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Emergência e vigor de plântula de cumarú (Dipteryx odorata Willd.

) em função da
profundidade de semeadura

Greyci Alves de Sousa1 e Breno Marques da Silva e Silva2

RESUMO: Dipteryx odorata Willd., conhecida popularmente por cumaru, pertencente à


família Fabaceae, uma espécie arbórea nativa da Amazônia, é amplamente utilizada na
indústria madeireira (construção civil e movelaria) e não madeireira (essências e
medicamentos). Entretanto, há poucos estudos sobre os caracteres endógenos e exógenos
sobre a tecnologia de suas sementes. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi a
avaliação da profundidade de semeadura na emergência de plântulas de cumaru. Quatro
repetições de vinte sementes foram colocadas para a emergência em 0, 2 e 4cm de
profundidade em areia, umedecida a 60% de capacidade de retenção com solução aquosa
de tiofanato metílico a 0,1%, em bandejas de plástico (33cmx26cmx13cm), mantidas em
casa de vegetação a 30% de sombreamento e temperatura ambiente (29,7oC).
Diariamente, a emergência das plântulas foi avaliada e a solução aquosa reposta e,
posteriormente, foram calculados a porcentagem, o tempo médio e o índice de velocidade
de emergência de plântulas. Aos 30 dias após a semeadura, as plântulas foram avaliadas
quanto ao número de folhas, comprimento total, de raiz e do caule, espessura do colo e
massa seca total, de raiz, caule e folhas. Na profundidade de 4 cm, houve redução
significativa da porcentagem e do índice de velocidade de emergência e aumento do
tempo médio de emergência de plântulas de cumaru. Na profundidade de 4cm, as
plântulas apresentaram menores comprimento e massa seca. Portanto, as profundidades
iguais ou superiores a 4cm são inadequadas para a emergência de plântulas de cumaru.

PALAVRAS-CHAVE: germinação de sementes, vigor de sementes, Fabaceae.

INTRODUÇÃO

A espécie Dipteryx odorata Willd, pertence à família Fabaceae, é uma arbórea


encontrada em toda a Amazônia, vernaculamente conhecida por cumaru, cumaru-roxo,
cumaru-verdadeiro, cumarú-ferro, cumaru-da-folha-grande, cumbari, cumari e tonka
(internacionalmente). É uma árvore de grande porte, com altura entre 30 e 40 metros,
possui tronco reto e cilíndrico, o fruto é lenhoso e contém apenas uma semente. A espécie
é bastante conhecida quanto as suas qualidades madeireira e não madeireira, é
amplamente empregada construção civil, movelaria, essências, indústria farmacêutica,
medicina popular, artesanato (GALEÃO et al., 2003; CARVALHO, 2009; CARRERO et
al., 2014) e enriquecimento de áreas degradadas (SOUZA et al., 2010; GONÇALVES,
2017).

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As sementes de D. odorata, é exalbuminosa, de forma oblonga e levemente
comprimida à região do hilo, com o comprimento da semente variando de 28,0 mm a 41,0
mm, a largura varia de 11,0 mm a 12,2 mm, espessura entre 6,9 mm a 8,0 mm, e massa
fresca variando de 1,6 g a 4,7 g, apresenta o hilo oblongo e bem visível, com resíduos
funiculares em toda a sua extensão (BESSA et al., 2001).
A germinação é considerada fator fundamental para a produção de mudas de
espécies florestais. Deste modo, estudos que forneçam subsídios, afim de quantificar
informações acerca das características do processo germinativo das sementes, rapidez de
germinação, uniformidade, emergência imediata das plântulas, são características
fundamentais para a produção de mudas de espécies florestais, tais característica,
possibilitam maior desenvolvimento das plântulas e menor exposição as condições
adversas do ambiente (GUEDES et al., 2010).
A germinação pode ser afetada por fatores exógenos e endógenos, dentre eles
pode-se citar as condições fisiológicas da semente, o tipo de dormência, temperatura,
umidade, luminosidade, substrato, a posição e profundidade da semeadura, e outros
(BRASIL, 2009; FLORES et al., 2013;).
A profundidade de semeadura, é especifica para cada espécie, e quando adequada,
proporciona à germinação e emergência de plântulas, uniformidade (SOUSA et al., 2007),
sucesso na germinação e sobrevivência da plântula (SILVA E CESARINO, 2016), além
disso, para Silva et al. (2007) a camada espessa de solo pode impedir que as sementes
com menor vigor não completem a germinação ou originem plântulas com deformidades,
bem como aumentar o período de suscetibilidade a patógenos.
Contudo, com a redução da profundidade, as sementes se tornam vulneráveis as
alterações do ambiente, ao ataque de predadores, injúrias decorrentes a irrigação,
destruição da radícula, devido a sua exposição, além de plântulas anormais, resultante do
estresse hídrico na fase de embebição da semente (GUEDES et al., 2010). Dessa forma,
a profundidade ideal de semeadura, é aquela que garante a homogeneidade na germinação
das sementes, rapidez na emergência das plântulas e gere mudas vigorosas na produção
de mudas (SCHMIDT, 1974).
Diante do exposto, objetivou-se com esse trabalho, avaliar o efeito da profundidade de
semeadura, na germinação de semente e vigor de plântulas de Dipteryx odorata.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Os frutos de cumaru foram coletados de três árvores (matrizes) localizadas no


município de Almeirim, Estado do Pará, Brasil. Em seguida, os mesmos foram
beneficiados com auxílio de lâmina de aço e martelo e enviados para a análise no
Laboratório de Sementes da Universidade do Estado do Amapá, município de Macapá,
Estado do Amapá, Brasil.
Aleatoriamente, 100 sementes foram mensuradas quanto ao comprimento, largura
e espessura por meio de paquímetro (0,05mm) (Silva e Môro, 2008) e à massa fresca e
seca por meio da secagem em estufa a 80oC ± 3 por 72 horas (Benincasa, 2003).
O teor de água das sementes foi determinado conforme recomendado pela Regras
de Análise de Sementes (RAS) (BRASIL, 2009), por meio da secagem em estufa a 105
ºC ± 3, por 24 horas, com 3 repetições de 10 sementes.
Para avaliação do efeito da profundidade de semeadura na emergência e vigor das
plântulas, quatro repetições de vinte sementes (com o hilo de lado) foram colocadas para
a emergência em 0, 2 e 4 cm de profundidade, em areia, umedecida a 60% de capacidade
de retenção com solução aquosa de tiofanato metílico a 0,1%, em bandejas de plástico
(33cmx26cmx13cm), mantidas em casa de vegetação a 30% de sombreamento e
temperatura ambiente (29,7oC). A irrigação foi feita diariamente para manter a umidade
do substrato. O delineamento foi inteiramente casualizado. A avaliação da germinação foi
realizada diariamente até aos 30 dias após a semeadura.
Para o teste de germinação, a porcentagem (PG), o tempo médio de germinação
(TM dias), e o índice de velocidade de germinação (IVG dias), foram calculados
conforme as fórmulas: PG = (Σni/N) x 100, onde PG (%) é a porcentagem de germinação,
ni é o número de sementes germinadas no dia e N é o número total de sementes
germinadas (LABOURIAU, 1983; SILVA et al.; 2018), TM = Σni x ti/Σni sendo o TM
é o tempo médio de germinação dia, ni é o número de sementes entre ti – 1 e ti é o número
total de sementes germinadas (LABOURIAU e AGUDO, 1987; SILVA et al.; 2018) e
𝐺1 𝐺2 𝐺𝑛
𝐼𝑉𝐺 = (𝑁1 + 𝑁2 + ⋯ 𝑁𝑛) de Maguire (1962), em que IVG = índice velocidade de

germinação; G1, G2 e Gn= número de sementes germinadas na primeira, segunda e


última contagem; N1, N2, Nn = número de dias decorridos da semeadura na primeira,
segunda e última contagem.
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Aos 30 dias após a semeadura, caracterizou-se as plântulas quanto à altura total,
comprimento de caule e raiz, espessura do colo, número de folhas e massa seca, raiz,
caule e folha com auxílio de régua, paquímetro e balança, conforme Benincasa (2003).
A análise de variância foi feita por meio do Teste F e, quando F foi significativo,
foram realizadas comparações das médias mediante aplicação do Teste de Tukey ao nível
de 5% de probabilidade utilizando-se o programa estatístico SISVAR (FERREIRA,
2000).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O teor de água das sementes de cumaru (D. odorata) foi de 27,8%. Ismael (2009)
verificou teores de umidade diferentes para sementes de D. odorata de três procedências,
Belém (37,9%), Ananindeua (46,0%) e Belterra (51,6%).
Os valores das dimensões e peso das sementes de Dipteryx odorata Willd.,
encontrados nesse trabalho (Tabela 1), corroboram com os valores encontrados por Bessa
et al., 2001, onde o comprimento, largura, espessura e massa de matéria fresca de
sementes de Dipteryx odorata Willd., foi de 34,5mm, 11,1mm, 7,4mm e 3,1g,
respectivamente.

Tabela 1 Medidas de dimensões e peso das semente de Dipteryx odorata Willd.


Média Mínimo Máximo Desvio padrão
Comprimento (mm) 34,1 24,1 45,9 5,4
Largura (mm) 12,0 8,7 15,3 1,5
Espessura (mm) 9,5 7,2 11,9 0,7
Matéria fresca (g) 2,4 1,1 4,2 0,7

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Nas profundidades de 0 e 2cm não houve diferença significativa na porcentagem
de germinação (Tabela 2). No entanto, aos 4cm de profundidade, houve redução na
porcentagem de germinação, diferindo, portanto, dos demais. Para as sementes de cumaru
de três procedências, estudada por Ismael (2009), a porcentagem de germinação na
profundidade de 1 cm foi, 96% (Belterra), 95% (Ananindeua) e 92% (Belém), Prestes et
al., 2016 foi de (92,5%), e Alencar; Magalhães (1979), (78,5%). O ponto de máxima
germinação (Figura 1- A) ocorreu com 0,68cm de profundidade. Já para sementes de
Amburana cearenses, a máxima germinação ocorreu com 3,3 cm de profundidade,
proporcionando 91% (GUEDES et al., 2010).

Tabela 2. Porcentagem, índice de velocidade e tempo médio de emergência de plântulas


de cumaru (Dipteryx odorata Willd.), nas profundidades 0; 2 e 4 cm de semeadura.
Variáveis Profundidade
0 cm 2 cm 4 cm CV (%) F
PG (%) 98,13 a 91,25 a 41,25 b 20,3 15,825*
IVG dias 2,36 a 1,68 b 0,64 c 16,97 42,953*
TM dias 8,64 a 11,29 b 12,93 c 10,95 50,432*
*Significativo a 1% de probabilidade. Médias seguidas da mesma letra não diferem
entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

Para o índice de velocidade de germinação, houve um decréscimo linear à medida


que se aumentou a profundidade de semeadura, portanto, há diferença estatísticas entre
as profundidades. Na profundidade zero (0) cm, a semente apresentou melhor vigor, a
profundidade de 4 cm, apresentou o pior desempenho, (Tabela 2). Esse decréscimo, do
índice de velocidade de germinação, está relacionado ao aumento da barreira física
proporcionado pelas maiores profundidades, sendo assim, as sementes consomem mais
energia de reserva para emergir (SILVA et al., 2007). O ponto de máxima para IVG
(Figura 1-A), ocorreu com 2,62 cm de profundidade. Para sementes de A, cearenses,
observou-se um IVG de 1,02 com profundidade de 1,22 cm (GUEDES et al., 2010).

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125 y = -5,390625x2 + 7,34375x + 98,125
100 R² = 100,00

PG (%)
75

50 0,68
25

0
0 2 4
Profundidade de semeadura (cm)

3 y = -0,046563x2 - 0,244375x + 2,36


R² = 100,00
2,25
IVG (dias)

1,5

0,75
2,62
0
0 2 4
Profundidade de semeadura (cm)

Figura 1. A. Regressão quadrática para a porcentagem de germinação (PG). B. Regressão


quadrática para índice de velocidade de germianção (IVG) para sementes de cumaru (Dipteryx
odorata willd.), semadas na profundidade 0; 2 e 4 cm. Teste f a 0,01%.

O comprimento da raiz das plântulas de D. odorata, decresceu linearmente com


aumento da profundidade (Tabela 3, Figura 2 A). Resultado semelhante ao observado por
Alves et al., 2014, para sementes de P. floribundum, onde o comprimento da raiz primária
decresceu linearmente com o aumento da profundidade, independentemente da posição
de semeadura.

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Tabela 3. Valores médios das características de desenvolvimento avaliadas para altura
total (AT), comprimento de caule (CP), número de folhas (NF), comprimento da raiz (CR)
espessura do colo (EC), (DAE), massa seca das folhas (MSF), massa seca das raízes
(MSR) e massa seca do caule (MSC) e massa seca total (MST) das plântulas de (Dipteryx
odorata Willd.) aos 30 dias após emergência, nas profundidades 0; 2 e 4 cm de semeadura.
Variáveis Profundidade
0 cm 2 cm 4 cm CV (%) Fcal
C. total 23,8 a 24,75 a 21,42 a 10,79 1,860
C. caule 10,72 a 12,45 a 12,1 a 10,98 2,005
Nº folhas 2,41 a 2,41 a 2,09 b 4,73 10,971*
C. raiz 13,08 a 12,29 a 9,33 a 18,33 3,486
Esp. Colo 0,41 a 0,4 a 0,4 a 4,76 0,157
MS folha 4,39 a 4,08ab 3,71b 8,04 4,507*
MS raiz 1,64 a 1,60 a 1,49 a 25,04 0,153
MS caule 1,76 a 1,97 a 1,91 a 10,83 1,081
MS total 7,80 a 7,5375 a 7,21 a 7,22 1,187
Significativo a 1% de probabilidade. Médias seguidas da mesa letra não diferem entre si
pelo Teste Tukey a 5% de probabilidade.

A profundidade de 2 cm apresentou o melhor desempenho de crescimento de


plântulas para comprimento de caule e comprimento total, no entanto, estatisticamente,
não houve diferença significativa entre os tratamentos (tabela 3; Figura 2 B e D). A
melhor desempenho de crescimento caule e crescimento total de plântula ocorre com
profundidade de 2,66 cm e 1,44 cm respectivamente (Tabela 3, Figura B e D). O maior
comprimento de parte aérea de Acacia polyphylla DC., foi obtido com sementes
distribuídas com o hilo na horizontal na profundidade de 3,2 cm (RODRIGUES et al.,
2016). Para Amburana cearensis (Allemão) A.C. Smith, o maior comprimento de
plântulas foi obtido com sementes distribuídas com o hilo de lado na profundidade de
3,4cm (GUEDES et al., 2010). Resultados diferente, foram encontrados em plântulas de
Inga ingoides (Rich.) Willd., onde ocorreu aumento linear no comprimento à medida que
a semeadura foi mais profunda (LAIME et al., 2010).

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A B
30 30

25 25 y = -0,26x2 + 1,385x + 10,72


y = -0,9375x + 13,442 R² = 100
20

CC (cm)
20
CR (cm)

R² = 0,8996
15 15

10 10

5 5

0 0
0 2 4 0 2 4
Profundidade de semeadura (cm) Profundidade de semeadura (cm)

C
D
3 y = -0,04x2 + 0,08x + 2,41 30 y = -0,535x2 + 1,545x + 23,8
R² = 100 R² = 100
2,5 25
2 20
CT (cm)
NF

1,5 15

1 10

0,5 5

0 0
0 2 4 0 2 4
Profundidade de semeadura (cm) Profundidade de semeadura (cm)

Figura 2. A. Regressão linear para a comprimento de raiz (CR). B. Regressão quadrática para
comprimento de caule (CC). C. Regressão quadrática para número de folhas (NF) D. Regressão
quadrática para comprimento total de plântula de cumaru (Dipteryx odorata willd.), semadas na
profundidade 0; 2 e 4 cm. Teste f a 0,01%.

Quanto a massa seca das raízes, houve decréscimo linear à medida que se
aumentou a profundidade de semeadura (Tabela 3; Figura 3 A). De forma semelhante, a
massa seca das raízes de plântulas de Inga ingoides (Rich.) Willd., oriundas de sementes
semeadas com o hilo para o lado e para baixo, reduziu significativamente, à medida que
foi aumentando a profundidade da semeadura (LAIME et al., 2010).

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3
A 3
B
y = -0,0375x + 1,6517 y = -0,0337x2 + 0,1725x + 1,76
2,5 R² = 0,9323 2,5 R² = 100
2 2

MSC (g)
MSR (g)

1,5 1,5

1 1

0,5 0,5

0 0
0 2 4 0 2 4
Profundidade de semeadura (cm) Profundidade de semeadura (cm)

y = -0,17x + 4,4 D
5 C 10 y = -0,1475x + 7,8108
R² = 0,9974 R² = 0,996
4
7,5

MST (g)
MSF (g)

3
5
2
2,5
1

0 0
0 2 4 0 2 4
Profundidade de semeadura (cm) Profundidade de semeadura (cm)

Figura 3. A. Regressão linear para massa seca de raiz (MSR). B. Regressão quadrática para massa
seca do caule (MSC). C. Regressão linear para massa seca da folha (MSF) e D. regressão linear
para massa seca total (MST) de plântula de cumaru (Dipteryx odorata willd.), semadas na
profundidade 0; 2 e 4 cm. Teste f a 0,01%.

O melhor vigor das plântulas apresentado pela massa seca de caule, ocorreu na
profundidade de 2 cm (1,97 g), seguida pela profundidade de 0 cm (1,91 g) e 4cm (1,76g),
porém sem diferença significativa (Tabela 3; Figura 3 B). O máximo conteúdo de matéria
seca ocorreu nas profundidades de 2,55 cm. Para sementes de P. floribundum semeadas
com o hilo de lado, os dados não se ajustaram a modelo de regressão (ALVES et al.,2014),
para A. cearensis, o máximo conteúdo de massa seca das plântulas ocorreu na
profundidade de 3,3cm, com o hilo de lado (GUEDES et al., 2010).
Quanto a massa seca de folha, houve uma queda linear ao aumento da
profundidade, o melhor desempenho ocorreu na profundidade 0cm (Tabela 3; Figura 3
C), logo, a melhor fixação de carbono pode ser explicada, uma vez que as sementes nessa

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profundidade emergiram mais rápido (Tabela 2). A matéria seca total das plântulas de D.
odorata, decresceu linearmente ao aumento da profundidade (Tabela 3; Figura 3 D).

CONCLUSÃO
A profundidade igual ou superior a 4cm, são inviáveis para a emergência de
plântula e vigor de sementes e plântulas.

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1
Bolsista de Iniciação Científica – UEAP - PROBICT - 2019/2020.
2
Prof. Dr. colegiado de Engenharia Florestal – UEAP.

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