Você está na página 1de 6

Geologia – resumos teste 02/11

•• <<────────────────≪•◦⚜◦•≫────────────────>> ••

Tema 1 – A Terra e os seus subsistemas

Subsistemas terrestres:

Um sistema corresponde a uma parte do Universo, constituída por massa e energia, com vários
subsistemas que interagem entre si. A Terra é um exemplo de um sistema.

Atendendo às interações, ao nível da matéria e da energia os sistemas que podem existir entre
um sistema e o seu meio envolvente, podemos considerar três tipos de sistemas: sistema
isolado, sistema fechado e sistema aberto.

▪ Sistema isolado: são raríssimos na natureza; não existe trocas de matéria nem de
energia com o exterior;
▪ Sistema Fechado: não existe trocas de matéria com o exterior, mas há trocas de energia;
▪ Sistema aberto: existe trocas de energia e de matéria para o exterior.

A Terra recebe energia luminosa do seu meio envolvente, assim como matéria, como é o caso
dos meteoritos. No entanto, a quantidade de matéria que recebe é desprezível quando
comprada com a sua própria massa, pelo que podemos considerar que esta não existe. Neste
caso, admitindo que existem apenas trocas de energia, a Terra é um sistema fechado com duas
fontes de energia: uma interna, a energia térmica, e uma externa, a energia proveniente da luz
solar.

A Terra é constituída por quatro subsistemas abertos, que interagem entre si: a geosfera, a
hidrosfera, a biosfera e a atmosfera.

▪ Geosfera – Corresponde à parte sólida da Terra. Engloba a parte superficial (continentes


e fundos oceânicos) e a parte mais interna do planeta;

▪ Biosfera – Engloba toda a vida da Terra. A esta pertencem as formas de vida terrestre e
aquática, assim como as formas de vida simples e complexas;

▪ Hidrosfera – Corresponde à totalidade das águas terrestres, no estado líquido ou no


estado sólido. É constituída pelos oceanos, calotes polares/glaciares, mares, lagos, rios,
lençóis de água e pelos conteúdos aquosos dos solos gelados, como neve ou permafrost;

▪ Atmosfera – Corresponde à massa gasoso que envolve o planeta. Divide-se em 5


camadas: Troposfera, Estratosfera, Mesosfera, Termosfera e Exosfera. A camada de
ozono encontra-se no limite superior da Troposfera.

Interação de subsistemas:

▪ Atmosfera e Biosfera – A quantidade de O2 e CO2 presente na atmosfera varia de acordo


com atividades fotossintéticas, respiração e atividade humana; a presença de ozono na
atmosfera permite a existência de vida na Terra, protegendo os seres vivos dos raios UV,
causadores de mutações genéticas nas células.
▪ Atmosfera e Hidrosfera – Ao longo do seu ciclo, parte da água evapora, deslocando-se
para a atmosfera até ser novamente devolvida à hidrosfera, com a sua precipitação.

▪ Atmosfera e Geosfera – Erupções vulcânicas libertam para a atmosfera inúmeros gases


e poeiras; algumas rochas assimilam gases presentes na atmosfera.

▪ Hidrosfera e Biosfera – Todos os seres vivos são constituídos por água, sendo esta
indispensável à existência de vida; as grandes zonas florestais influenciam a distribuição
da precipitação; a libertação de detritos orgânicos alteram a composição da água.

▪ Hidrosfera e Geosfera – O movimento da água sobre as rochas da superfície terrestre


altera-as química e fisicamente. No decorrer desta alteração, a água fica enriquecida em
determinados sais minerais provenientes das rochas.

▪ Biosfera e Geosfera – A geosfera serve de suporte a grande parte da vida terrestres. As


plantas terrestres captam do solo grande parte dos nutrientes que utilizam na
fotossíntese; muitos dos produtos resultantes da decomposição dos cadáveres e restos
de seres vivos ficam integrados na geosfera; a atividade dos seres vivos pode resultar na
alteração física e química das rochas.

•• <<────────────────≪•◦⚜◦•≫────────────────>> ••

Tema 2 – As rochas, arquivos que relatam a história da Terra

▪ Mineral – Substância natural, sólida, inorgânica, com estrutura cristalina e composição


química fixa ou variável dentro de certos limites. Ex.: Quartzo, diamante, calcite…

▪ Mineraloide – Substância natural, sólida, orgânica ou inorgânica, sem estrutura


cristalina. Ex.: Pérola, âmbar, opala, obsidiana…

▪ Rocha – Associação de minerais e mineraloides compatíveis entre si no que respeita às


condições de formação. Ex.: Basalto, granito, corneana, arenito…

Podemos considerar três tipos de rochas quanto à sua origem: rochas sedimentares, rochas
metamórficas e rochas magmáticas. As rochas sedimentares têm origem em sedimentos, as
rochas magmáticas têm origem na consolidação de um magma e as rochas metamórficas têm
origem na atuação de fatores de metamorfismo.

Rochas sedimentares:

Têm origem em sedimentos, isto é, em materiais rochosos que resultaram da alteração de


rochas preexistentes e que, posteriormente, sofreram um transporte e uma deposição. Os
detritos resultantes da alteração das diferentes rochas, são depois transportados e depositados
numa bacia de sedimentação, originando os sedimentos (sedimentogénese), onde sofrem um
conjunto de processos que os transformam em rochas sedimentares (diagénese).
▪ Sedimentogénese:
Meteorização – alteração física e/ou química da rocha;
Erosão – remoção dos detritos, resultantes da meteorização, das proximidades da
rocha-mãe;
Transporte – movimento dos clastos por ação de um agente de transporte (água, vento,
gelo, gravidade). Este é influenciado pela energia/velocidade do agente de transporte,
pela gravidade e pelo tamanho dos detritos. Os fragmentos podes ser transportados em
solução, em suspensão, por saltação ou por arrastamento;
Sedimentação – deposição dos fragmentos quando a energia do agente de transporte
diminui.

▪ Diagénese:
Compactação – redução dos espaços entre os detritos, com consequente perda de água
devido ao peso das camadas sobrejacentes;
Cimentação – processo que conduz à ligação de detritos por um cimento, resultante da
precipitação de substâncias dissolvidas na água existente entre os detritos;
Recristalização – processo que conduz à formação de novos cristais por ação da pressão
ou temperatura.

Rochas magmáticas:

As rochas magmáticas têm origem na consolidação de um magma, que corresponde ao material


rochoso que se encontra no estado fluido, no interior da Terra (na astenosfera).
As rochas magmáticas podem ser divididas em dois tipos:

▪ Rochas plutónicas ou intrusivas:


O magma arrefece no interior da crosta terrestre;
O arrefecimento dá-se de forma lenta e gradual dando tempo dos minerais se formarem
e se tornarem visíveis, fazendo assim com que estes apresentem uma textura mais
desenvolvida;

▪ Rochas vulcânicas ou extrusivas:


O magma solidifica à superfície;
A solidificação dá-se bruscamente e não dá tempo aos minerais para se formarem,
fazendo assim com que estes apresentem pequenas dimensões, por vezes visíveis
apenas ao microscópio.

Rochas metamórficas:

As rochas metamórficas resultam da atuação dos fatores de metamorfismo sobre rochas


sedimentares, rochas magmáticas ou rochas metamórficas de baixo grau de metamorfismo. Os
fatores de metamorfismo são a temperatura, os fluidos de circulação, a pressão e o tempo. O
grau de metamorfismo de uma rocha dependerá do fator de metamorf ismo atuante e do grau
de atuação de cada um desses fatores.

▪ Metamorfismo regional – Movimento tectónico; afeta grandes áreas; fator


predominante é a pressão; as rochas que resultam deste tipo de metamorfismo ficam
foliadas. Ex.: xisto, gnaisse…

▪ Metamorfismo de contacto – Intrusões magmáticas (auréola de metamorfismo); afeta


áreas menores; fator predominante é a temperatura. Ex.: mármore, quartzito…
Ciclo das rochas/litológico:

1 Sedimentos 2

Rochas magmáticas 1 Rochas sedimentares


3
1
4 3

5 Magma Rochas metamórfica


4 3

1 – Afloramento e sedimentogénese 4
2 – Diagénese
3 – Fatores de metamorfização
4 – Fusão
5 – Solidificação/consolidação

•• <<────────────────≪•◦⚜◦•≫────────────────>> ••

Tema 3 – A Terra, um planeta em mudança

Princípios básicos do raciocínio geológico:

▪ Catastrofismo (Cuvier) - considerava-se que as alterações geológicas observadas no


planeta eram repentinas e violentas e de origem divina (sismos, vulcões, inundações…);

▪ Uniformitarismo (Hutton) – leis naturais são constantes no tempo e no espaço; princípio


do gradualismo: as alterações são lentas e graduais; princípio do atualismo: o presente é
a chave do passado;

▪ Neocatastrofismo – concilia os princípios do Uniformitarismo com a ocorrência de


fenómenos bruscos, violentos e esporádicos;

Mobilismo geológico – Teoria da Deriva de Continentes (Wegner):


▪ Argumentos morfológicos – os continentes, atualmente separados, apresentam limites
que encaixam como peças de um puzzle;

▪ Argumentos litológicos – foram encontradas rochas com a mesma idade e composição


idêntica, o que permite inferir que se formaram em condições ambientais idênticas,
apoiando a ideia de que os continentes estiveram juntos;
▪ Argumentos paleontológicos – existência de registos fósseis idênticos e com as mesmas
idades em continentes atualmente separados;

▪ Argumentos paleoclimáticos e paleogeográficos – evidências de que, no passado, os


continentes atualmente distantes estiveram sujeitos às mesmas condições climáticas e,
portanto, apresentavam localizações geográficas próximas e diferentes das atuais.

Apesar de todos estes argumentos, Wegner não conseguiu explicar como os continentes se
moviam e, por esse motivo, foi ridicularizado pela comunidade científica. A sua teoria foi
sustentada apenas na década de 60, com a descoberta da morfologia dos fundos oceânicos
(Hipótese da Expansão dos Fundos Oceânicos), durante a 2ª Guerra Mundial.

Limites tectónicos:

▪ Divergentes (construtivos): Vales de rifte (continental ou oceânico);

▪ Convergentes (destrutivos):
Oceano – Oceano: Subducta a placa mais antiga/mais densa;
Oceano – Continente: Subducta a placa oceânica
Continente – Continente: A placa enruga, formando cadeias montanhosas;

▪ Transformantes (conservativos): Falhas transformantes.

•• <<────────────────≪•◦⚜◦•≫────────────────>> ••
Tema 4 – A medida do tempo e a idade da Terra

Tipos de fossilização:

▪ Mumificação – Conservação total de seres vivos em material como gelo ou âmbar;

▪ Mineralização – Substituição de matéria orgânica de um ser por matéria mineral;

▪ Moldagens – Formação de moldes internos ou externos de seres vivos;

▪ Marcas – Pegadas, ovos, coprólitos.

Fóssil de idade – fósseis que permitem datar as rochas que os contém. Um bom fóssil de idade
tem uma reduzida distribuição estratigráfica e uma ampla distribuição geográfica.

Fóssil de ambiente ou fácies – permitem determinar as características ambientais existentes


aquando da sua formação. Um bom fóssil de ambiente ou de fácies tem uma ampla distribuição
estratigráfica e uma reduzida distribuição geográfica.

A idade relativa, obtida por um processo de datação relativa, não nos permite determinar um
valor numérico para a idade da Terra nem dos seus materiais constituintes, permitindo-nos
apenas estabelecer relações entre os seus diferentes constituintes. A datação relativa apoia-se
na posição relativas dos estratos e na presença de fosses de idade.

▪ Princípio da horizontalidade inicial – refere que, por ação da gravidade, os sedimentos


se depositam, formando camadas horizontais e paralelas entre si;

▪ Princípio da sobreposição de estratos – numa sequência não deformada, os estratos que


se encontram por baixo são mais antigos do que os que se encontram por cima
(exceções: dobras deitadas, terraços fluviais, grutas);

▪ Princípio do sincronismo ou da identidade paleontológica – dois estratos possuem a


mesma idade de apresentarem o mesmo fóssil de idade;

▪ Princípio da interseção – as formações rochosas intersetadas são mais antigas que as


rochas que intersetam;

▪ Princípio da inclusão – as inclusões/encraves são mais antigas do que a rocha encaixante


em que se encontra;

▪ Princípio da continuidade lateral – um estrato tem a mesma idade em toda a sua


extensão.

•• <<────────────────≪•◦⚜◦•≫────────────────>> ••

Você também pode gostar