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Geologia

A Terra e os seus subsistemas

O nosso planeta pode ser considerado um sistema, uma vez que corresponde a um conjunto de elementos interdependentes e organizados, delimitados
por uma fronteira.

Tipos de sistemas:

 Aberto- troca de matéria e energia; Subsistemas da Terra


 Fechado- troca de energia, mas não de matéria; Sistema Terra
 Isolado- não há troca de matéria nem de energia.

O facto de a Terra ser um sistema fechado pode ter implicações como, os recursos geológicos estarem menos disponíveis devido ao seu caracter não
renovável, e a acumulação de gases poluentes, que interferem com os ciclos de matéria.

Subsistemas -Atmosfera Apresentam uma relação de interdependência, traduzidas num fluxo

- Hidrosfera constante de matéria e energia entres eles.

- Biosfera

- Geosfera

Atmosfera
Componente gasosa do planeta, consistindo numa mistura de gases predominantemente
constituída por nitrogénio e oxigénio.

Este subsistema está dividido em cinco camadas, de acordo com a variação da temperatura. Ao longo da atmosfera
verifica-se uma diminuição progressiva da pressão com a altitude.

 Troposfera- camada inferior onde ocorrem fenómenos meteorológicos (vento, formação de nuvens,

precipitação,…) bem como os principais fenómenos de interação entre os subsistemas;

 Estratosfera- onde está a camada de ozono, responsável pela absorção de grande parte da radiação solar

ultravioleta (em excesso pode ser letal para os seres vivos);

 Mesosfera e termosfera- camadas superiores onde o ar já é muito rarefeito;

 Exosfera- camada mais externa.

Hidrosfera
Formado por toda a água (estado líquido e sólido)

97%-oceanos e mares

3%- reservatórios de água doce (gelo dos glaciares e calotas polares, rios, lagos e águas
subterrâneas)
Apenas 0.03% da água é movimentada entre subsistemas e os reservatórios da hidrosfera. A este movimento dá-se o nome de Ciclo hidrológico (ação
da energia proveniente do sol e da ação da gravidade).

Evaporação, precipitação, escorrência e transpiração

Biosfera
Constituído por todos os seres vivos que povoam o planeta e pela matéria orgânica por eles produzida que ainda não sofreu
decomposição.

Geosfera
Estende-se desde a superfície da Terra até ao seu centro. De natureza essencialmente rochosa e sólida à superfície, vai variando de
composição e estado físico de acordo com o aumento da profundidade.

A Terra é formada por camadas concêntricas com diferentes propriedades químicas e físicas (mecânicas):

 Litosfera- camada mais superficial, formada pela crusta e por parte do manto superior

(manto litosférico). Esta camada é rígida e forma placas tectónicas, que se movimentam

por cima de uma camada plástica (astenosfera);

 Astenosfera e mesosfera- apesar de estarem no estado sólido, as elevadas temperaturas e

pressões permitem que os matérias sólidos destas camadas se comportem como um líquido

muito viscoso permitindo a convecção dos materiais do manto.

 Núcleo- Externo- estado líquido

Interno- estado solido

Rochas (magmáticas, sedimentares e metamórficas)

As rochas são corpos sólidos formados por um mineral ou por associações de minerais.

Podem formar-se em profundidade ou à superfície, em consequência de processos geológicos muito variados, por vezes, associados a interações entre
subsistemas.

As rochas distinguem-se pela sua mineralogia (minerais que a constituem) e pela sua textura (aspeto macro ou microscópico, traduzido pelo tamanho
e pela forma dos cristais ou dos grãos, e pelo modo como estão unidos entre si)

Rochas magmáticas (ígneas)


Formam-se por arrefecimento e cristalização do magma, mistura complexa de material rochoso, total ou parcialmente fundido,
com uma fração gasosa.

Tipos de rochas magmáticas:


Vulcânicas(extrusivas)-formam-se à superfície ou na sua proximidade, em condições de arrefecimento

rápido do magma, o que dificulta o crescimento de cristais. Originam-se assim rochas com textura

agranular, com cristais pouco desenvolvidos e pouco visíveis à vista desarmada. (ex.: basalto);

Plutónicas (intrusivas)- formam-se em profundidade onde o arrefecimento é lento e os cristais têm tempo

suficiente para se desenvolverem, formando rochas com textura granular, com minerais bem

desenvolvidos e visíveis a olho nu. (ex.: granito)

Rochas sedimentares
A sua formação ocorre, normalmente, a partir de materiais resultantes de rochas preexistentes.

 Sedimentogénese- meteorização, erosão, transporte e sedimentação


1. Meteorização-alteração física e química de uma rocha quando exposta à
superfície, em resultado, por exemplo, da ação da água, do vento e dos
seres vivos;
2. Erosão-remoção dos materiais da rocha, que passam a constituir
sedimentos e substâncias dissolvidas na água.
3. Transporte (vento, rios, glaciares,…)
4. Sedimentação- acumulação de matérias detríticos, quando os agentes de transporte perdem a energia e deixam de poder movimentar os
sedimentos. A deposição também pode ocorrer através da precipitação de materiais em solução, quando as condições físico-químicas
do meio se alteram, tais como a temperatura da água.

A sedimentação ocorrer, essencialmente, em locais como os leitos dos rios, dos lagos, ou dos fundos oceânicos. Deste processo resultam camadas
sobrepostas, estratos, normalmente, disposto na horizontal.

 Diagénese ou litificação

O aumento do peso devido à acumulação dos sedimentos provoca o seu afundamento, elevando a pressão. Nestas novas condições os sedimentos
soltos sofrem compactação, verificando-se também a sua desidratação e a precipitação
de substâncias dissolvidas na água. Estas substâncias atuam como um cimento,
preenchendo os espaços existentes entre os grãos, agregando-os e dando origem a rochas
sedimentares consolidadas.

Tipos de rochas Detríticas ou clásticas- formadas por fragmentos de dimensões variáveis-detritos ou clastos resultantes de rochas preexistentes
(ex.: areias, conglomerados, arenitos e argilitos)
sedimentares
Rochas quimiogénicas- formadas por precipitação de substâncias dissolvidas na água (ex.: calcários(travertino) e sal-gema
(halite))

Rochas biogénicas- formadas pela acumulação de restos mais ou menos transformados de seres vivos (ex.: calcário recifal e
carvão)
Rochas metamórficas
Resultam de transformações mineralógicas e texturais sofridas por rochas preexistentes (protólitos-sedimentares,
magmáticas ou metamórficas).

Estas sofrem transformações no estado sólido quando sujeitas à atuação de fatores de metamorfismo, como, pressão, calor e os fluidos circulantes.
Estes fatores atuam em grau variável, dependendo da profundidade a que as rochas se encontram, tornando os minerais das rochas iniciais instáveis e
levando à sua recristalização. Alteração dos minerais do protólito/ transformação em novos minerais

Alteração da textura (aumento do tamanho dos cristais/ alinhamento- rochas

com foliação)

Tipos de metamorfismo:

 Metamorfismo regional- as condições de temperatura e, sobretudo, as forças de natureza compressiva (pressão) desses locais (cadeias
montanhosas), levam à formação de rochas com foliação, textura resultante do alinhamento dos cristais preexistentes e dos novos
provenientes da recristalização. (ex.: ardósia, xisto, gnaisse,…)
 Metamorfismo de contacto- o calor prevalece sobre a pressão, como
nas proximidades de zonas de crusta, onde se verifica a acumulação de
magma (intrusão magmática). Aqui o calor e os fluidos libertados pelo
magma alteram as rochas que rodeiam a intrusão (rochas na foliadas).

(ex.: corneanas, alguns mármores, alguns quartzitos,…)

Ciclo Litológico
Princípios do raciocínio geológico

Catastrofismo
As alteração verificadas na Terra ao longo do tempo constituem o resultado de eventos súbito, de grande violência, que
assume, por vezes, um carácter global. Estes acontecimentos levaram à extinção em massa das muitas espécies encontradas no registo fóssil.

Variação do registo fóssil em diferentes estratos do Catástrofes ocorridas em diferentes


mesmo local

momentos

Uniformitarismo

As alterações ocorridas na superfície terrestre resultam do efeito cumulativo de fenómenos naturais que moldam a face do planeta de
maneira uniforme, lenta e gradual (gradualismo).

O conhecimentos dos fenómenos que alteraram a Terra ao longo do seu passado pressupões a observação e a compreensão dos fenómenos que se
verificam atualmente. Atualismo ou Princípio das causas atuais*

* O presente pode ser entendido como a “chave do passado”, na medida em que as leis naturais são imutáveis no espaço e tempo, aplicando-se tanto aos
processos atuais como aos ocorridos no passado.

Catastrofismo + Uniformitarismo = Neocatastrofismo

É fundamental a influência das grandes catástrofes, como, sismos, erupções vulcânicas ou impacto e meteoritos, na evolução da Terra. No entanto esta
pode também sofrer alterações por fenómenos lentos e graduais.

Da hipótese da deriva continental à teoria da tectónica de placas

Imobilismo- posição dos continentes é constante desde a sua formação.

Hipótese da Deriva Continental- Os continentes atuais teriam estado unidos, formando um supercontinente, Pangeia, rodeado por um único oceano, o
Pantalassa.

Após a fragmentação do Pangeia, os continentes ter-se-iam deslocado, derivado lentamente, até as posições que se encontram atualmente.

Argumentos:

Litológico- Semelhança entre as cadeias montanhosas e entre as rochas existentes em zonas continentais, separadas pelo oceano atlântico.
Morfológico- Algumas margens continentais se ajustam como peças de um puzzle.
Paleontológico- A presença de fósseis da mesma espécie em continentes afastados atualmente por oceanos e pertencentes a animais que não
seriam capazes de os atravessar. Do mesmo modo, os fósseis de plantas da mesma espécie, encontrados em áreas continentais com climas
muitos distintos, indicam que os continentes estiveram sujeitos às mesmas condições climáticas.
Paleoclimático- Em algumas áreas continentais, atualmente localizadas em zonas quentes, existem vestígios da ação dos glaciares.

 Expansão dos fundos oceânicos – O fundo oceânico forma-se nos riftes, expandindo-se, a partir daí, em direções opostas. Esta
formação é compensada pela destruição dos fundos oceânicos na região das fossas oceânicas.
 Rifte- fratura ao longo da zona central de uma dorsal
oceânica;
 Dorsal oceânica- cadeia montanhosa que se prolonga por
dezenas de milhares de quilómetros;
 Talude continental- zona continental submersa (declive
médio), desde a plataforma até à planície abissal;
 Plataformas continentais- zona continental submersa
(declive suave);
 Planícies abissais- zonas horizontais e profundas do fundo
oceânico;
 Fossas oceânicas- depressões profundas e alongadas nos
fundos oceânicos associados às zonas de subducção.

A partir de registos magnéticos e de dados da datação das rochas, foi possível concluir que as rochas se formas de forma simétrica para os dois lados do
rifte.

As rochas mais recentes encontram-se nas proximidades do rifte, aumentando a idade dessas à medida que essa distância aumenta.

A espessura da camada de sedimentos no fundo oceânico aumenta com a distância ao rifte, reforçando a ideia de uma idade crescente do fundo

oceânico a partir da dorsal.

Este conhecimento levou à formulação da

teoria da tectónica de placas

Esta teoria considera que a litosfera, a camada rochosa rígida e solida mais superficial da Terra, esta fragmentada em grandes porções: placas
tectónicas ou litosféricas; estas movem-se em relação a outras.

A astenosfera, camada inferior à litosfera, é a responsável pelo movimento das placas tectónicas, uma vez que as rochas estão parcialmente fundidas,
apresentando um comportamento dúctil em resultado das elevadas temperaturas e pressões.

O movimento das placas tectónicas está dependente das correntes de convecção. Estas resultam da diferença de temperatura entre os matérias do manto,
sendo a causa da ascensão do magma nas zonas de rifte e da deslocação das placas.

Tipos de limites:
 Divergentes- zona de afastamento das placas tectónicas. Os limites divergentes
situam-se em zonas de rifte das dorsais oceânicas, ou em regiões continentais,
onde o magma ascende à superfície formando nova litosfera. Limites
construtivos.
 Convergentes- ocorre a colisão e destruição de placas litosféricas- limites
destrutivos. A placa mais densa afunda. Na zona de colisão entres duas placas
continentais ocorre formação de cadeias montanhosas, pelo facto de a sua
densidade ser semelhante. Já no limite entre placas oceânicas, a mais antiga
(+fria, +densa), sofre subducção formando-se uma fosse oceânica; a placa que
não sofre subducção; ocorre vulcanismo (formação do arco insular); sismos nas
duas placas. Nos limites oceânicos e continentais, há subducção da placa
oceânica; formação de uma cadeia montanhosa com vulcanismo, na placa
continental; sismos em ambas as placas.
 Conservativos- as placas deslizam horizontalmente (s/ formação nem destruição de litosfera) -limite transformante. Ao longo destes
limites não há atividade vulcânica, mas há intensa atividade sísmica.

 Datação das rochas

-DATAÇÃO RELATIVA-

A datação relativa permite sequenciar acontecimentos, ou seja, datar um acontecimentos em relação a outro.

Princípio da horizontalidade inicial

Os estratos formam-se, geralmente, por deposição de sedimentos na posição horizontal ou próximo


desta. Uma alteração desta forma resulta de processos tectónicos posteriores.

Princípio da sobreposição

Numa sequência de estratos, que mantém a sua posição original, um estrato é mais antigo do que aqueles que o sobrepõe, e mais recente do que
aqueles que estão por baixo. Esta sequência pode ser alterada por dobras e falhas (limitação deste princípio).

Princípio da identidade paleontológica

Os estratos e os fósseis neles contidos são formados ao mesmo tempo. Os fósseis usados, fosseis de idade¸ são espécies com uma
grande dispersão geográfica e que viveram num curto intervalo de tempo. Este método
possibilita também a comparação da idade de formações rochosas existentes em diferentes
regiões.

Estratos com a mesma idade relativa = Estratos com os mesmo fósseis

Limitação- falta de um ou mais estratos nas sequências de estratos de duas regiões diferentes
(estrato não formado ou não erodido)

-DATAÇÃO ABSOLUTA-

A datação absoluta permite obter um valor numérico para a idade das rochas. A datação radiométrica é o principal método deste tipo de datação

Este método baseia-se na tendência de alguns isótopos emitirem


partículas e radiação eletromagnética a partir dos seus núcleos
instáveis- radioatividade- que resulta no decaimento, ou transformação,
de um isótopo instável inicial (isótopo-pai) num isótopo final estável
(isótopo-filho) do mesmo elemento químico ou de outro diferente.
O decaimento de um isótopo instável pode designar-se por semivida, ou seja, tempo necessário para que uma dada quantidade de isótopo-pai se reduza
para metade.

Para que uma rocha possa ser datada, e crucial que, no momento da sua
formação, os isótopos-pai estejam incorporados num dado mineral, não
podendo ser incorporados isótopos-filhos, e garantir que não houve
contaminação ou perda de isótopos em análise.

O tempo se semivida é constante para cada par isótopo-pai/isótopo-filho,


independentemente das condições de pressão e temperatura a que a rocha
esteve sujeita.

O valor de semivida e a quantidade relativa dos dois isótopos num mineral,


permite determinar o início da desintegração do isótopo-pai, sabendo-se assim,
o momento em que o mineral se formou e a idade da rocha a que pertence.

Limitações:

 Só pode ser feita em minerais que incorporem isótopos instáveis;


 Difícil de aplicar a rochas sedimentares, pois só permite saber a data da rocha que deu origem ao detrito.

A relação entre o isótopo-pai e isótopo-filho permite calcular a idade da formação da rocha, tendo em conta que no início da formação da rocha o
número de isótopos-pai era de 100%. Conhecendo o período de semivida do isótopo em estudo, chega-se à idade da rocha.

 Memória dos tempos geológicos

As datações relativas e absolutas, permitiram a elaboração da escala do tempo geológicos.

 As divisões são feitas pelos acontecimentos mais marcantes presentes no registo fóssil de
extinções em massa e a diversificação da vida;
 A escala cuja unidade é o milhão de anos, esta dividida em intervalos de tempo com
duração variável: Éones, Eras, Períodos e Épocas;
 As maiores unidades da escala são os Éons, sendo os primeiros incluídos no pré-
câmbrico (88% da história da Terra); 12%- fanerozoico;
 A escala possui divisões menos detalhadas e com maior duração à medida que nos
afastamos da atualidade, pois o registo geológico é menos completo para os

acontecimentos mais antigos.

Fenómenos como
vulcanismo intenso ou
processos tectónicos,
modificaram a Terra.
Estas incluem alterações climáticas profundas, variações dos níveis da água
do mar, e outras, como eventos de anoxia (redução do oxigénio dissolvido
nos oceanos). As alterações climáticas levaram a variações da diversidade
biológica, correspondentes a extinções em massa ou ao aumento acentuado
do número de espécies. (p.74/75manual)
 Origem e classificação do vulcanismo

Conjunto de fenómenos que abrangem todos os processos relacionados com a libertação de materiais sólidos
(piroclastos), líquidos (lavas) e gasosos.

Estes matérias são provenientes do magma, mistura silicatada de material rochoso, da crusta ou do manto, total ou parcialmente fundido, a elevadas
temperaturas (700º C- 1300ºC). Devido à sua menor densidade este consegue ascender através das fraturas nas rochas envolventes, podendo
acumular-se em câmaras magmáticas. A sua acumulação progressiva resulta na ascensão até à superfície, onde liberta os gases e se transforma em lava,
um material líquido cuja viscosidade depende da composição do magma e da sua temperatura.

A libertação dos matérias vulcânicos ocorre através de uma abertura na crusta continental ou oceânica.

Inativo- não apresenta atividade, havendo possibilidade de


acontecer erupções futuras.
Vulcão
Extinto- improvável que ocorra erupções futuras, ou caso, não
tenham ocorrido nos últimos 10 000 anos.

Atividade vulcânica: processo de transferência de calor do interior da Terra para a superfície.

Vulcanismo primário

Ocorrência de erupções vulcânicas

 Fissural- explosão de material vulcânico através de fraturas que podem estender-se por dezenas de metros
ou mesmo quilómetros.
 Central- existência de um edifício principal, ou cone vulcânico, resultante da deposição de materiais
expelidos. O cone contém uma cratera, por onde ocorre a libertação dos materiais vulcânicos, que é
ligado pela chaminé à câmara magmática, caso exista, onde se acumula o magma. Por vezes há

formação de cones adventícios ou secundários, cada um com a sua chaminé e cratera adventícias,

alimentados pela conduta principal.

Nota: os vulcões podem apresentar caldeiras vulcânicas que resultam do abatimento do edifício vulcânico,
por falta de suporte, na sequência de erupções em que se verifica o esvaziamento rápido da câmara magmática. Nestas depressões, pode ocorrer a
acumulação de água, formando, lagoas e caldeiras (pode ocorrer novas erupções e formar novos cones vulcânicos).

Se a erupção for submarina, a acumulação de lava pode levar a que o topo dos vulcões atinga a superfície, formando ilhas vulcânicas.
Tipos de atividade vulcânica e materiais libertados

Distinguem-se: -Forma dos edifícios vulcânicos;

- Quantidade lava e piroclastos e modo como são libertados

-Viscosidade (resistência do fluido ao escorrimento) do magma e da lava.

Atividade efusiva

 Libertação de lava com composição básica, pobre em sílica (na ordem dos 50%), baixo teor de gases
e a elevadas temperaturas;
 Baixa viscosidade da lava, o que permite, a sua projeção em repuxo e uma deslocação rápida sob a
forma de escoadas de lava, que se prologam por grandes distâncias;
 Vulcões em escudo, com relevos cónicos de vertentes pouco inclinadas, resultantes da sobreposição
de escoadas de lava libertada em erupções excessivas;
 Os gases e o magma libertam-se facilmente, sem ocorrência de explosões;
 Inexistente ou baixa libertação de piroclastos, associada apenas ao início da erupção;

 Vulcanismo fissural está associado a esta atividade.

Classificação das escoadas lávicas, consoante a sua solidificação:

1. Lava escoriácea ou lava aa - lava mais viscosa, que a sua solidificação origina superfícies irregulares
e rugosas.
2. Lava encordoada ou lava pahoehoe- magma menos viscoso, a temperaturas elevadas. Durante a escorrência a parte superficial tem um
arrefecimento mais rápido do que a do interior que continua a escoar por baixo, enrugando a superfície já solidificada, que adquire o aspeto
de cordas sobrepostas.
3. Lavas em almofada ou pillow lavas- nas erupções submarinas a lava arrefece bruscamente debaixo de água, adquirindo o aspeto
arredondado. Neste caso a parte superficial, em contacto com a água, solidifica mais depressa mais depressa do que a lava líquida interior.
Esta não solidificada, exerce pressão sobre a superfície já solidificada, rompendo-a e dando origem a nova bolsadas. As lavas assim
formadas tendem a ser em rolo (cilíndricas) e pedunculadas, podendo, no entanto, apresentar forma alongada ou achatada.

Apos a acumulação das lavas, o seu arrefecimento pode originar a contração do basalto, provando, por vezes, a sua fratura, originando colunas de rocha
com disjunção prismática ou colunar.
Atividade explosiva

 Libertação de material piroclástico e de gases;


 Sem ou quase sem escoada lávica;
 Composição acida da lava, rica em sílica (acima de 65%), com elevado teor de gases e
temperaturas relativamente baixas;
 Magma e lava viscosos, dificultando o seu movimento e a libertação de gases neles
contidos. O aumento da pressão resultante do aprisionamento de gases origina explosões
violentas que fragmentam as rochas e as lavas na chaminé, podendo levar ao
desmoronamento do cone vulcânico;
 Aparelhos vulcânicos que apresentam cones com elevado declive, resultante da acumulação
de piroclastos e alguma lava muito viscosa;
 Podem resultar nuvens espessas e densas, nuvens ardentes, constituídas por cinzas
incandescentes e fragmentos de lava envolvidos por gases a altas temperaturas. Estas
deslocam-se a grande velocidade nas vertentes dos vulcões, constituindo escoadas piroclásticas capazes de provar a destruição da paisagem;
 Os piroclastos resultam da projeção para o exterior de matérias fragmentados provenientes da lava parcialmente solidificada, ainda antes de
abandonar a chaminé vulcânica, bem como de materiais arrancados das paredes vulcânicas (piroclastos de queda).

Classificação de piroclastos:

1. Bombas vulcânicas- fragmento com dimensões superiores a 64mm, formando-se a partir de lava incandescente que é projetada durante
a erupção e que ao arrefecer adquire formas arredondadas e alongadas.
2. Blocos- fragmentos de material solido, removido pelo magma durante a sua ascensão, com dimensões iguais as da bomba e de forma
angulosa. Tendem a ser depositados, tal como as bombas, perto do vulcão, devido às suas grandes dimensões
3. Cinzas- são finas (-2mm) e ricas em material vítreo, que arrefeceu rapidamente. O seu tamanho reduzido permite que sejam
transportadas a longas distâncias e que permaneçam muito tempo na atmosfera.
4. Lapilli- com dimensões entre 2 e 64mm, têm forma irregular e podem ser projetados para longe do vulcão.

Nota: A consolidação da lava na cratera, pode originar domos vulcânicos (obstruem a chaminé), aumentando a pressão no aparelho e o carácter
explosivo.

A lava pode consolidar na chaminé, originando uma agulha vulcânica, que é visível apos a erosão do aparelho vulcânico.

Atividade mista

 Lava intermédia (50-65% sílica);


 Lava mais viscosa do que vulcanismo efusivo;
 Libertação de piroclastos;
 Tendência a formar estratovulcões (vulcões compósitos), que
constituem aparelhos geralmente cónicos, com acentuado declive,
edificados por camadas alternadas de lavas e de piroclastos
acumulados em torno da cratera principal ou de crateras
adventícias.
Importante: As erupções tendem a iniciar-se pela emissão de gases, sendo o vapor de água o gás mais abundante. Outros gases libertados como dióxido

e monóxido de carbono, nitrogénio, dióxido de enxofre e o sulfureto de hidrogénio, reagem com o vapor de água, dando origem a chuvas acidas ou
aerossóis que refletem a radiação solar, podendo reduzir as temperaturas durante anos.

Vulcanismo residual ou secundário

Manifestações do vulcanismo para além da atividade eruptiva.

São exemplos:

 Fumarolas- libertação de gases através de aberturas à superfície, provenientes de uma camara magmática ou de fluidos aquosos que circulam
nas proximidades.
o Mofetas: quando as emanações são ricas em dióxido de carbono;
o Sulfataras: quando são ricas em gases compostos com enxofre.
 Nascentes termais- a água da precipitação, ao infiltra-se em profundidade, circula juntos de rochas aquecidas por uma camara magmática ou
por um corpo ígneo em arrefecimento. A água aquece, aumentado a sua capacidade de dissolução de minerais das rochas, tornando-se,
assim, mineralizada.
 Géiseres- são jatos intermitentes de água quente e vapor libertados à superfície de forma regular, através de fraturas. A água que se infiltra e
circula no subsolo pode acumular-se em reservatórios subterrâneos, onde é aquecida a temperaturas elevadas. Parte dessa água transforma-se
em vapor, fazendo aumentar a pressão no
interior do reservatório. Desse aumento de
pressão resulta a projeção da água a vários
metros de altura e o esvaziamento desses
depósitos, que voltam a encher em ciclos

sucessivos.

Vulcanismo e tectónica de placas

A atividade vulcânica concentra-se, sobretudo, nas


zonas de fronteiras entre placas- vulcanismo interplaca,
apresentando uma expressão reduzida no interior
dessas- vulcanismo intraplaca.

Vulcanismo intraplaca: Vulcanismo intraplaca:

 Limites divergentes e convergentes  Pontos quentes ou hotspots

Limites divergentes:

 O material que ascende no manto funde nos riftes e origina magmas básicos (forma a crusta oceânica);
 Vulcanismo efusivo;
 No rifte Leste-Africano, o magma tem de ascende ao longo da crusta continental mais espessa e tende a tornar-se mais ácido e explosivo;
 É nos riftes que são emitidos os maiores volumes de lavas.

Pontos quentes oceânicos:


Resultam de magma com origem no manto que pode atingir a superfície na região da crusta oceânica.

Limites divergentes:

A subducção provoca a fusão parcial da placa oceânica, originando magmas de composição intermedia e o vulcanismo misto, Possuem um
maior teor de gases, em especial o vapor de água.

Pontos quentes continentais:

O material do manto tem dificuldade em atingir a superfície e sofre modificações químicas, torando-se mais acido e com um estilo mais
explosivo.

Os pontos quentes foram-se na sequencia de acontecimentos que têm inicio com o aquecimento de rochas do manto profundo, provavelmente nas
proximidades do núcleo. Essas rochas tornam-se menos densas e ascendem em direção ao manto superior, sob a forma de plumas mantélicas*. Na base
da litosfera, parte deste material sofre fusão, originando o magma básico que alimenta o vulcanismo dos pontos quentes.

* São relativamente estacionarias, mantendo-se ativas por longos períodos. À medida que a placa litosférica se vai deslocando sobre a pluma, os
vulcões nela edificados vão se afastando, tornando-os extintos. Na região que em determinado momento se encontra sobre a pluma mentélica, podem
formar-se novos vulcões. Caso esta se situe numa placa oceânica, pode formar-se um alinhamento de ilhas (a ilha mais recente e com vulcanismo
localiza-se por cima do ponto quente; quanto mais afastada deste maior a sua idade). Nas situações em que o ponto se localiza na crusta continental,
mais espessa, é mais difícil o magma básico chegar à superfície. Assim, o calor libertado na camara magmática pode fundir as rochas da crusta
continental e formar um magma mais acido, que alimenta o vulcanismo explosivo à superfície.

+(p.114-117)

Origem dos sismos

São o resultado de uma libertação súbita de energia no interior da Terra. Podem resultar de explosões produzidas
pelo ser humano, sismos artificiais, do abatimento de cavidades ou grutas, sismos de colapso¸ bem como do movimento do magma em
profundidade, sismos vulcânicos.

No entanto, a maioria dos sismos, são devidos à atividade tectónica, quando dois blocos rochosos se deslocam ao longo de uma falha.

Teoria do ressalto elástico: as rochas estão sujeitas à ação de forças resultantes do movimento das
placas tectónicas, que se deforma. Apos atingir o seu limite de elasticidade, o material rochosa entra
em rutura, libertando subitamente a energia elástica acumulada.

Foco sísmico: local onde ocorre a rutura.

 Superficiais- hipocentro até 70 km de profundidade;


 Intermédios- hipocentros entre 70-300 km de profundidade;
Sismos quanto à profundidade  Profundos- hipocentros com mais de 300km de profundidade.

Ondas sísmicas:

 forma de libertação de energia resultante da fricção dos blocos, ao longo da falha, gerando calor;
 concêntricas;
 propagam-se em todas as direções, provocando a vibração das partículas dos materiais. Cada frente sísmica separa partículas que já entraram
em vibração daquelas que ainda permanecem estáticas.
Raio sísmico: trajetória perpendicular à frente da onda com origem no foco.

Epicentro: ponto da superfície mais próximo do hipocentro e situado na sua


vertical.

Abalos premonitórios: pequenos sismo que podem ocorrem antes de um sismo


principal, mais forte.

Réplicas: sismos mais fracos que resultam do reajustamento dos blocos onde ocorreu a rutura e que podem prolongar-se durante dias, meses ou mesmo
anos.

Tsunamis: deslocamentos verticais de blocos rochosos ao longo de falhas situadas no fundo oceânico. Estes deslocamentos podem causar perturbação
na coluna de água e gerar deslocamento na superfície do mar; Podem também ser resultado de deslizamentos de vertentes, como as provocadas pelo
batimento dos flancos vulcânicos durante a atividade vulcânica, ou do vulcanismo submarino explosivo (frequente em algumas ilhas vulcânicas).

Ondas sísmicas e o seu registo

Ondas de volume (ou de corpo)

Têm origem no epicentro e propagam-se em todas as direções, podendo atingir distâncias muito afastadas do epicentro. A
velocidade da sua propagação é diretamente proporcional é rigidez e inversamente proporcional à densidade dos materiais.

Longitudinais, P ou primarias:

 Causam vibração das partículas dos materiais que atravessam, paralelas à


direção de propagação da onda, comprimido e distendendo esses materiais
com alteração do seu volume;
 São as mais rápidas e as primeiras a serem registadas;
 Propagam-se em todos os meios.

Transversais, S ou secundárias:

 Os materiais rochoso, vibram perpendicularmente à direção de propagação


das ondas, mantendo o seu volume, mas alterando a sua forma;
 Propagam-se a menor velocidade do que as ondas P, sendo as segundas a
serem sentidas ou registadas;
 Propagam-se apenas em meio sólido.

Ondas de superficiais (L ou longas)

Propagam-se apenas à superfícies, a partir do epicentro, e resultam da interação entre as ondas P e S e o relevo.
Love: As partículas vibram num plano horizontal e perpendicularmente à direção de propagação das ondas.
Propagam-se apenas em meios sólidos; Velocidade constante e ondas destrutivas.

Ondas Rayleigh: As partículas vibram segundo um movimento elíptico, num pano perpendicular à direção de
propagação, provocando no solo ondulações semelhantes às ondas marinhas. Propagam-se em meios sólidos e
líquidos; Maior destruição.

Registo das ondas sísmicas

Os movimentos à superfície provocados pelos sismos podem ser detetados em sismógrafos, que os registam na forma de sismogramas.

Permite saber o tempo de chegada de cada tipo de onda;

Calcular a amplitude, que é a distância máxima de afastamento de uma partícula em relação à situação de repouso, durante uma oscilação;

Assim pode-se determinar: - A duração de um sismo;

- O seu epicentro;

- A profundidade do foco;

- Estimar a quantidade de energia libertada (magnitude)

Embora as ondas P e S partam do hipocentro ao mesmo tempo, verifica-se que, quanto maior for a distância ao epicentro, maior será o intervalo entre
os tempos de chegada dessas ondas, em resultado da maior rapidez das ondas P em relação às ondas S (o atraso permite determinar a distância
epicentral).
Escalas de avaliação sísmica

Magnitude sísmica: quantifica o valor de energia libertada no hipocentro e pode ser expressa na escala de Ritcher.
Conjugação da amplitude máxima das ondas (sismogramas) e a distância epicentral (intervalo das ondas S e P)

Intensidade sísmica: avalia os efeitos produzidos pelo sismo (grau de destruição e como as vibrações são sentidas). Influenciada pela quantidade de
energia libertada, a natureza das rochas que compõe o subsolo, o tipo de ocupação humana na região, profundidade do foco e distância epicentral.

Escala de Mercalli Modificada (12 graus) Carta de isossistas*

*Isossistas- linhas traçadas num mapa que correspondem a curvas que delimitam zonas de igual intensidade sísmica

Sismos e tectónica de placas

A maioria dos sismos ocorre nas proximidades dos limites de placas litosféricas, sismos interplaca.

Nos limites convergentes com a subducção de placas, pode haver sismos com profundidade variável.

Nos limites divergentes e transformantes, os sismos tendem a ser superficiais.

Sismos intraplaca (hipocentro no interior das placas) - maioritariamente superficiais

Ondas sísmicas e o estudo do interior da Terra

As ondas sísmicas podem ser refletidas ou refratadas, quando atingem meios com características
físico-químicas distintas (variação da rigidez e densidade dos materiais)

As superfícies nas quais as ondas sísmicas mudam de velocidade, de direção ou deixam de se


propagar designam-se descontinuidades sísmicas.

Descontinuidade de Mohorovicic (Moho)


As ondas, ao atravessarem camadas mais profundas, aumentam a velocidade, o que indica um incremento de rigidez resultante da alteração do tipo
de rocha

Limite entre a CRUSTA e o MANTO.

Descontinuidade de Gutenberg

Sismógrafos a partir de 102º de distância epicentral não registam ondas P e S diretas, e as P só voltam a ser registadas aos 143º. Assim, considera-se a
existência de uma onda sísmicas à superfície para as ondas P
entre os 102º e os 143º de distância epicentral e para as
ondas S entre 102º e 180º.

As ondas S deixam de se propagar a partir dos 2900km de


profundidade.

As ondas P sofrem reflexão e refração.

Limite entre o MANTO SÓLIDO e NÚCLEO EXTERNO


LÍQUIDO.

Descontinuidade de Lehmann

No interior do núcleo, parte das ondas P que nele penetram são refletidas e podem ser detetadas em sismógrafos
localizados na zona de sombra sísmica das ondas P.

Uma parte das ondas P são refratas, passando a propagar-se na região central do núcleo, a uma velocidade superior
àquela que se propagam na sua zona externa.

Limite entre o NÚCLEO EXTERNO LÍQUIDO e o NÚCLEO INTERNO SÓLIDO.

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