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) em função da
profundidade de semeadura
INTRODUÇÃO
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Bolsista de Iniciação Científica – UEAP - PROBICT - 2019/2020.
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Prof. Dr. colegiado de Engenharia Florestal – UEAP.
As sementes de D. odorata, é exalbuminosa, de forma oblonga e levemente
comprimida à região do hilo, com o comprimento da semente variando de 28,0 mm a 41,0
mm, a largura varia de 11,0 mm a 12,2 mm, espessura entre 6,9 mm a 8,0 mm, e massa
fresca variando de 1,6 g a 4,7 g, apresenta o hilo oblongo e bem visível, com resíduos
funiculares em toda a sua extensão (BESSA et al., 2001).
A germinação é considerada fator fundamental para a produção de mudas de
espécies florestais. Deste modo, estudos que forneçam subsídios, afim de quantificar
informações acerca das características do processo germinativo das sementes, rapidez de
germinação, uniformidade, emergência imediata das plântulas, são características
fundamentais para a produção de mudas de espécies florestais, tais característica,
possibilitam maior desenvolvimento das plântulas e menor exposição as condições
adversas do ambiente (GUEDES et al., 2010).
A germinação pode ser afetada por fatores exógenos e endógenos, dentre eles
pode-se citar as condições fisiológicas da semente, o tipo de dormência, temperatura,
umidade, luminosidade, substrato, a posição e profundidade da semeadura, e outros
(BRASIL, 2009; FLORES et al., 2013;).
A profundidade de semeadura, é especifica para cada espécie, e quando adequada,
proporciona à germinação e emergência de plântulas, uniformidade (SOUSA et al., 2007),
sucesso na germinação e sobrevivência da plântula (SILVA E CESARINO, 2016), além
disso, para Silva et al. (2007) a camada espessa de solo pode impedir que as sementes
com menor vigor não completem a germinação ou originem plântulas com deformidades,
bem como aumentar o período de suscetibilidade a patógenos.
Contudo, com a redução da profundidade, as sementes se tornam vulneráveis as
alterações do ambiente, ao ataque de predadores, injúrias decorrentes a irrigação,
destruição da radícula, devido a sua exposição, além de plântulas anormais, resultante do
estresse hídrico na fase de embebição da semente (GUEDES et al., 2010). Dessa forma,
a profundidade ideal de semeadura, é aquela que garante a homogeneidade na germinação
das sementes, rapidez na emergência das plântulas e gere mudas vigorosas na produção
de mudas (SCHMIDT, 1974).
Diante do exposto, objetivou-se com esse trabalho, avaliar o efeito da profundidade de
semeadura, na germinação de semente e vigor de plântulas de Dipteryx odorata.
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MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O teor de água das sementes de cumaru (D. odorata) foi de 27,8%. Ismael (2009)
verificou teores de umidade diferentes para sementes de D. odorata de três procedências,
Belém (37,9%), Ananindeua (46,0%) e Belterra (51,6%).
Os valores das dimensões e peso das sementes de Dipteryx odorata Willd.,
encontrados nesse trabalho (Tabela 1), corroboram com os valores encontrados por Bessa
et al., 2001, onde o comprimento, largura, espessura e massa de matéria fresca de
sementes de Dipteryx odorata Willd., foi de 34,5mm, 11,1mm, 7,4mm e 3,1g,
respectivamente.
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Nas profundidades de 0 e 2cm não houve diferença significativa na porcentagem
de germinação (Tabela 2). No entanto, aos 4cm de profundidade, houve redução na
porcentagem de germinação, diferindo, portanto, dos demais. Para as sementes de cumaru
de três procedências, estudada por Ismael (2009), a porcentagem de germinação na
profundidade de 1 cm foi, 96% (Belterra), 95% (Ananindeua) e 92% (Belém), Prestes et
al., 2016 foi de (92,5%), e Alencar; Magalhães (1979), (78,5%). O ponto de máxima
germinação (Figura 1- A) ocorreu com 0,68cm de profundidade. Já para sementes de
Amburana cearenses, a máxima germinação ocorreu com 3,3 cm de profundidade,
proporcionando 91% (GUEDES et al., 2010).
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125 y = -5,390625x2 + 7,34375x + 98,125
100 R² = 100,00
PG (%)
75
50 0,68
25
0
0 2 4
Profundidade de semeadura (cm)
1,5
0,75
2,62
0
0 2 4
Profundidade de semeadura (cm)
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Tabela 3. Valores médios das características de desenvolvimento avaliadas para altura
total (AT), comprimento de caule (CP), número de folhas (NF), comprimento da raiz (CR)
espessura do colo (EC), (DAE), massa seca das folhas (MSF), massa seca das raízes
(MSR) e massa seca do caule (MSC) e massa seca total (MST) das plântulas de (Dipteryx
odorata Willd.) aos 30 dias após emergência, nas profundidades 0; 2 e 4 cm de semeadura.
Variáveis Profundidade
0 cm 2 cm 4 cm CV (%) Fcal
C. total 23,8 a 24,75 a 21,42 a 10,79 1,860
C. caule 10,72 a 12,45 a 12,1 a 10,98 2,005
Nº folhas 2,41 a 2,41 a 2,09 b 4,73 10,971*
C. raiz 13,08 a 12,29 a 9,33 a 18,33 3,486
Esp. Colo 0,41 a 0,4 a 0,4 a 4,76 0,157
MS folha 4,39 a 4,08ab 3,71b 8,04 4,507*
MS raiz 1,64 a 1,60 a 1,49 a 25,04 0,153
MS caule 1,76 a 1,97 a 1,91 a 10,83 1,081
MS total 7,80 a 7,5375 a 7,21 a 7,22 1,187
Significativo a 1% de probabilidade. Médias seguidas da mesa letra não diferem entre si
pelo Teste Tukey a 5% de probabilidade.
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A B
30 30
CC (cm)
20
CR (cm)
R² = 0,8996
15 15
10 10
5 5
0 0
0 2 4 0 2 4
Profundidade de semeadura (cm) Profundidade de semeadura (cm)
C
D
3 y = -0,04x2 + 0,08x + 2,41 30 y = -0,535x2 + 1,545x + 23,8
R² = 100 R² = 100
2,5 25
2 20
CT (cm)
NF
1,5 15
1 10
0,5 5
0 0
0 2 4 0 2 4
Profundidade de semeadura (cm) Profundidade de semeadura (cm)
Figura 2. A. Regressão linear para a comprimento de raiz (CR). B. Regressão quadrática para
comprimento de caule (CC). C. Regressão quadrática para número de folhas (NF) D. Regressão
quadrática para comprimento total de plântula de cumaru (Dipteryx odorata willd.), semadas na
profundidade 0; 2 e 4 cm. Teste f a 0,01%.
Quanto a massa seca das raízes, houve decréscimo linear à medida que se
aumentou a profundidade de semeadura (Tabela 3; Figura 3 A). De forma semelhante, a
massa seca das raízes de plântulas de Inga ingoides (Rich.) Willd., oriundas de sementes
semeadas com o hilo para o lado e para baixo, reduziu significativamente, à medida que
foi aumentando a profundidade da semeadura (LAIME et al., 2010).
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A 3
B
y = -0,0375x + 1,6517 y = -0,0337x2 + 0,1725x + 1,76
2,5 R² = 0,9323 2,5 R² = 100
2 2
MSC (g)
MSR (g)
1,5 1,5
1 1
0,5 0,5
0 0
0 2 4 0 2 4
Profundidade de semeadura (cm) Profundidade de semeadura (cm)
y = -0,17x + 4,4 D
5 C 10 y = -0,1475x + 7,8108
R² = 0,9974 R² = 0,996
4
7,5
MST (g)
MSF (g)
3
5
2
2,5
1
0 0
0 2 4 0 2 4
Profundidade de semeadura (cm) Profundidade de semeadura (cm)
Figura 3. A. Regressão linear para massa seca de raiz (MSR). B. Regressão quadrática para massa
seca do caule (MSC). C. Regressão linear para massa seca da folha (MSF) e D. regressão linear
para massa seca total (MST) de plântula de cumaru (Dipteryx odorata willd.), semadas na
profundidade 0; 2 e 4 cm. Teste f a 0,01%.
O melhor vigor das plântulas apresentado pela massa seca de caule, ocorreu na
profundidade de 2 cm (1,97 g), seguida pela profundidade de 0 cm (1,91 g) e 4cm (1,76g),
porém sem diferença significativa (Tabela 3; Figura 3 B). O máximo conteúdo de matéria
seca ocorreu nas profundidades de 2,55 cm. Para sementes de P. floribundum semeadas
com o hilo de lado, os dados não se ajustaram a modelo de regressão (ALVES et al.,2014),
para A. cearensis, o máximo conteúdo de massa seca das plântulas ocorreu na
profundidade de 3,3cm, com o hilo de lado (GUEDES et al., 2010).
Quanto a massa seca de folha, houve uma queda linear ao aumento da
profundidade, o melhor desempenho ocorreu na profundidade 0cm (Tabela 3; Figura 3
C), logo, a melhor fixação de carbono pode ser explicada, uma vez que as sementes nessa
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profundidade emergiram mais rápido (Tabela 2). A matéria seca total das plântulas de D.
odorata, decresceu linearmente ao aumento da profundidade (Tabela 3; Figura 3 D).
CONCLUSÃO
A profundidade igual ou superior a 4cm, são inviáveis para a emergência de
plântula e vigor de sementes e plântulas.
REFERÊNCIAS
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Ciências Biológicas e Agrárias da Universidade do Estado de Mato Grosso –
UNEMAT, 2017.
GUEDES, R. S.; ALVES, E. U.; GONÇALVES, E. P.; VIANA, J. S.; MOURA, M. F.;
COSTA, E. G. Emergência e vigor de plântulas de Amburana cearensis (Allemão) A.C.
Smith em função da posição e da profundidade de semeadura. Semina: Ciências
Agrárias, v. 31, n. 4, p. 843-850, 2010.
SILVA, B. M S.; SILVA, C. O.; MÔRO, F. V.; VIEIRA, R. D. Seed anatomy and water
uptake and their relation to seed dormancy of Ormosia paraensis Ducke. Journal of
Seed Science, v.40, n.3, p.237-245, 2018.
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SILVA, B.M.S.; CESARINO, F. Germinação de sementes e emergência de plântulas de
jutaí (Hymenaea parvifolia Huber.). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.18,
n.1, supl. I, p.256-263, 2016.
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