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EMANEJOPARACONSERVAÇÃODOSOLOEDA
ÁGUA
MANEJO E CONSERVAÇÃO DE
SOLO E DA ÁGUA
MATERIAL AGRONÔMICO
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. SUSTENTABILIDADE DO USO DOS RECURSOS SOLO E ÁGUA 2.1. Manejo de solos em
agroecossistemas
2.2. Conceitos de gestão e manejo sustentável em agroecossistemas
3. ATRIBUTOS FÍSICOS
3.1. Textura
3.2. Estrutura do solo
3.3. Consistência do Solo
3.4. Retenção e movimento de água no solo
3.5. Compactação e descompactação do solo
3.5.1. Compactação do solo
3.5.2. Descompactação do solo
4. EROSÃO DO SOLO
4.1. Erosão hídrica
4.1.1. Erosão pelo impacto da gota de chuva
4.1.2. Erosão laminar
4.1.3. Erosão em sulcos
4.1.4. Erosão por deslocamento de massa
4.1.5. Erosão em queda
4.1.6. Erosão em pedestal
4.1.7. Voçorocas
4.2. Erosão pelo vento (Eólica)
4.2.1. Controle da erosão eólica
4.3. Taxa de formação e tolerância de perdas de solo por erosão hídrica 4.4. Erosão hídrica e impactos
ambientais
5. PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS, SISTEMAS DE PREPARO E
MANEJO DO SOLO
5.1. Práticas conservacionistas
5.1.1. Práticas Vegetativas
5.1.1.1. Rotação de culturas
5.1.1.2. Culturas em faixas de rotação
6.2.5. Cálculo do volume de água captado nos trechos de estradas 6.2.6. Cálculo do volume da bacia de
captação de água 6.2.7. Cálculo da profundidade e do raio da bacia de captação de água
6.2.8. Locação e construção das bacias de captação de água 6.3. Recomendações gerais
6.3.1. Leito e laterais das estradas
6.3.2. Taludes de estradas.
6.3.3. Manutenção das estradas e bacias de captação de água
6.3.4. Dados para suporte orçamentário
7. INDICADORES DA QUALIDADE DO SOLO EM SISTEMAS DE MANEJO
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 - INTRODUÇÃO
Ao observarmos a paisagem da maioria dos ecossistemas terrestres
nosso olhar é geralmente tomado pela vegetação exuberante,
animais interessantes, rios e lagos ou picos rochosos de
extraordinária beleza. Quando se fala em conservação ambiental
logo pensamos em animais, plantas e água. Raramente nos
lembramos que essas plantas e animais tiram seu sustento de outro
material e que a qualidade e a quantidade da água também
dependem desse mesmo material, esse material é o solo. Por estar
geralmente coberto por vegetação, ele tende a passar despercebido
da maioria das pessoas. No entanto, o solo influencia diretamente no
homem, animais, plantas e água. Mesmo em ambientes urbanos, a
influência do solo é sentida ao se realizarem construções, drenos
para as águas pluviais e depósitos de lixo.
O solo influencia até mesmo a vida nos oceanos, pois essa depende
dos nutrientes minerais trazidos pelas águas dos rios. Não é por
acaso que a maior parte dos animais marinhos está concentrada ao
longo dos continentes, sendo a parte central dos oceanos
verdadeiros desertos. É justo, portanto, como já feito, considerar o
solo como o quarto reino da natureza, de igual importância aos
minerais, plantas e animais.
Por ocupar uma posição central na maioria dos ecossistemas
terrestres, ao classificarmos um determinado solo estamos também
caracterizando um determinado ambiente, um ecossistema
específico e completo. Ao estudarmos as relações entre diferentes
solos numa paisagem, estamos também caracterizando as relações
entre os diferentes ambientes existentes naquele dado local.
de produtos e serviços
globalizado.
garantam a no mercado
3. ATRIBUTOS FÍSICOS
Os atributos físicos dos solos são basicamente textura e
estrutura, que dependem da composição química, mineralógica
e microbiológica, que definem o movimento e a retenção de
água e ar no solo e a consistência do solo.
3.1. TEXTURA
Refere-se à distribuição de partículas por tamanho que,
misturadas em diferentes proporções, resulta em diferentes
classes texturais (Figura 1). A textura, também chamada
granulometria do solo, está relacionada à resistência dos
minerais constituintes das rochas ao intemperismo. Minerais
menos resistentes normalmente são transformados em outros
minerais de diferentes composições, consequentemente
reduzindo em tamanho, passando a fazer parte de frações mais
finas do solo. Já aqueles de maior resistência permanecem
inalterados ou sofrem pouca alteração, ficando como parte dos
constituintes mais grosseiros ou da fração areia do solo. Os
fragmentos maiores do que dois milímetros são chamados de
fragmentos grosseiros, incluindo-se cascalho (2 a 20 mm),
calhaus (20 a 200 mm) e matacões (> 200 mm). Partículas de
tamanho entre 0,05 e 2 mm são classificadas como areia; as
partículas da fração silte variam de 0,002 a 0,05 mm de diâmetro,
e as partículas menores de 0,002 mm constituem a fração argila
do solo (Ferreira, 2010).
Figura 1 – Classes
texturais de acordo com as proporções de argila, silte e areia dos solos.
Figura 2 – Tipos de
unidades estruturais dos solos.
Figura
4 – Ilustração de macro e microporos do solo e sua influência na drenagem ou retenção de água.
Figura 5 – Relação de
dependência entre tempo e velocidade de infi ltração de água no solo (Adaptado de Hillel, 1970).
Tabela 2 – Limites aproximados de permeabilidade para defi nição das classes de permeabilidade dos
solos (Adaptado de USDA, 1951).
4. EROSÃO DO SOLO
Sob condições naturais, a lenta perda de sedimentos pelo
processo erosivo é responsável por esculpir a superfície sólida
do planeta, tratando-se, portanto, de um processo natural que
se desenvolve através dos séculos ou milênios. Esse fenômeno
é chamado erosão geológica ou normal e constitui-se em agente
de formação de paisagens. A paisagem é a expressão dos
fatores de formação do solo (clima, material de origem,
organismos e tempo). Em área de topografia plana, a erosão
geológica é basicamente causada pelo vento, enquanto que em
topografia mais movimentada a água, pelo impacto de gotas e
arraste pela enxurrada, é a principal causa de formação da
paisagem. Ao contrário da erosão geológica, a erosão acelerada
é um fator de destruição de paisagens. Alguns autores sugerem
que cerca de 20 cm de solo perdidos pela erosão perdemos de
200 a 2000 anos de trabalho da natureza.
4.1.7. VOÇOROCAS
Canais ou gargantas profundas causadas pela água. As
voçorocas representam uma evolução da erosão em sulcos e o
deslocamento de massa, onde não são tomadas medidas para
remediação das destas. Outras causas do surgimento de
voçorocas são a mineração desordenada, a falta de manutenção
em cortes de estradas e o surgimento de pequenos sulcos na
parte baixa de encostas que evoluem, encosta acima e
lateralmente, por deslocamento de massa ou quedas. Alguns
solos são notadamente mais susceptíveis a essa forma de
erosão, principalmente aqueles cujo horizonte B e/ou C friáveis
e pouco espessos. Por outro lado, solos com horizonte B
argílico são, comparativamente, mais resistentes a essa forma
de erosão. Algumas regiões se destacam pela ocorrência de
voçorocas, como Morro do Ferro (distrito de Oliveira), Cachoeira
do Campo, Nazareno, Lavras e São João Del Rei, localizados
nas regiões dos Campos das Vertentes e sul do estado de Minas
Gerais (Martins et al. 2011, Gomide et al. 2011). Nesses casos,
associações de latossolos nas partes mais elevadas das
encostas com cambissolos nas partes mais baixas têm sido
apontadas como agravante no surgimento de voçorocas (Silva
et al., 1993).
5.1.2.2. Terraceamento
Terraços são canais e camalhões de terra, construídos em nível
(sem gradiente) ou em desnível (com gradiente), no sentido
perpendicular à direção do declive. Essa prática tem sido usada
há séculos em países carentes em áreas de topografia mais
plana. Muitos fatores, como o comprimento da encosta no
sentido do declive, o tipo de solo, tipos de cultura a ser
cultivada e quantidade de chuvas determinam a necessidade e
eficiência dos terraços, bem como a distância entre eles e as
dimensões dos mesmos são estruturas dimensionadas em toda
sua etapa (Pruski et al., 2006).
de terra tanto de cima para baixo como de baixo para cima. Esse
terraço apresenta canal mais largo e raso, além de maior
capacidade de armazenamento de água que o terraço do tipo
Nichols. Pode ser construído com arados fixos, sendo a sua
construção em terrenos com declividade menor.
5.1.3.7. Fosfatagem
A fosfatagem trata-se de prática corretiva, com o objetivo de se
corrigir (elevar) o teor de P, potencializando a adubação
fosfatada de plantio. Por promover o maior desenvolvimento do
sistema radicular e devido à relação de compatibilização N/P, a
prática da fosfatagem proporciona maior desempenho da
adubação nitrogenada (Vitti et al., 2005).
5.1.3.8. Gessagem
O gesso agrícola (CaSO4 .2H2 0) é um subproduto da obtenção
do ácido fosfórico, utilizado na fabricação de superfosfato triplo
e fosfatos de amônio (MAP e DAP). O gesso não corrige a
acidez, isto é, não aumenta o pH do solo. Assim sendo, não
substitui o calcário, mas completa o seu efeito, reduzindo a
fitotoxicidade do alumínio em profundidade (Veloso et al., 1992).
O gesso aumenta a quantidade de cálcio nas camadas
superficiais (Pavan et al., 1982; Vitti et al., 1985) quando
adequadamente aplicado (Alcarde, 1988), isto é, o gesso é um
fertilizante que leva cálcio e enxofre ao solo. Além de fornecer
enxofre às plantas o gesso complexa o Al3+ subsuperficial
eliminando esta acidez, possibilitando um maior
desenvolvimento radicular e consequentemente maior
tolerância aos veranicos (Moraes et al., 1998). Seu uso propicia
também que outros nutrientes, como o magnésio e potássio,
sejam arrastados para as camadas mais profundas, mas a
quantidade desses depende tanto da quantidade de gesso
aplicado e da textura do solo.
6.1.4. PLANEJAMENTO
Em geral, o planejamento é feito de tal forma que, por ocasião
da implantação sejam construídas estradas primárias,
necessárias nos tratos culturais e, por ocasião da colheita, haja
a construção complementar de estradas secundárias e trilhas
ou ramais, com finalidades respectivas de dividir a área
cultivada em áreas de exploração e servir de caminhos para o
trânsito de máquinas dentro da colheita (Oliveira et al. 2010a).
Em que:
I m é a intensidade máxima média de precipitação, mm h-1; T é a
período de retorno, anos;
t é a duração da precipitação, min.;
K, a, b, c são os parâmetros relativos à localidade
VT = EH * L * I (3)
Em que:
EH = espaçamento entre bacias, em m;
L = largura da estrada, em m;
I = intensidade da chuva em 24h, em m.
Em que:
P = profundidade da bacia, em m;
R = raio da bacia, em m;
O volume total (VT) é igual ao volume da bacia (VB). VT = VB
Deduções:
Sen (45°) = 0,707
Cos (45°) = 0,707
Relação R/P = 0,707/(1-0,707) = 2,41 Maior inclinação do talude =
100% Talude = 1/1
P = (VB/6,52)1/3
Em que:
P = profundidade, em m;
VB = volume, em m3 : R = 2,41 * P (6) Em que:
R= raio, em m;
P= profundidade, em m.
reprodutibilidade metodológica;
c) ser aplicáveis em condições de campo e apresentar alta
correlação com medidas de laboratório;
d) possuir critérios definidos de quantificação e interpretação dos
valores;
e) ser sensíveis às variações de manejo e de clima;
Os atributos considerados indicadores de mudanças na qualidade do
solo devem ter a capacidade de serem sensíveis ao manejo numa
escala de tempo que permita a verificação de suas alterações, assim
são classificados em efêmeros, intermediários e permanentes e os
indicadores de mudanças devem ser sensíveis ao manejo, de modo
que as alterações sejam detectadas em tempo adequado, ou seja, é
desejável que esteja numa posição intermediária entre aqueles
considerados como permanentes (temperatura, pH e (mineralogia e
textura) e efêmeros
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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