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A energia externa que mais influencia a Terra é a energia que irradia do Sol:
• Ativa o movimento atmosférico
• Impulsiona o ciclo da água
• Proporciona o calor necessário às reações químicas que afetam as rochas
superficiais
• Mantêm uma temperatura consentânea
• Utilizada pelos seres fotossintéticos
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1. Hidrosfera
2. Atmosfera
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3. Geosfera
4. Biosfera
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Þ O CICLO DAS ROCHAS
MINERAL: substância sólida, natural e inorgânica com uma composição química e uma
estrutura atómica específicas:
• Feldspato
• Biotite (mica preta)
• Quartzo
TRANSPORTE METEORIZAÇÃO
SEDIMENTOS
COMPACTAÇÃO E
CIMENTAÇÃO ROCHA MAGMÁTICA (EXTRUSIVA)
ROCHAS SEDIMENTARES
CONSOLIDADAS
FUSÃO MAGMA
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Existem três tipos de rochas:
• Magmáticas
• Sedimentares
• Metamórficas
1. Rochas magmáticas
MAGMA: substância líquida, formada por uma mistura complexa de silicatos no estado
de fusão, com uma percentagem variável de gases dissolvidos, podendo conter ainda
cristais em suspensão
• sílica
influenciam as propriedades físicas do
• temperatura -
magma (densidade e viscosidade)
• água
Origina-se:
• Convergência de placas
• Rifte oceânico
• Vulcanismo intraplaca
• Rifte intercontinental
1. Magma basáltico
2. Magma andesítico
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3. Magma riolítico
COMPOSIÇÃO QUÍMICA:
• O composto mais abundante é a sílica
TEXTURA:
• Rochas com a mesma composição mineralógica podem ter texturas diferentes
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2. Rochas sedimentares
ETAPAS DE FORMAÇÃO:
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2. Erosão: remoção dos materiais resultantes da meteorização
CLASSIFICAÇÃO:
• Rochas sedimentares detríticas – formadas por clastos:
o Argilito
o Arenito
o Brecha
o Conglomerado
o Balastros – pressão/cimentação – brechas conglomeradas
o Areias – pressão/cimentação – arenitos
o Siltes e argilas – pressão – siltitos e argilitos
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3. Rochas metamórficas
• A tensão
TEXTURA:
• Foliada: • Não foliada:
o Gnaisse o Corneana
o Xisto o Quartzito
o Filádio o Mármore
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Þ GEOLOGIA E MÉTODOS
• Um glaciar pode definir-se como um rio – deixa como marca um vale em forma
de U
• A existência de vales glaciares indica que o clima era muito frio
• Um rio deixa como marca um vale em forma de V
• As praias levantadas são vestígios de transgressões marinhas
CATATROFISMO – CUVIER:
• As alterações:
o São pontuais, determinadas por catástrofes
o Não ocorrem com padrões ou ciclos
• Períodos de extinção – períodos estáveis onde uma nova fauna e flora voltariam
a ocupar a Terra
• Espécies extintas – substituídas por espécies de locais não afetados
• Pontes continentais eram a explicação para a passagem dos seres vivos de uns
locais para os outros
UNIFORMITARISMO – HUTTON:
• As leis naturais são constantes no espaço e no tempo
• Deve explicar-se o passado com base nas observações de hoje
• As mudanças são cíclicas, lentas e graduais
• Princípio das Causas Atuais ou do Atualismo Geológico:
o Causas que ocorreram no passado são idênticas às de hoje em dia
o O presente é a chave do passado
NEOCATASTROFISMO:
Princípio das
• As leis naturais são constantes no espaço e no tempo
Causas Atuais ou do
• Deve explicar-se o passado com base nas observações de hoje
Atualismo
• As mudanças são cíclicas, lentas e graduais Geológico
• No entanto, podem ocorrer catástrofes que causam alterações repentinas
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Þ FÓSSEIS
PROCESSO DE FOSSILIZAÇÃO:
A fossilização depende:
• Do tipo de ser vivo
• Da quantidade de oxigénio
• Do ambiente onde os seres vivos se encontram
• SOMATOFÓSSEIS: • ICNOFÓSSEIS:
o Partes do corpo dos seres o Vestígios da atividade dos
vivos seres vivos
o Esqueleto de dinossauro o Marcas de pegadas
o Trilobite mineralizado o Ovos
TIPOS DE FOSSILIZAÇÃO:
• Mumificação ou conservação
• Mineralização
• Moldagem:
o Molde interno
o Molde externo
FOSSÉIS VIVOS: seres vivos que não sofreram grandes transformações ao longo dos
tempos
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INFORMAÇÕES QUE ESTES NOS FORNECEM:
• Sobre os seres vivos do passado e a sua evolução – estudamos a evolução da vida
• Sobre ambientes do passado:
1. Fósseis de ambiente
2. Fósseis de idade
• Sobre a idade das rochas
DATAÇÃO RELATIVA:
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D. PRINCÍPIO DA INTERSEÇÃO: E. PRINCÍPIO DA INCLUSÃO:
• Toda a estrutura que interseta • Fragmentos de rochas
outra é mais recente do que ela incorporadas numa socha são
mais antigos do que a rocha que os
engloba
• Magma invade as fraturas
existentes nas rochas encaixantes
– mais antigas – preenchendo-as
e, mais tarde, solidificando-as –
filões
DATAÇÃO ABSOLUTA:
• Avalia a idade das formações rochosas usando referências numéricas, através de o uso
de tecnologias e análises laboratoriais de amostras das rochas
• A radioatividade é uma das principais fontes de energia térmica interna da Terra:
o Alguns dos átomos que constituem as rochas são radioativos – os seus
núcleos vão-se desintegrando para se tornarem mais estáveis. Quando isto
acontece, liberta-se energia
o Os métodos da datação radiométrica baseiam-se na quantificação de
isótopos instáveis (radioativos) existentes em alguns minerais
o Conhecendo a velocidade de desintegração e a quantidade de isótopos
que já se desintegraram – determinar a idade das rochas
o Átomo inicial: isótopo-pai – instável
o Átomo formado após desintegração: isótopo-filho – mais estável
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Þ DIVISÃO DO TEMPO
ESCALA GEOCRONOLÓGICA:
• O tempo geológico está divido em eras e estas em períodos
• Existem três eras, que decorreram nos últimos 540 M.a.:
o Paleozoico
o Mesozoico
o Cenozoico
• Pré-câmbrico – longo intervalo de tempo anterior sobre o qual há muito menos
informação
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Þ HIPÓTESE DA DERIVA DOS CONTINENTES
• Argumentos geológicos:
o Quando se juntam os continentes, verifica-se a continuidade em
formações rochosas e em cadeias montanhosas
• Argumentos paleoclimáticos:
o Vestígios de climas antigos (paleoclimas) muito diferentes doa atuais,
ficaram registados nas rochas
o Registam continuidade entre continentes atualmente separados
• Argumentos paleontológicos:
o Nos mapas que registam a distribuição dos fósseis em rochas, verifica-se
um encaixe entre os continentes
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DINÂMICA TERRESTRE – TECTÓNICA DE PLACAS:
• Nas zonas de rifte, o magma que ascende vai para um lado e para o outro da
dorsal – solidifica e forma nova crusta oceânica (natureza basáltica)
consequências:
• Afastamento dos continentes (limites divergentes)
• Expansão dos fundos oceânicos
• Estas forças acabam por partir a litosfera – placas litosféricas. Umas afastam-se,
outras chocam
• Nas zonas descendentes das correntes ocorre colisão entre placas e a litosfera é
destruída ou podem formar-se montanhas
Estas correntes só existem devido ao interior da Terra estar quente, isto porque:
O nosso planeta não aumenta, então, a sua dimensão, porque existem locais onde
se forma nova crusta e locais onde se destrói esta mesma. Isto ocorre quando duas placas
colidem, basta que uma seja oceânica.
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PLACAS LITOSFÉRICAS: podem conter continentes ou apenas litosfera oceânica. As
fronteiras entre placas chamam-se limites de placas – zonas muito instáveis. Existem três
tipos de limites:
• Forças distensivas
• Afastam-se – há formação de litosfera
• Riftes existem neste tipo de limite
• Fendas por onde ascende magma que, ao consolidar, forma basalto
• Acontecimentos geológicos:
o Alargamento do funco oceânico
o Afastamento dos continentes
o Sismos
o Vulcões
Entre uma placa com litosfera oceânica e uma com litosfera continental:
• Na colisão, a placa oceânica – mais densa – sofre subducção
• Destruição de litosfera
• Espessamento da litosfera continental
• Formação de montanhas
• Vulcanismo
Acontecimentos geológicos:
• Formação de montanhas
• Sismos
• Vulcões
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3. Transformantes (ou conservativos):
1. Primário:
2. Secundário ou residual:
• Menos violenta
• Sem associação à libertação de magma
• Fumarolas
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LAVA: magma já no exterior da Terra, MAGMA: material rochoso, semi-fundido,
pobre em gases encontra-se no interior da Terra, rico em
gases
• Basáltico:
o 50% de sílica
o +1000ºC
o Fluido – viscosidade
o Erupções efusivas
o Básico – acidez
o Origina de rochas do manto – peridotitos (ricos em minerais de ferro e
magnésio, olivina e piroxena)
o Expelidos ao longo dos riftes e pontos quentes
o Pequena quantidade de gases dissolvidos
• Andesítico:
o Cerca de 60% de sílica
o 800ºC – 1000ºC
o Intermédio – viscosidade
o Erupções mistas
o Intermédio – acidez
o Forma-se em zonas de subducção resultante da colisão entre duas placas
oceânicas (arcos insulares) ou de uma continental e outra oceânica
o Inclui água e sedimentos
o Bastantes gases dissolvidos
• Magma riolítico:
o +70% de sílica
o 650ºC – 800ºC
o Viscoso – viscosidade
o Erupções explosivas
o Ácido – acidez
o Forma-se em zonas de colisão entre placas continentais
o Rico em gases
A viscosidade depende:
• Da temperatura (menor temperatura – maior viscosidade)
• Da quantidade de sílica (mais sílica – maior viscosidade)
• Da quantidade de fluídos (menos fluídos – mais viscosidade)
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TENSÕES LITOSTÁTICAS: tensão das camadas suprajacentes
2. Gases:
• Vapor de água é o mais libertado
TIPOS DE ERUPÇÕES:
A. Explosivas:
• TEOR EM SÍLICA: alto (>70%)
• ACIDEZ DOS MAGMAS: lavas ácidas (riolítico)
• TEMPERATURA DOS MAGMAS: baixa (800°C)
• VISCOSIDADE: alta
• PRESENÇA DE GASES: 4% a 6%
• FORMAÇÃO DE PIROCLASTOS: principalmente cinzas – nuvens ardentes
• PAISAGEM VULCÂNICA: cones pronunciados com agulhas ou domos/cúpulas
vulcânicas, vertentes inclinadas
É comum o cone anterior ser destruído durante este tipo de erupções. Por vezes,
o magma consolida ainda na chaminé, originando uma agulha vulcânica. Estas lavas não
formam escoadas e podem até solidificar no interior do aparelho.
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NUVENS ARDENTES: podem dispersar-se por todo o globo, afetando o clima global; pode
haver bloqueio da radiação solar – redução da temperatura média global e extinções;
nuvens de gases e poeiras incandescentes
B. Mistas:
• TEOR EM SÍLICA: intermédio (50%-60%)
• ACIDEZ DOS MAGMAS: lavas intermédias (andesítico)
• TEMPERATURA DOS MAGMAS: média
• VISCOSIDADE: média
• PRESENÇA DE GASES: 3% a 4%
• FORMAÇÃO DE PIROCLASTOS: cinzas, lapilis e bombas, alternados com escoadas
de lava, piroclastos de fluxo
• PAISAGEM VULCÂNICA: cones bem definidos por camadas alternadas de lava e
material piroclástico
C. Efusivas:
• TEOR EM SÍLICA: baixo (<50%)
• ACIDEZ DOS MAGMAS: lavas básicas (basáltico)
• TEMPERATURA DOS MAGMAS: alta (1500°)
• VISCOSIDADE: baixa
• PRESENÇA DE GASES: 1% a 2%
• FORMAÇÃO DE PIROCLASTOS: praticamente inexistente – escoadas de lava,
principal emissão
• PAISAGEM VULCÂNICA: cones pouco pronunciados, constituído essencialmente
por lava; escoadas vulcânicas extensas (rios e lagos de lava), vertentes mais
suaves
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FORMAÇÃO DE CALDEIRAS:
• Por norma formam-se em erupções intensas nas quais a parte superior do cone
vulcânico abate – na depressão que se gera pode acumular-se água das chuvas
• O esvaziamento quase completo da câmara magmática faz com que o cone
vulcânico deixe de ter suporte e, por isso, ocorre o seu abatimento
Þ SISMOLOGIA
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FORÇAS QUE DESENCADEIAM OS SISMOS (FORÇAS/TENSÕES):
• Forças compressivas:
o Limites convergentes – atuam sobre as rochas e tendem a reduzir o seu
volume, podendo originar a sua fratura
• Forças distensivas:
o Limites divergentes – atuam sobre as rochas e tendem a alongá-las ou
provocar-lhes fraturas
• Forças de cisalhamento:
o Limites transformantes – provocam movimentos paralelos em sentidos
opostos e tendem a fraturar as rochas; as rochas deformam-se, mas não da
mesma maneira. A deformação depende da natureza/comportamento da própria
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TIPOS DE FALHAS:
• Falha inversa: um bloco sobe em relação ao outro – associado a forças
compressivas
A maior parte dos sismos ocorre durante o deslizamento de blocos rochosos uns
em relação aos outros. Nos limites entre placas é esperado que se formem muitas falhas.
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• Raio sísmico: trajetória perpendicular à superfície da onda
ONDAS SÍSMICAS:
• Quando ocorre um sismo, a energia libertada a partir do hipocentro provoca a
vibração elástica das partículas circundantes mais próximas fazendo com que
estas se desloquem
• Depois é transmitido partícula a partícula, ocorrendo assim a sua propagação –
ondas sísmicas
Estas propagam-se em todas as direções. Uma vez à superfície, geram outro tipo
de ondas:
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TIPOS DE ONDAS SÍSMICAS – PROFUNDAS:
+ rigidez - densidade
aumenta a velocidade
aumenta a rigidez
incompressibilidade aumenta
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TIPOS DE ONDAS SÍSMAS – SUPERFICIAIS:
1. Ondas R:
• As partículas manifestam movimentos circulares (retrógrados) num plano
perpendicular à direção de propagação da onda
• São lentas, de grande amplitude e velocidade de propagação constante
2. Ondas L:
• As partículas movem-se em “zig-zag” (horizontalmente e numa direção
perpendicular à propagação da onda)
• São lentas, de grande amplitude e velocidade de propagação constante
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• Ondas P • Ondas S • Ondas L e R
o Baixa amplitude o Amplitude maior o Grande amplitude
o Menos destrutivas do que as P o Longa duração
que as S o Destrutivas
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Um sismo pode ser avaliado de acordo com a:
As isossistas são linhas que unem pontos de igual intensidade sísmica. Estas têm
formas irregulares, devido ao material atravessado ter diferentes propriedades.
INTERIOR DA TERRA:
Admite-se que a constituição e propriedades físicas dos materiais terrestres
variam com a profundidade, condicionando, assim, a velocidade das ondas P e S.
+ rigidez + velocidade
- densidade
+ porosidade
+ incompressibilidade
É por sofrerem sucessivas refrações que a trajetória das ondas sísmicas não é
retilínea, mas sim curvilínea.
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ONDA DIRETA: onda inicial com origem no foco sísmico e que não interage com nenhuma
superfície de descontinuidade, não sofrendo reflexões nem refrações
DESCONTINUIDADE DE MOHOROVICIC:
Presumiu que existia um limite que definia a transição entre a crusta e o manto:
• Designa-se por descontinuidade de Mohorovicic ou Moho, está entre os 35km a
40km – separa a crusta do manto
• Situa-se a profundidades entre os 5 a 10km nas placas oceânicas e entre os 35 e
os 70km nas placas continentais
• A velocidade de propagação é maior na crosta oceânica (mais rígida) do que na
crosta continental
• Esta maior velocidade explica-se pelo facto de serem formadas rochas basálticas
mais rígidas do que as rochas graníticas que compõem as continuidades
• Entre os 100km e os 350km situa-se a astenosfera – menor rigidez, mais plástica
– aqui, as ondas propagam-se com maior dificuldade
As zonas P diretas nunca são detetadas na faixa entre os 103° e os 143° contados
a partir do epicentro, em redor de todo o globo – zona de sombra.
Esta zona deve-se aos desvios que as ondas P sofrem nas descontinuidades da
Terra:
• Descontinuidade de Gutenberg: entre o manto e o núcleo externo, a 2900km de
profundidade – até aos 2900km (separa o manto do núcleo externo)
• Descontinuidade de Lehman: entre o núcleo interno e externo, a 5100km de
profundidade – 5150 km (separa o núcleo interno e externo)
• Entre os 100km e os 250km, a velocidade das ondas sofre uma redução devido à
diminuição da rigidez dos materiais (sólidos pouco rígidos) – ASTENOSFERA –
descontinuidade de Gutenberg
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• Entre os 250km e os 2900km, a velocidade aumenta progressivamente devido ao
aumento da rigidez – CONTINUAÇÃO DO MANTO (MESOSFERA) – descontinuidade
de Lehman
1. Modelo geoquímico:
• Crosta continental – formada por grande diversidade de rochas, embora
predominem as graníticas (ricas em silício e alumínio)
• Crosta oceânica – formada essencialmente por rochas basálticas (ricas em silício
e magnésio)
• Manto – formado por rochas de elevada densidade, ricas em ferro e magnésio
• Núcleo – rico em ferro e níquel
2. Modelo geofísico:
• Litosfera (250km) – formada por materiais sólidos e rígidos. Encontra-se dividida
em placas
• Astenosfera (700km) – formada por materiais sólidos, mais com comportamento
plástico e deformável
• Mesosfera (2900km) – formada por materiais sólidos e rígidos
• Núcleo externo (5150km) – formado por materiais líquidos
• Núcleo interno (6351km) – formado por materiais sólidos e rígidos
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Þ TSUNAMI
É uma onda ou uma série de ondas no oceano que podem atingir centenas de km
de extensão e alturas de cerca de 20m, originadas por uma grande libertação de energia,
a qual provoca a deslocação vertical de uma massa de água no oceano.
FORMAÇÃO DE UM TSUNAMI:
1. As forças tectónicas provocam a acumulação de tensões e, consequentemente, o
ressalto elástico com simultânea libertação de energia no hipocentro
2. A energia libertada é transferida para a água, elevando o nível do mar nessa região
e, consequentemente, gerando enormes ondas, que se deslocam em todas as
gerações
Esta diminuição faz com que a parte traseira da onda se aproxime da frente
gerando:
• A diminuição do comprimento de onda
• O aumento da amplitude da onda
• O recuo abrupto da água na linha de costa
A. DIRETOS: B. INDIRETOS:
• Recolha e análise direta de elementos • Análise de dados que permitem,
à superfície ou provenientes do indiretamente, e por generalizações e
interior da Terra e que estão aferições, conhecer as zonas mais
acessíveis ao Homem inacessíveis/profundas da Terra
A. DIRETOS:
Permitem obter informações através:
• Da observação e análise de materiais recolhidos
• Da medição de parâmetros nos locais que o ser humano consegue
alcançar
Perfurações (sondagens):
• Vantagens: fornecem dados precisos sobre a composição das rochas, a
pressão e a temperatura
• Limitações: a perfuração mais profunda, realizada com sondas, que se
conseguiu até à atualidade atingiu pouco mais de 12km, mas o raio da Terra tem
mais de 6000km. Dificuldades técnicas relacionadas com a temperatura e a
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pressão a que estão sujeitas as rochas em profundidade impedem as perfurações
de ir mais longe
B. INDIRETOS:
Estes:
• Permitem obter informações sobre o interior da Terra sem a observação
direta dos materiais
• Usam dados resultantes da astrogeologia, da sismologia e do estudo do
magnetismo da Terra
Astrogeologia:
• A Terra e os restantes corpos do Sistema Solar terão tido uma origem
comum – formaram-se simultaneamente a partir dos mesmos materiais
• O estudo dos asteroides ou de meteoritos, por exemplo, fornece dados
importantes sobre a Terra
Sismologia:
• Sempre que ocorre um sismo, a propagação das ondas sísmicas irá
“radiografar” o interior da Terra. Isto porque:
o As ondas sísmicas propagam-se por todo o globo
o Existem aparelhos precisos que as registam
o A velocidade das ondas sísmicas varia de acordo com as
propriedades físicas do material que estão a atravessar
• A Terra tem uma estrutura diferenciada, heterógena, em camadas de
rigidez e densidade diferentes, uma vez que as ondas sísmicas não se propagam
a uma velocidade constante e retilínea
• Á medida que vão percorrendo o interior da Terra, vão mudando de
direção e velocidade ao encontrarem materiais de constituição diferente
• Assim, permitem, indiretamente, estudar o interior da Terra
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Gravimetria:
• Área que se ocupa da medição da força gravítica e na sua variação no
globo
• A superfície terrestre não é lisa e regular, logo, há uma variação da medida
da força gravítica ao longo da superfície terrestre
• Para se comparar a força gravítica em diferentes pontos da Terra foi
necessário introduzir correções relativas aos vários parâmetros que a fazem variar
• Era esperado que, assim, a força gravítica fosse igual em qualquer lado,
mas o mesmo não se sucedeu
• Anomalias gravimétricas – diferença entre os valores esperados de
gravidade para um determinado local e os valores obtidos por medição. Estas
indicam que existem, naquela área, e em profundidade, materiais rochosos com
diferentes densidades
o Anomalia gravimétrica positiva: quando a força da gravidade é
superior ao esperado para um determinado ponto da superfície terreste. Indica a
presença de materiais muito densos em profundidade
o Anomalia gravimétrica negativa: quando a força da gravidade é
inferior ao esperado para um determinado ponto da superfície terrestre. Indica a
presença de materiais pouco densos em profundidade
• Quando analisamos o perfil gravimétrico ao longo de um continente
verificamos que apresenta, globalmente, uma gravidade inferior às regiões
oceânicas e que as anomalias negativas são mais intensas nas regiões
montanhosas
Densidade:
• As variações de densidade podem também evidenciar variações de
pressão em profundidade
• Com a profundidade, os materiais estão sujeitos a uma pressão cada vez
maior (pressão litostática – exercida, em profundidade, pela massa rochosa
suprajacente, a qual altera a estrutura e a mineralogia de uma rocha) e,
consequentemente, ficam cada vez mais comprimidos – os valores da densidade
aumentam e o volume diminui
Geomagnetismo:
• A Terra tem um campo magnético que pode ser estudado com um
magnetómetro
• Orientação da polaridade dos minerais ferromagnéticos de acordo com o
campo magnético vigente no momento da sua génese:
o Polaridade normal: norte magnético – norte geográfico
o Polaridade inversa: norte magnético – sul geográfico
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• Isto mostra que muitas rochas apresentam o registo de um campo
magnético com polaridade diferente da atual, evidenciando que o campo
magnético tinha sofrido, com frequência, inversões na sua polaridade – inversão
magnética
Magnetismo:
• Existe um padrão regular nas inversões de polaridade magnéticas
registadas nos fundos oceânicos
• Comprovam a ocorrência de um mecanismo de formação de crusta
oceânica a partir de um eixo central correspondente à dorsal médio-oceânica
• Prova a expansão dos fundos oceânicos e o dinamismo da Terra e que o
núcleo externo deve ser líquido e rico em ferro, visto que existem rochas
magnetizadas com cerca de 3.5 mil M.a.
• Anomalia positiva: polaridade normal
• Anomalia negativa: polaridade inversa
Geotermia:
• O calor interno da Terra é responsável pelo dinamismo interno. O calor
gerado aquando da formação da Terra é perdido para o espaço – fluxo térmico.
Contudo, como as rochas da crosta não são boas condutoras térmicas, esse fluxo
é reduzido e compensado pelo calor libertado pela desintegração de elementos
radioativos
• Na Terra, a temperatura aumenta com a profundidade, porém, não
aumenta sempre da mesma forma:
o Gradiente geotérmico: variação de temperatura, em graus, por
cada km de profundidade – não é constante, o aumento da temperatura não é
regular à medida que avançamos em profundidade. Diminui com a profundidade,
isto é, o aumento da temperatura faz-se de um modo mais lento. Se isto não
acontecesse, a Terra atingiria temperaturas de muitos milhares de graus, no seu
interior, o que provocaria a fusão de todos os materiais
o Grau geotérmico: número de metros, em profundidade, para a
temperatura aumentar 1°C – não corresponde a uma distância fixa. Se para zonas
mais superficiais da geosfera o valor do grau ronda os 33m, à medida que a
profundidade aumenta este valor tende a aumentar (são necessários mais metros
para que a temperatura aumente 1°C)
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Þ ESTRUTURA INTERNA DA TERRA
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Modelo que representa o estado físico das camadas:
• Litosfera: é a camada mais superficial da Terra. Encontra-se dividida em placas –
placas litosféricas
• Endosfera:
o Núcleo externo
o Núcleo interno
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Þ MINERAIS
RISCA OU TRAÇO:
Corresponde à cor do pó fino do mineral, obtido quer no almofariz, quer sobre a
placa de porcelana despolida (não vidrada).
Funciona com minerais cuja dureza é inferior à da porcelana (cerca de 7). Nos
restantes casos reduz-se a pó uma amostra do mineral. Frequentemente, a cor da risca
de um mineral não coincide com a sua cor. Diferentes variedades do mesmo mineral –
traço com a mesma cor.
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Em regra:
• Minerais alocromáticos apresentam risca incolor ou branca
• Mineras idiocromáticos não metálicos têm risca igual à sua cor
• Nos minerais de brilho metálico a risca tende a ser negra
BRILHO OU LUSTRE:
Efeito produzido pela qualidade e intensidade da luz que é refletida na superfície
dos minerais.
CLIVAGEM:
Tendência de alguns minerais para fragmentarem, por aplicação de uma força
mecânica, segundo superfícies planas e brilhantes, de direções bem definidas e
constantes.
FRATURA:
Quando percutido, desagrega-se em fragmentos com superfícies mais ou menos
irregulares, sem direção privilegiada.
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DUREZA:
Consiste na resistência que um mineral oferece à abrasão – resistência que um
sólido opõe a ser riscado ou penetrado por outro e que reflete o grau de coesão da
respetiva substância (reflete a força de ligação dos átomos, iões ou moléculas).
Esta avalia-se quando o mineral é riscado por outro mineral ou por um objeto. O
mineral mais duro deixará um sulco no menos duro.
Pode ser determinada em relação aos termos de uma escala de dureza como a
Escala de Mohs – constituída por dez termos desde o talco (- duro) até ao diamante (+
duro). Qualquer mineral da escala risca todos os que estão abaixo dele, não sendo
riscados por eles.
DENSIDADE:
Depende da sua estrutura cristalina, ou seja, da natureza das partículas e do seu
arranjo, mais ou menos compacto.
PROPRIEDADES QUÍMICAS:
• Reação ao ácido clorídrico – a calcite e outros carbonatos reagem com o ácido,
fazendo efervescência devido à libertação de CO2
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Þ ROCHAS SEDIMENTARES
ETAPAS DE FORMAÇÃO:
1. Meteorização
Existem dois tipos de meteorização:
o Física
o Química
2. Erosão
3. Transporte
4. Sedimentação ou deposição
5. Diagénese
1. Meteorização:
METEORIZAÇÃO FÍSICA:
• Desagregação em fragmentos cada vez menores
• Conservação das características do material original
• Aumento da superfície de exposição aos agentes de meteorização
o Temperatura – termoclastia:
Os minerais sofrem dilatações e contrações sucessivas. Este processo termina
com a fratura das rochas que, como consequência, perdem a coerência e sofrem
desagregação, facilitando a meteorização química dos fragmentos resultantes – ocorre
em ambientes com extremos de temperatura.
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o Haloclastia:
A água que circula nas fraturas e nos interstícios das rochas possui sais dissolvidos.
Os sais podem precipitar e originar cristais. O crescimento destes provoca o seu
alargamento (das fraturas) e posterior desagregação.
o Alívio de pressão
Quando as rochas formadas em profundidade e, portanto, sujeitas a
determinadas condições de pressão, afloram à superfície são aliviadas da carga
suprajacente, sofrendo descompressão. As partes expostas expandam-se, enquanto as
profundas continuam sob pressão. Devido a esta expansão geram-se fraturas – diáclases
– paralelas à superfície que favorecem a desagregação dos maciços rochosos. Em
determinadas circunstâncias, o alívio de pressão pode provocar o aparecimento de
camadas concêntricas de capas, como acontece na disjunção esferoidal, ou a formação
de colunas espaçadas por fendas – disjunção colunar.
METEORIZAÇÃO QUÍMICA:
Alteração química ou bioquímica (se ocorrer a participação de seres vivos), isto é,
certos minerais transformam-se noutros mais estáveis nas novas condições:
• Reações de dissolução:
o Ocorre a reação dos minerais com a água ou com um ácido
o Ocorre quebra de ligações químicas entre os diferentes iões e os iões livres
ficam dissolvidos na solução
o A halite, quando está em contacto com a água dissolve-se originando água
salgada. A sua reação é: NaCl + H2O → Na+ + Cl-.
o A calcite presente no calcário reage facilmente com a água acidificada,
devido ao CO2 atmosférico, formando produtos solúveis. Esta reação de alteração
e destruição dos calcários designa-se carbonatação e traduz-se pela seguinte
reação: CaCO3 + H2CO3 → Ca2+ + 2(HCO3-)
42
• Reações de hidratação e desidratação:
o Envolve a combinação química de minerais com a água (hidratação) ou a
sua remoção (desidratação)
o Quando se verifica hidratação ocorre, também, um aumento de volume
que facilita a desintegração das rochas por ação da hidrólise
o A hidratação da hematite leva à formação de limonite: Fe2O3 + 3H2O→
2Fe(OH)3
o A desidratação do gesso para formar anidrite: CaSO42H2O → CaSO4 + 2H2O
• Reações de hidrólise:
o Substituição dos catiões da estrutura de um mineral pelos iões de
hidrogénio
o Os iões H+ e OH- podem resultar da dissociação da água ou de um ácido
o Forma novos e diferentes minerais ou pode levar à total desintegração do
mineral original
o Minerais como a olivina e piroxena – totalmente desintegrados
o Os minerais como o feldspato dissolvem-se parcialmente, produzindo
sílica dissolvida e minerais de argila, neste caso a caulinite – caulinização
• Reações de oxidação-redução:
o Devem-se à ação do oxigénio
o Oxidação – processo pelo qual um átomo ou ião perde eletrões
o Redução – processo que leva ao ganho de eletrões
o A transformação do ferro em ferrugem é o resultado deste tipo de
reações, o Fe2+ (ferro ferroso) é transformado em Fe3+ (ferro férrico) – aspeto
visível na coloração vermelha adquirida
o Transformação da pirite em hematite e da piroxena em limonite
A água acidificada pode ser originada através da reação entre a mesma com
dióxido de carbono, originando ácido carbónico (H2CO3).
H2O, O2, CO2 e substâncias produzidas pelos seres vivos são agentes deste tipo de
meteorização. O mineral mais resistente é o quartzo, tendo então:
• Biotite
• Feldspato minerais primários
• Quartzo + resistente
43
Minerais da rocha-mãe Meteorização química Produtos
Quartzo
Minerais Resíduos dos minerais
Moscovite Não se alteram
estáveis estáveis
Minerais de argila
Removidos em soluções
Feldspatos
Componentes solúveis (iões sódio, potássio,
Piroxenas
Minerais hidrogenocarbonato)
Anfíbolas
instáveis Resíduos de novos
Biotite
Componentes insolúveis minerais: minerais de
Carbonatos
argila, óxidos de ferro
METEORIZAÇÃO DO GRANITO:
Remoção de camadas
• Granito em profundidade
suprajacentes
Movimentos da crosta
44
2. Erosão:
Remoção pela água, vento, gelo ou seres vivos, dos materiais resultantes da
meteorização das rochas.
3. Transporte:
As partículas sofrem transporte pelas correntes das águas (ou por outro tipo de
correntes, como o vento) para outros locais distanciados.
Tamanho superior
- arredondados/mais ou
menos angulosos
Mal calibrados – têm
quase Todos o mesmo
tamanho Tamanho pequeno
+ arredondados
Bem calibrados
Mal calibrados/tamanho
dos grãos é diferente
4. Sedimentação ou deposição:
Dá-se, geralmente, em camadas sobrepostas – estratos, horizontais e paralelos,
sobretudo quando ocorre em ambiente aquático.
45
Ocorre quando o agente transportador perde energia e os materiais
transportados ficam depositados (sedimentos). Cada nova camada que se forma
sobrepõe-se e comprime as mais antigas – situadas por baixo dela.
DELTA: foz de um rio formado por vários canais ou braços do leito do rio. Aqui, é comum
formarem-se espécies de ilhas com o acúmulo dos sedimentos
5. Diagénese
Consiste no conjunto de processos físico-químicos que transformam os
sedimentos em rochas sedimentares consolidadas, coesas. Compreende:
• Compactação – compressão de sedimentos pelas camadas superiores que sobre
ele se foram depositando, consequente expulsão de água e diminuição do seu
volume
46
• Desidratação – consequente expulsão de água e diminuição do seu volume
Compactação e Compactação e
cimentação cimentação Compactação
Granulometria decrescente
47
2. Biogénicas – materiais provenientes de seres vivos, como o calcário com corais
Resultam da consolidação de restos de seres vivos.
48
Paleoambientes de formação dos carvões:
• Ambientes pantanosos pouco profundos
• Elevada percentagem de material de origem vegetal
• Temperaturas e pressões elevadas
• Ambiente pobre em O2 típico de decomposição – ambiente anaeróbio
49
PETRÓLEO:
50
Permeável: Impermeável:
• Balastros • Siltes
• Areias • Argilas
• + espaço livre entre as partículas • - espaços livre entre as partículas
• + porosa • - porosa
• Não carbonatadas:
o Cloretada – sal-gema
o Sulfatada – gesso
51
FORMAÇÃO DE CALCÁRIOS DE PRECIPITAÇÃO:
Condições essenciais para que ocorra a precipitação de carbonato de cálcio:
• Temperatura elevada
• Baixa pressão
• Diminuição da concentração de CO2 – pode ocorrer devido à forte ondulação, ao
aumento da temperatura ou à diminuição da pressão
• pH elevado
ROCHAS SALINAS:
Os evaporitos resultam da precipitação de sais dissolvidos, devido à evaporação
da água que os contém em solução.
DOMA SALINO:
• O sal-gema é pouco denso e muito plástico
• Depósitos profundos de sal-gema podem ascender através de zonas débeis da
crosta – formação de massas de sal, ascensão na astenosfera e/ou litosfera, por
haver diferença de densidade entre si e as rochas encaixantes
52
normalmente, associados a jazigos • Método utilizado para localizar
de petróleo jazigos de minerais densos como
ferro
PRINCÍPIO DAS CAUSAS ATUAIS: pode explicar-se o passado a partir do que se observa no
presente
Os fósseis são restos ou vestígios de seres vivos que ficaram preservados na rocha.
A fossilização constitui, então, o conjunto de processos que levam à sua formação e
preservação. Os principais processos são:
• A mumificação
• A moldagem
• A mineralização
• As marcas
53
As grandes descontinuidades devido à ausência de camadas (explicadas por falta
de sedimentação ou por erosão) designam-se discordâncias estratográficas ou lacunas.
• Princípio da interseção: admite que toda a estrutura geológica que interseta outra
é mais recente do que ela
54
Þ ROCHAS MAGMÁTICAS
2. Andesítico (intermédio):
• Contém cerca de 60% de SiO2 e bastantes gases dissolvidos
• 800°C - 1000°C
• Viscosidade intermédia
• Erupções mistas
• Zonas de subducção resultantes da colisão de duas placas oceânicas ou de uma
continental com uma oceânica, fossas oceânicas
• Diorito (em profundidade) e andesito (à superfície) – rochas mesocratas
3. Riolítico (ácido):
• Contém cerca de 70% de SiO2 e grande quantidade de gases dissolvidos
• Rico em óxidos de sódio e potássio; pobre em óxidos de ferro, magnésio e cálcio
• 650°C - 800°C
• Viscoso
• Erupções explosivas
• Zonas de colisão de placas continentais – o choque provoca metamorfismo e
fusão parcial das rochas; resulta da fusão de rochas da crusta continental (ricas
em água e CO2), deste modo será um magma rico em gases
• Granito (em profundidade) e riólito (à superfície) – rochas leucocratas
55
Os fatores que contribuem para a formação de magmas são:
• Temperatura – o aumento de temperatura resultante da proximidade de magmas
e/ou colisão (compressão) entre placas gera a fusão das rochas
GEOTERMISMO:
A proximidade de magmas, normalmente, revela:
• Fluxo térmico mais elevado (liberta-se maior quantidade de calor)
• Gradiente geotérmico mais elevado (a temperatura aumenta mais por Km de
profundidade)
• Grau geotérmico mais baixo (é necessário aprofundar muito menos para que a
temperatura aumente 1°C)
56
1. A placa subductada contém sedimentos ricos em água
2. A presença de água diminui o ponto de fusão
3. A presença de água favorece a formação de magmas
1. A água contida nos sedimentos – faz baixar o ponto de fusão dos materiais do
manto
2. Fusão parcial de materiais do manto
3. Formação de magmas
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Na malha elementar de alguns silicatos, o ião Si4+ é, por vezes, substituído pelo
ião Al3+, não havendo alteração da forma dos tetraedros nem da estrutura cristalina.
Deste modo, são originados dois silicatos com a mesma estrutura cristalina, as mesmas
formas externas, mas com composição química diferente. Estes minerais, minerais
isomorfos, configuram uma situação de isomorfismo.
DIFERENCIAÇÃO MAGMÁTICA:
Um só tipo de magma pode originar diferentes tipos de rochas, uma vez que:
• É uma mistura complexa de substâncias minerais
• A cristalização desses minerais ocorre a temperaturas diferentes dado serem
diferentes os seus pontos de solidificação
• Com o arrefecimento do contínuo processo de cristalização resulta um magma
residual de composição continuamente alterada
A génese dos minerais ocorre segundo uma ordem definida (primeiro cristalizam
os minerais de mais alto ponto de fusão) da qual resulta uma diferenciação magmática,
por cristalização fracionada. A diferenciação magmática é, então, um processo que, a
partir do mesmo magma, conduz à formação de magmas com composição diferente.
Ultrabásico
Básico
Tipo de
magma Intermédio
Ácido
58
No modelo sequencial que propôs considerou a existências de duas séries de
minerais:
• Série descontínua ou série dos minerais ferromagnesianos – minerais ricos em Fe
e Mg, cuja estrutura cristalina difere ao longo da sequência de cristalização. Nesta
série, a olivina, com maior ponto de fusão, é o primeiro mineral a cristalizar. A
biotite, a última, de menor ponto de fusão
Assim, podemos concluir que os minerais de ponto de fusão mais baixo são ricos
em silício, potássio e sódio – plagióclases sódicas, feldspatos potássicos, moscovite e
quartzo. Os de ponto de fusão mais alto são mais ricos em ferro, magnésio e cálcio –
olivinas, piroxenas e plagióclases cálcicas.
59
CRITÉRIOS DE CLASSFICAÇÃO:
1. Textura:
Resulta do processo de cristalização e caracteriza-se pela disposição, pela forma
e pelas dimensões relativas dos minerais que a constituem. Depende, essencialmente,
do modo como ocorreu o arrefecimento do magma que está na sua origem.
2. Cor:
Está relacionada com a abundância relativa dos diferentes minerais que a
constituem. As rochas magmáticas podem exibir:
• Minerais félsicos – coloração clara, constituídos por elevados teores de sílica e
alumínio (ex.: plagióclases, feldspato potássico, moscovite e quartzo)
• Minerais máficos – coloração escura, constituídos por elevados teores de ferro e
magnésio e por baixos teores em sílica (ex.: olivina, piroxenas, anfíbolas e biotite)
60
3. Composição química e mineralógica:
Þ DEFORMAÇÃO DE ROCHAS
A tensão é a força exercida por unidade de área. A deformação irá traduzir-se pelo
aparecimento de estruturas como dobras e falhas.
61
Numa tensão normal, esta estará orientada perpendicularmente ao plano
considerado. Numa tensão cisalhante, a orientação será paralela a esse plano.
Assim, podemos dizer que ocorre uma resposta à tensão. Esta pode ser:
• Deformação elástica – é reversível, o material deforma, mas quando a tensão
cessa, recupera a sua forma/volume iniciais. Verifica-se quando a força aplicada
sobre a rocha não ultrapassa o seu limite de elasticidade
FALHAS:
As falhas são superfícies de fratura ao longo das quais ocorreu o movimento
relativo dos blocos fraturados. Podem resultar da atuação de qualquer tipo de tensão em
rochas com comportamento frágil.
62
• Plano de falha: superfície de fratura
• Teto: bloco que se sobrepõe ao plano de falha
• Muro: bloco que se situa abaixo do plano de falha
• Rejeito: movimento relativo entre os dois blocos da falha
Orientação do
Tipo de tensão Deslocamento
Tipos de falhas deslocamento de
associada relativo dos blocos
blocos
Descida do teto
Deslocamento
Falha normal Distensiva relativamente ao
paralelo ao longo
muro
da linha de máxima
Subida do teto
inclinação do plano
Falha inversa Compressiva relativamente ao
de falha
muro
Movimento lateral
Pode ser lateral
e paralelo ao longo
Desligamento Cisalhante direito ou lateral
da direção do
esquerdo
plano de falha
DOBRAS:
Uma dobra é uma deformação em que se verifica encurvamento de superfícies
originalmente planas. Resultam da atuação de tensões de compressão em rochas de
comportamento dúctil.
63
• Eixo da dobra: linha resultante da interseção dos dois flancos da dobra
• Núcleo: conjunto das camadas mais internas da dobra
Þ ROCHAS METAMÓRFICAS
É um processo muito lento que está associado a contextos tectónicos como zonas
de subducção e de formação de cadeias montanhosas. Insere-se, em regra, num estado
de deformação dúctil do material rochoso.
FATORES DE METAMORFISMO:
1. Tensão:
• Existem dois tipos de tensão:
o Tensão litostática (ou confinante) – não dirigida: resulta do peso da massa
rochosa suprajacente; faz diminuir o volume da rocha durante a metamorfização,
aumentando a densidade dos minerais
o Tensão não litostática – dirigida: resultado dos movimentos tectónicos.
Podem ser de natureza compressiva, distensiva ou de cisalhamento, atuam com
uma orientação bem definida. Perante esta, os minerais tendem a apresentar
normalmente foliação, ou seja, uma textura caracterizada pela disposição
orientada dos seus minerais segundo planos paralelos
64
2. Calor:
• A exposição das rochas a diversas fontes de calor, como as resultantes do
aumento de profundidade ou do contacto com intrusões magmáticas –
conduzem a um aumento progressivo da sua temperatura
• Este leva a que os elementos da rede cristalina de alguns minerais que constituem
as rochas preexistentes passem a dispor-se segundo novos arranjos, sem que
ocorra fusão da rocha
• Este processo – recristalização – permite, assim, a formação de novos minerais
mais estáveis nas novas condições
• Consequentemente, a formação de novos tipos de rochas
• Se for ultrapassado o ponto de fusão das rochas, estas começam a fundir,
iniciando-se a transição gradual do metamorfismo para o magmatismo
3. Fluidos:
• A circulação destes nas rochas pode desencadear ou acelerar processos
metamórficos
• Estes fluidos hidrotermais transportam em solução não só dióxido de carbono,
mas também outras substâncias químicas (sódio, potássio, cobre, zinco ou sílica)
• Ao movimentarem-se através da rocha, vão reagindo com os minerais, podendo
originar novos minerais por remoção ou introdução de determinados elementos
químicos na sua rede cristalina
• Estes fenómenos conduzem a alterações ao nível da composição química e
mineralógica da rocha inicial sem que ocorra alteração da sua textura
TEXTURA:
É determinada pelo tamanho, forma e arranjo dos seus minerais. As rochas
metamórficas apresentam dois tipos de textura:
• Textura foliada – xisto argiloso, ardósia, filito, xisto ou micaxisto e gnaisse
• Textura não foliada ou granoblástica – corneana, quartzito e mármore
FOLIAÇÃO:
Propriedade das rochas metamórficas, resultante do alinhamento preferencial de
certos minerais sob a ação de tensões não litostáticas, originando estruturas planares
que se orientam segundo planos paralelos de modo penetrativo por toda a rocha:
• Clivagem xistenta (ou ardosífera) baixo
• Xistosidade grau de metamorfismo
• Bandado gnáissico elevado
65
Clivagem ardosífera Xistosidade Bandado gnáissico
• Rochas dividem-se • Rochas dividem-se • Rochas apresentam
facilmente, ao segundo alternância de
longo de planos superfícies lisas, ou bandas de cor clara
paralelos, em ligeiramente e de cor escura
folhas finas e baças onduladas, e • Textura
• Resulta do brilhantes característica do
alinhamento de • Resulta do metamorfismo de
minerais tabulares alinhamento e alto grau, no qual
em rochas de crescimento de fenómenos
granularidade fina, minerais tabulares intensos de
face a forças em rochas de recristalização dão
compressivas granularidade origem à formação
média ou alta de minerais de
granularidade
elevado que são
segregados em
camadas
+ FISSILIDADE -
Clivagem Bandado
xistenta Xistosidade gnáissico
Ardósia Filito Micaxisto Gnaisse
MINERALOGIA DO METAMORFISMO:
A recristalização diz respeito à formação de novos minerais devido à
reorganização espacial das partículas constituintes dos minerais de uma rocha, quando
fica submetida a novos parâmetros de pressão e temperatura.
Os minerais que fazem parte das rochas são estáveis nas condições de pressão e
de temperatura associados à sua formação. Durante o metamorfismo, estas condições
alteram-se e os minerais preexistentes tornam-se instáveis, podendo sofrer
transformações. Alguns minerais – minerais-índice – formam-se em condições
termodinâmicas com limites bem definidos, permitindo, por isso, caracterizar as
condições de pressão e temperatura em que uma rocha que os apresenta se formou.
66
A andaluzite (pressão e temperatura relativamente baixas), a silimanite
(temperaturas elevadas) e a cianite (pressões elevadas), minerais polimorfos de Al2SiO5,
são exemplos de minerais-índice. A sua composição é idêntica, mas apresentam
diferentes estruturas cristalinas.
Argila
Cianite
Aumento da pressão
TIPOS DE METAMORFISMO:
Os diferentes tipos de metamorfismo definem-se em função da intensidade
relativa dos fatores de metamorfismo associados aos diferentes ambientes
metamórficos:
1. Metamorfismo regional:
• Atua em extensas áreas
• Característico de limites tectónicos convergentes
• Associado a fenómenos orogénicos (edificação de cadeias montanhosas) e à
formação de aros vulcânicos
• Resulta da combinação do calor, dos fluidos e das tensões dirigidas
• Ardósia, micaxisto e gnaisse
• Como se trata de pressão não litostática, estas rochas apresentam textura foliada
67
2. Metamorfismo de contacto:
• Ocorre, essencialmente, nas proximidades da instalação de corpos magmáticos
intrusivos
• Fatores determinantes: calor e a circulação de fluidos provenientes da intrusão
magmática
• A pressão não afeta muito, uma vez que este não ocorre a grandes profundidades
• As rochas são metamorfizadas ao longo de uma área designada por auréola de
metamorfismo, a extensão desta depende da natureza da rocha metamorfizada
bem como da dimensão e da temperatura da intrusão
• Corneana, quartzito e mármore
• Caracterizam-se pela ausência de foliação, exibindo uma textura não foliada
+ Gradiente geotérmico -
-
Gradiente
geobárico
Transição entre
metamorfismo e
Taxa de variação da
magmatismo
pressão c/profundidade
68
Rocha Composição Rocha(s)- Características Tipo de
Textura
metamórfica mineralógica mãe das rochas metamorfismo
Grão fino
Argilitos, Foliação
Argila, micas
Ardósia cinza evidente
e clorite
vulcânica (clivagem
xistenta)
Argilitos,
Micas, rochas
clorite, carbonata Grão médio a
quartzo, das, grosseiro
Micaxisto talco, rochas Foliação
granada, ígneas evidente
Foliada estaurolite e máficas (xistosidade) Regional
grafite (ex.:
basalto)
Grão médio a
Argilitos, grosseiro
arenitos, Foliação
Quartzo,
rochas evidente, com
feldspato,
Gnaisse ígneas alternância de
horneblenda
félsicas faixas claras e
e micas
(ex.: escuras
granito) (bandado
gnaissico)
Micas,
Argilito e
granadas, Grão fino
rochas
Corneana andaluzite, Elevada Regional
carbonata
cordierite e dureza
das
quartzo
Não
Grão médio
foliada Arenitos
Quartzito Quartzo Elevada
quartzos
dureza Regional ou de
Calcários Grão médio contacto
Calcite e
Mármore e Reage com
dolomite
dolomitos ácidos (HCl)
69
Þ EXPLORAÇÃO SUSTENTADA DE RECURSOS GEOLÓGICOS
Recurso é tudo aquilo que se encontra disponível na natureza e que pode ser
utilizado pelo ser humano para seu benefício. Por recurso geológico entende-se todo o
tipo de materiais, ou formas de energia associadas, que integram a geosfera com
importância para a atividade humana.
70
o Baixa o pH do solo e dos cursos de água, provocando a morte de
organismos
• A energia nuclear resulta na produção de calor a partir da cisão controlada de
átomos de urânio, ou plutónio, em centrais nucleares - o calor gerado nos
reatores nucleares é utilizado para aquecimento de água
• Existem dois processos relacionados a este tipo de energia:
o Fissão – divisão do núcleo dos átomos, com enorme libertação de energia
o Fusão – fusão de isótopos de hidrogénio com libertação de energia, a
radiação liberta é menos mortal que na fissão
• Problemas relacionados com a natureza radioativa dos resíduos produzidos nas
centrais, poluição térmica da água e risco de ações terroristas
• Energia geotérmica (renovável) resulta da utilização do calor interno da Terra,
sobretudo em locais onde o gradiente geotérmico apresenta valores elevados
(elevada entalpia) – calor utilizado para aquecimento de água que, após
vaporização, também permite a produção de energia elétrica em geradores:
o Energia geotérmica de baixa entalpia – utilizada no aquecimento de
infraestruturas
o Esta é a que acarreta menos riscos ambientais
o Associada à libertação de gases sulfurosos para a atmosfera,
contaminação da água nas proximidades das unidades de exploração e ocorrência
de aluimentos
• As energias alternativas são aquelas que não se esgotam e são pouco poluentes
(alternativa à energia dos combustíveis fósseis)
• Como energias renováveis, há a considerar as seguintes:
o Energia solar – pode ser passiva (aproveitamento para aquecimento de
edifícios ou prédios) ou ativa (transformação dos raios solares em outras formas
de energia: térmica – coletores solares térmicos; elétrica – fotovoltaica ou energia
solar elétrica)
o Energia eólica – energia cinético do vento pode ser convertida em energia
elétrica ou mecânica
o Energia hidroelétrica
o Energia das ondas
o Energia da biomassa – é considerada matéria orgânica, de origem animal
ou vegetal, que pode ser utilizada na produção de energia
o Energia do biogás
71
o Energia hidráulica – energia cinética dos cursos de água é transformada
em energia elétrica
72
• Aqui, podem, ainda, formar-se lixiviados através da ação da água sobre os
materiais acumulados
• Estes líquidos de escorrência podem acabar por contaminar a hidrosfera
• Outro resulta do tratamento químico que o minério sofre após extração, o que
origina a formação de líquidos residuais contaminantes
73
Num aquífero é possível considerar duas zonas:
• Zona de aeração – onde os espaços vazios entre os grãos estão parcialmente
preenchidos por ar e água
• Zona de saturação – onde a água
se encontra acumulada,
ocupando todo o espaço
existente entre os grãos das
rochas. Inferiormente, a zona de
saturação está limitada por
rochas impermeáveis (ex.: rocha
argilosa)
• Nível hidrostático ou freático –
nível em que a água subterrânea
se encontra numa dada região
num dado momento
A zona de saturação, por sua vez, começa onde acaba a zona de aeração, isto é,
no nível hidrostático (limite superior). O seu limite inferior nem sempre é de fácil
definição. Normalmente, o limite inferior da zona de saturação corresponde a uma
formação geológica impermeável e de porosidade muito reduzida ou mesmo nula, pelo
que a água não consegue ultrapassar esta zona.
A maior dificuldade de circulação da água nos aquíferos cativos resulta num maior
tempo de permanência, favorecendo a dissolução de alguns constituintes das rochas e
conduzindo a um aumento do teor de substâncias minerais.
74
Esta água armazenada é utilizada para beber e a sua escassez ou contaminação
podem ter efeitos muito graves. As principais causas da diminuição de reservas e/ou
deterioração da qualidade da água subterrânea são:
• Poluição térmica
• Poluição agrícola
• Poluição urbana
• Poluição industrial
• Poluição microbiológica
• Atividade mineira
• Sobre-exploração dos aquíferos
• Quanto à origem:
o Urbana – materiais orgânicos, detergentes e metais pesados
o Agrícola – fertilizantes químicos e pesticidas; descargas de efluentes não
tratados da agropecuária
o Industrial – metais pesados, substâncias químicas orgânicas e inorgânicas
variadas são lançadas nos cursos de água ou no solo; libertação de água quente
nos cursos de água; fugas de depósitos de gasolina e derrames de óleos usados
75
Algumas medidas para a preservação dos aquíferos são:
• Controlo dos processos antrópicos
• Vigilância e controlo na abertura anárquica de captações
• Análise periódica da qualidade da água captada
• Coimas a nível individual e coletiva para aqueles que poluem estes recursos
• Sensibilização das populações para o uso correto da água
• Incentivo à gestão racional dos recursos hidrológicos
No furo do aquífero livre, o nível da água não sobe e corresponde ao nível da água
no aquífero, pois a água está à mesma pressão que a pressão atmosférica. O nível da água
designa-se nível freático.
76
Þ EXPLORAÇÃO SUSTENTÁVEL DE RECURSOS GEOLÓGICOS EM PORTUGAL
A gestão não sustentável dos recursos deverá dar lugar a uma nova forma de
encarar o potencial de exploração nas diferentes regiões da Terra.
77