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Sistemas

Um sistema é qualquer porção limitada do Universo constituída por diferentes componentes que
interagem entre si de um modo organizado, estando por isso, interrelacionadas e interdependentes.
Cada uma destas partes pode ter estas características, designando-se por subsistemas. É possível
considerar três tipos de sistemas:
● sistema isolado: não existe troca de matéria nem de energia (muito difícil de obter na Natureza);
● sistema fechado: ocorre troca de energia, mas não de matéria;
● sistema aberto. ocorre troca de energia e matéria (mais frequente na Natureza).

Terra
A Terra é uma porção limitada do Universo em interação com outros componentes desse mesmo
Universo, podendo ser considerado um sistema. Esta estabelece trocas energéticas com o Universo,
recebendo energia do Sol (fonte externa), utilizada em vários processos geológicos e biológicos, e
transfere energia para o Espaço sob forma de energia térmica (fonte interna). Porém, a troca de
matéria com o exterior é muito insignificante, comparando-a com as dimensões do nosso planeta.
Assim, visto que esta troca é desprezível, não afetando a massa terrestre, pode considerar-se a Terra
um sistema (quase) fechado, embora não o seja verdadeiramente devido às pequenas trocas de
matéria. É também considerada um sistema composto, pois é constituída por 4 subsistemas abertos.

Subsistemas terrestres
Os subsistemas são enormes reservatórios de matéria e de energia que funcionam como sistemas
abertos, interagindo de diferentes modos e mantendo um equilíbrio dinâmico. Qualquer alteração
num dos subsistemas afeta os outros, desencadeando mudanças até ao estabelecimento de um novo
equilíbrio.
● Hidrosfera
É constituída por todos os reservatórios de água no estado líquido e sólido que existem na Terra:
oceanos, rios, lagos, glaciares, calotes de gelo e águas subterrâneas. A água, além de ser
essencial para a vida, interferindo em quase todas as estruturas e funções biológicas, é
determinante para a manutenção e estabilização da temperatura do planeta, uma vez que os
oceanos absorvem a maior parte da radiação solar que atinge a superfície do globo, fazendo
com que esta energia seja distribuída por todo o planeta através das correntes oceânicas.
● Atmosfera
É formada pela camada gasosa que envolve os outros subsistemas. É possível distinguir na
atmosfera diferentes camadas, tendo em consideração a variação da temperatura, a pressão e a
composição. A presença de oxigênio na atmosfera atual é fundamental para a vida.
● Geosfera
É representada pela parte sólida, quer externa quer interna da Terra, sendo o subsistema de
maiores dimensões. É formada pelas grandes massas continentais, fundos oceânicos, rochas,
minerais e solos. Para além de servir de suporte de vida de muitos seres vivos, fornece também
muitos dos materiais necessários à manutenção dessa vida.
● Biosfera
Inclui o conjunto de seres vivos que povoam a Terra. Os seres vivos interagem continuamente
com os diferentes subsistemas, influenciando-se mutuamente. Sem os seres vivos, a geosfera,
hidrosfera e atmosfera seriam bem diferentes daquilo que são.

Interações entre os subsistemas


Geosfera-Hidrosfera: estão relacionados através do ciclo hidrogeológico. As águas dos grandes
reservatórios naturais subterrâneos estão em contacto com a geosfera, ficando enriquecidas com
sais minerais provenientes das rochas.
Geosfera-Biosfera: os seres vivos são importantes agentes de meteorização física e química das
rochas, contribuindo para a formação de rochas sedimentares detríticas.
Hidrosfera-Atmosfera: estão relacionados através do ciclo da água. As acumulações de água são
importantes reguladores térmicos das condições climáticas da Terra.
Atmosfera-Geosfera: por vezes erupções vulcânicas são muito violentas e ocorre a libertação de
gases e poeiras para a atmosfera. Estas podem influenciar a radiação solar que atinge o planeta e
assim, alterar os mecanismos de evaporação e evapotranspiração, com a consequente alteração do
regime das chuvas. Este facto pode provocar alterações nos mecanismos de meteorização e erosão
das rochas.
Atmosfera-Biosfera: a quantidade de 02 e CO2 da atmosfera pode variar em função de processos
metabólicos realizados pelas plantas e animais, como a fotossíntese e a respiração. A presença de
ozono nas camadas da atmosfera protege os seres vivos dos raios ultravioletas.
Biosfera-Hidrosfera: a água é o principal constituinte dos seres vivos. As grandes áreas florestais
influenciam a distribuição da precipitação nas diferentes áreas terrestres.

Rochas
As rochas são massas sólidas naturais formadas por minerais que fazem parte da geosfera e que
estão presentes em todos os locais , constituindo a maior parte da massa sólida da Terra. Estes
materiais são importantes testemunhos da atividade passada e presente da Terra, pois o seu estudo
permite o conhecimento do modo e das condições da sua formação, bem como as alterações que
foram sofrendo até à atualidade. Assim, o estudo de diferentes rochas permite obter uma variedade
de informações acerca do planeta Terra e da sua história. Podem ser sedimentares, magmáticas e
metamórficas.

Rochas sedimentares
As rochas sedimentares formam-se à superfície terrestre, a partir de materiais resultantes de
processos de alteração de rochas preexistentes. Na formação de produtos sedimentares intervêm um
conjunto de processos:
-sedimentogénese: corresponde à formação dos sedimentos e que inclui:
● meteorização- as rochas que afloram na superfície terrestre ficam expostas a condições
diferentes daquelas que foram geradas. Estas, alteram-se fisicamente (originando partículas mais
pequenas) e quimicamente (os minerais das rochas são transformados noutros produtos), por
processos que fazem parte da meteorização. Assim, pode definir-se a meteorização como o
conjunto de transformações na constituição mineralógica, na composição química e na estrutura
ou textura das rochas provocadas por fenómenos atmosféricos e biológicos.
● erosão- os materiais resultantes da meteorização são removidos, por ação de agentes erosivos
(água, ação da gravidade, vento, …) num processo designado erosão. Os materiais resultantes
podem ser partículas ou fragmentos de dimensões variadas, designados detritos ou clastos.
● transporte- os materiais resultantes da erosão são transportados pelas correntes das águas ou
vento, para locais muito distantes.
● deposição/sedimentação- em condições propícias, os materiais transportados depositam-se
constituindo sedimentos. Este processo é determinado pela força gravítica sobre os materiais,
quando a velocidade do agente transportador o permite. A ordem da sedimentação dos detritos
é condicionada pelas dimensões e densidade desses materiais (primeiro depositam-se os detritos
de maior dimensão e mais densos, e depois os mais pequenos e leves).
-diagénese: é o conjunto de modificações químicas e físicas que ocorrem nos sedimentos desde a sua
deposição até à formação de rocha consolidada. Inclui:
● compactação- os materiais subjacentes são sujeitos a um aumento crescente de pressão,
provocando a expulsão da água, diminuindo a sua porosidade e volume.
● cimentação- entre os espaços dos diferentes sedimentos pode ocorrer a precipitação de
substâncias químicas dissolvidas na água, que formam um cimento natural que liga os
sedimentos, formando uma rocha consolidada, ou seja, litificada.
As rochas sedimentares podem considerar-se:
● detríticas- detritos removidos das rochas, consolidadas (ex: arenito) e não consolidadas (ex:
areia)
● quimiogénicas- substâncias químicas dissolvidas na água (ex: calcário)
● biogénicas- restos ou produtos de seres vivos (ex: mármore).
Fósseis
Junto com os sedimentos podem, por vezes, depositar-se fósseis, isto é, organismos ou restos deles,
vestígios da sua atividade ou marcas de seres vivos outrora existentes. Estes, ao ficarem soterrados
nos sedimentos, ficam protegidos da destruição, dando-se a fossilização.
Rochas magmáticas
As rochas magmáticas formam-se por arrefecimento e solidificação do magma, em profundidade
e/ou à superfície. O magma forma-se no interior da Terra, nos locais onde as condições de pressão e
temperatura permitem a fusão das rochas. Normalmente, o magma é menos denso que as rochas
envolventes e, por isso, quando sujeito a pressões, tende a ascender na crusta, aproximando-se da
superfície. Ao fazê-lo, encontra temperaturas baixas e vai arrefecer, entrando em consolidação,
formando rochas magmáticas:
● intrusivas/plutónicas- formam-se em profundidade, no interior da crusta, e resultam do
arrefecimento lento de um magma muito viscoso o que permite a individualização dos minerais
(ex: granito)
● extrusivas/vulcânicas- formam-se à superfície, e resultam do arrefecimento rápido de um
magma muito fluido o que não permite a individualização dos minerais (ex: basalto)

Rochas metamórficas
As rochas registam alterações na sua textura e/ou composição mineralógica, num processo
designado metamorfismo e que forma rochas metamórficas. Embora a rocha permaneça no estado
sólido, a água desempenha um papel significativo no processo metamórfico, a par da pressão,
temperatura e tempo.
● Metamorfismo regional
Ocorre em regiões em que as rochas ficam submetidas a tensões e temperaturas elevadas.
Devido às tensões, os minerais ficam orientados perpendicularmente à pressão exercida na
rocha, definindo uma foliação que confere à rocha um aspeto textural característico (ex: gnaisse).
● Metamorfismo de contacto
Ocorre quando uma intrusão magmática se instala entre rochas preexistentes e o calor do
magma pode metamorfosear as rochas encaixantes, havendo alterações importantes nos
minerais constituintes. Nestes casos, como a ação da temperatura prevalece à pressão, as rochas
não apresentam foliação (ex: calcário).

Estrutura sedimentar
● Estratificação paralela
Os estratos são horizontais e sub horizontais. A espessura dos estratos depende das condições de
sedimentação e da natureza dos sedimentos.
● Estratificação entrecruzada
Os estratos não são paralelos. As inclinações dos planos devem-se à variação na direção das
correntes de água ou vento.
● Sequência granulométrica positiva
Os sedimentos de maior dimensão estão na base e os de menor no topo. A sequência inicia um
aumento do nível médio do oceano, com transgressão marinha (“mar invade a Terra”).
● Sequência granulométrica negativa
Os sedimentos de menor dimensão estão na base e os de maior no topo. A sequência inicia uma
diminuição do nível médio do oceano, com regressão marinha (fundo do mar exposto).

Estrutura magmática
● Lava em almofada
Associadas a extrusões magmáticas, em meio marinho, de lavas de baixa viscosidade.
● Soleira vulcânica/filão-camada
Formam-se por intrusão e cristalização de magmas de baixa viscosidade entre camadas
sedimentares, próximas da superfície. Formam-se onde a pressão já não é muito elevada ou entre
camadas de lava mais antigas. São paralelas às camadas onde se instalam.

● Dique
Formam-se por preenchimento e cristalização de magma em fraturas que intersetam estratos ou
massas rochosas preexistentes. Intersetam as rochas onde se instalam.
● Plutão
São intrusões magmáticas, as com dimensões inferiores a 100km2 são stocks, as superiores a
100km2 são batólitos.
Textura metamórfica
● Xistosa
Resulta da orientação de minerais de forma tabular e linear, em planos paralelos, em contexto de
baixo grau de metamorfismo regional.
● Gnáissica
Resulta da elevada capacidade de deformação plástica dos minerais, com definição de uma
foliação, em condições de elevado grau de metamorfismo regional.
● Granular
Resulta da recristalização das rochas preexistentes sob a ação de elevada temperatura, em
contexto de metamorfismo de contacto.

Ciclo das rochas

Meteorização física
● crioclastia- formação de clastos por ação do gelo
● haloclastia- crescimento de minerais e formação de clastos
● termoclastia- formação de clastos por ação da temperatura
Princípios básicos do raciocínio geológico
● Catastrofismo
Surgiu na obra e no pensamento de Georges Cuvier. Explica as mudanças abruptas ocorridas no
decurso da história da Terra. É uma corrente de pensamento segundo a qual as alterações que
ocorrem na Terra são interpretadas como sendo consequência de fenómenos súbitos causados
por acontecimentos catastróficos.
● Uniformitarismo
A ideia do naturalismo foi recuperada por James Hutton. Ele considerou que as rochas se
formavam por processos naturais e não devido a qualquer intervenção sobrenatural, e que as leis
naturais são constantes no tempo e espaço.
➔ Princípio do Atualismo Geológico- os acontecimentos geológicos do passado são o
resultado das forças da natureza idênticas observadas hoje em dia (O presente é a chave
do passado)
➔ Princípio do Gradualismo- os acontecimentos geológicos são o resultado de lentos e
graduais processos da Natureza
Esta ideia acabou por ganhar mais visibilidade com Charles Lyell, onde este, ao estabelecer um
método científico em Geologia, impôs-se ao catastrofismo, passando os problemas geológicos a
ser olhados e interpretados com base nas leis naturais.
● Neocatastrofismo
Em pleno séc. XX, ressurgem teorias catastrofistas, dando origem ao neocatastrofismo. Esta é
uma corrente de pensamento geológico que aceita os princípios do Uniformitarismo, mas admite
a existência de catástrofes, como fenómenos que interferem na evolução da Terra.

Mobilismo geológico
É no contexto uniformitarista que surgem duas ideias revolucionárias:
● uma do domínio da Geologia, por Alfred Wegener, a Hipótese da Deriva Continental (1912)
● outra de domínio da Biologia, por Charles Darwin, a Teoria da Evolução das Espécies (1858)
Wegener apresentou a teoria da deriva continental, que defendia a mudança de aspeto da superfície
terrestre em consequência de movimentos laterais de massas continentais- mobilismo geológico.
Wegener também defendeu que os continentes estiveram unidos num supercontinente, a Pangeia e
rodeado por um oceano, a Pantalassa. Esse supercontinente teria-se dividido em dois: a Laurásia
(norte) e a Gondwana (sul). Wegener defendeu a sua hipótese recorrendo a argumentos:
❖ argumento morfológico: os continentes estiveram juntos e separaram-se, e é por isso que
encaixam como um puzzle
❖ argumento litológico: comparando as sequências litológicas de continentes atualmente
separados, verifica-se uma correspondência muito próxima na sua composição
❖ argumento paleontológico: a existência de fósseis de répteis de habitat terrestre e água doce
(incapazes de atravessar o oceano) sugere que no passado os continentes estiveram juntos
❖ argumento paleoclimático: fósseis de ambiente permitem reconstituir zonas com o mesmo clima
no Paleozoico. A análise do paleomovimento das massas glaciares indicia o afastamento dos
continentes atuais a partir do polo sul

As placas continentais e os seus movimentos


Apesar de ter sido rejeitada na sua época, a teoria de Wegener ressurgiu sustentada em novos dados
e originando uma nova teoria, a Teoria da Tectónica de Placas. Segundo esta, a zona rígida
superficial da Terra (litosfera) encontra-se dividida em porções que constituem as placas tectónicas.
As placas ajustam-se entre si, mas deslocam-se a velocidades da ordem de milímetros por ano. Como
consequência desta movimentação, os limites das placas apresentam instabilidade geológica, que se
manifesta à superfície através de sismos e erupções vulcânicas. Os limites podem ser:
● limites divergentes / construtivos- situam-se nas dorsais oceânicas e são onde se gera crusta
oceânica, originando a expansão dos fundos oceânicos, por esta razão é chamada zona de
acreção.
● limites convergentes / destrutivos- correspondem a zonas de fossas em que uma placa mergulha
sob a outra e se verifica a existência de destruição da placa litosférica que mergulha, por esta
razão é chamada zona de subducção.
● limites transformantes / conservativos- não ocorre criação nem destruição de crusta, apenas
deslocação lateral de uma placa.

Estrutura morfológica do oceano


● Plataforma continental
Zonas imersas das margens continentais. Local de deposição de sedimentos transportados por
rios.
● Talude continental
Domínio de transição entre o continente e o oceano. Apresenta vales designados canhões
submarinos, que permitem o transporte de sedimentos não consolidados.
● Planície abissal
Zonas de muito baixa inclinação, que estende da base da talude continental até á dorsal
médio-oceânica. É o local de deposição de grandes volumes de sedimentos finos e de matéria
orgânica de origem marinha.
● Dorsal médio-oceânica
Cadeia montanhosa submarina de origem vulcânica.
● Fossa oceânica
Expressão morfológica superficial de uma zona de subducção. Localiza-se na beira das taludes
continentais e planícies abissais.

A medida do tempo e a idade da Terra


● estratigrafia: ramo da Geologia que estuda os estratos.
● paleontologia: ramo da Geologia que estuda os fósseis.
● estratos: conjuntos diferenciados de rochas sedimentares com características e com registos
fósseis distintos de outras camadas que as podem preceder ou suceder.
● fósseis – restos de organismos, como, por exemplo, ossos, troncos, dentes ou vestígios da sua
atividade, como, por exemplo, pegadas, ovos, tocas, coprólitos que ficaram preservados nas
rochas ou noutros materiais naturais.

Tipos de fósseis
● fósseis de ambiente ou de fáceis – fornecem dados sobre o ambiente existente no momento
em que foram formados (temperatura, salinidade, oxigenação, etc)
– correspondem a organismos que viveram apenas em
determinados ambientes (condições ambientais muito restritas)
● fósseis de idade ou característicos – fornecem dados que permitem determinar a idade das
rochas que os contém
– correspondem a espécies de organismos que viveram
durante períodos de tempo geológico muito curtos e ocuparam grandes áreas
dispersas pela Terra

Tipos de datação
● datação relativa- permite avaliar a idade das formações geológicas, comparando umas com
as outras
● datação absoluta- permite atribuir uma idade numérica a uma rocha ou processo geológico

Datação relativa
● princípio da Horizontalidade Inicial- os sedimentos, à medida que são transportados até uma
bacia de sedimentação, por ação da gravidade, vão formando estratos sedimentares
horizontais
● princípio da Sobreposição- os estratos são mais antigos se estiverem mais profundos e
vice-versa
● princípio da Interseção- quando o estrato é intersetado por uma estrutura, esta é mais
recente
● princípio da Inclusão- os fragmentos de uma rocha incorporados noutra são mais antigos do
que a rocha que os engloba
● princípio da Identidade Paleontológica- a presença de um fóssil de idade (ou conjuntos de
fósseis) em dois estratos diferentes, permite-nos afirmar que têm a mesma idade
(independente da sua distância)
Datação absoluta
➔ Um determinado elemento químico é o isótopo de si mesmo, quando possui o mesmo número
atómico, mas diferente número de massa. Alguns isótopos de um determinado elemento
químico são estáveis e outros instáveis.
➔ Nos isótopos instáveis (filhos), os núcleos decompõem-se, ou seja, há lugar à sua
desintegração e este processo espontâneo designa-se radioatividade.
➔ Partindo de um número determinado de átomos-pai, metade destes transformam-se em
átomos-filho, ao fim de um período de tempo que é designado tempo de semivida.
➔ Os valores de semivida obtidos numa determinada rocha, até à atualidade, permitem-nos
datar radiometricamente a rocha, sendo que esses átomos apresentam diferentes valores de
tempo de semivida.

Limitações da datação absoluta


A determinação da idade absoluta de uma rocha ou mineral, será tanto mais fiável se se
verificarem algumas condições, como, por exemplo:
● o sistema (rocha ou mineral) deve ter permanecido fechado, ou seja, não deve ter ocorrido
perdas ou ganhos do isótopo-filho e do isótopo-pai por outros processos que não sejam o
decaimento radioativo
● deve ser conhecido, com máximo rigor possível, o tempo de meia-vida do isótopo-pai
● a concentração de isótopos-pai e isótopos-filho na rocha ou minerais que se pretende datar,
deve ser em quantidade que permita a sua determinação

Escala do Tempo Geológico


● Éon Fanerozóico (542-0 M.a): Onde estamos. Divide-se em três:
✦ Era Paleozoica (542-251 M.a): diversificação de seres
vivos mais complexos, representantes de quase todos os
grupos de organismos; aparecem formas com concha e
carapaça. Extinção de espécies marinhas,
✦ Era Mesozóica (251-65 M.a): Época regida pelos répteis,
aparecem as aves e plantas com flor. Extinção em massa de
seres como amonites e dinossauros.
✦ Era Cenozóica (65-0 M.a): Desenvolvimento dos
mamíferos, aparece o Homem.

Vulcanologia
É o ramo da geologia que estuda a formação, distribuição e classificação dos fenómenos
vulcânicos. O estudo destes fenómenos é importante porque:
● as erupções vulcânicas constituem riscos naturais para a sociedade humana;
● o vulcanismo é um processo fundamental para a formação da crusta terrestre;
● os materiais que são libertados durante os fenómenos eruptivos fornecem aos investigadores
informações sobre os processos físicos e químicos que ocorrem no interior da geosfera.

Tipos de vulcanismo
● vulcanismo central
❏ no vulcanismo de tipo central, o aparelho vulcânico designa-se vulcão
↳ um vulcão é uma estrutura complexa, resultante da acumulação de lavas e de outros
materiais eruptivos e, geralmente, é constituído pelo cone vulcânica, chaminé
vulcânica, cratera vulcânica e câmara magmática
● vulcanismo fissural
❏ no vulcanismo de tipo fissural, as erupções ocorrem ao longo de fraturas da superfície
❏ os materiais expelidos acabam por preencher vales profundos ou de relevo muito
acidentado, formando vastos planaltos de acumulação vulcânica
Cadeiras vulcânicas
O esvaziamento, total ou parcial, da câmara magmática torna o aparelho vulcânico instável por
falta de apoio de sustentação do cone, o que pode conduzir ao seu abatimento. Neste caso,
formam-se caldeiras vulcânicas, as quais, por definição, têm que possuir, no mínimo, 1 km de
diâmetro.

Manifestações secundárias de vulcanismo


● fumarola: emissões de vapor de água/gases a elevadas temperaturas, através de aberturas
no solo
● géiser: emissões cíclicas de água e vapor de água, através de fissuras no solo
● nascentes termais: águas subterrâneas sobreaquecidas

Tipos de lava
A quantidade de sílica presente na lava, permite dividi-la em:
● lava básica: SiO2 < 52% (baixa viscosidade e temperatura alta)
● lava intermédia: 52% < SiO2 < 65%
● lava ácida: SiO2 > 65% (alta viscosidade e temperatura baixa)

Quanto mais rica a lava for em sílica, mais baixa é a temperatura e maior a
viscosidade.

Tipos de solidificação de lavas pouco viscosas


● lavas encordoadas ou pahoehoe: muito fluidas, após solidificarem formam superfícies lisas,
tipo cordas
● lavas escoriáceas ou AA: menos fluidas, lava rompe-se ao arrefecer, tornando-se rugosa e
irregular
● lavas em almofada ou pillow lavas: fluidas, arrefecem dentro de água, formando “almofadas”

Tipos de solidificação de lavas muito viscosas


● agulhas vulcânicas, pitões ou neck vulcânico: lava solidificada dentro da chaminé vulcânica
● domos ou cúpulas: estruturas arredondadas consolidadas no topo da chaminé (dentro da
cratera)
● nuvens ardentes ou escoadas piroclásticas AS: constituídas pelo desmoronamento do cone
vulcânico
Materiais expelidos
● piroclastos de queda → lapilli: entre 2 mm e 64 mm, podem ser libertados já solidificados,
formando fragmentos angulosos, ou podem resultar da consolidação na superfície de
fragmentos de lava pulverizada, formando fragmentos arredondados. Quando são de pedra
pomes, chamam-se bagacina
→ poeiras vulcânicas: dimensões inferiores a 1/16 mm
→ cinzas vulcânicas: fragmentos finos, com menos de 2 mm de diâmetro
→ bombas vulcânicas: dimensões superiores a 64 mm, fragmentos de lava
que solidificam durante o processo aéreo, do qual pode resultar uma forma arredondada com
aspeto vítreo
→ blocos vulcânicos: dimensões superiores a 64 mm, forma angulosa
● piroclastos de fluxo → escoadas piroclásticas/nuvens ardentes: emissão de materiais de
dimensões variadas, a elevadas temperaturas, ondes cinzas são dominantes, têm elevada
densidade, deslocando-se relativamente próximo da superfície
→ escoadas de lama/lahars: emissão de materiais vulcânicos muito finos
que se movimentam saturados em água
Tipos de erupções
● vulcões em escudo ou tipo havaiano: cones vulcânicos com vertentes suaves, resultam da
acumulação de escoadas lávicas, geralmente lavas pouco viscosas
● vulcões compósitos ou estratovulcões: cones vulcânicos altos, resultam da acumulação de
camadas alternadas de lava e piroclastos em torno da cratera principal
● vulcões fissurais ou tipo islândio: não possuem cone vulcânico, alternam entre a emissão de
lavas pouco viscosas e projeção de grande quantidade de piroclastos

Ponto quente
Os pontos quentes correspondem a locais da superfície terrestre por onde o magma proveniente
do manto ascende. Podem localizar-se em zonas oceânicas, como é o caso do Havaí, ou em
zonas continentais, como o Yellowstone, nos EUA. O movimento da placa tectónica gera um
alinhamento de vulcões, progressivamente mais antigos.

Vulcões interplaca
Nas fronteiras divergentes das placas litosféricas, existe uma grande atividade vulcânica
associada aos vulcões dos riftes que correspondem a vulcanismo fissural. Estão associados à
formação de crosta, principalmente oceânica, como resultado da ascensão de magma
proveniente do interior da Terra. Estes magmas originam, normalmente, atividades vulcânicas
efusivas, em que a lava fluida escorre pelas fissuras existentes, espalhando-se e formando
mantos basálticos. Nas fronteiras convergentes das placas litosféricas, existem vulcões de
subducção. As placas litosféricas, ao colidirem, afundam os materiais rochosos, ficando sujeitos
a enormes pressões e temperaturas elevadas. Quando a pressão e a temperatura atingem
determinados valores, o material funde e origina magma que pode ascender à superfície e
alcançar o exterior, originando assim, habitualmente, erupções do tipo explosive com lavas
ácidas e, portanto, mais viscosas.

Vulcões intraplaca
Existe, por vezes, atividade vulcânica no interior das placas litosféricas. Os vulcões intraplaca
(vulcões dos pontos quentes ou hotspots), frequentemente, originam ilhas que emergem das
águas, outras vezes mantos de basalto nos continentes ou nos fundos oceânicos. Durante a
erupção, que habitualmente é do tipo efusivo, são expelidos materiais que se acumulam,
formando um cone vulcânico.
Energia geotérmica

Minimização do risco vulcânico

Medidas de autoproteção

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