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GEOLÓGICAS
BRASILEIRAS
Análise estrutural
de afloramentos
22
2018
GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO – SDE
COMPANHIA BAIANA DE PESQUISA MINERAL – CBPM
ISBN 978-85-85680-61-9
A
correta identificação e descrição das estruturas de rochas tectonicamente deformadas e a
interpretação dos processos dinâmicos responsáveis pela geração das mesmas, são atividades
essenciais nos levantamentos geológicos básicos e na grande maioria das demais pesquisas
geológicas. Isto é feito essencialmente em meso-escala através do estudo de afloramentos individuais e
da consequente integração dos mesmos, utilizando-se a acuidade visual do geólogo e sua experiência
em reconhecer e descrever as estruturas, a partir de sua geometria e posição espacial atual. A partir da
interpretação dos dados factuais, procura-se entender as transformações e deslocamentos sofridos pelas
rochas ao longo do tempo geológico, e as causas geradoras das estruturas.
Dentro deste princípio é que foi elaborado este livro, essencialmente visual, que apresenta uma
grande quantidade de fotografias com exemplos didáticos e diversificados de rochas tectonicamente
deformadas, em escala de afloramento. É dado ênfase não apenas ao reconhecimento das estruturas, mas
principalmente às análises cinemática e dinâmica das mesmas, indispensáveis para a reconstituição os
processos tectônicos sob os quais elas foram geradas.
Ao analisar as estruturas observadas atualmente (“deformação finita”), deve-se ter em mente indagações
sobre o que aconteceu durante os eventos deformacionais que modificaram as características das rochas
originais. Para este entendimento, é necessário considerar os fatores que influenciam a ductilidade das
rochas, principalmente o nível crustal, ou seja, a profundidade onde elas estavam quando foram submetidas
às tensões responsáveis pelas deformações (condições de temperatura e pressão). A ductilidade e
geometria das estruturas dependem também das características reológicas das rochas, tais como: a
fábrica (granulometria, textura, estruturas, anisotropias); das espessuras de camadas ou bandamentos; da
orientação original de elementos planares e lineares; dos contrastes de competência (viscosidade) entre
camadas, bandamentos ou sills vulcânicos; da presença de alteração hidrotermal, etc.
A totalidade do material fotográfico que compõe este livro (e as interpretações das estruturas) foi
extraído de trabalhos de campo realizados pelo próprio autor ao longo de 46 anos, em praticamente todo o
território nacional e em ambientes geológicos diversificados. Estes trabalhos foram focados principalmente
em levantamentos geológicos regionais, de semi-detalhe e de detalhe, e também em trabalhos de pesquisa
mineral, neste caso mais especificamente focados nos controles estruturais de mineralizações.
ESCOPO E ORGANIZAÇÃO DO LIVRO
“Estruturas Geológicas Brasileiras” apresenta fotografias selecionadas com exemplos de uma grande
diversidade de estruturas observadas em afloramentos (juntas, veios e estilolitos, falhas, dobras, boudins,
foliações, lineações e zonas de cisalhamento), organizadas de acordo com o nível crustal onde elas foram
geradas. Desse modo, são mostrados exemplos de estruturas da denominada “crosta rúptil”, onde dominam
as fraturas (juntas e falhas e outras estruturas associadas) e zonas de cisalhamento rúptil e rúptil-dúctil; e
da “crosta dúctil”, onde se desenvolvem preferencialmente as dobras, as foliações, os boudins e as zonas de
cisalhamento dúcteis.
As fotografias de falhas estão também agrupadas de acordo com o regime tectônico onde elas foram
geradas (extensional, compressional e transcorrente), e são mostrados também alguns exemplos de rochas
originadas pelas falhas, tais como brechas e pseudotaquilitos.
Ressalte-se que as estruturas rúpteis e sua interpretação (principalmente as juntas) receberam uma
atenção especial neste livro, pois apesar de serem as estruturas mais abundantes na crosta e muito
importantes para estudos relacionados à metalogenia, hidrogeologia, geomorfologia, geotécnica, etc.,
geralmente não são contempladas com o destaque que merecem nos trabalhos geológicos.
Antes de cada capítulo é feito uma síntese dos conceitos básicos sobre as estruturas a serem descritas e
interpretadas nas figuras, por vezes com algumas ilustrações didáticas.
Nas estruturas mostradas nas fotografias de afloramentos, procurou-se sempre efetuar a análise
estrutural completa, que inclui as análises descritiva, cinemática e dinâmica.
A análise descritiva objetiva o reconhecimento e descrição das estruturas planares e lineares, e medida
de suas orientações, simetrias e relações angulares. No caso deste trabalho, são dadas informações sobre a
unidade litoestratigráfica, a idade e a localização geográfica dos afloramentos ilustrados.
A análise dinâmica interpreta os movimentos deformacionais em termos das tensões responsáveis pela
formação das estruturas. Esta é geralmente mais interpretativa que as demais, e baseia-se na geometria e
relações espaciais das estruturas, e na análise cinemática previamente feita. A análise dinâmica objetiva
principalmente determinar as magnitudes relativas e as orientações das tensões responsáveis pela
deformação.
As tensões máxima, intermediária e mínima são representadas por σ1, σ2 e σ3, respectivamente,
cujos vetores correspondem à direção de encurtamento máximo (eixo Z do elipsoide de deformação),
de encurtamento intermediário (eixo Y), e de estiramento máximo (eixo X), conforme mostrado na figura
abaixo. São representadas por elipsoides, conforme mostrado nas figuras abaixo.
Elipsoide de tensão (causa da deformação), cujos vetores σ1, σ2 e σ3 representam a magnitude relativa
e a orientação das tensões máxima, intermediária e mínima, respectivamente; e elipsoide de deformação
(produto final, obtido de observação no campo), cujos eixo X, Y e Z representam o estiramento máximo,
intermediário e mínimo, respectivamente.
Exemplo de aplicabilidade da análise dinâmica em diamictito neoproterozoico com deformação dúctil
não-rotacional da Formação Palestina, Faixa Sergipana, Canudos, Bahia
Todas as estruturas mostradas nas fotografias deste livro são passíveis de serem interpretadas do ponto
de vista da análise estrutural completa. Isto está exemplificado em várias delas, e servem como modelos
para geólogos e estudantes exercitarem esta prática nos mais diversos tipos de trabalhos geológicos. É dada
ênfase à representação e orientação do elipsoide de tensão, para destacar a importância de entendimento
da causa das deformações, definida a partir dos dados de campo.
SOBRE O AUTOR
REGINALDO ALVES DOS SANTOS
Geólogo graduado em 1971 pelo Instituto de Geociências da UFBA,
trabalhou na CPRM – Serviço Geológico do Brasil desde sua formatura, tendo
participado de grande número de projetos de levantamentos geológicos,
tais como:
Projeto Sul da Bahia, Projeto Baixo São Francisco/Vaza-Barris, Projeto
Complexo Canindé do São Francisco, Projeto Aracatu, Projeto Mapas
Metalogenéticos e Previsionais, Projeto Carira (primeiros mapas digitalizados
da CPRM), Projeto Itabuna-Ibicaraí, Projeto Folha Jacobina, Projeto Itaberaba,
Projeto Itapetinga, Mapa Geológico do Estado de Sergipe, Mapa Geológico
do Estado do Rio de Janeiro, Projeto Província Mineral do Tapajós (PA), Projeto
Província Mineral de Alta Floresta (MT), Projeto GIS Brasil (Mapas Geológico
e Tectônico do Brasil 1: 2.500.000), Projeto GIS Bahia (Mapa Geológico 1:
1.000.000) e Mapa Tectônico do Brasil, 1: 2.000.000), e Projeto GIS Brasil ao
Milionésimo, dentre outros.
Exerceu todos os cargos técnicos e de gerenciamento relacionados a
levantamentos geológicos na CPRM:
Geólogo executor de mapeamento geológico (1972 a 1984); Chefe de Projeto (1985 a 1987); Supervisor
de Projeto (1988 a 1992); Coordenador Nacional de Geologia Estrutural do PLGB (Programa Levantamentos
Geológicos Básicos do Brasil) (1993 a 1995); Coordenador Executivo do Departamento de Geologia (DEGEO)
a partir de 1996; Coordenador de Geologia Estrutural do Programa Geologia do Brasil (GIS Brasil), a partir
de 2.000; e Chefe da Divisão de Geologia Básica (DIGEOB), a partir de 2008, exercendo gestão técnica de
projetos em todo o território nacional. Entre março de 2011 e outubro de 2016 comandou o Departamento
de Geologia (DEGEO), sendo responsável, em âmbito nacional, pelo planejamento e gerenciamento de
todos os projetos de levantamentos geológicos básicos e aerogeofísicos do Serviço Geológico do Brasil
(CPRM).
Exerceu ainda atividades docentes como professor de Geologia Estrutural no Instituto de Geociências
da UFBA, entre 2003 e 2008, e foi o responsável pelo treinamento em Geologia Estrutural e Cartografia
Geológica nos cursos internos da CPRM , no Centro Integrado de Estudos Geológicos – CIEG de Morro do
Chapéu (BA). Executou treinamentos teóricos e de campo, voltados para aplicação de Geologia Estrutural
em estudos de metalogenia, aerogeofísica e hidrogeologia em todo o território nacional, para Unidades
Regionais da CPRM, e para outras Instituições, tais como a CERB (Companhia de Engenharia Rural da Bahia).
Foi agraciado pela SBG-Núcleo BA/SE, em 2012, com a Medalha Charles Frederic Hartt, em reconhecimento
às suas contribuições à geologia do Estado de Sergipe.
Aposentou-se pela CPRM em 31 de janeiro de 2018, após 46 anos de trabalhos contínuos em
mapeamento geológico e pesquisa mineral, além de treinamentos e em funções de gerenciamento e de
supervisão técnica, sempre valorizando as atividades de campo.
1. JUNTAS .......................................................................................................................................................................... 21
2. VEIOS ............................................................................................................................................................................ 37
3. FALHAS ........................................................................................................................................................................ 55
4. BOUDINS...................................................................................................................................................................... 83
5. DOBRAS ........................................................................................................................................................................ 93
6. REDOBRAMENTOS .................................................................................................................................................125
7. FOLIAÇÕES ................................................................................................................................................................139
8. LINEAÇÕES .................................................................................................................................................................155
1. JUNTAS
O termo junta é comumente usado para designar fraturas que são razoavelmente planares e com traçados
relativamente regulares, e que não apresentam movimento relativo dos blocos, ou estes são muito pequenos.
Apesar de alguns autores restringirem o termo junta a fraturas sem qualquer movimento relativo dos blocos,
outros autores preferem admitir como tal as fraturas que apresentem pequenos movimentos (milimétricos a
centimétricos) paralelos ao seu plano (cisalhamento), além dos movimentos de dilatação ou de compressão
perpendiculares .a ela, mais visíveis em escala de afloramento.
São as estruturas rúpteis mais abundantes na crosta, presentes em praticamente todos os tipos de rochas,
observáveis principalmente em trabalhos de campo, mas também podem ocorrer em escala regional, visíveis
em imagens de sensores remotos. Em ambientes geológicos onde dominam rochas sedimentares, vulcânicas e
plutônicas fracamente metamorfizadas, as juntas podem ser as únicas estruturas presentes e passíveis de análise
estrutural para determinar o campo de tensão que afetou a região.
As juntas constituem geralmente arranjos regulares, formando conjuntos com orientações preferenciais
(sets) e espaçamentos entre elas mais ou menos constantes. São as denominadas juntas sistemáticas; as juntas
que têm formas, espaçamento e orientação irregulares são denominadas juntas não-sistemáticas. As juntas mais
comuns atingem, geralmente, poucos metros de comprimento.
De acordo com a cinemática, juntas são classificadas como juntas extensionais (dilatacionais), cujo movi-
mento de abertura é perpendicular às paredes, e muitas vezes estão preenchidas por veios; de cisalhamento,
onde o movimento relativo é paralelo às paredes; híbridas, cujo movimento de abertura é oblíquo; juntas
compressionais (ou suturas de dissolução por pressão), denominadas estilolitos, desenvolvidos principalmen-
te em rochas carbonáticas); e juntas extensionais irregulares, nas quais as extensões ocorrem em todas as
direções, geralmente originadas por fraturamento hidráulico, como resultado de alta pressão de fluidos em
ambiente de baixa pressão confinante. Apresentam padrão irregular, multidirecionais, cujo melhor exemplo são
os stockworks de cúpulas graníticas, importantes condicionadores de mineralizações hidrotermais (depósitos
de sulfetos metálicos e de ouro tipo pórfiro, por exemplo).
São frequentes arranjos simétricos de juntas associados a dobras e a falhas. Dobras cilíndricas podem exibir
tipicamente sistemas de juntas e de falhas em mesoescala. Sistemas de juntas extensionais são comumente
paralelas ou perpendiculares ao eixo da dobra. Estruturas contracionais, tais como pequenas falhas de empurrão
e estilolitos, orientam-se paralelamente ao eixo da dobra. Sistemas de juntas de cisalhamento, em padrão X, são
desenvolvidos quase sempre nos limbos das dobras, com a bissetriz do ângulo agudo ortogonal ao eixo da dobra.
Figura 1.1 – Relações espaciais das juntas de cisalhamento e falhas (vermelho); das juntas e veios extensionais (verde); e das juntas compressionais
(estilolitos|), com a orientação dos eixos de tensão máxima (σ1), intermediária (σ2) e mínima (σ3) responsáveis por estas estruturas.
Figura 1.2 - Sistema de juntas extensionais paralelas, verticais, em arenito mesoproterozoico da Formação Morro do Chapéu, na pedreira de Morro do
Chapéu, Chapada Diamantina, Bahia.
Figura 1.3 - Juntas extensionais verticais, paralelas, ortogonais ao acamadamento horizontal, em arenitos mesoproterozoicos da Formação Tombador,
Grupo Chapada Diamantina, Morro do Chapéu, Bahia. Notar o desenvolvimento de “mini cavernas” na interseção das juntas verticais com camadas
argilosas (percolação de águas meteóricas). Tensão máxima σ1 na vertical, paralela às juntas.
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Figura 1. 4 - Vista em planta de sistema de juntas de cisalhamento verticais conjugadas (padrão X) em metadolomitos neoproterozoicos da Unidade
Nova América, Formação Salitre, Bacia de Irecê, Bahia. Observar estilolitos paralelos ao acamadamento (coerentes com o campo de tensão indicado
em vermelho, confirmado pelo sistema de juntas); e estilolitos ortogonais a ele (na parte direita da foto), indicando outro evento compressivo, com
eixos de tensão indicados em branco.
Figura 1.5 - Juntas de cisalhamento em padrão X, verticais, em metacarbonatos estromatolíticos da Formação Salitre, na Fazenda Arrecife, Várzea
Nova, Bahia. O vetor de compressão máxima σ1 é horizontal, e está orientado na bissetriz do ângulo agudo entre as juntas.
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Figura 1.6 - Juntas de cisalhamento conjugadas, verticais, em quartzito neoproterozoico da Serra dos Pirineus, Pirenópolis, Goiás. Tensão máxima (σ1)
orientada na bissetriz do ângulo agudo, suborizontal. Acamadamento primário de baixo mergulho, indicado pela bússola
Figura 1.7 - Juntas de cisalhamento em padrão X, em metacalcários (laminitos algais) neoproterozoicos da Formação Salitre, Bacia de Irecê, Vila
Ipanema, Bahia. O vetor de tensão máxima (σ1) está posicionado na bissetriz do ângulo agudo entre as juntas.
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Figura 1.9 - Juntas extensionais verticais, paralelas, em granito milonitizado neoproterozoico da Província Borborema, próximo a Cabaceiras, Paraíba.
Observar, na parte inferior da foto, foliação milonítica vertical, quase ortogonal às juntas.
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Figura 1.10 - Juntas extensionais subverticais no Granito Central, paleoproterozoico, intrusivo em metassedimentos arqueanos da Bacia Águas Claras,
Carajás, Pará. Observam-se também juntas de alivio de carga, suborizontais.
Figura 1.11 - Juntas extensionais paralelas, parcialmente preenchidas por veios de quartzo, ortogonais ao bandamento milonítico de paragnaisse
mesoproterozoico da Formação Migrantinópolis, Grupo Nova Brasilândia, Rondônia. Pegmatitos dobrados e transpostos por cisalhamento dúctil.
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Figura 1.12 - Sistema de juntas paralelas, verticais, em calcário suborizontal da Formação Salitre, Bacia do Salitre, em Lages dos Negros, Bahia.
Observar formação incipiente de cavernas, devido à percolação de água meteórica pelas juntas.
Figura 1.13 - Vista panorâmica da Serra da Cabeluda, no Parque Estadual da Serra dos Pirineus, mostrando sistema de juntas verticais em quartzitos
neoproterozoicos do Grupo Araxá, Pirenópolis, Goiás.
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Figura 1.14 - Mesmo sistema de juntas da foto anterior, extensionais paralelas, verticais, ortogonais ao acamadamento horizontal em quartzitos
neoproterozoicos na Serra dos Pirineus, Pirenópolis, Goiás.
Figura 1.16 - Juntas extensionais verticais paralelas, em conglomerado mesoproterozoico da Formação Tombador, Grupo Chapada Diamantina,
próximo a Santo Inácio, borda noroeste da Chapada Diamantina, Bahia. Observar o espaçamento métrico entre as juntas, em função da espessura das
camadas sedimentares e paralelas à superfície axial de dobras anticlinais regionais.
Figura 1.17 - Ortognaisse arqueano intensamente fraturado em corte da rodovia BR-242, próximo a Ibotirama, Bahia. Observar juntas de
cisalhamento conjugadas com vetor de compressão máxima na vertical, indicando regime tectônico extensional. Observar também juntas de alívio de
tensão, paralelas à topografia, destacadas em azul.
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Figura 1.18 - Juntas extensionais verticais em granito paleoproterozoico da Província Alta Floresta, Nova Bandeirante, Mato Grosso. As juntas são
preenchidas parcialmente por veios de quartzo mineralizados em ouro.
Figura 1.20 - Afloramento em planta, mostrando juntas de cisalhamento verticais em ortognaisse milonítico arqueano do Complexo Entremontes, da
Província Borborema, em Parnamirim, Pernambuco. A escala aponta a direção do vetor de compressão máxima σ1 (bissetriz do ângulo agudo entre as
juntas), ortogonal à foliação e em posição suborizontal. Regime tectônico transcorrente.
Figura 1.21 - Juntas de cisalhamento verticais em ortognaisse neoproterozoico, com bandamento milonítico. O vetor de compressão máxima σ1
que originou as juntas conjugadas em padrão X tem direção ortogonal à foliação e na bissetriz do ângulo agudo. Observar o deslocamento local
centimétrico das bandas. Afloramento no rio Indaiá, região de Bom Jardim de Goiás, Goiás.
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Figura 1.22 - Vista em planta de juntas de cisalhamento conjugadas, verticais, em quartzito milonítico neoproterozoico da Formação Itabaiana, Faixa
Sergipana, borda sul do Domo de Itabaiana, Sergipe. Observar deslocamentos milimétricos da foliação paralela ao acamadamento. Orientação do vetor
de compressão máxima σ1 indicado pela caneta, suborizontal.
Figura 1.23 - Juntas de cisalhamento conjugadas posicionadas em flanco de dobra em filito neoproterozoico da Formação Frei Paulo, Grupo Vaza-
Barris, Faixa Sergipana, em corte de rodovia próximo a Mocambo, Sergipe. O traço vermelho indica a orientação do eixo da dobra.
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Figura 1.25 - Juntas de cisalhamento conjugadas em ortognaisse migmatítico paleoproterozoico dobrado do Complexo Floresta, região de Cabaceiras,
Paraíba.
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Figura 1.26 - Estrutura dômica em ortogonaisse tonalítico arqueano do Complexo Hidrolina, Domo de Hidrolina, região de Campinorte, Goiás.
Juntas de cisalhamento indicativas da posição do vetor de compressão máxima σ1,destacado na ilustração.
2. VEIOS
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2. VEIOS
As juntas muitas vezes apresentam-se preenchidas por material precipitado sob a forma de veios. Quartzo
e calcita são os veios mais comuns, porém veios de metais-base e de metais preciosos e semipreciosos tam-
bém ocorrem, além de veios com outras composições. Muitos veios mostram conspícuas evidências do tipo
de preenchimento da junta. Os veios podem ser extensionais ou com movimentação lateral associada (veios
híbridos), ou ainda veios de cisalhamento, preenchendo espaços vazios ao longo de juntas de cisalhamento e
falhas, durante sua movimentação.
Veios também se originam durante processos de dobramentos, e ocupam posições que podem ser previsíveis
em análise estrutural de dobras e veios associados.
Veios dilatacionais ou extensionais afastam as paredes laterais junta extensional, criando espaço e des-
locando estruturas pré-existentes, como um bandamento, por exemplo. O atual acréscimo de deslocamento
e o sentido da abertura depende da espessura do veio e da configuração do veio e das estruturas deslocadas.
Evidências de múltipla abertura de juntas são registradas pela presença de texturas bandadas tipos cocar e
pente, e de crostificação. Esta última é caracterizada pelo arranjo simétrico de bandas de minerais depositados
em espaços paralelos às paredes da junta.
Os veios extensionais frequentemente constituem arranjos escalonados (tension gashes), constituindo zona
de cisalhamento rúptil e rúptil-dúctil, formadas por cisalhamento simples (rotacional). Os veios individuais
orientam-se inicialmente a 45 graus do limite da zona, e são muito utilizados para definir a cinemática da
zona (o vetor de compressão máxima estará posicionado na mesma direção dos veios). Com a progressão do
movimento lateral, os veios escalonados tentem a se tornar sigmoidais (cisalhamento rúptil-dúctil), e outra
geração de veios poderá se formar, com a orientação e forma originais.
Estilolitos: também chamados de juntas estilolíticas, são caracterizados por superfícies irregulares, sinu-
osas, originadas por dissolução por pressão, ao longo de limites entre camadas ou de fraturas pré-existentes.
Ocorrem principalmente em calcários e arenitos finos, e mostram formas cônicas ou colunares, com amplitudes
de 5 a 10 mm. Ao longo das superfícies de dissolução são concentrados materiais argilosos ou carbonáticos,
acompanhados de resíduos insolúveis, que variam de acordo com a composição da rocha e com o grau de
dissolução. Não há dúvida de que o volume da rocha diminui ao longo das juntas estilolíticas. Pode-se observar,
em escala de afloramento, que esta remoção de material é compensada pela geração de veios extensionais,
compostos por material originado da dissolução nos estilolitos (geralmente calcita), como se observa em vários
exemplos mostrados a seguir.
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Figura 2.1 - Vista em planta de calcário (laminito algal) neoproterozoico da Formação Salitre, Unidade Nova América, Bacia de Irecê, Bahia.
Observar acamadamento plano-paralelo e estilólitos (em azul na ilustração), subparalelos a ele, além de juntas de cisalhamento conjugadas em padrão
X (vermelho), e veios de calcita em juntas extensionais (verde), ortogonais ao acamadamento. Estas estruturas rúpteis são originadas por um único
evento. A ilustração mostra a orientação do campo de tensões e as estruturas correspondentes.
Figura 2.2 - Detalhe, em planta, de calcário laminado (laminitos algais) neoproterozoico da Unidade Jussara, Formação Salitre, Bacia de Irecê, Bahia.
Destaque para estilolitos paralelos ao acamadamento subvertical e ortogonais a ele, indicando dois eventos compressivos. Juntas de cisalhamento e
extensionais associados ao evento compressivo principal (direção de σ1 em vermelho, paralela à caneta, suborizontal).
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Figura 2.3 - Vista, em planta, de juntas de cisalhamento e veios extensionais de calcita em metacalcário neoproterozoico da Faixa Paraguai, Mato
Grosso do Sul. Vetor de tensão máxima σ1 posicionado ortogonalmente aos estilolitos e na bissetriz das juntas de cisalhamento conjugadas.
Figura 2.4 - Vista em planta de calcário laminado neoproterozoico da Formação Salitre, Bacia de Irecê, Bahia. Destaque para os estilolitos paralelos ao
acamadamento, junta extensional com veio de calcita (paralelo a σ1) e juntas de cisalhamento com arranjo em X. Comparar com a ilustração.
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Figura 2.5 - Vista em corte de estilólitos suborizontais, com concentração de oxido de ferro, e veio extensionais de calcita, ortogonais, em dolomito
neoproterozoico da Formação Jacoca, Faixa Sergipana, na Fazenda Capitão. Macambira, Sergipe. Comparar a posição do campo de tensão na
ilustração ao lado.
Figura 2.6 - Vista em planta de estilolitos e veios de calcita ortogonais em metacalcário neoproterozoico da Formação Barra Bonita, Faixa Riacho do
Pontal, São Raimundo Nonato, Piauí.
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Figura 2.7 - Posições possíveis de veios e juntas em dobra formada pelo processo de deslizamento flexural.
Figura 2.8 - Veios de quartzo extensionais sigmoidais escalonados (tension gashes) em arenitos e pelitos mesoproterozoicos da Formação Mangabeira,
Chapada Diamantina, em Seabra, Bahia. Veios posicionados em flanco oeste do Anticlinal de Seabra, desenvolvidos pelo mecanismo de deslizamento
flexural (ver seta indicando a posição na ilustração acima). Fechamento do anticlinal à direita da foto.
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Figura 2.9 - Vista em corte de veios extensionais escalonados em camada mais competente de metacalcários neoproterozoicos da Formação Jacoca,
Grupo Miaba, Faixa Sergipana, na Fazenda Capitão, Macambira, Sergipe. Formados por deslizamento flexural de camadas em dobra recumbente.
Figura 2.10 - Corte em garimpo subterrâneo, mostrando veios de quartzo extensionais, sigmoidais, escalonados (tension gashes), auríferos, encaixados
em metavulcânicas félsicas de idade estateriana (1,74 Ma), da Formação Rio dos Remédios, borda oeste da Chapada Diamantina, Bahia. Interpretação
cinemática e dinâmica, com a posição dos tensores máximo e mínimo, definindo movimentação extensional,
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Figuras 2.11 e 2.12 - Detalhes da texturas bandadas primárias de veio de quartzo extensional, indicando múltiplos pulsos de abertura da fratura. Na
primeira, textura tipo pente, e na segunda, textura tipo cocar. Proximidade do Garimpo Serrinha, Província Aurífera de Alta Floresta, Matupá, Mato
Grosso. O comprimento dos cristais define a orientação da abertura da fratura (vetor de tensão mínima σ3).
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Figura 2.13 - Veios de quartzo extensionais, multidirecionais (stockwork), formados por pressão de fluidos em granitoide paleoproterozoico
hidrotermalizado, no Garimpo Carneirinho, região de Cuiú-Cuiú, Província Aurífera do Tapajós, Pará.
Figura 2.14 - Brecha originada por pressão de fluido (stockwork) em granitoide paleoproterozoico hidrotermalizado, mineralizado em ouro,
no Garimpo Tapajós, Colider, Província Aurífera Alta Floresta, Mato Grosso. Preenchimento de quartzo nos espaços (veios extensionais
multidirecionais).
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Figura 2.15 - Veios de quartzo extensionais multidirecionais (stockwork), em rocha vulcânica paleoproterozoica da Suíte Colider, no Garimpo Trairão,
Província Aurífera de Alta Floresta, Colider, Mato Grosso.
Figura 2.16 - Detalhe do mesmo afloramento da foto anterior, mostrando os veios extensionais preenchendo fraturas originadas por pressão de fluidos
e com orientações dos cristais de quartzo na direção à abertura das fraturas (σ3), indicada pelas setas vermelhas).
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Figura 2.17 - Posições de veios extensionais associados a falha extensional (normal) e compressional (inversa), vistas em corte; e a falha transcorrente,
vista em planta. A posição dos veios em relação ao traço das falhas são indicadores de sua cinemática.
Figura 2.18 - Veios de quartzo preenchendo espaços (jogs) em falha transcorrente sinistral, em ortognaisse milonítico mesoproterozoico da Suíte
Recanto Riacho do Forno, da Província Borborema, município de Soledade, Paraíba. A cinemática é indicada pela posição do eixo de tensão máxima
(σ1), paralelo de veios extensionais de quartzo, oblíquos em relação ao traço da falha.
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Figura 2.19 - Panorâmica de escavação no Garimpo Abacaxis, na Província Aurífera do Tapajós, sudeste do Amazonas, mostrando no detalhe veios de
quartzo associados a sistema de falhas compressionais de baixo mergulho, com arranjos tipo duplex e leques imbricados. Os veios estão encaixados em
siltitos e argilitos hidrotermalizados paleoproterozoicos da Formação Abacaxis.
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Figura 2.20 - Veios de quartzo com estrutura tipo bridge, em falha transcorrente dextral, cortando granitoide paleoproterozoico na região de Nova
Bandeirante, Província Aurífera Alta Floresta, Mato Grosso.
Figura 2.22 - Vista em corte de veios extensionais de quartzo e hematita, em arranjo escalonado (tension gashes), em rocha metavulcãnica félsica
paleoproterozoica do Rifte Espinhaço Setentrional, perímetro urbano de Macaúbas, Bahia.
Figura 2.23 - Veios lenticulares de quartzo no contato por falha entre dique de andesito e granitoide paleoproterozoico encaixante, onde se concentram
microbrechas e mineralização de ouro associado à pirita. Garimpo Mamoal, Província Aurífera do Tapajós, Pará.
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Figura 2.24 - Veio de quartzo lenticular preenchendo zonas transtracionais (jogs) ao longo de falha transcorrente sinistral, e detalhe com brecha e veios
oblíquos à falha, extensionais, em granito hidrotermalizado, paleoproterozoico. Garimpo Guarim, região de Cuiú-Cuiú, Província Aurífera do Tapajós,
Pará.
Figura 2.26 – Veios de quartzo lenticulares ao longo de falhas transcorrentes verticais, em ortognaisse arqueano do Complexo Paramirim.
Estrada Boa Vista-Ibitupã, Vale do Para mirim, Bahia.
Figura 2.27 - Lajedo de migmatito paleoproterozoico do Complexo Vertentes, Província Borborema, próximo a Arcoverde, Pernambuco. Veios de
pegmatito ao longo de falhas transcorrentes, ortogonais à foliação, e veios extensionais oblíquos, são indicativos da cinemática das falhas (dextral) e,
consequentemente, da posição de σ1.
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Figuras 2.28 e 2.29 - Dique de diabásio intrudido em granito rapakivi estanífero, neoproterozoico, próximo a Porto Velho, Rondônia; e diques máficos
neoproterozoicos, cortando o Ortognaisse Rio do Amparo, arqueano, na região de Lavras, Minas Gerais.
Figuras 2.31 e 2.32 - Diques de diabásio com estrutura tipo bridge , vistos em corte, intrudidos em charnockito do Complexo Campo Belo, explorado
como pedra ornamental, próximo a Campo Belo, Minas Gerais. Observar bandamento metamórfico, com mobilizados neossomáticos, dobrados, na
foto à direita.
Figura 2.33 - Veios de pegmatito intrudidos em granitoide neoproterozoico do Maciço de Coronel João Sá, Faixa Sergipana, no rio Salgado, Coronel
João Sá, Bahia. Observar cristais de quartzo e feldspato ortogonais aos contatos, indicando direção de abertura das fraturas (σ3).
3. FALHAS
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3. FALHAS
As falhas são abordadas neste livro com um enfoque essencial no seu reconhecimento e descrição em aflo-
ramento, e sua análise cinemática e dinâmica, utilizando-se não somente as superfícies estriadas (slickensides)
e os ressaltos (steps), muitas vezes não expostos no campo, mas também outras estruturas associadas a elas,
principalmente veios e juntas (figura abaixo).
A nomenclatura das falhas, utilizada nas interpretações das fotografias de afloramentos neste atlas, é obtida
da classificação Andersoniana, baseada no regime tectônico responsável pela sua geração: extensional, compres-
sional (inversa) e transcorrente. A figura abaixo ilustra esta classificação, que orienta os eixos de tensão máxima
(σ1), intermediária (σ2) e mínima (σ3), em relação ao plano de cada um tipo de falha. É importante observar
que, para haver deslocamento relativo dos blocos (cisalhamento), é necessário que o vetor de tensão máxima σ1
posicione-se obliquamente em relação à superfície da fratura, com ângulo em torno de 45º.
No caso das falhas extensionais (normais), os exemplos são provenientes de bacias sedimentares mesozoicas
e de coberturas cratônicas mesoproterozóicas, em arenitos porosos, onde os traços das falhas são facilmente
identificáveis por bandas de deformação. Estas estruturas se destacam na superfície do terreno por serem mais
resistentes à erosão, devido à cominuição (moagem) dos grãos e cimentação secundária. Geralmente formam
arranjos conjugados em padrão X, similar às juntas de cisalhamento, como vimos no Capítulo 1. O vetor de
tensão máxima σ1 estará posicionado na bissetriz do ângulo agudo, e em posição vertical.
As falhas compressionais (inversas ou de empurrão), são mais frequentes nas faixas de dobramentos neopro-
terozóicas ou mais antigas, frequentemente associadas a dobramentos. São mostrados exemplos da Faixa
Sergipana, das rochas carbonáticas neoproterozóicas da Bacia de Irecê, na Bahia, e de metapsamitos arqueanos
da Província Carajás, no Pará. O vetor de tensão máxima posiciona-se na horizontal, e a mínima na vertical
(Figura 3.1).
As falhas (e as zonas de cisalhamento) transcorrentes são as mais abundantes dos terrenos precambrianos do
Brasil, principalmente nos terrenos paleoproterozóicos do Cráton Amazônico e nos cinturões neoproterozóicos
da Província Borborema, na Região Nordeste, e em toda a Região Leste. Exemplos deste livro ocorrem em
regiões diversificadas, tais como terrenos neoproterozóicos de Goiás e do Rio Grande do Sul. Inclui exemplos
didáticos de estruturas transpressivas associadas. Os vetores de compressão máxima e mínima posicionam-se
na horizontal (Figura 3.1).
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Figura 3.1 - Classificação Andersoniana de falhas, baseada no regime tectônico responsável pela sua origem, com a orientação do campo de tensão em
cada tipo de falha.
Figura 3.2 - Estruturas associadas a falhas transcorrentes, que podem ser utilizadas como indicadores cinemáticos, e posição dos vetores de tensão
máxima (σ1) e mínima (σ3).
58
Figura 3.3 - Falhas extensionais escalonadas em formação ferrífera bandada arqueana, expostas em parede vertical de galeria na Mina de Boquira,
Bahia, outrora produtora de chumbo. Veios milimétricos de quartzo preenchem parcialmente as falhas. Vetor de compressão máxima σ1 posiciona-se
na vertical, obliquo em relação ao traço das falhas.
Figura 3.4 - Bandas de deformação conjugadas (cominuição de grãos de arenitos porosos por fricção nos planos de falha e cimentação secundária),
indicativas de sistema de falhas extensionais. Arenitos cretácicos da Formação São Sebastião, Bacia do Tucano, na margem do Rio Itapicuru, Caldas do
Jorro, Bahia. Vetor de compressão máxima σ1 na vertical, orientado na bissetriz do ângulo agudo entre falhas conjugadas (parte direita da foto).
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Figura 3.6 - Sistema de falhas extensionais indicadas por bandas de deformação, em arenito mesoproterozoico da Formação Tombador, Grupo
Chapada Diamantina, Morro do Chapéu, Bahia. Observar deslocamento de camadas e ângulo agudo entre as bandas, definindo a posição dos vetores
de tensão máxima (σ1) e mínima (σ3).
60
Figura 3.7 - Bandas de deformação subverticais em arenito conglomerático cretácico da Bacia do Tucano, próximo a Araci, Bahia, gerada pela
cominuição dos grãos ao longo de falhas. O padrão em X, visto em corte, posiciona o vetor de compressão máxima na vertical e na bissetriz do ângulo
agudo (regime tectônico extensional).
Figura 3.8 - Bandas de deformação em sistema de falhas extensionais, vistas em corte, em arenito mesoproterozoico da Formação Tombador, Grupo
Chapada Diamantina, Mira Serra, Bahia.
61
Figura 3.9 - Falha compressional (cavalgamento) em rochas metacarbonáticas da Formação Jacoca, sobre diamictitos da Formação Ribeirópolis, ambas
do Grupo Miaba (Neoproterozoico). Fazenda Capitão, na borda sudoeste do Domo de Itabaiana, rio Vaza-Barris, Sergipe.
Figura 3.10 – Ilustração destacando as principais estruturas do afloramento da figura anterior, mostrando a falha rompendo o flanco inverso de dobra
recumbente, isoclinal, e a posição suborizontal de σ1. Observa-se também falha extensional (em azul, com σ1 subvertical), reliquiar da fase de abertura
(extensional) da bacia sedimentar precursora da Faixa Sergipana.
62
Figura 3.11 - Outro aspecto do contato tectônico (cavalgamento) entre o diamictito da Formação Ribeirópolis e as rochas carbonáticas sobrepostas da
Formação Jacoca, dobradas em estilo recumbente, no mesmo local das figuras anteriores.
Figura 3.12- Detalhe de falha compressional (cavalgamento) da Fazenda Capitão, no mesmo local das duas figuras anteriores, mostrando contato
tectônico entre a Formação Ribeirópolis (diamictitos) e a Formação Jacoca (dolomitos tipo cape carbonate). Observar intensa brechação, com
venulações de calcita e mineralizações de cobre (malaquita e calcopirita), além de falhas associadas com geometria sigmoidal.
63
Figuras 3.13 e 3.14- Sistema de falhas compressionais com geometria tipo duplex, em calcário estromatolítico neoproterozoico da Formação Salitre,
Bacia de Irecê, Bahia, na Mina de Fosfato de Irecê. Vetor de compressão máxima σ1 suborizontal, ortogonal às falhas sigmoidais, com transporte
tectônico para a direita da foto.
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Figura 3.15 - Sistema de falhas compressionais (inversas) de alto ângulo, com geometria tipo duplex, no Ortognaisse Lavras, arqueano, na região de
Nepomuceno, Minas Gerais. Observar posição do vetor de compressão máxima σ1.
Figura 3.16 - Sistema de falhas compressionais (cavalgamento) com geometrias sigmoidais (duplexes e leques imbricados), em arenito
mesoproterozoico da Formação Morro do Chapéu, borda nordeste da Chapada Diamantina, Umburanas, Bahia.
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Figura 3.17 - Detalhe da do afloramento da figura anterior, mostrando as trajetórias sigmoidais de superfícies de falhas compressionais (cavalgamento)
e juntas associadas.
Figura 3.18 - Zona de cisalhamento compressional (inversa, cavalgamento) com geometria tipo duplex, em paragnaisse neoproterozoicos do Complexo
Jequitinhonha, Faixa Araçauí, em corte de rodovia na região de Jequitinhonha, Minas Gerais.
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Figura 3.19 - Sistema de falhas compressionais em quartzitos arqueanos da Província Carajás, em corte de rodovia a nordeste de Parauapebas, Pará.
Vetor de compressão máxima σ1 indicado, em função das evidências mostradas na próxima figura.
Foto 3.20 - Visão mais próxima do corte de estrada da foto anterior, mostrando a geometria do sistema de falhas compressionais paralelas (piso) e
oblíquas (rampa) no quartzito da foto anterior, configurando arranjo tipo duplex. Província Carajás, Pará.
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Figura 3.21 - Detalhe do sistema de falhas compressionais paralelas (piso) e oblíquas (rampa) no quartzito das duas fotos anteriores, configurando
arranjo tipo duplex. Província Carajás, Pará.
Figura 3.22 - Sistema de falhas compressionais com arranjo tipo duplex, em metapelitos-psamitos arqueanos mineralizados em manganês, da
Formação Águas Claras, Província Mineral de Carajás, Parauapebas, Pará.
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Figura 3.23 - Sistema de falhas compressionais em quartzito arqueano da Província Carajás, nordeste de Parauapebas, Pará. Geometria tipo duplex e
leques imbricados. Na parte central, brecha manganesífera. Vetor de compressão máxima (σ1) ortogonal às falhas sigmoidais.
Figura 3.24 - Sistema de falhas compressionais com geometria sigmoidal, em metaconglomerado mesoproterozoico do Grupo Oliveira dos Brejinhos,
Serra do Espinhaço Setentrional, Bahia. Contato tectônico com embasamento arqueano do Vale do Paramirim.
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Figura 3.25 - Sistema de falhas compressionais (cavalgamento) tipo duplex em calcários neoproterozoicos da Formação Salitre, Bacia de Irecê, na
rodovia de acesso a Cafarnaum, Bahia. Observar falhas de piso e falhas de rampa, estas sigmoidais, e a posição do vetor de compressão máxima σ1.
Figura 3.26 - Detalhe da foto anterior; mostrando superfícies de cavalgamento com arranjo tipo duplex , com falhas sigmoidais (rampas), limitadas por
falhas de mais baixo mergulho (piso).
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Figuras 3.27 e 3.28 - Dobras truncadas por falhas compressionais em calcários laminados neoproterozoicos da Formação Salitre, Bacia de Irecê,
próximo a Irecê, Bahia. A compressão máxima (σ1) suborizontal, direcionada de NNW para SSE, foi responsável tanto pela geração das falhas, bem
como das dobras. Localização da foto indicada na figura por retângulo vermelho.
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Figuras 3.29 e 3.30 - Vista em corte de sistema de falhas compressionais com geometrias tipo duplex e leques imbricados, em marga neoproterozoica
na Pedreira Matarazzo, Cinturão Dom Feliciano, Arroio Grande, Rio Grande do Sul.
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Figura 3.31 - Vista em planta de sistema de falhas transcorrentes dextrais escalonadas deslocando bandamento milonítico de ortognaisse do Complexo
Entremontes, em Parnamirim, Pernambuco.
Figura 3.32 - Superficie de falha transcorrente, com cinemática dextral indicada por estrias (slickenlines) e ressaltos (steps), em granito
paleoproterozoico mineralizado em ouro. Garimpo Mamoal, Província Aurífera do Tapajós, Pará.
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Figura 3.33 - Superfície de falha transcorrente, com cinemática sinistral indicada por estrias (slickenlines) e ressaltos (steps), em metaconglomerado
paleoproterozoico mineralizado em ouro do Grupo Araí, Natividade, Tocantins.
Figura 3.34 - Falha transcorrente sinistral deslocando enclaves máficos em granodiorito neoproterozoico da Suíte Sítios Novos, Faixa Sergipana, em
Sítios Novos, Sergipe. Veios pegmatíticos mais novos truncam a falha.
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Figura 3.36 - Falhas transcorrentes dextrais, vistas em planta, em calcário (laminito algal) neoproterozoico da Unidade Nova América, Formação
Salitre, Bacia de Irecê, Bahia. Observar estilolitos ortogonais às camadas, destacados em azul e com a orientação do vetor de tensão máxima indicada.
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Figura 3.37 - Falha transcorrente sinistral, vertical, deslocando veio pegmatítico em ortognaisse milonítico arqueano do Vale do Paramirim, Bahia.
Figura 3.38 - Detalhe em planta de falha transcorrente sinistral e juntas associadas, em metavulcânicas máficas e félsicas neoproterozoicas do
Complexo Bom Jardim de Goiás, no rio Indaiá, Bom Jardim de Goiás, Goiás.
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Figura 3.40 – Vista em planta de falhas transcorrentes sinistrais, verticais, em granitóide porfirítico neoproterozóico, deslocando dique de diabásio.
Domínio Canindé da Faixa de Dobramentos Sergipana, em Canindé do São Francisco, Sergipe.
77
Figura 3.41 - Zonas transpressionais (flor positiva) e transtracionais (flor negativa) desenvolvidas em sinuosidades (jogs) de falhas transcorrentes,
78
Figuras 3.42 e 3.43 - Estrutura tipo flor positiva (falhas inversas divergentes) originada em zona transpressional ao longo de falha transcorrente sobre
rochas metabásicas e granitoides leucocráticos, durante a Orogênese Brasiliana (Neoproterozoico). Canindé do São Francisco, Sergipe.
Figura 3.44 - Estrutura tipo flor positiva, com falhas compressionais divergentes e zona transpressional de falha transcorrente, em ortognaisse
paleoproterozoico do Complexo Itapetinga, Itapebi, Bahia.
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Figuras 3.45 e 3.46 - Estruturas transpressionais tipo flor positiva ( dobras e falhas compressionais divergentes) associadas a jogs de falha transcorrente,
em quartzitos neoproterozoicos do Cinturão Dom Feliciano, próximos a Herval, Rio Grande do Sul.
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Figura 3.48 - Detalhes da falha com brecha e pseudotaquilito mostrando o bandamento milonítico da rocha granulítica arqueana do Complexo
Caraíba, Cinturão Salvador-Curaçá, em Riachão do Jacuípe, Bahia.
81
Figura 3.50 - Detalhe em planta de brecha, microbrecha e pseudotaquilito em falha transcorrente dextral em ortognaisse charnoquítico milonítico
do Complexo Caraíba, Riachão do Jacuípe, Bahia. Os veios laterais de pseudotaquilito indicam a posição do vetor de compressão máxima σ1 ( falha
transcorrente dextral).
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Figura 3.51 - Brecha de falha em metassiltito mesoproterozoico da Formação Santo Onofre, Serra do Espinhaço Setentrional, Ibotirama, Bahia.
Observar concentrações de manganês na matriz da brecha .
4. BOUDINS
Os boudins são estruturas originadas em camadas ou bandas mais competentes que as camadas ou bandas
menos competentes laterais, submetidas a tensão ortogonal ou quase ortogonal a elas. Quanto maior for o
contraste de competência (viscosidade), mais os boudins serão mais retangulares em seção, e afastados entre si. À
medida que as propriedades reológicas das camadas se aproximam, eles serão lenticulares, ondulados (estrutura
pinch and swel), com esta ilustrado na figura abaixo. Este mesmo processo funciona para diques encaixados em
rochas menos competentes e submetidos a deformação dúctil com compressão ortogonal aos mesmos.
Deste modo, os boudins são ótimos indicadores da posição do vetor de tensão máxima, ortogonal aos mesmos
(achatamento). Caso os boudins sejam assimétricos, sigmoidais, indicam que houve rotação por cisalhamento.
Figura 4.1 - Processo de formação de boudins em camadas com contrastes de viscosidade desde muito grande até inexistente, em relação ao meio onde
estão intercalados (ou intrudidos, no caso de diques), submetido a deformação não-rotacional, com tensão máxima ortogonal. Observar a forma dos
boudins, em função dos contrastes.
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Figura 4.2 - Comportamento de camadas (ou diques) competentes com orientações diversas submetidas a deformação não-rotacional, no
mesmo campo de tensões. As camadas A e B estão no campo do estiramento, e irão boudinar, enquanto as camadas C e D irão dobrar (campo do
encurtamento).
86
Figura 4.7 - Detalhe de boudin de granito do Maciço Coronel João Sá em biotita xisto do Grupo Macururé, ambos neoproterozoicos da Faixa
Sergipana, no riacho Salgado, Coronel João Sá, Bahia. Observar veios de quartzo extensionais, indicativos da posição do vetor de tensão máxima σ1.
Figura 4.8 - Boudins de anfibolito em paragnaisse migmatítico paleoproterozoico do Complexo Sertânia, região de Sertânia, Província Borborema,
Pernambuco. Observar mobilizados neossomáticos ocupando extensão gerada entre boudins (neck).
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Figura 4.9 - Dique de rocha básica boudinado, encaixado em marga neoproterozoica, dobrada, Pedreira Matarazzo, Unidade Arroio Grande, Cinturão
Dom Feliciano, Rio Grande do Sul.
Figura 4.10 - Detalhe de rocha básica boudinada, intrusiva em marga, com veios de calcita e mineralogia típica de metamorfismo termal (skarn), tais
como granada e diopsídio. Pedreira Matarazzo, Arroio Grande, Rio Grande do Sul. Observar posição dos vetores de tensão máxima (σ1) e mínima
(σ3) responsáveis pela origem dos boudins.
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Figura 4.11 - Veios de quartzo boudinado em metabasaltos de terreno greenstone belt arqueano da região de Rio Maria, sudeste do Pará.
Figura 4.12 - Boudins de anfibolito em ortognaisse arqueano do Complexo Entremontes, Parnamirim, Pernambuco. O achatamento dos boudins foi
provocado por uma segunda fase de dobramento, coaxial (elipsoide vermelho). Ver posição do vetor de compressão máxima fase que gerou os boudins,
na fase anterior (elipsoide branco).
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Figura 4.13 - Boudin em veio de pegmatito encaixado paralelamente à foliação de cordierita - quartzo xisto neoproterozoico da Formação Salinas,
Faixa Araçuaí, em Araçuaí, Minas Gerais.
Figura 4.14 - Boudins em mobilizados leucossomáticos de migmatito paraderivado neoproterozoico do Complexo Jequitinhonha, Faixa Araçuaí, entre
Itaobim e Almenara, Minas Gerais. Observar concentrações de granada (cor vermelha) e de cordierita (cor preta) nos neossomas pegmatíticos.
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Figura 4.15 e 4.16 - Boudins de granito em metapelitos arqueanos do Complexo Boquira, na mina desativada de chumbo de Boquira, Bahia.
5. DOBRAS
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5. DOBRAS
As dobras são as estruturas visualmente mais atrativas nos trabalhos de campo, e ocorrem com variedadeida
muito grande de tamanhos e formas, o que leva a um grande número de classificações. Elas são formadas de
muitas maneiras, principalmente por encurtamento de camada horizontais, ou de bandas pré-existentes. Tam-
bém podem estar relacionadas a arrastos laterais de falhas, ou formadas durante a movimentação de zonas de
cisalhamento dúcteis. As dobras originadas em coberturas sedimentares cratônicas de baixo grau metamórfico
(como o Supergrupo Espinhaço) e em faixas de dobramentos marginais (como a Faixa Sergipana), geralmente
são formadas por processos de deslizamento flexural das camadas. Estas dobras são mais facilmente descritas e
interpretadas, enquanto as dobras de terrenos metamórficos de alto grau geralmente são mais desarmônicas e
resultantes de eventos deformacionais superpostos. São exemplificadas também as dobras não-cilíndricas, tipo
bainha, desenvolvidas em condições de intenso fluxo dúctil (zonas de cisalhamento).
As classificações de dobras são mostradas em todos os livros didáticos sobre Geologia Estrutural, assim
como a indicação de quais são os elementos estruturais planares e lineares passíveis de tomadas de atitudes no
campo. Neste livro, porém, é dado mais ênfase à descrição das dobras vistas em perfil, ou seja, são descritas suas
feições em seção perpendicular ao seu eixo, onde se posicionam os eixos cinemáticos de maior encurtamento
(Z) e de maior estiramento (X), do elipsoide de deformação. Isto permite chegar, como nas demais estruturas,
ao principal foco deste trabalho, que é efetuar a análise dinâmica das dobras, e orientar os eixos de tensão
máxima (σ1) e mínima (σ3) do elipsoide de tensão, responsável pela sua configuração e posição espacial atual.
Deste modo, é importante observar e descrever com seguintes feições: orientação (atitudes) dos flancos e da
superfície axial; o valor do ângulo inter-flancos; a presença e geometria de dobras subsidiárias nos flancos e na
charneira; a vergência, cujo sentido é contrário ao mergulho da superfície axial em dobras assimétricas; a relação
entre as atitudes dos flancos e da superfície axial; o afinamento e rompimento de flanco; a regularidade ou não
da espessura das camadas ou bandas; a associação com falhas ou zonas de cisalhamento dúcteis; a geometria
não-cilíndrica, com formas circulares que podem ser seções de dobras tipo bainha; o posicionamento intrafolial
em bandamento milonítico; juntas e veios associados; formas típicas de redobramentos; etc.
Neste livro, é mostrada grande variedade de exemplos de dobras, e as estruturas associadas a elas, tais como
clivagens, lineação de interseção, boudins, dentre outras, são ilustradas em capítulos específicos.
Do mesmo modo que é feito nas demais estruturas, as dobras serão objeto de análise estrutural comple-
ta, sempre com ênfase na interpretação da posição do vetor de tensão máxima responsável pelo processo de
encurtamento.
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Figura 5.1 - Veios de pegmatito em granitoide do embasamento arqueano na região de Campo Alegre de Lourdes, Bahia. Observar como o contraste
de competência entre o granito e o enclave máfico propiciou o dobramento do veio, ao contrário do veio que corta o granito, que têm viscosidades
semelhantes, e não dobra (vetor de tensão máxima paralelo ao veio). A figura ao lado da foto ilustra o processo de dobramento de veios (ou camadas),
em função do contraste de competência (viscosidade) com a rocha encaixante, com o vetor de tensão máxima σ1 sub-paralelo a eles.
Figura 5.2 - Dobra recumbente isoclinal em rochas metacarbonáticas neoproterozoicas da Formação Jacoca, Grupo Miaba, Faixa Sergipana. Observar
clivagem de plano axial paralela ao acamamento suborizontal. Fazenda Capitão, Macambira, Sergipe.
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Figura 5.3 - Mesmo local da foto anterior, mostrando dobra recumbente em rochas carbonáticas neoproterozoicas, com falha compressional rompendo
o flanco inverso, Observar estilos diferentes das dobras em função da espessura e competência das camadas.
Figura 5.4 - Outra visão das dobras recumbentes nas rochas carbonáticas da Faixa Sergipana na Fazenda Capitão, associadas falha compressional
suborizontal (cavalgamento).
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Figura 5.5 - Dobras apertadas em metarenitos e metassiltitos arqueanos da Formação Águas Claras, Província Mineral dos Carajás, portadores de
depósitos manganesíferos (Mina do Azul), Parauapebas, Pará.
Figura 5.6 - Dobras apertadas, reviradas, em metapelito carbonoso mesoproterozoicos da Formação Santo Onofre, Supergrupo Espinhaço, em Caetité,
Bahia.
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Figura 5.7 - Dobra isoclinal revirada em ortognaisse do embasamento arqueano da Faixa Sergipana, na parte central do Domo de Itabaiana, Campo
do Brito, Sergipe. Envolvida em zona de cisalhamento compressional dúctil, transpondo parcialmente outras dobras, à esquerda da foto.
Figura 5.8 - Dobra reclinada, apertada, em ortognaissse arqueano do Complexo Sobradinho-Remanso, da região de Petrolina, Pernambuco. A lapiseira
indica a orientação do eixo da dobra.
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Figura 5.9 - Dobras apertadas a isoclinais em metapsamitos finos, arqueanos, da Formação Águas Claras, Província Mineral dos Carajás, realçadas por
camadas manganíferas. Observar fraturas com diversas atitudes. Rodovia Parauapebas-Curionópolis, Pará.
Figura 5.10 - Outro detalhe do mesmo afloramento da foto anterior, mostrando dobras reclinadas, com foliação de superfície axial (traço branco), e
eixo indicado pela lapiseira (lineação tipo lápis). Juntas de cisalhamento transversais (em vermelho).
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Figuras 5.11 e 5.12 - Dobra apertada a isoclinal em quartzito neoproterozoico do Grupo Araxá no Parque Estadual dos Pirineus, em Pirenópolis,
Goiás; e dobra apertada em quartzito mesoproterozoico aurífero da Formação Fortuna, na Mina São Vicente, Serra da Borda, oeste do Mato Grosso.
Figura 5.13 - Dobra subsidiária estilo Z, no flanco inverso de dobra revirada, com charneira antiformal à esquerda da foto, em granada-biotita xisto
neoproterozoico, em corte da rodovia Rio do Ouro-São Luiz dos Belos Campos, Goiás.
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Figura 5.14 - Dobras sinformais e antiformais em metacalcário neoproterozóico com geometria perturbada por intenso fraturamento. Formação
Corumbá da Faixa Paraguai, região sudoeste do Mato Grosso do Sul.
Figura 5.15 - Estilo de dobras, em calcário neoproterozoico laminado com camadas silicosas, da Unidade Irecê, Formação Salitre, Bacia de Irecê. Corte
de rodovia, próximo a Irecê, Bahia. Situado na parte frontal de falha inversa de baixo ângulo (cavalgamentos).
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Figura 5.16 - Dobra recumbente em metassiltitos e metapelitos arqueanos da Formação Águas Claras, em Serra Pelada, outrora grande garimpo
produtor de ouro na Província Mineral dos Carajás, Pará. O retângulo localiza a próxima foto.
Figura 5.17 - Detalhe do fechamento da dobra recumbente nos metassiltitos e metapelitos arqueanos da Formação Águas Claras, em Serra Pelada,
Carajás, mostrada na foto anterior. A mineralização aurífera tem controle estrutural, concentrando-se na charneira de dobra semelhante a esta, em
subsuperfície. Observar posição do eixo da dobra indicada pela seta.
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Fotos 5.18 e 5.19 - Dobras abertas em quartzitos auríferos mesoproterozoicos da Formação Fortuna, Mina São Francisco, Serra da Borda, oeste do
Mato Grosso. Observar também o intenso faturamento. Os veios de quartzo mineralizados concentram-se tanto entre as camadas e nas charneiras das
dobras, como também nas fraturas.
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Figura 5.20 - Dobra apertada, reclinada, em quartzitos arqueanos na serra do Sereno, Província Mineral de Carajás, nordeste de Parauapebas, Pará.
Figura 5.21 - Dobras estilo chevron em filitos e matacalcários neoproterozoicos da Formação Frei Paulo, Grupo Vaza - Barris, Faixa Sergipana, em
Mocambo, Sergipe.
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Figura 5.22 - Dobras apertadas estilo M em filitos e metassiltitos neoproterozoicos da Formação Frei Paulo, Grupo Vaza- Barris, Faixa Sergipana, em
São Domingos, Sergipe.
Figura 5.23 - Maior detalhe da geometria das dobras abertas a apertadas em filitos neoproterozoicos da Formação Frei Paulo, no mesmo afloramento
da foto anterior.
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Figura 5.24 - Dobras apertadas, reclinadas, em paragnaisse mesoproterozoico da Formação Migrantinópolis, do Grupo Nova Brasilândia, no Balneário
de Rolim de Moura, Rondônia. O vetor de tensão intermediária σ2 é paralelo ao eixo das dobras.
Figura 5.25 - Mesmo afloramento da foto anterior, mostrando visão frontal das dobras reclinadas e seu aspecto em planta, deformando o bandamento
composicional e pegmatito concordante; e veios de quartzo escalonados (tension gashes), de deformação rúptil transcorrente sinistral mais ,nova. Ver
orientação dos vetores de tensão máxima (σ1) das duas deformações.
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Figura 5.26 - Dobra revirada, apertada, em metapelito mineralizado em fosfato sedimentogênico, na mina de Fosfato de Patos de Minas, Minas
Gerais. Observar forte clivagem ardosiana plano-axial, e zona defalha compressional (inversa) e de fraturamento subvertical, na parte central da foto.
Juntas de cisalhamento em X (direita da foto) indicam movimentação extensional (vetor de compressão máxima sub-vertical).
Figura 5.27 - Dobras isoclinais em paragnaisse mesoproterozoico do Complexo Cabrobó, substrato de metassedimentos pelíticos neoproterozoicos do
Grupo Macururé (Faixa Sergipana). Corte na margem do Riacho Tim-Tim, Macururé, Bahia.
108
Figura 5.28 – Detalhe em corte de dobra isoclinal em paragnaisse mesoproterozoico do Complexo Cabrobó, substrato dos metassedimentos pelíticos
neoproterozoicos do Grupo Macururé (Faixa Sergipana, Margem do Riacho Tim-Tim, Macururé, Bahia).
Figura 5.29 - Dobras estilo caixa em metassedimentos psamíticos neoproterozoicos do Subgrupo Paraopeba, Supergrupo São Francisco, rio
Andrequicé, Minas Gerais.
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Figura 5.30 - Dobras desarmônicas em ortognaisse arqueano do Complexo Córrego do Cedro, Monte Azul, Minas Gerais. Formas sugestivas de
redobramentos coaxiais, com eixos suborizontais. Traço axial do primeiro dobramento em vermelho, e do segundo dobramento em amarelo.
Figura 5.31 - Dobra intrafolial isoclinal, vista em planta, em ortognaisse paleoproterozoico com bandamento milonítico de transposição, do Complexo
Limoeiro, Monte Azul, Minas Gerais.
110
Figura 5.32.- Dobras abertas em bandamento composicional (acamadamento sedimentar reliquiar) com concentrações de nódulos de silimanita e
quartzo, em paragnaisse da Formação Migrantinópolis, Grupo Nova Brasilândia, Rondônia.
Figura 5.35 - Mesmo afloramento da figura anterior, visto em planta, com as dobras parcialmente, transpostas por cisalhamento transcorrente sinistral,
e localmente com relíquias de redobramento.
112
Figura 5.36 - Dobras tipo kink bands em filitos neoproterozoicos do Grupo Macururé, Faixa Sergipana, em corte
da estrada de acesso a Coronel João Sá, Bahia.
Figura 5.37 - Dobras tipo kink bands em filito neoproterozoico do Grupo Macururé, Faixa Sergipana, Coronel João Sá, Bahia. Observar sistema de
juntas extensionais, verticais, paralelas aos planos axiais das kinks bands. Mesmo local da foto anterior.
113
Figura 5.38 - Dobras tipo kink bands em filitos neoproterozoicos da Formação Barra Bonita, Faixa Riacho do Pontal, São Raimundo Nonato, Piauí.
Figura 5.39 - Dobras tipo kink bands em metapelitos arqueanos do Greenstone Belt de Lagoa Seca, na região de Rio Maria, a sul de Carajás, Pará. Neste
local apresenta concentrações de formação ferrífera, explorada comercialmente.
114
Figura 5.40 - Dobra tipo domo em metapelito arqueano da Formação Águas Claras, com concentrações de manganês, na Mina do Azul, Província
Mineral de Carajás, Pará.
Figura 5.41 - Vista em planta de dobras reclinadas, apertadas, em ortognaisse do Complexo Cristalândia do Piauí, Faixa Rio Preto, Piauí. A lapiseira
mostra a orientação do eixo das dobras.
115
Figura 5.42 - Dobras apertadas a isoclinais, reviradas, em ortognaisse tonalítico com intercalações anfibolíticas do embasamento arqueano da Faixa
Sergipana, na parte central do Domo de Itabaiana, Campo do Brito, Sergipe.
Figura 5.43 - Dobras fechadas, reclinadas, em metapelitos neoproterozoicos da Formação Formosa, Grupo Rio Preto, da Faixa Rio Preto, borda
noroeste do Cráton do São Francisco. Exposição em corte de rodovia, na região de Cristalândia do Piauí, Piauí.
116
Figura 5.44 - Dobras fechadas a abertas em calcário laminado (laminitos algais) neoproterozoico da Unidade Nova América, Formação Salitre, Bacia
de Irecê, Bahia.
Figura 5.45 - Dobra tipo caixa assimétrica, em sedimentos argilosos e areníticos mesoproterozoicos da Formação Tombador, rodovia Seabra -
Ibotirama, Chapada Diamantina, Bahia.
117
Figura 5.46 - Dobras recumbentes em paragnaisse do Complexo Cabrobó, Província Borborema, na região de Iati, Alagoas.
Figura 5.47 - Dobras apertadas a isoclinais, vertcais, em bandamento composicional de metabasalto de greenstone belt da região de Rio Maria, sul de
Carajás, Pará.
118
Figura 5.48 - Detalhe da dobra do afloramento da foto anterior. Observar juntas extensionais paralelas, originadas pelo mesmo campo de tensão que
gerou as dobras, porém em nível crustal superior.
Figura 5.49 - Dobra sinformal aberta, em metacalcário neoproterozoico da Faixa Paraguai, em Livramento, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o
Paraguai.
119
Figura 5.50 - Dobra recumbente com flanco inverso rompido por falha compressional, em calcários e dolomitos neoproterozoicos da Formação Jacoca,
Grupo Miaba, na Fazenda Capitão, borda sudoeste do Domo de Itabaiana, Faixa Sergipana, Sergipe.
Figura 5.51 - Vista em planta de dobras apertadas estilo M em paragnaisse neoproterozoico do Complexo Jequitinhonha, Faixa Araçuaí, Macarani,
Bahia. Observar veios de quartzo lenticulares, sigmoidais, em faixa de transposição das dobras por cisalhamento transcorrente dextral.
120
Figura 5.52 - Dobras com estilo caixa, por vezes desarmônicas, em migmatito paleoproterozoico da região de Arcoverde, Província Borborema,
Pernambuco, com leucossoma e melanossoma constituindo bandamento característico de processo de anatexia.
Figura 5.53 - Dobra não-cilíndrica, desenvolvida por deslocamento diferencial de massa em rochas carbonáticas neoproterozoicas laminadas da
Formação Salitre, Bacia de Irecê, rodovia Irecê-Jussara, Bahia. A seta indica o sentido do transporte tetônico.
121
Figura 5.54 - Seção frontal das dobras, não cilíndricas (tipo bainha) da foto anterior.
Figura 5.55 - Mesmo afloramento das duas fotos anteriores, mostrando uma seção lateral da dobra não-cilíndrica revirada, na direção do transporte
tectônico (da esquerda para a direita da foto). Calcário laminado da Formação Salitre, Bacia de Irecê, Bahia.
122
Figura 5.56 e 5.57 - Vista lateral de dobras não-cilíndricas tipo bainha, recumbentes, em paragnaisse migmatítico, milonítico no rio Inhaúmas, São
José da Lage, Pernambuco, com transporte tectônico para a esquerda da foto, indicado pelas setas.
123
Figuras 5.58 e 5.59 - Mesmo afloramento da foto anterior, em São José das Lages, Pernambuco, mostrando agora a seção frontal de dobras tipo
bainha, com as formas geométricas características realçadas.
124
Figura 5.60 - Vista frontal de dobras não-cilíndricas tipo bainha, em ortognaisse milonítico em corte de ferrovia, na Vila Machado Portela, Iramaia,
Bahia. As formas semicirculares são seções de dobras cônicas desenvolvidas em zona de cisalhamento suborizontal, com intenso fluxo milonítico.
Retângulo vermelho mostrado em detalhe próxima foto.
Figura 5.61 - Detalhe da seção frontal de dobras cônicas tipo bainha, com destaque para as formas semicirculares, com lineação de estiramento
suborizontal.
125
6. REDOBRAMENTOS
126
6. REDOBRAMENTOS
Os redobramentos são identificados nos afloramentos através de formas geométricas características, deno-
minadas figuras de interferência, que dependem das atitudes dos eixos e planos axiais das dobras da primeira
fase de dobramento, e da posição dos tensores da segunda fase. A figura abaixo mostra os três tipos de figuras
de interferência mais frequentes e a forma de geração das mesmas.
Figura 6.1 - Geometria e orientação das dobras de dois eventos compressionais responsáveis por redobramentos e as figuras de interferência
resultantes.
As formas resultantes das interferências de dobramentos tipos 1 (domos e bacias) e 3 (laço ou coaxial) são
relativamente fácies de serem reconhecidas e interpretadas no campo, enquanto que as formas do tipo 2 são
muito variadas e por vezes com geometrias confusas, similares a bumerangue, morcego, árvore de natal, etc.
Vários exemplos das figuras de interferência são mostradas nas fotografias a seguir, e a orientação do vetor
de compressão máxima σ1 de cada uma das fases
127
Figura 6.2 - Figura de interferência de dobramentos tipo domos e bacias, em filitos neoproterozoicos da Formação Barra Bonita, Faixa Riacho do
Pontal, São Raimundo Nonato, Piauí.
Figura 6.3 - Figura de interferência de dobramentos tipo domos e bacias, em filito neoproterozoico da Formação Barra Bonita, Faixa Riacho do
Pontal, São Raimundo Nonato, Piauí. Observar as direções ortogonais das duas crenulações, indicando as orientações dos vetores de tensão máxima σ1
que produziram o redobramento.
128
Figura 6.4 - Vista em planta de sistemas de veios extensionais de calcita em calcário neoproterozoico da Unidade Nova América, Formação Salitre,
Bacia de Irecê, Vila Ipanema, Bahia. Observar que dois principais sistemas são aproximadamente ortogonais, indicando duas direções de tensões
máximas.
Figura 6.5 - Mesmo afloramento da foto anterior, mostrando juntas estilolíticas quase ortogonais, confirmando as duas direções de vetores de
compressão máxima, gerando redobramento tipo domos e bacias.
129
Figura 6.6 - Figura de interferência de dobramentos tipo domos e bacias em ortognaisse paleoproterozoico da Província Borborema, próximo a
Cabaceiras, Paraíba.
Figura 6.7 - Redobramento tipo domos e bacias em depósito de minério bandado de Fe-Ti-V, de idade paleoproterozoica, em Campo Alegre de
Lourdes, Bahia. Observar estruturas lineares similares a mullions, que indica os eixos de dobras apertadas de primeira geração, redobrados quase
ortogonalmente por dobras abertas, indicados na foto, bem como as orientações dos vetores de tensão máxima.
130
Figura 6.8 - Figura de interferência de dobramentos tipo domos e bacias, em ortognaisse arqueano do Complexo Sobradinho-Remanso,. na região de
Petrolina, Pernambuco.
Figura 6.9 - Figuras de interferência de dobramentos tipo domos e bacias, em ortognaisse paleoproterozoico, vistas em planta, na região de Santa Cruz
do Capibaribe, Pernambuco.
131
Figura 6.11- Observação direta das duas fases de dobramentos ortogonais, que resultaram na figura de interferência da foto anterior, vista no mesmo
local. Observar a posição dos vetores de tensão máxima, horizontais e quase ortogonais.
132
Figura 6.12 - Redobramento tipo domos e bacias em calcários laminados (laminitos algais) neoproterozoicos da Unidade Nova América, Formação
Salitre, Bacia de Irecê, na vila Ipanema, Bahia.
Figura 6.13 - Redobramento tipo domos e bacias em quartzito neoproterozoico do Grupo Araxá, no Parque Estadual dos Pirineus, Pirenópolis, Goiás.
Observar estruturas lineares similares a mullions paralelas ao eixo da dobra da primeira fase, dobrados pela segunda fase (σ1 amarelo), quase ortogonais.
133
Figura 6.14 - Figura de interferência de dobramento tipo bumerangue, em gnaisse migmatítico arqueano, Complexo Sobradinho – Remanso, região
de Petrolina, Pernanbuco.
Figura 6.15 - Vista em planta de figura de interferência de dobramentos tipo bumerangue, em calcário da Formação Salitre, Bacia do Salitre, em
Tiquara, Bahia.
134
Figura 6.16 - Vista em corte de figura de interferência de dobramentos tipo laço (ou coaxial) em metacalcário neoproterozoico da Formação Barra
Bonita, Faixa Riacho do Pontal, Parque Nacional da Serra da Capivara, São Raimundo Nonato, Piauí. Destaque para os traços das superfícies axiais
das duas fases de dobramento, e a orientação do vetor de tensão máxima σ1 da segunda fase.
Figura 6.17 - Figura de interferência de dobramento tipo laço (ou coaxial) em filitos e metassiltitos (metarritmitos) neoproterozoicos do Grupo
Macururé, Faixa Sergipana, em Coronel João Sá, Bahia. Observar dobras isoclinais de primeira fase, e dobras abertas de segunda fase, com clivagem
ardosiana e veios de quartzo boudinados paralelos, ortogonais a σ1 desta fase.
135
Figura 6.18 - Figura de interferência de dobramentos tipo laço (ou coaxial) em paragnaisse migmatítico do Complexo Jequitinhonha, Faixa Araçuaí,
em Jequitinhonha, Minas Gerais. Observar fechamento de dobra isoclinal de primeira fase, ao lado direito da escala, e a orientação de σ1 da segunda
fase.
Figura 6.19 - Redobramento coaxial em paragnaisse migmatítico do Complexo Jequitinhonha, faixa Araçuaí, em Jequitinhonha, Minas Gerais,
indicado pela incongruência de dobras parasíticas com a dobra de primeira fase.
136
Figura 6.20 - Redobramento tipo laço (coaxial) em ortognaisse arqueano na região de Correntes, Piauí. A dobra aberta com superfície axial vertical é
de segunda geração, enquanto a dobra recumbente isoclinal é de primeira geração (ver detalhe na próxima foto).
Figura 6.21 - Detalhe da foto anterior, mostrando o fechamento da dobra isoclinal recumbente da primeira fase de deformação (traço em laranja) e
dobra aberta da segunda fase (traço vertical, em vermelho).
137
Figura 6.22 - Figura de interferência de dobramentos tipo laço (ou coaxial), indicada por bandas félsicas em rochas neoproterozoicas do Complexo
Metavulcanossedimentar de Jaupaci, no córrego Custódio dos Santos, zona de influência do Lineamento Morpará- Novo Brasil, Israelândia, Goiás.
Figura 6.23 - Redobramento tipo laço (ou coaxial) em ortognaisse arqueano do Complexo Entremontes, Parnamirim, Pernambuco, indicado por
fechamento1 da de dobra isoclinal da primeira fase, vista ao lado esquerdo da escala, redobrada por dobra aberta. Boudins de anfibolito gerados no
primeiro dobramento e achatados pelo segundo também indicam as duas fases de encurtamento (ver posição de σ1 da primeira fase, em vermelho).
138
Figura 6.24 – Vista em planta de figuras de interferência de dobramentos tipos domos e bacias e bumerangue, com orientação aproximada do elipsóide
de tensão, em ortognaisse paleoproterozóico,. Região de Santa Cruz do Capibaribe, Pernambuco.
Figura 6.25 – Figura de interferferência de dobramentos tipo domos e bacias, em filito neoproterozóico da Formação Barra Bonita, Faixa Riacho do
Pontal, São Raimundo Nonato, Piauí.
139
7. FOLIAÇÕES
140
7. FOLIAÇÕES
Foliação é o termo genérico utilizado para designar superfícies metamórficas formadas durante processo de
deformação e recristalização, durante fluxo dúctil, cuja paragênese depende das condições de temperatura e
pressão a que a rocha estava submetida. São classificadas genericamente como clivagem, xistosidade, foliação
gnáissica e foliação milonítica.
A clivagem é um tipo especial de foliação, formada durante processo de dobramento e posicionada no plano
axial do mesmo, ortogonal ao vetor. de compressão máxima σ1, sob condições de metamorfismo de baixo grau.
A clivagem ardosiana ocorre em rochas pelíticas de granulação fina, similares a ardósia, cujos planos são
lisos ao tato, formados por cristalização de minerais micáceos não visíveis olho nu (sericita, por exemplo).
A clivagem de fratura (ou disjuntiva) são fraturas subparalelas a superfície axial de dobra, com espaçamen-
to milimétrico a centimétrico, em camadas competentes, sem geração de minerais recristalizados. É considerada
como uma clivagem devido a sua associação espacial com a clivagem ardosiana, em um mesmo dobramento.
A xistosidade caracteriza-se pela orientação preferencial de minerais micáceos ou placoides, visíveis a olho
nu, como ocorre nos xistos.
A foliação gnáissica (ou bandamento gnáissico) é desenvolvida geralmente em rochas de grau metamór-
fico médio a alto, e caracteriza-se pela alternância de faixas de diferentes composições minerais ou texturais,
geralmente com bandas claras quartzo-feldspáticas e bandas de minerais máficos.
A foliação milonítica (ou bandamento milonítico) é um tipo especial de foliação gnáissica, originada por
cisalhamento dúctil, que provoca estiramento e geralmente diminui a granulação original da rocha. Na análise
dinâmica, o vetor de compressão máxima estará posicionado a 45º da direção da foliação paralela à zona de
cisalhamento.
A foliação de transposição é um tipo de foliação milonítica, gerada pela rotação total (ou quase total) de
foliações preexistentes, a partir de dobramento e cisalhamento dúctil intenso.
Figura 7.1 - Vista em corte de clivagem ardosiana em metacalcários e metadolomitos neoproterozoicos da Formação Jacoca, Grupo Miaba, Faixa
Sergipana, na Fazenda Capitão, Macambira, Sergipe. Observar que, nas camadas brancas, mais competentes, a clivagem é espaçada, do tipo clivagem
de fratura ou disjuntiva. A clivagem é plano axial de dobra recumbente. O vetor de tensão máxima σ1 é ortogonal à clivagem.
Figura 7.2 - Outro aspecto das clivagens ardosiana (nas camadas de metacalcário) e de fratura (nas camadas de dolomito, mais competentes), em
posição ortogonal ao acamadamento, indicando posição no fechamento da dobra. Mesmo local da foto anterior.
142
Figura 7. 3 - Clivagem ardosiana vertical em filito neoproterozoico da Formação Frei Paulo, Grupo Vaza-Barris, Faixa Sergipana, posicionada em
flanco direito de dobra antiformal, com fechamento para a esquerda da foto (mergulho das camadas para a direita da foto). Corte de rodovia, próximo
a Mocambo, Sergipe.
Figura 7.4 - Mesmo local da foto anterior, agora com a clivagem ardosiana vertical ortogonal ao acamadamento suborizontal, indicando posição na
charneira da dobra. A lineação de interseção entre a clivagem e as camadas (em faixas) indica a atitude do eixo da dobra (horizontal).
143
Figura 7.5 - Detalhe das dobras apertadas e falha recumbente em rochas carbonáticas neoproterozoicas da Formação Jacoca, na Fazenda Capitão,
Faixa Sergipana, com destaque para a clivagem ardosiana desenvolvida nas camadas escuras, e a clivagem de fratura, com refração, desenvolvida nas
camadas claras, mais competentes (dolomíticas).
Figura 7.6 - Clivagem de fratura e ardosiana em fechamento de anticlinal em estilo aberto, em metapsamitos e metapelitos mesoproterozoicos da
Formação Santo Onofre, Supergrupo Espinhaço, em corte de rodovia próximo a Ibotirama, Bahia. A clivagem mais penetrativa limita-se às camadas
mais argilosas, na parte interna da dobra.
144
Figura 7.7 - Clivagem ardosiana plano-axial de dobra apertada, desenvolvida em rocha metaultramáfica bandada, talcificada, com níveis quartzosos
(chert), de idade arqueana, no Greenstone Belt de Umburanas, em mina de talco desativada, próximo a Umburanas, Bahia.
Figura 7.9- Foliação incipiente, em metabasaltos arqueanos em terrenos greenstone belt da região de Rio Maria, Pará. Observar a estrutura almofadada,
achatada por deformação dúctil não rotacional, com vetor de tensão máxima ortogonal à caneta.
Figura 7.10 - Foliação incipiente em metabasalto com estruturas tipo pillow lavas, originada por achatamento, em greenstone belt da região de Rio
Maria, sudeste do Pará. Observar material inter-pillow e venulações de quartzo.
146
Figura 7.11 - Bandamento regular, vertical, em ortognaisse arqueano do Complexo Entremontes, no Açude Entremontes, Parnamirim, Pernambuco.
Figura 7.12 - Bandamento gnáissico vertical em ortognaisse arqueano do Complexo Córrego do Cedro, em Monte Azul, Minas Gerais.
147
Figura 7.17 - Obervação em corte, de foliação milonítica vertical em diamictito neoproterozoico da Formação Palestina, Faixa Sergipana, próximo ao
rio Vaza-Barris, em Pinhão, Sergipe. Observar clastos estirados e com sombras de pressão.
Figura 7.16 - Vista em planta de foliação milonítica vertical em metaconglomerado mesoproterozoico do Grupo Araí, encaixante de mineralizações de
ouro, em Natividade, Tocantins. Observar clastos lenticulares e matriz foliada.
149
Figura 7.17 - Bandamento gnáissico dobrado em ortognaisse tonalítico, migmatítico, arqueano, na região de Natividade, Tocantins.
Figura 7.1 8 - Foliação milonítica em diamictito neoproterozoico da Formação Ribeirópolis, Grupo Miaba, Faixa Sergipana, com estiramento dos
clastos, em zona de cisalhamento transcorrente. Corte de rodovia em Paripiranga, Bahia.
150
Figura 7.19 - Foliação milonítica em rocha metavulcânica félsica paleoproterozoica do Rift Araí, região de Nova Roma, Goiás. Observar veio de
quartzo boudinado, concordante com a foliação.
Figura 7.20 - Bandamento em ortognaisse migmatítico com dobras suaves, pouco regular, do embasamento arqueano de composição TTG (tonalito-
trondhjemito-granodiorito) na pedreira de Tucumã, Pará. Observar mini-falhas e diques máficos e félsicos transversais ao bandamento.
151
Figura 7.21 - Processo gradativo de formação de foliação de transposição, através do incremento da intensidade de cisalhamento dúctil, que provoca o
rompimento de dobras pré-existentes ao longo de sua superfície axial, podendo apagar totalmente os vestígios das dobras originais.
Figura 7.22 - Vista em planta de ortognaisse milonítico em Itaipava, Rio de Janeiro. Observar dobra isoclinal intrafolial, reliquiar do processo de
transposição por cisalhamento dúctil, junto da escala, e a posição do vetor de tensão máxima σ1 .
152
Figura 7.23 - Vista em planta de foliação milonítica de transposição, atitude vertical, evidenciada por restos de charneiras de dobras isoclinais
rompidas, em gnaisse arqueano do Complexo Limoeiro, próximo a Monte Azul, noroeste de Minas Gerais.
Figura 7.24- Vista em corte de foliação milonítica de transposição em ortognaisse arqueano do embasamento da Faixa Sergipana, no Domo de
Itabaiana, Campo do Brito, Sergipe. Observar relíquias de dobras, estando totalmente transpostas na parte superior da foto. Regime tectônico
compressional.
153
Figura 7.25 - Na foto à esquerda, vista em planta de paragnaisse kinzigítico migmatizado, neoproterozoico, com bandamento gnáissico, localizado
em Itaperuna, Rio de Janeiro. No mesmo afloramento, a rocha é transformada em ultramilonito, em zona de cisalhamento dúctil transcorrente, com
intensa cominuição e desenvolvendo bandamento milonítico regular.
Figura 7.26 – Vista em planta de bandamento milonítico de transposição, vertical, com lentes de mobilizados félsicos quartzo-feldispáticos estirados,
e faixa com relíquias da rocha migmatítica dobrada original. A zona de cisalhamento tem cinemática transcorrente dextral, definida em partes menos
deformadas deste afloramento. Complexo Remanso-Sobradinho , arqueano, em Várzea Branca, Piauí.
154
Figura 7.27 - Vista em planta de bandamento milonítico de transposição, vertical, com relíquias de dobras isoclinais, intrafoliais. Zona de cisalhamento
transcorrente em rocha metavulcânica neoproterozóica. Córrego Custódio dos Santos, Lineamento Novo Brasil-Morpará, Jaupaci, Goiás.
Figura 7.28 – Vista em planta de foliação milonítica vertical em zona de cisalhamento com cinemática transcorrente dextral, indicada por dobras
assimétricas sin-cisalhamento em mobilizados félsicos. Ortognaisse Fazenda Salvador, paleoproterozóico. Região de Soledade, Paraíba.
155
8. LINEAÇÕES
156
8. LINEAÇÕES
Lineações originadas por processos deformacionais são elementos estruturais lineares, paralelos, repetitivos,
penetrativos ou não, associados a estruturas planares nas quais estão contidas. A estrutura linear não-penetrativa
mais frequente está relacionada a superfícies de falha, as denominadas estrias (ou slickenlines), que indicam
a direção de movimentação da falha. Frequentemente associam-se a degraus (steps), ortogonais a elas, que
complementam a informação cinemática, definindo a movimentação relativa dos blocos laterais. Estruturas
lineares semelhantes desenvolvem-se nos flancos de dobra, pelo processo deslizamento flexural das camadas, e
orientam-se ortogonalmente ao eixo da mesma.
Lineações desenvolvidas por processos de dobramentos são muito frequentes, e geralmente indicam a ati-
tude do eixo das dobras que as contêm. As mais comuns são as lineações de interseção, geradas pela interseção
entre as camadas dobradas e a foliação de plano axial, e as estruturas lineares tipos lápis, mullion e boudin. A
lineação tipo rods (barras, bastões monominerálicos) é geralmente paralela ao eixo de dobra, sendo composta
principalmente por quartzo ou calcita.
Eixos de crenulações são lineações que indicam não só a orientação dos eixos das dobras maiores que as
contém, como também a provável existência de uma fase de deformação anterior, pois seu desenvolvimento
requer uma foliação pré-existente (geralmente uma clivagem ardosiana ou uma xistosidade).
A lineação tipo lápis, por seu turno, é desenvolvida principalmente em rochas sedimentares pelíticas-psamí-
ticas finas, tais como metassiltitos e filitos, dobrados e redobrados em padrão laço (coaxial). As formas lineares
são resultantes da interseção do acamadamento e das foliações com as clivagens de plano axial, e têm a mesma
orientação dos eixos dos dobramentos superpostos. Ótimos exemplos são observados em rochas neoproterozói-
cas do Grupo Macururé, na Faixa Sergipana, região de Coronel João Sá, Bahia.
Um tipo especial delineações penetrativas são as lineações de estiramento, características de zona de cisalha-
mento dúctil. Elas são formadas por diversos elementos estirados (minerais, agregados, clastos, enclaves, etc.)
e contidos em foliação milonítica, e tal qual as estrias de falha, indicam a direção da movimentação da zona de
cisalhamento.
Exemplos dos principais tipos de lineações são mostrados nas figuras a seguir.
157
Figura 8.1 - Lineação tipo lápis, suborizontal, paralela a eixo de dobras em quartzito arqueano da Província Mineral do Carajás. Corte da rodovia
Parauapebas-Curionópolis, Pará.
Figura 8.2 - Lineação tipo lápis, paralela a eixo de dobras e redobramentos coaxiais, em filitos e metassiltitos neoproterozoicos do Grupo Macururé,
Faixa Sergipana, em corte da rodovia Carira (Sergipe) – Jeremoabo (Bahia). Observar sistema de juntas extensionais paralelas, ortogonais à lineação.
158
Figura 8.3 - Lineação de interseção identificando o eixo da dobra apertada, revirada, em ortognaisse arqueano do Complexo Sobradinho-Remanso,
próximo a São Braz, Piauí.
Figura 8.4 - Lineação tipo estrias de falha, suborizontais, em plano vertical. Cinemática transcorrente sinistral, indicada pelos ressalto (steps), em
granitóide paleoproterozóico no garimpo Santa Isabel, Província Tapajós, Pará.
159
Figura 8.5 - Estrias de falha de baixo mergulho (cavalgamento), no contato entre metadolomito da Formação Jacoca, sobreposto, e metadiamictitos
da Formação Ribeirópolis, ambas neoproterozoicas e pertencentes ao Grupo Miaba, na Fazenda Capitão, Faixa Sergipana, Sergipe. Observar veios de
quartzo e calcita no contato tectônico.
Figura 8.6 - Lineação de crenulação em micaxisto granadífero neoproterozoico do Grupo Macururé, Faixa Sergipana, em corte da estrada Carira
(Sergipe) - Jeremoabo (Bahia).
160
Figura 8.8 - Tectonito L suborizontal em ortognaisse milonítico arqueano, na região da Serra da Boa Esperança, Avelino Lopes, Piauí.
161
Figura 8.10 - Vista em planta, de lineação de estiramento suborizontal, vista em planta, em metatufo andesítico hidrotermalizado, neoproterozoico,
aflorante na região de Amorinópolis, oeste de Goiás.
162
Figura 8.11 - Quartzito neoproterozoico do Grupo Araxá com desenvolvimento de intensa lineação tipo barras de quartzo (rods), paralela ao eixo de
dobras, ortogonais ao vetor de tensão máxima σ1. Grupo Araxá, na serra dos Pirineus, Pirenópolis, Goiás.
Figura 8.12 - Lineação de interseção (eixo de dobras) paralela a lineação de estiramento suborizontal em rocha metavulcânica milonítica
neoproterozoica no Córrego Custódio dos Santos, Jaupaci, oeste de Goiás.
163
Figura 8.13 - Lineações com forma elipsoidais e de charutos em quartzitos neoproterozoicos do Grupo Araxá, Serra dos Pireneus, Pirenópolis, Goiás.
Estas lineações são paralelas aos eixos de dobras, formadas de modo semelhante a boudins ou mullions, ortogonais à tensão máxima σ1.
Figura 8.14 – Lineação de interseção entre acamadamento sedimentar (mergulho para a direita da foto) e clivagem ardosiana de superfície axial,
vertical. Identifica a orientação do eixo da dobra, horizontal (traço vermelho). Filito neoproterozóico da Formação Frei Paulo, Faixa Sergipana, em
corte de estrada próximo a Mocambo, Sergipe.
164
Figuras 8.15 e 8.16 - Outros aspectos das estruturas lineares em quartzito da Serra dos Pirineus, próximo ao Pico dos Pirineus, mostrando com clareza
o modo de geração das mesmas por processo de dobramento e rompimento de camadas mais competentes entre camadas menos competentes (com
muscovita). Tensão máxima σ1 ortogonal aos eixos das dobras e às lineações.
165
Figura 8.17 - Lineação de estiramento (Lx) em paragnaisse arqueano da Formação Ticunzal, com caimento de alto rake, em zona de cisalhamento
compressional, região de Nova Roma, Goiás. Observar juntas de cisalhamento transversais, conjugadas em padrão X, e posição do vetor de tensão
máxima σ1 para esta fase.
Figura 8.18 - Lineação de estiramento suborizontal em ortognaisse arqueano com foliação milonítica, também suborizontal. Complexo Paramirim,
região do Vale do Paramirim, Bahia. Veio pegmatítico oblíquo, também foliado, e dobra aberta, com eixo paralelo ao estiramento.
166
Figura 8.19 - Tectonito L em granitoide profiroclástico paleoproterozoico, em zona de cisalhamento dúctil suborizontal, com a lineação de
estiramento (eixo X do elipsoide de deformação) dominando sobre elementos planares. Afloramento em corte de ferrovia na Vila Machado Portela,
próximo a Iramaia, Bahia.
Figura 8.20 - Lineação de estiramento de alto rake em ortognaisse milonítico paleoproterozoico do Complexo Itapetinga,
na pedreira de Itapetinga, Bahia.
167
Figura 8.21 - Vista em corte de superfície de falha com estrias e ressaltos (steps) indicativos de movimentação inversa de alto rake. Metacalcário da
Bacia de São João del-Rei, Minas Gerais.
Figura 8.22 – Estrias suborizontais em superfície de falha transcorrente sinistral, cujo movimento relativo é indicado pelos ressaltos (steps), ortogonais
às estrias. Granito neoproterozoico do Lajedo de Pai Mateus, Cabaceiras, Paraíba.
168
Figura 8.23 - Lineação de estiramento em metassedimento mesoproterozóico da Formação Migrantenópolis, Nova Brasilândia, Rondônia.
Figura 8.23 – Vista em planta de lineação de estiramento suborizontal, marcada por estiramento de clastos de quartzo em metaconglomerado
mesoproterozoico deformado por zona de cisalhamento dúctil transcorrente dextral. Grupo Araí, na serra de Natividade, em Natividade, Tocantins.
169
9. ZONAS DE
CISALHAMENTO
170
9. ZONAS DE CISALHAMENTO
Zonas de cisalhamento são faixas de concentração de deformações rotacionais, estreitas em relação ao seu
comprimento, podendo ocorrer em escala de afloramento a escala regional. Podem ter sido desenvolvidas em
níveis rasos da crosta, concentrando estruturas rúpteis, tais como falhas, juntas, veios, brechas, pseudotaquilito,
etc.; ou em níveis crustais intermediários a profundos, onde dominam as estruturas dúcteis, principalmente fo-
liações miloníticas, dobras, minerais e objetos diversos estirados, (geralmente com formas sigmoidais), lineações
de estiramento, e rotação e transposição de estruturas anteriores para a direção da zona.
As zonas de cisalhamento rúpteis e rúpteis-dúcteis concentram ao longo das mesmas juntas, veios, falhas e
rochas associadas a estas, tais como brechas e pseudotaquilito.
As relações angulares entre estas estruturas seguem o modelo estabelecido no Diagrama de Cisalhamentos
Riedel, que mostra a posição de fraturas de cisalhamento (juntas e falhas) e extensionais ao longo da zona de
cisalhamento e, a partir daí, define a cinemática e a orientação do campo de tensão que a originou. A nomen-
clatura destas estruturas, mostrada na figura abaixo (R, R’, T, X, P e Y ) é amplamente utilizada nos trabalhos de
análise estrutural em todas as partes do mundo, inclusive em estudos de mineralizações hidrotermais associadas
a estruturas rúpteis, como na Província Mineral do Tapajós, no Pará e Amazonas, e na Província Alta Floresta,
no Mato Grosso.
As juntas extensionais (T) frequentemente estão preenchidas por veios paralelos em arranjos escalona-
dos (tension gashes), que definem imediatamente uma zona de cisalhamento rúptil, formada por cisalhamento
simples (rotacional). Os veios individuais orientam-se inicialmente a 45 graus do limite da zona, e são muito
utilizados para definir com segurança a sua cinemática (o vetor de compressão máxima σ1 estará posicionado
na mesma direção dos veios). Com a progressão do movimento lateral, os veios escalonados, inicialmente retos,
tendem a se tornar sigmoidais (cisalhamento rúptil-dúctil), e outra geração de veios poderá se formar, com a
orientação e forma daqueles iniciais.
A seguir são apresentados vários exemplos didáticos destas estruturas e como podem ser facilmente inter-
pretadas no campo sob uma visão cinemática e dinâmica.
171
Figura 9.1 - Diagrama de Riedel, com as relações angulares entre as fraturas de cisalhamento e os veios extensionais escalonados (tension gashes),
desenvolvidos em zona de cisalhamento rúptil. A cinemática do exemplo é transcorrente dextral, observada em planta.
Figuras 9.2 e 9.3 - Zona de cisalhamento rúptil transcorrente sinistral, definida por veios de quartzo escalonados em rocha gnáissica paraderivada
arqueana do Complexo Saúde, em Pindobaçu, Serra de Jacobina, Bahia. Na foto ao lado direito, mesmo afloramento com veios de quatzo sigmoidais,
indicando alguma ductilidade em parte das zonas de cisalhamento.
172
Figura 9.4 - Vista em planta de zona de cisalhamento transcorrente sinistral rúptil-dúctil, definida por veios de quartzo extensionais, sigmoidais, em
quartzito neoproterozoico da Formação Itabaiana, borda oeste do Domo de Itabaiana, Faixa Sergipana, em Macambira, Sergipe.
Foto 9.5 - Zona de cisalhamento rúptil transcorrente dextral, caracterizada por veios de quartzo em jogs (zonas transtracionais) de falhas, e veios de
quartzo extensionais oblíquos, ambos portadores mineralizações de ouro. Proximidade da Serra de Natividade, Tocantins. A rocha encaixante é um
metaconglomerado mesoproterozóico, milonítico (Grupo Araí).
173
Figura 9.7 - Zona de cisalhamento rúptil-dúctil compressional (inversa), caracterizada por veios de quartzo sigmoidais escalonados, no contato
tectônico entre rocha meta vulcânica máfica (sotoposta) e quartzito do Supergrupo Espinhaço. Corte em galeria no Garimpo Gentio do Ouro,
noroeste da Bahia.
174
Figura 9.9 - Vista em planta de zona de cisalhamento rúptil-dúctil transcorrente sinistral, caracterizada por veios de quartzo extensionais escalonados
(tension gashes). Desenvolvida em rocha ortognáissica do embasamento arqueano do Vale do Paramirim, próximo a Paramirim, sudoeste da Bahia.
175
Figura 9.10 - Zonas de cisalhamento rúpteis-dúcteis, vistas em corte, caracterizadas por juntas extensionais escalonadas sigmoidais (tension gashes),
preenchidas por quartzo, indicativas de regime tectônico extensional, conforme ilustrado. Desenvolvida em filitos e metassiltitos (ritmitos) da
Formação Frei Paulo, Grupo Vaza-Barris, Faixa Sergipana. Afloramento em corte de estrada, entre Lagarto e São Domingos, Sergipe.
Figura 9.11 - Arranjos de veios extensionais de calcita, escalonados, conjugados, em calcário neoproterozoico da Formação Salitre, Grupo Una, Bacia
de Irecê, rodovia Irecê-Jussara, Bahia.
176
Figura 9.13 – Vista em planta de zonas de cisalhamentos transcorrentes conjugadas, dextrais e sinistrais, definidas por veios extensionais de calcita em
calcário (laminitos microbiais) neoproterozóicos da Unidade Nova América, Formação Salitre, Bacia de Irecê. Vila Ipanema, Bahia.
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Figura 9.14 - Zona de cisalhamento transpressional em granitoide paleoproterozoico do Complexo Cuiú-Cuiú, em cava do Garimpo do Pepeu,
Província Aurífera do Tapajós, Pará. Observar, à esquerda, o filão principal de quartzo, laminado e oxidado, paralelo à zona de cisalhamento,
mineralizado em ouro. A ductilidade do granitoide é induzida pela alteração hidrotermal, originando uma foliação milonítica localizada,
acompanhando o filão de quartzo.
Figura 9.15 – Realce das estruturas rúpteis-dúcteis da figura anterior, associadas a sistema de falhas transpressionais, sigmoidais, com movimentação
oblíqua dextral.
178
As zonas de cisalhamento dúcteis são caracterizadas principalmente pela presença de foliações miloníticas,
denominadas S, C e C’, formadas durante o desenvolvimento das mesmas, e que se constituem do indicador
cinemático mais frequente e mais confiável. A foliação S posiciona-se ortogonalmente em relação ao vetor de
tensão máxima σ1, enquanto que a foliação C está orientada paralelamente à direção da zona de cisalhamento, e
a 45o da direção de σ1. A foliação C’, menos penetrativa e menos frequente, é tardia em relação às duas outras,
e tem orientação paralela à σ1 (Figura 9.15). Com o aumento da intensidade do cisalhamento, as foliações
tendem a se paralelizar, o mesmo acontecendo com todas as estruturas pré-existentes que são rotacionadas, e
estiradas no pela zona de cisalhamento.
Outros indicadores cinemáticos ocorrem no interior da zona de cisalhamento, geralmente com formas
sigmoidais (porfiroclastos, porfiroclastos com sombras de pressão, dobras assimétricas sin-cisalhamento, etc),
ilustrados na figura 9.16 e muitos deles mostrados nas fotografias que se seguem, com a análise estrutural
completa.
Figura 9.16 - Foliações miloníticas S, C e C’, desenvolvidas em uma zona de cisalhamento dúctil, e orientação do vetor de tensão máxima σ1, neste
caso para a rotação horária. Com o aumento da deformação, estas foliações tendem a se paralelizar.
179
Figura 9.17 - Principais elementos estruturais planares e lineares, e indicadores cinemáticos de uma zona de cisalhamento dúctil, com movimentação
suborizontal, com indicação das superfícies de observação de cada um deles.
Figura 9.18 – Superfície para observação dos indicadores cinemáticos de zonas de cisalhamento dúctil, em função do rake da lineação de estiramento
(Lx), contida na foliação milonítica (plano que contém os eixos X e Y do elipsoide de deformação). A seta preta indica a superfície (XZ), onde se deve
procurar os indicadores de rotação: horizontal, no caso de transcorrências (Lx de baixo rake), e vertical nas compressões e extensões (Lx de alto rake).
No caso de Lx com rake de ângulo médio (movimentação obliqua), os indicadores podem ser observados nos dois planos.
180
Figuras 9.19 e 9.20 - Detalhes, em planta, de foliações miloníticas S, C e C´, desenvolvidas em zona de cisalhamento dúctil transcorrente dextral, no
Ortognaisse Fazenda Salvador, paleoproterozoico, da Província Borborema, na região de Soledade, Paraíba. Ver orientação do vetor de compressão
máxima σ1, na mesma direção de C’.
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Figura 9.22 - Detalhe, em planta, de zona de cisalhamento dúctil em rochas metavulcânicas neoproterozoicas com dobras assimétricas sin-
cisalhamento, indicativas de cinemática transcorrente dextral. Córrego Custódio dos Santos, Jaupaci, oeste de Goiás. Área de influência do Lineamento
Novo Brasil-Morpará. Observar bandamento milonítico na metade superior da foto.
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Figura 9.23 - Zona de cisalhamento transcorrente sinistral em ortognaisse arqueano do Complexo Sobradinho-Remanso, na região de Petrolina,
Pernambuco. A cinemática é dada pela relação das foliações miloníticas S e C, conforme mostra a foto seguinte.
Figura 9.24 - Detalhe do afloramento da foto anterior, visto em planta, mostrando as foliações miloníticas S e C, realçadas em vermelho, e a posição
do vetor de tensão máxima σ1, horizontal.
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Figura 9.25 - Detalhe, em planta, de zona de cisalhamento dúctil, com dobras sin-cisalhamento, com geometria indicativa de cinemática transcorrente
dextral. Ortognaisse arqueano do Complexo Entremontes, Parnamirim, Pernambuco. Observar também sistema de juntas extensionais paralelas,
posteriores e transversais à foliação milonítica, e posição dos tensores de deformação máxima das duas deformações.
Figura 9.26 - Mesmo afloramento da foto anterior, mostrando ortognaisse migmatítico arqueano do Complexo Entremontes, com bandamento
milonítico subvertical e dobra isoclinal intrafolial, com eixo também subvertical. Açude Entremontes, Parnamirim, Pernambuco.
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Figura 9.27 - Detalhe, em planta, de zona de cisalhamento dúctil em ortognaisse arqueano do embasamento da Faixa Sergipana (neoproterozoica), no
Domo de Simão Dias, Sergipe. Observar foliações S/C indicativas de transcorrência sinistral.
Figura 9.28 - Zona de cisalhamento compressional de baixo ângulo (cavalgamento), desenvolvida em metaconglomerados (diamictitos)
neoproterozoicos da Formação Palestina, Grupo Vaza-Barris, Faixa Sergipana. Observar clastos estirados e foliações miloníticas S/C. Corte de rodovia
próximo a Canudos, Bahia.
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Figura 9.29 - Zona de cisalhamento dúctil compressional (cavalgamento de baixo mergulho) em diamictito neoproterozoico da Formação Palestina,
Faixa Sergipana, em corte de rodovia entre Canudos e Macururé, Bahia. Observar clastos sigmoidais e foliações S/C características.
Figura 9.30 - Vista em corte de zona de cisalhamento compressional com foliações S e C, em ortognaisses miloníticos paleoproterozoicos do
Complexo Itapetinga, próximo a Itambé, Bahia.
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Figura 9.31 - Detalhe, em planta, de banda de cisalhamento em granito alcalino porfirítico paleoproterozoico da Suíte Lagoa Real, sudoeste da Bahia.
Observar porfiroclastos sigmoidais indicativos da cinemática transcorrente sinistral. Direção do vetor de tensão máxima indicado pela seta da escala.
Figuras 9.32 e 9.33 - Dois detalhes de zona de cisalhamento compressional dúctil (inversa), de alto ângulo, desenvolvida sobre rochas metamáficas
arqueanas do Greenstone Belt de Umburanas, sudoeste da Bahia. Veios de quartzo estirados e localmente dobrados. Corte na Ferrovia de Integração
Oeste-Leste (FIOL), entre Umburanas e Cristalândia, Bahia.
187
Figura 9.34 - Vista em corte de foliações miloníticas tipo S, C e C’, em zona de cisalhamento compressional, em ortognaisse paleoproterozóico do
Complexo Floresta, na região de Cabaceiras, Paraíba. Lateralmente,o aumento da intensidade da deformação paraleliza as foliações S e C.
Figura 9.35 - Detalhe, em planta, de banda de cisalhamento transcorrente dúctil sinistral (foliações S/C e porfiroclastos sigmoidais), em granito
isotrópico paleoproterozoico da Província Aurífera de Alta floresta, Mato Grosso. A ductilidade (em nível crustal raso) foi provocada pela percolação
de fluido hidrotermal ao longo de fraturas (quartzo, clorita e epidoto).
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Figuras 9.37 e 9.38 - Ortognaisse migmatítico arqueano, bandado, com dobras fechadas a apertadas, e eixos de baixo caimento; e aspecto estrutural da
mesma rocha parcialmente transposta por cisalhamento dúctil transcorrente sinistral, no mesmo afloramento. Região de Natividade, Tocantins.
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Figura 9.39 - Vista em corte de rocha metaultramáfica milonítica arqueana, em zona de cisalhamento compressional, com foliações S e C indicativas
da cinemática e da posição do vetor de compressão máxima σ1. Região de São João del Rey, Minas Gerais.
Figura 9.40 - Zona de cisalhamento dúctil contracional , com foliações mloníticas conjugadas S e C, em pelito grafitoso neoproterozóico da Faixa Rio
Preto, margem noroeste do Cratón São Francisco, região de Formosa do Rio Preto, Bahia. Vetor de compressão máxima σ1 horizontal, ortogonal às
foliações S, sigmoidais.
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Figura 9.41 - Ortognaisse migmatítico arqueano visto em corte. com dobras recumbentes e com moblizados concordantes (bandas félsicas
neossomáticas concordantes e discordantes), na região de Natividade, Tocantins.
Figura 9.42 - Outro aspecto do mesmo afloramento da foto anterior, mostrando agora forte bandamento milonítico regular, resultante da transposição
total das dobras por cisalhamento dúctil suborizontal.
191
Figura 9.43 - Vista em planta de zona de cisalhamento transcorrente dúctil com alta intensidade de deformação. A cinemática dextral é indicada
apenas localmente por foliação sigmoidal, tipo S, em bandas lenticulares félsicas. Também ocorrem pares conjugados de juntas de cisalhamento, com
vetor de compressão máxima quase ortogonal à foliação. Rocha metavulcânica máfica milonítica do Complexo Bom Jardim de Goiás, Rio Urubu,
Goiás.
Figura 9.45 - Mesmo afloramento da foto anterior, onde a textura magmática original da rocha vulcânica foi totalmente apagada por uma zona de
cisalhamento dúctil. Observar a foliação milonítica e os porfiroclastos muito estirados.
Figura 9.48 - Zona de cisalhamento compressional (cavalgamento), visto em corte, com foliações S e C, em gnaisse neoproterozoico do Complexo
Vertentes, em Vertentes, Pernambuco.
194
Figura 9.49 - Vista em planta, de granitóide porfiroclástico arqueano deformado por zona de cisalhamento transcorrente dextral, definida por vários
indicadores cinemáticos: foliações miloníticas S e C e C’; porfiroclastos sigmoidais de feldspato, por vezes com sombras de pressão assimétricas
(retângulo verde); e cristais de feldspato fragmentado (retângulo azul). Ortognaisse Lavras, região de Lavras, Minas Gerais.
Figura 9.50 - Zona de cisalhamento compressional (inversa) caracterizada por foliações miloníticas S e C, em rocha metabásica hidrotermalizada,
mesoproterozoica, em garimpo de ouro nos arredores de Gentio do Ouro, Bahia.
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Figura 9.51- Detalhe das foliações miloníticas S e C no mesmo afloramento da foto anterior, indicativas da movimentação inversa.
Figura 9.52 – Zona de cisalhamento compressional suborizontal (cavalgamento) em quartzito neoproterozoico da Unidade Independência do
Complexo Ceará, na região de Independência, Ceará. Observar dobras sin-cisalhamento, assimétricas, e foliações S e C, na metade superior da foto.
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Figura 9.53 – Detalhe das estruturas da zona de cisalhamento da figura anterior, mostrando foliações miloníticas S e C e dobras rompidas, e posição
do vetor de tensão máxima σ1.
Figura 9.54 - Vista em corte de zona de cisalhamento compressional em biotita xisto neoproterozoico com foliações miloníticas S e C e dobras
assimétricas sin-cisalhamento, na região de São Luiz dos Campos Belos, Goiás.
197
Figura 9.55 – Vista em planta de estruturas em zona de cisalhamento transcorrente dúctil, com cinemática dextral e orientação dos elipsoides de
deformação e de tensão interpretados. Observar arrastos em bandas de cisalhamento e foliações S e C. Ortognaisse migmatítico paleoproterozóico do
Complexo Floresta, Cabaceiras, Paraíba.
Figura 9.56 – Zona de cisalhamento dúctil compressional (inversa) em filito, com foliações miloníticas tipos S e C. Outra zona de cisalhamento,
rúptil-dútil, sobreposta, é marcada por veios de quartzo extensionais escalonados (elipsóide amarelo). Formação Mirante, Greenstone Belt Contendas –
Mirante, de idade arqueana, em corte de ferrovia em Contendas do Sincorá, Bahia.
198
Figura 9.57 – Zona de cisalhamento dúctil compressional, de alto ângulo de mergulho, com desenvolvimento de foliações miloníticas S e C. Filito
neoproterozóico associado a diamictito da Formação Palestina , Faixa Sergipana. Corte na estrada Simão Dias – Pinhão, junto à ponte no rio
Vaza- Barris.
Figura 9.58 – Zona de cisalhamento dúctil compressional, com desenvolvimento de foliações miloníticas S e C, em rochas metaultramáficas arqueanas
do Greenstone Belt de Umburanas. Corte na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), em construção, entre Umburanas e Cristalândia, Bahia.
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10. MAPEAMENTO
DE DETALHE DE
AFLORAMENTOS
200
Um método tradicional e eficiente de visualizar, descrever e interpretar estruturas é feito através mapea-
mento de detalhe de afloramentos ou em parte deles, através de reticulado em escala conveniente, e utilização
de convenções cartográficas adequadas. Muitas feições lito-estruturais, não bem entendidas apenas com a ob-
servação do afloramento, podem ser reveladas através desta prática e, se for executada em vários afloramentos
representativos, podem contribuir muito para o entendimento da evolução tectônica da área estudada. A seguir
são mostrados dois exemplos de produtos de mapeamento de afloramentos um com estruuras tectônicas e outro
com estruturas magmáticas.
Figura 10.1 - Exemplo de mapeamento de detalhe de afloramento do Migmatito de Poço Redondo, paleoproterozoico, e intrusões graníticas e
pegmatíticas diversas. Faixa Sergipana, em Poço Redondo, Sergipe. Nos quadros menores, detalhes do trabalho executado, feito durante treinamento
em cartografia geológica do CIEG-Morro do Chapéu (Centro Integrado de Estudos Geológicos da CPRM).
201
Figura 10.4 - Outro exemplo de mapeamento de detalhe de afloramento, feito em granito porfirítico com abundantes autólitos máficos (orientados
por fluxo magmático), e intrusões de granitoides e pegmatitos. Granito Sítios Novos, neoproterozoico, Faixa Sergipana, em Sítios Novos, Sergipe.
Trabalho feito durante treinamento em cartografia geológica da CPRM.
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Figura 10.5 - Vista parcial do afloramento, parcialmente mapeado em detalhe na figura anterior, mostrando enxame de autólitos máficos orientados
por fluxo magmático, em granodiorito porfirítico neoproterozoico, truncado por leucogranitos. Afloramento em Sítios Novos, Faixa Sergipana,
Sergipe.
Figura 10.6 - Outro aspecto das estruturas primárias de fluxo magmático do mesmo afloramento de granodiorito porfirítico da foto anterior, em Sítios
Novos, Sergipe.
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