Governo do Brasil Instituto Nacional do Semiárido (INSA) Autores

Presidenta da República Diretor Aldrin Martin Perez Marin

Dilma Vana Rousseff
Vice-Presidente da República
Ignacio Hernan Salcedo

Coordenadores Técnico Científico

Alexandre Pereira de Bakker
José Amilton Santos Júnior
Magno Feitosa
CONHECENDO NOSSO

SOLO
Michel Miguel Elias Temer Lulia Aldrin Martin Perez Marin Paulo Luciano da Silva Santos
Salomão de Sousa Medeiros Walter Alves de Vasconcelos
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) Wedscley Melo
Coordenação do projeto
Ministro de Estado Aldrin Martin Perez Marin Revisão Ortográfica
Marco Antonio Raupp Salomão de Sousa Medeiros Elizete Amaral de Medeiros
Secretário Executivo Walter Alves de Vasconcelos
Luiz Antonio Rodrigues Elias Comitê editorial Wedscley Melo
Subsecretário de Coordenação das Unidades de Pesquisa Arnóbio de Mendonça Barreto Cavalcante Design e Ilustrações
Arquimedes Diógenes Ciloni Geovergue Rodrigues de Medeiros Wedscley Melo
Nossos solos estão maltratados e esgotados como uma
Parceiros
pessoa doente.
Esta cartilha foi adaptada da coleção “La Canasta Metodológica“
do Servicio Agricultura Sostenible (SIMAS) - Managua, Nicaragua
Precisamos saber o quanto doente ele está, e qual a sua
doença, para então podermos curá-lo.
 1 OBSERVE SUA ÁREA
Em uma simples observação da
área, observar a presença de pedras
(rochas), árvores, valas ou poças de
água, o aspecto, ou aparência das
plantas de cultivo, o tipo e a
quantidade de ervas daninhas, o
declive, e a cor do solo. Todos estes
aspectos que podemos observar a olho
nu são indicadores do estado de saúde
do nosso solo, mas, para podermos
conhecer melhor a sua área por dentro,
precisaremos coletar e analisar
algumas amostras de seu solo..
2
SELECIONE 3 LUGARES
Para retirarmos estas amostras,
precisamos repartir a área toda em 3
partes. Partes estas que representem
as diferenças observadas a olho nu,
como declividade, cor do solo e
vegetação.
CAMADA FÉRTIL
3 FERRAMENTAS NECESSÁRIAS
PARA O EXPERIMENTO
SUBSOLO
Para este procedimento,
precisaremos de: um cavador,
uma pá, uma picareta, e uma
trena ou fita métrica.
4 ABERTURA DOS PERFIS
Um perfil é um corte vertical no solo
que se faz para conhecer a
p ro f u n d i d a d e d e s u a c a m a d a
superficial, que é a camada fértil e viva
do solo. Para isto, precisamos então
cavar cerca de 30 centímetros de
p ro f u n d i d a d e ( f u n d o ) p o r 3 0
centímetros de largura, mais ou
menos.
5 OBSERVAR O PERFIL
DO SOLO
Um perfil de solo é formado por
camadas ou horizontes, as quais
podem ser observadas pela diferença
de cores que cada uma apresenta.
Medimos então as profundidades e
observamos umidade destas
diferentes camadas. A primeira
camada é a da fertilidade. É a camada
onde as raízes das plantas irão retirar o
seu alimento para se nutrir, ou seja, os
nutrientes necessários ao seu
crescimento. Nas planícies, ou baixios,
as camadas férteis podem ser mais
largas, espessas, às vezes com mais de
3 0 c e nt í m e t ro s , re s u l ta d o d a
acumulação de sedimentos. Já em
terrenos muitos íngremes, inclinados,
erodidos, podemos ter o oposto, a
camada fértil pode ser bem estreita,
fina, em virtude da perda de
sedimentos causados por esta erosão
ou por movimentação natural da água
em sentido horizontal.
 6 O QUE É A TEXTURA
DE UM SOLO? 9 FAZER UMA RECONTAGEM
DE ANIMAIZINHOS DO SOLO

Os solos são formados por uma mistura de

AREIA
agila, silte, areia. Esta mistura varia de solo para
solo, e de lugar para lugar. A esta mistura,
denominamos de textura, a qual pode ser sentida
pelo manuseio do solo. A textura do solo indica se
este tem mais capacidade de armazenar água ou
ARGILA
não, se ele será mais resistente ou não à erosão, Os animais tais como minhocas, larvas,
mais fácil de trabalhar para o plantio, ou mais fértil. besouros, formigas, e outros animais quase
Existe um método simples para se observar a invisíveis aos olhos, trabalham o solo
textura de um solo.
LIMO gratuitamente cavando quilômetros de túneis
produzindo adubo a partir dos materiais que
eles enterram neste processo. Com uma enxada
ou picareta, remove-se um metro quadrado de
solo superficial, nos 3 locais de amostragem
para uma contagem do número e tipo dos
animais de solo.

7 MODELAR FIGURAS
DE TERRA

Agora só falta amarrar ao prego de

união das 2 pernas o cordão ou linha.

Na extremidade livre é amarrada

uma pedra com pelo menos quatro
10 O QUE NOS DIZ A
ANÁLISE DE TEXTURA?
dedos debaixo da estaca central.
Esse prumo simples vem a ser o
indicador do nível. ·Se o solo é arenoso, o trabalho nele
é mais fácil, mas ele se comporta
como um filtro, filtrando toda a água
que recebe, armazenando-a em
pouca quantidade e não retendo o

8 ANALISANDO OS
RESULTADOS
Se não conseguir moldar e fazer uma bolinha, ou um
molde em forma de vela ou cobrinha, visto que
estes se quebram facilmente, então seu solo tem
grande quantidade de areia, é um solo arenoso.
Se for possível fazer esta cobrinha se enrolar, como um
círculo, então se pode dizer que o solo tem muita
argila, é um solo argiloso.
Se for possível esticar esta cobrinha sem que a mesma
se quebre, pode-se dizer que este solo é franco,
ou seja, é um solo que tem argila, silte, e areia em
partes iguais.
adubo químico adicionado ao solo
para que as plantas os absorvam.
Assim, a este solo, deverão ser
adicionadas grandes quantidades de
matéria orgânica, como esterco,
restos de cultura, e compostos
orgânicos.
·Se o solo é argiloso ou siltoso, este
será pesado e difícil de trabalhar,
especialmente se este estiver muito
úmido. Ele reterá muita água.
Também a ele devera ser adicionada
muita matéria orgânica para fins de
aeração e enriquecimento.
·Se o solo é franco, cuide-o bem
porque é o de melhor textura para a
agricultura.
 ENSINAMENTOS ORIUNDOS
11 DE UM RECONHECIMENTO DA
ÁREA DE PLANTIO

· Nos terrenos inclinados, a água de

chuva, em seu escorrimento na
superfície, levam muitos sedimentos
água abaixo, especialmente os
sedimentos férteis da camada
superficial do solo.

· Caso não haja vegetação para

proteger este solo, ele ficará
pedregoso. A este processo chamamos
de erosão do solo.

· Por isto, muitos agricultores

devem ter em mentes praticas de
conservação de solos. Em nosso
semiárido, a chuva, mesmo irregular e
pouca, é de intensidade alta quando
cai, exercendo um impacto físico alto
no solo desnudo, propiciando intensa
erosão superficial.

· A construção de muros de pedra

em formas de cordões em áreas
inclinadas, pode diminuir a erosão e
perda de solo superficial.

· Outros agricultores realizam

plantios em curvas de nível, que faz
diminuir a velocidade da corrente de
água da chuva, fazendo com que
grande parte desta penetre no solo
Quase sempre teremos seguintes resultados desta observação da área: inclinado.

· Na parte baixa da área, qualquer

que seja a textura, haverá um perfil que
nos mostra um solo úmido, com muitos
animais de solo (fauna de solo rica), e
com uma camada fértil espessa. Caso
este perfil seja de textura arenosa, esta Nos terrenos em declive, a água da chuva traz consigo
camada será menos espessa e a fauna de grande quantidade de nutrientes oriundos da camada
solo menos rica.
superficial do solo, a mais fertil.
· Na parte mais alta do terreno, o solo
tenderá a ser menos espesso, mais seco,
com pouca fauna, conseqüentemente
com um nível de fertilidade menor.
Isto se deve a erosão provada por um
manejo não adequado do solo. Se
esta área é mantida sem nenhuma
vegetação, careca, ou seja, sem
nenhuma proteção, ocorrerá com
certeza uma erosão.