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geologia

Þ A TERRA E OS SEUS SUBSISTEMAS EM INTERAÇÃO

A energia externa que mais influencia a Terra é a energia que irradia do Sol:
• Ativa o movimento atmosférico
• Impulsiona o ciclo da água
• Proporciona o calor necessário às reações químicas que afetam as rochas
superficiais
• Mantêm uma temperatura consentânea
• Utilizada pelos seres fotossintéticos

Possui energia térmica de origem interna resultante da desintegração de


elementos radioativos.

SISTEMA: qualquer porção do universo, com diferentes componentes em interação, de


um modo organizado. Existem três tipos de sistemas:

• Aberto: faz trocas de energia e matéria

• Fechado: faz trocas de energia

• Isolado: não há nem trocas de energia, nem de matéria

Em rigor, a Terra é um sistema aberto, mas, na prática, é um sistema quase


fechado. A matéria trocada com o exterior é insignificante quando comparada com o
volume do planeta.

Consideram-se quatro subsistemas principais:

1. Hidrosfera: conjunto de todos os reservatórios de água

2. Atmosfera: camada gasosa que envolve os outros subsistemas

3. Geosfera: parte sólida, superficial e profunda da Terra

4. Biosfera: conjunto de todos os seres vivos integrados no respetivo meio abiótico

Estes funcionam como sistemas abertos, interagindo de diferentes modos e


mantendo, em regra, um equilíbrio térmico. Qualquer alteração num irá afetar os outros,
desencadeando mudanças até ao eventual novo equilíbrio.

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1. Hidrosfera

• Oceanos > glaciares e calotes de gelo > águas subterrâneas


• Há quem considere que os calotes formam um subsistema mais restrito –
criosfera
• Os reservatórios de água doce constituem-se como os mais importantes para os
seres vivos - pequena percentagem
• A água movimenta-se passando de um reservatório para outro – ciclo hidrológico

os seus grandes motores são a energia solar e a força gravítica


• A água é também importante para a estabilização do clima terrestre
• Ao absorverem grande parte da radiação solar, os oceanos distribuem por todo o
planeta energia, através de correntes oceânicas

2. Atmosfera

• Possui diferentes camadas, distinguíveis através:


o da variação da temperatura
o da pressão
o da composição
• azoto > oxigénio > árgon > outros gases
• As quatro camadas são:
1. Troposfera + perto da terra
2. Estratosfera (camada de ozono)
3. Mesosfera
4. Termosfera
5. Exosfera + longe da terra
• Principal regulador do clima
• Protege a Terra dos efeitos das radiações solares e do bombardeamento das
partículas sólidas – muitos meteoritos desintegram-se devido ao atrito provocado
pela sua entrada nas camadas da atmosfera
• EFEITO DE ESTUFA:
o os gases deste permitem que a luz do sol passe por eles
o parte da energia solar é refletida pelas nuvens e pela superfície terrestre
o esses mesmos gases retêm grande parte do calor
o este calor é refletido de volta para a superfície, através deste efeito,
gerando mais calor

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3. Geosfera

• Mesmo estando no estado líquido, o núcleo externo faz parte da geosfera


• A zona mais externa é a litosfera – crosta e parte superior do manto
• A zona superficial serve de suporte a grande parte da vida terrestre, fornecendo
materiais necessários

4. Biosfera

• Conjunto de atividades dos seres vivos – biótipo


• Conjunto de seres vivos – biocenese

ECOSSISTEMA: unidade básica no estudo da ecologia. Aqui, o conjunto de seres vivos


interage entre si e com o meio natural de forma equilibrada. É constituído por dois
conjuntos de fatores:

• Abióticos: representado pelo biótopo, o meio físico-químico que rodeia e


influencia a comunidade. O conjunto de biótopos onde uma determinada espécie
pode viver é chamado de habitat

• Bióticos: representado pela comunidade de seres vivos que habitam num


ecossistema e as reações estabelecidas entre todos os seres vivos

O facto de a Terra ser um sistema quase fechado tem algumas implicações:


• Os recursos naturais são finitos – gestão racional dos recursos
• Os materiais residuais permanecem dentro das fronteiras do sistema,
nomeadamente materiais poluentes – afeta o equilíbrio

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Þ O CICLO DAS ROCHAS

As rochas são unidades estruturais da crosta e do manto terrestres constituídas,


em geral, por vários minerais associados.

MINERAL: substância sólida, natural e inorgânica com uma composição química e uma
estrutura atómica específicas:
• Feldspato
• Biotite (mica preta)
• Quartzo

TRANSPORTE METEORIZAÇÃO

DEPOSIÇÃO SUBIDA E AFLORAMENTO

SEDIMENTOS

COMPACTAÇÃO E
CIMENTAÇÃO ROCHA MAGMÁTICA (EXTRUSIVA)

ROCHAS SEDIMENTARES
CONSOLIDADAS

METAMORFISMO ROCHA MAGMÁTICA (INTRUSIVA) CONSOLIDAÇÃO

ROCHAS METAMÓRFICAS CRISTALIZAÇÃO

FUSÃO MAGMA

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Existem três tipos de rochas:
• Magmáticas
• Sedimentares
• Metamórficas

1. Rochas magmáticas

• Resultam da consolidação do magma:


o ROCHAS PLUTÓNICAS OU INTRUSIVAS – resultam da consolidação do
magma em profundidade (granito)
o arrefecimento do magma - gradual
o velocidade da cristalização – lenta
o cristais – grandes dimensões

o ROCHAS VULCÂNICAS OU EXTRUSIVAS – resultam da consolidação do


magma à superfície (basalto)
o arrefecimento do magma – brusco
o velocidade da cristalização – rápida
o cristais – pequenas dimensões

MAGMA: substância líquida, formada por uma mistura complexa de silicatos no estado
de fusão, com uma percentagem variável de gases dissolvidos, podendo conter ainda
cristais em suspensão
• sílica
influenciam as propriedades físicas do
• temperatura -
magma (densidade e viscosidade)
• água

Origina-se:
• Convergência de placas
• Rifte oceânico
• Vulcanismo intraplaca
• Rifte intercontinental

Existem três tipos de magmas:


1. Basáltico < % de sílica
2. Andesítico
3. Riolítico > % de sílica

1. Magma basáltico

• Consolidação à superfície – basalto


• Consolidação em profundidade – gabro

2. Magma andesítico

• Consolidação à superfície – andesito


• Consolidação em profundidade – diorito

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3. Magma riolítico

• Consolidação à superfície – riólito


• Consolidação em profundidade – granito

CLASSIFICAÇÃO - são utilizados dois critérios:


1. Composição mineralógica
2. Textura da rocha

COMPOSIÇÃO QUÍMICA:
• O composto mais abundante é a sílica

• Classificam-se em função da percentagem de sílica e do teor em diferentes


óxidos:
o Magmas com muita sílica – ácidos
o Magmas com pouca sílica – básicos

COR DOS MINERAIS:


• Rochas leucocratas: ácidas, tons claros, ricas em minerais félsicos

• Rochas mesocratas: coloração intermédia, ½ minerais félsicos + ½ minerais


máficos (porções idênticas)

• Rochas melanocratas: básicas, tons escuros, ricas em minerais máficos

A cor depende dos minerais que constituem a rocha.

TEXTURA:
• Rochas com a mesma composição mineralógica podem ter texturas diferentes

• Depende fundamentalmente da velocidade de arrefecimento do magma:


o Consolidação do magma em profundidade – arrefecimento lento do
magma – textura granular ou fanerítica

o Consolidação do magma à superfície – arrefecimento rápido do magma –


textura agranular ou afanítica

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2. Rochas sedimentares

• Resultam da acumulação e consolidação de sedimentos


• A formação inclui, geralmente, as seguintes fases:
o Meteorização
o Erosão
o Transporte Sedimentógenese
o Sedimentação
o Diagénese

SEDIMENTÓGENESE: conjunto de processos que intervêm na formação de sedimentos.


Inclui a formação de materiais a partir de rochas preexistentes ou de restos de seres
vivos, o seu transporte e a sua deposição

• Sedimentos detríticos (clastos): fragmentos provenientes da alteração de outras


rochas

• Sedimentos de origem química: resultantes da precipitação de substâncias


dissolvidas na água

• Sedimentos biogénicos: restos de seres vivos

ETAPAS DE FORMAÇÃO:

1. Meteorização: alteração das rochas

• Física: desagregação em fragmentos de menores

• Química: certos minerais transformam-se noutros


o Reações de dissolução
o Reações de oxidação
o Reações de hidrólise
o Água, oxigénio, dióxido de carbono e substâncias produzidas pelos seres
vivos
o Instabilidade da estrutura dos minerais gerados em profundidade

• H2O + CO2= chuvas ácidas

H2CO3= ácido carbónico – CaCo3= calcite – presente no calcário

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2. Erosão: remoção dos materiais resultantes da meteorização

• Pelo vento: transporte de partículas que, ao embaterem nas rochas, provocam a


erosão

• Pela gravidade: águas de escorrência

• Pela água: água, glaciares ou águas de escorrência

maior transporte, menor dimensão dos sedimentos (maior arredondamento)

3. Sedimentação: ou deposição (geralmente em estratos horizontais)

4. Diagénese: conjunto de processos físico-químicos que transformam sedimentos


soltos (detritos ou clastos) em rochas consolidadas

CLASSIFICAÇÃO:
• Rochas sedimentares detríticas – formadas por clastos:
o Argilito
o Arenito
o Brecha
o Conglomerado
o Balastros – pressão/cimentação – brechas conglomeradas
o Areias – pressão/cimentação – arenitos
o Siltes e argilas – pressão – siltitos e argilitos

• Rochas sedimentares de origem química - resultantes da precipitação de


substâncias dissolvidas na água:
o Calcário
o Gesso
o Sílex
o Sal-gema

• Rochas sedimentares de origem biogénica – deposição e diagénse de restos de


seres vivos:
o Calcário conquífero
o Carvão
o Calcário coralífero
o Petróleo

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3. Rochas metamórficas

• Resultam da alteração de rochas preexistentes devido:


o Ao aumento da temperatura
o Ao aumento da pressão sem ocorrer fusão

CALCÁRIO temperatura/pressão elevada MÁRMORE

Os fatores de metamorfismo são:


• Recristalização de minerais
• Rearranjo de texturas

Todas as alterações ocorrem no estado sólido. Nos limites convergentes, os


principais fatores de metamorfismo são:
• A pressão

• A tensão

Existem dois tipos de metamorfismo:


• De contacto:
o Intrusão magmática – calcário > mármore
o Fatores dominantes: temperatura elevada e os fluidos
o Proximidades das câmaras magmáticas
• Regional:
o Gnaisse
o Fatores dominantes: temperatura e tensão
o Limites convergentes

A textura foliada de algumas rochas (xisto) ou em bandas (gnaisse) mostra a ação


predominante da pressão.

Argilito - XISTO Granito - GNAISSE Calcário – MÁRMORE

TEXTURA:
• Foliada: • Não foliada:
o Gnaisse o Corneana
o Xisto o Quartzito
o Filádio o Mármore

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Þ GEOLOGIA E MÉTODOS

A Terra formou-se há cerca de 4600 M.a. Conhecemos a sua história a partir do


estudo de diferentes tipos de rocha.

Através das paisagens sabemos também que:

• Um glaciar pode definir-se como um rio – deixa como marca um vale em forma
de U
• A existência de vales glaciares indica que o clima era muito frio
• Um rio deixa como marca um vale em forma de V
• As praias levantadas são vestígios de transgressões marinhas

As alterações foram catastróficas, por vezes, ou lentas e graduais.

CATATROFISMO – CUVIER:
• As alterações:
o São pontuais, determinadas por catástrofes
o Não ocorrem com padrões ou ciclos
• Períodos de extinção – períodos estáveis onde uma nova fauna e flora voltariam
a ocupar a Terra
• Espécies extintas – substituídas por espécies de locais não afetados
• Pontes continentais eram a explicação para a passagem dos seres vivos de uns
locais para os outros

UNIFORMITARISMO – HUTTON:
• As leis naturais são constantes no espaço e no tempo
• Deve explicar-se o passado com base nas observações de hoje
• As mudanças são cíclicas, lentas e graduais
• Princípio das Causas Atuais ou do Atualismo Geológico:
o Causas que ocorreram no passado são idênticas às de hoje em dia
o O presente é a chave do passado

NEOCATASTROFISMO:
Princípio das
• As leis naturais são constantes no espaço e no tempo
Causas Atuais ou do
• Deve explicar-se o passado com base nas observações de hoje
Atualismo
• As mudanças são cíclicas, lentas e graduais Geológico
• No entanto, podem ocorrer catástrofes que causam alterações repentinas

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Þ FÓSSEIS

• São restos de seres vivos ou manifestações da sua atividade que ficaram


conservados em rochas ou noutros materiais naturais.

PALEONTOLOGIA: estudo da vida no passado da Terra e da forma como a mesma se


conservou

PROCESSO DE FOSSILIZAÇÃO:

A fossilização depende:
• Do tipo de ser vivo
• Da quantidade de oxigénio
• Do ambiente onde os seres vivos se encontram

CONDIÇÕES QUE INFLUENCIAM A FOSSILIZAÇÃO:


• O soterramento rápido do cadáver (acontece mais facilmente em ambiente
aquático e calmo) – impede a destruição ou a predação

• Os sedimentos finos que soterram:


o Protegem dos predadores
o Diminuem a quantidade de oxigénio – dificulta a decomposição
o Fixam com mais detalhe as formas do organismo

• A existência de partes duras no organismo – mais fáceis de fossilizar

• A temperatura ambiente ser baixa – dificulta a decomposição

Os fósseis podem ser classificados como:

• SOMATOFÓSSEIS: • ICNOFÓSSEIS:
o Partes do corpo dos seres o Vestígios da atividade dos
vivos seres vivos
o Esqueleto de dinossauro o Marcas de pegadas
o Trilobite mineralizado o Ovos

TIPOS DE FOSSILIZAÇÃO:
• Mumificação ou conservação
• Mineralização
• Moldagem:
o Molde interno
o Molde externo

FOSSÉIS VIVOS: seres vivos que não sofreram grandes transformações ao longo dos
tempos

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INFORMAÇÕES QUE ESTES NOS FORNECEM:
• Sobre os seres vivos do passado e a sua evolução – estudamos a evolução da vida
• Sobre ambientes do passado:
1. Fósseis de ambiente
2. Fósseis de idade
• Sobre a idade das rochas

1. Fósseis de ambiente ou fácies:

• Permitem caracterizar paleoambientes


• Reduzida distribuição geográfica – habitam em locais com condições específicas
• Grande distribuição estratigráfica
• Coral

2. Fósseis de idade ou estratigráficos:

• Grande distribuição geográfica


• Pequena distribuição estratigráfica – existiram durante um curto período de
tempo
• Trilobites e amonites – únicos que podem datar litologias

Þ DATAÇÃO DAS ROCHAS

ESTRATIGRAFIA: estudo, descrição, correlação de idades e classificação de rochas


sedimentares

DATAÇÃO RELATIVA:

• Estabelece a ordem cronológica pela qual as formações geológicas se constituíram no


lugar onde se encontram
• Existem diferentes Princípios da Estratigrafia:

A. PRINCÍPIO DA SOBREPOSIÇÃO: B. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE


• Qualquer estrato é mais recente LATERAL:
do que os estratos que estão • Estabelecimento de corelação de
abaixo dele e mais antigo do que idades e de posição entre
os estratos que a ele se estratos localizados em lugares
sobrepõem distanciados
• Descontinuidades no registo –
discordâncias estratigráficas ou C. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE
lacunas PALEONTOLÓGICA:
• Correspondem a um período • Sincronismo entre estratos ou
onde não ocorreu sedimentação, conjunto de estratos
erosão atuou caracterizados pelos mesmos
• Se ocorrem deformações nas conjuntos de fósseis
rochas a posição fica alterada, • Estratos com os mesmos fósseis
até invertida – não utilizado – mesma idade

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D. PRINCÍPIO DA INTERSEÇÃO: E. PRINCÍPIO DA INCLUSÃO:
• Toda a estrutura que interseta • Fragmentos de rochas
outra é mais recente do que ela incorporadas numa socha são
mais antigos do que a rocha que os
engloba
• Magma invade as fraturas
existentes nas rochas encaixantes
– mais antigas – preenchendo-as
e, mais tarde, solidificando-as –
filões

DATAÇÃO ABSOLUTA:

• Avalia a idade das formações rochosas usando referências numéricas, através de o uso
de tecnologias e análises laboratoriais de amostras das rochas
• A radioatividade é uma das principais fontes de energia térmica interna da Terra:
o Alguns dos átomos que constituem as rochas são radioativos – os seus
núcleos vão-se desintegrando para se tornarem mais estáveis. Quando isto
acontece, liberta-se energia
o Os métodos da datação radiométrica baseiam-se na quantificação de
isótopos instáveis (radioativos) existentes em alguns minerais
o Conhecendo a velocidade de desintegração e a quantidade de isótopos
que já se desintegraram – determinar a idade das rochas
o Átomo inicial: isótopo-pai – instável
o Átomo formado após desintegração: isótopo-filho – mais estável

PERÍODO DE SEMIVIDA OU PERÍODO DE SEMI-TRANSFORMAÇÃO: tempo decorrido para


que ½ do n.º de isótopos-pai sofra desintegração, transformando-se em isótopos-filho

LIMITAÇÕES DA DATAÇÃO RADIOMÉTRICA OU ISOTÓPICA:

• Rochas magmáticas – bons relógios radioativos

• Não permite datar rochas sedimentares – com a erosão ou meteorização podem


ocorrer perdas de isótopos o que influencia a idade atribuída

• Atribui uma idade ao metamorfismo e não à rocha antes de o sofrer

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Þ DIVISÃO DO TEMPO

ESCALA GEOCRONOLÓGICA:
• O tempo geológico está divido em eras e estas em períodos
• Existem três eras, que decorreram nos últimos 540 M.a.:
o Paleozoico
o Mesozoico
o Cenozoico
• Pré-câmbrico – longo intervalo de tempo anterior sobre o qual há muito menos
informação

ERA PERÍODO ACONTECIMENTOS


0 – 1,8 QUATERNÁRIO • Evolução dos seres humanos
CENOZOICA • Diversificação dos mamíferos
1,8 – 50 TERCIÁRIO
• Primeiros primatas
• Extinção em massa
5,0 – 150 CRETÁCIO
• Primeiras plantas com flor
• Primeiras aves
150 – 200 MESOZOICA JURÁSSICO
• Domínico dos dinossauros
• Primeiros mamíferos
200 – 250 TRIÁSICO
• Primeiros dinossauros
• Extinção em massa
250 – 300 PÉRMICO
• Diversificação dos répteis
• Primeiros répteis
300 – 350 CARBÓNICO
• Fetos com sementes
350 – 400 DEVÓNICO • Primeiros animais terrestres (anfíbios)
PALEOZOICA
400 – 450 SILÚRICO • Primeiras plantas terrestres
• Diversificação da vida
450 – 500 ORDOVÍCICO
• Primeiros vertebrados (peixes)
• Primeiros seres vivos com concha e
500 – 550 CÂMBRICO
esqueleto externo
550 – 600
PRÉ - CÂMBRICO Primeiros seres vivos
600 – 650

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Þ HIPÓTESE DA DERIVA DOS CONTINENTES

Segundo o modelo de Wegener, os continentes teriam estado reunidos num


único supercontinente – Pangeia – rodeado por um enorme oceano – Pantalassa.

ARGUMENTOS QUE APOIAM A HIPÓTESE:

• Argumentos morfológicos ou geográficos:


o Encaixe dos continentes

• Argumentos geológicos:
o Quando se juntam os continentes, verifica-se a continuidade em
formações rochosas e em cadeias montanhosas

• Argumentos paleoclimáticos:
o Vestígios de climas antigos (paleoclimas) muito diferentes doa atuais,
ficaram registados nas rochas
o Registam continuidade entre continentes atualmente separados

• Argumentos paleontológicos:
o Nos mapas que registam a distribuição dos fósseis em rochas, verifica-se
um encaixe entre os continentes

Þ MORFOLOGIA DO FUNDO DOS OCEANOS

DINÂMICA TERRESTRE – PERÍODO “PÓS-WEGENERIANO”:


• Plataforma continental: prolongamento submerso do continente
• Dorsal: cordilheira montanhosa submarina
• Rifte: abertura profunda na linha central da dorsal – ascende material rochoso
fundido
• Fossa oceânica: depressão profunda e alongada no fundo do oceano
• Talude continental: declive que marca a transição para o fundo marinho
• Planície abissal: região plana situada de um e de outro da dorsal
• Plataforma continental: pouco inclinada
• Talude continental: grande inclinação

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DINÂMICA TERRESTRE – TECTÓNICA DE PLACAS:
• Nas zonas de rifte, o magma que ascende vai para um lado e para o outro da
dorsal – solidifica e forma nova crusta oceânica (natureza basáltica)

consequências:
• Afastamento dos continentes (limites divergentes)
• Expansão dos fundos oceânicos

O que poderá ter provocado a movimentação são as correntes de convecção:

• No manto geram-se correntes de material rochoso. O mais denso afunda e o


menos denso sobe.

• As placas litosféricas encontram-se sobre a astenosfera onde ocorrem estas


correntes, estas arrastam consigo a litosfera (camada rochosa mais exterior, fria
e rígida)

• Estas forças acabam por partir a litosfera – placas litosféricas. Umas afastam-se,
outras chocam

• Nas zonas descendentes das correntes ocorre colisão entre placas e a litosfera é
destruída ou podem formar-se montanhas

Estas correntes só existem devido ao interior da Terra estar quente, isto porque:

• O planeta formou-se com o impacto de outros – acumulação de energia térmica

• As zonas internas desta foram sendo comprimidas sob o peso crescente da


acumulação de novos materiais – acumulação de energia térmica

• Desintegração dos elementos radioativos – libertação de energia

O nosso planeta não aumenta, então, a sua dimensão, porque existem locais onde
se forma nova crusta e locais onde se destrói esta mesma. Isto ocorre quando duas placas
colidem, basta que uma seja oceânica.

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PLACAS LITOSFÉRICAS: podem conter continentes ou apenas litosfera oceânica. As
fronteiras entre placas chamam-se limites de placas – zonas muito instáveis. Existem três
tipos de limites:

1. Divergentes (ou construtivos):

• Forças distensivas
• Afastam-se – há formação de litosfera
• Riftes existem neste tipo de limite
• Fendas por onde ascende magma que, ao consolidar, forma basalto
• Acontecimentos geológicos:
o Alargamento do funco oceânico
o Afastamento dos continentes
o Sismos
o Vulcões

2. Convergentes (ou destrutivos):

Entre duas placas com litosfera oceânica:


• Quando estão ambas sujeitas a forças compressivas – colidem e uma delas sofre
subducção
• Forma-se uma depressão profunda – fossa oceânica
• A subducção conduz ao aquecimento e à fusão de materiais
• Lava ascende através de vulcões – podem emergir formando ilhas

Entre uma placa com litosfera oceânica e uma com litosfera continental:
• Na colisão, a placa oceânica – mais densa – sofre subducção
• Destruição de litosfera
• Espessamento da litosfera continental
• Formação de montanhas
• Vulcanismo

Entre duas placas continentais:


• Não existe subducção – densidade da crosta continental < densidade da
astenosfera
• Espessamento da litosfera – rochas sofrem deformações
• Formação de montanhas

Acontecimentos geológicos:
• Formação de montanhas
• Sismos
• Vulcões

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3. Transformantes (ou conservativos):

• Não há nem formação nem destruição


• Sujeitas a forças de cisalhamento, as placas deslizam lateralmente uma em
relação à outra ao longo de uma falha
• Acontecimentos geológicos:
o Deformação das rochas
o Sismos

Þ ESTRUTURA E DINÂMICA DA GEOSFERA

Os diferentes tipos de erupções encontram-se relacionadas com o tipo de


magma. Existem distintos tipos de vulcanismo:

1. Primário:

• Podem ser libertados materiais no estado sólido, líquido ou gasoso


• A erupção ocorre no aparelho vulcânico

Dentro do primário temos duas vertentes:


• Central: existência de elevações com uma abertura – libertação do material ígneo
o Ocorre num aparelho vulcânico – vulcão
o Chaminé cilíndrica
o Crateras ligadas a chaminés cilíndricas
o Típica atividade continental

• Fissural: o material ígneo é libertado ao longo de fissuras/fendas na crusta


terrestre
o Zonas de rifte
o Lavas básicas
o Erupções, quando são continentais – extensos planaltos de lava basáltica
o As subaquáticas vão originar novos fundos oceânicos

2. Secundário ou residual:

• Menos violenta
• Sem associação à libertação de magma
• Fumarolas

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LAVA: magma já no exterior da Terra, MAGMA: material rochoso, semi-fundido,
pobre em gases encontra-se no interior da Terra, rico em
gases

Existem três tipos de magma:

• Basáltico:
o 50% de sílica
o +1000ºC
o Fluido – viscosidade
o Erupções efusivas
o Básico – acidez
o Origina de rochas do manto – peridotitos (ricos em minerais de ferro e
magnésio, olivina e piroxena)
o Expelidos ao longo dos riftes e pontos quentes
o Pequena quantidade de gases dissolvidos

• Andesítico:
o Cerca de 60% de sílica
o 800ºC – 1000ºC
o Intermédio – viscosidade
o Erupções mistas
o Intermédio – acidez
o Forma-se em zonas de subducção resultante da colisão entre duas placas
oceânicas (arcos insulares) ou de uma continental e outra oceânica
o Inclui água e sedimentos
o Bastantes gases dissolvidos

• Magma riolítico:
o +70% de sílica
o 650ºC – 800ºC
o Viscoso – viscosidade
o Erupções explosivas
o Ácido – acidez
o Forma-se em zonas de colisão entre placas continentais
o Rico em gases

A viscosidade depende:
• Da temperatura (menor temperatura – maior viscosidade)
• Da quantidade de sílica (mais sílica – maior viscosidade)
• Da quantidade de fluídos (menos fluídos – mais viscosidade)

Os fatores que contribuem para a formação de magmas são:


• Temperatura
• Pressão
• Água

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TENSÕES LITOSTÁTICAS: tensão das camadas suprajacentes

TENSÕES NÃO LITOSTÁTICAS: resultantes de movimentos tectónicos

ARCOS INSULARES: conjunto de sucessivos vulcões no fundo marinho

OROGENIA: formação de cadeias montanhosas, ciclo de formação

MATERIAIS EXPELIDOS PELOS VULCÕES:


1. Lava:
• Pode escorrer – formação de escoadas lávicas – vulcanismo efusivo
• Pode ser projetada e arrefecer – vulcanismo explosivo - formação de piroclastos,
fragmentos de diferentes dimensões:
o Cinza < tamanho
o Lapili
o Bombas > tamanho
• Os piroclastos podem cair e ficar acumulados no cone – piroclastos de queda –
pedra-pomes
• Pedra-pomes: é menos densa que a água, deve-se à enorme quantidade de
vesículas/poros que ficaram aprisionados na lava mesmo após o seu
arrefecimento
• Juntamente com os gases, os piroclastos podem formar nuvens incandescentes
que se movimentam por ação da gravidade, podendo atingir grande velocidade –
piroclastos de fluxo

2. Gases:
• Vapor de água é o mais libertado

TIPOS DE ERUPÇÕES:
A. Explosivas:
• TEOR EM SÍLICA: alto (>70%)
• ACIDEZ DOS MAGMAS: lavas ácidas (riolítico)
• TEMPERATURA DOS MAGMAS: baixa (800°C)
• VISCOSIDADE: alta
• PRESENÇA DE GASES: 4% a 6%
• FORMAÇÃO DE PIROCLASTOS: principalmente cinzas – nuvens ardentes
• PAISAGEM VULCÂNICA: cones pronunciados com agulhas ou domos/cúpulas
vulcânicas, vertentes inclinadas

É comum o cone anterior ser destruído durante este tipo de erupções. Por vezes,
o magma consolida ainda na chaminé, originando uma agulha vulcânica. Estas lavas não
formam escoadas e podem até solidificar no interior do aparelho.

DOMOS OU CÚPULAS: acumulação de lava consolidada na cratera com formas


arredondas

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NUVENS ARDENTES: podem dispersar-se por todo o globo, afetando o clima global; pode
haver bloqueio da radiação solar – redução da temperatura média global e extinções;
nuvens de gases e poeiras incandescentes

B. Mistas:
• TEOR EM SÍLICA: intermédio (50%-60%)
• ACIDEZ DOS MAGMAS: lavas intermédias (andesítico)
• TEMPERATURA DOS MAGMAS: média
• VISCOSIDADE: média
• PRESENÇA DE GASES: 3% a 4%
• FORMAÇÃO DE PIROCLASTOS: cinzas, lapilis e bombas, alternados com escoadas
de lava, piroclastos de fluxo
• PAISAGEM VULCÂNICA: cones bem definidos por camadas alternadas de lava e
material piroclástico

Lahar é a designação dada a um movimento de massa exclusivo das regiões


vulcânicas, formado pelo deslocamento ao longo de vales ou de encostas íngremes de
lama composta por materiais piroclásticos e água. Podem também ocorrer na ausência
de erupções em encostas. Apresentam uma grande velocidade e grande capacidade de
penetração nos espaços vazios. A elevada densidade do fluido formado permite o
transporte de grandes massas rochosas que flutuam na lama e são arrastadas a alta
velocidade.

C. Efusivas:
• TEOR EM SÍLICA: baixo (<50%)
• ACIDEZ DOS MAGMAS: lavas básicas (basáltico)
• TEMPERATURA DOS MAGMAS: alta (1500°)
• VISCOSIDADE: baixa
• PRESENÇA DE GASES: 1% a 2%
• FORMAÇÃO DE PIROCLASTOS: praticamente inexistente – escoadas de lava,
principal emissão
• PAISAGEM VULCÂNICA: cones pouco pronunciados, constituído essencialmente
por lava; escoadas vulcânicas extensas (rios e lagos de lava), vertentes mais
suaves

TIPOS DE LAVAS BASÁLTICAS:


• Erupção área:
o Lava encordoada – muito fluida, ao arrefecer à superfície, sofre um
enrolamento, pois continua a ocorrer fluxo de lava por baixo
o Lava escoriácea: mais viscosa e perdeu muitos gases, movimenta-se mais
lentamente e permite a formação de uma espessa camada superficial sólida,
muito irregular
• Erupção submarina:
o Lava em almofada: lava arrefece de um modo rápido, principalmente nas
camadas externas em contacto com a água - estruturas esféricas (parecidas com
almofadas)

21
FORMAÇÃO DE CALDEIRAS:
• Por norma formam-se em erupções intensas nas quais a parte superior do cone
vulcânico abate – na depressão que se gera pode acumular-se água das chuvas
• O esvaziamento quase completo da câmara magmática faz com que o cone
vulcânico deixe de ter suporte e, por isso, ocorre o seu abatimento

VULCANISMO E TECTÓNICA DE PLACAS:


• Os vulcões estão fortemente associados a limites entre placas litosféricas
• A fusão da rocha para formar magma é mais provável em locais mais instáveis e
dinâmicos – limites entre placas litosféricas

VULCANISMO NOS LIMITES VULCANISMO NOS LIMITES DESTRUTIVOS


CONSTRUTIVOS • Zonas de subducção
• Zonas de rifte • Formação de redes de vulcões
• Erupções geralmente subaquáticas paralelos à zona de subducção (arcos-
• Erupções efusivas ilha)
• Libertação de lava basáltica • Erupções mistas/explosivas
• Vulcanismo do tipo fissural • Formação de lava intermédia a ácida
• Vulcanismo do tipo central

VULCANISMO INTRAPLACA: vulcanismo no interior da placa


• Hotspots ou pontos quentes:
o Relacionado com o vulcanismo ativo fora dos limites instáveis
o Aqui, tendo em conta a sua localização fixa, ascende magma ultrabásico,
oriundo de zonas profundas originando plumas (pluma térmica) na sua ascensão
até à sua superfície
o Erupções sucessivas constroem um cone
o O movimento da placa desloca o vulcão em relação ao ponto quente –
quando ocorrem novos episódios vulcânicos, o cone forma-se ao lado do interior
o Aumento progressivo da idade e a diminuição da atividade vulcânica –
maior afastamento do ponto quente

VULCANISMO INTERPLACA: vulcanismo no limite de placas

Þ SISMOLOGIA

Os sismos correspondem a libertação de energia no interior da Terra sob a forma


de calor e ondas sísmicas. São movimentos vibratórios bruscos da litosfera. A sua origem
pode estar associada a:
• Atividades humanas (causa artificial)
• Vulcanismo (causa natural)
• Deslizamento de terras ou abatimento de grutas (causa natural)
• Movimento de placas litosféricas – sismos tectónicos (causa natural)

MICROSSISMO: não é sentido pelas pessoas

MACROSSISMO: é sentido pelas pessoas

22
FORÇAS QUE DESENCADEIAM OS SISMOS (FORÇAS/TENSÕES):
• Forças compressivas:
o Limites convergentes – atuam sobre as rochas e tendem a reduzir o seu
volume, podendo originar a sua fratura

• Forças distensivas:
o Limites divergentes – atuam sobre as rochas e tendem a alongá-las ou
provocar-lhes fraturas

• Forças de cisalhamento:
o Limites transformantes – provocam movimentos paralelos em sentidos
opostos e tendem a fraturar as rochas; as rochas deformam-se, mas não da
mesma maneira. A deformação depende da natureza/comportamento da própria

NATUREZA DOS MATERAIS:


• Elástica:
o Após a aplicação da força, os materiais retornam à sua forma inicial
• Plástica:
o Após a aplicação da força, os materiais mantêm a sua deformação
• Rígida:
o Com a aplicação da força os materiais fraturam

Se for ultrapassado o limite de elasticidade e plasticidade dos materiais, eles vão


fraturar.

COMPORTAMENTO DOS MATERIAIS:


• Frágil: sujeitos a tensões, os materiais tendem a fraturar. Este comportamento
está associado a materiais de natureza rígida em condições de baixa temperatura
e pressão – relaciona-se com a formação de falhas

• Dúctil: sujeitos a tensões, os materiais sofrem alterações permanentes de forma


e/ou volume, sem chegarem a fraturar. Este comportamento está associado a
materiais que adquirem uma natureza plástica em condições de temperatura e
pressão mais elevadas – relaciona-se com a formação de dobras

• Dobras: correspondem a material rochoso “enrugado”. Resultam da atuação de


tensões compressivas, sem, no entanto, ser ultrapassado o seu limite de
elasticidade/plasticidade (o material ainda está a assumir um comportamento
dúctil)

• Falhas: são superfícies de fratura ao longo das quais ocorrem movimentos de


blocos rochosos. Resultam da atuação de tensões em rochas com
comportamento frágil

23
TIPOS DE FALHAS:
• Falha inversa: um bloco sobe em relação ao outro – associado a forças
compressivas

• Falha normal: um bloco desce em relação ao outro – associado a forças


distensivas

• Desligamento: um bloco deslizou, na horizontal e em sentido oposto, em relação


a um outro – associado a forças de cisalhamento

A maior parte dos sismos ocorre durante o deslizamento de blocos rochosos uns
em relação aos outros. Nos limites entre placas é esperado que se formem muitas falhas.

TEORIA DO RESSALTO ELÁSTICO:

1. As rochas ficam sujeitas a forças de elevada intensidade e duração, devido ao


movimento de placas

2. Acumula-se uma grande quantidade de energia – o atrito e a resistência das


rochas impedem que ocorra já uma deslocação

3. Quando é ultrapassado o limite de resistência, existe a rutura da rocha

4. Os blocos rochosos deslocam-se um em relação ao outro – forma-se uma falha e


liberta-se energia, sob a forma de calor e ondas sísmicas

Esta teoria pressões que as falhas exibam acumulações e libertações periódicas


de energia. No entanto, os sismos não apresentam padrões regulares – dificulta a sua
previsão.

TERMOS ASSOCIADOS AOS SISMOS:


• Hipocentro ou foco: local, no interior da Terra, onde o sismo tem origem – sismos
superficiais até aos 70km de profundidade; sismos profundos a mais de 300km

• Epicentro: ponto de superfície terrestre mais próximo do hipocentro

• Sismógrafo: aparelho que regista ondas sísmicas – produção de sismogramas

• Sismos premonitórios ou abalos premonitórios: antecedem os sismos mais fortes,


são abalos mais fracos

• Réplicas: reajustamento dos materiais rochosos na zona da falha, são pequenos


abalos após um sismo

• Ondas sísmicas: constituídas pela vibração do material rochoso que se vai


transmitindo em todas as direções, a partir do foco

24
• Raio sísmico: trajetória perpendicular à superfície da onda

• Frente de onda: superfície que separa as partículas que já entraram em vibração


daquelas que ainda estão estáticas – à medida que o sismo se propaga a frente
de onda vai avançando

SISMOS PROFUNDOS E SUPERFICIAIS:


A partir dos 20km de profundidade, devido ao acréscimo de temperatura, as
rochas começam a assumir um comportamento dúctil.

Se se tratar de um local de subducção é possível que a profundidade seja superior,


uma vez que, devido às enormes pressões, o ponto de fusão dos materiais rochosos é
mais alto e estes podem comportar-se como frágeis a uma maior profundidade.

ONDAS SÍSMICAS:
• Quando ocorre um sismo, a energia libertada a partir do hipocentro provoca a
vibração elástica das partículas circundantes mais próximas fazendo com que
estas se desloquem
• Depois é transmitido partícula a partícula, ocorrendo assim a sua propagação –
ondas sísmicas

Estas propagam-se em todas as direções. Uma vez à superfície, geram outro tipo
de ondas:

1. Ondas de profundidade, internas ou de volume: propagam-se a partir do


hipocentro (no interior da terra), em todas as direções. O conhecimento da sua
velocidade de propagação permite deduzir as diferentes propriedades dos
materiais do interior da Terra, bem como a que profundidade essas diferenças de
encontram – existem dois tipos: ondas P e ondas S

2. Ondas de superfície: resultam da interação das ondas de volume com a superfície


terrestre, são mais lentas e as responsáveis pela destruição. Propagam-se à
superfície ou próxima dela a uma velocidade constante – ondas R e ondas L

Os diferentes tipos de ondas distinguem-se:


• Pelo tipo de movimento que provocam nas partículas
• Pelos locais onde se propagam
• Pela velocidade

25
TIPOS DE ONDAS SÍSMICAS – PROFUNDAS:

1. Ondas P (primárias, longitudinais ou compressivas):


• Primeiras a serem registadas
• As mais rápidas
• Provocam nas partículas uma vibração paralela à direção de propagação –
na direção do raio sísmico, daí o nome longitudinal
• Provocam alternadamente movimentos de compressão e distensão,
ocorrendo variação do volume
• A velocidade varia com a densidade e rigidez dos materiais atravessados
• Propagam-se em meios sólidos, líquidos e gasosos
• Analogia: “expandem” e contraem”

+ densidade + rigidez + propagação


- densidade + velocidade
+ rigidez + velocidade
+ incompressibilidade + velocidade

2. Ondas S (secundárias ou transversais):


• Registadas instantes após a chegada das ondas P
• Mais lentas que as ondas P
• Provocam nas partículas uma vibração perpendicular à direção de
propagação
• Provocam mudanças na forma do material (deformação), sem, no
entanto, ocorrer variação do volume
• A velocidade varia com a densidade e rigidez dos materiais atravessados
• Propagam-se apenas em materiais sólidos
• Analogia: movimento de um chicote

+ rigidez - densidade

aumenta a velocidade

aumenta a rigidez

incompressibilidade aumenta

26
TIPOS DE ONDAS SÍSMAS – SUPERFICIAIS:

Ao atingirem a superfície, as ondas P e S interferem com ela e originam este tipo


de ondas. Estas caracterizam-se por apresentar uma grande amplitude e, por isso, são as
que causam maior destruição.

1. Ondas R:
• As partículas manifestam movimentos circulares (retrógrados) num plano
perpendicular à direção de propagação da onda
• São lentas, de grande amplitude e velocidade de propagação constante

2. Ondas L:
• As partículas movem-se em “zig-zag” (horizontalmente e numa direção
perpendicular à propagação da onda)
• São lentas, de grande amplitude e velocidade de propagação constante

A velocidade deste tipo de ondas é constante, visto que se deslocam à superfície


e, por isso, atravessam materiais com características e composição semelhante.

REGISTO DE ONDAS SÍSMICAS:

Aspetos analisados num sismograma:


• Amplitude das ondas
• O tempo de chegada de cada onda
• O intervalo de tempo entre a chegada de diferentes ondas

ESTUDO DAS ONDAS SÍSMICAS:

Propriedades das ondas:


• Amplitude – distância máxima de uma partícula em relação à sua posição de
repouso
• Período ou comprimento de onda – tempo que decore entre uma oscilação
completa
• Frequência – número de oscilações num dado intervalo de tempo

27
• Ondas P • Ondas S • Ondas L e R
o Baixa amplitude o Amplitude maior o Grande amplitude
o Menos destrutivas do que as P o Longa duração
que as S o Destrutivas

Diferentes ondas sísmicas fazem vibrar de forma diferente os materiais que


atravessam, devido a isto, é necessário ter diferentes sismógrafos para conseguir registar
movimentos verticais e horizontais das partículas – sismógrafos verticais e sismógrafos
verticais.

DETERMINAÇÃO DO EPICENTRO DE UM SISMO:


• Uma vez que as ondas P são mais rápidas do que as ondas S, quanto maior for a
distância percorrida pelas ondas, maior será o tempo que as separa
• É possível a construção de gráficos que permitem saber a distância de um ponto
do epicentro, a partir do tempo que separa a chegada das ondas P da chegada
das S
• Quanto maior a distância ao epicentro, maior a diferença de tempo entre a
chegada das ondas

SISMOS E TECTÓNICA DE PLACAS:

A ocorrência de sismos está relacionada com zonas instáveis da litosfera,


nomeadamente limites entre placas litosféricas.

• Sismos interplacas: localizados nos limites entre placas litosféricas

• Sismos intraplacas: menos frequentes e estão, geralmente, relacionados a falhas


ativas

• Sismos superficiais: ocorrem nos limites convergentes com zonas de subducção,


na zona de contacto entre placas e sismos progressivamente mais profundos
nestas zonas

• Limites convergentes: • Limites divergentes: • Limites conservativos:


o De litosfera o Ocorrem sismos o Os movimentos ao
continental – as superficiais na zona longo das falhas
forças exercidas de afastamento transformantes
sobre as rochas entre placas, ao originam,
levam à formação nível do rifte normalmente,
de falhas e à sismos superficiais
ocorrência de
sismos superficiais
e profundos

28
Um sismo pode ser avaliado de acordo com a:

1. Intensidade: efeitos que o sismo tem na população, construções e ambiente –


Escala de Mercalli
• Escala quantitativa que avalia os efeitos destruidores produzidos e
sentidos à superfície num dado local, devido à propagação de ondas sísmicas
• Depende:
o Da distância do epicentro
o Da natureza do subsolo
o Do tipo de construções e de paisagens
o Da profundidade do foco

2. Magnitude: quantidade de energia libertada no hipocentro – Escala de Richter

As isossistas são linhas que unem pontos de igual intensidade sísmica. Estas têm
formas irregulares, devido ao material atravessado ter diferentes propriedades.

INTERIOR DA TERRA:
Admite-se que a constituição e propriedades físicas dos materiais terrestres
variam com a profundidade, condicionando, assim, a velocidade das ondas P e S.

Se a velocidade de propagação das ondas é tanto maior, quanto mais


profundamente elas mergulham, tem de se concluir que a rigidez aumenta muito mais
com a profundidade do que a densidade.

+ rigidez + velocidade
- densidade
+ porosidade
+ incompressibilidade

A velocidade das ondas P e S não é constante, varia:


• Diretamente com a rigidez dos materiais
• Na razão inversa da densidade dos materiais
• No caso das P, também varia com a incompressibilidade dos materiais

Þ ONDAS SÍSMICAS E DESCONTINUIDADES

Ao passarem de um meio para o outro com características físicas diferentes, as


ondas sísmicas alteram a sua trajetória. À superfície de separação entre esses dois meios
dá-se o nome de descontinuidade.

É por sofrerem sucessivas refrações que a trajetória das ondas sísmicas não é
retilínea, mas sim curvilínea.

Os geofísicos estudam as variações na trajetória e na velocidade das ondas P e S


como método indireto do estudo do interior da terra.

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ONDA DIRETA: onda inicial com origem no foco sísmico e que não interage com nenhuma
superfície de descontinuidade, não sofrendo reflexões nem refrações

ONDA REFLETIDA: nova onda que se propaga a partir de uma superfície de


descontinuidade em sentido contrário e no mesmo meio em que a onda inicial se estava
a propagar

ONDA REFRATADA: onda transmitida, por uma superfície de descontinuidade, para o


segundo meio, a maior parte das vezes, com ângulo diferente

DESCONTINUIDADE DE MOHOROVICIC:

Presumiu que existia um limite que definia a transição entre a crusta e o manto:
• Designa-se por descontinuidade de Mohorovicic ou Moho, está entre os 35km a
40km – separa a crusta do manto
• Situa-se a profundidades entre os 5 a 10km nas placas oceânicas e entre os 35 e
os 70km nas placas continentais
• A velocidade de propagação é maior na crosta oceânica (mais rígida) do que na
crosta continental
• Esta maior velocidade explica-se pelo facto de serem formadas rochas basálticas
mais rígidas do que as rochas graníticas que compõem as continuidades
• Entre os 100km e os 350km situa-se a astenosfera – menor rigidez, mais plástica
– aqui, as ondas propagam-se com maior dificuldade

diminuição da propagação diminuição da rigidez

As zonas P diretas nunca são detetadas na faixa entre os 103° e os 143° contados
a partir do epicentro, em redor de todo o globo – zona de sombra.

Esta zona deve-se aos desvios que as ondas P sofrem nas descontinuidades da
Terra:
• Descontinuidade de Gutenberg: entre o manto e o núcleo externo, a 2900km de
profundidade – até aos 2900km (separa o manto do núcleo externo)
• Descontinuidade de Lehman: entre o núcleo interno e externo, a 5100km de
profundidade – 5150 km (separa o núcleo interno e externo)

VARIAÇÃO DA VELOCIDADE DAS ONDAS SÍSMICAS COM A PROFUNDIDADE:

• Até aos 100km de profundidade, a velocidade das ondas P e S aumenta devido ao


aumento da rigidez dos materiais rochosos – LITOSFERA – descontinuidade de
Mohorovicic

• Entre os 100km e os 250km, a velocidade das ondas sofre uma redução devido à
diminuição da rigidez dos materiais (sólidos pouco rígidos) – ASTENOSFERA –
descontinuidade de Gutenberg

30
• Entre os 250km e os 2900km, a velocidade aumenta progressivamente devido ao
aumento da rigidez – CONTINUAÇÃO DO MANTO (MESOSFERA) – descontinuidade
de Lehman

• Aos 2900km, as ondas S deixam de se propagar devido à passagem de material sólido


para líquido e as P diminuem muito de velocidade devido à diminuição da rigidez e
aumento da densidade dos materiais – TRANSIÇÃO DO MANTO PARA O NÚCLEO
EXTERNO – descontinuidade de Gutenberg

• Aos 1150km, as ondas P aumentam de velocidade devido ao aumento de rigidez dos


materiais (passam de líquidos a sólidos) – TRANSIÇÃO DO NÚCLEO EXTERNO PARA O
NÚCLEO INTERNO – descontinuidade de Lehman

Þ MODELOS DA ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

O estudo das ondas sísmicas permitiu:


• Perceber que existem camadas com diferentes características no interior da Terra
• Localizar descontinuidades que marcam a transição entre diferentes camadas
• Caracterizar diferentes camadas

1. Modelo geoquímico:
• Crosta continental – formada por grande diversidade de rochas, embora
predominem as graníticas (ricas em silício e alumínio)
• Crosta oceânica – formada essencialmente por rochas basálticas (ricas em silício
e magnésio)
• Manto – formado por rochas de elevada densidade, ricas em ferro e magnésio
• Núcleo – rico em ferro e níquel

2. Modelo geofísico:
• Litosfera (250km) – formada por materiais sólidos e rígidos. Encontra-se dividida
em placas
• Astenosfera (700km) – formada por materiais sólidos, mais com comportamento
plástico e deformável
• Mesosfera (2900km) – formada por materiais sólidos e rígidos
• Núcleo externo (5150km) – formado por materiais líquidos
• Núcleo interno (6351km) – formado por materiais sólidos e rígidos

31
Þ TSUNAMI

É uma onda ou uma série de ondas no oceano que podem atingir centenas de km
de extensão e alturas de cerca de 20m, originadas por uma grande libertação de energia,
a qual provoca a deslocação vertical de uma massa de água no oceano.

FORMAÇÃO DE UM TSUNAMI:
1. As forças tectónicas provocam a acumulação de tensões e, consequentemente, o
ressalto elástico com simultânea libertação de energia no hipocentro
2. A energia libertada é transferida para a água, elevando o nível do mar nessa região
e, consequentemente, gerando enormes ondas, que se deslocam em todas as
gerações

No alto mar, onde a profundidade é elevada, as ondas têm elevado comprimento


de onda e reduzida amplitude, o que as torna quase impercetíveis.

Á medida que o tsunami se aproxima da costa, as águas tornam-se menos


profundas, provocando a compressão da energia que se desloca através da água e,
consequentemente, verifica-se a subida da água com simultâneo recuo abrupto da água
da linha da costa (diminuição da velocidade).

Esta diminuição faz com que a parte traseira da onda se aproxime da frente
gerando:
• A diminuição do comprimento de onda
• O aumento da amplitude da onda
• O recuo abrupto da água na linha de costa

Þ MÉTODOS DIRETOS E INDIRETOS

A. DIRETOS: B. INDIRETOS:
• Recolha e análise direta de elementos • Análise de dados que permitem,
à superfície ou provenientes do indiretamente, e por generalizações e
interior da Terra e que estão aferições, conhecer as zonas mais
acessíveis ao Homem inacessíveis/profundas da Terra

A. DIRETOS:
Permitem obter informações através:
• Da observação e análise de materiais recolhidos
• Da medição de parâmetros nos locais que o ser humano consegue
alcançar

Perfurações (sondagens):
• Vantagens: fornecem dados precisos sobre a composição das rochas, a
pressão e a temperatura
• Limitações: a perfuração mais profunda, realizada com sondas, que se
conseguiu até à atualidade atingiu pouco mais de 12km, mas o raio da Terra tem
mais de 6000km. Dificuldades técnicas relacionadas com a temperatura e a

32
pressão a que estão sujeitas as rochas em profundidade impedem as perfurações
de ir mais longe

Estudo das rochas à superfície ou em minas e grutas:


• Vantagens: o estudo dos afloramentos rochosos permite deduzir as
condições de pressão e de temperatura a que as rochas estiveram sujeitas
quando se formaram
• Limitações: a profundidade alcançada continua a ser pequena em relação
com o raio da Terra. Não é possível fazer este estudo em todos os locais da Terra

Minerais expelidos pelos vulcões:


• Vantagens: fornecem dados sobre a composição das rochas e a
temperatura da Terra até cerca de 150km de profundidade
• Limitações: não é possível conhecer a textura das rochas que fundiram
para originar o magma. A composição do magma pode ter variado no seu trajeto
até à superfície

B. INDIRETOS:
Estes:
• Permitem obter informações sobre o interior da Terra sem a observação
direta dos materiais
• Usam dados resultantes da astrogeologia, da sismologia e do estudo do
magnetismo da Terra

Astrogeologia:
• A Terra e os restantes corpos do Sistema Solar terão tido uma origem
comum – formaram-se simultaneamente a partir dos mesmos materiais
• O estudo dos asteroides ou de meteoritos, por exemplo, fornece dados
importantes sobre a Terra

Sismologia:
• Sempre que ocorre um sismo, a propagação das ondas sísmicas irá
“radiografar” o interior da Terra. Isto porque:
o As ondas sísmicas propagam-se por todo o globo
o Existem aparelhos precisos que as registam
o A velocidade das ondas sísmicas varia de acordo com as
propriedades físicas do material que estão a atravessar
• A Terra tem uma estrutura diferenciada, heterógena, em camadas de
rigidez e densidade diferentes, uma vez que as ondas sísmicas não se propagam
a uma velocidade constante e retilínea
• Á medida que vão percorrendo o interior da Terra, vão mudando de
direção e velocidade ao encontrarem materiais de constituição diferente
• Assim, permitem, indiretamente, estudar o interior da Terra

33
Gravimetria:
• Área que se ocupa da medição da força gravítica e na sua variação no
globo
• A superfície terrestre não é lisa e regular, logo, há uma variação da medida
da força gravítica ao longo da superfície terrestre
• Para se comparar a força gravítica em diferentes pontos da Terra foi
necessário introduzir correções relativas aos vários parâmetros que a fazem variar
• Era esperado que, assim, a força gravítica fosse igual em qualquer lado,
mas o mesmo não se sucedeu
• Anomalias gravimétricas – diferença entre os valores esperados de
gravidade para um determinado local e os valores obtidos por medição. Estas
indicam que existem, naquela área, e em profundidade, materiais rochosos com
diferentes densidades
o Anomalia gravimétrica positiva: quando a força da gravidade é
superior ao esperado para um determinado ponto da superfície terreste. Indica a
presença de materiais muito densos em profundidade
o Anomalia gravimétrica negativa: quando a força da gravidade é
inferior ao esperado para um determinado ponto da superfície terrestre. Indica a
presença de materiais pouco densos em profundidade
• Quando analisamos o perfil gravimétrico ao longo de um continente
verificamos que apresenta, globalmente, uma gravidade inferior às regiões
oceânicas e que as anomalias negativas são mais intensas nas regiões
montanhosas

GRADIENTE GEOBÁRICO: a pressão aumenta da superfície para o centro da terra


• + profundidade + gradiente geobárico
(relacionado à pressão) (variação da pressão com a profundidade)

Densidade:
• As variações de densidade podem também evidenciar variações de
pressão em profundidade
• Com a profundidade, os materiais estão sujeitos a uma pressão cada vez
maior (pressão litostática – exercida, em profundidade, pela massa rochosa
suprajacente, a qual altera a estrutura e a mineralogia de uma rocha) e,
consequentemente, ficam cada vez mais comprimidos – os valores da densidade
aumentam e o volume diminui

Geomagnetismo:
• A Terra tem um campo magnético que pode ser estudado com um
magnetómetro
• Orientação da polaridade dos minerais ferromagnéticos de acordo com o
campo magnético vigente no momento da sua génese:
o Polaridade normal: norte magnético – norte geográfico
o Polaridade inversa: norte magnético – sul geográfico

34
• Isto mostra que muitas rochas apresentam o registo de um campo
magnético com polaridade diferente da atual, evidenciando que o campo
magnético tinha sofrido, com frequência, inversões na sua polaridade – inversão
magnética

Magnetismo:
• Existe um padrão regular nas inversões de polaridade magnéticas
registadas nos fundos oceânicos
• Comprovam a ocorrência de um mecanismo de formação de crusta
oceânica a partir de um eixo central correspondente à dorsal médio-oceânica
• Prova a expansão dos fundos oceânicos e o dinamismo da Terra e que o
núcleo externo deve ser líquido e rico em ferro, visto que existem rochas
magnetizadas com cerca de 3.5 mil M.a.
• Anomalia positiva: polaridade normal
• Anomalia negativa: polaridade inversa

Geotermia:
• O calor interno da Terra é responsável pelo dinamismo interno. O calor
gerado aquando da formação da Terra é perdido para o espaço – fluxo térmico.
Contudo, como as rochas da crosta não são boas condutoras térmicas, esse fluxo
é reduzido e compensado pelo calor libertado pela desintegração de elementos
radioativos
• Na Terra, a temperatura aumenta com a profundidade, porém, não
aumenta sempre da mesma forma:
o Gradiente geotérmico: variação de temperatura, em graus, por
cada km de profundidade – não é constante, o aumento da temperatura não é
regular à medida que avançamos em profundidade. Diminui com a profundidade,
isto é, o aumento da temperatura faz-se de um modo mais lento. Se isto não
acontecesse, a Terra atingiria temperaturas de muitos milhares de graus, no seu
interior, o que provocaria a fusão de todos os materiais
o Grau geotérmico: número de metros, em profundidade, para a
temperatura aumentar 1°C – não corresponde a uma distância fixa. Se para zonas
mais superficiais da geosfera o valor do grau ronda os 33m, à medida que a
profundidade aumenta este valor tende a aumentar (são necessários mais metros
para que a temperatura aumente 1°C)

+ gradiente - grau geotérmico


+ profundidade - grau geotérmico
fluxo térmico = Gradiente geotérmico

o Fluxo térmico: medição do calor libertado à superfície da Terra por


unidade de tempo e por unidade de superfície

Gradiente Grau Fluxo


Rifte ELEVADO BAIXO ELEVADO
Cadeia montanhosa BAIXO ELEVADO BAIXO

35
Þ ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

Modelo que representa a composição química:


• Crosta: é a camada mais superficial da Terra. Pode ser subdividida em:
o Crosta continental – apresenta entre 30 a 40km de espessura, podendo
atingir os 70km ao nível de cordilheiras montanhosas. Grande diversidade de rochas,
predominando as graníticas, ricas em silício e alumínio
o Crosta oceânica – apresenta entre 5 a 10km de espessura. É constituída,
essencialmente, por rochas basálticas, ricas em silício e magnésio

• Manto: corresponde à região compreendida entre a crosta e os 2900km de


profundidade. É constituído por rochas de elevada densidade, ricas em ferro e
magnésio

• Núcleo: estende-se desde os 2900km de profundidade até ao centro da Terra


(6371km). É constituído, essencialmente, por ferro e níquel

Crosta continental: rochas magmáticas,


granitos, metamórficas, sedimentares; ao -
nível dos continentes até à
descontinuidade de Mohorovicic D
Crosta oceânica: basaltos (zona +
superficial), gabro (zona + inferior); forma E
os fundos oceânicos até à profundidade
da descontinuidade de Mohorovicic N
Manto superior: peridotito, rocha
ultrabasáltica, rica em olivina e piroxenas; S
desde a descontinuidade de Mohorovicic
até cerca de 660km I
Manto inferior: minerais + densos do que
a olivina e piroxenas; desde 660km de D
profundidade até 2883km
(descontinuidade de Gutenberg) A
Núcleo externo: ferro e cerca de 12% de
níquel, sílica, enxofre, potássio; desde a D
descontinuidade de Gutenberg até à de
Lehman (5140km) E
Núcleo interno: ferro e 10% a 20% de
níquel; desde a descontinuidade de +
Lehman até ao centro

36
Modelo que representa o estado físico das camadas:
• Litosfera: é a camada mais superficial da Terra. Encontra-se dividida em placas –
placas litosféricas

• Astenosfera: é a região compreendida entre a litosfera e os 700km de profundidade

• Mesosfera: é a camada situada entre a base da astenosfera e os 2900km de


profundidade

• Endosfera:
o Núcleo externo
o Núcleo interno

Litosfera continental: materiais sólidos e


-
rígidos; ao nível dos continentes, desde a
superfície até cerca de 250km de S
profundidade. Engloba a crosta
continental e a parte mais externa do U
manto. Espessura variável de 125km a
P
250km
Litosfera oceânica: materiais sólidos e E
rígidos; ao nível dos oceanos, desde a
superfície até cerca de 70km, podendo R
atingir os 100km. Engloba a crosta
F
oceânica e a parte mais externa do manto
Astenosfera: materiais globalmente I
sólidos, mas menos rígidos, com
comportamento plástico e deformável; C
desde a base da litosfera até uma
I
profundidade ainda discutível
Mesosfera: materiais sólidos e rígidos; A
desde a base da astenosfera até 2900km
Endosfera: L
• Núcleo externo: materiais +
líquidos; desde 2900km
(descontinuidade de Gutenberg)
até 5150 (descontinuidade de
Lehman)
• Núcleo interno: materiais sólidos e
rígidos; desde 5140km
(descontinuidade de Lehman) até
ao centro

37
Þ MINERAIS

Um mineral é uma substância sólida, natural e inorgânica, com uma composição


química e uma estrutura atómica específicas.

Identificamos diferentes minerais através das suas propriedades. Estas podem


ser:
1. Físicas: identificação de propriedades óticas (cor, risca ou traço e brilho), de
propriedades mecânicas (dureza, clivagem e fratura) e densidade

2. Químicas: realização de testes e análises químicas

O diamante e a grafite são polímeros de carbono. O primeiro é o mineral mais


duro que se conhece. Apresentam ligações covalentes entre os seus átomos constituintes
em todas as direções e entre os átomos que estão no mesmo plano, respetivamente.

O grafite consiste em camadas ou folhas sobrepostas onde os átomos de carbono


possuem ligações fortes no mesmo plano ou camada, mas muito fracas em relação à
camada acima ou abaixo.

Já nos diamantes, os átomos têm ligações fortes em três dimensões.

COR DOS MINERAIS:


• Minerais idiocromáticos – cor constante
• Minerais alocromáticos – cor variável

A diversidade de cores deve-se à presença de elementos estranhos à sua


composição.

A cor exibida por um mineral é o resultado da absorção seletiva da luz. O facto de


o mineral absorver mais de um determinado comprimento de onda do que de outros faz
com que os comprimentos de onda restantes se componham numa cor diferente da luz
branca que chegou ao mineral – a presença de elementos químicos de transição são os
principais fatores que colaboram para a absorção seletiva.

RISCA OU TRAÇO:
Corresponde à cor do pó fino do mineral, obtido quer no almofariz, quer sobre a
placa de porcelana despolida (não vidrada).

Funciona com minerais cuja dureza é inferior à da porcelana (cerca de 7). Nos
restantes casos reduz-se a pó uma amostra do mineral. Frequentemente, a cor da risca
de um mineral não coincide com a sua cor. Diferentes variedades do mesmo mineral –
traço com a mesma cor.

38
Em regra:
• Minerais alocromáticos apresentam risca incolor ou branca
• Mineras idiocromáticos não metálicos têm risca igual à sua cor
• Nos minerais de brilho metálico a risca tende a ser negra

BRILHO OU LUSTRE:
Efeito produzido pela qualidade e intensidade da luz que é refletida na superfície
dos minerais.

• Brilho metálico – intenso, observa-se em minerais opacos


• Brilho submetálico – semelhante, mas menos intenso que o metálico
• Brilho não metálico – observa-se em minerais transparentes ou translúcidos,
utilizam-se termos como vítreo, sedoso, adamantino, nacarado, resinoso, ceroso
ou gorduroso para descrever o seu brilho

CLIVAGEM:
Tendência de alguns minerais para fragmentarem, por aplicação de uma força
mecânica, segundo superfícies planas e brilhantes, de direções bem definidas e
constantes.

Está relacionada com a estrutura cristalina do mineral, resultando do arranjo dos


átomos e do facto de as ligações químicas serem mais fracas numa direção do que noutra.

A sua caracterização tem em conta:


• A maior ou menor facilidade com que um mineral cliva
• O grau de perfeição dos planos de clivagem
• A(s) sua(s) direção(ões)

Podemos classificá-la como:


• Perfeita – a rutura dá-se facilmente segundo superfícies de clivagem lisas e
brilhantes, raramente os minerais clivam de outro modo

• Distinta ou boa – a rutura ocorre segundo superfícies de clivagem bem definidas,


podendo também ocorrer segundo outro tipo de superfícies, embora de forma
mais esporádica e irregular

• Indistinta ou pobre – a rutura não ocorre preferencialmente segundo superfícies


de clivagem, embora estejam presentes, são de difícil identificação

FRATURA:
Quando percutido, desagrega-se em fragmentos com superfícies mais ou menos
irregulares, sem direção privilegiada.

39
DUREZA:
Consiste na resistência que um mineral oferece à abrasão – resistência que um
sólido opõe a ser riscado ou penetrado por outro e que reflete o grau de coesão da
respetiva substância (reflete a força de ligação dos átomos, iões ou moléculas).

Esta avalia-se quando o mineral é riscado por outro mineral ou por um objeto. O
mineral mais duro deixará um sulco no menos duro.

Pode ser determinada em relação aos termos de uma escala de dureza como a
Escala de Mohs – constituída por dez termos desde o talco (- duro) até ao diamante (+
duro). Qualquer mineral da escala risca todos os que estão abaixo dele, não sendo
riscados por eles.

DENSIDADE:
Depende da sua estrutura cristalina, ou seja, da natureza das partículas e do seu
arranjo, mais ou menos compacto.

Os minerais de brilho não metálico – densidade próximas da do quartzo (2,6) ou


da calcite (2,7). Os minerais de brilho metálico – densidade próximas da da pirite (5,0).

PROPRIEDADES QUÍMICAS:
• Reação ao ácido clorídrico – a calcite e outros carbonatos reagem com o ácido,
fazendo efervescência devido à libertação de CO2

• Isomorfismo e polimorfismo – quando ocorre variações a nível da composição


química e da estrutura interna

ISOMORFIMSO: característica de dois ou mais minerais que possuem diferentes


composições químicas e estrutura cristalina semelhante. Uma série isomorfa ou solução
ácida é um conjunto de minerais que mantendo a estrutura interna variam de
composição química

POLIMORFISMO: característica de dois ou mais minerais que têm a mesma composição


química e estruturas cristalinas diferentes. Estas são diferentes, visto que se formam em
condições, também, diferentes

As rochas são associações naturais de minerais.

40
Þ ROCHAS SEDIMENTARES

As rochas são unidades estruturais da crosta e do manto terrestres constituídos,


em regra, por um ou vários minerais associados.

A sedimentogénese é o conjunto de processos que intervêm na formação de


sedimentos. Inclui a formação de materiais a partir de rochas preexistentes, ou de restos
de seres vivos, o seu transporte e a sua deposição.

• Sedimentos detríticos (clastos) – fragmentos de dimensões variadas provenientes


da alteração de outras rochas
• Sedimentos de origem química – resultantes da precipitação de substâncias
dissolvidas na água
• Sedimentos biogénicos – restos de seres vivos

As rochas sedimentares resultam da acumulação de sedimentos, de rochas pré-


existentes.

ETAPAS DE FORMAÇÃO:
1. Meteorização
Existem dois tipos de meteorização:
o Física
o Química
2. Erosão
3. Transporte
4. Sedimentação ou deposição
5. Diagénese

1. Meteorização:
METEORIZAÇÃO FÍSICA:
• Desagregação em fragmentos cada vez menores
• Conservação das características do material original
• Aumento da superfície de exposição aos agentes de meteorização

o Temperatura – termoclastia:
Os minerais sofrem dilatações e contrações sucessivas. Este processo termina
com a fratura das rochas que, como consequência, perdem a coerência e sofrem
desagregação, facilitando a meteorização química dos fragmentos resultantes – ocorre
em ambientes com extremos de temperatura.

o Efeitos do gelo – crioclastia:


A água que penetra nas fraturas, poros e fendas, por diminuição da temperatura
pode congelar. O aumento de volume pode provocar o alargamento (fraturas) e posterior
desagregação das rochas – tendem a formar-se depósitos na base dos relevos.

41
o Haloclastia:
A água que circula nas fraturas e nos interstícios das rochas possui sais dissolvidos.
Os sais podem precipitar e originar cristais. O crescimento destes provoca o seu
alargamento (das fraturas) e posterior desagregação.

o Ação dos seres vivos


O crescimento das raízes de árvores e arbustos, a atividade de certos animais e a
atividade do homem – contribuem para o alargamento de fraturas e para a desagregação
das rochas.

o Ação mecânica das ondas


O embate das ondas nas costas rochosas e o choque de materiais por elas
transportados contribuem para o aumento da fraturação e fragmentação das rochas do
litoral.

o Ação mecânica do vento


As correntes fluviais e marítimas, o vento e as torrentes que se formam após uma
forte chuvada, transportam detritos de várias dimensões que, ao chocarem com as
rochas, provocam desgaste e fragmentação.

o Alívio de pressão
Quando as rochas formadas em profundidade e, portanto, sujeitas a
determinadas condições de pressão, afloram à superfície são aliviadas da carga
suprajacente, sofrendo descompressão. As partes expostas expandam-se, enquanto as
profundas continuam sob pressão. Devido a esta expansão geram-se fraturas – diáclases
– paralelas à superfície que favorecem a desagregação dos maciços rochosos. Em
determinadas circunstâncias, o alívio de pressão pode provocar o aparecimento de
camadas concêntricas de capas, como acontece na disjunção esferoidal, ou a formação
de colunas espaçadas por fendas – disjunção colunar.

METEORIZAÇÃO QUÍMICA:
Alteração química ou bioquímica (se ocorrer a participação de seres vivos), isto é,
certos minerais transformam-se noutros mais estáveis nas novas condições:

• Reações de dissolução:
o Ocorre a reação dos minerais com a água ou com um ácido
o Ocorre quebra de ligações químicas entre os diferentes iões e os iões livres
ficam dissolvidos na solução
o A halite, quando está em contacto com a água dissolve-se originando água
salgada. A sua reação é: NaCl + H2O → Na+ + Cl-.
o A calcite presente no calcário reage facilmente com a água acidificada,
devido ao CO2 atmosférico, formando produtos solúveis. Esta reação de alteração
e destruição dos calcários designa-se carbonatação e traduz-se pela seguinte
reação: CaCO3 + H2CO3 → Ca2+ + 2(HCO3-)

42
• Reações de hidratação e desidratação:
o Envolve a combinação química de minerais com a água (hidratação) ou a
sua remoção (desidratação)
o Quando se verifica hidratação ocorre, também, um aumento de volume
que facilita a desintegração das rochas por ação da hidrólise
o A hidratação da hematite leva à formação de limonite: Fe2O3 + 3H2O→
2Fe(OH)3
o A desidratação do gesso para formar anidrite: CaSO42H2O → CaSO4 + 2H2O

• Reações de hidrólise:
o Substituição dos catiões da estrutura de um mineral pelos iões de
hidrogénio
o Os iões H+ e OH- podem resultar da dissociação da água ou de um ácido
o Forma novos e diferentes minerais ou pode levar à total desintegração do
mineral original
o Minerais como a olivina e piroxena – totalmente desintegrados
o Os minerais como o feldspato dissolvem-se parcialmente, produzindo
sílica dissolvida e minerais de argila, neste caso a caulinite – caulinização

• Reações de oxidação-redução:
o Devem-se à ação do oxigénio
o Oxidação – processo pelo qual um átomo ou ião perde eletrões
o Redução – processo que leva ao ganho de eletrões
o A transformação do ferro em ferrugem é o resultado deste tipo de
reações, o Fe2+ (ferro ferroso) é transformado em Fe3+ (ferro férrico) – aspeto
visível na coloração vermelha adquirida
o Transformação da pirite em hematite e da piroxena em limonite

A água acidificada pode ser originada através da reação entre a mesma com
dióxido de carbono, originando ácido carbónico (H2CO3).

H2O, O2, CO2 e substâncias produzidas pelos seres vivos são agentes deste tipo de
meteorização. O mineral mais resistente é o quartzo, tendo então:
• Biotite
• Feldspato minerais primários
• Quartzo + resistente

43
Minerais da rocha-mãe Meteorização química Produtos

Quartzo
Minerais Resíduos dos minerais
Moscovite Não se alteram
estáveis estáveis
Minerais de argila
Removidos em soluções
Feldspatos
Componentes solúveis (iões sódio, potássio,
Piroxenas
Minerais hidrogenocarbonato)
Anfíbolas
instáveis Resíduos de novos
Biotite
Componentes insolúveis minerais: minerais de
Carbonatos
argila, óxidos de ferro

METEORIZAÇÃO DO GRANITO:

Remoção de camadas
• Granito em profundidade
suprajacentes
Movimentos da crosta

Atmosfera oxidante • Afloramento do granito - diáclases


águas acidificadas
Atividade dos seres
vivos

Alteração dos minerais


primários
• Alteração do granito
Arenização
Caos de blocos

ALTERAÇÃO DOS MINERAIS PRIMÁRIOS:


• Fruto do afloramento do granito, os seus minerais (formados em profundidade)
ficam em desequilíbrio com as novas condições ambientes – profundas alterações

DIÁCLASES: superfícies de fratura provocadas por tensões internas da crosta ou por


descompressão dos materiais rochosos

ARENIZAÇÃO: transformação da rocha que aflora em areias pouco evoluídas, em


consequência da meteorização
• À medida que esta avança, os vértices desaparecem, suavizam-se os blocos –
tornam-se arredondados

CAOS DE BLOCOS: amontoados de bolas graníticas espalhadas pelas encostas dos


maciços graníticos, resultantes da separação de blocos pelas zonas de diáclases e
posterior arredondamento das arestas e vértices

O mineral mais estável é a hematite, tendo uma taxa de meteorização lenta. Já a


halite, mineral menos resistente – o menos estável –, tem uma taxa de meteorização
superior.

44
2. Erosão:
Remoção pela água, vento, gelo ou seres vivos, dos materiais resultantes da
meteorização das rochas.

As chaminés de fadas formam-se em terrenos onde existem rochas dispersas.


Estas comprimem o terreno que está por baixo devido ao seu peso – funcionam como
uma proteção. Quando chove, a água da chuva escorre em torno das rochas e transporta
apenas os sedimentos dos locais por onde passa – deixa para trás os que ficam
comprimidos por baixo das rochas mais duras e resistentes.

3. Transporte:
As partículas sofrem transporte pelas correntes das águas (ou por outro tipo de
correntes, como o vento) para outros locais distanciados.

Quanto maior este for, menor será a dimensão dos sedimentos.

Os sedimentos podem ser classificados quanto ao seu arredondamento:


• Grãos angulosos (na nascente, a montante)
• Grãos subarredondados
• Grãos muito arredondados (na foz, a jusante)

MONTANTE: direção relativa a um ponto do rio, significa em direção à nascente

JUSANTE: direção relativa a um ponto do rio, significa em direção à foz

Tamanho superior
- arredondados/mais ou
menos angulosos
Mal calibrados – têm
quase Todos o mesmo
tamanho Tamanho pequeno
+ arredondados
Bem calibrados

Mal calibrados/tamanho
dos grãos é diferente

Podem, também, ser classificados quanto à granulometria:


• Sedimentos mal calibrados (na nascente, a montante)
• Sedimentos moderadamente calibrados
• Sedimentos bem calibrados (na foz, a jusante)

4. Sedimentação ou deposição:
Dá-se, geralmente, em camadas sobrepostas – estratos, horizontais e paralelos,
sobretudo quando ocorre em ambiente aquático.

45
Ocorre quando o agente transportador perde energia e os materiais
transportados ficam depositados (sedimentos). Cada nova camada que se forma
sobrepõe-se e comprime as mais antigas – situadas por baixo dela.

DELTA: foz de um rio formado por vários canais ou braços do leito do rio. Aqui, é comum
formarem-se espécies de ilhas com o acúmulo dos sedimentos

BACIAS SEDIMENTARES: são depressões da superfície terrestre (presentes no relevo)


formadas por abatimentos da litosfera

ESTUÁRIO: ambiente aquático de transição entre um rio e o mar. Apresenta fortes


gradientes ambientais, desde águas doces, salobras e marinhas. As zonas entre marés
são, geralmente, constituídas de vazas ou ostreiras e outras zonas cobertas de sapais e
pântanos

Os ambientes de sedimentação detríticos são:

AMBIENTE MEIO DE TRANSPORTE SEDIMENTOS


Aluvial ou Areias, balastros, siltes e
Rios
fluvial argilas
Deserto Vento Areias
Continental
Lago Correntes e ondas Areias, siltes e argilas
Areias, balastros, siltes e
Glaciar Gelo
argilas
Transição Delta ou
Rios, ondas, marés Areias, siltes e argilas
(continente- estuário
oceano) Praia Areias, balastros
Ondas, marés
Plataforma
Areias, siltes e argilas
continental
Margem
Siltes, argilas e areias
continental
Marinho
Mar
Correntes oceânicas
profundo
Siltes e argilas
(planície
abissal)

ALUVIAL: zonas de depósito de sedimentos clásticos mal calibrados e angulosos.


Associado a zonas de inundação, enxurrada (águas com correntes muito fortes que
arrastam sedimentos)

5. Diagénese
Consiste no conjunto de processos físico-químicos que transformam os
sedimentos em rochas sedimentares consolidadas, coesas. Compreende:
• Compactação – compressão de sedimentos pelas camadas superiores que sobre
ele se foram depositando, consequente expulsão de água e diminuição do seu
volume

46
• Desidratação – consequente expulsão de água e diminuição do seu volume

• Cimentação – preenchimento dos espaços entre


os sedimentos por novos minerais – resultantes da
precipitação de substâncias químicas dissolvidas
na água. Estes formam um cimento que liga as
partículas, formando uma rocha consolidada

As rochas sedimentares podem ser:


1. Detríticas – fragmentos de outras rochas já existentes, como o arenito
Predominantemente constituídas por sedimentos de origem detrítica. Formam-
se por processos de meteorização e de erosão.

Os depósitos de balastros, areias, siltes e argilas – rochas sedimentares detríticas


não consolidadas.

A consolidação destes sedimentos detríticos, por diagénese – rochas


sedimentares detríticas consolidadas, como por exemplo: brechas e conglomerados,
arenitos, siltitos e argilitos (pouco duras, friáveis – reduzem-se facilmente a pó – e
geralmente têm cheiro a barro quando humedecidas).

Balastros Areias Siltes e argilas

Compactação e Compactação e
cimentação cimentação Compactação

Brechas e conglomerados Arenitos ou grés Siltitos e argilitos


– rochas conglométricas

Granulometria decrescente

Existem vários tipos de areias, tais como:


• Fluviais – angulosas ou sub-roladas, grosseiras ou finas, grau de granotriagem
variável
• Marinhas – arredondadas, polidas, brilhantes, geralmente bem calibradas
• Eólicas – bem arredondadas, baças devido a numerosas marcas provocadas pelos
choques, muito bem selecionadas
• Glaciárias – muito angulosas e mal calibradas

As fendas de retração acontecem quando as vasas argilosas impregnadas de água


ficam expostas ao ar seco, a água evapora-se e essas formações aparecem fendilhadas.

47
2. Biogénicas – materiais provenientes de seres vivos, como o calcário com corais
Resultam da consolidação de restos de seres vivos.

• Calcário biogénico: forma-se em consequência da atividade de organismos vivos.


A formação da calcite está associada à atividade fotossintética, que reduz o teor
de CO2 na água. Esta diminuição nas águas determina que o equilíbrio químico se
desloque no sentido da reposição de CO2 e, assim, ocorre a precipitação de
calcite. Neste caso, como é consequência da atividade de seres vivos, temos este
tipo de calcário

• Calcário conquífero: forma-se a partir da cimentação de conchas que se


acumulam em águas, pouco profundas, junto à costa. Estas são constituintes de
alguns invertebrados marinhos que extraem iões cálcio e carbonato de água do
mar – é um calcário de acumulação

• Calcário recifal: forma-se por acumulação de pólipos de corais, que fixam


carbonato de cálcio por seres vivos, nomeadamente os corais. Edificam estruturas
calcárias sob a forma de recife – é um calcário de edificação

Os recifes de corais são formações construídas a partir da deposição de


carbonato de cálcio por diversos organismos marinhos. Utilizam carbonato de
cálcio da água para construir um exosqueleto duro. Cada indivíduo numa colónia
de coral é chamado de pólipo. Quando estes morrem, novos crescem por cima
dos esqueletos que ficam. Deste modo, um recife é composto por camadas muito
finas de carbonato de cálcio resultante da sobreposição de esqueletos. Estes
estabelecem uma relação de simbiose com as microalgas.

• Carvão: forma-se por decomposição anaeróbia de detritos e plantas superiores –


combustível fóssil

48
Paleoambientes de formação dos carvões:
• Ambientes pantanosos pouco profundos
• Elevada percentagem de material de origem vegetal
• Temperaturas e pressões elevadas
• Ambiente pobre em O2 típico de decomposição – ambiente anaeróbio

INCARBONIZAÇÃO: é um dos processos de fossilização, em que há enriquecimento


relativo de carbono, devido à perda de outros constituintes das matérias, que permite a
formação de fósseis. É mais frequente e comum que ocorra nos vegetais
• Se os seres se depositam em meios desprovidos de oxigénio, debaixo de uma
camada de água de grande espessura ou, no solo, em profundidade –
decomposição muito lenta, intervêm bactérias e fungos anaeróbios.
• Sob a ação destes, a matéria orgânica dos cadáveres vai-se decompondo –
libertação de gases voláteis tais como, dióxido de carbono, metano, entre outros
• Os restos mortos – cada vez mais concentrados em substâncias ricas em carbono,
pois são libertados mais átomos de hidrogénio e de oxigénio do que átomos de
carbono

CARBONIZAÇÃO: enriquecimento progressivo em carbono dos restos orgânicos, com


perda relativa de oxigénio e hidrogénio, na grande maioria, a partir de cabro-hidratos
próprios de tecidos vegetais

1. Acumulação de restos de plantas


2. Rápido enterramento e transformação dos restos orgânicos num ambiente pobre
em O2 ( + pressão – + profundidade)
3. Formação de novas camadas superiores. Transformação da lignite em carvão
betuminoso
4. Formação de carvão com grande percentagem de carbono

Turfa – Lignite – Carvão betuminoso (ou hulha) – Antracite

ELEMENTOS VOLÁTEIS: designação dada ao conjunto dos elementos químicos e


compostos químicos com baixo ponto de ebulição – substâncias que evaporam
rapidamente e com facilidade

A turfa é um material de origem vegetal, encontrado em camadas, geralmente


em regiões pantanosas e também sobre montanhas. Sob condições adequadas,
transforma-se em carvão, através de emanações de metano vindo das profundezas e da
preservação em ambiente anóxico.

Em períodos de subsidência lenta, a vegetação é abundante e há grande


quantidade de detritos orgânicos, estes podem evoluir para carvões.

Quando a subsidência é rápida, diminui a vegetação e também a deposição de


detritos orgânicos, mas, pelo contrário aumenta a deposição de detritos terrígenos –
formação de depósitos detrítico.

49
PETRÓLEO:

Paleoambiente de formação do petróleo:


• Ambiente aquático marinho rico em plâncton
• Águas pouco profundas e pouco agitadas
• Ambiente pobre em O2
• Cobertura rápida por sedimentos (natureza argilosas ou carbonatos) dos restos
orgânicos, para evitar rápida decomposição
• Pressões elevadas das camadas suprajacentes – compactação
• Temperaturas elevadas

FORMAÇÕES GEOLÓGICAS ASSOCIADAS A UM JAZIGO PETROLÍFERO:


• Rocha-mãe: na qual ocorre todo o processo evolutivo que leva à transformação
dos detritos orgânicos em hidrocarbonatos – natureza argilosa e carbonatada (os
hidrocarbonetos passam para a rocha-armazém, uma vez que a rocha-mãe é
permeável)

• Rocha-armazém ou rocha-reservatório: formações geológicas porosas e


permeáveis que recebem e armazenam o petróleo que migra da rocha mãe

• Rocha-cobertura: formações geológicas impermeáveis, geralmente constituídas


por rochas argilosas, que impedem a migração e a dispersão do petróleo à
superfície

1. Preservação de plâncton, após a sua deposição


2. Rápida deposição de finas camadas de sedimentos que isolam a matéria orgânica
dos decompositores e que formam a rocha-mãe
3. Compactação e afundimento – transformação em hidrocarbonetos líquidos, o
petróleo

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Permeável: Impermeável:
• Balastros • Siltes
• Areias • Argilas
• + espaço livre entre as partículas • - espaços livre entre as partículas
• + porosa • - porosa

3. Quimiogénicas – substâncias dissolvidas na água, como o calcário com gesso


Formadas, essencialmente, por materiais resultantes da precipitação de
substâncias em solução.

Ocorre, por exemplo, quando a evaporação da água onde as substâncias estão


dissolvidas leva à formação de cristais que se acumulam (formando-se evaporitos) ou
quando a precipitação é provocada por reações químicas, resultado da variação de certas
condições do meio (como a temperatura e a pressão).

Estas estão dividas em:


• Carbonatadas – calcário
São formadas pela diagénese de sedimentos ricos em carbonatos, sedimentos
estes que foram depositados, essencialmente, através da precipitação química em
solução aquosa.

Os carbonatos são inorgânicos em que os respetivos minerais apresentam na sua


composição o ião carbonato, CO32-.

• Não carbonatadas:
o Cloretada – sal-gema
o Sulfatada – gesso

CALCÁRIO SAL-GEMA GESSO


Forma-se por precipitação
Forma-se por precipitação
de sais de sulfato de cálcio
de sais de cloreto de sódio
Forma-se por precipitação (CaSO4), com formação do
(NaCl), com formação do
de carbonato de cálcio mineral gesso – sulfato de
mineral halite.
(CaCO3), com formação do cálcio hidratado.
Esta precipitação é
mineral calcite. Esta precipitação é
desencadeada pela
Esta precipitação pode ser desencadeada pela
evaporação de águas
desencadeada pela evaporação de águas
marinhas retidas em
variação das condições marinhas retidas em
lagunas ou de águas
químicas das águas lagunas ou de águas
salgadas de lagos de zonas
marinhas – teor em CO2. salgadas de lagos de zonas
áridas, que contêm iões de
Ex.: calcário travertino áridas, que contêm iões de
cloro e de sódio em
sulfato e de cálcio em
solução.
solução.

51
FORMAÇÃO DE CALCÁRIOS DE PRECIPITAÇÃO:
Condições essenciais para que ocorra a precipitação de carbonato de cálcio:
• Temperatura elevada
• Baixa pressão
• Diminuição da concentração de CO2 – pode ocorrer devido à forte ondulação, ao
aumento da temperatura ou à diminuição da pressão
• pH elevado

Deste modo, o equilíbrio químico passa a tender no sentido da formação de CO2,


o que leva a formação de calcite e precipitação desta que, mais tarde, depois de intensa
deposição e de diagénese dá origem a calcário.

Ca2+ + 2HCO3- ↔ CaCO3 + H2O + CO2


Estalagmites, estalactites e travertinos são calcários de precipitação.

CONSEQUÊNCIAS DA CIRCULAÇÃO DE ÁGUAS ACIDIFICADAS:


A rocha, constituída por carbonato de cálcio, fica modelada, devido à circulação
destas águas, formando, à superfície, um rendilhado de sulcos e cavidades conhecido por
lapiaz e, no interior, formam-se grutas e galerias.

DOLINAS: depressões fechadas de formato aproximadamente circular, formadas pela


dissolução da rocha no terreno abaixo ou por desmoronamento do teto de cavernas. Se
o solo for suficientemente impermeável, podem manter-se inundadas, originando
pequenos lagos

ROCHAS SALINAS:
Os evaporitos resultam da precipitação de sais dissolvidos, devido à evaporação
da água que os contém em solução.

Os paleoambientes de formação destes são:


• Ambientes lagunares (elevadas concentrações salinas)
• Bacias com águas calmas e de pouca profundidade
• Temperaturas elevadas – permite evaporação/cristalização

DOMA SALINO:
• O sal-gema é pouco denso e muito plástico
• Depósitos profundos de sal-gema podem ascender através de zonas débeis da
crosta – formação de massas de sal, ascensão na astenosfera e/ou litosfera, por
haver diferença de densidade entre si e as rochas encaixantes

Proximidade de um doma de sal-gema Proximidade de uma intrusão magmática


• Força gravítica diminui – anomalia • Força gravítica aumenta –
gravimétrica negativa anomalia gravimétrica positiva
• Rochas com baixa densidade têm • Materiais com elevada densidade
baixa força gravítica têm elevada força gravítica
• Método utilizado para saber onde
há petróleo, porque estes estão,

52
normalmente, associados a jazigos • Método utilizado para localizar
de petróleo jazigos de minerais densos como
ferro

DEPÓSITO DE FERRO: os processos de precipitação são pouco claros, podendo relacionar-


se com variações na composição da atmosfera primitiva. Esta era mais pobre em oxigénio
– impedia a oxidação do ferro que se mantinha em solução, sendo transportado em
elevadas quantidades para os oceanos

DEPÓSITO DE FÓSFORO: constituem as principais reservas de fósforo que é amplamente


usado como fertilizante agrícola. O fósforo é lentamente libertado dos esqueletos dos
organismos mortos que se depositam nos fundos oceânicos, e transportado pelas
correntes para a superfície, onde contacta com sedimentos carbonatados e precipita sob
a forma de apatite

Þ RECONSTITUIÇÃO DO PASSADO DA TERRA

Sucessão de estratos na rocha sedimentar, habitualmente estruturada em


camadas ou estratos. A espessura destes é muito variável – sequência estratigráfica.

As rochas sedimentares são, frequentemente, fossilíferas.

Designamos de paleoambientes os ambientes antigos, retratados pela


interpretação de sequências estratigráficas permitindo recriar as condições ambientais
reinantes aquando da formação da rocha sedimentar.

PRINCÍPIO DAS CAUSAS ATUAIS: pode explicar-se o passado a partir do que se observa no
presente

Os fósseis são restos ou vestígios de seres vivos que ficaram preservados na rocha.
A fossilização constitui, então, o conjunto de processos que levam à sua formação e
preservação. Os principais processos são:
• A mumificação
• A moldagem
• A mineralização
• As marcas

A estratigrafia é o ramo da geologia que se ocupa do estudo, descrição, correlação


de idades e classificação de rochas sedimentares.

A datação relativa estabelece a ordem cronológica pela qual as formações


geológicas se constituíram no lugar onde se encontram – aplicação de diferentes
Princípios da Estratigrafia:

• Princípio da sobreposição: qualquer estrato é mais recente do que os estratos que


estão abaixo dele e mais antigo do que os estratos que a ele se sobrepõem

53
As grandes descontinuidades devido à ausência de camadas (explicadas por falta
de sedimentação ou por erosão) designam-se discordâncias estratográficas ou lacunas.

• Princípio da continuidade lateral: permite estabelecer a correlação de idades e de


posição entre estratos localizados em lugares eventualmente distanciados

• Princípio da identidade paleontológica: admite o sincronismo entre estratos ou


conjuntos de estratos caracterizados pelos mesmos conjuntos de fósseis

FÓSSEIS DE IDADE OU ESTRATIGRÁFICOS: tiveram uma existência curta e uma grande


área de dispersão, permitindo datar as rochas onde existem (como certas amonites e
trilobites)

FÓSSEIS DE FÁCIES: tiveram uma pequena distribuição geográfica e uma grande


distribuição estratigráfica – bons indicadores de paleoambientes

• Princípio da interseção: admite que toda a estrutura geológica que interseta outra
é mais recente do que ela

• Princípio da inclusão: admite que fragmentos de rochas incorporados numa rocha


são mais antigos do que a rocha que os engloba

FÁCIES SEDIMENTAR: características texturais, mineralógicas, químicas, paleontológicas


e estruturais que permitem definir o ambiente de sedimentação da rocha

ESCALA DO TEMPO GEOLÓGICO:


Foram os métodos de datação
relativa e absoluta que permitiram a
construção de uma escala de tempo
geológico. A história da Terra divide-se em
Éons, eras, que englobam vários
períodos, constituídos por várias épocas.
Os critérios utilizados para estabelecerem
a divisão do tempo são:
• o aparecimento e o
desaparecimento de seres vivos
• Os grandes acontecimentos
geológicos que ocorreram na
Terra

54
Þ ROCHAS MAGMÁTICAS

O magma é uma substância líquida formada por uma mistura complexa de


silicatos no estado de fusão. A sílica, a temperatura e a água são fatores que influenciam
as propriedades físicas do magma (densidade e viscosidade).

Estes originam-se, geralmente, em locais tectonicamente ativos (limites de placas


litosféricas convergentes e divergentes), a partir da fusão de rochas da crosta e do manto
superior.

Por consolidação, podem originar:


• Rochas intrusivas, plutonitos ou rochas plutónicas – consolida em profundidade
• Rochas extrusivas, vulcanitos ou rochas vulcânicas – consolida à superfície

Existem três tipos de magma:


1. Basáltico (básico):
• Contém cerca de 50% de SiO2 e uma pequena quantidade de gases dissolvidos
• Rico em óxidos de ferro, magnésio e cálcio
• Pobre em óxidos de sódio e potássio
• +1000°C
• Fluido
• Erupções efusivas
• Origem em rochas do manto – peridotitos que ascendem e fundem na base da
litosfera devido à diminuição da pressão
• Riftes e pontos quentes
• Gabro (plutónica) e basalto (vulcânica) – rochas melanocratas

2. Andesítico (intermédio):
• Contém cerca de 60% de SiO2 e bastantes gases dissolvidos
• 800°C - 1000°C
• Viscosidade intermédia
• Erupções mistas
• Zonas de subducção resultantes da colisão de duas placas oceânicas ou de uma
continental com uma oceânica, fossas oceânicas
• Diorito (em profundidade) e andesito (à superfície) – rochas mesocratas

3. Riolítico (ácido):
• Contém cerca de 70% de SiO2 e grande quantidade de gases dissolvidos
• Rico em óxidos de sódio e potássio; pobre em óxidos de ferro, magnésio e cálcio
• 650°C - 800°C
• Viscoso
• Erupções explosivas
• Zonas de colisão de placas continentais – o choque provoca metamorfismo e
fusão parcial das rochas; resulta da fusão de rochas da crusta continental (ricas
em água e CO2), deste modo será um magma rico em gases
• Granito (em profundidade) e riólito (à superfície) – rochas leucocratas

55
Os fatores que contribuem para a formação de magmas são:
• Temperatura – o aumento de temperatura resultante da proximidade de magmas
e/ou colisão (compressão) entre placas gera a fusão das rochas

• Pressão – a diminuição de pressão litostática (descompressão) reduz a


temperatura de fusão das rochas

• Água – a presença de água e/ou de outros voláteis diminui a temperatura de fusão


das rochas

TENSÃO LITOSTÁTICA: tensão das camadas suprajacentes

TENSÃO NÃO LITOSTÁTICA (dirigidas): tensões resultantes de movimentos tectónicos


(compressivas, distensivas e cisalhamento)

GEOTERMISMO:
A proximidade de magmas, normalmente, revela:
• Fluxo térmico mais elevado (liberta-se maior quantidade de calor)
• Gradiente geotérmico mais elevado (a temperatura aumenta mais por Km de
profundidade)
• Grau geotérmico mais baixo (é necessário aprofundar muito menos para que a
temperatura aumente 1°C)

O grau geotérmico é, então, o número de metros que é necessário aprofundar


para que haja um aumento de temperatura de 1°C.

O fluxo térmico é a quantidade de calor que flui à superfície ou, quantidade de


calor libertada por unidade de superfície e por unidade de tempo. É um pouco mais
elevado no eixo das dorsais oceânicas e mais baixo nos escudos.

O gradiente geotérmico é a variação de temperatura, em graus, por cada km de


profundidade – não é constante, o aumento da temperatura não é regular à medida que
avançamos em profundidade. Diminui com a profundidade, isto é, o aumento da
temperatura faz-se de um modo mais lento. Se isto não acontecesse, a Terra atingiria
temperaturas de muitos milhares de graus, no seu interior, o que provocaria a fusão de
todos os materiais.

Zona de subducção Rifte


• - fluxo térmico • + fluxo térmico
• + grau geotérmico • - grau geotérmico
• - gradiente geotérmico • + gradiente geotérmico

1. Movimento divergente de placas, nos riftes + a ascensão das plumas térmicas


2. Diminuição de pressão
3. Fusão de rochas
4. Formação de magmas

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1. A placa subductada contém sedimentos ricos em água
2. A presença de água diminui o ponto de fusão
3. A presença de água favorece a formação de magmas

1. Ascensão dos materiais mantélicos, ao nível das correntes de convecção


2. Descompressão das rochas
3. Fusão parcial de materiais do manto
4. Formação de magmas

1. A água contida nos sedimentos – faz baixar o ponto de fusão dos materiais do
manto
2. Fusão parcial de materiais do manto
3. Formação de magmas

A viscosidade do magma depende:


• Da temperatura (< temperatura - > viscosidade)
• Da quantidade de sílica (+ sílica - > viscosidade)
• Da quantidade de fluídos (- fluídos - + viscosidade)

O magma formado na subducção, ao ascender, provoca a fusão das rochas da


crosta continental que atravessa.

FORMAÇÃO DOS MINERAIS:


A cristalização é condicionada por fatores externos. A forma dos cristais também
depende de fatores internos como a estrutura cristalina.

Se as partículas não ocuparem posições de um arranjo regular não se atinge o


estado cristalino, sendo a textura desordenada – textura amorfa ou vítrea.

Um cristal é um sólido homogéneo de matéria mineral que, sob condições


favoráveis de formação, pode apresentar superfícies planas e lisas:
• Cristal euédrico – totalmente limitado por faces bem desenvolvidas
• Cristal subédrico – apresenta faces paralelamente bem desenvolvidas
• Cristal anédrico – não apresenta qualquer tipo de faces

Os silicatos constituem o principal grupo de minerais que compõem as rochas


magmáticas. Nestes minerais, a unidade estrutural que se repete na rede cristalina
corresponde ao ião com forma tetraédrica (Si4)4-.

Nos tetraedros, os silicatos ligam-se entre si de formas distintas, dando origem a


redes cristalinas diversas e uma variedade muito ampla de minerais. Os silicatos são:
• Feldspatos (ortóclases, plagióclases)
• Quartzo
• Piroxena
• Micas (biotite, moscovite)
• Olivina

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Na malha elementar de alguns silicatos, o ião Si4+ é, por vezes, substituído pelo
ião Al3+, não havendo alteração da forma dos tetraedros nem da estrutura cristalina.
Deste modo, são originados dois silicatos com a mesma estrutura cristalina, as mesmas
formas externas, mas com composição química diferente. Estes minerais, minerais
isomorfos, configuram uma situação de isomorfismo.

Certos minerais, apesar de possuírem a mesma composição química, apresentam


malhas elementares e estruturas cristalinas diferentes. Este fenómeno, polimorfismo,
pode ser exemplificado pela calcite e pela aragonite, minerais constituídos por carbonato
de cálcio (CaCO3). O mesmo ocorre com o diamante e com a grafite.

DIFERENCIAÇÃO MAGMÁTICA:
Um só tipo de magma pode originar diferentes tipos de rochas, uma vez que:
• É uma mistura complexa de substâncias minerais
• A cristalização desses minerais ocorre a temperaturas diferentes dado serem
diferentes os seus pontos de solidificação
• Com o arrefecimento do contínuo processo de cristalização resulta um magma
residual de composição continuamente alterada

A génese dos minerais ocorre segundo uma ordem definida (primeiro cristalizam
os minerais de mais alto ponto de fusão) da qual resulta uma diferenciação magmática,
por cristalização fracionada. A diferenciação magmática é, então, um processo que, a
partir do mesmo magma, conduz à formação de magmas com composição diferente.

Ultrabásico

Básico

Tipo de
magma Intermédio

Ácido

Norman Bowen estabeleceu uma ordem segundo a qual se processa a formação


dos principais minerais que constituem as rochas magmáticas.

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No modelo sequencial que propôs considerou a existências de duas séries de
minerais:
• Série descontínua ou série dos minerais ferromagnesianos – minerais ricos em Fe
e Mg, cuja estrutura cristalina difere ao longo da sequência de cristalização. Nesta
série, a olivina, com maior ponto de fusão, é o primeiro mineral a cristalizar. A
biotite, a última, de menor ponto de fusão

• Série contínua ou série das plagióclases – corresponde a minerais que mantêm a


mesma estrutura cristalina ao longo da sequência de cristalização (minerais
isomorfos). Nesta série, o balanço entre o cálcio e o sódio, constituintes das
plagióclases, vai-se alterando ao longo da sequência, formando-se, em primeiro
lugar, plagióclases cálcicas e, por último, plagióclases sódicas

No final formam-se feldspatos potássicos, moscovite e, por último, quartzo. Estes


não pertencem a nenhuma das séries anteriores. Neste processo de cristalização
fracionada, uma parte dos minerais formados a altas temperaturas reage com o magma
remanescente, transformando-se noutros minerais.

Os minerais de olivina que não se diferenciam do magma residual podem reagir


com ele formando cristais de piroxena. Estes, uma vez formados, podem reagir também
com o magma residual, originando cristais de anfíbola, e assim sucessivamente. Isto pode
ocorrer também na série contínua.

Os cristais podem ser separados do líquido residual por:


• Compressão da câmara magmática
• Diferenciação gravítica

Assim, podemos concluir que os minerais de ponto de fusão mais baixo são ricos
em silício, potássio e sódio – plagióclases sódicas, feldspatos potássicos, moscovite e
quartzo. Os de ponto de fusão mais alto são mais ricos em ferro, magnésio e cálcio –
olivinas, piroxenas e plagióclases cálcicas.

As últimas frações do magma (água, voláteis, sílica e outros) – soluções


hidrotermais – podem preencher fendas das rochas e solidificar, formando filões de um
só mineral ou de vários minerais associados.

A alteração da composição dos magmas pode ter várias causas:


• Diferenciação gravítica/cristalização fracionada
• Assimilação magmática – o magma pode fundir rochas encaixantes incorporando
o seu produto
• Mistura de magmas

59
CRITÉRIOS DE CLASSFICAÇÃO:
1. Textura:
Resulta do processo de cristalização e caracteriza-se pela disposição, pela forma
e pelas dimensões relativas dos minerais que a constituem. Depende, essencialmente,
do modo como ocorreu o arrefecimento do magma que está na sua origem.

Tipo de textura Condições de génese Exemplos


Granular ou fanerítica
Granito
Os cristais distinguem-se Arrefecimento lento do
Diorito
macroscopicamente e magma em profundidade
Gabro
estão bem desenvolvidos
Agranular ou afanítica
Arrefecimento rápido do
Os cristais não se Riólito
magma na superfície
distinguem Andesito
terrestre ou nas suas
macroscopicamente e Basalto
proximidades
estão pouco desenvolvidos
Vítrea
Arrefecimento muito
A rocha é totalmente
rápido do magma na Obsidiana
constituída por matéria
superfície terrestre
amorfa (não cristalizada)

2. Cor:
Está relacionada com a abundância relativa dos diferentes minerais que a
constituem. As rochas magmáticas podem exibir:
• Minerais félsicos – coloração clara, constituídos por elevados teores de sílica e
alumínio (ex.: plagióclases, feldspato potássico, moscovite e quartzo)
• Minerais máficos – coloração escura, constituídos por elevados teores de ferro e
magnésio e por baixos teores em sílica (ex.: olivina, piroxenas, anfíbolas e biotite)

Deste modo, tendo em conta a sua cor, podem classificar-se como:


• Leucocratas – cor clara, devido à predominância de minerais félsicos (ex.: granito
e riólito)
• Mesocratas – cor intermédia, sem predominância de minerais félsicos ou máficos
(ex.: diorito e andesito)
• Melanocratas – cor escura, devido à predominância de minerais máficos (ex.:
gabro e basalto)
• Holomelanocrata – muito escura, apenas possui minerais máficos (peridotito)

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3. Composição química e mineralógica:

Caract. Rochas Ácidas Intermédias Básicas Ultrabásicas


Cor Leucocrata Mesocrata Melanocrata Holomelanocrata
Textura
granular Granito Diorito Gabro Peridotito
(plutónicas)
Textura
agranular Riólito Andesito Basalto
(vulcânicas)
Maior teor Maior teor de Elevado teor de
Percentagem de Teor
em Al2O3, CaO, Fe2O3, CaO, Fe2O3, FeO,
minerais intermédio
K2O, Na2O FeO e MgO MgO

70% Teor em sílica 40%

Aumento do teor em ferro, magnésio e cálcio

700°C Ponto de fusão 1200°C

Quanto à associação de minerais, podemos denominá-los como:


• Minerais essenciais – aqueles que conferem carácter à rocha e determinam a sua
designação
• Minerais acessórios – aqueles que não afetam o aspeto fundamental da rocha,
ocorrem em diminutas quantidades e, geralmente, são só visíveis ao microscópio

Þ DEFORMAÇÃO DE ROCHAS

O dinamismo interno da terra pode manifestar-se através de deformações nas


rochas, originadas por tensões que afetam a sua forma e/ou volume.

A tensão é a força exercida por unidade de área. A deformação irá traduzir-se pelo
aparecimento de estruturas como dobras e falhas.

Uma vez que as tensões são horizontalmente dirigidas e dependem da direção e


do movimento das placas, considera-se que as rochas podem estar sujeitas a:
• Tensões distensivas – predominam nos limites divergentes, isto é, em regiões
onde as duas placas de afastam uma da outra. Aqui, as rochas sofrem estiramento

• Tensões compressivas – predominam nos limites convergentes, isto é, em regiões


onde as duas placas se aproximam uma da outra. Aqui, as rochas são comprimidas
e dobradas

• Tensões cisalhantes – predominam ao longo de limites conservativos associados


a falhas transformantes. Aqui, as rochas deslizam e deslocam-se uma em relação
à outra em direções opostas

61
Numa tensão normal, esta estará orientada perpendicularmente ao plano
considerado. Numa tensão cisalhante, a orientação será paralela a esse plano.

A deformação das rochas, para além de depender da orientação das tensões,


depende das características estruturais e mineralógicas, da temperatura, das condições
de pressão, da intensidade de tensão, dos fluidos e da velocidade de deformação. Deste
modo, perante estes fatores condicionantes, as rochas podem exibir:
• Comportamento frágil – se estiverem mais próximas da superfície e a
temperaturas muito inferiores ao ponto de fusão dos minerais que as constituem.
Como se verifica uma grande rigidez dos materiais, a deformação tende a
conduzir à fraturação dos blocos rochosos, originando falhas

• Comportamento dúctil – quando se encontram a maiores profundidades e a


temperaturas mais elevadas. Como resultado das forças de tensão exercidas
sobre material de menor rigidez, tendem a adotar um comportamento plástico,
formando dobras

Assim, podemos dizer que ocorre uma resposta à tensão. Esta pode ser:
• Deformação elástica – é reversível, o material deforma, mas quando a tensão
cessa, recupera a sua forma/volume iniciais. Verifica-se quando a força aplicada
sobre a rocha não ultrapassa o seu limite de elasticidade

• Deformação plástica – é permanente, o material fica deformado sem rotura e


verifica-se quando a força aplicada é superior ao limite de elasticidade e inferior
ao limite de plasticidade

• Deformação frágil – o material fratura. Verifica-se quando a força aplicada sobre


a rocha é superior ao seu limite de plasticidade, originando deformações
descontínuas

FALHAS:
As falhas são superfícies de fratura ao longo das quais ocorreu o movimento
relativo dos blocos fraturados. Podem resultar da atuação de qualquer tipo de tensão em
rochas com comportamento frágil.

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• Plano de falha: superfície de fratura
• Teto: bloco que se sobrepõe ao plano de falha
• Muro: bloco que se situa abaixo do plano de falha
• Rejeito: movimento relativo entre os dois blocos da falha

Orientação do
Tipo de tensão Deslocamento
Tipos de falhas deslocamento de
associada relativo dos blocos
blocos
Descida do teto
Deslocamento
Falha normal Distensiva relativamente ao
paralelo ao longo
muro
da linha de máxima
Subida do teto
inclinação do plano
Falha inversa Compressiva relativamente ao
de falha
muro
Movimento lateral
Pode ser lateral
e paralelo ao longo
Desligamento Cisalhante direito ou lateral
da direção do
esquerdo
plano de falha

O graben ou fossa tectónica é a designação dada a uma depressão de origem


tectónica, geralmente com a forma de um vale alongando com fundo plano.

O Horst eleva-se devido ao movimento combinado de falhas. Este encontra-se


num nível superior ao graben.

DOBRAS:
Uma dobra é uma deformação em que se verifica encurvamento de superfícies
originalmente planas. Resultam da atuação de tensões de compressão em rochas de
comportamento dúctil.

Tal como nas falhas, é possível identificar


elementos que permitem a sua caracterização e
classificação.

• Charneira: linha que une os pontos de máxima


curvatura da dobra
• Flancos da dobra: superfícies que se estendem
para ambos os lados da charneira
• Plano axial: plano que interseta as charneiras de todas as superfícies dobradas

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• Eixo da dobra: linha resultante da interseção dos dois flancos da dobra
• Núcleo: conjunto das camadas mais internas da dobra

Tipos de dobras Critério de classificação Características


Concavidade da dobra
Antiformas
orientada para baixo
Concavidade da dobra
Sinformas Disposição espacial dos
orientada para cima
elementos da dobra
A abertura da dobra está
Dobra neutra orientada para um dos
lados
As rochas mais antigas
Anticlinal
Idade das rochas ocupam o núcleo da dobra
constituintes da dobra As rochas mais recentes
Sinclinal
ocupam o núcleo da dobra

• Diretriz: interseção do plano da camada com um plano horizontal


• Direção da camada: ângulo formado pela diretriz com a direção N-S geográfica
• Inclinação dos estratos: ângulo formado pela pendente (linha de maior declive)
com o plano horizontal

Þ ROCHAS METAMÓRFICAS

O metamorfismo consiste no processo da dinâmica interna através do qual


qualquer tipo de rocha experimenta um conjunto de transformações mineralógicas e
estruturais, no estado sólido, sob a influência de fatores de metamorfismo como tensões
e elevadas temperaturas.

É um processo muito lento que está associado a contextos tectónicos como zonas
de subducção e de formação de cadeias montanhosas. Insere-se, em regra, num estado
de deformação dúctil do material rochoso.

FATORES DE METAMORFISMO:
1. Tensão:
• Existem dois tipos de tensão:
o Tensão litostática (ou confinante) – não dirigida: resulta do peso da massa
rochosa suprajacente; faz diminuir o volume da rocha durante a metamorfização,
aumentando a densidade dos minerais
o Tensão não litostática – dirigida: resultado dos movimentos tectónicos.
Podem ser de natureza compressiva, distensiva ou de cisalhamento, atuam com
uma orientação bem definida. Perante esta, os minerais tendem a apresentar
normalmente foliação, ou seja, uma textura caracterizada pela disposição
orientada dos seus minerais segundo planos paralelos

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2. Calor:
• A exposição das rochas a diversas fontes de calor, como as resultantes do
aumento de profundidade ou do contacto com intrusões magmáticas –
conduzem a um aumento progressivo da sua temperatura
• Este leva a que os elementos da rede cristalina de alguns minerais que constituem
as rochas preexistentes passem a dispor-se segundo novos arranjos, sem que
ocorra fusão da rocha
• Este processo – recristalização – permite, assim, a formação de novos minerais
mais estáveis nas novas condições
• Consequentemente, a formação de novos tipos de rochas
• Se for ultrapassado o ponto de fusão das rochas, estas começam a fundir,
iniciando-se a transição gradual do metamorfismo para o magmatismo

3. Fluidos:
• A circulação destes nas rochas pode desencadear ou acelerar processos
metamórficos
• Estes fluidos hidrotermais transportam em solução não só dióxido de carbono,
mas também outras substâncias químicas (sódio, potássio, cobre, zinco ou sílica)
• Ao movimentarem-se através da rocha, vão reagindo com os minerais, podendo
originar novos minerais por remoção ou introdução de determinados elementos
químicos na sua rede cristalina
• Estes fenómenos conduzem a alterações ao nível da composição química e
mineralógica da rocha inicial sem que ocorra alteração da sua textura

TEXTURA:
É determinada pelo tamanho, forma e arranjo dos seus minerais. As rochas
metamórficas apresentam dois tipos de textura:
• Textura foliada – xisto argiloso, ardósia, filito, xisto ou micaxisto e gnaisse
• Textura não foliada ou granoblástica – corneana, quartzito e mármore

FOLIAÇÃO:
Propriedade das rochas metamórficas, resultante do alinhamento preferencial de
certos minerais sob a ação de tensões não litostáticas, originando estruturas planares
que se orientam segundo planos paralelos de modo penetrativo por toda a rocha:
• Clivagem xistenta (ou ardosífera) baixo
• Xistosidade grau de metamorfismo
• Bandado gnáissico elevado

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Clivagem ardosífera Xistosidade Bandado gnáissico
• Rochas dividem-se • Rochas dividem-se • Rochas apresentam
facilmente, ao segundo alternância de
longo de planos superfícies lisas, ou bandas de cor clara
paralelos, em ligeiramente e de cor escura
folhas finas e baças onduladas, e • Textura
• Resulta do brilhantes característica do
alinhamento de • Resulta do metamorfismo de
minerais tabulares alinhamento e alto grau, no qual
em rochas de crescimento de fenómenos
granularidade fina, minerais tabulares intensos de
face a forças em rochas de recristalização dão
compressivas granularidade origem à formação
média ou alta de minerais de
granularidade
elevado que são
segregados em
camadas

+ FISSILIDADE -

Clivagem Bandado
xistenta Xistosidade gnáissico
Ardósia Filito Micaxisto Gnaisse

Tamanho dos cristais

MINERALOGIA DO METAMORFISMO:
A recristalização diz respeito à formação de novos minerais devido à
reorganização espacial das partículas constituintes dos minerais de uma rocha, quando
fica submetida a novos parâmetros de pressão e temperatura.

Os minerais metamórficos comuns são:


• Rochas ígneas – quartzo, feldspatos
• Rochas sedimentares – calcite, dolomite
• Exclusivos das metamórficas – estaurolite, andaluzite, epídoto, granada,
silimanite, cordierite, clorite

Os minerais que fazem parte das rochas são estáveis nas condições de pressão e
de temperatura associados à sua formação. Durante o metamorfismo, estas condições
alteram-se e os minerais preexistentes tornam-se instáveis, podendo sofrer
transformações. Alguns minerais – minerais-índice – formam-se em condições
termodinâmicas com limites bem definidos, permitindo, por isso, caracterizar as
condições de pressão e temperatura em que uma rocha que os apresenta se formou.

66
A andaluzite (pressão e temperatura relativamente baixas), a silimanite
(temperaturas elevadas) e a cianite (pressões elevadas), minerais polimorfos de Al2SiO5,
são exemplos de minerais-índice. A sua composição é idêntica, mas apresentam
diferentes estruturas cristalinas.

Estes vão possibilitar, também, estabelecer os diferentes graus de metamorfismo.

Argila

Cianite

Aumento da pressão

TIPOS DE METAMORFISMO:
Os diferentes tipos de metamorfismo definem-se em função da intensidade
relativa dos fatores de metamorfismo associados aos diferentes ambientes
metamórficos:
1. Metamorfismo regional:
• Atua em extensas áreas
• Característico de limites tectónicos convergentes
• Associado a fenómenos orogénicos (edificação de cadeias montanhosas) e à
formação de aros vulcânicos
• Resulta da combinação do calor, dos fluidos e das tensões dirigidas
• Ardósia, micaxisto e gnaisse
• Como se trata de pressão não litostática, estas rochas apresentam textura foliada

67
2. Metamorfismo de contacto:
• Ocorre, essencialmente, nas proximidades da instalação de corpos magmáticos
intrusivos
• Fatores determinantes: calor e a circulação de fluidos provenientes da intrusão
magmática
• A pressão não afeta muito, uma vez que este não ocorre a grandes profundidades
• As rochas são metamorfizadas ao longo de uma área designada por auréola de
metamorfismo, a extensão desta depende da natureza da rocha metamorfizada
bem como da dimensão e da temperatura da intrusão
• Corneana, quartzito e mármore
• Caracterizam-se pela ausência de foliação, exibindo uma textura não foliada

+ Gradiente geotérmico -
-

Gradiente
geobárico

Transição entre
metamorfismo e
Taxa de variação da
magmatismo
pressão c/profundidade

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Rocha Composição Rocha(s)- Características Tipo de
Textura
metamórfica mineralógica mãe das rochas metamorfismo
Grão fino
Argilitos, Foliação
Argila, micas
Ardósia cinza evidente
e clorite
vulcânica (clivagem
xistenta)
Argilitos,
Micas, rochas
clorite, carbonata Grão médio a
quartzo, das, grosseiro
Micaxisto talco, rochas Foliação
granada, ígneas evidente
Foliada estaurolite e máficas (xistosidade) Regional
grafite (ex.:
basalto)
Grão médio a
Argilitos, grosseiro
arenitos, Foliação
Quartzo,
rochas evidente, com
feldspato,
Gnaisse ígneas alternância de
horneblenda
félsicas faixas claras e
e micas
(ex.: escuras
granito) (bandado
gnaissico)
Micas,
Argilito e
granadas, Grão fino
rochas
Corneana andaluzite, Elevada Regional
carbonata
cordierite e dureza
das
quartzo
Não
Grão médio
foliada Arenitos
Quartzito Quartzo Elevada
quartzos
dureza Regional ou de
Calcários Grão médio contacto
Calcite e
Mármore e Reage com
dolomite
dolomitos ácidos (HCl)

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Þ EXPLORAÇÃO SUSTENTADA DE RECURSOS GEOLÓGICOS

Recurso é tudo aquilo que se encontra disponível na natureza e que pode ser
utilizado pelo ser humano para seu benefício. Por recurso geológico entende-se todo o
tipo de materiais, ou formas de energia associadas, que integram a geosfera com
importância para a atividade humana.

As reservas são todos aqueles com localização bem definida, passíveis de


exploração numa perspetiva economicamente rentável e em relação aos quais estão
estimados valores de abundância relativa.

A exploração crescente dos recursos geológicos, resultante do crescimento


demográfico e da industrialização, bem como das técnicas de exploração cada vez mais
eficientes, poderá conduzir a um rápido esgotamento das reservas disponíveis.

A exploração sustentada deverá garantir que estes sejam aproveitados na medida


da sua capacidade de regeneração, sem colocar em causa a sua utilização pelas gerações
futuras.

Podemos dividir os recursos em:


• Não renováveis – aqueles cuja taxa de renovação é muito inferior à taxa de
utilização
• Renováveis – aqueles cuja velocidade de renovação é grande

Deste modo, os recursos geológicos podem ser:


1. Recursos energéticos:
• Podem ser utilizados na produção de energia
• Tem vindo a subir, acompanhando o aumento da população mundial e o
desenvolvimento económico
• O desenvolvimento tecnológico conduziu a uma procura intensiva de
combustíveis fósseis (recursos não renováveis):
o Carvão (produção de energia elétrica em centrais termoelétricas e
indústria do aço)
o Petróleo (transportes e produção de energia elétrica)
o Gás natural (transportes, aquecimento e produção de energia elétrica)
• Estes contribuem para o aumento do efeito de estufa, devido às grandes
quantidades de CO2 libertado no seu processo de combustão,
consequentemente, contribuem para o aquecimento global. Poderá conduzir:
o Degelo das calotas polares e dos glaciares - aumento do nível médio da
água e do mar e inundação das zonas litorais
o Alterações climáticas - desequilíbrios ecológicos e problemas ao nível da
produção agrícola
• A extração do carvão e petróleo em poços pode causar contaminação do solo e
da água
• Problema das chuvas ácidas, resultante, sobretudo, da reação dos óxidos de
enxofre libertados na queima do carvão mineral com a água da atmosfera:

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o Baixa o pH do solo e dos cursos de água, provocando a morte de
organismos
• A energia nuclear resulta na produção de calor a partir da cisão controlada de
átomos de urânio, ou plutónio, em centrais nucleares - o calor gerado nos
reatores nucleares é utilizado para aquecimento de água
• Existem dois processos relacionados a este tipo de energia:
o Fissão – divisão do núcleo dos átomos, com enorme libertação de energia
o Fusão – fusão de isótopos de hidrogénio com libertação de energia, a
radiação liberta é menos mortal que na fissão
• Problemas relacionados com a natureza radioativa dos resíduos produzidos nas
centrais, poluição térmica da água e risco de ações terroristas
• Energia geotérmica (renovável) resulta da utilização do calor interno da Terra,
sobretudo em locais onde o gradiente geotérmico apresenta valores elevados
(elevada entalpia) – calor utilizado para aquecimento de água que, após
vaporização, também permite a produção de energia elétrica em geradores:
o Energia geotérmica de baixa entalpia – utilizada no aquecimento de
infraestruturas
o Esta é a que acarreta menos riscos ambientais
o Associada à libertação de gases sulfurosos para a atmosfera,
contaminação da água nas proximidades das unidades de exploração e ocorrência
de aluimentos

Energia de alta entalpia Energia de baixa entalpia


T > 150 °C T < 150°C
• Associado a zonas vulcânicas – • Associado à circulação de água em
proximidade de magmas falhas e fraturas, cujo valor resulta
• Elevado gradiente geotérmico do aumento de temperatura em
• Aproveitamento para produção de profundidade
energia elétrica • Aproveitamento direto do calor
• Ilha dos Açores – centrais para aquecimento
geotérmicas • Portugal continental

• As energias alternativas são aquelas que não se esgotam e são pouco poluentes
(alternativa à energia dos combustíveis fósseis)
• Como energias renováveis, há a considerar as seguintes:
o Energia solar – pode ser passiva (aproveitamento para aquecimento de
edifícios ou prédios) ou ativa (transformação dos raios solares em outras formas
de energia: térmica – coletores solares térmicos; elétrica – fotovoltaica ou energia
solar elétrica)
o Energia eólica – energia cinético do vento pode ser convertida em energia
elétrica ou mecânica
o Energia hidroelétrica
o Energia das ondas
o Energia da biomassa – é considerada matéria orgânica, de origem animal
ou vegetal, que pode ser utilizada na produção de energia
o Energia do biogás

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o Energia hidráulica – energia cinética dos cursos de água é transformada
em energia elétrica

2. Recursos minerais metálicos e não metálicos:


• Incluem numerosos materiais utilizados pelo Homem e que foram concentrados,
muito lentamente, por uma variedade de processos geológicos
• Recursos minerais metálicos:
o Explorados para obtenção de elementos metálicos que se encontram
dispersos nas rochas da crusta, em concentrações relativamente pequenas, por
norma expressas em ppm ou gramas por tonelada
o Clarke é o nome dado à concentração média de um determinado
elemento químico na crusta terrestre
o Nos locais em que um mineral ultrapassa razoavelmente o valor médio da
sua concentração na crusta – existência de um jazigo mineral
o Minério é o material rochoso que contém os elementos de interesse
económico, e que, por isso, é separado para posterior tratamento
o Material rejeitado durante o processo – ganga
o Não constitui valor económico e é muitas vezes depositado à superfície
em escombreiras, perto das minas
o Estes podem ser classificados em:
§ Relativamente escassos – clarke baixo
§ Relativamente abundantes – clarke elevado
• Recursos não metálicos:
o Os minerais e as rochas industriais, usadas na construção, são exemplos
deste tipo de recursos
o São materiais abundantes, que geralmente não atingem preços elevados
(exceção das pedras preciosas) e que, por essas razões, provêm de fontes locais
o Cascalhos, areias e rochas
o Utilizados na construção e ornamentação
o Características que se destacam (rochas consolidadas):
§ Resistência ao desgaste por abrasão
§ Dureza não excessiva que permita trabalhar
§ Baixa porosidade – boa capacidade de impermeabilização
§ Baixa condutividade térmica
o As não consolidadas são utilizadas para a produção de vidro, argamassas,
cerâmica e pavimentação
o Relativamente ao uso ou à origem, podem ser classificados em:
§ Materiais de construção
§ Fertilizantes e evaporitos

A exploração de rochas e minerais gera situações em impactes muito negativos.


Nas áreas emersas:
• Destacam-se aqueles sobre os ecossistemas e a instabilidade dos terrenos
• As acumulações artificiais formadas pelas escombreiras podem originar
desabamentos de terrenos devido ao facto de as suas encostas se encontrarem
mal consolidadas

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• Aqui, podem, ainda, formar-se lixiviados através da ação da água sobre os
materiais acumulados
• Estes líquidos de escorrência podem acabar por contaminar a hidrosfera
• Outro resulta do tratamento químico que o minério sofre após extração, o que
origina a formação de líquidos residuais contaminantes

Nas áreas imersas:


• Aumento da concentração de metais em solução na água
• Turvação da água
• Destruição dos substratos

EXPLORAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS:


No decurso do ciclo hidrológico, uma parte significativa da água que cai sobre a
superfície continental inicia um trajeto de infiltração fundamental para a alimentação dos
aquíferos.

Os aquíferos são formações rochosas que permitem o armazenamento e a


circulação de água, bem como a sua exploração rentável, constituindo-se como
importantes recursos hídricos. As rochas que os constituem apresentam características
favoráveis de porosidade e permeabilidade.

Deste modo, um bom aquífero deve ser, simultaneamente, poroso e permeável


– permite armazenar e libertar a água (cascalhos, arenitos, conglomerados e calcários
fraturados).

A porosidade traduz o volume dos espaços vazios existentes relativamente ao


volume total da rocha.

O armazenamento e a circulação de água num aquífero são tanto mais facilitados


quanto maior for a porosidade e a permeabilidade das formações rochosas que o
integram.

A permeabilidade de uma rocha traduz a maior ou menor facilidade com que a


rocha se deixa atravessar pela água.

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Num aquífero é possível considerar duas zonas:
• Zona de aeração – onde os espaços vazios entre os grãos estão parcialmente
preenchidos por ar e água
• Zona de saturação – onde a água
se encontra acumulada,
ocupando todo o espaço
existente entre os grãos das
rochas. Inferiormente, a zona de
saturação está limitada por
rochas impermeáveis (ex.: rocha
argilosa)
• Nível hidrostático ou freático –
nível em que a água subterrânea
se encontra numa dada região
num dado momento

É através da zona de aeração que a água se infiltra por ação gravítica, ou se


evapora a partir do nível hidrostático.

A zona de saturação, por sua vez, começa onde acaba a zona de aeração, isto é,
no nível hidrostático (limite superior). O seu limite inferior nem sempre é de fácil
definição. Normalmente, o limite inferior da zona de saturação corresponde a uma
formação geológica impermeável e de porosidade muito reduzida ou mesmo nula, pelo
que a água não consegue ultrapassar esta zona.

Em situações de precipitação elevada, a maior quantidade de água infiltrada


determina uma maior quantidade de água na zona de saturação, com consequente
subida do nível hidrostático. O contrário ocorre quando a precipitação é baixa.

Atendendo às características e à localização dos aquíferos, é possível classificá-los


em aquíferos livres e aquíferos cativos ou confinados.

Um aquífero livre é alimentado verticalmente através de uma ampla zona de


areação, o que faz com que a pressão da água ao nível freático seja igual à pressão
atmosférica.

Um aquífero cativo é alimentado lateralmente, através de uma zona de recarga,


uma vez que se encontra limitado superior e inferiormente por uma camada
impermeável. Nestes, a água encontra-se a uma pressão superior à pressão atmosférica.

A maior dificuldade de circulação da água nos aquíferos cativos resulta num maior
tempo de permanência, favorecendo a dissolução de alguns constituintes das rochas e
conduzindo a um aumento do teor de substâncias minerais.

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Esta água armazenada é utilizada para beber e a sua escassez ou contaminação
podem ter efeitos muito graves. As principais causas da diminuição de reservas e/ou
deterioração da qualidade da água subterrânea são:
• Poluição térmica
• Poluição agrícola
• Poluição urbana
• Poluição industrial
• Poluição microbiológica
• Atividade mineira
• Sobre-exploração dos aquíferos

Não obstante existirem condições naturais que conferem à água características


que a tornam impróprias para várias utilizações, as ameaças à qualidade e quantidade de
água nos aquíferos resultam, principalmente, da atividade humana, como sejam:
• A utilização de fertilizantes químicos e pesticidas na agricultura, que se dissolvem
na água da chuva que se infiltra nos solos
• Os lixiviados libertados pelos aterros e depósitos de resíduos através da ação da
água da chuva, que contêm substâncias poluentes
• Lançamento nos solos ou nas linhas de água de resíduos industriais contendo, por
vezes, metais pesados e substâncias orgânicas tóxicas
• Fugas de depósitos de combustíveis fósseis e derrames de óleos usados
• Impermeabilização da superfície e eliminação da cobertura vegetal com
consequente diminuição da infiltração

Assim, a poluição pode ser:


• Quanto ao tipo de poluente:
o Física – alteração nos valores da temperatura e da radioatividade
o Química – introdução de compostos químicos
o Bacteriológica – contaminação com protozoários, bactérias e vírus

• Quanto à origem:
o Urbana – materiais orgânicos, detergentes e metais pesados
o Agrícola – fertilizantes químicos e pesticidas; descargas de efluentes não
tratados da agropecuária
o Industrial – metais pesados, substâncias químicas orgânicas e inorgânicas
variadas são lançadas nos cursos de água ou no solo; libertação de água quente
nos cursos de água; fugas de depósitos de gasolina e derrames de óleos usados

A sobre-exploração leva à diminuição excessiva do aquífero. Deste modo, irá


existir:
• Alteração da qualidade química e microbiológica da água
• Contaminação do aquífero com água salgada, em zonas costeiras

Assim, as intrusões salinas consistem na contaminação do aquífero por água


salgada proveniente do mar. Esta situação resulta da excessiva exploração da água doce
do aquífero e da consequente diminuição da pressão. Nestas circunstâncias, a água do
mar tende a entrar no aquífero originando água salobra.

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Algumas medidas para a preservação dos aquíferos são:
• Controlo dos processos antrópicos
• Vigilância e controlo na abertura anárquica de captações
• Análise periódica da qualidade da água captada
• Coimas a nível individual e coletiva para aqueles que poluem estes recursos
• Sensibilização das populações para o uso correto da água
• Incentivo à gestão racional dos recursos hidrológicos

Quanto à captação da água, podemos designá-la de poço, quando feita num


aquífero livre, e captação artesiana, quando feita num aquífero cativo.

Quando a superfície do terreno se encontra abaixo do nível freático do aquífero


cativo, como a água se encontra sob pressão, a água flui à superfície sem ser necessário
bombeá-la – captação artesiana repuxante.

No furo do aquífero confinado, a água subirá acima do teto do mesmo devido à


pressão exercida pelo peso das camadas suprajacentes.

No furo do aquífero livre, o nível da água não sobe e corresponde ao nível da água
no aquífero, pois a água está à mesma pressão que a pressão atmosférica. O nível da água
designa-se nível freático.

A eutrofização pode ser descrita nos seguintes pontos:


• Excesso de nitratos e fosfatos (fertilizantes) na água
• Proliferação de cianobactérias, algas e jacintos de água
• Diminuição da luminosidade
• Morte da vegetação aquática submersa
• A morte e decomposição destes seres reduz a concentração de oxigénio
dissolvidos na água
• Peixes e moluscos morrem por asfixia
• Proliferam bactérias anaeróbias
• Produção de tóxicos com mau cheiro

Em síntese, as vantagens relativas aos recursos energéticos renováveis são:


• Não são poluentes
• Não produzem resíduos
• São inesgotáveis

Assim, numa sociedade moderna, a exploração dos recursos geológicos deve


assentar em decisões que evitem o rápido esgotamento das reservas, bem como
minimizar os impactos ambientais das explorações realizadas. Deste modo, um
desenvolvimento sustentável consiste em:
• Permitir que as populações atuais satisfaçam as suas necessidades
• Não colocar em risco a possibilidade de as gerações futuras virem a satisfazer as
suas necessidades

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Þ EXPLORAÇÃO SUSTENTÁVEL DE RECURSOS GEOLÓGICOS EM PORTUGAL

A gestão não sustentável dos recursos deverá dar lugar a uma nova forma de
encarar o potencial de exploração nas diferentes regiões da Terra.

No nosso caso, a exploração sustentável dos recursos deve assentar em práticas


como a reciclagem, a redução, a recuperação e a reutilização de materiais, de modo a
preservar os recursos.

Estudos mais aprofundados de impacte ambiental e das reservas existentes –


podem ser uma hipótese.

Nesta perspetiva, será importante considerar:


• A promoção da competitividade tecnológica para uma exploração mais eficiente
dos recursos geológicos
• A descoberta de recursos geológicos alternativos
• O aumento da responsabilidade ambiental através da promoção e
implementação de boas práticas

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