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Unidade 1: a terra e os seus subsistemas

A Terra é uma porção limitada do universo em interação com outros


componentes desse universo. É um planeta ativo, com permanente dinamismo e
em equilíbrio com aquilo que o rodeia. Esse mesmo dinamismo é desencadeado
por ação de energia proveniente de fontes internas e externas.

Existem diferentes tipos de sistemas:

- Isolado → não existe troca de matéria nem de energia através das suas
fronteiras. Não existem sistemas isolados na natureza.
- Fechado → ocorrem trocas de energia mas não de matéria
- Aberto → ocorrem trocas de matéria e energia.

A terra é considerada um sistema praticamente fechado, estabelece por isso


trocas energéticas com o universo.

Energia:

- Recebe energia proveniente do sol


- Transfere energia para o espaço sob a forma de energia térmica

Matéria: a troca de matéria é insignificante comparado com as dimensões do


planeta.

- Envia pequenas quantidades de hidrogénio e hélio que sobem na


atmosfera e escapam para o espaço
- Alguma matéria proveniente da queda de meteoritos ou de poeiras
cósmicas junta-se à matéria terrestre.

Unidade 2: subsistemas terrestres

A terra é constiuida por 4 subsistemas: Hidrosfera, atmosfera, geosfera e biosfera.

→ Hidrosfera
A hidrosfera é constituída pelos reservatórios de água que existem na terra:
oceanos, rios, lagos, glaciares, calotes de gelo, águas subterrâneas

Alguns autores consideram que as superfícies geladas formam um subsistema


mais restrito, a criosfera
A água moviementa se na Natureza passando de um reservatório para o outro. A
esse movimento damos o nome de ciclo hidrológico

→ Atmosfera

A atmosfera é formada pela camada gasosa que envolve os outros subsistemas.

→ Geosfera

A Geosfera é formada pela parte sólida, quer superficial quer profunda, da terra.

- O núcleo externo, embora esteja no estado líquido, faz igualmente parte da


Geosfera.
- A zona mais externa da Geosfera é a litosfera (crosta e parte superior do
manto)
- A zona superficial da Geosfera serve de suporte a grande parte da vida
terrestre, fornecendo muitos dos materiais necessários à manutenção
desse vida

→ Biosfera

A Biosfera é constituída por todos os seres vivos que povoam a Terra. A existência
destes seres vivos no nosso planeta é única no sistema solar. Ao longo do tempo
foi-se criando condições para que pudesse haver vida.

Interações entre os subsistemas

Geosfera ←→ Atmosfera

Muitas vezes ocorrem erupções vulcânicas muito violentas que expelem enormes
quantidades de cinzas e gases para a atmosfera interferindo no seu equilíbrio.
Alguns gases precipita, com a chuva tornando-a acida e contribuindo para a
meteorização.
Geosfera ←→ Hidrosfera

A água dos reservatórios naturais está em permanente contacto com a superfície


terrestre (geosfera). A água é o principal agente de meteorização e erosão de
rochas do planeta.

Geosfera ←→ Biosfera

A formação de rochas sedimentares de origem biogénica como os calcários e o


carvão resulta do metabolismo de muitos seres vivos.
Os animais e as plantas são também agentes de meteorização importantes,
contribuindo dessa forma para a formação de rochas sedimentares detríticas.

Hidrosfera ←→ Atmosfera

Estes dois subsistemas estão diretamente relacionados entre si através do ciclo


da água nomeadamente nos processos de evaporação, condensação e
precipitação.

Hidrosfera ←→ Biosfera

A água é o principal constituinte dos seres vivos e permite a realização de diversas


funções

Atmosfera ←→ Biosfera

A camada de ozono protege os seres vivos da radiação ultravioleta

Tipos de rochas

Rochas Magmáticas ou Ígneas

O magma existente nas câmaras magmáticas é uma mistura complexa de


substâncias fundidas, onde podem existir em suspensão cristais de minerais cuja
A temperatura de fusão ou cristalização é superior à da mistura. O magma sendo
menos denso que as rochas envolventes tem tendência a ascender na crusta
aproximando-se da superfície. Ao fazê lo, arrefece e entra em consolidação,
formando rochas magmáticas.
As rochas magmáticas podem ser consideradas:

Intrusivas ou Plutónicas se:

- O arrefecimento do magma foi lento e em profundidade.


- Há tempo para os cristais/minerais se poderem desenvolver (ficando bem
visíveis à vista desarmada). Ex:. Granito

Extrusivas ou Vulcânicas se:

- O arrefecimento do magma for rápido e à superfície (ou perto dela).


- Não há tempo para os cristais/minerais se poderem desenvolver (ficando
muito pequenos ou invisíveis à vista desarmada). Ex:. Basalto

Rochas Metamórficas

Em consequência do dinamismo terrestre, rochas formadas em determinado


domínio podem ser deslocadas para zonas onde predominam outras condições.
Quando uma rocha fica sujeita a altas pressões e temperaturas elevadas, torna se
instável e sofrerá alterações mais ou menos profundas - recristalização (mas
mantendo-se sempre no estado sólido).

Este processo pode ocorrer a profundidades variáveis da crosta terrestre e implica


um rearranjo da forma e orientação dos minerais constituintes das
rochas. A este conjunto de modificações (em qualquer rocha) damos o nome de
metamorfismo, ou seja a transformação dessa rocha numa rocha metamórfica

Os principais fatores de metamorfismo são:

- Calor
- Pressão/Tensão
- Tempo
- Fluidos de Circulação

Tipos de Metamorfismo.

Metamorfismo Regional

O metamorfismo regional, é provocado pela ação de altas pressões e altas


temperaturas, e afeta extensas regiões da crosta terrestre, geralmente em áreas de
atividade tectónica onde se formam montanhas. As rochas cuja génese é o
metamorfismo regional são quase sempre foliadas, indicando a influência de
diferentes pressões durante a recristalização.
orientados em determinados planos definindo uma foliação (alinhamento dos
minerais) a rocha. Por vezes a rocha pode apresentar fissilidade dividido se em
lâminas. Ex:. Xisto

Metamorfismo de Contacto

Quando uma intrusão magmática se instala entre rochas preexistentes, o


calor proveniente do magma pode metamorfizar as rochas encaixantes. Um
calcário, por exemplo, em contacto com uma intrusão magmática, pode recristalizar
originando um mármore.

Neste caso o principal fator de metamorfismo é o calor, embora certos


fluidos possam contribuir para certas transformações mineralógicas.

Rochas Sedimentares

As rochas sedimentares são as mais comuns e são essencialmente formadas


à superfície terrestre (a baixas pressões e temperatura) a partir de outras pré-
existentes.

Na sua formação ocorrem, fundamentalmente, duas fases: a Sedimentogénese e a


Diagénese.

Sedimentogénese

Entende se por Sedimentogénese o processo de formação e deposição de


sedimentos. Este processo apresenta diversas fases assim como:

Meteorização (alteração)

Corresponde às modificações físicas e/ou químicas causadas, nas rochas, pelos


agentes de meteorização ( a água, o vento, as mudanças de temperatura e a ação dos
seres vivos). De acordo com o seu modo de atuação e com os produtos que originam,
os agentes de meteorização podem ser classificados em físicos (provocam
fragmentação) e químicos (provocam alteração química).

Erosão (remoção)

Os materiais resultantes da meteorização (quer sejam fragmentos grandes


"detritos", quer pequenas partículas dissolvidas na água) são removidos - muitas vezes
para sítios bem longe essencialmente pela força da gravidade, pela água no
estado líquido ou sólido e pelo vento. Os seres vivos podem também contribuir com
diferentes materiais, nomeadamente conchas e outras peças esqueléticas,
fragmentos de plantas etc... para a formação de rochas sedimentares:

A erosão implica transporte de material.

As rochas foram desgastadas e desagregadas.

Transporte (deslocação)
O agente transportado (água, vento) irá transportar os detritos até que tenha
"força" para tal...
O Transporte e o processo físico responsável pela deslocação de detritos

Sedimentação (deposição)

Quando o agente transportador perder a dinâmica, os materiais


depositam-se constituindo os sedimentos. A este processo dá se o nome de
sedimentação - este processo é determinado pela força gravítica e pela perda de
capacidade de transporte dos agentes responsáveis por esse processo.

A ordem de deposição dos detritos é condicionada pelas dimensões e


pela densidade desses materiais: primeiro, depositam se os detritos de maiores
dimensões e mais densos, posteriormente, os mais pequenos e leves. A sedimentação
ocorre preferencialmente em meio aquático.

É durante este processo que podem também depositar se restos de


organismos ou das suas atividades (vão originar fósseis)

Se não houver perturbações, a sedimentação realiza se regularmente, formando camadas,


geralmente paralelas e horizontais que se distinguem pela diferente espessura, pelas
dimensões e pela coloração dos materiais. A cada uma destas camadas. damos o nome de
estrato

De acordo com a natureza e origem dos sedimentos, podemos considerar 3 tipos


de rochas sedimentares:

Rocha Detrítica:

- Origem física e química


- Tipo de sedimentos: detritos
- Exemplos: arenito e conglomerado

Rocha Quimiogénica

- Origem química
- Tipo de sedimentos: precipitação de substâncias dissolvidas na água
- Exemplos: Sal-gema, o Gesso e o Calcário

Rocha Biogénica

- Origem biológica
- Tipo de sedimentos: seres vivos ou resultantes da sua atividade.
- Exemplos: Calcário conquífero e recifal e Carvão

Diagénese (Litificação)

Um sedimento não é ainda uma rocha sedimentar consolidada. Após a


decomposição, os sedimentos passam por processos físico-químicos que permite
"converter" sedimentos soltos em rochas consolidadas.

No decurso da diagénese, os sedimentos perdem água (desidratação), são


compactados e cimentados.

A compactação é devida a pressão das camadas superiores e, em consequência da


compressão, certos minerais podem ficar orientados. Os espaços vazios ainda existentes
podem ser preenchidos por materiais resultantes de precipitação de substâncias químicas
dissolvidas na água de circulação como por exemplo, sílica, carbonato de cálcio. Forma se
assim, um cimento que liga os sedimentos, originando uma rocha sedimentar.

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