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Universidade: UNIPIAGET - UNIVERSIDADE JEAN PIAGET DE ANGOLA

Disciplina: PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

Tema 10 – A EROSÃO DOS SOLOS

1. Introdução
2. Conceito
3. Agentes erosivos
4. Factores que contribuem para a erosão
5. Tipos de erosão
6. Deslizamento de Terra
7. Como evitar o deslizamento
8. Consequências da erosão - efeitos poluidores da acção de arraste

1. Introdução

A superfície da terra não teve sempre o mesmo aspecto que apresenta actualmente.
Ela sofreu modificações profundas ao longo dos anos e continuaram se transformando
indefinidamente.

Isto acontece porque existem forças naturais, como as águas, os ventos e o gelo, os
chamados agentes da erosão, que alteram a superfície da terra de maneira às vezes quase
imperceptível, porém sempre constante.

O homem também tornou-se um agente da erosão, quando emprega métodos


inadequados no cultivo da terra. Esse mal uso do solo faz o mesmo ficar exposto à acção
desgastante dos ventos e das águas das chuvas e contribui com o aumento da erosão.

2. Conceito

Erosão é o desgaste do solo e das rochas, em geral por causa do intemperismo (água,
gelo, chuva, vento e o sol). A erosão destrói as estruturas (areias, argilas, óxidos e húmus) que
compõem o solo, levando seus nutrientes e sais minerais existentes para as partes baixas do
relevo.

Em solos cobertos pela vegetação a erosão é muito pequena e quase inexistente, mas
é um processo natural sempre presente e importante para a formação dos relevos. O problema
ocorre com a retirada das vegetações para uso agrícola, deixando o solo exposto e tornando a
erosão, o que pode levar à desertificação.

3. Agentes erosivos

Água, o Gelo, a Chuva, o Vento e o Sol.

A superfície da Terra como a conhecemos é formada tanto por processos geológicos


que formam as rochas, como por processos naturais da degradação e também de erosão. Uma
vez que a rocha é quebrada por causa da degradação, os pequenos pedaços podem ser
movidos pela água, gelo, vento, ou gravidade. Tudo o que acontece para fazer com que as
rochas sejam transportadas chama-se erosão.

A superfície do solo, não castigado, é naturalmente coberta por uma camada de terra
rica em nutrientes inorgânicos e materiais orgânicos que permitem o crescimento da
vegetação; se essa camada é retirada, esses materiais desaparecem e o solo perde a
propriedade de fazer crescer vegetação e pode-se dizer que, no caso, o terreno ficou árido ou
que houve uma desertificação.

As águas da chuva quando arrastam o solo, quer ele seja rico em nutrientes e materiais
orgânicos, quer ele seja árido, provocam o enchimento dos leitos dos rios e lagos com esses
materiais e esse fenômeno de enchimento chama-se assoreamento.

O arrastamento do solo causa no terreno a erosão.

Na superfície do terreno e no subsolo, as águas correntes são as principais causas da


erosão.

Análise do efeito das águas que fazem a erosão superficial de terrenos: A erosão
depende fundamentalmente da:

1. Chuva;
2. Da infiltração da água;
3. Da topografia (declive mais acentuado ou não);
4. Do tipo de solo;
5. E da quantidade de vegetação existente.

A chuva é, sem dúvida, a principal causa para que ocorra a erosão e é evidente que
quanto maior a sua quantidade e frequência, mais irá influenciar o fenômeno. Se o terreno tem
pouco declive, a água da chuva irá "correr" menos e erodir menos.

Se o terreno tem muita vegetação, o impacto da chuva será atenuado porque a


velocidade da água escorrendo no solo será diminuída devido aos obstáculos (a própria
vegetação "em pé e caída") que agirão como pequenos degraus que evitam a erosão.

A erosão será diminuída também com as raízes a proporcionarem sustentação


mecânica ao solo; além disso, as raízes mortas propiciarão existirem canais para dentro do
solo onde a água pode penetrar e com isso, sobrará menos água para correr na superfície.

Outro fator importante é que, se as chuvas são frequentes e o terreno já está saturado
de água, a tendência é que o solo nada mais absorva e com isso, toda a água da chuva que
cair, correrá pela superfície. Se o solo é arenoso o arrastamento será maior do que se ele
fosse argiloso.
4. Factores que contribuem para a erosão

4.1. Acção humana

Muitas ações devidas ao homem apressam o processo de erosão, como por exemplo:

1. Os desmatamentos (desflorestamentos) desprotegem os solos das chuvas.


2. O avanço imobiliário em encostas que, além de desflorestar, provocam a erosão
acelerada devido ao declive do terreno.
3. As técnicas agrícolas inadequadas, quando se promovem desflorestações extensivas
para dar lugar a áreas plantadas.
4. A ocupação do solo, impedindo grandes áreas de terrenos de cumprirem o seu papel
de absorvedor de águas e aumentando, com isso, a potencialidade do transporte de
materiais, devido ao escoamento superficial.

5. Tipos de erosão

1. Erosão por densidade: Consiste no movimento de rochas e sedimentos montanha


abaixo principalmente devido à diferença de densidade entre os corpos. Deslizamento
dos corpos em uma montanha, por causa da água que debilitou o solo
2. Erosão pluvial: A erosão pluvial é provocada pela retirada de material da parte
superficial do solo pelas águas da chuva. Esta acção é acelerada quando a água
encontra o solo desprotegido de vegetação.

2.1. Principais formas de erosão pluvial:

2.1.1. Erosão laminar: Quando a água corre uniformemente pela superfície como um
todo, transportando as partículas sem formar canais definidos. Apesar de ser uma forma mais
amena de erosão, é responsável por grandes prejuízos na atividade agrícola e por transportar
grande quantidade de sedimentos que vão assorear os rios.

Este tipo de erosão é provocado pelas águas das chuvas. A água das chuvas pode
escorrer sobre a superfície do solo formando as enxurradas, ou infiltrar-se no terreno.

As gotículas de chuva, ao caírem em um barranco ou em qualquer outro terreno,


provocam a saltitação (splash erosion) das partículas, tendo assim o que se chama de “acção
mecânica das gotas da chuva”, e é justamente esta que provoca o arrancamento e o
deslocamento de partículas. Quando o escoamento pluvial acontece é porque a quantidade de
chuva caída em uma determinada área é maior que o poder de infiltração, dessa maneira
formando as enxurradas, que irá esculpir de várias maneiras os locais por onde passar.

A acção das enxurradas vai, pouco a pouco, retirando a camada fértil do solo,
tornando-o cada vez mais improdutivo. Além disso, as enxurradas arrancam plantas e fazem
desmoronar casebres.
A água da chuva que se infiltra no solo pode também arrastar para baixo sais minerais
diversos, tirando-os do alcance das raízes e, portanto, empobrecendo a camada superficial do
solo. A acção da água que se infiltra no solo e que corre na superfície pode, também, provocar
desmoronamentos, formando grandes buracos conhecidos como voçorocas. As voçorocas são
comuns em terrenos arenosos e desmatados, podendo atingir centenas de metros de
comprimento e trinta ou mais metros de profundidade.

A erosão pluvial é um dos principais factores que contribui para a diminuição da


produtividade e sustentabilidade dos solos agrícolas, podendo acarretar inclusive a sua
degradação. Vários autores têm avaliado perdas de solo, água, nutrientes e matéria orgânica
em diferentes sistemas de uso e manejo do solo. Em Angola por exemplo, o principal agente
de erosão é a água das chuvas. Na América do Sul, especificamente no Brasil, por exemplo,
são muitos os exemplos de terras ricas que se tornaram estéreis.

É importante lembrar que a erosão pluvial do solo é o resultado da interação entre


diversos factores, como o potencial erosivo da chuva, a suscetibilidade do solo à erosão, o
comprimento do declive, a declividade do terreno, o manejo de solo, de culturas e de restos
culturais e as práticas mecânicas conservacionistas complementares.

2.1.2. Erosão em sulcos de escorrência: Quando a água se concentra em


determinados sulcos do terreno, atinge grande volume de fluxo e pode transportar maior
quantidade de partículas formando ravinas na superfície. Estas ravinas podem rapidamente
atingir a alguns metros de profundidade.

3. Erosão eólica: Ocorre quando o vento transporta partículas diminutas que se chocam
contra rochas e se dividem em mais partículas que se chocam contra outras rochas.

4. Formação das dunas: Quando o vento sopra seguidamente na mesma direção, ele
acaba depositando num mesmo lugar a areia que carregou.

5. Erosão marinha: O quebrar das ondas causa erosão com o tempo.

6. Erosão química: Envolve todos os processos químicos que ocorrem nas rochas. Há
intervenção de factores como calor, frio, água, compostos biológicos e reações
químicas da água nas rochas. Este tipo de erosão depende do clima, em climas
polares e secos, as rochas se destroem pela troca de temperatura; e em climas
tropicais quentes e temperados, a humidade, a água e os dejetos orgânicos reagem
com as rochas e as destroem.

7. Erosão glacial: As geleiras [glaciares] deslocam-se lentamente, no sentido


descendente, provocando erosão e sedimentação glacial.

8. Erosão fluvial: Erosão fluvial é o desgaste do leito e das margens dos rios pelas suas
águas.
A erosão pluvial é provocada pela retirada de material da parte superficial do solo pelas
águas da chuva. Esta acção é acelerada quando a água encontra o solo desprotegido de
vegetação. A primeira acção da chuva ocorre através do impacto das gotas de água sobre o
solo.

Este é capaz de provocar a desagregação dos torrões e agregados do solo, lançando o


material mais fino para cima e para longe, fenômeno conhecido como salpicamento. A força do
impacto também força o material mais fino para abaixo da superfície, o que provoca a
obstrução da porosidade (selagem) do solo, aumentando o fluxo superficial e a erosão.

6. Deslizamento de Terra

Um deslizamento/escorregamento de terra ou desabamento é um fenômeno de


ordem geológica e climatológica que inclui um largo espectro de movimentos do solo, tais como
quedas de rochas, falência de encostas em profundidade e fluxos superficiais de detritos.
Embora a acção da diferença de densidade sobre encostas demasiado inclinadas seja a
principal causa dos deslizamentos de terra, existem outros factores em ação:

1. A erosão pelos rios, glaciares ou ondas oceânicas cria encostas demasiado inclinadas;
2. As encostas de rocha e solo são enfraquecidas por via da saturação com água
proveniente do degelo ou de grandes chuvas;
3. Sismos criam tensões que levam à falência de encostas frágeis;
4. Erupções vulcânicas produzem depósitos de cinzas soltas, chuvas fortes e fluxos de
detritos;
5. Maquinaria, o tráfego, explosões e mesmo trovões causam vibrações que podem
accionar a falência de encostas frágeis;
6. O excesso de peso por acumulação de chuva ou neve, deposição de rochas ou
minérios, pilhas de resíduos ou criado por estruturas feitas pelo homem podem
também acumular tensões sobre encostas frágeis até à sua falência.

7. Como evitar o deslizamento

Existem mais de duas maneiras para se evitar o deslizamento porém as principais são:

1. A primeira é repondo a vegetação para que a água que desce pelas encostas das
montanhas perca a velocidade ou infiltre no solo;
2. A segunda, mais segura, é construir terraços em forma de degraus a fim de proteger o
solo da acção das águas pluviais.

8. Consequências da erosão - efeitos poluidores da acção de arraste

1. Os arrastamentos podem encobrir porções de terrenos férteis e sepultá-los com


materiais áridos;
2. Morte da fauna e flora do fundo dos rios e lagos por soterramento;
3. Turbidez nas águas, dificultando a ação da luz solar na realização da fotossíntese,
importante para a purificação e oxigenação das águas;
4. Arraste de biocidas e adubos até os corpos de água e causarem, com isso,
desequilíbrio na fauna e flora nesses corpos de água.

9. Outros Danos

1. Assoreamento: que preenche o volume original dos rios e lagos e como


consequência, vindas as grandes chuvas, esses corpos de água extravasam,
causando as enchentes;

2. Instabilidade causada nas partes mais elevadas podem levar a deslocamentos


repentinos de grandes massas de terra e rochas que desabam talude abaixo,
causando, no geral, grandes tragédias.

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