onda direta: não interage com nenhuma superfície de descontinuidade, não
sofrendo reflexões nem refrações.
- Onda refletida: nova onda que se propaga a partir de uma descontinuidade, em
sentido contrário e no mesmo meio que a onda inicial.
- Onda refratada: onda transmitida, por uma superfície de descontinuidade, para um
segundo meio.
- Zonas de sombra sísmica: zonas onde não se propagam ondas sísmicas diretas.
Gutenberg determinou que a distância angular desta zona ao epicentro é constante,
situando-se entre os 103º e os 142º.
- Gutenberg justificou a existência desta zona com base na existência de uma
descontinuidade a 2891km de profundidade que provoca o desvio das ondas.
- Dado que as ondas S não se propagam em meio líquido e que se verifica que a sua
velocidade a certa profundidade se anula, concluiu-se que no interior da Terra teria
que haver uma zona em que o material se encontrasse no estado líquido, o núcleo
externo.
- A descontinuidade de Gutenberg situa-se a 2891km de profundidade e assinala o
início do núcleo.
- Descontinuidade de Lehmann:
- Lehmann verificou que a velocidade das ondas S se anula a certa profundidade e
que a velocidade das ondas P aumenta a cerca de 5150km. As ondas chocam, então,
conra algo “muito duro”, uma vez que a velocidade das ondas P é superior em meios
sólidos.
- a descontinuidade de Lehmann caracteriza a fronteiraa entre o núcleo externo
(líquido) e interno (sólido).
- A existência da magnetosfera indica o ferro como o principal constituinte do núcleo.
Em laboratório foi possível estabelecer a relação entre a velocidade das ondas P e a
densidade dos diferentes materiais, concluindo que o núcleo da Terra é principalmente
constituído por ferro e níquel.
- Descontinuidade de Mohorovicic:
- Mohorovicic concluiu que, para além do núcleo existem outras camadas. Fez um
estudo intenso sobe um sismo que ocorreu em Zagreb, em 1909. Verificou que às
estações mais próximas do epicentro chegavam dois conjuntos de ondas P e S.
- Segundo Mohorovicic, os dois conjuntos de ondas resultavam de o primeiro
corresponder a ondas refratadas e o segundo a ondas refletidas. Isto aconteceria pois,
segundo Mohorovicic, existia um meio superficial, a crusta, onde as ondas se
deslocavam a menor velocidade e um meio mais profundo, o manto, onde se
deslocavam com maior velocidade.
- A justificação para a chegada das ondas refratadas primeiro foi que percorrer uma
maior distância pode ser compensador quando se pode atingir uma maior velocidade.
Assim, uma onda pode percorrer um caminho mais longo em menos tempo, se
encontrar um meio de propagação onde a velocidade de propagação é maior.
- esta descontinuidade indica a fronteira entre a crusta e o manto superior.
- a distâncias epicentrais inferiores a 100km chegam primeiro as ondas diretas e a
distâncias epicentrais superiores a 150km chegam primeiro ondas refratadas.
- Crusta continental: espessura entre os 20Km e os 70Km e constituída por rochas
graníticas, ricas em silício e alumínio.
- Crusta oceânica: espessura entre os 5Km e os 10km e constituída por rochas
basálticas, ricas em silício e magnésio.
- Descontinuidades:
- Mohorovicic: crusta-manto (5-10km oceanos e 20-70km continentes)
- Gutenberg: manto-núcleo (2900km)
- Lehmann: núcleo interno/externo (5100km)
- Modelo químico: base na composição química dos materiais terrestres
- Crusta continental: rochas graníticas ricas em silício e alumínio, de baixa densidade.
- Crusta oceânica: rochas basáltica, ricas em silício e magnésio, de baixa densidade.
- Manto: silicatos de alta densidade, ricos em ferro e magnésio.
- Núcleo interno e externo: predominam os metais, ferro e níquel
- Modelo físico: base nas propriedades físicas dos materiais, nos seus
comportamentos.
- Litosfera ( 0-100km): sólida e rigida, comportamento frágil, quebradiço.
- Astenosfera (100-350km): sólida, baixa rigidez e comportamento plástico.
- Mesosfera (350-2900Km): sólida e rígida.
- Endosfera (2900 - +5150Km): núcleo externo: líquido; núcleo interno: sólido.

BIOLOGIA:
A BIOSFERA (0.1)

- Biosfera: camada superficial terrestre capaz de suportar vida. Corresponde ao


subsistema do nosso planeta constituído por todas as formas de vida e pelos
ambientes onde se integram.
- Organização biológica: átomo < molécula < célula < tecido < órgão < sistema de
órgãos < organismo < espécie < população < comunidade < ecossistema < biosfera
- Interações intraespecíficas: relações bióticas entre os seres vivos da própria espécie.
- Interações interespecíficas: entre seres vivos de espécies diferentes.
- Biodiversidade: compreende a variedade de formas de vida atualmente existentes,
conhecidas e desconhecidas, bem como as que se foram extinguindo ao longo da
história do planeta.
- Contribuição do ser humano para a extinção de espécies:
- sobre-exploração de recursos naturais
- introdução de novas espécies, invasoras
- poluição
- agricultura intensiva e desflorestação
- Seres produtores: realizam a fotossíntese ou a quimiossíntese. Transformam matéria
inorgânica em matéria orgânica, autotróficos.
- Seres consumidores: não produzem o seu próprio alimento, necessitando dos seres
produtores para sobreviver, heterotróficos.
- Decompositores: transformam a matéria orgânica em matéria mineral.
- Seres unicelulares: constituídos apenas por uma célula
- Seres multicelulares: constituídos por várias células. Apenas estes atingem níveis de
organização mais complexos.
- Espécie: organismos similares, capazes de se reproduzir entre si, originando
descendentes férteis.
- População: conjunto de seres vivos da mesma espécie que habitam numa
determinada área, num determinado momento.
- Comunidade: interação entre diferentes populações de uma mesma área.
- Ecossistema: conjunto formado por uma comunidade biótica e pelo meio físico
(biótopo) que ocupa, bem como as relações que se estabelecem entre ambos, biótica e
abiótica.
- Interações bióticas: relações entre os organismos de uma comunidade
- Interações abióticas: relações entre os organismos de uma comunidade e os fatores
do meio, luz, temperatura, humidade, etc.

A CÉLULA (0.2)
- Célula: unidade básica da estrutura e do funcionamento de todos os seres vivos.
Surge sempre de células preexistentes. Constituem as unidades de reprodução,
permitindo a transmissão hereditária da informação genética, ao longo de diferentes
gerações.
- Membrana celular: superfície que delimita o meio externo e o meio interno.
- Citoplasma: meio líquido constituído por água, sais e uma grande diversidade de
compostos orgânicos, situado no meio interno.
- DNA: molécula que contém toda a informação necessária para controlar a estrutura e
o funcionamento das células, é comum a todas as células.
- Células procarióticas: presentes nos organismos procariontes, como as bactérias, não
possuem núcleo bem definido, o DNS encontra-se no citoplasma sem qualquer
membrana a envolvê-lo, numa região designada por nucleoide.
- Células eucarióticas: presentes nos organismos eucariontes. O DNA está contido no
núcleo. Podem ser vegetais ou animais.
- As células procarióticas são mais pequenas que as eucarióticas e estruturalmente
mais simples, uma vez que não possuem sistemas membranares no seu interior.
- Organelos: estruturas delimitadas por membranas, que ocorrem no interior de
células eucarióticas.
- Membrana plasmática: barreira entre a célula e o seu exterior, responsável pela troca
de substâncias entre o meio externo e o meio interno, funcionando como um filtro
seletivo.
- Parede celular: existe apenas em células vegetais. Confere forma à célula, concede
suporte estrutural e protege-a de agressões do meio. Natureza celulósica.
- Citoplasma: constituído por uma massa semifluida, o hialoplasma, onde se
encontram suspensos os vários organelos celulares, responsáveis por diversas
atividades celulares. Constituído por água e por moléculas de proteínas.
- Núcleo: maior organelo celular, encontra-se delimitado por uma membrana com
poros. É onde se encontra o material genético, responsável pelo controlo da atividade
celular. É através dos poros nucleares que interage com o citoplasma.
- Retículo endoplasmático: liso: não existem ribossomas, responsável pela produção de
lípidos. Rugoso: apresenta ribossomas, é o local de produção de proteínas. Sintese e
transporte de proteínas e outras substâncias.
- Complexo de Golgi: conjunto de cisternas e vesículas, intervém em fenómenos de
secreção. Protege as proteínas produzidas pelos ribossomas. Forma os lisossomas.
- Lisossomas: apresentam enzimas digestivas, realizando a digestão intracelular,
elimina organitos já danificados.
- Mitocôndria: responsável pela respiração aeróbia. Possui DNA de natureza
procariótica. Possui uma membrana externa e uma interna, podendo a interna
apresentar invaginações.
- Cloroplasto: responsável pela realização da fotossíntese. É onde se encontram os
pigmentos fotossintéticos que conferem cor às folhas. Possui DNA de natureza
procariótica.
- Vacúolo: armazenamento de água e de substâncias. Nas células vegetais é de número
reduzido e de grandes dimensões e nas células animais é de grande número e
dimensões reduzidas.
- Centríolos: constituídos por microtúbulos. Intervêm na divisão celular, pois é a eles
que se ligam os cromossomas. Apenas existem em células animais. Um par de
centríolos é um centrossoma.
- Citoesqueleto: rede de fibras intercruzadas existente no citoplasma, mantém a forma
da célula.
- Constituintes básicos da célula: oxigénio, carbono, hidrogénio, azoto e outros.
- A polaridade da molécula de água explica a capacidade solvente da água, que
permite a ocorrência de uma grande quantidade de reações químicas.
- Compostos inorgânicos: moléculas pequenas e simples, água e sais minerais.
- Compostos orgânicos: moléculas grandes e complexas, em que existem átomos de
carbono ligados a átomos de hidrogénio, produzidas pelos seres vivos.
Macromoléculas, glícidos, prótidos, lípidos, ácidos nucleicos. São também designadas
biomoléculas, devido à sua ocorrência nos seres vivos.
- Monómero: designa, genericamente, cada uma das unidades constituintes de um
polímero.
- Polímero: conjunto de monómeros.
- Polimerização: formação de um polímero, através da ligação entre monómeros,
havendo a libertação de uma molécula de água.
- Despolimerização: quebra de um polímero, através da adição de uma molécula de
água ao mesmo, hidrólise.
- Glícidos:
- Monossacarídeos: constituem o monómero dos glícidos.
- Dissacarídeos: formados por dois monossacarídeos.
- Polissacarídeos: longos polímeros insolúveis em água, podem desempenhar funções
de reserva.
- Ligação glicosídica: ligação entre os diferentes monossacarídeos
- Função: energética (gicose) e estrutural (celulose)
- Prótidos:
- compostos quaternários
- monómeros: aminoácidos.
- Ligação peptídica: ligação entre dois aminoácidos
- Proteínas: macromoléculas constituídas por duas ou mais cadeias polipeptídicas.
Apresentam uma estrutura tridimensional bem definida, necessária para que seja uma
proteína, e sempre mais que 20 aminoácidos.
- Níveis de organização das proteínas:
- estrutura primária: sequência de aminoácidos unidos por ligações peptídicas.
- estrutura secundária: arranjo da cadeia primária em hélice, através do
estabelecimento de ligações de hidrogénio entre grupos amina e carboxilo de
aminoácidos diferentes.
- estrutura terciária: a estrutura secundária dobra-se sobre si própria, adquirindo
uma forma globular.
- estrutura quaternária: várias cadeias globulares estabelecem ligações entre si.
- Haloproteínas: possuem apenas aminoácidos
- Heteroproteínas: possuem uma porção não proteica.
- Desnaturação: quebra de ligações peptídicas.
- Funções: defesa, transporte, reguladora, estrutural, enzimática e motora.
- Lípidos:
- constituem um grupo muito heterogéneo, tendo em comum o facto de serem
insolúveis em água. Ceras, óleos e esteroides.
- monómeros: ácidos gordos e glicerol
- De reserva:
- triglicéridos: constituídos por uma molécula de glicerol e três ácidos gordos.
- ácidos gordos: constituídos por uma cadeia linear de carbonos ligados entre si por
ligações simples, duplas ou triplas, com um grupo terminal carboxilo.
- Ligação éster: entre glicerol e ácidos gordos (1, 2 ou 3)
- Estruturais:
- Fosfolípidos: contêm um grupo fosfato, constituintes da membrana plasmática. São
moléculas anfipáticas, uma vez que possuem uma região hidrofílica, extremidade onde
se encontra o grupo fosfato, e uma região hidrofóbica, extremidade onde se
encontram os ácidos gordos. Cabeça: polar, hidrofílica; Cauda: apolar, hidrofóbica.
- Ácidos nucleicos:
- biomoléculas envolvidas no armazenamento e transferência de informação
genética. São polímeros de nucleótidos.
- Nucleótido: estrutura molecular formada por um grupo fosfato, uma pentose e uma
base azotada.
- Ligação fosfodiéster: ligação entre os nucleótidos
- DNA (ácido desoxirribonucleico): encontra-se em todos os organismos vivos.
- Pentose: desoxirribose
- Bases azotadas: citosina, timina, adenina e guanina
- a molécula é formada por duas cadeias polinucleotídicas, enroladas em hélice,
através de pontes de hidrogénio entre as diferentes bases azotadas.
- a molécula cresce de 5’ para 3’. Intervém na síntese proteica.
- RNA (ácido ribonucleico): responsável pela síntese de proteínas
- organiza-se, geralmente, sob a forma de cadeias simples.
- Pentose: ribose
- bases azotadas: citosina uracilo, adenina e guanina.

OBTENÇÃO DE MATÉRIA PELOS SERES HETEROTRÓFICOS (1.1)

- Seres autotróficos: capazes de sintetizar matéria orgânica a partir de matéria


inorgânica.
- Seres heterotróficos: incapazes de produzir matéria orgânica a partir de matéria
inorgânica. As moléculas orgânicas que elaboram são produzidas a partir de outras
moléculas orgânicas obtidas a partir do seu alimento.
- Membrana celular: fronteira entre o meio extracelular e o meio intracelular,
mantendo a integridade da célula. Constitui uma barreira seletiva através da qual se
processam trocas de substâncias e energia entre a célula e o meio exterior. Funciona
também como um sensor, permitindo à célula modificar-se.
- Estrutura da membrana celular:
- O modelo atualmente aceite é o modelo do mosaico fluido, admitindo que a
membrana não é uma estrutura rígida, existindo movimentos das moléculas que a
constituem, o que lhe confere grande fluidez.
- Fosfolípidos: organizados numa bicamada, bicamada fosfolipídica, com as
extremidades polares, hidrofílicas, formando a face interna e externa da membrana e
as extremidades apolares, hidrofóbicas, a ocupar o interior da bicamada.
- Movimento de fosfolípidos: lateral: os fosfolípidos trocam de posição com outros
que se encontrem na mesma camada, 107 vezes por segundo. Transversal (flip-flop):
de uma camada para a outra, uma vez por mês.
- Proteínas: designadas de acordo com a sua posição na bicamada fosfolipídica.
Proteínas intrínsecas: estão inseridas na membrana, encontrando-se ligadas às regiões
apolares, hidrofóbicas, dos lípidos podendo atravessar a membrana de um lado ao
outro (proteínas transmembranares). Proteínas extrínsecas: encontram-se na
superfície da membrana, podendo ser facilmente isoladas da mesma, uma vez que se
encontram ligadas através de ligações fracas às partes hidrofílicas da membrana
- Colesterol: lípido situado entre as moléculas de fosfolípidos que estabiliza a
membrana, contribuindo para o ajustamento da fluidez.
- Glicocálix: moléculas de glícidos associadas a lípidos e proteínas. A parte glicosídica
está situada na parte externa da membrana. Responsável pelo reconhecimento de
certas substâncias por parte da célula. É através do glicocálix que as células se
reconhecem e se ligam umas às outras, formando tecidos.
- Movimentos através das membranas celulares:
- Ativo: quando ocorre gasto de energia, ATP.
- Passivo: se ocorrerem sem que haja consumo de energia.
-Mediado: realizado com a intervenção de proteínas intrínsecas
- Não mediado: as substâncias atravessam a membrana através da camada
fosfolipídica.
- Meio hipertónico: muito soluto e pouca água, em comparação a outro.
- Meio hipotónico: pouco soluto e muita água, em comparação a outro.
- Difusão simples (passivo, não mediado): ocorre a favor do gradiente de concentração.
As moléculas de um soluto deslocam-se do meio de maior concentração, hipertónico,
para o meio de menor concentração, hipotónico, através da bicamada fosfolipídica.
Quando se atinge o equilíbrio, o movimento não para. No entanto, o numero de
moléculas que atravessa a membrana num sentido é idêntico ao numero que atravessa
no sentido oposto, por isso não ocorrem alterações nas concentrações em qualquer
um dos lados da membrana. Permite a passagem de algumas moléculas apolares e de
iões.
- Osmose (passivo, mediado): movimento de água de um meio hipotónico, com menor
pressão osmótica, para um meio hipertónico, com maior pressão osmótica. Em meios
isotónicos, o fluxo de entrada da água é igual ao fluxo de saída. Feita através de canais
proteicos, as aquaporinas.
- Aquaporinas: funcionam como túneis que permitem que a água atravesse a camada
fosfolipídica.
- Pressão osmótica: força contrária à entrada de água, exercida pela parede celular.
Pressão necessária para contrabalançar a tendência da água se mover de uma solução
hipotónica para uma solução hipertónica. Quanto maior a concentração de soluto no
meio, maior a pressão osmótica. A pressão osmótica é, então, superior em meios
hipertónicos
- A velocidade osmótica é diretamente proporcional à diferença de concentração
entre dois meios. Quanto maior a diferença de concentração, maior a velocidade.
- Plasmólise: a célula perde água, diminuindo o seu volume celular e ficando
plasmolisada.
- Turgescência: a célula ganha água, aumentando o seu volume celular e a pressão
sobre a membrana, pressão de turgescência. Nas células animais, a turgescência pode
conduzir à rutura da membrana celular, lise celular, uma vez que não apresentam
parede celular.
- Difusão facilitada (passivo, mediado): as moléculas movem-se a favor do gradiente de
concentração, através de permeases, específicas para cada substância, ou
atravessando proteínas-canal (Na+ e K+). A permease modifica a sua forma, de maneira
a que a molécula atravesse a membrana regressando, em seguida, à sua forma inicial.
- Processo: 1- ligação da molécula à permease
2- alteração da forma da permease, permitindo a passagem da molécula
através da membrana e a sua separação da respetiva permease.
3- regresso da permease à sua forma inicial.
- A velocidade aumenta com a concentração, mas só até ao ponto em que todas as
permeases estão ocupadas. Neste momento, a velocidade estabiliza, mesmo que a
concentração aumente.
- Transporte ativo (ativo, mediado): ocorre contra o gradiente de concentração, com
gasto de energia.
- Bomba sódio-potássio: O Na+ citoplasmático, no interior da célula, liga-se a uma
ATPase, juntamente com um ATP, formando ADP+P. Esta desfosforilação faz com que
o Na+ seja libertado para o exterior da célula. Posteriormente, o K+ liga-se à ATPase, no
lado extracelular, conduzindo à libertação do grupo fosfato proveniente da
desfosforilação. De seguida, é restaurada a forma da ATPase, sendo o K + libertado para
o interior da célula.
- Endocitose: a célula transporta para o citoplasma moléculas do meio exterior,
rodeando-as por uma membrana. Este processo inicia-se coma formação de uma
invaginação da membrana que vai, progressivamente, englobando o material
extracelular. Esta invaginação destaca-se da membrana, formando uma vesícula
endocítica.
- Fagocitose: A célula emite prolongamentos citoplasmáticos, pseudópodes, que
envolvem partículas de grandes dimensões, ou mesmo células inteiras, acabando por
formar uma vesícula que se destaca para o interior do citoplasma.
- Pinocitose: a membrana celular, por invaginação, engloba fluido extracelular
contendo macromoléculas dissolvidas. Esta invaginação evolui para a formação de
pequenas vesículas endocíticas.
- Exocitose: as vesículas de secreção existentes no citoplasma fundem-se com a
membrana e libertam o seu conteúdo no meio extracelular. Os materiais libertados
podem corresponder a produtos de excreção ou secreções resultantes do
metabolismo celular.
- Durante a digestão, moléculas orgânicas complexas , como polissacarídeos ou
proteínas, são hidrolisadas, através da ação de enzimas, convertendo-se em moléculas
orgânicas mais simples, como monossacarídeos ou aminoácidos, capazes de passar por
absorção para o meio interno.
- Digestão extracelular: ocorre no exterior das células
- Digestão intracelular: ocorre no interior das células, em vacúolos digestivos
- Sistema endomembranar: constituída pela membrana do invólucro nuclear, retículo
endoplasmático e complexo de Golgi.
- Retículo endoplasmático rugoso: conjunto de cisternas achatadas, túbulos e
vesículas elétricas. É o local de síntese das proteínas com função enzimática, enquanto
que o REL se encontra envolvido na síntese de fosfolípidos e na elaboração de novas
membranas.
- Complexo de Golgi: conjunto de todos os dictiossomas da célula. Cada dictiossoma
é composto por um conjunto de cisternas achatadas e empilhadas de forma regular.
Possuem uma face convexa, face de formação, virada para o retículo endoplasmático,
e uma face côncava, face de maturação, onde se forma vesículas, virada para a
membrana plasmática. No seu interior as enzimas sofrem maturação, dando origem a
vesículas de secreção.
- Lisossomas: pequenas vesículas delimitadas por uma membrana, contendo vários
tipos de enzimas. Formam-se na face de maturação do Complexo de Golgi, podendo
unir-se a uma vesícula endocítica, formando um vacúolo digestivo. É aqui que ocorre a
heterofagia, digestão de partículas captadas por endocitose, que se juntam a enzimas
provenientes do lisossoma. Dá-se também a autofagia, digestão dos próprios
organelos celulares, formando vacúolos autofágicos, contribuindo para a renovação
celular.
- Ingestão: entrada dos alimentos para o organismo
- Digestão: processo de transformação das macromoléculas em moléculas mais
simples, com o auxílio de enzimas.
- Absorção: processo de passagem dos nutrientes resultantes da digestão para o meio
interno, sangue e linfa.
- Digestão extracelular: ocorre no exterior do organismo, nos fungos, ou no interior do
corpo do organismo, em órgãos especializados, nos animais.
- Tubo digestivo incompleto: apresenta uma única abertura que estabelece a
comunicação entre o exterior e a cavidade digestiva, designada por cavidade
gastrovascular. Para além da ingestão, a abertura permite também a saída de resíduos
alimentares.
- Tubo digestivo completo: tubo digestivo de animais mais complexos, como a minhoca
e o ser humano, possuindo duas aberturas, a boca e o ânus.
- Sistema digestivo incompleto: a digestão extracelular ocorre na cavidade
gastrovascular, onde são lançadas enzimas que atuam sobre os alimentos e os
transformam em partículas mais simples. Estas partículas, parcialmente digeridas, são
fagocitadas por células que prosseguem a digestão dentro de vacúolos digestivos,
digestão intracelular, ocorrendo a difusão das moléculas simples para o citoplasma e
para outras células do organismo. Na planária, a existência de faringe permite ao
animal captar os alimentos. A existência de ramificações favorece a absorção e a
distribuição ais eficaz dos nutrientes pelo organismo.
- Sistema digestivo completo: permite uma digestão e uma absorção sequenciais, uma
vez que os alimentos se deslocam apenas num sentido.
- Minhoca: A digestão é exclusivamente extracelular. O alimento entra pela boca, é
sugado pela faringe, passa pelo esófago e deste para o papo, estômago, onde é
acumulado e humidificado. De seguida, passa para a moela, onde é triturado. O
alimento, fracionado por digestão mecânica, segue para o intestino, onde sofre a ação
de enzimas, que o digerem quimicamente, e onde ocorre a absorção de substâncias
mais simples. A superfície de absorção é aumentada pela existência de uma prega
dorsal, a tiflosole. Os resíduos alimentares não absorvidos são eliminados pelo ânus.
- Vertebrados: A digestão é exclusivamente extracelular, verificando-se uma grande
especialização funcional dos seus órgãos. Na boca inicia-se a digestão mecânica e
química, através da mastigação e da ação de enximas presentes na saliva. Esta
digestão continua no estômago e no intestino delgado, onde são produzidas enzimas
específicas. No intestino delgado, o suco pancreático e a bílis (responsável por dividir
as gorduras), provenientes, respetivamente, do pâncreas e do fígado, intervêm
também na digestão. No intestino delgado dá-se inicio ao processo de absorção para o
sangue e para linfa, facilitada pela existência de vilosidades intestinais, ricamente
vascularizadas, aumentando significativamente a área de absorção. No intestino grosso
acumulam-se os resíduos alimentares, ocorrendo a reabsorção de água antes de serem
eliminados através do ânus. Os herbívoros apresentam um estômago mais volumoso e
um intestino mais comprido.

OBTENÇÃO DE MATÉRIA PELOS SERES AUTOTRÓFICOS (1.2)

- Fotossíntese: permite a produção de substâncias orgânicas através de substâncias


inorgânicas, produção primária. Transforma a energia luminosa em energia química,
que fica armazenada nos compostos orgânicos sintetizados. Produz oxigénio, gás
essencial para a sobrevivência da maioria dos seres vivos.
- Os pigmentos fotossintéticos, dos quais se destaca a clorofila, estão presentes, no
caso das plantas e das algas, no interior dos cloroplastos.
- Reagentes: água e dióxido de carbono
- Produtos de reação: oxigénio, glicose e água.
- A fotossíntese compreende dois processos, a fase fotoquímica, fase dependente da
luz, e a fase química, independente da luz.
- Fase fotoquímica:
- a energia luminosa é captada pelos pigmentos fotossintéticos, localizados nas
membranas internas do cloroplasto, os tilacoides. Essa energia é convertida em
energia química, utilizada na fase não dependente da luz.
- oxidação da clorofila e redução do NADP+: a clorofila, quando excitada pela luz,
perde eletrões, ficando oxidada. Os eletrões provenientes da fotólise da água são
transferidos para a clorofila, ao longo de uma cadeia transportadora de eletrões,
gerando energia suficiente para que protões existentes no estoma sejam bombeados,
por transporte ativo, para o interior dos tilacoides, criando uma diferença na
concentração de H+. Assim, o interior dos tilacóides apresenta elevada concentração
de H+, ou seja, um pH reduzido, enquanto que o seu exterior apresenta uma baixa
concentração de H+, pH elevado. Estes, presentes em maior concentração no interior
dos tilacoides, atravessam a membrana, por difusão facilitada, através da última
proteína da cadeia transportadora (ATP-sintetase), libertando energia, e
proporcionando a formação de ATP. A transferência dos eletrões ao longo da cadeia
transportadora contribui também para a redução do NADP + a NADPH.
- fotólise da água: desdobramento da molécula de água em hidrogénio e oxigénio,
por ação da luz. O oxigénio é imediatamente libertado e os hidrogénios cedem os seus
eletrões , que vão ser captados pela clorofila, reduzindo-a. Neste processo, a água é
oxidada, sendo considerada o dador primário de eletrões e de protões H +.

- Fase química:
- Inicia-se com a combinação de CO2 com uma pentose (glícido formado por 5 átomos
de carbono), a RuDP, fixando-se e originando uma molécula instável de 6 átomos de
carbono, rubisco. Imediatamente formam-se duas moléculas compostas por 3
carbonos (PGA). Estas, por sua vez, recebem a energia proveniente do ATP, sofrendo
fosforilização, e sofrem o poder redutor do NADPH, formando PGAL. Parte destas
moléculas abandonam o ciclo, sendo utilizadas na síntese de compostos orgânicos,
como a glicose. As restantes moléculas resultantes dos processos anteriores são
fosforiladas e utilizadas na regeneração da molécula aceitadora de dióxido de carbono,
a RuDP.
- Por cada 12 moléculas de PGAL formadas, 10 são utilizadas para regenerar a RuDP e
apenas 2 (produto de um ciclo) contribuem para a síntese de compostos orgânicos.
- Para que se forme uma molécula de glicose é necessário que o ciclo se repita seis
vezes, gastando-se 6 carbonos, 18ATP (3 em cada ciclo) e 12NADPH (2 em cada ciclo).

O TRANSPORTE NAS PLANTAS (2.1)

- Água e sais minerais entram por absorção através da raíz.


- Plantas avasculares: não possuem tecidos especializados na condução de substâncias
(musgos). A água movimenta-se por osmose através da superfície, continuando dessa
forma o trajeto no seu interior.
- Plantas vasculares: possuem dois tipos de tecidos especializados no transporte de
substâncias, o xilema e o floema.
- A água e o oxigénio libertam-se através do estoma, porta de entrada para o dióxido
de carbono. Os estomas controlam a transpiração. Cerca de 99% da água absorvida
pelas raízes é perdida sob a forma de vapor. Porém, é substituída por outra
transportada juntamente com sais minerais.
- Absorção radicular: A maior parte da água e dos sais minerais necessários à planta
são absorvidos pela epiderme e pelos pelos radiculares (extensões das células da
epiderme), tornando maior a área de absorção da raíz. O meio intracelular da raíz é
hipertónico em relação ao solo, o que leva à constante entrada de água.
- Xilema:
- conduz seiva bruta, constituída por água e sais minerais.
- elementos de vasos: células mortas e lenhificadas, especializadas no transporte.
- tilacóides: células mortas e longas.
- fibras lenhosas: células mortas, dão resistência e têm função de transporte
- parênquima lenhoso: células vivas, desempenham funções de reserva
(armazenamento de água e alimentos).
- efetua o transporte das raízes até às folhas, fluxo unidirecional.
- Floema:
- conduz seiva elaborada, constituída sobretudo por água e substâncias orgânicas,
como a sacarose.
- células dos tubos crivosos: células vivas não lenhificadas, especializadas no
transporte.
- células companhia: células vivas, junto das células dos tubos crivosos, ajudando-as
no seu funcionamento.
- parênquima liberino: células vivas com pouca diferenciação, funções de reserva.
- fibras liberinas: células mortas mais ou menos longas, funções de suporte.
- efetua o transporte desde as células produtoras, folhas, até às células de consumo,
todas as partes da planta, em especial as zonas de crescimento, ou desde locais de
armazenamento, raízes e caules subterrâneos, até aos locais de consumo. Fluxo
bidirecional.
- Translocação xilémica: movimento da seiva bruta no xilema
- Translocação floémica: movimento da seiva elaborada no floema.
- Mecanismo de abertura e fecho dos estomas:
- célula plasmolisada: estomas fechados; célula túrgida: estomas abertos
- a parede das células guarda é mais espessa no interior, que delimita o ostíolo, do
que no seu resto.
- a abertura e fecho dos estomas depende de vários fatores, tais como a luz,
temperatura, vento e quantidade de água no solo
- os estomas abrem devido ao transporte ativo do ião potássio para dentro das
células guarda, acompanhado por água (osmose), tornando a célula túrgida.
- este sistema tem como função controlar a quantidade de luz absorvida pela planta
e a quantidade de matéria orgânica que a mesma liberta.
- Transporte no xilema:
- teoria da pressão radicular: a pressão radicular é a força que impulsiona a água
desde a epiderme das raízes até ao xilema. A continua acumulação de iões nas células
da raíz faz com que esteja constantemente a entrar água. A acumulação desta água
provoca uma tensão na raíz, obrigando a água a subir no xilema. No entanto, esta
pressão não é suficiente para explicar a ascensão de água até ao topo de uma árvore e,
para além disso, existem plantas que não apresentam pressão radicular, evidenciada
pelos fenómenos de exsudação e de gutação.
- teoria da tensão-coesão-adesão: a transpiração por parte das folhas, através dos
estomas, gera forças de tensão no interior da folha, obrigando a água a ascender no
xilema. As propriedades de coesão-adesão da água permitem uma manutenção da
coluna de água desde a raíz até às folhas, que se desloca de baixo para cima, em
direção à fonte de tensão. A ascensão da coluna de água conduz a um défice de água
no xilema da raíz, favorecendo a entrada da mesma, do solo para as células da raíz até
ao xilema.
- alguns fatores ambientais podem afetar a taxa de transpiração, conduzindo a
variações da velocidade de translocação xilémica. Numa atmosfera mais seca, por
exemplo, as taxas de transpiração tendem a aumentar. A formação de bolhas de ar no
interior do xilema, devido a transpiração excessiva, falta de água no solo ou perfuração
dos vasos xilémicos, pode interromper a continuidade da coluna de água num vaso
xilémico, impedindo a translocação de seiva bruta.
- Transporte no floema:
- hipótese do fluxo de massa:
- 1: a glicose resultante da fotossíntese é convertida em sacarose
- 2: passa para as células companhia por transporte
ativo e destas para o floema, aravés de ligações
citoplasmáticas.
- 3: à media que aumenta a concentração de
sacarose nas células dos tubos crivosos, a pressão
osmótica aumenta, provocando a entrada de água,
ficando as células túrgidas.
- 4: a água entra nas células dos tubos crivosos,
vinda do xilema, aumentando a pressão de
turgescência, provocando o movimento da seiva
elaborada de umas células para as outras, ao longo do
floema, no sentido da menor pressão.
- 5: há, então, um movimento de regiões de elevada
pressão osmótica para regiões de baixa pressão
osmótica.
- 6: a sacarose é retirada do floema para os locais de consumo, por transporte ativo.
- 7: à medida que o açúcar sai dos tubos crivosos, a pressão osmótica diminui,
provocando a saída de água de volta para o xilema.
- 8: nos órgãos de reserva a sacarose é novamente convertida em glicose.

O TRANSPORTE NOS ANIMAIS (2.2)

- Animais sem sistema de transporte: o transporte de substâncias para dentro e para


fora do animal é feito através de difusão simples, ao longo de toda a sua superfície
corporal ou através da cavidade gastro vascular.
- Um sistema de transporte tem sempre: um fluido circulante, que garante o
transporte de nutrientes, as trocas gasosas, a circulação de substâncias reguladoras e o
transporte dos resíduos, um órgão propulsor, destinado a impulsionar o fluido
circulante, e um sistema de vasos, que estabelece a ligação entre o órgão propulsor e
os diferentes tecidos e órgãos.
- Sistema circulatório aberto: o fluido, hemolinfa, é libertado para vasos que terminam
em aberturas, por onde este é libertado para o hemocélio. Hemolinfa desloca-se
lentamente , uma vez que não é bombeada, sendo, por isso, este tipo de sistema
menos eficiente no transporte de nutrientes às células.
- insetos: o aparelho circulatório é constituído por um vaso dorsal com pequenas
dilatações na região abdominal correspondentes a um coração tubular. Esta região
prolonga-se através da aorta, que encaminha o fluido circulante para a região anterior
do corpo, contactando diretamente com os diferentes tecidos do animal. Após banhar
as células, o fluido regressa ao sistema circulatório através de orifícios com válvulas,
ostíolos, existentes no coração. Neste sistema circulatório a hemolinfa sai dos vasos e
mistura-se com o liquido intersticial que banha as células, sendo classificado como um
sistema circulatório aberto.
- Sistema circulatório fechado: o fluido circulante, sangue, nunca abandona os vasos,
não se misturando com o fluido intersticial.
- o sangue flui mais rapidamente que nos sistemas circulatórios abertos, aumentando
a eficiência do transporte de materiais às células, assegurando níveis mais elevados de
taxas metabólicas.
- circulação simples: o sangue efetua apenas um trajeto, passando uma vez pelo
coração, sob a forma de sangue venoso.
- circulação dupla: o sangue percorre dois trajetos distintos:
- circulação pulmonar: o sangue sai do ventrículo único ou do ventrículo direito para
a artéria pulmonar, que se ramifica para os órgãos onde é oxigenado, regressando à
aurícula esquerda pelas veias pulmonares.
- circulação sistémica: o sangue sai do ventrículo único ou do ventrículo esquerdo
para a artéria aorta em direção aos tecidos, regressando à aurícula direita pelas veias
cavas.
- minhoca: existem dois vasos principais, um dorsal e um ventral, que comunicam
entre si por vasos laterais. O vaso dorsal possui a capacidade contrátil, funcionando
como um coração que bombeia o sangue da parte de trás para a frente do corpo. Na
parte anterior do corpo existem cinco vasos laterais, arcos aórticos, também com
capacidade contrátil, que impulsionam o sangue para o vaso ventral, distribuindo-o
pela densa rede capilar do animal.
- peixe: o coração possui apenas uma aurícula e um ventrículo, passando o sangue
apenas uma vez pelo coração, sob a forma de sangue venoso. A aurícula recebe o
sangue venoso e envia-o para o ventrículo, que o impulsiona para as brânquias, onde
ocorrem as trocas gasosas. Dos capilares branquiais, o sangue oxigenado segue para os
tecidos e órgãos, com baixa velocidade e pressão. A pressão é maior após a contração
do ventrículo, diminuindo aquando da passagem pelos capilares branquiais, tornando
o processo pouco eficiente.
- anfíbios: circulação dupla e incompleta, coração com duas aurículas e um
ventrículo. A aurícula direita recebe o sangue venoso e a esquerda o arterial,
recebendo o ventrículo ambos. As circulações pulmonar e sistémica não são
independentes, ocorrendo mistura parcial de sangue venoso e arterial no ventrículo. É
mais eficaz, uma vez que o sangue, bombeado diretamente do coração para os
capilares dos diferentes órgãos, chega com maior velocidade e pressão aos tecidos, o
que aumenta a eficácia das trocas. Possui a desvantagem de ocorrer uma mistura
parcial dos dois tipos de sangue no ventrículo, afetando a concentração de oxigénio no
sangue arterial.
- répteis: circulação dupla e incompleta, coração com duas aurículas e um ventrículo.
A mistura de sangues é mínima, uma vez que o ventrículo possui um septo incompleto.
- aves e mamíferos: circulação dupla e completa, coração com duas aurículas e dois
ventrículos. No lado direito do coração apenas circula sangue venoso e no lado
esquerdo apenas sangue arterial. As circulações pulmonar e sistémica são
independentes, não ocorrendo misturas de sangue no coração. Esta circulação garante
um maior aporte de oxigénio às células , o que permite taxas metabólicas superiores,
com maior produção de energia. Este aumento reflete-se numa maior capacidade de
produção de calor, permitindo manter constante a temperatura corporal.
- Ciclo cardíaco: 1- diástole geral; 2- sístole auricular; 3- sístole ventricular.
- O sangue regressa ao coração devido à existência de válvulas no interior das veias,
que impedem o refluxo de sangue.
- Sistema linfático:
- Linfa: forma-se a partir do sangue, plasma e alguns leucócitos.
- Chama-se linfa intersticial assim que sai dos vasos sanguíneos para os espaços
intersticiais e linfa circulante quando começa a ser abundante e é captada por vasos
linfáticos.
- funções: recolher e retornar o fluido intersticial ao coração, defesa do organismo
com mecanismos imunitários e absorção de lípidos no tubo digestivo.

OBTENÇÃO DE ENERGIA (3.1)


- As transferências de energia estão intimamente ligadas à transferência de matéria
orgânica, uma vez que s moléculas orgânicas possuem ligações químicas ricas em
energia.
- Vias anabólicas: reações metabólicas em que ocorre síntese de moléculas complexas
a partir de moléculas mais simples. Envolve reações endoenergéticas, uma vez que
ocorre consumo de ATP.
- Vias catabólicas: reações metabólicas em que os compostos orgânicos são
degradados em moléculas mais simples. Envolve reações exoenergéticas, uma vez que
ocorre libertação de energia, permitindo a síntese do ATP. A fermentação e a
respiração aeróbia são exemplos de vias catabólicas.
- Catabolismo: reagentes têm muito mais energia que os produtos de reação, cedeu-se
energia.
- Anabolismo: produtos têm muito mais energia que os reagentes, forneceu-se
energia.
- Respiração aeróbia: acetor final de eletrões é o oxigénio.
- Fermentação: acetor final de eletrões são as moléculas orgânicas, o ácido pirúvico.
- Seres anaeróbios: metabolizam na ausência de oxigénio
- Seres aeróbios: metabolizam na presença de oxigénio
- Seres anaeróbios facultativos: na ausência de oxigénio realizam fermentação
- Seres anaeróbios obrigatórios: incapazes de funcionar na presença de oxigénio,
podendo este gás ser tóxico.
- Fermentação:
- processo anaeróbio realizado por certas espécies de bactérias e leveduras
- glicólise: degrada a glicose, transformando-a em duas moléculas de ácido pirúvico.
- fase de ativação: há gasto de 2ATP, desfosforilação da glicose, de maneira a que
esta seja quimicamente ativada
- fase de rendimento: NAD+ é reduzido, formando 2NADH, ADP sofre fosforilação,
formando 4ATP. Por fim, formam-se dois ácidos pirúvicos.
- rendimento energético: 2ATP, uma vez que dois são utilizados na fase de ativação
da glicose.
- redução do ácido pirúvico:
- fermentação alcoólica: o ácido pirúvico é descarboxilado, originando acetaldeído
que é posteriormente reduzido pelo NADH, formando álcool etílico.
- fermentação lática: o ácido pirúvico é reduzido pelo NADH, formando ácido lático.
- Respiração aeróbia: parte do processo ocorre na mitocôndria
- 1ª etapa - glicólise: há gasto de 2ATP, de maneira que a glicose seja quimicamente
ativada. Ocorre no hialoplasma.
- 2ª etapa - formação de acetil-coenzima A: ocorre na matriz mitocondrial, o ácido
pirúvico é descarboxilado, liberta 1CO2 , e oxidado, reduzindo o NAD+ a NADH+H+
(oxidação-redução).
- 3ª etapa - ciclo de Krebs: ocorre na matriz mitocondrial. Conduz à oxidação
completa da glicose. Cada molécula de glicose forma duas moléculas de ácido pirúvico,
que formam 2 acetil-coenzima A, ocorrendo dois ciclos de Krebs por cada molécula de
glicose degradada. Assim, há uma redução de 6NAD+, formando-se 6NADH+H+,
redução de 2FAD, formando-se 2FADH2, duas fosforilações de ADP, formando-se 2ATP
e quatro descarboxilações, formando-se 4CO2.
- 4ª etapa – cadeia transportadora de eletrões: ocorre na crista mitocondrial, onde se
encontram, em cadeia, cadeias transportadoras. À medida que o NADH e o FADH 2
percorrem a cadeia de acordo com a afinidade das moléculas, potencial redox, vão
constantemente libertando energia, utilizada para a formação de ATP. Cada
transportador tem maior potencial redox que o transportador que o antecede. O
oxigénio, aceitador final de eletrões, depois de os receber, reduz-se, formando H 2O.
por cada molécula de NADH+H+ que percorre a cadeia formam-se 3ATP e por cada
molécula de FADH2 formam-se 2ATP. O rendimento energético varia, então, entre 36 e
38ATP.
- Do ponto de vista energético, a fermentação, apesar de mais rápida, é um processo
menos rentável, uma vez que apenas se obtém 2ATP, enquanto que a respiração
aeróbia permite a obtenção de 36/38ATP.

TROCAS GASOSAS EM SERES MULTICELULARES (3.2)

- As trocas gasosas nas plantas estão associadas a: transpiração, fotossíntese e


respiração aeróbia.
- É através dos estomas, localizados principalmente nas folhas, que ocorrem as trocas
gasosas com o meio externo. Os estomas são constituídos por duas células guarda que
delimitam uma abertura, o ostíolo, através do qual ocorrem as trocas gasosas. Nessas
células, as paredes celulares, que limitam a abertura são mais espessas que as paredes
opostas, o que lhes permite variar a abertura do ostíolo em função do seu grau de
turgescência. Quando as células-guarda estão túrgidas, a pressão sobre as paredes que
delimitam o ostíolo aumenta e os ostíolos abrem. Quando estas células perdem água,
ficam plasmolisadas, a pressão de turgescência diminui sobre as paredes da célula e o
estoma fecha.
- O aumento de iões K+ no interior das células-guarda, por transporte ativo, faz
aumentar a pressão osmótica, provocando a entrada de água por osmose com
consequente aumento da turgescência e abertura do estoma. A saída dos iões K +, por
difusão, provoca a saída de água para as célula vizinhas, diminuindo o volume celular
com consequente fecho dos estomas.
- Nos animais, os gases respiratórios entram e saem do seu meio interno através de
superfícies respiratórias, por difusão. O sentido e a velocidade desse movimento são
determinados pela diferença de pressão dos gases entre o meio externo e o meio
interno, difundindo-se sempre das zonas de maior pressão para as zonas de menor
pressão.
- Difusão direta: as trocas ocorrem diretamente entre o meio externo e o meio interno
das células, sem intervenção de fluido de transporte.
- Difusão indireta: as trocas entre o meio externo e o meio interno fazem-se com
intervenção de um fluido circulante.
- Hematose: termo utilizado para designar as trocas gasosas ocorridas nas superfícies
respiratórias dos animais.
- Características das superfícies respiratórias:
- húmidas, permitindo a dissolução de gases, necessária à difusão.
- finas, favorecendo a difusão
- muito vascularizadas, aumentando a rapidez das trocas
- grande área relativamente ao volume dos órgãos em que se situam.
- Insetos: realizam difusão direta, através de um sistema traqueal. O sistema traqueal é
constituída por um conjunto de canais, traqueias, que se vão ramificando até se
encontrarem em contacto com as células, onde ocorrem as trocas gasosas. Tendo em
conta que o conjunto de canais pode ser considerado superfície respiratória, é possível
assumir a ocorrência de hematose traqueal. Os gases entram e saem através dos
espiráculos, aberturas situadas na superfície, e difundem-se de forma direta e rápida,
sem intervenção de fluidos, permitindo aos animais elevadas taxas metabólicas.
- Minhoca: os gases difundem-se entre a superfície do corpo do animal e o sangue,
ocorrendo difusão indireta. A ocorrência de hematose cutânea é possível graças à
abundante vascularização existente por debaixo da pele do animal, designada por
tegumento, constantemente humedecido. Este mecanismo ocorre também nos
anfíbios, como complemento da hematose pulmonar dos animais adultos.
- Peixes: as trocas gasosas ocorrem através de brânquias, situadas entre a faringe e o
opérculo. As brânquias são constituídas por uma grande quantidade de lamelas
ricamente vascularizadas, apresentando uma significativa área de contacto com a
água, e são banhadas por um fluxo de água que entra pela boca e sai pela fenda
opercular, garantindo uma eficaz ventilação daquelas estruturas. Nas lamelas o sangue
circula em sentido oposto ao da passagem da água (mecanismo contracorrente),
garantindo o contacto do sangue, progressivamente mais rico em oxigénio, com água,
cuja pressão parcial de oxigénio é sempre superior à que existe no sangue.
- Anfíbios: a hematose pulmonar ocorre nos pulmões, pouco desenvolvidos, e é
completada pela hematose cutânea ao nível da pele, sempre húmida.
- Aves: as aves apresentam pulmões com ausência de alvéolos e com a existência de
um sistema de tubos que se vão ramificando até ao nível de parabrônquios. Nestas
estruturas muito finas e irrigadas por capilares sanguíneos, o ar flui em direção oposta
ao do sangue nos capilares. Os sacos áereos permitem uma ventilação unidirecional do
ar nos pulmões, mantendo um fluxo constante de ar rico em oxigénio. Os sacos aéreos
permitem ainda reduzir a humidade do corpo do animal e dissipar o calor libertado
durante o voo, conseguindo a hematose ser muito eficiente, mesmo a elevadas
altitudes, onde a concentração de oxigénio é mais baixa. O ciclo respiratório
compreende duas inspirações e duas expirações. Na primeira inspiração o ar entra pela
traqueia para os sacos posteriores, passando destes para os pulmões, na primeira
expiração. Na segunda inspiração, entra novo ar nos sacos posteriores e o ar dos
pulmões sai para os sacos anteriores e na segunda expiração o ar dos sacos aéreos
anteriores é expulso para o exterior e novo ar passa dos sacos posteriores para os
pulmões.
- Ser humano: sistema respiratório constituído por uma rede de tubos cada vez menor,
que terminam em alvéolos pulmonares. As vias respiratórias permitem não só o trajeto
do ar nos dois sentidos, mas também o progressivo aquecimento do ar e a retenção de
partículas em suspensão. Os pulmões estão localizados na caixa torácica. Os milhões
de alvéolos que os constituem , envolvidos por capilares sanguíneos, garantem uma
área de hematose várias vezes superior à da superfície do corpo. A produção de fluidos
nessas superfícies e a sua localização favorecem a humidificação necessária à
hematose.
REGULAÇÃO NERVOSA E HORMONAL EM ANIMAIS (4.1)

- Homeostasia: existência de um equilíbrio dinâmico nos sistemas biológicos.


- Neurónios: células altamente estimuláveis, capazes de detetar pequenas alterações
no meio.
- corpo celular: onde se localiza o núcleo e a maior parte do citoplasma com os
restantes organelos
- dendrites: ramificações citoplasmáticas que recebem o impulso nervoso deoutros
neurónios ou dos órgãos recetores.
- axónio: fibra fina e longa, que conduz o impulso e o transmite a outro neurónio, ou
a outro tipo de células.
- fibra nervosa: conjunto do axónio e da bainha de mielina que o envolve
- nervo: conjunto de fibras nervosas ligadas através do tecido conjuntivo
- A transmissão do impulso nervoso ao longo dos neurónios e de um neurónio para o
outro é um processo eletroquímico.
- Potencial de membrana: diferença de potencial entre as duas faces da membrana.
- Potencial de repouso: ocorre quando o neurónio não está a transmitir impulsos e é
da ordem dos -70mV, uma vez que o interior da célula tem carga global negativa,
comparativamente com o exterior. Este potencial de repouso deve-se à diferença de
concentrações dos iões Na+ e K+ dentro e fora da célula, mantida devido ao
funcionamento de bombas sódio-potássio. A bomba sódio-potássio bombeia 3Na + para
o meio externo e 2K+ para o meio interno, contrariando o movimento de difusão
passiva destes iões. A quantidade de iões K+ que sai da célula por transporte passivo
supera a quantidade de iões Na+ que entra na célula. Na membrana existem canais que
permitem a passagem de K+ e de Na+ de forma passiva, que se encontram fechados
quando o neurónio se encontra em repouso e abrem quando a célula é estimulada.
- Despolarização: alteração brusca da diferença de potencial. Quando um neurónio é
atingido por um determinado estímulo, os canais de Na+ (positivo) abrem-se,
conduzindo a uma rápida entrada do mesmo, fazendo com que o potencial de
membrana passe de -70mV para +35mV.
- Potencial de ação: rápida alteração do potencial elétrico, na ordem dos 105mV, que
ocorre durante a despolarização.
- Repolarização: queda do potencial de membrana, até se atingir o seu valor de
repouso, -70mV. Quando o potencial de ação atinge o seu pico, abrem-se os canais de
K+, fechando-se os de Na+, voltando a acionar-se a bomba sódio-potássio.
- O estímulo tem que ter uma determinada intensidade para gerar um potencial de
ação.
- Estímulo limiar: estimulo mínimo para desencadear um potencial de ação.
- Uma vez ultrapassado o estímulo limiar e, portanto, estimulado o neurónio, o
potencial de ação é igual, independentemente da intensidade do estímulo. O potencial
de ação gerado na membrana estimulada leva à despolarização da área vizinha.
- Impulso nervoso: sucessão de despolarização e de repolarização ao longo da
membrana do neurónio. Faz-se num único sentido, das dendrites para o axónio. A sua
rápida propagação nos neurónios dos vertebrados deve-se à existência da bainha de
mielina, que recobre os axónios.
- Bainha de mielina: formada por camadas concêntricas de membranas das células de
Schwann, recobre os axónios.
- Nódulos de Ranvier: pequenas interrupções entre os diferentes axónios, nas quais a
superfície do axónio fica exposta.
- O potencial de ação despolariza a membrana do axónio unicamente na região dos
nódulos de Ranvier, fazendo com que o impulso nervoso salte de um nódulo para o
seguinte, permitindo uma velocidade de propagação muito mais elevada em relação à
que se verifica nos neurónios desmielinizados.
- Sinapse: passagem do impulso nervoso de um neurónio para o outro.
- Fenda sináptica: espaço entre as membranas celulares, nas sinapses químicas.
- Neurotransmissores: substâncias químicas libertadas para a fenda sináptica quando o
impulso nervoso atinge as extremidades do axónio pré-sináptico, nas sinapses
químicas. Encontram-se armazenados em vesículas que se fundem com a membrana
do axónio, por ação do impulso nervoso, o que permite o seu lançamento na fenda
sináptica, por exocitose. Ao ligarem-se a recetores da membrana pós-sináptica,
provocam a abertura dos canais de Na+, conduzindo à entrada do mesmo na célula, o
que provoca a despolarização da membrana, originando um impulso nervoso nessa
célula.
- Sinapse química: mais comum e ocorre por ação de neurotransmissores.
- Sinapse elétrica: menos comum e ocorre sem intervenção de neurotransmissores,
uma vez que, nestas sinapses, existem alguns pontos de contacto entre as membranas
das células, permitindo que a despolarização se propague continuamente.

11º ano

BIOLOGIA:

CRESCIMENTO E RENOVAÇÃO CELULAR (5.1)

- RNA (ácido ribonucleico):


- monómero: nucleótido
- constituição de um nucleótido: uma base azotada (citosina, adenina, guanina,
uracilo), uma pentose e um grupo fosfato.
- apesar de se dobrar para manter a sua estrutura, é apenas constituído por uma
cadeia.
- nas células procarióticas encontra-se no citoplasma, enquanto que nas eucarióticas,
as diferentes moléculas de RNA são sintetizadas no interior do núcleo, migrando
posteriormente para o citoplasma, onde desempenham as suas funções.
- DNA (ácido desoxirribonucleico):
- monómero: nucleótido
- constituição de um nucleótido: uma base azotada (adenina, guanina, timina,
citosina), uma pentose e um grupo fosfato.
- nas células eucarióticas encontra-se no núcleo, ligado a proteínas, formando os
cromossomas, enquanto nas procarióticas se encontra no citoplasma, na forma de
uma molécula circular, constituindo o nucleoide.
- pode ter até quatro nucleótidos diferentes, que se distinguem pela base azotada.
- as bases azotadas encontram-se ligadas ao carbono 1’´
- a informação genética que codifica as características de cada indivíduo está
codificada na sequência de nucleótidos numa cadeia de DNA.
- Nucleósido: base azotada+pentose
- A ligação entre dois nucleótidos faz-se entre a pentose de um nucleótido com o
grupo fosfato do nucleótido seguinte, permitindo a formação de cadeias
polinucleotídicas, que se iniciam sempre por um grupo fosfato, terminando numa
pentose.
- A estrutura do DNA, em forma de dupla hélice, assemelha-se a uma escada enrolada
helicoidalmente, em que as suas bandas laterais são formadas por grupos fosfato,
alternando com moléculas de açucar, e os degraus são pares de bases azotadas,
ligadas entre si através de pontes de hidrogénio (A-T/C-G).
- Complementaridade de bases: permite que, a partir da sequência de uma cadeia, se
conheça a sequência de outra cadeia.
- As cadeias complementares são antiparalelas, ou seja, à extremidade 3’ de uma
cadeia corresponde a extremidade 5’ da outra.
- As moléculas de DNA diferem entre si, pelo número de nucleótidos e pela sua
sequência.
- O DNA apresenta uma grande variabilidade, uma vez que, apesar de existir um
pequeno número de nucleótidos diferentes, estes podem estar presentes um grande
número de vezes, podendo existir variadas sequências de nucleótidos diferentes.
- A estrutura do DNA é universal, uma vez que é a mesma em todas as espécies vivas.
- As moléculas de DNA armazenam a informação genética, garantindo a sua
transmissão aos descendentes, e controlam o metabolismo celular através da síntese
de proteínas.
- Genes: segmentos de DNA com uma sequência nucleotídica própria, que contém
determinada informação. O número e a sequência de nucleótido diferem de gene para
gene.
- Cada indivíduo tem o seu próprio DNA
- Cada molécula de DNA tem por volta de dois metros de comprimento.
- As cadeias de DNA estão sempre orientadas de 5’ para 3’.
- Replicação semiconservativa do DNA:
- herança genética: conjunto de características transmitidas pelos progenitores aos
seus descendentes.
- todas as células vivas provêm de outras pré-existentes que, em cada divisão celular,
transmitem o material genético às células filhas.
- nos seres eucariontes a replicação ocorre no interior do núcleo e nos seres
procariontes ocorre no citoplasma.
- 1ª etapa: antes de as células se dividirem, duplicam todos os seus constituintes,
incluindo o DNA, para poderem distribuir em partes iguais pelas células filhas.
- 2ª etapa: por ação de enzimas específica, helicase, a dupla hélice é desenrolada
destruindo as pontes de hidrogénio e provocando a separação das duas cadeias
antiparalelas.
- 3ª etapa: uma das cadeias cresce continuamente e outra aos fragmentos, devido à
sua orientação de 5’ para 3’, a mesma orientação do crescimento das moléculas de
DNA.
- DNA polimerase: liga os vários nucleótidos, sintetizando o DNA complementar da
cadeia original.
- DNA ligase: liga os vários fragmentos de Okazaki e retira primers.
- Conclui-se que, a partir da dupla hélice de uma molécula de DNA originam-se duas
moléculas de DNA, duas duplas hélices, compostas por uma cadeia herdada do
progenitor, original e pré-existente, e por uma cadeia nova, recém-sintetizada.
- É um mecanismo semiconservativo, uma vez que no final da mitose cada célula-filha
é constituída por uma cadeia pré-existente e por uma cadeia nova.
- São colocados binders, proteínas, junto a cada nucleótido, de maneira a impedir
que a cadeia se feche.
- Expressão da informação genética:
- a informação para a sequência dos aminoácidos de cada proteína está contida nos
genes, segmentos de DNA.
- a ordem dos nucleótidos de um gene determina a ordem dos aminoácidos numa
proteína.
- as células não usam diretamente a informação contida no DNA, é o RNA que
estabelece esta transferência de informação.
- Ribossoma: constituída por duas subunidade de tamanhos diferentes, subunidade
maior e subunidade menor, constituídas por proteínas de RNA ribossómico. É aqui que
é lida a mensagem contida no RNA mensageiro.
- Código genético:
- a informação contida no DNA, na forma de nucleótidos, é copiada para o RNA
mensageiro, ainda sob a forma de nucleótidos, sendo posteriormente descodificada e
traduzida, ao nível dos ribossomas, numa sequência de aminoácidos.
- três nucleótidos consecutivos no DNA constituem um tripleto, a mais pequena
unidade de mensagem genética necessária à codificação de um aminoácido. Como
existem sequências de diferentes tripletos, estas permitem diferentes ordens de
aminoácidos, caracterizando proteínas distintas.
- a três nucleótidos consecutivos no RNA mensageiro que codificam um aminoácido
ou o início ou fim da síntese de proteínas, dá-se o nome de codão.
- Codão de iniciação: AUG (metionina)
- Codão de terminação: UAA, UAG e UGA.
- O código genético é redundante, uma vez que diferentes codões podem codificar o
mesmo aminoácido.
- O código genético não é ambíguo, uma vez que cada codão codifica apenas um
aminoácido.
- Transcrição da mensagem genética:
- A transcrição consiste na síntese de uma molécula de mRNA a partir da leitura da
informação contida numa das cadeias da molécula de DNA, que lhe serve de molde.
- A informação é transcrita para mRNA por complementaridade das bases, sendo
apenas uma das cadeias utilizada como molde.
- A helicase desenrola a dupla hélice e inica-se a síntese de uma molécula de mRNA,
por complementaridade das bases.
- Codogene: 3 nucleótidos no DNA
- Codão: 3 nucleótidos no RNA
- RNA polimerase: reconhece os codões de iniciação e de finalização e liga os vários
nucleótidos de mRNA entre si.
- O uracilo é a base complementar da adenina, uma vez que o RNA não possui timina.
- Intrões: nucleótidos que não codificam informação
- Exões: nucleótidos que contêm informação necessária à síntese proteica.
- A transcrição do DNA forma um RNA pré-mensageiro, a quem posteriormente são
retirados os intrões, ficando a molécula mais curta, devido à união dos exões. Estas
transformações conduzem à formação do mRNA que posteriormente migra do núcleo
para o citoplasma, através dos poros do invólucro nuclear, fixando-se nos ribossomas.
- Tradução da mensagem genética:
- ocorre no citoplasma, onde a informação genética contida no mRNA é traduzida
numa sequência de aminoácidos.
- É nos ribossomas que se realiza a tradução da mensagem contida no mRNA.
- Cada RNA de transferência possui um anticodão, complementar de um dos codões
do mRNA, o que permite a adição do aminoácido específico que transporta à cadeia
polipeptídica em formação.
- O tRNA funciona como intérprete da mensagem contida no mRNA, transferindo os
aminoácidos para os locais de síntese, os ribossomas.
- Da tradução resulta uma sequência de aminoácidos que sofre transformações
posteriores em diferentes organitos celulares, o que torna a proteína funcional, capaz
de desempenhar as suas funções.
- Iniciação: a subunidade menor do ribossoma liga-se ao mRNA na região do codão
de iniciação. O tRNA que transporta o aminoácido metionina liga-se ao codão de
iniciação pelo seu anticodão. A subunidade maior do ribossoma liga-se à subunidade
menor, o que torna o ribossoma funcional.
- Alongamento: o anticodão de um novo tRNA, que transporta um segundo
aminoácido, liga-se ao segundo codão, por complementaridade. De seguida,
estabelece-se uma ligação peptídica entre o aminoácido que este transporta e a
metionina. O ribossoma avança, portanto, de três em três bases ao longo do mRNA,
repetindo seguidamente o processo de ligação peptídica, de modo a construir a
proteína.
- Finalização: quando o ribossoma reconhece uma codão de finalização
(UAA,UAG,UGA) termina a síntese, fazendo com que a cadeia polipeptídica se
destaque.
- Amplificação: corresponde à produção de múltiplas cópias da mesma proteína,
através da tradução da mesma molécula de mRNA por vários ribossomas.
-

Mutações: alterações do genoma de um indivíduo.


- São mais prováveis em momentos fundamentais da vida das células, tal como a
replicação semiconservativa do DNA.
- Mutações génicas: alterações na sequência nucleotídica do DNA, afetando apenas um
gene, conduzindo ao aparecimento de novas características.
- Mutantes: indivíduos que manifestam uma mutação génica.
- Mutação silenciosa: não provocam alterações nas proteínas, pois devido à
redundância do código genético, o codão mutado pode codificar o mesmo aminoácido.
- Mutações germinais: ocorrem ao nível dos gâmetas, podendo ser transmitidas à
geração seguinte.
- Mutações somáticas: ocorrem nas células do corpo, não sendo transmitidas à
descendência.
- CICLO CELULAR: quando as células se dividem, cada célula origina duas células-filha
geneticamente iguais à célula-mãe.
- As células-filhas podem tornar-se células-mãe de outra geração celular.
- Nos organismos unicelulares, cada divisão celular corresponde à reprodução, uma
vez que a partir de uma célula formam-se duas células independentes.
- Nos eucariontes as moléculas de DNA encontram-se no núcleo das células,
associadas a proteínas, construindo os cromossomas.
- Cromossoma: DNA + histonas (proteínas) na forma condensada. Formados por dois
cromatídeos, cópia um do outro, ligados entre si pelo centrómero.
- Cromatídeo: molécula de DNA na forma condensada.
- Centrómero: tem a função de unir dois cromatídeos um ao outro.
- Nucleossoma: DNA + histonas, na forma descondensada.
- Histonas: proteínas responsáveis pela forma física do cromossoma e pela regulação
da atividade do DNA.
- Durante a maior parte da sua vida o cromossoma é constituído por uma molécula
de DNA associada a proteínas, no estado descondensado, condensando-se apenas no
momento imediatamente anterior à replicação do DNA.
- A observação de um cromossoma na forma descondensada é, portanto, bastante
difícil, uma vez que se encontra bastante fino e flexuoso.
- Interfase: período compreendido entre o fim de uma divisão celular e o início da
seguinte. A generalidade das células passa 90% da sua vida nesta fase, que é um
período de intensa atividade biossintética. Os cromossomas encontram-se distendidos.
- G1: período que decorre entre o fim da mitose anterior e o início da síntese de
DNA. Fase de intensa atividade biossintética. Crescimento celular, devido à síntese
proteica, e formação de organelos.
- S: replicação das moléculas de DNA. A partir desta fase, cada cromossoma passa a
ser constituído por dois cromatídeos, unidos pelo centrómero. Nas células animais dá-
se a replicação dos centríolos.
- G2: período que ocorre entre o final da síntese de DNA e o início da mitose. A
célula atinge o seu volume máximo e produz todos os componentes necessários à
divisão celular. Há situações em que as células interrompem o ciclo celular, deixando
de se dividir e permanecendo num estado estacionário, G0, até à sua morte.
- Fase mitótica: ocorre a divisão da célula em duas células-filhas. Inicia-se pela mitose,
divisão do núcleo, seguida da citocinese, divisão do citoplasma.
- Mitose: conjunto de transformações durante as quais o núcleo das células
eucarióticas se divide. É um processo contínuo, embora esteja dividido em quatro
estádios (prófase, metáfase, anáfase e telófase).
- Prófase: inicia-se pela condensação dos cromossomas, tornando-se estes mais
curtos, grossos e visíveis ao microscópio ótico. Desaparecimento do nucléolo e da
membrana nuclear. Os pares de centríolos, nas células animais, começam a migrar
para polos opostos, formando o fuso acromático, constituído por um sistema de
microtúbulos proteicos. Nas células vegetais não existem centríolos mas o processo de
divisão celular dá-se da mesma forma, funcionando o centro de microtúbulos como
centríolos.
- Metáfase: os cromossomas encontram-se no seu estado máximo de condensação.
Os pares de centríolos encontram-se nos polos da célula. Forma-se a placa equatorial,
os cromossomas dispõem-se com os centrómeros no plano equatorial, equidistante
dos dois polos.
- Anáfase: ocorre a clivagem de cada um dos centrómeros, separando-se os
cromatídeos, que passam a constituir dois cromossomas independentes. Os
microtúbulos começam a encurtar, levando à ascensão polar, migração para polos
opostos, dos cromossomas-filho.
- Telófase: a membrana nuclear reorganiza-se à volta dos cromossomas de cada
célula filha, formando-se dois núcleos. Os nucléolos reaparecem e dá-se a
descondensação dos cromossomas. Inicia-se o estrangulamento do citoplasma.
- Citocinese: divisão do citoplasma e consequente individualização das duas células-
filhas. Nas células vegetais, uma vez que estas possuem uma parede celular bastante
rígida, não ocorre por estrangulamento. Vesículas derivadas do complexo de Golgi
alinham-se na região equatorial e fundem-se para formar uma estrutura plana. Nesta
estrutura as membranas das vesículas originam as membranas plasmáticas das células-
filhas.
- Regulação do ciclo celular:
- controlo em G1: em caso de erros impossíveis de reparar, neste ponto de controlo a
célula pode entrar em G0 ou então desencadear-se-á apoptose (fragmentação da
célula em pequenas porções, através de processos de fagocitose) ou a necrose celular
(lançamento de enzimas para o interior da célula, com o intuito de a destruir).
- controlo em G2: momento de controlo antes de se iniciar a mitose. No caso de
existirem anomalias na replicação do DNA, o ciclo é interrompido, entrando a célula
em apoptose.
- controlo M: o ciclo é interrompido se a distribuição dos cromossomas pelas células-
filhas não ocorrer de forma equitativa ou se estes não se alinharem de forma
adequada, ou seja, na zona equatorial.
- Estes mecanismos de regulação têm grande importância, uma vez que quando
falham podem conduzir ao aparecimento de cancros, neoplasias malignas.
- Neoplasia: crescimento exagerado e descontrolado das células.
- Metastização: as células de tumores malignos invadem tecidos vizinhos ou espalham-
se por outra parte do corpo, uma vez que entram na corrente sanguínea.
- Estabilidade do programa genético: as células-filhas recebem um número de
cromossomas idêntico ao da célula-mãe e, portanto, a mesma informação genética, o
que garante a estabilidade genética ao longo das gerações.
- As primeiras células resultantes da divisão do ovo ou zigoto são células
indiferenciadas.
- À medida que vão ocorrendo cada vez mais mitoses, as células começam a adquirir
características relativamente diferentes.
- Diferenciação celular:
- as células possuem todas a mesma informação genética, mas alguns genes são
ativados, enquanto que outros são bloqueados.
- a diferenciação celular é uma especialização bioquímica e morfológica que acarreta
alterações não só ao nível da função, mas também da composição e da estrutura das
células.
- estima-se que cada célula diferenciada possui apenas 5/10% do seu DNA ativo.
- Células-tronco/células estaminais: têm a capacidade de se autorrenovarem, uma das
células-filhas permanece como estaminal, podendo-se diferenciar em qualquer tipo de
célula.
- Células-tronco totipotentes: são o único tipo de células capaz de originar um
organismo completo, uma vez que possuem a capacidade de gerar todos os tipos de
células e tecidos do corpo, incluindo tecidos embrionários e extra embrionários.
- Células tronco pluripotentes: possuem a capacidade de gerar células dos três folhetos
embrionários (ectoderme, mesoderme e endoderme). Não possuem a capacidade de
originar um individuo completo, uma vez que não conseguem gerar placenta e
complexos embrionários.
- Células-tronco multipotentes: ectoderme, mesoderme e endoderme. Possuem a
capacidade de gerar um número limitado de células. São encontradas em quase todo o
corpo, sendo capazes de gerar células dos tecidos de que são provenientes. São
também responsáveis pela constante renovação celular.

REPRODUÇÃO ASSEXUADA (6.1)

- A continuidade da vida é assegurada pela reprodução, conjunto de processos pelos


quais os seres vivos originam novos indivíduos idênticos a si próprios.
- Na reprodução assexuada formam-se novos indivíduos a partir de um único
progenitor, sem que ocorra fecundação, havendo menos gasto de energia.
- Na reprodução assexuada os descendentes possuem a mesma informação genética
entre si e igual à dos progenitores, apresentando, por isso, as mesmas características
estruturais e funcionais.
- É um processo rápido e produz um elevado número de descendentes, o que permite
uma rápida dispersão das populações.
- Ocorre quando as condições ambientais são favoráveis.
- Todos os processos de reprodução assexuada têm em comum o facto de os
descendentes resultarem de uma ou várias células do progenitor, através de divisões
mitóticas.
- Todos os descendentes são clones do progenitor.
- Bipartição: a célula original divide-se em duas células-filhas aproximadamente iguais,
que vão crescer até atingirem as dimensões do progenitor. Nas bactérias não está
associada a mitoses.
- Gemulação: na superfície do progenitor surgem pequenas saliências (gomos ou
gemas), que ao se separarem acabam por originar um novo ser de menores
dimensões. O progenitor não perde a sua individualidade. Nos seres multicelulares, os
descendentes nem sempre se separam do progenitor, originando-se colónias.
- Esporulação: produção de esporos (capazes de suportar condições desfavoráveis) em
grande quantidade, nos esporângios, por processos de mitose. Os esporos, uma vez
libertados, germinam, originando cada um deles um novo indivíduo.
- Partenogénese: desenvolvimento de um indivíduo a partir de um óvulo não
fecundado. Os descendentes podem ser machos ou fêmeas.
- Fragmentação: a partir de um fragmento de um indivíduo produzem-se indivíduos
completos por regeneração, ocorrendo a substituição das partes perdidas. Ocorre em
organismos pouco diferenciados (planária e estrela do mar)
- Divisão múltipla: o núcleo da célula-mãe divide-se em vários, ficando esta com vários
núcleos no seu interior. Posteriormente, cada núcleo se rodeia de uma porção de
citoplasma, originando várias células-filhas, libertadas quando a membrana da célula-
mãe se rompe.
- Multiplicação vegetativa natural:
- certas estruturas celulares originam, por diferenciação, novas plantas.
- estolhos (morangueiro)
- folhas: na margem das folhas formam-se pequenas plantas completas, réplicas, que
se destacam e, caindo sobre o solo, enraízam e crescem, originando plantas adultas.
- tubérculos: caules subterrâneos que por acumulação de substâncias de reserva,
amido, se tornam volumosos. Possuem gomos que originam novas plantas.
- rizoma: caule subterrâneo, alongado, com posição horizontal, do qual partem raízes
adventícias e folhas aéreas.
- bolbo: constituído por vários bolbilhos, que destacados originam cada um uma nova
planta produtora de novo bolbo.
- Multiplicação vegetativa artificial:
- técnicas desenvolvidas pelo homem para propagação de espécies com interesse.
- estacaria: introdução de fragmentos da raiz, do caule ou das folhas, no solo
(estacas), a partir dos quais irão surgir raízes ou gomos que evoluem para uma nova
planta.
- mergulhia: um ramo flexível de uma planta é dobrado e enterrado no solo, ficando
a extremidade a emergir na terra. Na zona em contacto com o solo formam-se raízes,
podendo posteriormente cortar-se a ligação à planta-mãe e transplantar-se.
- alporquia: coloca-se uma porção de solo húmido à volta de um ramo não flexível de
uma planta, podendo este enraizar e ser posteriormente transplantado.
- enxertia: Junção das superfícies cortadas de duas plantas da mesma espécie ou de
espécies diferentes. O órgão ou parte do órgão da planta dadora é o enxerto. No final,
resulta um clone da planta dadora.
- micropropagação in vitro: é possível a produção de plantas a partir de células de
diversos tecidos vegetais. Um pequeno fragmento de um órgão da planta é colocado
num meio nutritivo contendo substâncias que induzem a mitose. A transferência das
massas celulares obtidas para novos meios de cultura induz o crescimento de uma
planta completa. Permite a produção em maior quantidade e num menor período de
tempo, de plantas robustas e saudáveis. A obtenção de plantas no mesmo estádio de
desenvolvimento vegetativo permite que as colheitas sejam facilmente controladas e
realizadas em qualquer época do ano.
- A grande uniformidade genética constitui uma limitação biológica dos processos de
reprodução assexuada. A alteração dos fatores ambientais é uma grande ameaça à
sobrevivência destes indivíduos, uma vez que não possuem características que
permitam a sua adaptação a eventuais mudanças.

REPRODUÇÃO SEXUADA (6.2)

- Distingue-se da reprodução assexuada pela existência de meiose e fecundação.


- Os indivíduos das sucessivas gerações não apresentam uniformidade genética, uma
vez que provêm de processos de fecundação.
- Os descendentes possuem caracteres comuns entre si e também com os
progenitores, mas apresentam também diferenças significativas, consequência dos
processos de fecundação e meiose.
- É um processo gerador de variabilidade genética, refletindo-se na diversidade
biológica.
- Cariótipo: número e tipo de cromossomas característicos de uma espécie.
- Gâmetas: células reprodutoras.
- Cromossomas homólogos: codificam exatamente as mesmas características, apesar
de poderem apresentar informações diferentes para uma mesma característica. Em
cada par, um tem origem materna e outro paterna.
- Cromossomas somáticos/autossomas: não codificam os sexo.
- Cromossomas sexuais/heterossomas: codificam o sexo.
- A reprodução sexuada implica a fusão de gâmetas (masculino e feminino), sendo
necessário que ocorra a fecundação, uma duplicação cromossómica.
- Células diploides (2n): os núcleos apresentam pares de cromossomas (com dois
cromatídeos) homólogos (2: número de representantes; n: número de pares).
- Células haploides (n): os núcleos apresentam apenas um cromossoma (com dois
cromatídeos) de cada par homólogo.
- Em cada geração, a formação de células haploides, através da meiose, permite
compensar a duplicação cromossómica ocorrida na fecundação, mantendo o cariótipo
da espécie.
- Meiose (redução cromossómica): é o processo de divisão nuclear através do qual , a
partir de uma célula diploide, se podem formar células haploides, que possuem
metade do número de cromossomas da célula inicial, possuindo um cromossoma de
cada par homólogo. Implica duas divisões nucleares sucessivas, a primeira reducional
(formação de dois núcleos haploides) e a segunda equacional (distribuição equitativa
do DNA por quatro núcleos haploides.
- Interfase: ocorre a replicação do DNA, sendo no início da meiose cada cromossoma
homólogo constituído por dois cromatídeos, ou seja, cada par de cromossomas
homólogos é constituído por quatro cromatídeos.

- Meiose (divisão I), separação de pares homólogos:


- Prófase I: constitui cerca de 90% do tempo total da meiose. Ocorre a sinapse,
emparelhamento dos cromossomas homólogos, lado a lado, como formação de
bivalentes. Surgem os pontos de quiasma, pontos de cruzamento entre os dois
cromossomas homólogos. Ocorrem fenómenos de crossing-over, trocas recíprocas de
segmentos de cromatídeos entre dois cromossomas homólogos. Um cromossoma de
origem materna fica com uma porção de origem paterna e vice-versa, contribuindo
para o aumento da variabilidade genética. Inicia-se a formação do fuso acromático e o
nucléolo e a membrana nuclear desaparecem.
- Metáfase I: Os bivalentes dispõem-se na placa equatorial, de forma aleatória, com
os pontos de quiasma na zona central, contribuindo para a variabilidade genética.
- Anáfase I: Os dois cromossomas homólogos (cada um constituído por dois
cromatídeos) de cada bivalente separam-se e migram para polos opostos. Cada
cromossoma do par homólogo migra para o polo oposto ao do seu parceiro.
- Telófase I: Os cromossomas atingem os polos da célula, começando a
descondensar. O fuso acromático desparece, a membrana nuclear reorganiza-se e o
nucléolo reaparece. As células-filhas possuem, neste momento, um cromossoma ( com
dois cromatídeos) de cada par homólogo. Cada núcleo das mesmas, haploide (n), tem
metade do número de cromossomas da célula-mãe, diploide (2n).
- Citocinese: ocorre na maior parte dos casos e resulta na formação de duas células
haploides.
- Interfase: estado transitório, não ocorre multiplicação de DNA.
- Meiose (divisão II), separação de cromatídeos:
- Prófase II: as células possuem um cromossoma (com dois cromatídeos) de cada par
homólogo. Os cromossomas voltam a condensar e ocorre a formação de um novo fuso
acromático.
- Metáfase II: os cromossomas colocam-se na placa equatorial, com os centrómeros
alinhados.
- Anáfase II: clivagem dos cromossomas e migração dos cromatídeos-irmãos para
polos opostos, passando a constituir cromossomas independentes.
- Telófase II: os cromossomas atingem os polos das células. O fuso acromático
desparece e ocorre a reorganização do invólucro nuclear. Inicia-se a citocinese.
Formam-se 4 células haploides (n), contendo cada uma um cromossoma, apenas com
um cromatídeo, de cada par homólogo.
- A primeira divisão é reducional, uma vez que o número de cromossomas é reduzido
para metade. A segunda divisão é equacional, uma vez que separa os cromatídeos-
irmãos das células haploides originadas na primeira divisão.
- Características da reprodução sexuada:
- associada à meiose
- com união de gâmetas (fecundação)
- origina descendentes geneticamente diferentes, contribuindo para a variabilidade
genética
- aumenta a probabilidade de adaptação às variações do meio
- permite a evolução das espécies
- Reprodução sexuada e variabilidade genética:
- mutações: fonte primária da variabilidade genética, introduzindo novos genes nas
populações. Podem ser numéricos, alterando o número de cromossomas, ou
estruturais, alterando os genes.
- meiose: Na prófase I ocorre crossing-over, troca de segmentos de cromatídeos de
cromossomas homólogos, originando novas combinações de genes maternos e
paternos no mesmo cromossoma. Na metáfase I dá-se uma disposição aleatória de
casa par homólogo na zona equatorial, cada par se orienta independentemente, em
relação a outros, conduzindo a uma distribuição ao acaso de cromossomas maternos e
paternos pelas células filhas. (número possível de combinações: 2n, em que n é o
número de pares de cromossomas homólogos).
- fecundação: união ao acaso de gâmetas masculinos e femininos. O número de
possibilidade diferentes de combinações genéticas é igual ao produto das combinações
genéticas dos dois gâmetas.
- Reprodução sexuada nos animais:
- gónadas: estruturas onde se produzem os gâmetas. Nos testículos formam-se
gâmetas masculinos, espermatozoides, e nos ovários formam-se gâmetas femininos,
óvulos.
- hermafroditas: os testículos e os ovários encontram-se no mesmo indivíduo
(caracol)
- unissexuados: os sexos estão separados.
- hermafroditas suficientes: os organismos vivem isolados, realizando
autofecundação, sendo da maior importância para a continuidade da espécie.
- hermafroditas insuficientes: apesar de o indivíduo possui os dois gâmetas, a
fecundação ocorre entre gâmetas de indivíduos diferentes, assegurando uma maior
variabilidade genética de descendentes (minhoca e caracol).
- Fecundação externa: efetua-se em meio liquido e na maioria das espécies
aquáticas. Machos e fêmeas lançam os seus gâmetas para o meio aquático, sendo os
óvulos fecundados pelos espermatozoides. O sincronismo na libertação dos gâmetas
bem como a produção de grande quantidade dos mesmos contribui para a grande
eficácia da fecundação externa. A existência de células específicas nas paredes dos
óvulos apenas permite a fecundação com espermatozoides provenientes de indivíduos
da mesma espécie.
- vantagens: maior número de descendentes.
- desvantagens: produção de grande número de gâmetas, implicando elevados
gastos de energia. É necessário existir sincronismo na libertação dos gâmetas para que
o mecanismo de fecundação seja eficaz. Os gâmetas podem sofrer a ação de
predadores. Há poucos cuidados parentais ao nível da futura geração.
- Fecundação interna: ocorre no interior do organismo da fémea, o macho deposita
os espermatozoides no interior do sistema reprodutor da fémea, onde ocorre a
fecundação. Este tipo de fecundação é fundamental em meios terrestres, uma vez que
os gâmetas não suportam a dessecação do mesmo. Na maioria das espécies é o macho
que, pelo seu comportamento, procura atrair a fémea, realizando um complexo ritual,
a parada nupcial.
- vantagens: maior probabilidade de fecundação. Menor produção de gâmetas e
consequente menor gasto de energia. A fémea é capaz de armazenar os
espermatozoides. Menor incidência de predadores. Maiores cuidados parentais.
- desvantagens: poucos ou um único filho por parto.
- Reprodução sexuada nas plantas:
- Gametângios: estruturas onde se formam os gâmetas.
- em plantas com flor: estames (masculinos) e carpelos (femininos)
- flores hermafroditas: possuem estames e carpelos.
- flores unissexuadas: possuem estames, flores unissexuadas masculinas, ou carpelos,
flores unissexuadas masculinas.
- anteras: possuem sacos polínicos, estruturas pluricelulares onde se formam os
grãos de pólen.
- ovários: encontram-se nos carpelos e possuem óvulos.
- para que ocorra a reprodução é necessário que se verifique a polinização.
- polinização direta: transporte de grãos de pólen para os carpelos, órgãos femininos,
da mesma flor. Menor variabilidade genética.
- polinização cruzada: transporte de grãos de pólen para os carpelos de flores de
outras plantas da mesma espécie, contribuindo para um aumento da variabilidade
genética.
- os grãos de pólen que caem sobre o estigma, se as condições forem favoráveis,
germinam. Formando tubos polínicos.
- os tubos polínicos crescem ao longo do estilete, penetrando o ovário. Aí, o tubo
polínico penetra um óvulo e ocorre a fecundação, formando um ovo que se
desenvolve dando origem a um embrião.
- os óvulos após a fecundação originam sementes e as paredes do ovário
desenvolvem-se, formando o pericarpo, que envolve as sementes.
- pericarpo + sementes = fruto.
- as estruturas que envolvem as sementes podem facilitar a sua dispersão por áreas
por vezes distantes das plantas em que foram originadas.
- as sementes, após permanecerem num estado de vida latente, em que a atividade
vital está reduzida ao mínimo de sobrevivência, entram em germinação, originando
novas plantas independentes.

CICLOS DE VIDA: UNIDADE E DIVERSIDADE (6.3)

- Sequência de etapas de desenvolvimento que ocorrem na vida de um organismo,


desde que se forma até que produz a sua própria descendência.
- Uma das fases corresponde ao desenvolvimento desde o ovo até à formação de um
ser adulto e a outra fase corresponde à reprodução, formação de novos indivíduos.
- A fecundação dá início à diplófase, em que as estruturas são constituídas por células
diploides. Esta fase termina aquando da ocorrência da meiose que, por sua vez, dá
inicio à haplófase, em que as estruturas são constituídas por células haploides.
- Todos os ciclos de vida apresentam alternância de fase nucleares, podendo ser
distinguidos pelo momento em que ocorre a meiose.
- Ciclo de vida haplonte (espirogira):
- a espirogira é uma alga verde pluricelular filamentosa que se pode reproduzir
sexuada ou assexuadamente. A reprodução assexuada acontece quando as condições
são favoráveis e a espirogira reproduz-se por fragmentação-
- a reprodução sexuada ocorre sob condições ambientais desfavoráveis, funcionando
os conteúdos das células como gâmetas. Quando dois filamentos se encontram
próximos formam-se, nas células desses filamentos, saliências que crescem e entram
em contacto, formando o tubo de conjugação. O conteúdo de uma das células
condensa-se e desloca-se pelo tubo de conjugação até à célula do outro filamento. O
conteúdo celular que se movimenta constitui o gâmeta dador e o que permanece
imóvel o gâmeta recetor. Cada gâmeta dador funde-se com um gâmeta recetor,
formando-se num dos filamentos vários ovos ou zigotos, que permanecem num estado
de vida latente. Quando as condições voltam a ser favoráveis, os zigotos sofrem
meiose, originando quatro células haploides, dos quais três degeneram ficando a
célula com apenas um núcleo haploide. Por mitoses sucessivas, a partir dessa célula
origina-se uma nova espirogira.
- Características do ciclo haplonte:
- fase haploide (n): constituída por células haploides, ocorre entre a meiose e a
fecundação.
- fase diploide (2n): constituída apenas pelo ovo ou zigoto
- caracterizada pela meiose pós-zigótica, decorrendo todo o ciclo na fase haploide,
onde se encontra o indivíduo adulto.
- Ciclo de vida diplonte (mamíferos):
- fase haploide: constituída apenas pelos gâmetas
- fase diploide: onde se encontra o indivíduo adulto, todo o ciclo de vida ocorre nesta
fase.
- ocorre a meiose pré-gamética, originando os gâmetas, haplontes. Após a
fecundação, os zigotos sofrem mitoses sucessivas, até originarem o indivíduo adulto.
Predomina a fase diploide, uma vez que é onde se encontra o indivíduo adulto.
- Ciclo de vida haplodiplonte (feto, polipódio):
- na página inferior das folhas existem esporângios que contêm células-mãe de
esporos. Estas células-mãe (2n) sofrem meiose, originando esporos. Em seguida, estes
esporos germinam, originando o prótalo, um gametófito, contendo os gametângios
masculino (anterídio) e feminino (arquegónio), que produzem, respetivamente,
anterozoides e oosfera. Dá-se a fecundação e consequente fim da fase haplonte.
Forma-se o zigoto que, por sua vez, cresce, originando a planta adulta, o esporófito.
- Sequência: esporófito-esporângio-célula mãe dos esporos-esporos.
- Características do ciclo haplodiplonte:
- alternância de fases nucleares, sendo a fase diploide mais desenvolvida, uma vez
que contém o organismo adulto.
- alternância de gerações, uma geração esporófita (2n), com o intuito de produzir
esporos, e uma geração gametófita (n), com o intuito de produzir gâmetas.
- ocorre meiose pré-espórica, na célula-mãe dos esporos.

UNICELULARIDADE E MULTICELULARIDADE (7.1)

- Procariontes: terão surgido entre os 3800 e os 2500 milhões de anos.


- Eucariontes: surgiram há cerca de 1500 milhões de anos.

Célula procariótica Célula eucariótica


Tamanho 5µm 40µm de diâmetro
Parede celular Rígida. Rígida. Presente em
plantas, protistas e
fungos.
Material genético Sem invólucro nuclear, Encerrado no núcleo.
DNA disperso pelo Apresenta várias
citoplasma e constituído moléculas de DNA
por uma simples molécula associadas a proteínas.
circular não associada a
proteínas.
Organelos Não possui. Ribossomas Mitocôndrias, retículo
de inferior dimensão endoplasmático e
comparativamente aos complexo de Golgi.
das células eucarióticas
Fotossíntese Pigmentos localizados nas Nos cloroplastos, apenas
membranas celulares em células vegetais.

- Modelo autogénico:
- admite que algumas células procarióticas se terão tornado progressivamente mais
complexas.
- os seres eucariontes teriam resultado de uma célula procariótica que sofreu
invaginações membranares, individualizando o núcleo. Outras membranas terão dado
origem ao retículo endoplasmático. Algumas porções de DNA abandonaram o núcleo e
terão evoluído sozinhas no interior de estruturas membranares, dando origem a
mitocôndrias e cloroplastos.
- esta hipótese pressupõe que o material do núcleo e dos organelos tenha uma
estrutura idêntica, contudo, isto não se verifica. Geralmente o material genético destes
organelos apresenta uma maior semelhança com o das bactérias (procariontes) do que
com o material genético presente no núcleo.
- Modelo endossimbiótico:
- endossimbiose: associação entre organismos diferentes, em que um deles,
endossimbionte, vive no interior do outro, beneficiando ambos da associação.
- admite que células procarióticas primitivas terão incorporado, num processo
idêntico ao da fagocitose, outras células procarióticas de menores dimensões, com as
quais passaram a estabelecer relações de endossimbiose.
- o invólucro nuclear e os sistemas endomembranares associados também se
formaram através de invaginações membranares.
- uma célula procariótica terá captado outras células procarióticas (hóspedes) que
resistiram à digestão intracelular, estabelecendo com a célula uma relação de
endossimbiose.
- as células hospede passaram a constituir alguns dos organelos da célula. Os
cloroplastos ter-se-ão originados a partir da captura de cianobactérias, uma vez que
estas possuem pigmentos fotossintéticos, e as mitocôndrias da incorporação de
bactérias com eficiente capacidade respiratória, bactérias aeróbias.
- o flagelo e os cílios poderão ter tido origem na fixação de seres procariontes
alongados à membrana de uma célula hospedeira, favorecendo a procura de alimento.
- Fundamentos do modelo endossimbiótico:
- mitocôndrias e cloroplastos assemelham-se a bactérias, na forma, tamanho e
estrutura,
- possuem o seu próprio material genético e produzem as suas próprias membranas
internas. Dividem-se independentemente da célula, tal como acontece nos
procariontes atuais, e contêm moléculas de DNA circulares, tais como as dos
procariontes atuais.
- ambos os organelos possuem ribossomas de menores dimensões, muito mais
semelhantes ao de células procarióticas do que eucarióticas.
- a membrana interna da mitocôndria teve origem na membrana do ancestral
procariótico e a membrana externa teve origem na membrana plasmática da célula
hospedeira, como vestígio do processo de incorporação.
- O modelo autogénico é, então, utilizado para explicar a origem do núcleo e de outros
organelos membranares.
- Multicelularidade:
- o aumento do tamanho da célula leva à diminuição da relação área/volume, o
volume aumenta a um ritmo maior que a membrana plasmática. Acima de um
tamanho crítico, as trocas entre a célula e o meio externo não ocorrem com a eficácia
devida.
- para que um indivíduo com tamanho superior a 1mm sobreviva, este ou apresenta
um metabolismo reduzido, diminuindo a necessidade de trocas, ou é multicelular.
- agregados coloniais: associações de seres eucariontes unicelulares entre seres da
mesma espécie, estabelecendo ligações estruturais entre si.
- volvox: género de algas verdes que forma colónias com 500 a 50000 células com
dois flagelos, que unindo-se por prolongamentos citoplasmáticos e bainhas gelatinosas
formam uma esfera oca. Os flagelos da camada externa são responsáveis pelo
movimento da colónia e as células maiores possuem uma função reprodutora. Apesar
de ser constituída por células estruturalmente independentes, do ponto de vista
funcional não ocorreu diferenciação, uma vez que as células são todas semelhantes,
com exceção das reprodutoras. Esta especificação não é, contudo, suficiente para
considerar a volvox um ser multicelular. Apesar de não ser um ser multicelular, é
bastante importante, uma vez que se admite que a multicelularidade pode ter tido
origem a partir de seres coloniais, como a volvox.
- Origem da multicelularidade:
- os seres ancestrais seriam simples agregados que formavam colónias.
- inicialmente todas as células desempenharam a mesma função, adquirindo ao
longo do tempo uma especialização.
- a diferenciação e a especialização celular em que ocorre interdependência
estrutural e funcional das células levaria ao aparecimento da multicelularidade.
- Vantagens da multicelularidade:
- grande diversidade de formas com adaptação a diferentes ambientes.
- aumento do tamanho das células, sem comprometer a eficácia das trocas com o
meio externo.
- maior especialização e eficácia na utilização da energia.
- maior interdependência em relação ao meio ambiente com manutenção das
condições do meio interno.

MECANISMOS DE EVOLUÇÃO (7.2)

- Fixismo: as espécies surgiram tal como hoje as conhecemos e mantiveram-se


imutáveis ao longo do tempo. Surgiram independentemente umas das outras.
- Criacionismo: baseado no livro de Génesis, as espécies foram criadas por um Deus
perfeito, num único ato de criação
- O fixismo é muitas vezes confundido com o criacionismo, apenas pelo facto de ambos
admitirem uma visão estática das espécies. Contudo, esta visão não implica
necessariamente que estas terão surgido de um único ato de criação divina.
- Evolucionismo: as espécies alteram-se de forma lenta e progressiva ao longo do
tempo. Um dos contributos mais importantes para o apoio do evolucionismo veio da
geologia, uma vez que os geólogos estabelecem uma idade para a Terra muito superior
à admitida até então e, por outro lado, começaram a descrever formas fósseis muito
diferentes das espécies atuais.
- Os evolucionistas admitem a existência de mudanças progressivas nos seres vivos, a
partir de ancestrais comuns, sendo essas mudanças responsáveis pela origem das
espécies.
- Lamarckismo:
- lei do uso e do desuso e lei da herança dos caracteres adquiridos
- Lammarck foi o primeiro a admitir que o meio ambiente influenciaria a evolução.
- o meio ambiente condiciona a evolução, levando ao aparecimento de
características que permitem aos indivíduos adaptar-se às condições em que vivem.
- a adaptação, individual, representa a faculdade que os indivíduos possuiriam de
desenvolver características estruturais ou funcionais que lhes permitissem sobreviver e
reproduzir-se num determinado ambiente. As modificações que levam à adaptação
são explicadas pela lei do uso e do desuso.
- lei do uso e do desuso: a necessidade de um órgão em determinado ambiente cria-
o e a sua função modifica-o. se um órgão é muito utilizado, desenvolve-se, tornando-
se mais forte, vigoroso e maior. Se um órgão não é utilizado, degenera e atrofia.
- segundo Lammarck as serpentes perderam os membros, uma vez que estes
dificultavam a sua movimentação.
- lei da herança dos caracteres adquiridos: os organismos, pela necessidade de se
adaptarem, adquirem modificações ao longo da sua vida, transmitindo-as aos
descendentes. A adaptação é progressiva e um organismo pode desenvolver qualquer
adaptação, desde que esta seja necessária.
- estas pequenas transformações, ao acumularem-se ao longo de gerações
sucessivas, levariam ao aparecimento de novas espécies.
- Críticas ao Lammarckismo:
- a herança dos caracteres adquiridos não se verifica experimentalmente, uma vez
que a adaptação é temporária e ocorre sem alteração do material genético. As
características adquiridas afetam apenas as células somáticas e não os gâmetas, não
sendo transmitidas à descendência.
- a lei do uso e do desuso não se aplica a todas as situações. Não e possível testar
experimentalmente a hipótese de que as alterações orgânicas resultem de qualquer
necessidade do organismo.
- Darwinismo:
- dados geológicos: as leis naturais não são constantes no tempo e no espaço; o
presente é a chave do passado, princípio do atualismo; a maior parte das mudanças
geológicas são lentas e graduais; a idade da Terra é suficiente para explicar as
mudanças lentas e graduais nos seres vivos.
- Darwin admitiu que, se a Terra tem milhões de anos e se encontra em mudanças
constantes e graduais, então, do mesmo modo, isto também se verificaria na vida
sobre a Terra, experimentando esta ao longo do tempo mudanças contínuas e
graduais, inicialmente impercetíveis, mas que com o tempo seriam significativas.
- dados biogeográficos (variabilidade intraespecífica): observou que existiam sete
variedades diferentes de tartarugas nas ilhas Galápagos, ocupando cada variedade a
sua ilha. Contudo, apesar das diferenças, os animais eram bastante semelhantes entre
si. Darwin admitiu então a existência de um ancestral comum e que as condições
existentes em cada ilha condicionariam a evolução de uma espécie de tartaruga,
conduzindo à diversidade observada. Observou estes acontecimentos também nos
tentilhões.
- Seleção natural: Darwin era criador de pombos, tendo verificado por experiência
própria que a seleção artificial, recorrendo a cruzamentos controlados, permitia a
seleção de determinadas características, ao selecionar progenitores com essas mesma
características. Assim, seria então mais provável que os descendentes as
apresentassem, tornando-se estas mais visíveis ao longo das gerações. Darwin
transpôs este conceito para a Natureza, passando a designá-lo seleção natural.
- Síntese:
- os seres vivos, mesmo os da mesma espécie, apresentam variabilidade entre si,
variabilidade intraespecífica.
-nas diferentes populações surgem mais descendentes do que aqueles que são
capazes de sobreviver, sendo que os indivíduos que apresentam características mais
vantajosas possuem maior taxa de sobrevivência.
- existe uma luta pela sobrevivência, em cada geração uma boa parte dos
indivíduos é eliminada.
- Existe uma seleção natural, sendo selecionados os indivíduos mais bem adaptados
às condições ambientais, ocorrendo a sobrevivência dos mais aptos, sendo o ambiente
o agente de seleção natural.
- ocorre reprodução diferencial, os indivíduos mais bem adaptados sobrevivem
mais, transmitindo com maior frequência as suas características à descendência.
- A seleção natural, ao longo de muitas gerações, leva à acumulação de variações nos
organismos, podendo conduzir ao aparecimento de novas espécies.
- Conclusões:
- Lammarck: ao fim de algumas gerações, a soma das características gera uma nova
espécie.
- Darwin: em cada nova geração surgem mais indivíduos com características
favoráveis e menos com características desfavoráveis. Passadas muitas gerações, irão
apenas existir indivíduos com características favoráveis, formando-se uma nova
espécie.
- Neodarwinismo:
- mutações: quando têm um efeito favorável e permitem aos portadores viver mais
tempo e reproduzir-se mais são a fonte primária da variabilidade genética,
introduzindo novos genes, novas características nas populações.
- génicas: na sequência de nucleótidos
- cromossómicas estruturais: na disposição dos genes
- cromossómicas numéricas: no número de genes.
- recombinação génica: fonte de diversidade nas populações, através da reprodução
sexuada, durante os processos de meiose e fecundação.
- meiose: crossing-over na prófase I e disposição e ascensão ao acaso de
cromossomas homólogos
- fecundação: união de gâmetas ao acaso.
- Processo de seleção natural: os indivíduos que possuem os conjuntos génicos
melhor adaptados a um determinado ambiente e num determinado intervalo de
tempo deixam mais descendentes, ocorrendo reprodução diferencial. Ao longo do
tempo determinados genes implantam-se em detrimento de outros que vão sendo
eliminados gradualmente e assim se dá a evolução.
- População: conjunto de indivíduos da mesma espécie que ocupa um determinado
local, num determinado intervalo de tempo, e se cruzam entre si.
- População (do ponto de vista genético): conjunto de indivíduos que se reproduz
sexuadamente e partilha um determinado conjunto de genes.
- Fundo genético: conjunto de genes que constitui uma população num determinado
momento.
- Evolução: mudança no fundo genético de uma população, sendo a população a
unidade evolutiva.
- A mudança do fundo genético constitui o indicador da evolução de uma população.
As alterações do fundo genético de uma população ancestral, ao longo de várias
gerações, podem conduzir ao surgimento de novas espécies.
- Seleção estabilizadora: os fenótipos de características extremas são eliminados, o que
torna a população mais homogénea, não tendo uma contribuição significativa na
evolução.
- Seleção direcional: processo em que o fundo genético se vai progressivamente
alterando, sendo o processo que mais contribui para a evolução progressiva.
- Seleção disruptiva: as características mais extremas são favorecidas. Formam-se dois
ou mais fenótipos distintos da população, contribuindo para a evolução das espécies.
- Argumentos do evolucionismo:
- Anatomia comparada:
- estruturas homólogas: plano estrutural semelhante, a mesma posição relativa,
podendo desempenhar funções diferentes. Evolução divergente, a partir de um
ancestral comum, sujeito a pressões seletivas diferentes (meios ambientes distintos).
- evolução divergente: indivíduos de um grupo ancestral comum colonizam
diferentes habitats, sofrendo diferentes pressões seletivas, dando origem a diversas
estruturas homólogas.
- estruturas análogas: estrutura diferente, ancestral diferente, funções
semelhantes, pressão seletiva semelhante, evolução convergente.
- evolução convergente: indivíduos com um ancestral não comum colonizam
ambientes semelhantes, sendo sujeitos a pressões eletivas semelhantes, dando origem
a estruturas anatomicamente diferentes mas que desempenham funções semelhantes
em ambientes semelhantes.
- Série filogenética progressiva: evolução do órgão mais simples para o mais complexo.
- Sério filogenética regressiva: evolução do órgão mais complexo para um mais
simples.
- Estruturas vestigiais: atrofiadas e sem função evidente, úteis no ancestral passado,
evidenciando a mutabilidade das espécies.

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO (8.1)

- A classificação biológica consiste na organização dos seres vivos em grupos de acordo


com critérios baseados, sobretudo, nas suas características.
- Sistemática: ciência que faz o estudo científico dos seres vivos, das suas relações
evolutivas e desenvolve sistemas de classificação que refletem essas relações.
- Taxonomia: ramo da sistemática que se ocupa da classificação dos seres vivos e da
nomenclatura dos mesmos.
- Diversidade de critérios de classificação:
- classificações práticas: baseadas no interesse e utilidade para o Homem
- Período pré-Darwinista:
- práticas/empíricas: utilizam critérios arbitrários e subjetivos
- racionais: baseadas nas características dos seres vivos em estudo
- artificiais: baseiam-se em poucos caracteres ou apenas num único
- naturais: baseiam-se num grande numero de caracteres, utilizando todos os
elementos disponíveis.
- Sistemas de classificação fenéticos: sistemas de classificação horizontais, uma vez que
são estáticas, não consideram o fator tempo, e baseiam-se apenas nas semelhanças
estruturais.
- Período pós-Darwinista:
- Sistemas de classificação filogenéticos: tem em consideração o fator tempo, reflete
relações de parentesco e utiliza um grande número de critérios, dando maior
importância aos bioquímicos e genéticos. São classificações verticais, filéticas ou
cladísticas. A principal critica a este sistema de classificação é a dificuldade na
determinação da afinidade de alguns grupos, sobretudo das espécies fósseis.
- Árvores filogenéticas: traduzem afinidades evolutivas entre grupos relativamente aos
quais se considera a existência de antepassados comuns.
- os pontos correspondem a ancestrais comuns
- as bifurcações correspondem ao aparecimento de novas características
- o grau de semelhança entre os grupos reflete o tempo em que a divergência
ocorreu, sendo essa divergência tanto maior quanto maior o tempo decorrido.
- Taxonomia:
- adoção do latim para designar grupos taxonómicos.
- uso de uma hierarquia de categorias taxonómicas.
- espécie < género < família < ordem < classe < filo < reino
- a categoria taxonómica que constitui a unidade básica deste sistema de
classificação é a espécie, constituindo o táxon com menor capacidade de inclusão e o
mais uniforme, uma vez que integra organismos com maior número de características
em comum. É o único táxon natural, uma vez que os organismos possuem a
capacidade de se cruzar entre si, originando descendência fértil, encontrando-se
isolados reprodutivamente de outras espécies.
- o reino é a categoria mais abrangente, sendo, por isso, a mais heterogénea. É o
táxon de maior amplitude.
- ao longo da hierarquia, da espécie para o reino, vai aumentando o número de
organismos incluídos em cada nível, mas diminuindo o grau de parentesco entre os
mesmos.
- cada uma das categorias taxonómicas é designada por táxon, plural taxa.
- cada táxon está inserido no que lhe fica imediatamente acima e contém os que lhe
ficam imediatamente abaixo.
- dois seres vivos são tanto mais próximos quanto maior for o número de taxa
comuns a que pertencem.
- dois organismos que pertencem à mesma ordem e a famílias diferentes têm um
parentesco mais reduzido do que os organismos que pertencem a essa mesma ordem
e à mesma família.
- organismos que pertencem a famílias diferentes divergiram há mais tempo do que
outros que pertencem à mesma família.
- espécie: é a unidade básica de classificação e representa um grupo natural
constituído pelo conjunto de indivíduos morfologicamente semelhantes que,
partilhando o mesmo fundo genético, se reproduzem entre si, originando
descendência fértil.
- Nomenclatura: surgiu como tentativa de universalizar os nomes atribuídos aos seres
vivos. Conjunto de regras utilizadas na designação dos grupos taxonómicos.
- Regras de nomenclatura:
- cada espécie é sempre designada por dois termos.
- primeira palavra: nome do género a que a espécie pertence
- segunda palavra: restritivo específico, geralmente um adjetivo, só pode ser utilizado
acompanhado do género. É utilizado de forma a identificar determinada espécie
dentro desse género.
- nos animais o nome da família obtém-se acrescentando a terminação -idae à raiz do
nome de um dos géneros desta família e nas plantas acrescentando a terminação
-aceae.
- Nomenclatura binominal: utilizada para designar a espécie, sendo cada espécie
denominada por dois termos.
- O latim, sendo uma língua morta, não sujeita a alterações de significado, garante a
estabilidade e a universalidade desta nomenclatura.

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE WHITTAKER MODIFICADO (8.2)

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