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A Terra é um planeta ativo e dinâmico. A sua atividade e dinamismo são demonstradas nos mais diversos
processos que alteram constantemente a morfologia da sua superfície. Desde que se formou, o nosso
planeta já passou por enormes modificações e por períodos de vida intensa alternados com períodos de
extinção maciça.
A Terra enquanto constituinte do Universo é um sistema, pois verifica-se interação organizada entre os
seus vários componentes havendo fluxo de matéria e energia entre eles.
Sistema Isolado: não ocorre troca de matéria nem de energia com o meio envolvente. Estes sistemas não
ocorrem naturalmente.
Sistema Fechado: sistema em que ocorre troca de energia mas não existe troca de matéria entre as
fronteiras do sistema.
Sistema Aberto: sistema em que ocorre troca de energia e matéria com o meio envolvente.
Desta forma, considera-se que a Terra é um sistema fechado, pois ocorrem trocas de energia nas suas
fronteiras, mas a troca de matéria é residual, podendo considerar-se inexistente. As principais fontes de
energia da Terra são a energia geotérmica (fonte interna) e a energia solar (fonte externa).
Como qualquer sistema, também o sistema terrestre é composto por vários subsistemas:
Geosfera: corresponde à parte mais superficial da Terra que se encontra no estado sólido, a litosfera,
englobando as grandes massas continentais e as bases dos oceanos, bem como os restantes materiais
que se encontram no interior da Terra dispostos em camadas concêntricas.
Biosfera: é o conjunto de todas as zonas do planeta Terra, onde é possível encontrar formas de vida.
Os quatro subsistemas terrestres interagem e permanecem em equilíbrio entre si. Desta forma qualquer
alteração provocada pelo Homem em apenas um destes subsistemas, afetará todos os outros com graves
consequências para o equilíbrio dinâmico do planeta Terra, podendo levar a alterações no ambiente que
coloquem em causa a própria sobrevivência humana.
Facilmente nos apercebemos de que forma os subsistemas interagem entre si. A geosfera é o suporte
para a existência de outros subsistemas, como a biosfera e a hidrosfera, sendo na geosfera que a maior
parte dos seres vivos encontra o suporte para se deslocar e habitar. Os seres vivos constituintes da
biosfera dependem da hidrosfera, uma vez que a água é o elemento fundamental à vida. Também os
gases existentes na atmosfera são fundamentais para assegurar a sobrevivência dos seres vivos, pois não
só intervêm nos fenómenos de respiração e fotossíntese, mas também são eles que os protegem da
radiação ultravioleta proveniente do sol.
Uma rocha é, normalmente, uma associação natural de minerais, agregados ou desagregados. Existem,
ainda que mais raramente, rochas monominerálicas, isto é constituídas por um único mineral.
De acordo com a sua origem, definem-se três grandes grupos de rochas:
Rochas metamórficas: formam-se a partir de rochas pré existentes, que sofrem transformações
mineralógicas e estruturais, devido à ação de pressões e/ou temperaturas elevadas, ou à ação de fluidos
de circulação, mas mantêm o estado sólido ao longo de todas as transformações.
Embora cubram uma grande parte da superfície terrestre (75% da área dos continentes), constituem
apenas 5% do volume da crosta terrestre.
Sedimentogénese: esta etapa engloba um conjunto de processos físicos e químicos nos quais são
elaborados os materiais que vão integrar as rochas sedimentares (meteorização e erosão), o seu
transporte e a sua deposição (sedimentação).
Meteorização: processo físico e químico que promove alterações físicas e químicas nas rochas pré
existentes, que se encontram à superfície do planeta, através da ação de agentes erosivos como a água,
a temperatura, o vento, a ação dos seres vivos, etc.;
Erosão: processo de remoção dos materiais previamente alterados das rochas, por ação de agentes
erosivos (água, vento, seres vivos, gravidade);
Transporte: os materiais erodidos (detritos/clastos), de dimensões variadas, são transportados, por ação
do vento, da água, da gravidade, de seres vivos, por distâncias mais ou menos longas até se
depositarem;
Sedimentação: deposição dos materiais transportados que agora se designam sedimentos. Em condições
propícias a deposição regular, em estratos, é feita de acordo com a densidade dos sedimentos. Nos
estratos inferiores depositam-se os sedimentos mais densos e pesados e nos estratos superiores os
menos densos e menos pesados. Estes estratos, caso não se verifiquem perturbações formam camadas
horizontais não deformadas. Cada estrato corresponde à deposição que ocorreu num local, num
determinado intervalo de tempo, em que os materiais disponíveis e as condições de deposição se
mantiveram inalterados.
Diagénese: etapa que engloba um conjunto de processos físicos e químicos que atuam após a
sedimentação e que promovem a evolução dos sedimentos para rochas sedimentares coerentes. No
decurso da diagénese os sedimentos sofrem compactação, desidratação e cimentação, ficando ligados
entre si.
Nas rochas sedimentares é possível encontrar fósseis de seres vivos, pois as condições de formação
destas rochas são compatíveis com os processos de fossilização.
Estes dois tipos de rochas correspondem a 95% do volume da crosta terrestre e, embora normalmente
não apresentem fósseis, pois as suas condições de formação destroem os vestígios dos seres vivos, o seu
estudo permite perceber em que condições se formaram e, portanto, inferir sobre as condições que
existiam no planeta aquando da sua génese.
Rochas magmáticas/ígneas: uma vez que estas resultam do arrefecimento e da consolidação de magmas
e atendendo a que os magmas são misturas complexas de minerais fundidos, cristais em suspensão, e
gases que podem apresentar diferentes composições químicas, poderão originar também diferentes
tipos de rochas magmáticas.
Rochas ígneas plutónicas ou intrusivas: resultam do arrefecimento e consolidação do magma em
profundidade. Desta forma o arrefecimento é lento, havendo tempo para que se formem cristais bem
definidos nas rochas. Apresentam portanto uma textura granulocítica (cristais visíveis a olho nu). Ex:
granito.
Rochas metamórficas: estas rochas têm origem em rochas preexistentes (sedimentares ou magmáticas).
Uma vez que a Terra é um planeta ativo e dinâmico, as rochas podem ser deslocadas para zonas com
diferentes condições das condições que estiveram na sua génese. Desta forma podem experimentar
maiores pressões ou maiores temperaturas, assim como depararem-se com um ambiente químico
diferente, que vai promover transformações minerais, químicas e estruturais, ainda que não alterem o
seu estado físico (permanecem no estado sólido). Os principais fatores de metamorfismo são: a
temperatura, a pressão, os fluidos de circulação e o tempo de duração do processo. Ex. Gnaisse
O ciclo das rochas, ou ciclo litológico, demonstra as relações que existem entre os três grandes grupos de
rochas, pois os fenómenos que levam à formação de rochas sedimentares, magmáticas e metamórficas
estão intimamente ligados entre si, uma vez que qualquer tipo de rocha tem a possibilidade de se
transformar noutro tipo de rocha.
Pela interpretação do ciclo litológico percebemos que qualquer rocha que aflore à superfície vai sofrer
meteorização e erosão pela ação de agentes erosivos. Os detritos daí resultantes serão transportados até
bacias de sedimentação onde sofrem deposição, passando a designar-se sedimentos. A
sedimentogénese é seguida da diagénese, formando-se rochas sedimentares. Se as condições de
diagénese forem superadas, isto é, se as pressões e temperaturas ultrapassarem determinados limites,
as rochas sofrerão ação de fenómenos de metamorfismo transformando-se em rochas metamórficas.
Por sua vez, se as condições de pressão e temperatura se elevarem além das fronteiras do
metamorfismo, as rochas podem fundir (alteram o seu estado físico de sólido para líquido), originando
magma. Este, ao arrefecer e solidificar originará novas rochas magmáticas.