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ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Conceitos básicos: 

Observe as seguintes palavras:


escol-a
escol-ar
escol-arização
escol-arizar
sub-escol-arização
Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso, em todas
há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por exemplo, escola e
escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento destacável -ar.
Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos depreender a
existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos formadores é uma unidade
mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.

Classificação dos morfemas:

Radical

Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema comum – o
radical – que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de significação – os cognatos. O
radical é a parte da palavra responsável por sua significação principal.

Afixos

Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir deescola. De maneira semelhante,
o acréscimo dos morfemas sub- e –arização à forma escol- criou subescolarização. Esses morfemas
recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome de prefixos.
Quando, como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos,
além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir modificações de significado no
radical a que são acrescentados.

Desinências

Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos, amáveis,
amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do
verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).
Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses morfemas
sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinências nominais e
desinências verbais.

• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o português
costuma opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assume a forma -es: mar/mares;
revólver/revólveres; cruz/cruzes.

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles
que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e a pessoa
dos verbos (desinência número-pessoais):
 
 

cant-á-va-mos cant-á-sse-is
cant:
cant:radical
radical
-á-: vogal -á-: vogal
temática temática
-
-va-:desinência sse-:desinênci
modo-temporal a modo-
(caracteriza o temporal
pretérito (caracteriza o
imperfeito do pretérito
indicativo) imperfeito do
subjuntivo)
-is: desinênci
-
a número-
mos:desinência
pessoal
número-pessoal
(caracteriza a
(caracteriza a
segunda
primeira pessoa
pessoa do
do plural)
plural)
 

Vogal temática

Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, surge sempre o morfema –a.


Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar-se ao
radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as
desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.

• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda,
escola, triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas terminações são desinências
indicadoras de gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais
temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em
vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal temática.

• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -apertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal
temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira
conjugação.
 
 

primeira segunda terceira


conjugaç conjugaç conjugaç
ão ão ão
govern-a- estabelec
defin-i-ra
va -e-sse
imped-i-
atac-a-va cr-e-ra
sse
realiz-a-
mex-e-rá ag-i-mos
sse
 

Vogal ou consoante de ligação 

As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar
ou mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação na
palavra escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros
exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota.
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
Equipe Brasil Escola

Neologismo é um fenômeno linguístico que consiste na criação de uma palavra ou


expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente. É
uma nova palavra criada na língua, e geralmente surge quando o indivíduo quer se
expressar, mas não encontra a palavra ideal. Como o falante nativo tem total domínio
dos processos de formação de palavras, pois tem a língua internalizada, para ele é
fácil criar uma nova palavra sem nem mesmo se dar conta de que está utilizando um
dos processos existentes na língua como a prefixação, a sufixação, a aglutinação ou a
justaposição.
Os “neologismos” como costumam ser chamadas estas palavras ou expressões,
podem surgir de um comportamento espontâneo, das relações entre as pessoas na
linguagem natural ou artificial.

 Exemplo de linguagem natural: conversação espontânea do dia a dia.


 Exemplo de linguagem artificial: bate-papo eletrônico (chat) via internet.

Derivação
Atendo-nos ao sentido literal do título em questão, constatamos que se trata da formação de algo a partir de uma
base já existente. Constatação esta que se encontra intrinsecamente relacionada ao processo de formação de
palavras das quais utilizamos para formar nosso léxico.

Partindo-se dessa premissa, há que se mencionar que na Língua Portuguesa há dois processos básicos de formação
de palavras: a derivação e a composição. A derivação, alvo principal de nossos estudos, consiste na formação de
novas palavras a partir de uma palavra primitiva, ora materializada por meio de afixos. Desta feita, tomemos como
ponto de partida a palavra “terra”, assim evidenciada:

Dessa forma, a derivação manifesta-se das seguintes maneiras:

* Derivação prefixal (ou prefixação)

Tal modalidade é resultante do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, cujo resultado implica na alteração de
sentido.

Exemplos:

leal – desleal

por – dispor

feliz – infeliz

fazer – desfazer...

* Derivação sufixal (ou sufixação)

Resulta no acréscimo de um sufixo a uma palavra primitiva.

Exemplos:

terraço

pedraria

felizmente...

* Derivação prefixal e sufixal

Consiste na formação de uma nova palavra a partir do acréscimo simultâneo de um prefixo e de um sufixo ao radical.

Exemplos:
desigualdade

infelizmente

desvalorização...

* Derivação parassintética

Consiste também no acréscimo de um prefixo e um sufixo ao radical, de modo a fazer com que a palavra não exista
apenas com um ou com o outro. Representa um processo que dá origem principalmente a verbos, obtidos a partir
de substantivos e adjetivos.

Exemplos:

abençoar – bênção

amanhecer - manhã

amaldiçoar – maldição

enrijecer – rijo

enlouquecer – louco

entristecer – triste...

Composição

Composição é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais.
Existem dois tipos:

Composição por Justaposição

Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética.

Exemplos:

passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor

Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia (acréscimo de um "s") justamente para manter inalterada
a sonoridade da palavra.

Composição por Aglutinação

Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos
fonéticos.

Exemplos:

embora (em boa hora)


fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre)
hidrelétrico (hidro + elétrico)
planalto (plano alto)

Obs.: ao aglutinarem-se, os componentes subordinam-se a um só acento tônico, o do último componente.


Redução

Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe:

auto - por automóvel


cine - por cinema
micro - por microcomputador
Zé - por José

Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem ser citadas também as siglas, muito
frequentes na comunicação atual. (Se desejar, veja mais sobre siglas na seção  "Extras" -> Abreviaturas e
Siglas)

Hibridismo

Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes.

Por Exemplo:

auto (grego) + móvel (latim)

Onomatopeia

Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os
ruídos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem aproximadamente os sons e as vozes
dos seres.

Exemplos:

miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.

Cordados
O filo dos cordados, do latim Chordata, é composto por animais que possuem uma notocorda – espécie de
bastão flexível que percorre longitudinalmente o…

O filo dos cordados, do latim Chordata, é composto por animais que possuem uma notocorda – espécie de
bastão flexível que percorre longitudinalmente o dorso do animal em algum momento da vida – indicando a
existência de um ancestral comum. Os vertebrados, grupo incluído no filo dos cordados, tem, no lugar da
notocorda, a coluna vertebral. Os animais desse filo possuem ainda um tubo nervoso localizado dorsalmente,
acima da notocorda. Além disso, possuem também cauda pós-anal – que é importante para os seres
aquáticos e, em seres humanos, é chamada de cóccix, o vestígio dessa cauda – e fendas branquiais na
faringe, que são estruturas embrionárias, podendo permanecer na fase adulta ou desaparecer. Nos aquáticos,
persistem durante toda a vida e possuem função respiratória, já nos terrestres, desaparecem dando origem à
traqueia, estrutura usada para a respiração nesses animais.

Todas as características, ao contrário dos invertebrados, foram encontradas nos animais em sua fase
embrionária, portanto durante o seu desenvolvimento pode ser que algumas das características desapareça.
Foto: Reprodução

Subfilos no filo Chordata


O filo possui três subfilos:

Urochordata ou Tunicata

Neste subfilo dos urochordatas, também reconhecidos como tunicados – devido ao envoltório de seu corpo
que é composto por uma túnica espessa – temos como mais conhecidos as ascídias, que são cordados
marinhos que vivem tanto isolados como em colônias. Assim como nos anfioxos – tópico a seguir – esses
animais possuem as fendas branquiais bem desenvolvidas. As ascídias são livres e natantes durante a fase
larval, mas quando adultos são fixos. Sua alimentação é feita por meio da água que entra no animal pelo
sifão inalante.

Muitos dos tunicados são sésseis, assim como as ascídias, vivendo fixos e filtrando partículas devido à
corrente de água que produzem. No entanto, existem outros como as salpas que são bem pequenos e
agrupam-se em colônias gelatinosas, mas movem-se por meio das correntes.

Cephalochordata – anfioxo

Os cefalocordados podem ser facilmente representados pelos animais que conhecemos pelo nome de
anfioxos – nome derivado dos animais terem o corpo afilado em duas pontas, pois anfi = dois -. Com
aproximadamente trinta espécies, os anfioxos vivem no mar. Com um tamanho pequeno – de até 8 cm de
comprimento – esses animais possuem um corpo semelhante ao de um peixe, mas vivem semienterrados na
areia mantendo somente a parte anterior para fora, normalmente em locais com águas limpas e calma. Nos
cefalocordados, a fecundação é externa e o sistema circulatório é formado por vasos – sendo que os
contráteis são responsáveis pela propulsão do sangue, pois não possuem coração.

Vertebrata ou craniata

Os animais vertebrados compreendem ágnatos, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, e são
caracterizados pela coluna vertebral segmentada, além do crânio, que protege o cérebro. Possuem ainda a
simetria bilateral – existência de um sistema muscular simétrico – e sistema nervoso central. As lampreias,
descendentes mais antigos dos vertebrados, não apresentam mandíbula, mas sim uma abertura rodeada de
dentes que usam para fixar-se à pele de outros animais. Os peixes ósseos encontram-se tanto na água doce
quanto na salgada. Os répteis e mamíferos descendem do mesmo antepassado, mas os répteis diversificaram-
se muito originando répteis voadores, nadadores e terrestres, já os mamíferos eram um grupo de pequenos
animais semelhantes aos roedores dos dias de hoje.

Tipos de poluição
Geografia
No espaço geográfico existem diferentes tipos de poluição que geram problemas tanto nos ambientes
ocupados pelas sociedades quanto nas áreas naturais.

Um dos mais graves problemas ambientais gerados pela intervenção do homem sobre o meio natural é a
poluição, pois prejudica o meio ambiente, inviabiliza o cultivo e o consumo de recursos naturais, provoca
desequilíbrios ecológicos e pode ameaçar a saúde humana. Por esse motivo, é muito importante elucidar
essa questão a fim de se desenvolver formas para combater tal ocorrência.

Para fins didáticos, há uma genérica classificação da poluição que busca segmentar as suas principais ações,
bem como os seus agentes causadores, de forma a melhor compreender o problema. Os tipos de poluição
que podem ser citados são: poluição atmosférica, poluição das águas, poluição dos solos, poluição sonora e
poluição visual.

Poluição atmosférica: envolve a poluição do ar em geral, causada principalmente pela emissão de poluentes
tóxicos pelas chaminés das fábricas e também pelo escapamento dos veículos. A queima de combustíveis
fósseis, tais como o petróleo e seus derivados, além do carvão mineral, é o principal causador desse tipo de
poluição.

Poluição atmosférica gerada pela atividade industrial

Os efeitos da poluição atmosférica são diversos e atuam em escala global e também local. Segundo dados de
muitos analistas e também do Painel de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), as atividades humanas têm
gerado uma maior concentração de gases causadores do efeito estufa, intensificando o problema do
Aquecimento Global. Em escala local, merecem destaque os problemas ambientais gerados nas cidades,
como as Ilhas de Calor e a Inversão Térmica.

Poluição das águas: caracteriza-se pela degradação dos recursos hídricos, resultando na poluição de lagos,
rios, córregos e também dos mares e oceanos. É causada principalmente pelo derramamento indevido de
esgotos, mas também pela poluição das bacias hidrográficas, pois, durante as chuvas, o lixo é conduzidos até
o leito dos cursos d'água. Nos oceanos e mares, uma causa frequente é o derramamento de petróleo.

A poluição dos cursos d'água acarreta problemas ambientais

A poluição das águas dos rios resulta na perda de recursos naturais, principalmente a água potável,
ocasionando também o aumento da mortandade de peixes. Por isso, é importante conservar os cursos d'água
tanto em áreas urbanas quanto em ambientes afastados das áreas de ocupação humana. Nos oceanos, a
poluição também gera a perda de espécies, afetando em grande medida o ambiente dentro e fora dos mares.

Poluição dos solos: ocorre através da contaminação ou poluição generalizada dos solos, afetando as
atividades econômicas e também o ambiente ao seu redor. As principais ocorrências são os lixos
armazenados em aterros sanitários, onde há a produção de um líquido tóxico chamado de chorume, que
penetra no subsolo e pode alcançar até o lençol freático. Nos cemitérios, a ocorrência é semelhante.

O excessivo uso de agrotóxicos prejudica o solo

Na agricultura, o emprego exagerado de agrotóxicos para combater a emergência de pragas nas lavouras
também pode gerar a poluição dos solos. Com o excesso de resíduos tóxicos acumulados, o local afetado
pode tornar-se infértil, atrapalhando a agricultura e agravando os problemas ambientais locais. Por isso, o
uso com cautela de produtos químicos, além da preferência por adubos orgânicos, são medidas mais do que
necessárias para diminuir os prejuízos causados.

Poluição sonora: são comuns os ambientes urbanos ou com grande aglomeração de pessoas que geram um
excessivo barulho, principalmente no trânsito, equipamentos de construção e outros. Os principais danos são
à saúde humana, pois o volume máximo de sons que devemos ouvir, segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), é de 65 decibéis, e, frequentemente, o ambiente das cidades produz sons maiores do que esse.

Obras e construções, além do trânsito, aumentam a poluição sonora nas cidades

Poluição visual: é causada pelo excesso de publicidades em cartazes, outdoors, placas e outros espalhados
nos ambientes urbanos, caracterizando a grande concentração de estímulos visuais. Apesar de ser
aparentemente não agressiva, a poluição visual pode intensificar ou gerar o estresse, além de tornar o
ambiente menos confortável para a ocupação humana. Em período eleitoral, esse problema estende-se ao
máximo, embora leis recentes tenham sido elaboradas para atenuar esses efeitos.

A poluição visual gera problemas no espaço urbano

Por Me. Rodolfo Alves Pena

MOTOR A EXPLOSÃO (SURGIMENTO)

Por volta de 1801, Philippe Lebon, chamado pitorescamente "o pai do gás de hulha", requereu
uma patente descrevendo o princípio de um motor baseado na expansão de uma mistura de ar e
gás inflamado.
Infelizmente Lebon foi assassinado. A história pára aí, para só ser recomeçada mais de cinquenta
anos depois, quando em 1852, Jean Joseph Étienne
Lenoir começa a trabalhar num motor a explosão.

Em 1858 Lenoir tenta seu primeiro motor fixo, de


explosão, movido a gás. Dois anos depois, patenteia-o.

Lenoir pensa, então, em quebrar a rigidez do motor e


colocá-lo num veículo. Transformar o movimento
retilíneo em movimento de rotação de um carro.

Trabalhando ininterruptamente em 1863 consegue


montar um triciclo. O motor funcionava como o de uma
máquina a vapor. O combustível era gás de lulha ou óleo
leve, proveniente de xistos ou alcatrões, vaporizado em
carburador tipo primitivo.

A potência do motor era muito pequena: 1,5 hp. Lenoir ainda não havia descoberto a
importância da compressão da mistura de combustível antes da ignição.

Embora sob o ponto de vista prático não tenha tido sucesso (e foi, mesmo, um fracasso - pois o
carro não pôde ser comercializado) nesse triciclo circulou entre Paris e Joinville-le-Pont e, em
virtude dele, Lenoir chegou a ganhar o Grande Prêmio Argenteuil.

Em 1880 um matemático de ruão, Delamarre-


Deboutteville, debruçado sobre os estudos de
Lenoir, consegue fazer um motor. É alimentado a
gás, primeiro, depois a óleo leve "vaporizado".

O motor era horizontal, Chamou-o de "Simplex"


e patenteou-o em 1884: 2 cilindros horizontais
ligados a um único eixo de manivela, munido de
um diferencial. Transmissão por corrente, como
na bicicleta.

O trabalho pioneiro de Lenoir ficaria praticamente


inútil para o automóvel se não fosse um caixeiro-
viajante.

Um moço chamado Nikolaus August Otto, que as


bibliografias especializadas de automóvel, chamam de "físico Otto"; outras, mais modestas, de
"mecânico Otto".

Mas a verdade é que esse moço não era físico e nem mecânico: era um caixeiro-viajante.
Curioso, inteligente, porém um caixeiro-viajante.

Otto era alemão. Viajava muito. Um dia foi a Paris e acabou


vendo o motor de Lenoir. Era um apaixonado dos novos veículos.
E no trabalho de Lenoir sentiu que ali havia um princípio. Mas o
princípio de alguma coisa muito importante.

Aquilo despertou-lhe tal interesse, que é assunto nas próximas


cartas que escreve à noiva.

A imaginação do caixeiro não pára. E ficou meditando no


assunto.

Já se havia descoberto o motor a explosão. "Como aproveitá-lo,


mas aproveitá-lo bem" - pensava Otto - "E talvez até num
veículo automóvel?".
Otto instala uma pequena oficina. Depois, absorvido pelo seu trabalho, deixa o emprego de
caixeiro-viajante: "...hoje é um grande dia para mim" - escreve à noiva comunicando a
resolução.

Um dia, quando estava em sua banca de trabalho fazendo novas experiências com seu motor, ia
admitir gás e ar no cilindro de sua máquina - quando se lembrou de empurrar o pistão
novamente até onde e quando pudesse. Opistão funcionou como um compressor, calcando o
combustível no cilindro. Feito isso, ligou a ignição: houve uma detonação seguida de rápidas e
fortes rotações do volante da máquina.

Isso fez Otto pensar maduramente. Chegou à conclusão que seria melhor comprimir a mistura do
combustível no cilindro, através do pistão, para depois incendiar a mistura. Incendiando-a assim
comprimida haveria uma forte pancada do pistão e essa pancada produziria força.

Mais tarde, sintetizou sua observação e as conclusões a que chegou:

1)No primeiro movimento (recuo do pistão) admitia o combustível;

2) No segundo movimento, comprimia-o;

3)No terceiro movimento, a pancada (explosão), criava a força útil;

4) No quarto movimento (volta do pistão) havia a libertação e expulsão dos produtos da


combustão.

Agora, como tirar proveito dessa observação?

Otto, que em janeiro de 1862 virou o primeiro motor a quatro tempos do mundo, ainda não
estava satisfeito com sua criação: o motor era muito barulhento e as pancadas das explosões
martelavam com tal violência que não havia mancais ou articulações que aguentassem por muito
tempo.

Trabalharia nesse motor, ininterruptamente, por


10 anos tentando aperfeiçoá-lo, a domesticar as
explosões, e criando um sistema novo para
incendiar a mistura, a que denominaríamos na
linguagem de hoje, ignição.

Mais tarde associou-se ao engenheiro Eugen


Langen e fundou a N.A. Otto & Cia., a primeira
fábrica de motores à explosão do mundo
(1864).

Em 1867, deixando de lado seu motor de quatro


tempos, que ainda estava engatinhando, levou seu motor atmosférico para a II Exposição
Mundial de Paris. Um cartaz dizia: "Le moteur à gaz, système Otto & Langen, offre à I`ndustrie
une force motrice de 1 `3 chevaux plus avantageuse que la machine à vapeur."

Esse motor surpreendeu o mundo não só pela regularidade de funcionamento mas,


principalmente, pela sua economia. Os discípulos de Lenoir, não acreditando que ele fizesse,
realmente, economia de duas terças partes de combustível usado por outros motores depois de o
examinarem detidamente ainda procuraram, por todos os cantos, levantando cortinas e olhando
o teto, se não havia algum cano oculto que o alimentasse!.

Aí começa um novo capítulo da mecânica, marcada por aquela medalha de ouro que Oto ganhou,
por sua máquina, na Exposição de Paris - numa cerimônia a que estiveram presentes Napoleão
III e a Imperatriz Eugênia.

Embora condecorado, Otto não se julgava realizado. Transferiu as instalações de sua primeira e
precária fábrica para Deutz., um subúrbio de Colônia, onde até hoje se encontra sua sucessora.
Lá, com capital aumentado, pessoal especializado, contratou os serviços e a capacidade técnica
de um senhor chamado Gottlieb Daimler que seria, pouco tempo depois, uma das estrelas no
firmamento do automobilismo. Por coincidência Daimler escrevia para a sua mulher fazendo um
desenho no canto da carta: "Daqui vai nascer uma estrela e eu espero que ela abençoe a nós e a
nossos filhos".

Otto, que não descansava na sua porfiria para domesticar a explosão no seu motor de 4 tempos,
um dia imaginou injetar primeiro ar no cilindro depois o combustível. Na hora da compressão a
camada rica ficava junto da ignição e o ar, mais próximo do pistão, funcionava como
acolchoamento, para suavizar a pancada. A realidade mostrou que a teoria estava certa - e Otto
conseguira domesticar a explosão.

A partir de 1876 começa, em ritmo industrial, a construção do novo motor de Otto, pai de todos
os motores à explosão modernos. Sua patente de número DRP 532, torna-se a patente-base do
motor moderno e a patente mais combatida do mundo!
motor a Diesel
O motor a diesel foi inventado no fim do século 19, na busca por uma eficiência maior do que a dos motores
a gasolina. Nele, o combustível – o óleo diesel – queima por ação do calor que se liberta quando o ar é
altamente comprimido.

Seu rendimento, tempo de vida útil, segurança e o baixo custo de manutenção são algumas das
características que fazem desse motor o preferido para o uso em veículos pesados, como locomotivas,
caminhões e navios.

Mas você sabe como ele funciona?

O ciclo de combustão é dividido em quatro estágios:

Indução, o ar é aspirado para o interior do cilindro, penetrando nele através da válvula de entrada.
Compressão, o pistão sobe e comprime o ar dentro do cilindro, em produção muito mais elevada do que
num motor a gasolina comum.
Ignição, o combustível é injetado no ar comprimido a alta temperatura, entrando em combustão espontânea
e forçando o movimento do pistão para baixo.
Exaustão, os gases que se formaram na fase anterior são expelidos do interior do cilindro pelo movimento
ascendente do pistão.

O motor a diesel permite adaptações para funcionar com praticamente qualquer tipo de combustível, desde
os óleos vegetais, até o gás natural e a gasolina de alta octanagem; porém, o mais comum e adequado é o
óleo diesel destilado do óleo mineral cru. O óleo diesel é mais volátil que a gasolina e seu ponto de
combustão acontece aproximadamente aos 75º.

Como funcionam os refrigeradores?


Há evidências de que os seres humanos, desde os primórdios, notaram que o simples resfriamento de
alimentos era capaz de conservá-los por um tempo maior. Muito provavelmente, as apropriações de
territórios foram responsáveis pela disseminação deste conhecimento às civilizações.

No entanto, somente no século XIX é que Jacob Perkins, um inventor inglês, desenvolveu um compressor
capaz de solidificar a água, produzindo gelo artificialmente. E, obviamente, esta descoberta possibilitou que
algumas indústrias, como as cervejarias, por exemplo, prosperassem. Além disso, o ramo comercial também
foi bastante favorecido, uma vez que tornou-se possível enviar os produtos para vários países distantes.

Já no início do século XX, Willis Carrier, americano, instalou em uma gráfica de Nova York o primeiro
aparelho de ar-condicionado, o qual era capaz de controlar a umidade do ambiente e de resfriá-lo.

Os primeiros refrigeradores domésticos (mais conhecidos como geladeiras) surgiram, nos Estados Unidos,
no início da década de 1920, tornando-se populares muito rapidamente. Hoje em dia, no Brasil, estima-se
que um percentual superior a 80% das residências tenham uma geladeira.

Componentes

Basicamente, uma geladeira é composta dos seguintes elementos:

 Fluido refrigerante: o qual deve possuir baixa pressão de vaporização e alta pressão de
condensação, como é o caso do freon - fluido mais utilizado para refrigeração.
 Compressor: funciona como uma bomba de sucção que retira o fluido do ramo da tubulação que o
antecede (reduzindo a pressão) e injeta este fluido no ramo da tubulação que o sucede (aumentando a
pressão).
 Condensador: trata-se de uma serpentina externa, localizada na parte de trás da geladeira, na qual o
vapor se liquefaz, e que é responsável por liberar calor para o ambiente.
 Tubo capilar: é responsável por diminuir a pressão do vapor do fluido.
 Evaporador: é composto por um tubo em forma de serpentina acoplado ao congelador. Para passar
ao estado gasoso, o fluido absorve energia na forma de calor do congelador e, ao abandonar o
evaporador, chega ao compressor, recomeçando o ciclo.
 Congelador: localiza-se na parte superior do refrigerador para facilitar a formação de correntes de
convecção internas, permitindo a mistura do ar à baixa temperatura do congelador e de sua
vizinhança com o ar à temperatura mais elevada das outras partes.

História do ar condicionado

Em 1902, o jovem engenheiro norte-americano Willys Carrier inventou um processo mecânico para
condicionar o ar, tornando realidade o controle do clima. Sua invenção viria a ajudar a indústria. Uma
empresa de Nova York estava tendo problemas com trabalhos de impressão durante os quentes meses de
verão. 0 papel absorvia a umidade do ar e se dilatava. As cores impressas em dias úmidos nãÆo se
alinhavam, gerando imagens borradas e obscuras.

Carrier acreditava que poderia retirar a umidade da fábrica através do resfriamento do ar. Para isto,
desenhou uma màquina que fazia circular o ar por dutos resfriados artificialmente. Este processo, que
controlava a temperatura e umidade, foi o primeiro exemplo de condicionamento de ar por um processo
mecânico. Porém, foi a indústria têxtil o primeiro grande mercado para o condicionador de ar, que logo
passou a ser usado em diversos prédios e instalações de indústrias de papel, produtos farmacêuticos,
tabaco e estabelecimentos comerciais.

A primeira aplicação residencial foi em uma mansão de Minneapolis, em 1914. Carrier desenhou um
equipamento especial para residências, maior e mais simples do que os condicionadores de hoje em dia.
No mesmo ano, Carrier instalou o primeiro condicionador de ar hospitalar, no Allegheny General Hospital
de Pittsburgh. 0 sistema introduzia umidade extra em um berçario de partos prematuros, ajudando a
reduzir a mortalidade causada pela desidratação.

Nos anos 20, o ar condicionado tomou-se mais acessível ao público em muitos prédios públicos. 0
aparelho teve seu "debut" em público em 1922, no Grauman's Metropolitan Theatre em Los Angeles. Na
verdade, o condicionador ajudou a indústria cinematográfica, pois, nos meses de verão, a freqüência dos
cinemas caía muito e várias salas fechavam nesse período.

Carrier equipou a Câmara dos Deputados dos EUA em 1928, o Senado Americano em 1929 e os
escritórios executivos da Casa Branca em 1930, tornando mais agradável o trabalho no verão quente e
úmido de Washington. Os vagões da ferrovia B&O foram os primeiros veículos de passageiros a
possuírem condicionadores de ar, em 1930.

Também nos anos 30, Willis Carrier desenvolveu um sistema que viabilizou o ar condicionado em
arranha-céus. A distribuição do ar em alta velocidade através de dutos "Weathermaster", criada em 1939,
economizava mais espaço do que os sistemas utilizados na época. Nos anos 50, os modelos residenciais de
ar condicionado começaram a ser produzidos em massa. Nesta é‚poca, em 1950, Willis Carrier morreu.

Em 1952, a Carrier desenvolveu a primeira produção em série de unidades centrais de condicionadores de


ar para residências. O estoque foi vendido em duas semanas. Dez anos depois, estas centrais não eram
mais novidade, e ainda hoje trazem soluções em todas as partes do mundo.

Fonte: site carrier http://www.springer.com.br

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