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CEDRO SEEDLINGS (Cedrela fissilis Vell.) GROWTH RATE AND QUALITY, AT NURSERY,
UNDER DIFFERENT PRODUCTION SYSTEMS
ABSTRACT – To succeed, the forestry of native species relies on the seedlings quality.
However, there are only few studies dealing with seedlings production systems to every
species. This paper describes the study and evaluation of seven Cedro seedlings production
systems: direct sowing, nursery lifting (made at 40, 65 and 90 days after sowing) and
the use of three types of seedlings containers (1,710 cm³ polyethylene bags, and 32 cm³
and 170 cm³ polypropylene tubes). At the end of the productive cycle (180 days after
sowing), the nursery lifting to the polyethylene bags did not improve the seedlings
development considering height or root collar diameter growth. However, it improved the
phytomass development, highlighting the 40 days after sowing production system.
Seedlings transplanted to the polypropylene tubes had drastic reduction considering
height rates. They also presented a reduction considering the diameter. Nursery lifting to
polypropylene tubes had lower phytomass development in comparison to the seedlings
transplanted to polythylene bags. It’s important to realize that the seedlings produced under
the nursery lifting system to polypropylene tubes had a larger amount of secondary roots
and a higher Strength Index, which can indicate better quality of Cedro seedlings.
Keywords: nursery lifting; seedlings survival; Dickson’s Index; Strength Index; root system.
______
1
Recebido para análise em 17.06.2009. Aceito para publicação em 26.04.2010.
2
Instituto Florestal, Rua do Horto, 931, 02377-000 São Paulo, SP, Brasil. efluca@gmail.com
3
Schahin S.A., Av. Armando de Sales Oliveira, 1136, Caixa Postal 339, 13400-970 Piracicaba, SP, Brasil. rodrigorebecchi@yahoo.com.br
4
Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB, Rua Antônio da Veiga, 140, 89012-900 Blumenau, SC, Brasil.
LUCA, E.F. de; REBECCHI, R.J.; SCHORN, L.A. Crescimento e qualidade de mudas de cedro (Cedrela fissilis Vellozo) em viveiro, mediante
diferentes técnicas de produção.
LUCA, E.F. de; REBECCHI, R.J.; SCHORN, L.A. Crescimento e qualidade de mudas de cedro (Cedrela fissilis Vellozo) em viveiro, mediante
diferentes técnicas de produção.
LUCA, E.F. de; REBECCHI, R.J.; SCHORN, L.A. Crescimento e qualidade de mudas de cedro (Cedrela fissilis Vellozo) em viveiro, mediante
diferentes técnicas de produção.
LUCA, E.F. de; REBECCHI, R.J.; SCHORN, L.A. Crescimento e qualidade de mudas de cedro (Cedrela fissilis Vellozo) em viveiro, mediante
diferentes técnicas de produção.
90 135
sobrevivência (%)
30 45
0 0
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
18
300
12 225
150
6
75
0 0
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
105 420
fitomassa raiz (g)
70 280
35 140
0 0
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
70
raízes secundárias
35
0
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
Figura 1. Resultados de crescimentos obtidos aos 180 dias após semeadura, mediante diferentes tratamentos para
produção de mudas de cedro (Cedrela fissilis Vellozo). T1 = semeadura direta em saco plástico 1.710 cm3; T2, T3,
T4 = semeadura em tubete 32 cm3 com repicagem para saco plástico aos 40, 65 e 90 dias, respectivamente; T5, T6,
T7 = semeadura em tubete 32 cm3 com repicagem para tubete 170 cm3 aos 40, 65 e 90 dias, respectivamente.
Figure 1. Growth for cedro (Cedrela fissilis Vellozo) seedlings taken from 180 days after sowing, by means of different
treatments. T1 = direct sowing in polyethylene bag 1,710 cm3; T2, T3, T4 = sowing in rigid plastic tube 32 cm3 and
lifting to polyethylene bag at 40, 65 and 90 days, respectively; T5, T6, T7 = sowing in rigid plastic tube 32 cm3 and
lifting to rigid plastic tube 170 cm3 at 40, 65 and 90 days, respectively.
LUCA, E.F. de; REBECCHI, R.J.; SCHORN, L.A. Crescimento e qualidade de mudas de cedro (Cedrela fissilis Vellozo) em viveiro, mediante
diferentes técnicas de produção.
Vilas Bôas et al. (2004) verificaram que, Santos et al. (2000), Queiroz e Melém Jr.
das dez espécies estudadas, de modo geral, (2001) e Cunha et al. (2005) fizeram referência à
o crescimento das mudas em altura foi maior economia de substrato no processo de produção de
quanto maior o volume do recipiente. Porém, mudas quando não há diferença no desenvolvimento
esse comportamento foi dependente do grupo destas entre recipientes de diferentes dimensões.
ecológico da espécie. Espécies de crescimento Neste caso, sugeriram o emprego do recipiente de
lento, como Copaifera langsdorffii e Stryphnodendron menor volume, visando economia.
obovatum, não mostraram diferenças em altura A importância das variáveis altura e
entre os recipientes. Mas, para todas as outras diâmetro de colo de mudas de Eucalyptus spp. para o
mudas produzidas em sacos plásticos (1.600 cm3) crescimento após plantio foi relatada por Leles et al.
e laminado (300 cm3) cresceram muito mais (2000). Esses autores registraram que mudas com
rapidamente do que em tubetes (50-288 cm3). maiores altura e diâmetro, ao final do ciclo produtivo
Espécies de crescimento rápido, como Croton no viveiro, também apresentaram maior desenvolvimento
urucurana, Schinus terebinthifolius e Enterolobium nessas variáveis no campo, até os dez meses de idade.
contortisiliquum apresentaram respostas mais evidentes, Porém, é conveniente acompanhar o crescimento até
pois, em média, o crescimento em saco plástico e longos períodos, pois Vilas Bôas et al. (2004)
laminados foi três vezes maior do que em tubetes. mediram crescimentos em campo até o terceiro ano
Essa relação direta entre dimensões do após plantio, e verificaram que com o avançar do
recipiente e desenvolvimento de mudas também já tempo as diferenças iniciais diminuíram, ou até
foi relatada por muitos outros autores: Santos et al. mesmo deixaram de existir.
(2000) em Cryptomeria japonica (cedro japonês), Ainda em comparação com a semeadura
Leles et al. (2000) em três espécies de Eucalyptus, direta em saco plástico (T1), a repicagem para saco
Queiroz e Melém Jr. (2001) em Euterpe oleracea plástico aos 40 dias (T2) ou 65 dias (T3) resultou em
(açaí), Samôr et al. (2002) em Anadenanthera maior desenvolvimento de fitomassa, exceto fitomassa
macrocarpa (angico-vermelho) e Sesbania virgata aérea em T3. No caso de T2 o efeito da repicagem
(sesbânia), Gomes et al. (2002) em Eucalyptus causou aumento de fitomassa em quase três vezes.
grandis e Cunha et al. (2005) em Tabebuia Se feita aos 90 dias (T4), a repicagem não causou efeito.
impetiginosa (ipê-roxo). O desenvolvimento de fitomassa nos tratamentos com
Samôr et al. (2002) concluíram que o repicagem para tubete foi menor que nos demais
recipiente saco plástico, devido ao maior volume, tratamentos em algumas situações, marcadamente aos
propiciou maior desenvolvimento de mudas 45 dias (T5). Nesse tratamento, fitomassa aérea e total
quando comparado ao recipiente tubete de plástico foram menores em relação a todos os tratamentos
rígido. E ainda, dentre os diferentes tipos de usando saco plástico (T1, T2, T3 e T4) (Figura 1).
tubete, aqueles com maior volume propiciaram Portanto, nessas condições, ao final do ciclo
maior desenvolvimento às mudas. No entanto, de cultivo, os resultados evidenciaram que a
o desenvolvimento em massa de raiz de repicagem, seja para saco plástico ou para tubete de
Anadenanthera macrocarpa não respondeu ao tipo maiores dimensões, não foi positiva para o
e volume de recipiente, e a altura de Sesbania desenvolvimento em altura e diâmetro das mudas de
virgata foi dependente do tipo de substrato. cedro. Por outro lado, favoreceu o desenvolvimento
Vilas Bôas et al. (2004) lembraram que em fitomassa se feita para recipiente saco plástico.
em condições experimentais, quando se comparam Mas, se feita para tubete de maiores dimensões, esse
embalagens que usam diferentes tipos de substrato, desenvolvimento foi reduzido.
é necessário isolar essas variáveis de crescimento O número de raízes secundárias foi maior
para as devidas conclusões. No caso do presente nos tratamentos com repicagem aos 40 dias,
estudo, em que não houve variação quanto ao tipo independente do tipo de embalagem final (T2 e T5).
de substrato, a vantagem do saco plástico deve ser Em comparação a T1, essa variável também foi
atribuída ao volume do recipiente e, consequentemente, favorecida se a repicagem ocorreu para tubetes,
ao volume de substrato empregado. em qualquer outra idade (T6 e T7) (Figura 1).
LUCA, E.F. de; REBECCHI, R.J.; SCHORN, L.A. Crescimento e qualidade de mudas de cedro (Cedrela fissilis Vellozo) em viveiro, mediante
diferentes técnicas de produção.
LUCA, E.F. de; REBECCHI, R.J.; SCHORN, L.A. Crescimento e qualidade de mudas de cedro (Cedrela fissilis Vellozo) em viveiro, mediante
diferentes técnicas de produção.
altura aérea / diâm. colo
12,5 4
0,0 0
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
40
indice de Dickson (QI)
1,6
20 0,8
10 0,4
0 0
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
Figura 2. Resultados de índices de qualidade obtidos aos 180 dias após semeadura, mediante diferentes tratamentos para
produção de mudas de cedro (Cedrela fissilis Vellozo). T1 = semeadura direta em saco plástico 1.710 cm3; T2, T3,
T4 = semeadura em tubete 32 cm3 com repicagem para saco plástico aos 40, 65 e 90 dias, respectivamente; T5, T6,
T7 = semeadura em tubete 32 cm3 com repicagem para tubete 170 cm3 aos 40, 65 e 90 dias, respectivamente.
Figure 2. Index of quality for cedro (Cedrela fissilis Vell.) seedlings taken from 180 days after sowing, by means of
different treatments. T1 = direct sowing in polyethylene bag 1.710 cm3; T2, T3, T4 = sowing in rigid plastic tube
32 cm3 and lifting to polyethylene bag at 40, 65 and 90 days, respectively; T5, T6, T7 = sowing in rigid plastic tube
32 cm3 and lifting to rigid plastic tube 170 cm3 at 40, 65 and 90 days, respectively.
Segundo os coeficientes de Pearson (r), (r = -0,22; P < 0,01) para a variável raízes secundárias.
não houve correlação entre as dimensões dos recipientes No caso dos índices de qualidade morfológica
(volume, altura e diâmetro) e a sobrevivência das as correlações foram superiores para Ha/Dc
mudas. Porém, todas as variáveis de crescimento (r = 0,59; P < 0,01) e Fa/Fr (r = 0,66; P < 0,01).
da parte aérea tiveram correlação direta (r positivo) Para QI a correlação foi inferior, mas altamente
e altamente significativa (P < 0,01) com essas significativa (r = 0,38; P < 0,01), e IR teve
dimensões. A variável que apresentou a maior correlação inversa e altamente significativa
correlação foi altura aérea (r = 0,74). E uma (r = -0,45; P < 0,01) com as dimensões dos recipientes
diferenciação importante foi a correlação inversa (Tabela 1).
LUCA, E.F. de; REBECCHI, R.J.; SCHORN, L.A. Crescimento e qualidade de mudas de cedro (Cedrela fissilis Vellozo) em viveiro, mediante
diferentes técnicas de produção.
Tabela 1. Coeficientes de correlação (Pearson, r) entre dimensões (volume, altura e diâmetro) dos recipientes e
características de crescimento ou índice de qualidade de mudas de cedro (Cedrela fissilis Vell.) aos 180 dias após
semeadura, para todos os tratamentos. ** = P < 0,01; ns = não significativo.
Table 1. Coefficients of correlation (Pearson, r) between sizes (volume, height and diameter) from containers and
characteristics of growth, or indexes of quality, calculated for cedro (Cedrela fissilis Vell.) seedlings 180 days
after sowing, for all treatments. ** = P < 0,01; ns = not significant.
VARIÁVEL DE CRESCIMENTO OU r
ÍNDICE DE QUALIDADE DAS MUDAS
sobrevivência (%) 0,10ns
altura aérea (cm) 0,74**
diâmetro do colo (mm) 0,39**
fitomassa aérea (g) 0,62**
fitomassa radicular (g) 0,37**
fitomassa total (g) 0,58**
raízes secundárias - 0,22**
Ha/Dc 0,59**
Fa/Fr 0,66**
Índice de Dickson (QI) 0,38**
Índice de robustez (IR) - 0,45**
Essas correlações confirmam que, nas Embora o crescimento tenha sido mais
condições deste estudo, existe tendência estatística rápido e a qualidade (QI) das mudas superior
de maior desenvolvimento da parte aérea das mediante repicagem para sacos plásticos do que
mudas de cedro quando estas são cultivadas em para tubetes, nas condições deste experimento isto
recipientes maiores (saco plástico). Por outro lado, não resultou em maior robustez das mudas.
existe tendência das mudas desenvolverem Considerando-se que a robustez é o
maior número de raízes secundárias quando índice que melhor representa a qualidade das
cultivadas em recipientes de menor volume mudas, entre as técnicas comparadas, a repicagem
(tubete). Semelhantemente ao comportamento de de tubetes pequenos para tubetes maiores, aos 40
raízes secundárias, os resultados mostraram ou 65 dias após a semeadura, é a técnica
correlação inversa entre as dimensões do recomendada para a produção de mudas de cedro.
recipiente e o índice de robustez das mudas.
Ou seja, recipientes menores resultaram em mudas
de cedro mais robustas e com maior número de 5 AGRADECIMENTOS
raízes secundárias.
Os autores agradecem ao CNPq (PIBIC),
pela concessão de bolsa de iniciação científica ao
segundo autor. Ao Edi Carvalho Pereira (Instituto
4 CONCLUSÕES Florestal) e ao Paul Dale (Fundação Florestal),
pelas colaborações nas discussões no trabalho.
Recipientes maiores resultaram em maior Também agradecem aos revisores anônimos, pela
crescimento de mudas de cedro. valiosa contribuição para a qualidade da redação.
LUCA, E.F. de; REBECCHI, R.J.; SCHORN, L.A. Crescimento e qualidade de mudas de cedro (Cedrela fissilis Vellozo) em viveiro, mediante
diferentes técnicas de produção.
LUCA, E.F. de; REBECCHI, R.J.; SCHORN, L.A. Crescimento e qualidade de mudas de cedro (Cedrela fissilis Vellozo) em viveiro, mediante
diferentes técnicas de produção.