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MORFOLOGIA

GÊNESE E
CLASSIFICAÇÃO
DOS SOLOS
Professor: Me. Renan Marré Biazatti
Plano de
Ensino
1. CONTEUDO PROGRAMÁTICO 4. Pedogênese: Processos gerais de formação dos solos
4.1 - Adição
1. Introdução à ciência do solo
4.2- Remoção/perda
1. - Breve histórico da Ciência do Solo
2. - Conceitos de solo 4.3- Translocação/transporte
3. - Importância e funções dos solos 4.4- Transformação
5. Pedogênese:Tipos de Formação do solo
2 Composição da Crosta Terrestre: rochas e minerais
5.1 – Calcificação
2.1 - Conceito de rochas e minerais
2.2- Rochas ígneas 5.2 – Podzolização
2.3- Rochas sedimentares 5.3 – Latolização
2.4- Rochas metamórficas 5.4 – Hidromorfismo
2.5- Minerais primários
5.5 – Halomorfismo
2.6- Minerais Secundários

3 Intemperismo 6. Pedogênese: Fatores de Formação do Solo


3.1- Intemperismo das rochas e minerais 6.1 - A teoria dos fatores de formação do solo

3.2- Intemperismo físico 6.2 - Fatores de Formação do Solo: Material de origem

3.3 - Intemperismo Químico 6.3 - Fatores de Formação do Solo: Clima


6.4 - Fatores de Formação do Solo: Relevo
3.4- Intemperismo biológico
6.5 - Fatores de Formação do Solo: Organismos
3.5- Intemperismo dos principais minerais primários
6.6 - Fatores de Formação do Solo: Tempo
3.6- Estabilidade e resistência ao intemperismo
8. Classificação de Solos
8.1 – Importância da classificação no manejo de solos
8.2 – Principais sistemas de classificação de solos
8.2 – Sistema Brasileiro de Classificação de Solos-SiBCS
8.3 – Horizontes diagnósticos
8.3 – Horizontes diagnósticos Subsuperficiais
8.4 – Horizontes diagnósticos Superficiais
8.4 – Níveis categóricos do SiBCS
8.5 – Primeiro nível do SiBCS

9. Solos dos sistemas produtivos


9.1 Argissolos
9.2 Latossolos
9.3 Neossolos
9.4 Gleissolos
Avaliação 1 ( conteudo I, II, III, IV) data : 14/11/2023
Avaliação 2 ( conteúdo V, VI, VII) data: 27/02/2024
Prova Substitutiva: 05/03/2024
Prova de Exame: 11/03/2024

10. CRITERIOS DE AVALIAÇÃO


Avaliação 1 ( P1)
Revisão Bibliográfica (RB)
Apresentação do seminário (AS)
Avaliação 2 (P2)
Atividades ( ATV)

NF= (0,25x P1) + (0,15 x (RB+ AS1)) +(0,25x P2) + (0,15 x (RB+
AS2)+( 0,2 x ATV) )
IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA

a) Para o Curso
❖ Solos ( pré requisito para quase todas as matérias)
❖ Influência em todos os sistemas de cultivo

B) Para o Profissional

❖ A base da Agronomia começa na ciência do solo


❖ Conteúdo de 100% de todos os concurso e processos seletivos
CONCEITO
É a matéria mineral não consolidada na superfície da terra,
que está sujeita e influenciada por fatores morfológicos e
ambientais do material de origem, clima, organismos e
topografia, atuando durante um período, e produzindo um
produto que difere do material do qual é derivado (Curi et al.,
1993).
➢O solo é um meio poroso - trifásico que tem relação com a planta e
a atmosfera.
Os solos possuem quatro componentes principais:
matéria mineral, matéria orgânica, água e ar.
5%

▪ 50% de fração sólida


45% ▪ 50% de espaços porosos

Composição volumétrica da camada arável de um solo que apresenta boas condições para
o crescimento das plantas.
SOLO 1

SOLO 2
HISTÓRICO
➢Aristóteles (384-322 AC) foi um filósofo grego, estudante de Platão e
professor de Alexandre O Grande, e um dos mais influentes na filosofia
grega antiga.

➢ Na antiguidade, os filósofos estudavam os mais distintos aspectos da


natureza.

➢Talvez você já tenha ouvido falar de Aristóteles, mas jamais imaginado que
ele tivesse se preocupado com solos e nutrição de plantas
HISTÓRICO
➢ Justus von Liebig (1803-1873 AD) foi um químico alemão que fez inúmeras
contribuições importantes na química e bioquímica agrícola.

➢ É reconhecido com o pai da fertilidade do solo pelas descoberta do nitrogênio


como nutriente essencial às plantas e o estabelecimento da lei do mínimo.

➢ Vasily Vasili'evich Dokuchaev (1846- 1903 AD) foi um geólogo russo, que é
considerado o pai da ciência do solo. Antes das descobertas deste pesquisador, o
solo era considerado um produto somente da transformação físicoquímica da
rocha.
HISTÓRICO

Hans Jenny (1899-1992). Estabeleceu a relação matemática geral que relaciona


propriedades do solo com fatores independentes de formação do solo:

s = f (cl, o, r, mp, t, ...)


s – propriedade do solo,
cl – clima,
o – organismos vivos,
mp – material parental,
t – tempo.
Os solos são o habitat de grande parte da biodiversidade

SOLO → + de ¼ da biodiversidade global

Grupo Organismo Conhecidos % conhecidos


Plantas Plantas vasculares 270.000 84
Macro-fauna Minhocas 3.500 50
Meso-fauna Ácaros 45.231 4
Colêmbolas 7.617 15
Micro-fauna Protozoários 1.500 7.5
Nematóides 25.000 1.3
Microorganismos Bactérias 10.000 1
Fungos 72.000 1
Espécies marinhas Todas 230.000 30
O solo pode purificar a água

1. O solo pode ser um filtro:


O solo pode ser um filtro físico de partículas; O solo
pode adsorver substâncias (elementos tóxicos,
moléculas orgânicas)

2. O solo pode ser um reator de transformações:


O solo pode transformar substâncias no seu caminho
para os reservatórios subterrâneos.
MORFOLOGIA
GÊNESE E
CLASSIFICAÇÃO
DOS SOLOS
Professor: Me. Renan Marré Biazatti
ESTRUTURA GEOLÓGICA
• O tipo de terreno de um lugar (sua origem e as rochas que o compõem)
constitui a sua estrutura geológica.
• Sua importância decorre das riquezas minerais a ela associadas e de seu papel
para a constituição do relevo.

• Existem três tipo principais de estrutura geológica:


• Áreas de dobramentos modernos (Período Terciário);
• Escudos cristalinos (Pré-Cambriana);
• Bacias sedimentares (Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico).
ESTRUTURA GEOLÓGICA
• Dobramentos modernos:

• São formados por rochas menos resistentes afetadas por intensos


movimentos tectônicos;

• Forças internas da Terra movimentam os continentes provocando o


enrugamento de suas bordas, dando origem às maiores elevações do planeta.

• Constituem as grandes cadeias de montanhas jovens da superfície terrestre,


como os Andes, os Alpes, o Himalaia, etc.
ESTRUTURA GEOLÓGICA
• Dobramentos modernos:
• Andesito é um tipo de rocha magmática cujo nome deriva de Andes,
montanhas onde é muito comum.

• É uma rocha ígnea vulcânica de composição intermediária, calcoalcalina,


de cor cinzenta a cinzenta escura ou mesmo negra, com textura afanítica
a porfirítica.

• composição (plagióclases, biotite e anfíbolas).


• Escudos cristalinos:

• São constituídos de rochas cristalinas.

• Por se formarem no início da consolidação da crosta terrestre, constituem os


primeiros núcleos que se elevaram para superfície.

• São de tectônica estável, resistentes, porém muito desgastados pela erosão.

• Muitos minerais são explorados nessa estrutura. Ex: Minerais metálicos – ouro,
prata e cobre.
Bacias Sedimentares

• São depressões preenchidas por fragmentos minerais de rochas erodidas e


por sedimentos orgânicos.

• As principais riquezas minerais que aparecem nessas bacias são o


petróleo e o carvão.

• No caso de soterramentos ocorridos em antigos mares e lagos, ambientes


aquáticos ricos em plâncton e algas, é possível encontrar petróleo – a
plataforma continental brasileira possui grandes depósitos desse
combustível.
• Bacias Sedimentares
• No caso do soterramento de antigos
pântanos e florestas, ricos em celulose,
há a possibilidade de ocorrência de carvão
mineral.
• Nas bacias sedimentares ainda se pode
encontrar o xisto betuminoso (rocha
sedimentar que possui betume em sua
composição e da qual se extrai óleo
combustível), além de vários recursos
minerais não metálicos amplamente
utilizados na construção civil, como
argila, areia e calcário.
• Ciclo das rochas
I – Magmática
II – Metamórfica
III - Sedimentar
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
• São as rochas resultantes da solidificação do
magma. Dividem-se em dois grandes grupos:
• Intrusivas – Quando a solidificação ocorre no
interior da crosta terrestre. Esse processo de
solidificação é mais lento, o que permite o
desenvolvimento de grandes cristais visíveis a
olho nu. Esses cristais formam as rochas
cristalinas, como o granito e o quartzo.
• Extrusivas – Quando a solidificação ocorre na
superfície, de origem vulcânica.
- Como o resfriamento e a solidificação são
muito rápidos, não há tempo para a formação de
grandes cristais. Ex.: Basalto.
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
• MAGMA : material em estado de fusão, viscoso, pastoso, muito denso que se encontra em
diferentes profundidades da crosta e manto terrestre. Formado por uma solução mútua de
silicatos onde predominam os tetraédros de SiO4 contendo sulfetos, óxidos e gases
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
TEXTURA – Afanítica (muito fina, em geral minerais menor que 0,5mm) Fanerítica (em geral
minerais maior que 0,5mm)

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA – minerais presentes, claros e escuros Principais

TEOR DE SÍLICA (SIO ) – Ácidas (teor de SiO maior que 65 %) 2 ) – Ácidas (teor de SiO2 maior
que 65 %) Básicas (teor de SiO2 menor que 52%) Intermediárias (entre 65 e 52%)

INDICE DE COLORAÇÃO- Leucocrata (predominam minerais claros) Melanocrata (predominam


minerais escuros) Mesocrata (proporções similares)

ESTRUTURA – arranjo ou distribuição dos minerais na rocha

MODO DE JAZIMENTO – Extrusivas (vulcânicas) Intrusivas (plutônicas e hipoabissais)


ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA ÍGNEA OU MAGMÁT ICA
ROCHA SEDIMENTAR
• São as rochas formadas sobretudo pela formação de detritos. Esses
detritos podem ser de rochas preexistentes (arenito), ou de matéria
orgânica (carvão mineral), que resulta da composição, sedimentação e
compactação de antigas florestas.
Tipos de Rochas Sedimentares

Segundo a origem do processo de formação das rochas sedimentares, elas são


classificadas em:

• Rochas Sedimentares Clásticas: oriundas do acúmulo de partículas de rochas


já existentes.
• Rochas Sedimentares Químicas: oriundas de restos de minerais e de
processos químicos.
• Rochas Sedimentares Orgânicas: oriundas de restos de animais.
Exemplo de Rochas Sedimentares

Areia
Arenito
Argila
Sal-Gema
Calcário
Gesso
Carvão Mineral
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHA METAMÓRFICA

• São as rochas oriundas da transformação físico-química de outras


previamente existentes.

• São exemplos desse tipo de rocha o mármore, resultante da


transformação do calcário, e o gnaisse, da transformação do granito.

• rochas pré-existentes + METAMORFISMO= ROCHA METAMÓRFICA


ROCHA METAMÓRFICA
• São agentes do metamorfismo

• Temperatura (agente fundamental na transformação das rochas)

• Pressão Formam a xistosidade das rochas (minerais alongados e


• laminares) modificam estruturas

• Fluidos
Rochas metamórficas
• Mármore - rocha metamórfica originada de calcário exposto a altas temperaturas
e pressão. Por este motivo as maiores jazidas de mármore são encontradas em
regiões de rocha matriz calcária e atividade vulcânica. O mármore é uma rocha
explorada para uso em construção civil.
Processos gerais de formação dos solos

1 - Adição
"Ciclagem de Nutrientes em Ecossistemas Terrestres": Explorando como os nutrientes são adicionados ao solo
através de processos naturais e humanos.

"Deposição Atmosférica e seus Efeitos nos Solos": Discutindo como a deposição de partículas atmosféricas afeta a
composição e a qualidade do solo.

"Efeitos da Decomposição da Matéria Orgânica na Formação do Solo": Analisando como a matéria orgânica em
decomposição adiciona nutrientes ao solo.
2- Remoção/perda

"Erosão do Solo e suas Consequências": Explorando os impactos da erosão do solo nas paisagens
e na agricultura.

"Controle da Erosão: Estratégias e Práticas Sustentáveis": Apresentando técnicas para mitigar a


perda de solo devido à erosão.

"Eluviação de Nutrientes e seu Papel na Agricultura": Examinando como a eluviação afeta a


disponibilidade de nutrientes para as plantas.
3- Translocação/transporte

"Formação de Horizontes do Solo e suas Características": Explicando como os processos de iluviação


resultam na criação de horizontes distintos no solo.

"Formação de Solos em Ambientes Aquáticos": Investigando como a água transporta e redistribui materiais
no solo em ambientes úmidos.

"A Influência da Hidrologia na Formação do Solo": Analisando como a disponibilidade de água afeta os
processos de transporte de materiais no solo.
4- Transformação

Intemperismo Químico e a Alteração de Minerais no Solo": Explorando as reações químicas que


ocorrem no solo durante o intemperismo.

"Intemperismo Físico e sua Importância na Formação do Solo": Discutindo como o intemperismo


físico quebra as rochas em partículas menores.

"Intemperismo Biológico e seu Papel nos Solos": Investigando como organismos, como micro-
organismos e raízes das plantas, influenciam o intemperismo e a transformação do solo.
Intemperismo
É um processo de fraturação ou de quebramento que forma placas
superficiais de alguns centimilímetros e decímetros.
FASE SÓLIDA
• A fase sólida (fração mineral + fração orgânica)

Minerais da fase sólida Minerais da fase líquida

- Minerais primários
- Minerais secundários
- Compostos inorgânicos amorfos (precipitados)
- Matéria orgânica (M.O.)

- Funções da fase sólida:


- fornecedora de nutrientes (reservatório);
- superfície ativa que regula os nutrientes na solução do
solo (superfície de adsorção).
Fonte: http://4anobmonica.blogspot.com.br/2012/12/qual-e-composicao-do-solo.html
Minerais primários
• se formam durante a consolidação do magma,
são os constituintes da rocha;

• Contribuição com a fertilidade do solo (a curto


prazo);

• Ou seja, contribui mais na fertilidade de solos


jovens.

•Normalmente na fração areia em solos tropicais.


Fertilidade do Solo e Adubação
Composição elementar dos principais minerais
primários (%).
Grupo Mineral SiO4 Al2O3 Fe2O3 FeO TiO2 CaO MgO K2O Na2O P2O5
Quartzo Quartzo 100 - - - - - - - - -
Feldspato Ortoclásio 62-66 18-20 - - - 0-3 - 9-15 9-4 -
Albita 61-70 19-26 - - - 0-9 - 0-4 6-11 -
Anortita 40-45 28-37 - - - 10-20 - 0-2 0-5 -
Mica Muscovita 44-46 34-37 0-2 0-4 - - 0-3 8-11 0-2 -
Biotita 33-36 13-10 5-17 5-17 - 0-2 2-20 6-9 - -
Anfibólio Horblenda 38-58 0-19 0-6 0-22 - 0-15 2-26 0-2 1-3 -
Piroxênio Augita 45-55 3-10 0-6 1-14 - 16-26 6-20 - - -
Olivina Olivina 35-43 - 0-3 5-34 - - 27-51 - - -
Epidoto Epidoto 35-40 15-35 0-30 - - 20-25 - - - -
Apatita Apatita - - - - - 54-55 - - - 40-42
Turmalina Turmalina 35-40 30-37 0-10 0-10 - 0-6 0-12 - 0-6 -
Oxido Magnetita - - 69 31 - - - - - -
Rutilo - - - - 100 - - - - -
Ilmenita - - 0-10 50 - - - - - -
Minerais secundários

• estão presentes principalmente na fração argila;

•Portanto, são extremamente importantes para


fertilidade do solo;

•São responsáveis pela retenção de nutrientes e


posterior liberação para as plantas.
Composição elementar aproximada dos principais
minerais secundários (%).

Mineral SiO4 Al2O3 Fe2O3 TiO2 CaO MgO K2O Na2O


Caolinita 45-48 38-40 - - - - - -
Montmorilonita 42-55 0-28 0-30 0-0,5 0-3 0-25 0-0,5 0-3
Ilita 50-56 18-31 2-5 0-2 0-2 1-4 4-7 0-1
Clorita 31-33 18-20 - - - 35-38 - -
Limonita - - 75-90 75-90 - - - -
Diásporo - 85 - - - - - -
Gibsita - 65 - - - - - -
Capacidade de troca catiônica das argilas
(e.mg/100g).

Argila CTC
Caolinita 3-15
Haloisita 5-10
Montmorilonita 80-150
Ilita 10-40
Vermiculita 100-150
Clorita 10-40
Sepiolita – atapulgita - paligorsquita 20-36
Minerais primários

Minerais secundários de grade 2:1

Minerais secundários de grade 1:1

Óxihidróxidos de Fe e Al
➢Em solos tropicais, as rochas são intemperizadas mais
rapidamente devido ao calor e alta umidade.

➢ O quartzo é um mineral primário de bastante resistência ao


intemperismo, por isso, é comum encontrá-lo em solos
tropicais.
ARGILOMONERAL 1:1
ARGILOMONERAL 2:1
CAULINITA ESMECTITA
1:1 2:1
Estrutura da caulita e montmorilonita
Um torrão não é
uma partícula de
solo, mas um
agregado formado
por milhares de
partículas de
areia, silte e
argila.
Figure 9 - Diagram of the mineral and organic exchange surfaces in soils.
Figura 9 - Argila 1:1 rodeada pela solução do solo e controlando a
concentração de íons na mesma.
A troca de cátions é provocada pela lavagem e pela absorção que
perturbam o equilíbrio entre íons adsorvidos aos colóides.
Compostos inorgânicos amorfos
• são compostos que não tem uma estrutura
cristalina definida;

•Se formam devido a precipitação de substâncias


pouco solúveis (Ex: fosfato de alumínio, fosfato
de cálcio, hidróxido de alumínio, etc);

•Estes compostos interferem na fertilidade do


solo, pois podem sofrer cristalização com o
tempo, tornando-se minerais secundários.
REVISÃO COMPONENTES DO SOLO
a) Minerais primário: provenientes
das rochas ígneas e metamórficas
MATÉRIA b) Minerais secundários:
MINERAL proveniente da alteração de
minerais primários.
FASE
Óxihidroxidos de Fe e Al e compostos
SÓLIDA inorgânicos amorfos
a) Viva: raízes, organismos e fauna.
MATÉRIA b) Morta: restos de animais e
ORGÂNICA vegetais decompostos ou em
decomposição.
FASE SOLUÇÃO DO Água do solo + íons orgânicos e
LÍQUIDA SOLO inorgânicos.
FASE
AR DO SOLO O2, N2, CO2 e outros gases.
GASOSA
CARGAS ELÉTRICAS DO
SOLO
ARGILOMONERAL 1:1
ARGILOMONERAL 1:1

Representação esquemática das argilas do grupo caulinita (tipo 1:1)


ARGILOMONERAL 1:1 -
Caulita

1 lâmina tetraedral de Silício : 1 lâmina octaedral de


Alumínio

Não expansiva, não aumenta a distância basal = 0,72 nm

Apresenta cargas somente na superfície externa

Pequena área superficial específica

Baixa capacidade de retenção de cátions


ÓXIHIDRÓXIDOS

FERRO: goetita, hematita, lepidocrecita, maghemita e


magnetita

ALUMÍNIO: gibsita

SILÍCIO: quartzo

MANGANÊS: birnesita e litioforita

TITÂNIO: anatásio e rutilo


Importância da área específica dos minerais

➢ A carga elétrica das partículas do solo influencia a


adsorção (cátions e ânions), sendo a quantidade de íons
adsorvidos depende da quantidade de cargas, que está
relacionada com a superfície do colóide.

➢As cargas variam entre solos, pois depende do tipo e


do teor dos seus constituintes minerais e orgânicos.
Tipos de cargas elétricas do solo

➢ Cargas elétricas permanentes ou constantes: minerais de argila


de grade 2:1.

➢ Cargas elétricas variáveis ou dependentes de pH: minerais de


argila de grade 1:1, óxidos de Fe e Al, húmus.
Origem dos tipos de cargas elétricas do solo

➢ Cargas elétricas permanentes ou constantes: tem sua


origem internamente, devido à substituição isomórfica
(arrumação estrutural tetraédrica ou octaédrica entre os
elementos que compõem as argilas silicatadas).

Características:
•substituição de íons de raios iônicos semelhantes, mas com
cargas diferentes
•Formam-se cargas permanentes
•Principal fonte são as argilas 2:1
Origem dos tipos de cargas elétricas do
solo

➢ Cargas elétricas variáveis ou dependentes de pH:


tem origem na protonação ou deprotonação do
grupamento OH- expostos.

Podem variar em função do meio.

Principal para a caulinita, oxihidróxidos de Fe e Al e


húmus
Carga elétrica variável ou dependente

➢ Colóides orgânicos
deprotonação
pH OH-

pH H+
protonação

deprotonação
pH OH-

pH H+
protonação
Carga elétrica variável ou dependente

➢ Minerais 1:1
pH H+ pH OH-

Fertilidade do Solo e Adubação


0
OH2 OH O
Fe Fe Fe

pH H+ pH OH-

O OH2 O OH O O

Fe Fe Fe
OH2 OH O

Carga (+) Carga nula Carga negativa


Fonte: Alleoni, 2014.
• Os constituintes da fração argila em solos
tropicais (muito intemperizado) podem
manifestar cargas positivas ou negativas. Ou
seja, apresentam carga elétrica variável ou
dependente.

• Ex: as cargas da caulinita e do óxido de ferro


podem ser alteradas em função do pH do solo.
Fonte: Alleoni, 2014.
Relação entre o pH e cargas variáveis

• As cargas positivas e negativas de certos colóides


podem ser alta ou baixa em função do pH.

• Salienta-se:
1) um mesmo colóide pode ter:
- cargas positivas, quando o pH do meio é
baixo; ou,
- cargas negativas, quando o pH do meio é alto;
Relação entre pH da solução do solo e a variação nas cargas negativas (permanentes
e dependentes de pH).
• Não esquecer que:

• Partículas de argila e M.O. geralmente apresentam cargas


negativas.

• Bases (K, Ca e Mg) e NH4+ apresentam cargas positivas.

• No solo, geralmente predominam cargas negativas, e isto


é bom, pois a maior parte dos nutrientes são catiônicos.

• O balanço líquido de cargas no solo é o que interessa


para a fertilidade do solo.
ADSORÇÃO E TROCA
IÔNICA
ADSORÇÃO E TROCA IÔNICA

• É o resultado das interações das fases sólida e


líquida do solo.

• Depende da composição química e da fração


argila do solo.

• São processos responsáveis pelo armazenamento


e liberação de nutrientes para as plantas.
ADSORÇÃO E TROCA IÔNICA

• O conhecimento desses processos é essencial à


compreensão e solução de muitos problemas
agronômicos ligados a fertilidade do solo.
Argila 1:1 rodeada pela solução do solo e controlando a concentração de íons na
mesma.
• Nos solos tropicais a fração argila predominante é
de minerais secundários (1:1), óxidos de Fe e Al
e compostos inorgânicos precipitados.

• Encontramos também a M.O.

• Tudo isso confere ao solo o poder de ser trocador


de íons.

OBS: os minerais secundários (2:1) apresentam


maior CTC, pois tem uma maior superfície
específica, sendo esta expansiva.
Exemplo de composição da solução do solo:

•Solo de Cerrado natural: altos teores de H+ e


Al+3, e baixos teores de H2PO4-, Ca+2 e Mg+2.

Porém,

•Solo de Cerrado corrigido e adubado: baixos


teores de H+, não teremos Al+3 (em pH acima de
5,5) e altos teores de H2PO4-, Ca+2 e Mg+2.
Adsorção iônica: é o processo de acúmulo de íons na
superfície de um adsorvente (no caso dos solos = colóides).

➢ Este processo pode ocorrer tanto na presença como na


ausência de cargas elétricas na superfície da partícula.

➢ Na ausência de cargas elétricas, a ligação é covalente


(forte) ou seja, ocorre uma reação química. Ex: adsorção
de fosfato.

➢ Mais utilizado para ânions.


Troca iônica: os íons adsorvidos podem ser
deslocados e substituídos, estequiometricamente,
por outros íons de mesmo tipo de cargas. Ocorre na
presença de cargas elétricas na superfície da
partícula.

➢ Mais utilizado para cátions, pois cargas negativas


(predominam) repelem ânions.

➢ A ligação que ocorre entre íon e o constituinte da


partícula é uma ligação eletrostática (fraca). Ex:
Ca e Mg.
PROCESSO DE TROCA
CATIÔNICA
PROCESSO DE TROCA CATIÔNICA

• Este processo é de grande importância pelo fato


da maior parte dos nutrientes serem cátions
(Ca+2, Mg+2, K+, NH4+, Cu+2, Fe+2, Mn+2 e
Zn+2);

• Origem: no excesso de cargas negativas


existente na superfície das partículas do solo.
PROCESSO DE TROCA CATIÔNICA

• Processo reversível pelo qual as partículas


sólidas do solo adsorvem cátions da fase aquosa,
liberam ao mesmo tempo quantidades
equivalentes de outros cátions e estabelecem o
equilíbrio entre as duas fases.
Força de atração ou de retenção
➢ Cátions não são atraídos com a mesma força
pelo colóide. Esta força depende:
1) Valência do cátion: trivalente > divalente >
monovalente;
2) Grau de hidratação do cátion (número de
moléculas de H2O associada ao íon);
Quanto menor o tamanho efetivo do íon, menor o
grau de hidratação, maior a força de atração.
- Monovalentes: K+ = NH4+ > Na+
- Divalentes: Ca2+ > Mg2+

Considerando-se ao mesmo tempo valência e grau de


hidratação podemos ordenar os cátions pela força de
atração (série liotrópica ou série de Hofmeister):

H+ >>> Al+3 > Ca+2 > Mg+2 > K+ = NH4+ > Na+
Observação: a conc. de determinado cátion na solução é o primeiro
fator a condicionar a possibilidade de troca com cátions adsorvidos aos
colóides.
CAPACIDADE DE TROCA CATIÔNICA
(CTC)
• É a quantidade de cátions adsorvidos na forma
trocável em um solo ou outro material, por unidade
de volume ou massa, expresso em mmolc dm-3 ou
cmolc dm-3.

• Ou seja, é a capacidade do solo para reter e trocar


cátions.

O excesso de cargas negativas é contra balanceado


pelos cátions trocáveis.
CARACTERÍSTICAS DA CTC DO SOLO

a)Processo Reversível
Isto significa que embora haja um ponto de equilíbrio na reação, um
cátion desloca outro e assim sucessivamente.

b) Estequiométrica
c) Rápida
Tão logo seja adicionado ao solo o novo cátion, a troca desse novo
cátion com cátions já adsorvidos ao solo ocorre instantaneamente.
FATORES QUE AFETAM A CTC DO SOLO

a)Tipo e quantidade de argila

b) Matéria orgânica

c) pH da solução do solo
mais baixos que a fração argila, foi a principal responsável pela CTC,
contribuindo com 56 a 82% do total de cargas elétricas negativas. Estes dados
ressaltam a importância de um manejo adequado da matéria orgânica, quando
se tem por meta um aumento da capacidade de retenção de cátions no solo.

Tabela 6. Capacidade de troca de cátions de amostras de solos, total e da


matéria orgânica. Fonte: Adaptado de Raij, 1981.
Teor Teor de CTC CTC devida
Legenda do Profundidade de matéria Total da matéria à matéria
solo argila orgânica orgânica orgânica
3
cm ------- g/kg--------- -----cmolc/dm ------ %
PVLs 0-6 50 8 3,2 2,2 69
Pml 0 - 15 60 6 3,3 2,1 64
Pln 0 - 14 120 25 10,0 8,2 82
Pc 0 - 16 190 24 7,4 6,0 81
PV 0 - 12 130 14 3,7 2,7 73
TE 0 - 15 640 45 24,4 15,0 62
LR 0 - 18 590 45 28,9 16,1 56
LEa 0 -17 240 12 3,9 2,9 74

Estes aspectos ressaltam a importância do conhecimento da CTC do solo,


para melhor definição de época de aplicação e doses de fertilizantes em um
programa de adubação. O que o solo não conseguir reter de nutrientes será
CONCEITOS
➢ CTC a pH 7 (ou CTC ou T): é definida como a
quantidade de cátions trocáveis adsorvidos a pH 7,0.
Sempre determinada a um mesmo valor de pH.
CTC = (Ca+Mg+K+Na)+(H+Al)

➢ CTC efetiva (CTCe): é a capacidade do solo em reter


cátions na forma trocável ao seu valor original de pH.
Pode variar com o tempo.
CTCe = (Ca+Mg+K+Na) + Al
➢ Soma de bases (SB) = Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+
Teores trocáveis e não totais

➢A CTCe dos solos ácidos aumenta quando estes são corrigidos, pois ocorre redução da atividade
hidrogeniônica (H+).

➢ Porém, quando diminuímos o pH.


Ex: de 5,4 para 4,0 a CTCe irá diminuir.
➢ Em um solo com cargas constantes ou permanentes CTCe = CTC 7,0
• “Quanto maior a CTC maior será o potencial de
fertilidade do solo”.

• A matéria orgânica (M.O.) é quem mais contribuí


com a CTC dos solos, principalmente nos solos
tropicais.

• A CTC se diferencia da CTCe, pelo fato de incluir o


H+, que se encontra em ligação covalente com o
oxigênio nos radicais orgânicos e nos óxidos de Fe e Al,
tão comum nos solos tropicais.
7,0

6,5
H+

6,0

CTC a
5,5 pH 7,0

pH Al 3+
atual 5,0
do CTC
solo efetiva
Ca 2+ Mg 2+
4,5 SB
K+ Na +

Figura 8. Representação esquemática conjunta dos conceitos da acidez


dolo e da CTC. Fonte: Raij, 1981.

É importante comentar ainda que grande parte da CTC a pH 7,0 é ocupada


Saturação de Bases (V%)
➢ Indica o quanto das cargas negativas (em %) estão
neutralizadas por bases trocáveis.

➢ Significa quantos % das cargas negativas, passíveis de troca a


pH 7, estão ocupadas por Ca, Mg e K em comparação com
aquelas ocupadas por H e Al.

V (%) = (SB / CTC) x 100

Este parâmetro serve para indicar a fertilidade do solo. Ou seja,


alta V% indica solo fértil.
• Em solos ácidos a saturação por bases é baixa, o
contrário ocorre em um solo corrigido.

Em solos tropicais o ideal é que a V%:


• %Ca = 60 a 65
• %Mg = 5 a 10
• %K = 3 a 5
Isto para garantir uma disponibilidade adequada.
• Solos com baixo valor de SB: são solos pobres em
nutrientes básicos.

• Solos com baixo valor de CTC: indicam solos


sujeitos a excessivas perdas por lixiviação.

• Solos com V% baixo: revela que existe excesso de


Ho + Al+3 no colóide e falta de bases. Sendo
necessária a sua correção.
Saturação de Alumínio (m%)
➢ mede a porcentagem de cargas negativas do solo, próximo ao pH
natural, que esta ocupada por Al trocável.

m (%) = (Al / CTCe) x 100

▪Quanto mais ácido o solo maior será a solubilidade do Al. Portanto, a


medida que o solo é corrigido a solubilidade do Al+3 diminui.
▪ Quando o valor de pH do solo for igual a 5,5 o Al+3 praticamente não
encontra-se em solução.
➢ É mais importante conhecer m% do que o
teor de Al+3 no solo.

Interpretações V (%) m (%)

Solo eutrófico > ou = 50 < 50


Solo distrófico < 50 < 50
Solo álico < 50 > ou = 50
ADSORÇÃO DE ÂNIONS
Fonte: Furtini Neto et al., 2001.
Origem das cargas elétricas do solo
Cargas Positivas
Origem nos óxidos e hidróxidos de Fe e de Al

Dissociação dos grupos carboxílicos e fenólicos.

O equilíbrio é deslocado para a direita, forma dissociada, com a


elevação do pH do meio, ou seja, com a neutralização da acidez.
➢Nutrientes aniônicos:
N (NO3-), S (SO4-2), P(H2PO4-), Mo (MoO4-2), B (H2BO3-)
e Cl (Cl-).

➢Adsorção aniônica não específica:


▪Capacidade de Troca Aniônica (CTA):
▪Ligações eletrostáticas (Fraca)
▪Envolve cargas positivas
▪Ânions de ácidos monopróticos (que apresentam apenas
1 H ionizável)
▪Ex: NO3-, Cl-.
▪Pouco importantes em solos tropicais.
➢Adsorção aniônica específica:
▪ Processo mais complexo (não são atendidas tão
perfeitamente as condições de rapidez, reversibilidade e
estequiometria).
▪ Ligações covalentes (Forte)
▪ Ausência de cargas
▪ Existe especificidade de ânions
▪ Ânions de ácidos polipróticos. Ex: H2PO4-
▪ Importante para solos tropicais, está relacionada com a
adsorção (fixação) do fósforo.
Fixação do fósforo em óxido de ferro.
Representação esquemática de adsorção de fosfato em superfície de
óxido hidratado de Alumínio, mostrando a substituição de um grupo
“aquo” (a), “hidroxila” (b) e grupo “ol” (c).
Fatores que afetam a adsorção de ânions:

-Reação de solo
Influencia a variação da CTCe e da CTA em função do
pH do solo.
-Concentração da solução de equilíbrio
Efeito do pH da concentração do ânion na adsorção
específica.
-Valência do íon
H2PO4- > HPO4-2 > NaO4-2 > SO4-2 > ou = Cl- > NO3-
- Natureza do colóide
CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS:
A) ESSENCIAIS:

- Orgânicos: C, H, O.

- Inorgânicos:
✓ Macronutrientes: N, P, K, Ca, Mg, S.

✓ Micronutrientes: B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni, Zn.

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