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RESUMOS

BIO/GEO 10º
GEOLOGIA
A TERRA E OS SUBSISTEMAS EM INTERAÇÃO
SUBSISTEMAS TERRESTRES

Tudo no universo se rege por hierarquias, do elemento mais simples ao mais complexo, que
tendem a estar em equilíbrio através da interação entre todos os elementos, isto é um
sistema.

Chama-se sistema a qualquer porção do universo constituída por componentes que interagem
entre si de uma forma organizada e em que pode haver fluxo de matéria e de energia entre
eles. A interação entre o sistema e o meio circundante classifica-se em 3 formas de sistemas:

Isolado- não há transferência de matéria nem de energia


Fechado- só há transferência de energia
Aberto- há transferência de matéria e de energia

A Terra é considerado um sistrema fechado. Desde a sua formação, a troca de matéria entre
esta e o Universo envolvente é insignificante. Dentro do sistema Terra existem 4 subsistemas:
atmosfera, hidrosfera, biosfera e geosfera.

ATMOSFERA

A atmosfera é constituída por uma mistura gasosa e, consoante a temperatura, a pressão e a


composição, divide-se em 4 camadas. Os principais gases que constituem a atmosfera são o
nitrogénio (78%) e o oxigénio (21%), os restantes gases são o CO2, o vapor de água, o ozono, o
hidrogénio e os gases raros.

A existência de O2 E CO2 são fundamentais para os seres vivos. O O2 livre permite a


respiração aeróbica e o CO2 é fundamental para a síntese de matéria orgânica.
A camada de ozono filtra a radiação UV, sem a qual não existiria vida.
A atmosfera protege a Terra dos impactos meteoríticos.
Pelo facto da Terra ter uma atmosfera, as amplitudes térmicas não são muito elevadas,
pois ajuda a espalhar o calor durante o dia e funciona como isolador térmico durante a
note.

HIDROSFERA

A hidrosfera é constituída por todos os reservatórios de água existentes na Terra, como sejam
os rios, lagos, águas subterrâneas, glaciares e calotes polares, assim como também na
atmosfera e nos seres vivos.

O subsistema é caracterizado pela sucessiva mudança de estado físico da água devidos às


temperaturas e à ação da gravidade. Devido às características da água e aos fatores que a
influenciam, esta circula no ciclo hidrológico.-

É um elemento estrutural e regulador dos seres vivos, pois é o constituinte que se encontra em
maior percentagem neles e permite que as reações bioquímicas aconteçam.

GEOSFERA

A geosfera corresponde à parte mais superficial da Terra que se encontra no estado


sólido(litosfera) englobando as grandes massas continentais e as bases dos oceanos, bem
como os restantes materiais que se encontram no interior da Terra dispostos em camadas
concêntricas (astenosfera, manto, núcleo).

A litosfera serve de suporte à vida, e é nela que todos os seres vivos realizam as suas
atividades, O tipo de rocha condiciona o tipo de seres vivos existentes num determinado local.

O homem retira os recursos metálicos, assim como os recursos energéticos. O comportamento


do homem relativamente à sua má utilização provoca impactos negativos ao ambiente que
podem comprometer a biosfera.

BIOSFERA

A biosfera é formada por todos os seres vivos. A vida terrestre está condicionada à superfície,
à vida nos oceanos, e à plataforma continental onde os raios solares chegam, no entanto,
existem seres vivos a grandes profundidades em que o Sol não chega.

A vida está dependente das condições físico-químicas do meio, mas os seres vivos também
contribuem para o meio.

As atividades poluentes e sobre-exploração dos recursos biológicos compromete o equilíbrio


da biosfera.

INTERAÇÃO ENTRE SUSISTEMAS

O sistema Terra depende das interações entre os 4 subsistemas, uma alteração num destes
subsistemas altera o equilíbrio da Terra. Estas alterações podem originar extinções em massa.
Por exemplo:

Se ocorrer uma fase de vulcanismo intenso (geosfera), as cinzas vulcânicas lançadas pelos
vulcões podem alterar as condições climáticas (atmosfera) e provocar inundações
(hidrosfera) e pode influenciar a vida nos ecossistemas (biosfera).
AS ROCHAS E OS SEUS TIPOS
As rochas são corpos sólidos e constituídos por um ou mais minerais, com diferentes
propriedades (brilho, dureza, cheiro, cor, coerência, estrutura, textura, reação com ácidos).

Existem 3 tipos de rochas (sedimentares, magmáticas, metamórficas) e cada um se forma a


diferentes condições de pressão, temperatura e profundidade.

ROCHAS MAGMÁTICAS/ÍGNEAS

As rochas magmáticas são formadas a partir do magma (profundidade, com grandes


temperaturas e mais gases), pelo se arrefecimento e pela sua cristalização.

O magma é menos denso que as rochas e se encontrar uma abertura pelas rochas envolventes,
sobe. Ao deslocar-se para a superfície, encontra temperaturas mais baixas e vai arrefecer, ao
longo do tempo, e acaba por consolidar.

As rochas magmáticas podem ser:

1. Vulcânicas:
formam-se à superfície ou próximo dela
arrefecimento mais rápido
rochas extrusivas (superfície)
textura agranular (cristais não visíveis a olho nu)
2. Plutónicas:
formam-se em profundidade
arrefecimento muito mias lento
rochas intrusivas (profundidade)
textura granular (cristais bem, desenvolvidos)

ROCHAS SEDIMENTARES

As rochas sedimentares formam-se à superfície e resultam de rochas preexistentes(detritos).


A sua formação integra duas etapas, a sedimentogénese e a diagénese.

1. Sedimentogénese:
Meteorização- alteração física ou química da rocha preexistente
Erosão- remoção dos fragmentos da rocha
Transporte- deslocação dos sedimentos devido aos agentes de transporte ( vento, ação da
gravidade, água…). Quanto maior for o transporte, mais redonda é a rocha e quanto menor
for, mais irregular è a rocha
Sedimentação- deposição dos sedimentos. Ocorre quando os agentes de transporte
perdem a energia e deixam de conseguir movimentar os sedimentos
2. Diagénese:
Compactação- acumulação dos sedimentos faz com que haja menis espaço entre eles,,
devido às pressões geradas pela deposição de camadas
Cimentação- detritos vão se misturar com restos de água (presentes devido à
compactação) e formar um cimento que vai preencher os espaços existentes entre os
grãos, agregando-os e originando uma rocha sedimentar consolidada.
O processo da sedimentação ocorre essencialmente em locais como os leitos dos rios, dos
lagos ou dos fundos oceânicos. Deste processo, resultam camadas sobrepostas de detritos.

As rochas sedimentares podem ser classificadas de acordo com a origem dos seus sedimentos:

Rocha detrítica- formada por clastos(detritos) EX: argilito, arenito, conglomerado


Rocha quimiogénica- formada por precipitação de substâncias dissolvidas na água EX:
calcário, gesso, sal-gema
Rocha biogénica- formada pela deposição e diagénese de restos de seres vivos (matéria
orgânica) EX: calcário conquífero, carvão, petróleo

ROCHAS METAMÓRFICAS

As rochas metamórficas resultam da alteração de outras rochas preexistentes (protólitos) que


foram sujeitos aos fatores de metamorfismo em profundidade. Estas rochas podem ser
sedimentares, magmáticas e metamórficas.

Os fatores de metamorfismo são a pressão, a temperatura, os fluidos circulantes e o tempo.


Estes fatores atuam em grau variável, consoante a profundidade a que a rocha se encontra,
tornando os minerais das rochas iniciais instáveis e levando à sua recristalização, assim vai
haver alteração dos minerais constituintes do protólito ou à sua transformação em novos
minerais. A textura das rochas também sofre alterações havendo por vezes um aumento do
tamanho dos minerais bem como o seu alinhamento, dando origem a rochas com foliação.

Existem 2 tipos de metamorfismo:

1. Metamorfismo regional:
fator predominante é a alta pressão
pode haver foliação
EX: xisto e gnaisse
2. Metamorfismo de contacto:
acontece devido à intrusão magmática e às altas temperaturas
rochas não foliadas
EX: mármore, quartzito, corneana

CICLO LITOLÓGICO/DAS ROCHAS


PRINCIPIOS BÁSICOS DO RACIOCINIO GEOLÓGICO
O catastrofismo era um principio defendido por Cuvier e dizia que as alterações verificados na
Terra ao longo do tempo ocorriam devido a catástrofes, de forma súbita e violenta, podendo
ter um caracter global. Este processo foi fortemente influenciado pela interpretação dos
textos bíblicos e para alguns, esse diluvio seria a razão da causa da extinção das espécies
existentes (sendo uma explicação para a existência de fosseis marinhos em regiões afastadas
do mar, hoje em dia).

Nos finais do séc. XVIII, James Hutton apresentou os fundamentos do uniformitarismo. Este
dizia que as alterações ocorriam de forma lenta e gradual e que as rochas se formavam por
processos naturais e não devido a intervenções sobrenaturais (bíblia).- O tempo que era
necessário para acontecerem alterações, levou a considerar que a terra possuía uma idade
muito superior do que se julgava.

O uniformitarismo baseava-se em 2 princípios:

Gradualismo- os fenómenos geológicos ocorriam de forma lenta e gradual


Atualismo/Principio das causas atuais- se nós conhecêssemos os fenómenos atuais
conseguíamos entender os do passado (eram os mesmos) “o presente é a chave do
passado”

Com Charles Lyell, o uniformitarismo ganhou mais visibilidade, pois ao estabelecer um método
cientifico em geologia, impôs-se ao catastrofismo:

interpretou os fenómenos geológicos sem recurso a explicações religiosas


rompeu com a crença de que a dinâmica terrestre do passado foi muito diferente da do
presente
alterou a noção do tempo geológico
converteu a geologia numa ciência moderna, fundamentada no raciocínio, na logica e na
observação rigorosa
propôs a existência de uma geodinâmica interna e externa

As discussões sobre as causas das extinções em massa ajudaram a “reviver” o catastrofismo,


dando origem, na atualidade, ao neocatastrofimo. Esta corrente de pensamento geológico
aceita os princípios do uniformitarismo e do catastrofismo, ou seja, haviam processos graduais
e lentos mas também haviam processos rápidos e catástrofes (como chuva de asteroides),
Perguntas Catastrofismo Uniformitarismo Neocatastrofismo

Formam-se por colisão


Como se explica a
Pela criação divina Formam-se de forma de placas litosféricas e
formação das
da Terra lenta e gradual destroem-se por
montanhas?
meteorização e erosão

É uma consequência
Como se explica a
do dilúvio Como resultado do
presença de fósseis O presente é a chave
(catástrofe natural fecho de oceanos por
de seres marinhos do passado
de intervenção colisão continetal
em meio terrestre?
divina)

As espécies extinguem-
Através de
As espécies se devido a alterações
Como se explica a catástrofes naturais
desapareceram de nos subsistemas
extinção de de intervenção
forma lenta e terrestres. É uma
espécies? divina (como os
gradual consequência dinâmica
sismos, vulcões…)
das placas litosféricas

DA DERIVA CONTINENTAL À TECTÓNICA DE PLACAS

No século XX, Alfred Wegener pôs em causa as ideias imobilistas ao propor a hipótese da
deriva continental, De acordo com esta hipótese, os continentes atuais já tinham estado
unidos, formando o supercontinente Pangeia (rodeada por um oceano, a Pantalassa) que se
terá fraturado em diversos continentes que ter-se-iam deslocado até às suas posições atuais.
Wegener apresentou argumentos para provar a sua teoria:

Argumento Morfológico- o encaixe dos continentes é evidente, especialmente quando se


consideram as plataformas continentais (áreas de crosta continental que estão
submersas)
Argumento Litológico- quando se juntam os continentes, como num puzzle, verifica-se
continuidade em formações rochosas e em cadeias montanhosas
Argumento Paleontológico- a presença de fósseis da mesma espécie em continentes
gastados atualmente por oceanos e pertencentes a animais que não conseguiram
atravessá-las sugerem que já tiveram juntos
Argumento Paleoclimático- vestígios de climas antigos (paleoclimas) muito diferentes dos
atuais ficaram registados nas rochas mais antigas dos continentes. Esses vestígios
também registam continuidade entre continentes atualmente separados (climas frios em
lugares atualmente quentes)

Wegener não encontrou respostas plausíveis para 2 questões “Qual a origem da energia que
fraturou a Pangeia nos diversos continentes.” e “Qual o motor responsável pela deriva
continental.” e por isso as sujas ideias foram criticadas durante décadas mas foram retomadas
à luz de novo conhecimentos como sobre o fundo dos oceanos. Novas tecnologias,
desenvolvidas em meados do séc. XX permitiram conhecer os fundos oceânicos até ai
desconhecidos (sonares desenvolvidos durante a 2º guerra mundial) e foi formulada a hipótese
da expansão dos fundos oceânicos, segundo o qual o fundo oceânico se forma nos riftes
expandindo-se a partir de aí em direções opostas, onde esta formação e expansão é
compensada pela destruição dos fundos oceanos na região das fossas oceânicas.

Rifte- abertura profunda na linha central da dorsal, por onde ascende o material rochoso
fundido
Fossa oceânica- depressão profunda e alongada do fundo oceânico

Segundo a Hipótese da Expansão dos Fundos Oceânicos, há uma ascensão de magma do


interior da Terra ao longo do vale de rifte que forma crosta oceânica, a qual se expande a
partir da dorsal em direção às fossas, onde é destruída. No rifte há adição de litosfera e na
fossa há subducção de litosfera.

Expansão dos fundos oceânicos:

estudos baseados nos registos magnéticos preservados em rochas basálticas da crosta


oceânica (estas rochas têm minerais magnetizáveis, como a magnetite)
o registo paleomagnético caracteriza-se pela existência de um padrai de bandas de
polaridade normal e alterar com polaridade inversa, sendo simétricas relativamente ao
rifte
o paleomagnetismo permitiu concluir que ocorre expansão dos fundos oceânicos nos riftes
localizados nas dorsais oceânicas
a idade das rochas alimenta com o afastamento do rifte

TECTÓNICA DE PLACAS

No final da década de 60 do séc. XX, todo o conhecimento adquirido sobre os fundos oceânicos
foi interpretado, o que conduziu à formulação da teoria da tectónica de placas. Esta teoria
considera que a litosfera (camada rochosa, rígida e solida fragmentada em placas) está
fragmentada em grandes porções: as placas tectónicas que se movem umas em relação às
outras sobre a astenosfera (camada parcialmente fundida com comportamento dúctil).
Algumas placas litosféricas são constituídas apenas por litosfera oceânica, mas a maioria
contem áreas da litosfera oceânica e litosfera continental. O movimento das placas estaria
dependente de correntes de convecção, estas resultam da diferença de temperatura entre os
materiais que compõem o manto, sendo a causa da ascensão do magma nas zonas de rifte.

Corrente de convecção- o magma quando é aquecido fica mais leve e ascende, mas quando
entra em contacto com a atmosfera, fica mais pesado e volta a descer e, depois volta a
estar em contacto com a fonte de calor e o processo repete-se. EX: O calor aplicado na base
de uma panela aquece a sopa que se expande tornando-se menos densa que a sopa fria.
Esta redução de densidade determina a ascensão de sopa, da base para o topo da panela.
Perto da superfície, a sopa arrefece, pelo que se contrai, ficando mais densa. Este aumento
de densidade determina a sua descida para a base da panela, completando-se e
reiniciando-se este ciclo.

O movimento das correntes de convecção na astenosfera, para um lado e para o outro do rifte,
arrasta consigo as 2 placas litosféricas em direções opostas. A abertura por novo basalto que
se forma pela consolidação da lava que ascende na astenosfera. Nas zonas descendentes das
correntes de convecção ocorre colisão entre placas e, a litosfera, ou é destruída ou podem
formar-se montanhas.

As placas litosféricas contactam entre si em zonas de fronteira, que constituem os seus


limites. Estes podem ser divergentes/construtivos; convergentes/destrutivos;
conservativos/falhas transformantes.

Limites divergentes/construtivos:

Locais onde 2 placas tectónicas se afastam uma da outra deslocando-se em sentidos


opostos. Situam.se nas dorsais, onde há ascensão de magma pelo rife (zona de vulcanismo
e de sismos). Locais onde há formação de nova litosfera (limite construtivo). EX: Rift Valley
Africano; Dorsal Médio-Atlântica

Limites convergentes/destrutivos:

Locais onde as placas litosféricas deslocam-se no mesmo sentido aproximando-se uma da


outra. Situam-se nas fossas abissais, onde o material rochoso que afunda é destruído nas
zonas de subducção. Ocorre destruição de placa litosférica (limite destrutivo). Pode
verificar-se sismos, vulcanismo e formação de montanhas.
As colisões podem ocorrer entre:
duas placas oceânicas- quando há colisão entre placas oceânicas. Quanto mais antiga for a
rocha oceânica, mais densa é e, por isso, a mais antiga v ai sofrer subducção e originar um
arco de ilhas vulcânicas devido à ascensão do magma.
placa continental e oceânica- quando há colisão entre placas com densidade diferentes, a
mais densa (oceânica) afunda e a menos densa (continental) fica por cima. A placa
oceânica vai fundir, fazer parte das correntes de convecção e parte do magma que daí
resulta, sobe e pode originar vulcões no continente. No continente, vai haver um
enrugamento das rochas e consequentemente a formação de cadeias montanhosas.
duas placas continentais- como têm a mesma densidade vai haver um enrugamento e a
formação de uma cadeia de montanhas. Há um elevado fluxo térmico mas sem vulcanismo
e sem sismos superficiais. Há uma diminuição da temperatura de fusão das rochas com a
libertação de água contida em alguns minerais.

Limites conservativos/falhas transformantes:

As placas deslizam em relação à outra (horizontalmente) ao longo de uma falha, sem haver
formação ou destruição de litosfera, apenas a conservação da rocha. Situam-se nas falhas
transformantes (falhas transversais às dorsais). Ocorrem sismos superficiais ou
intermédios.

FÓSSEIS
Um fóssil pide ser um resto de ser vivo , um molde ou vestígios da atividade dos seres vivos
(animais/vegetais) que ocuparam a Terra em épocas passadas, ficando
preservados/conservados/incorporados em rochas sedimentares ou em outros materiais
naturais. Dependendo da sua constituicao os fosseis podem ser:

Sematofósseis- restos de seres vivos EX: ossos fossilizados; troncos mineralizados, dentes
de tubarão
Icnofósseis- vestígios da atividade do ser vivo EX: pegadas; coprólitos (fezes); ovos

Existem dois tipos de fosseis:

Fósseis de idade- permitem datar as rochas ou os materiais rochosos onde se encontraram


e viveram durante um curto período de vida (de tempo geológico) e tiveram uma ampla
distribuição geográfica. Este tipo de fosseis é um bom indicador de idade dos estratos, tem
uma pequena distribuição estratigráfica(curto período de vida, vertical), tem uma ampla
distribuição geográfica (encontra-se em muitos locais, horizontal) e, testemunha a rápida
evolução dos seres vivos. EX: trilobite (Era Paleozóica); amonite (Era Mesozoica)
Fósseis de fáceis/de ambiente- são indicadores dos paleoambientes e do clima do passado,
têm u7ma grande distribuição estratigráfica e têm uma pequena distribuição geográfica.
Como este tipo de fóssil apareceu em varias Eras (vários estratos), considera-se um mau
fóssil de idade. EX: fosseis de corais
Nos estratos acima, os fósseis de coral são maus fosseis de idade, uma vez que apareceram em
varias eras ( vários estratos), mas são bons fosseis de ambiente. Já os fosseis de amonites são
bons fosseis de idade, uma vez que têm uma pequena distribuição estratigráfica e uma grande
distribuição geográfica.

DATAÇÃO RELATIVA

A determinação de idade relativa permite datar um estrato ou um fenómeno relativamente a


outro, em mais antigo ou mais recente, sem atribuir uma idade numérica, e permite efetuar
sequências cronológicas de acontecimentos e estrutura geológicas. A datação relativa pode
ser feita através de aplicação de diversos princípios da estratigrafia e do estudo dos fosseis:

Principio da horizontalidade de estratos- os estratos depositam-se na horizontal


Principio da sobreposição de estratos- estratos mais recentes estão sobre os mais antigos,
ou seja, os estratos m aios acima são mais novos que os mais abaixo
Principio da identidade paleontológica- estratos com o mesmo fóssil de idade têm a
mesma idade
Principio da interseção- toda a estrutura que atravessa outra é mais recente que a
atravessada
Principio da continuidade lateral- os estratos estendem-se lateralmente e têm a mesma
idade
Principio da inclusão- fragmentos de rochas incorporadas numa outra rocha são mais
antigas que a rocha que as contêm (filão)

Estes princípios podem ser alterados devidos a alterações que podem ocorrer, como a
formação de dobras ou falhas. Estas estruturas geológicas podem alterar a posição horizontal
doa estratos, colocando estratos mais antigos acima de uns mais recentes, e assim, pode
dificultar a determinação da sequencia original de formação dos estratos, havendo por veze4s
limitação do principio da sobreposição. Qualquer fenómeno que altere a horizontalidade +e
sempres posterior à sedimentação.

Segundo a imagem acima, em 1º lugar depositou-se a camada 10. Deu-se a deformação e a


erosão. Depositaram-se as camadas 8/7/6/5, respetivamente. Apareceu uma intrusão
magmática. Deu-se a deformação e a erosão. Depositaram-se as camadas 3/2/1,
respetivamente. Houve a interseção da falha FF’. Por fim, deu-se a deformação e a erosão.

DATAÇÃO ABSOLUTA

A datação absoluta permite datar um estrato ou fenómeno numericamente, atribuindo uma


idade, geralmente em Ma. Com a descoberta da radioatividade, desenvolveram-se técnicas que
foram utilizadas para calcular a idade das rochas, através da medição de elementos
radioativos presentes numa rocha, surgindo a radiação radiométrica que, constitui o principal
método da datação absoluta.

A radioatividade resulta no decaimento, que é a transformação de um isótopo instável inicial


(isótopo-pai) num isótopo final estável (isótopo-filho) do mesmo elemento químico ou de outro
diferente. Este decaimento pode ser caracterizado pela sua semivida, que corresponde ai
tempo necessário para que uma dada quantidade de átomos-pai se reduza para metade,
originando átomos-filho mais estáveis e esse tempo de semivida +e constante para cada par de
isótopos (pai e filho).

Para que esta datação seja possível é necessário que:

o período de semivida das rochas ocorra a uma taxa constante


o processo se registe nas varias camadas rochosas
Este método de datação é mais eficaz em rochas magmáticas porque o magma, ao solidificar,
incorpora uma certa quantidade de isótopos radioativos, sendo a quantidade de isótopos-filho,
nesse momento, nulas. As rochas metamórficas resultam, da modificação devido ao aumento
de pressão e temperatura, no entanto, o metamorfismo que as afeta não elimina ao isótopo-
filho que elas possam conter no momento do metamorfismo, e se este perturbar a relação
isótopo-pai/isótopo-filho irá levar os erros de calculo. No caso das rochas sedimentares, a
proveniência diversa dos sedimentos dificulta esta datação, sendo pouco fiável.

Datação Relativa Datação Absoluta

Tecnologicamente
complexa;
Não permite obter uma
idade numérica;
Depende da incorporação de
Limitações isótopos radioativos
A erosão dos estratos e do
instáveis em minerais;
conteúdo fóssil limita o uso
da datação relativa.
Mais complexa de aplicar a
rochas sedimentares.

Permite obter uma idade


Aplica-se com mais
numérica;
facilidade a rochas
Vantagens sedimentares, em especial
Pode ser aplicada em rochas
as que contêm abundante
magmáticas e
registo fóssil.
metamórficas.

MEMÓRIA DO TEMPO GEOLÓGICO

A elaboração da escala do tempo geológico começou no séc. XIX, baseada nos princípios da
estratigrafia subjacentes à datação relativa. A descoberta dos métodos radiométricos veio
permitir datar, de forma absoluta, os intervalos da escala, tornando mais rigorosa a
delimitação temporal dos tempos geológicos. Este calendário da História da Terra, baseado no
estudo e na correlação global dos estratos, vai sofrendo alterações que se refletem nas
divisões dessa escala, à medida que novos dados vão sendo recolhidos.

Para estabelecer as divisões da escala, são considerados os acontecimentos mais marcantes


da História da Terra no registo fóssil.

A escala, cuja unidade de medida é o Ma, esta dividida em intervalos de tempo com duração
variável: Éones, Eras, Períodos e Épocas.

As maiores unidades de escala são os Éones, sendo 88% incluído no Pré-Câmbrico. O


Fanerozoico corresponde aos restantes 12% da História da Terra.
A escala do tempo geológico possui divisões menos detalhadas e com maior duração à medida
que nos afastamos da atualidade, pois o registo geológico é menos completo para os
acontecimentos mais antigos.

Para o gráfico em cima: Terciário pode ser divido em Neogénico e Paleogénico.


Cretáceo=Cretácico. Permiano=Pérmico. Carbonífero=Carbónico. Devoniano=Devónico.
Siluriano=Silúrico. Ordoviciano=Ordovícico. Cambriano=Câmbrico.

Ao longo do tempo geológico, fenómenos como a queda de grandes meteoritos, o vulcanismo


intenso ou os processos tectónicos provocaram mudanças da Terra. Estas incluem alterações
climáticas profundas, variações do nível da água do mar (regressões marinhas, nível do oceano
baixa; ou transgressões, nível do oceano aumenta), eventos de anóxia (redução significativa
dos níveis de O2 dissolvido nos oceanos). As alterações ambientais dai decorrentes conduziram
a variações acentuadas da diversidade biológica, correspondentes a extinções em massa ou ao
aumento acentuado do nº de espécies. Estas variações são importantes na delimitação e na
caracterização dos diferentes intervalos do tempo geológico.

EVOLUÇÃO DA VIDA AO LONGO DA HISTÓRIA DA TERRA

A Terra formou-se há cerca de 4600 Ma a partir da acreção de pequenos corpos celestes que
eram abundantes aquando da formação do sistema solar.

Hádico (Éon)- as rochas mais antigas conhecidas localizam-se na Gronelândia, no Canadá e


na Austrália, muito meteorizadas
Arcaico (Éon)- rochas do tipo magmáticas e metamórficas. Supõe-se que as atividades
vulcânicas e tectónicas seriam mais intensas que as atuais. Aparecimento das
cianobactérias (levaram ao inicio da acumulação de O2 nos oceanos e na atmosfera;
fotossíntese). No final do Arcaico a atividade tectónica seria semelhante à atual (arcos
vulcânicos, riftes e regiões de choque de continentes são evidencias de rochas em diversos
contextos tectónicos)
Proterozoico (Éon)- maior registo geológico que no Arcaico, tendo as rochas sofrido
metamorfismo menos intenso. Atividade tectónica muito intensa e permitiu a formação e
fragmentação da Rodínia. Durante o final do Proterozoico terá ocorrido a maior glaciação
de toda a história da Terra, que chegou a estar completamente coberta de gelo

No Pré-Câmbrico, o registo fóssil é muito reduzido, destacando-se animais oceânicos que não
tinham partes duras (conchas ou placas mineralizadas) o que dificulta a sua fossilização.

Na Era do Paleozoico, viu-se uma rápido diversificação dos seres multicelulares com
revestimentos e partes duras, que favorecem a fossilização (destacam-se as trilobites).

Câmbrico- aparecimento de uma grande variedade de seres vivos no mar


Ordovício- aumento da biodiversidade dos grupos marinhos (como trilobites e graptólitos).
Aparecimento das primeiras plantas terrestres. No final deste 75% dos animais são
extintos devido a redução do nível dos oceanos
Silúrico- primeiras plantas vasculares e abundância de animais a nível continental (como
insetos). Primeiros peixes ósseos
Devónico- evolução dos anfíbios e a sua colonização de ambientes terrestres.
Aparecimento das amonites
Carbónico- densas e extensas florestas originam depósitos de carvão. Aumento dos
animais a nível terrestre. Diversificação dos corais e a sua maior abundância nos oceanos
Pérmico- grandes anfíbios e insetos voadores nas regiões continentais. Extinção de 96%
das espécies no seu final, incluindo as trilobites. Formação da Pangeia

Na Era Mesozoica, estava formada a Pangeia. Os répteis eram os vertebrados dominantes nos
oceanos e continentes (dinossauros), surgimento da maioria das espécies de fitoplâncton,
abundância de amonites nos oceanos e aparecimento das primeiras plantas com flor e os
primeiros mamíferos.

Triásico- as coníferas (plantas sem flor) tornaram-se as plantas dominantes e os anfíbios e


répteis sofrem grande diversificação com o aparecimento dos primeiros dinossauros
Jurássico- diversificação dos dinossauros (répteis de voo) e aparecimento dos primeiros
mamíferos e das primeiras plantas com flor. Expansão dos organismos planctónicos nos
oceanos (corais, fitoplâncton)
Cretácico- diversificação das plantas com flor e das diatomáceas (seres unicelulares
aquáticos com revestimentos siliciosos). Grande extinção em massa no final deste período
(das amonites e dos dinossauros principalmente)

Na Era do Cenozoico, as plantas com flor dominam os ambientes terrestres, o arrefecimento


global aumentou a área das pradarias e reduziu a área florestal. No Paleogénico, surgem os
ancestrais dos primatas.

Paleogénico- a biodiversidade terrestre e marinha recupera, após a grande extinção.


Definição dos contornos dos continentes e oceanos atuais. Formação das grandes cadeias
montanhosas
Neogénico- os mamíferos e as aves continuam a sua diversificação. Arrefecimento do
clima da Terra
Quaternário- desenvolvimento de várias espécies de mamíferos, incluindo o ser humano.
Estas espécies estão e continuam em constante transformação. Este é o período atual
VULCANISMO
A vulcanologia é o ramo da Geologia que estuda a formação, a distribuição e a classificação dos
fenómenos vulcânicos. Este ramo é importante porque:

o vulcanismo é um processo fundamental para a formação de crusta terrestre


as erupções vulcânicas constituem riscos naturais para a sociedade humana
os materiais que são libertados durante os fenómenos eruptivos fornecem aos
investigadores informações sobre os processos físicos e químicos que ocorrem no interior
da geosfera

VULCÃO

Um vulcão é uma abertura na crusta terrestre que permite a libertação de materiais sólidos
(piroclastos), líquidos (lava) e gasosos que compõem o magma. Relativamente à sua atividade,
um vulcão pode ser:

ativo- existem erupções regularmente


adormecido- não há erupções há algum tempo, mas podem haver
extinto- não há erupções há mais de 100 mil anos

TIPOS DE VULCANISMO

Vulcanismo primário- corresponde à ocorrência de uma erupção vulcânica, com libertação


de magma ou materiais associados (como lava)
Vulcanismo secundário/residual- não ocorre emissão de material magmático (lava), mas a
ocorrência de fenómenos associados à presença de magma EX: nascentes termais;
geiseres

O vulcanismo pode ainda ser classificado em:

Vulcanismo subaéreo- ocorre à superfície, exposto a condições atmosféricas


Vulcanismo subaquático- ocorre debaixo de água, especialmente nos limites divergentes

VULCANISMO PRIMÁRIO
O vulcanismo primário pode ser classificado de acordo com tipo de conduta emissora:

Vulcanismo central- a emissão de material (magma) ocorre através de uma chaminé


associada a um cone vulcânico
Vulcanismo fissural- a emissão de material (magma) ocorre ao longo de uma fissura que
pode ter vários quilómetros de extensão

Os vulcões podem apresentar caldeiras vulcânicas:

1. o vulcão entra em erupção com a câmara magmática cheia


2. dá-se uma erupção por vulcanismo central e o esvaziamento da câmara magmática
3. devido à existência de várias fraturas, o cone fica instável e sem suporte e colapsa
4. a massa rochosa preenche as fraturas no interior da câmara, mas está parcialmente vazia
5. devido ao colapso, formou-se uma caldeira que vai ser preenchida por água (da chuva)

MAGMA VS LAVA

Ambos o magma e a laba são rochas no estado liquido, devido às altas temperaturas.

O magma é uma rocha difundida em elevadas temperaturas e é rico em gases, enquanto a lava
é formada a elevadas temperaturas mas pobre em gases.

Os gases libertados durante a erupção vulcânica devem-se ao magma (que se acumula na


camara magmática), vai perdendo os gases à medida que ascende e quando chega à zona da
cratera (superfície) fica pobre em gases e transforma-se em lava.

O magma apresenta maior temperatura e maior nível de gases que a lava, e é encontrado em
profundidade enquanto a lava se encontra à superfície.

MAGMA

A composição do magma depende da natureza das rochas que fundem para lhe dar origem. O
magma pode ser:

Magma básico- com teor em sílica de 50% ou menos


Magma ácido- com teor em sílica maior do que 65%
Magma de composição intermédia- com teor em sílica entre 50% e 65%

O magma encontra-se a elevadas temperaturas e contém muitos gases, que reduzem a sua
densidade e permitem a sua ascensão. Por isso, quanto mais gases o magma tiver e quanto
mais altas forem as temperaturas, mais fácil vai ser a sua ascensão.

Quanto maior for o teor em sílica, mais viscoso será e maior vai ser a dificuldade do magma
para se movimentar (vai ser mais lento).

LAVA

A lava pode ser, de acordo com o teor em sílica:

Lava básica- sílica < 52%


Lava intermédia- 52% < sílica < 65%
Lava ácida- sílica > 65%

De acordo com a viscosidade, a lava pode ser:

Lava muito viscosa- 800ºC a 1000ºC; rica em sílica; dificuldades na libertação de gases; rica
em gases (4% a 6%)
Lava fluida- 1000ºC a 1200ºC; pobre em sílica; facilidade a libertar os gases; pobre em gases
(1% a 2%)

TIPOS DE ATIVIDADE VULCÂNICA

Efusiva Mista Explosiva

Lavas intermédias
Lavas básicas e Lavas ácidas e
Composição da lava
fluidas muito viscosas
50% < sílica < 65%

Libertação de
piroclastos
Escoadas de lava
Emissão de lavas e Grande teor de
Materiais expelidos
Pouca libertação de piroclastos gases
gases
Formação de nuvens
ardentes

Cones em escudo Cones altos de


vertentes íngremes
Estratovulcões com
Vertentes suaves formados pela
cones altos
Forma dos edifícios formados pela acumulação de
resultantes da
e das estruturas acumulação de lava piroclastos
acumulação
associadas
Podem ocorrer alternada de lava e
Formação de domos
disjunções de piroclastos
e de agulhas
colunares vulcânicas

Ilhas do Hawaii
Pico (Açores) Ilha Branca (Nova
Piton de la Zelândia)
Exemplos
Fournaise Vulcão do Fogo
(Cabo Verde) Pinatubo (Filipinas)
Islândia

ATIVIDADE EFUSIVA

Esta atividade é muito comum no vulcanismo fissural. Quando ocorre no central, tende a
originar cones vulcânicos com elevadas dimensões e declives suaves ( vulcões em escudo).
A atividade efusiva liberta lava fluida, pobre em sílica, elevadas temperaturas e um reduzido
teor de gases (libertam-se facilmente sem a ocorrência de explosões). Por a lava ser básica,
tende a formar escoadas de lava, que se acumulam sob a forma de mantos de lava.

As escoadas lávicas, nas erupções subaéreas, podem ser:

Lava encordoada (pahoehoe)- a lava é mais fluida e é semelhante a cordas enroladas


Lava escoriácea (aa)- a lava é mais viscosa e muito irregular

Nas erupções submarinas, a lava arrefece rapidamente à superfície, o que origina estruturas
esféricas, chamadas de lavas em almofada.

O arrefecimento dos mantos de lava podem originar a formação de disjunções prismáticas ou


colunar. Isto porque o arrefecimento rápido provoca a contração e a formação de hexágonos.

ATIVIDADE EXPLOSIVA

Quando ocorre no vulcão central, tende a originar cones vulcânicos com elevados declives.
Estes cones são formados pela acumulação de elevadas quantidades de piroclastos e a
acumulação de lava é reduzida.

O magma é muito viscoso, então solidifica logo na chaminé ou na cratera, fazendo com que os
gases fiquem presos e, como se querem libertar, há destruição do cone vulcânico e dá-se a
explosão. Após a erosão do cone, em resultado da solidificação do magma viscoso na cratera
ou na chaminé, podem formar-se, respetivamente, domos e agulhas vulcânicas.

Na atividade explosiva podem gerar-se explosões e projeção de material ao longo das


encostas, originando nuvens ardentes ou escadas piroclásticas, compostas por gases,
piroclastos e lava incandescente a elevadas temperaturas. Os piroclastos (fragmentos
rochosos; lava solidificada) são classificados de acordo com o tamanho:

poeiras vulcânicas
cinzas vulcânicas
lapilli
bombas vulcânicas
blocos vulcânicos

ATIVIDADE MISTA

Na atividade mista existe uma alternância entre episódios efusivos com explosivos ou
ocorrência em simultâneo da libertação de grandes quantidades de piroclastos e de lava. Os
vulcões têm declives acentuados e são cónicos, formados pela acumulação de lavas e
piroclastos. A lava pode ter uma composição intermédia.

VULCANISMO SECUNDÁRIO

Este vulcanismo é diferente do primário pois não há emissão de lava de nenhuma forma.
Existem varias manifestações secundarias de vulcanismo:
Fumarolas- as fumarolas correspondem à libertação de gases através de aberturas à
superfície, provenientes de uma câmara magmática ou de fluidos aquosos que circulam
nas suas proximidades. Consoante o gás predominante, tomam designações, se for rica em
CO2 é Mofetas, se for rica em enxofre e é Sufaratas, mas podem ser libertados outros
gases como o vapor de água
Nascentes Termais- nas nascentes termais existe água a elevada temperatura em emissão
contínua. A água da precipitação, ao infiltrar-se em profundidade, circula perto de rochas
aquecidas por uma câmara magmática fazendo com que a água aqueça e aumentando a
sua capacidade de dissolução de materiais das rochas, tornando-se mais mineralizada.
Algumas destas nascentes são usadas para fins medicinais
Geiser- os geiseres são jatos intermitentes de água quente e gases. A água que infiltra e
circula no subsolo pode acumular-se em reservatórios subterrâneos onde é aquecido a
elevadas temperaturas, e uma parte dessa água transforma-se em vapor fazendo com que
a pressão no interior do reservatório aumente e haja projeção da água e o esvaziamento
desses depósitos, que voltam a encher em ciclos sucessivos

VULCANISMO E TECTÓNICA DE PLACAS

VULCANISMO INTERPLACA

Este tipo de vulcanismo acontece no limite da placa, estando associado aos limites divergentes
e convergentes.

Os magmas são básicos, o vulcanismo tende a ser efusivo e o maior volume de lava é emitido
nos riftes e nas dorsais oceânicas, isto nos limites divergentes.

Por exemplo, no rifte Leste-Africano, o magma ascende ao longo da crusta continental e torna-
se mais ácido e mais explosivo, como acontece nos limites convergentes. Nestes limites
(convergentes), a subducção da placa provoca a fusão parcial da placa oceânica, dando origem
a magmas intermédios e vulcanismo misto.

VULCANISMO INTRAPLACA

Este tipo de vulcanismo acontece no meio da placa e está mais associado a pontos quentes.

Os pontos quentes correspondem a locais da superfície terrestre por onde o magma


proveniente do manto ascende. Podem localizar-se em zonas oceânicas ou em zonas
continentais. O movimento da placa tectónica gera um alinhamento de vulcões, que sao
progressivamente mais antigas.

Ponto quente oceânico- num ponto quente de localização fixa, ascende magma básico,
oriundo de zonas profundas (manto), originando plumas mentílicas na sua ascensão até à
superfície. Erupções sucessivas constroem um cone vulcânico. O movimento da placa
desloca o vulcão em relação ao ponto e quando houverem novos episódios vulcânicos, o
cone forma-se ao lado do cone formado anteriormente
Ponto quente continental- como o material do manto tem dificuldade em atingir a
superfície sofre alterações químicas, tornando-se mais ácido e mais explosivo

VULCANISMO EM PORTUGAL
Existe um vulcanismo ativo nos Açores, associado a magma gerado num limite divergente ao
longo da dorsal médio oceânica e do rifte da Terceira.

Existem vestígios de atividade vulcânica com menos de 10 000 anos na Madeira, podendo ser
considerado com vulcanismo adormecido EX: S. Vicente; Porto Santo).

Existem vestígios de atividade vulcânica com dezenas de milhões de anos em Portugal


Continental, sendo considerado vulcanismo extinto EX: Mafra; Peniche; Sines

PREVENÇÃO DE RISCOS VULCÂNICOS

à maior parte dos esforços de previsão centra-se na motorização de aspetos que podem indicar
a aproximação do magma à superfície, salientando-se:

deteção de ondas sísmicas através de sismógrafos


estudo da deformação dos terrenos com medições de GPS
medição da temperatura das águas nas termas e dos níveis de emissões de gases
estudo das variações magnéticas e gravimétricas
monotorização por satélite
se houver atividade vulcânica, medição da temperatura e recolha de amostras de lava,
amostragem dos gases libertados

De entre os fenómenos vulcânicos com elevado risco destacam-se:

nuvens ardentes
queda de cinzas
escoadas de lava
la hars (lama com piroclastos e água)
tsunamis

VANTAGENS DO VULCANISMO

O vulcanismo também pode trazer vantagens:

agricultura é favorecida pela fertilidade dos solos


produção de energia elétrica devido ao calor libertado
aquecimento de água ou de infraestruturas devido ao calor libertado
turismo, pois os ambientes vulcânicos tornam-se destinos procurados
materiais de construção, pois as rochas e os materiais vulcânicos marcam a arquitetura
dessas regiões vulcânicas
medicina, pois as cinzas e as nascentes termais são usados com fins medicinais

ORIGEM DOS SISMOS


Os sismos, ou tremores de terra, são movimentos bruscos e vibratórios resultantes dos
acontecimentos no interior da Terra, causados pela súbita libertação de energia elástica
armazenada nas rochas. Os sismos podem ter origem:

Antrópica- provocada pelo homem EX: explosões em minas/pedreiras; explosões nucleares


Natural- provocados pela natureza EX: vulcões; colapso (grutas ou desabamentos);
tectónica (energia libertada pelas placas tectónicas)

O comportamento das rochas sujeiras a estados de tensão permite a sua classificação em


rochas de diferentes comportamentos:

Comportamento elástico- dentro do seu limite de elasticidade, a rocha recupera a sua


forma inicial apos a cessação do estado de tensão
Comportamento frágil (rígido)- atingindo o limite de elasticidade e em condições de baixa
temperatura e pressão, a rocha sofre alteração irreversível, fraturando. Formam-se falhas
geológicas (deformação descontinua)
Comportamento dúctil (maleável)- em condições de elevada temperatura e pressão, a
rocha sofre alteração irreversível, sem sofrer fratura. Podem formar-se dobras geológicas
(deformação contínua)

TEORIA DO RESSALTO ELÁSTICO

A teoria do Ressalto Elástico explica o mecanismo de formação de um sismo tectónico.


Segunda esta teoria, as rochas acumulam energia e sofrem deformação elástica, mas se
continuar a haver pressão e acumulação de energia, quando a rocha atingir o seu limite de
elasticidade a rocha fratura e da origem a um movimento brusco. É neste contexto que se da a
libertação de energia, ou seja, o sismo.

Os sismos que antecedem o sismo principal são os abalos premonitórios e os que ocorrem
posteriormente são as réplicas (ocorrem do reajuste das rochas e são tao ou mais perigosas
que o sismo principal, pois por exemplo, com o sismo principal as estruturas já estai abaladas,
e com as replicas, as estruturas caem).

O local do interior da Terra onde ocorre a rutura das rochas e onde se gera o sismo, é
denominado por hipocentro ou foco sísmico.

O ponto à superfície mais próximo do hipocentro e situado na sua vertical, é o epicentro.

Em resultado da fricção dos blocos, ao longo da falha, gera-se calor e liberta-se energia sob a
forma de ondas sísmicas. Estas ondas propagam-se em todas as direções e separam os
materiais que estão a sofrer deformação dos materiais não deformados.

A distancia entre o hipocentro e o epicentro designa-se profundidade ou distancia focal

Quanto à profundidade do hipocentro, o sismo pode ser:

Superficial- até 70km


Intermédio- de 70 a 300 km
Profundo- mais de 300 km

Quando os sismos se foram no fundo marinho, quando há movimentação do fundo marinho


devido ao epicentro se localizar no fundo oceânico, podem gerar-se tsunamis. A energia é
transmitida para a agia e forma ondas gigantes que apresentam elevado poder destruidor
devido à elevada velocidade e amplitude das suas ondas.
ONDAS SISMICAS E O SEU REGISTO
As ondas sísmicas são geradas a partir do hipocentro e podem ser:

Ondas de profundidade ou volume- propagam-se a partir do hipocentro, em todas as


direções (ondas P e S)
Ondas de superfície- resultam da interação das ondas de volume com a superfície
terrestre e propagam-se à superfície ou perto dela (ondas R e L)

ONDAS P

Estas ondas denominam-se de longitudinais ou primárias.


Causam vibração das partículas dos materiais que atravessam, comprimindo e
distendendo esses materiais com alteração do seu volume, paralelamente à direção de
propagação.
São as primeiras a ser registadas, pois são as mais rápidas.
Propagam-se em todos os meios (solido, liquido, gasoso), apesar do meio gasoso não
existir no interior da Terra.
A velocidade das ondas P aumenta com a rigidez e diminui com a densidade.

ONDAS S

As ondas S denominam-se de ondas secundarias ou transversais.


Causam a vibração dos materiais rochosos, perpendicularmente à direção da propagação
da onda, alterando a sua forma e mantendo o seu volume.
Como as ondas P são mais rápidas, as ondas S são as segundas a ser registadas devido a
serem as segundas a chegar à superfície.
Só se propagam em meios sólidos.
A velocidade aumenta com a rigidez e diminui com a densidade.

ONDAS SUPERFICIAIS

As ondas superficiais (L ou longas) podem ser as Love ou as Rayleigh.


Propagam-se apenas à superfície, a partir do epicentro.
Resultam da interação entre as ondas P e as ondas S.
São as ultimas a serem registadas e são as mais lentas.
Provocam deformação intensa dos materiais, devido à sua elevada amplitude, sendo as
mais destrutivas.

As ondas Love são ondas longas (lentas e de grande amplitude) com movimentos materais e
que se propagam apenas em meios sólidos. Quando as ondas S chegam à superfície, interferem
umas com as outras formando as ondas Love.

As ondas Rayleigh são ondas longas (lentas e de grande amplitude) com movimentos elípticos
e que se propagam em meios sólidos e líquidos. Quando as ondas S e P chegam à superfície,
interferem umas com as outras formando as ondas Rayleigh.

REGISTO SISMICO
Diferentes ondas sísmicas fazem vibrar de diversa forma os materiais que atravessam, pelo
que é necessário ter diferentes sismógrafos para conseguir registar movimentos verticais e
horizontais das partículas.

Numa estacão sismológica encontram-se pelo menos 2 sismógrafos horizontais (direções


norte-sul e este-oeste) e um sismógrafo vertical.

Um sismógrafo é um instrumento que regista os movimentos da superfície terrestre. Um


sismograma é o registo efetuado pelo sismógrafo.

Um sismograma permite determinar o desfasamento de chegada das ondas P e S (intervalo S-


P), que é o intervalo de tempo que separa o registo das ondas P e S. Com o sismograma
conseguimos:

identificar as diferentes ondas sísmicas


velocidade de propagação das ondas sísmicas
distancia epicentral
profundidade do hipocentro sísmico
localização do epicentro

DISTANCIA EPICENTRAL E REGISTO DAS ONDAS

Os sismogramas permitem o cálculo do intercalo S-P. Identificado este intervalo, em pelo


menos 3 estacoes sismográficas, é possível determinar a distancia de cada estação ao
epicentro. A transposição destas distancias para um mapa permite a determinação gráfica do
epicentro sísmico.

As ondas sísmicas propagam-se concentricamente a partir do hipocentro e atingem diferentes


estacoes sismográficas em diferentes momentos.
Quanto mais perto se encontrar o sismógrafo do epicentro mais rapidamente efetuará o
registo das ondas sísmicas e menor é o atraso S-P.
Quanto maior é a distancia epicentral, ,maior é o desfasamento entre a chegada das ondas
S e P.
A velocidade das ondas P e S não é contante, aumentando com a distancia ao epicentro.
A velocidade das ondas L é constante, independentemente da distancia epicentral.

Para determinar o epicentro, é preciso:

ter sismogramas registados em pelo menos 3 estacoes que contenham ondas P e S


calcular a D.E. de 3 locais diferentes, onde se sentiu o mesmo sismo
traçar no mapa 3 circunstâncias com um raio igual às 3 D.E. calculadas e centradas nesses
locais
obtém-se 1 ponto comum, resultante da interação das 3 circunferências, que é o local do
epicentro

PÂRAMETROS DE AVALIAÇÃO DE UM SISMO


Um sismo pode ser avaliado através de escalas de magnitude ou de intensidade.

Para cada sismo existem varias intensidades, de acordo com a distancia ao epicentro, mas
existe apenas uma magnitude, porque esta é uma medida de energia libertada no foco, que é
só um por cada sismo.
Intensidade Sísmica Magnitude Sísmica

baseia-se na destruição causada pelo sismo baseia-se na quantidade de energia


(danos humanos e materiais) libertada no hipocentro

é uma escala qualitativa e subjetiva é uma escala quantitativa e objetiva

existem vários valores de intensidade para existe um único valor de magnitude para
o mesmo sismo um sismo

exprime-se na escala de Mercalli Modificada


exprime-se na escala de Richter
ou escala internacional

a intensidade é avaliada através da


avalia a magnitude de um sismo, através do
perceção do sismo pela população e do grau
calculo da energia libertada no hipocentro
de destruição

os instrumentos de trabalho são inquéritos


os instrumentos de trabalho são os
realizados às pessoas e registos descritivos
sismogramas
do grau de destruição

é uma escala fechada, com XII graus é uma escala aberta

INTENSIDADE SÍSMICA

A intensidade sísmica é um parâmetro subjetivo que avalia as consequências de destruição de


um sismo numa determinada região. Esta mede a grandeza do sismo qualitativamente, em
função dos efeitos que produz nas populações e pelos estragos que causa.

A escala de Mercalli Modificada, classifica os efeitos de um sismo em 12 graus, nas quais o grau
mais elevado reflete uma maior destruição. É uma escala qualitativa, pois baseia-se em
inquéritos às populações sobre observações feitas durante o sismo, avalia a intensidade em
função do grau de perceção das pessoas e do grau de destruição visível.

I- impercetível VII- muito forte

II- muito fraco VIII- ruinoso

III- fraco IX- desastroso

IV- médio X- muito desastroso

V- pouco forte XI- catastrófico

VI- forte XII- cataclismo


Apos a determinação das intensidades do sismo, em vários locais da região atingida, é
localizado o epicentro e obtém-se uma carta de isossistas, que são mapas que permitem
identificar as zonas de grande risco sísmico. Representam as regiões onde o sismo foi sentido
com diferentes intensidades, separadas por isossistas.

Isossistas- linhas curvas e fechadas que une pontos de igual intensidade sísmica. São
linhas não concêntricas ao epicentro pois as ondas sísmicas não atravessam meios
homogéneos

A intensidade sísmica depende:

da profundidade do foco e da distancia ao epicentro (vibração das ondas diminui à medida


que se afasta do ponto de origem)
da natureza do subsolo (resposta das rochas que constituem o solo à passagem das ondas)
da quantidade de energia libertada no foco (quanto maior a quantidade de energia
libertada mais intenso é o sismo)
do tipo de construção EX: uma construção em madeira é mais fragil que uma de betao
do grau de sensibilidade das pessoas EX: uma pessoa em pânico tende a exagerar

Assim, para um só sismo existem varias intensidades.

MAGNITUDE SISMICA

A magnitude sísmica é um parâmetro objetivo que traduz a quantidade de energia libertada no


hipocentro.

Existem varias escalas de magnitude sísmica, sendo que todos elas medem grandezas físicas
relacionadas com os sismos, mas a mais utilizada é a escala de Richter.

A Escala de Richter é a primeira escala de magnitude sísmica, é uma medida empírica de


dimensão de um sismo, que tem de ser ajustada para diferentes regiões. Utiliza a amplitude
das ondas S, corrigida por um fator empírico de correção. O fator de Richter.

É uma escala logarítmica (não é avaliada em graus) e quantitativa (baseia-se na quantidade de


energia libertada no hipocentro) e calcula-se a partir de dados fornecidos pelos sismogramas.
Independentemente de estarmos juntos ou afastados do epicentro, a magnitude vai ser
sempre só uma.

1 até 1,9- apenas sentido pelos sismógrafos 5 até 5,9- queda de mobiliário

2 até 2,9- sentido por algumas pessoas 6 até 6,9- fendas no chão e queda de edifícios

3 até 3,9- sentido pela maioria das pessoas 7 até 7,9- colapso de pontes e barragens

4 até 4,9- vidros partidos 8 ou mais- desastre em grandes escalas

SISMOS E TECTÓNICAS DE PLACAS


A distribuição dos sismos permite constatar que:

a localização dos epicentros é definidora dos limites das placas


a distribuição dos hipocentros fornece informações sobre o comportamento das placas em
profundidade
o estudo das ondas sísmicas permite estabelecer a direção do movimento de cada placa
em relação às placas vizinhas

Os sismos devido à tectónica de placa podem ser:

Sismos interplacas- acontecem nos limites das placas litosféricas EX: zona circumpacífica;
cintura mediterrâneo-asiática; crustas oceânicas
Sismos intraplacas- acontecem devido à existência de falhas, ou seja, quando a rocha tem
muita energia ela quebra para a libertar

A maior parte dos sismos é gerada pelas interações que se estabelecem ao longo dos bordos
das placas, ou seja, a maior parte do sismos é interplaca.

SISMICIDADE EM PORTUGAL

Em Portugal, os sismos interplaca (EX: terramoto de 1755 em Lisboa) localizam-se ao longo do


sistema de falhas associadas à Dorsal Médio-Oceânica, na região dos Açores, ou ao longo da
falha Açores-Gibraltar, um limite transformante que se prolonga até à região sul e sudoeste de
Portugal continental.

No arquipélago da Madeira e em Portugal continental, a atividade sísmica é intraplaca, com


atividade moderada a baixa. Todavia, nestas áreas podem ocorrer sismos com magnitudes
elevadas.

ONDAS SÍSMICAS E DESCONTINUIDADES


Como a velocidade e a propagação das ondas varia consoante o meio que atravessam, o registo
das ondas à superfície fornece dados essenciais para o estudo do interior da Terra. O registo
das ondas e a sua interpretação permitem deduzir que o interior da Terra não é homogéneo
nem uniforme, devido aos materiais que o constituem, ou seja, as trajetórias das ondas
sísmicas sofrem desvios devido às características dos meios que atravessam.

Ao passarem para meios com propriedades diferentes, as ondas sofrem reflexões (mesmo
meio, sentido e direção diferentes, velocidade constante) e refrações (meio diferente, direção
diferente, mesmo sentido, velocidade altera).

Quanto maior for a distância ao epicentro, maior a velocidade das ondas internas, pois a
velocidade das ondas aumenta com a rigidez do meio e, enquanto o meio é líquido, a
velocidade aumenta com a profundidade.
O trajeto das ondas P e S pelo interior da Terra permitiu identificar superfícies de
descontinuidade, que correspondem a separações entre 2 meios com composição química e
características físicas diferentes.

DESCONTINUIDADE DE MOHOROVICIC

Foi verificado que sismógrafos de estações situadas a algumas centenas de quilómetros


registaram primeiro as ondas sísmicas P e S que tinham sofrido refração, resultando numa
trajetória mais profunda, seguindo-se as ondas diretas P e S, que não sofreram refração, com
uma trajetória menos profunda.

Ondas refratadas- estas ondas atingem uma zona com maior rigidez e mais profundidade,
ganham mais mais velocidade e então são as primeiras a chegar
Ondas diretas- estas ondas como não atingem essa zona, apesar de percorrerem uma
menor distância, são as segundas a chegar

Foi deduzido que as ondas, ao atravessarem camadas mais profundas, aumentavam de


velocidade, o que indicava um incremento da rigidez resultante de alterações no tipo da rocha.

Esta descontinuidade é a superfície que separa a crusta do manto.

DESCONTINUIDADE DE GUTENBERG

Os sismógrafos localizados a partir de 103º de distância epicentral, não registam ondas P e S,


sendo que as ondas P só voltam a ser registadas a partir dos 142º. Desta forma, considera-se a
existência de uma zona de sombra sísmica à superfície, para as ondas P entre os 103º e os 142º
de distancia epicentral, e para as ondas S entre os 103º e os 103º. A zona de sombra é definida
em função da D.E, então a sua posição não é fixa.

Esta descontinuidade separa o manto inferior (sólido) do núcleo externo (líquido), pelo que as
ondas S deixam-se de propagar e as ondas P diminuem a velocidade, devido à mudança de meio
sólido para líquido.

Zona de sombra sísmica- estas zonas fazem com que não haja registo das ondas, as P são
refratadas e as S deixam-se de propagar
DESCONTINUIDADE DE LEHMANN

Foi verificado que no interior do núcleo, parte das ondas P que nele penetram, são refletidas e
podem ser detetadas em sismógrafos localizados na zona de sombra sísmica das ondas P.
Verificou-se também que uma parte das ondas P são refratadas, passando a propagar-se na
região central do núcleo, a uma velocidade superior àquela a que se propagam na sua região
externa, o que mostra que apos a descontinuidade de Gutenberg, o estado físico volta a ser
sólido e a velocidade das ondas volta a aumentar.

Esta descontinuidade separa o núcleo externo (líquido) do núcleo interno (sólido) e localiza-se
a 5100km de profundidade.

PREVISÃO E PREVENÇÃO DO RISCO SÍSMICO


Apesar de ainda não ser possível antever o momento e o local onde um sismo pode ocorrer, os
geofísicos procuram obter dados que permitam determinar a probabilidade da sua ocorrência.

PREVISÃO

Métodos físicos- pressupõem que o objetivo da previsão só poderá ser atingido pelo
conhecimento profundo dos mecanismos físicos de desencadeamento de sismos
Métodos numéricos- pressupõem que uma sequência temporal de ocorrências sísmicas
numa região (a sua sismicidade) já contém em si informação suficiente para permitir a
identificação de períodos ou padrões de recorrência

A previsão sísmica utiliza vários dados e alterações geológicas:

anomalias no comportamento dos animais


alteração da condutividade elétrica do solo
alterações no campo magnético
alterações do nível de água dos poços junto às falhas e variações na inclinação dos
terrenos
ocorrência de sucessivos microssismos, com aparecimento de pequenas fraturas
modificações na densidade das rochas

PREVENÇÃO

Para prevenir um sismo devemos:


identificar zinas de risco (mapas de risco sísmico)
monitorizar as zonas de risco
estabelecer planos de emergência individual e coletiva
engenharia antissísmica
informar e educar as populações

MEDIDAS DE AUTO-PROTEÇÃO

A previsão e a prevenção visam eliminar ou diminuir as consequências dos sismos, mas


existem comportamentos a assumir pelas populações antes, durante e após o sismo.

ANTES DO SISMO

obter informações sobre sismos e falar abertamente sobre eles


armazenar água e comida engarrafada, enlatada e empacotada
aprender a desligar o gás e a eletricidade
preparar um estojo de primeiros socorros
ter uma lanterna e um rádio de pilhas
fixar estantes à parede e não colocar objetos pesados em cima delas

DURANTE O SISMO

não usar o elevador


afastar-se de janelas e de objetos que possam cair
ficar debaixo de uma mesa maciça ou da ombreira da porta
evitar o pânico
procurar locais abertos e longe de edifícios
parar o carro se estiver a conduzir, mas não sair da viatura
não se precipitar para as saídas
se estiver fora de casa, permaneça fora, não entre
se estiver na rua, mantenha-se afastado dos edifícios, dos postes de luz e de eletricidade,
dos taludes ou dos murros

APÓS O SISMO

não fazer lume e arejar os locais


evitar usar o telefone
vestir roupa quente e calçar sapatos, se tiver de permanecer na rua ou em espaços frios
ajudar a recorrer feridos ligeiros
apagar pequenos fogos, mas chamar os bombeiros se necessário
afaste-se das zonas litórias devido ao risco de tsunamis
ouvir as notícias e seguir as instruções dadas
corte a água e o gás, e desligue a eletricidade
evite passar por fios elétricos soltos e não toque em objetos metálicos que estejam em
contacto com eles

MÉTODOS PARA O ESTUDO DO INTERIOR DA TERRA


Para estudar o interior da Terra usam-se métodos diretos e indiretos.
Os métodos diretos e indiretos considerados em conjunto, têm permitido obter informações
quanto à composição e à constituição do planeta Terra. Todos estes dados possibilitam a
construção de modelos com a estrutura e composição terrestres.

MÉTODOS DIRETOS

Os métodos diretos são todos os métodos que se observam diretamente, como:

estudo dos afloramentos


exploração de minas e túneis
estudo dos materiais emitidos pelos vulcões (magmas e xenólitos)
sondagens e perfurações - este tipo de sondagens traz difíceis problemas, como ter ligas
metálicas resistentes às temperaturas do interior da Terra

Os métodos diretos possibilitam o estudo da natureza físico-química das rochas e as suas


condições de pressão e temperatura, na parte superficial da geosfera. Estes métodos são
limitados, pois não fornecem informações sobre as camadas mais profundas da Terra.

MÉTODOS INDIRETOS

Os métodos indiretos são todos os métodos que não dependem do estudo ou da observação
dos materiais, mas sim dos dados obtidos de forma indireta, como:

sismologia
geomagnetismo - magnetismo que fica registado nas rochas (quando as rochas
magmáticas solidificam)
geotermia - estudo da energia térmica do planeta (calor libertado pela Terra)
gravimetria - estudo da intensidade e variação do campo gravitacional da Terra ao redor
do globo (determinação da aceleração da gravidade terrestre)
planetologia e astrogeologia - fornecem muitas informações que põem à prova os modelos
sobre a estrutura da Terra

Os métodos indiretos baseiam-se em métodos geofísicos, que indicam que a Terra está
dividida em camadas concêntricas com constituição heterogénea. Estes, fornecem dados
muito complexos para inferir as propriedades das camadas interiores.

GEOMAGNETISMO

A Terra comporta-se como um íman, gerando um campo magnético cujas linhas de forca se
apresentam orientadas numa direção sul-norte, que varia ao longo do tempo, podendo os
polos magnéticos inverter as suas posições (inversão de polaridade). Por ação da
magnetosfera, qualquer cirpo magnético livre, orienta.se segundo a direção dos polos
magnéticos norte-sul.

Os materiais do núcleo externo (estado líquido) encontram-se em movimentos de rotação e


provocam corrente elétrica.

O geomagnetismo é aplicável apenas em partículas ricas em minerais ferromagnesianos e


depende do seu ambiente de formação (durante a deposição de sedimentos ou lavas em
arrefecimento).
Polaridade normal- minerais ferromagnéticos da rocha possuem uma magnetização
normal, com direção à do campo magnético atual da Terra

Polaridade inversa- existe um alinhamento oposto ao que seria produzido pelo campo
magnético atual da Terra

O geomagnetismo permitiu comprovar a hipótese da expansão dos fundos oceânicos e tirar


conclusões sobre a posição dos continentes relativamente aos polos magnéticos.
GEOTERMIA

A Terra tem uma elevada temperatura interna que conserva desde a sua formação.

A determinação da variação da temperatura na geosfera é essencial, pois juntamente com a


pressão e a composição, são determinantes do estado físico dos materiais.

Com o aumento da profundidade, há aumento da temperatura, que explica:

a emissão de magma a elevadas temperaturas


a existência de nascentes termais de agua quente
as elevadas temperaturas registadas em minas e furos ultraprofundos

GRADIENTE GEOTÉRMICO

É a variação da temperatura com a profundidade. O gradiente diminui com a profundidade


(aumento maior na litosfera e diminui nas camadas mais profundas.

É maior na crusta oceânica do que na crusta ocidental, resultando do maior fluxo térmico
(quantidade de calor perdido por unidade de área) nas regiões oceânicas.

Medições do gradiente geotérmico em zonas mais superficiais do planeta, revelam que o


valor médio do aumento da temperatura com a profundidade é cerca de 30ºC/km a
40ºC/km até se atingir uma temperatura de 1350ºC. Se esse aumento (gradiente
geotérmico)se mantivesse ate ao centro da Terra, a temperatura atingiria muitos milhares
de graus, o que provocaria a fusão de todos os materiais.
Isto é contrariado pelos dados obtidos pela sismologia, que revelem a existência de um
núcleo interno sólido, em resultado das altas pressões que se fazem sentir e que fazem
aumentar a temperatura de fusão dos materiais.
Admite-se então que o gradiente geotérmico vai diminuindo com a profundidade.

GRAU GEOTÉRMICO

O grau geotérmico é a distância vertical (número de metros necessários para que a


temperatura aumente 1ºC) associada à variação de 1ºC. Este corresponde ao inverso do
gradiente, ou seja, vai aumentando com a profundidade.
FLUXO TÉRMICO

O fluxo térmico, é a quantidade de calor libertado pela Terra por unidade de superfície e por
unidade de tempo. Este não é uniforme, sendo máximo nas dorsais oceânicas (rifte) e mínimo
nas fossas oceânicas e no interior das grandes placas continentais.

SISMOLOGIA NOS MÉTODOS INDIRETOS

Ao estudar a propagação das ondas sísmicas, tanto em sismos como em sismos provocados
artificialmente (com fins científicos), os geofísicos analisam as trajetórias das ondas que vão
sendo refletidas e refratadas, à medida que mudam as propriedades dos materiais por elas
atravessados. Por poderem ser aplicados a grandes profundidades, permitem o estudo das
camadas mais profundas, ou seja, permitem o estudo do interior da Terra.

O comportamento das ondas, juntamente com o facto de se propagarem nas camadas mais
profundas da Terra e de serem registadas a milhares de quilómetros do hipocentro, possibilita
o uso das ondas na dedução da existência de descontinuidades internas na Terra. As
superfícies que separam camadas internas com diferentes propriedades físicas e/ou químicas,
designam-se por descontinuidades.

ESTRUTURA INTERNA DA TERRA


O planeta Terra é formado por camadas concêntricas, com diferentes propriedades físico-
químicas, que são separadas por Superfícies de Descontinuidade.

Os modelos da estrutura interna da Terra são divididos segundo dois critérios:

a composição química dos materiais terrestres, o modelo químico


as propriedades físicas dos materiais, o modelo físico

MODELO FÍSICO DA TERRA

Litosfera- camada superior, rígida e no estado sólido. É mais fina nos oceanos e mais
espessa nas regiões continentais. Tem espessura média de 100 km
Astenosfera- camada que vai até cerca de 350 km, com comportamento dúctil (zona de
rocha parcialmente fundida), apesar de estar no estado sólido, comporta-se como um
líquido. Há diminuição da rigidez e da velocidade das rochas, sendo que estas se
comportam de forma plástica
Mesosfera- camada sólida com comportamento rígido. A velocidade volta a aumentar. Vai
da astenosfera (350 km) até aos 2900 km
Núcleo externo- devido às altas temperaturas desta camada, que se encontra no estado
liquido, os seus materiais encontram-se fundidos. Esta vai dos 2900 km até aos 5150 km
Núcleo interno- apesar da elevada temperatura, as elevadas pressões fazem com que a
temperatura de fusão dos materiais aumente e, por isso, esta camada rígida encontra-se
no estado sólido. Vai desde os 5150 km até ao centro da Terra (6370 km)

Neste modelo, encontramos a descontinuidade de Gutenberg (2900 km), que separa a


mesosfera do núcleo externo e, a descontinuidade de Lehmann (5150 km), que separa o núcleo
externo do núcleo interno.

MODELO QUÍMICO DA TERRA

Crusta- camada mais externa, com rochas heterogéneas. A crusta pode ser continental, de
35 a 40 km (constituída por granito, espessa e rica em sílica), ou pode ser oceânica, de 7 a
10 km (constituída por basalto, fina, com sílica e com magnésio)
Manto- camada mais volumosa da Terra, constituída por peridotito. O manto é menos rico
em sílica que a crosta, mas é mais rico em magnésio e ferro que a mesma. Vai até cerca de
2900 km
Núcleo- camada mais interna, constituída por metal, nomeadamente o níquel e o ferro,
que contém pequenas quantidades de sulfuretos e oxigénio na parte externa. Esta vai até
ao centro da Terra

Neste modelo, encontramos a descontinuidade de Mohorovicic, que separa a crusta do manto,


e a descontinuidade de Gutenberg, que separa o manto do núcleo.

DINÂMICA DA TERRA E MOVIMENTOS DA LITOSFERA


Os movimentos da litosfera são possíveis devido à sua menor densidade relativamente à
astenosfera. Devido à plasticidade da astenosfera, existem lentos movimentos litosféricos
verticais e horizontais. Como a litosfera é rígida, os seus materiais não escoam como na
astenosfera.

MOVIMENTOS VERTICAIS

Os movimentos verticais da litosfera, ocorrem quando se acrescenta ou se reduz o seu peso,


ou seja, quando a litosfera aumenta ou diminui a sua espessura:

nos limites convergentes, o choque de placas origina o afundamento e o espessamento da


crusta
a erosão das rochas reduz o peso da litosfera e permite a sua ascensão, possibilitando o
afloramento de rochas que se formaram em profundidade

MOVIMENTOS HORIZONTAIS

A litosfera também pode sofrer movimentos horizontais, que começaram a ser compreendidos
com o desenvolvimento da teoria da tectónia de placas. Estes movimentos horizontais podem
estar associados:

à formação das dorsais oceânicas (rifte), cuja acumulação de material origina um


deslizamento da litosfera sobre a astenosfera - ridge push~

ao efeito de tração causado pelas placas que subductam por ação da gravidade, puxando a
restante placa e originando a sua deslocação - slab pull~
ao movimento das correntes de convecção no topo da astenosfera, arrastando a placa
litosférica que se encontra por cima

BIOLOGIA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
A biosfera é o conjunto de todos os seres vivos, o ambiente onde essa vida se desenrola e as
relações que estabelecem entre si.

A biodiversidade corresponde ao numero e à variedade de organismos de um determinado


ambiente. Esta é maior nas regiões equatoriais e menor a grande altitude e nas profundezas
dos oceanos.

A diversidade pode ser:

Ecológica- diversidade de comunidades dos ecossistemas


De espécies- abundância de espécies de uma comunidade
Genética- dentro da mesma espécie há uma grande diversidade de seres

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO BIOLÓGICA

A biosfera apresenta diferentes níveis de organização, podendo ser relacionados de forma


hierárquica, numa sequencia de complexidade crescente:

1. Célula- unidade básica e fundamental dos seres vivos


2. Tecido- conjunto de células
3. Órgão- parte definida de um organismo formada por tecidos que se associam para
realizar uma ou mais funções
4. Sistema de órgãos- conjunto de órgãos associados para desempenhar uma determinada
função
5. Organismo- os sistemas de órgãos constituem um organismo como indivíduo
independente
6. Espécie- conjunto de seres vivos semelhantes capazes de se reproduzirem, tendo
descendentes férteis
7. População- conjunto de organismos da mesma espécie, área e período de vida
8. Comunidade- conjunto de populações que vivem na mesma área e período de tempo e que
têm relações entre si
9. Ecossistema- conjunto dos seres vivos e das relações entre elas estabelecidas, juntamente
com o ambiente físico químico (relações abióticas) com o qual interagem
10. Bioma- conjunto dos ecossistemas da Terra com climas característicos
11. Biosfera- conjunto de todos os seres vivos distribuídos nos diferentes biomas

EX: eu e o meu cão não somos da mesma espécie nem população, mas somos da mesma
comunidade

Biótopo- espaço físico ocupado por uma comunidade


Habitat- local onde vive um organismo de uma população
Nicho ecológico- função de um organismo de uma população

ESTRUTURA E DINÂMICA DOS ECOSSISTEMAS

O ecossistema está dividido em componentes abióticos, que influenciam a dinâmica dos


ecossistemas, como a água, a luz, o solo e a temperatura e, em componentes biótipos, como os
seres vivos. Os componentes abióticos e os componentes bióticos, estão em interação entre si.

Os seres vivos de um ecossistema estabelecem relações tróficas, que envolvem transferências


de matéria e de energia, entre os seres vivos e o meio envolvente. Estas relações constituem
as cadeias alimentares, que se inter-relacionam e formam as teias alimentares.

Na cadeia alimentar existem:

Seres autotróficos/Produtores- são seres capazes de produzir matéria orgânica (energia) a


partir de compostos inorgânicos. São capazes de transformar energia solar em química
pela fotossíntese (precisam de CO2, água e sais minerais)
Seres heterotróficos/Consumidores- não conseguem produzir nem matéria, nem energia e,
por isso, vão busca-la aos produtores
Decompositores- são consumidores que degradam a matéria orgânica e reciclam-na
através da libertação de compostos inorgânicos. Decompõem os restos de seres vivos e
transformam a matéria orgânica em mineral, para depois voltar a ser utilizada
As teias alimentares, são relações tróficas abrangentes. Iniciam-se nos produtores e terminam
nos consumidores de topo, correspondendo ao nível trófico mais alto.

As cadeias alimentares possuem um carácter cíclico em relação à transferência de matéria que


nelas acontece. A luz solar é a fonte primaria de energia que os produtores transferem para a
matéria organica que produzem e, por isso, há um fluxo de emergia com caracter
unidirecional, uma vez que a maior parte da energia acumulada, é gasta nas atividades diárias
dos organismos. O produtor tem 100% de energia, mas vai sendo dissipada e perdida ao longo
da cadeia.

BIODIVERSIDADE EM PERIGO

Extinção- redução gradual do número de indivíduos de uma espécie ou grupo de espécies


até ao momento do seu desaparecimento total

A extinção é um fenómeno natural, mas a taxa atual de extinção de espécies causada pela
interferência do Homem nos ecossistemas é preocupante e pode dar origem a extinções
antropogénicas.

As principais causas de extinção são:


destruição e fragmentação dos habitats
deflorestação e desertificação
exploração excessiva dos recursos agrícolas e florestais, cinegéticos (caça) e piscícolas
(pesca)
contaminação através do uso de produtos químicos, explorações minerais e desastres
introdução de espécies exóticas e invasoras
ocupação humana
mudanças climáticas

ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES

A biodiversidade é importante para:

saúde - tratamento e diagnostico de doenças; criação de medicamentos


agricultura - defesa contra pestes, doenças e alterações climáticas; produção de novos
alimentos; reprodução
economia - fonte natural de recursos

Devido a estes e a mais fatores, é necessário preservar e conservar as espécies e, por isso,
existem estratégias para o mesmo:

1. identificar as espécies em risco de extinção


2. perceber qual é a causa, ou as causas, do declínio
3. inverter a tendência do declínio

A CÉLULA
O microscópio ótico permitiu a acumulação de evidências que estiveram na base do
desenvolvimento da teoria celular. Segundo esta teoria, todos os seres vivos são constituídos
por células e, por isso, esta é a unidade básica e estrutural de todos os seres vivos. Todas as
células provem de células preexistentes. É também a unidade de reprodução, de
desenvolvimento e de hereditariedade de todos os seres vivos.

Na natureza, as células podem surgir:

de forma isolada - seres unicelulares


associados entre si - seres pluricelulares/seres multicelulares

Cada constituinte celular tem as suas próprias funções:

Parede celular- parede rígida feita de celulose que envolve as células vegetais e
bacterianas. Tem a função de suporte e proteção de célula
Membrana celular- tem a função de regulação das trocas das substâncias entre os meios
intracelulares e extracelulares
Mitocôndria- organelos com 2 membranas. Têm a função de oriducao de energia
metabólica através da respiração celular
Cloroplastos- organelos com membranas duplas e pigmentos fotossintéticos. Têm a função
de produção de compostos orgânicos (glicose) através da fotossíntese
Reticulo endoplasmático rugoso/liso- sistema de sáculos, vesiculas e pequenos canais. O
RER tem a função de transporte e síntese das proteínas. O REL tem a função de síntese dos
lípidos
Ribossomas- têm a função da síntese de proteínas
Complexo de Golgi- tem a função de ajudar nos fenómenos de secreção, maturar as
proteínas e intervém no processo de digestão celular
Lisossomas- estruturas com enzimas digestivas no seu interior. Têm a função de digestão
intracelular e de degradar os nutrientes, organitos velohos e bactérias
Vacúolos- organelos rodeados por uma membrana. Têm a função de armazenamento de
H2O e substâncias, e de regular o fluxo de H2O e iões entre a célula e o meio
Centríolos- têm a função de intervir na divisão celular
Núcleo- é um componente endomembranar, limitado por uma membrana com poros. Tem
a função de controlar a atividade celular e de armazenar a informação genética
Nucleoide- região da célula procariótica onde está o material genético. Tem a função de
controlar a atividade da celular e de armazenar a informação genética

As células podem ser procarióticas ou eucarióticas (animal ou vegetal).

CÉLULAS PROCARIÓTICAS

As células procarióticas:

são estruturas muito simples


sem organismos membranares
sem núcleo definido por membrana, apresentam um nucleoide (ADN circular)
célula característica das bactérias e cianobactérias (bactérias que fazem fotossíntese)

São constituídas por: parede celular; membrana celular; mitocôndrias; cloroplastos;


ribossomas; nucleoide; cápsula; flagelo(s).

CÉLULAS EUCARIÓTICAS

As células eucarióticas:

são estruturas complexas


têm organelos individualizados por membrana
têm núcleo organizado e delimitado por uma membrana
célula característica de todos os seres vivos à exceção dos seres procariontes

Existem diferenças entre as células eucarióticas vegetais e animais.

CÉLULAS EUCARIOTICAS ANIMAIS

Estas células:

não apresentam parede celular


não contem cloroplastos
têm vacúolos pequenos e numerosos
apresentam centríolos
apresentam lisossomas
têm formas mais irregulares devido ao facto de não terem parede celular

São constituídas por: membrana celular; mitocôndrias; RER/REL; ribossomas; complexo de


Golgi; lisossomas; vacúolos; centríolos; núcleo.

CÉLULAS EUCARIÓTICAS VEGETAIS

Estas células:

apresentam parede celular


contêm cloroplastos (para a realização de fotossíntese)
têm poucos vacúolos mas de grande dimensão
não apresentam centríolos
apresentam lisossomas apenas nas sementes em germinação e em plantas carnívoras
não podem mudar nem de forma nem de tamanho, pois têm parede celular

São constituídas por: parede celular; membrana celular; mitocôndrias; cloroplastos; RER/REL;
ribossomas; complexo de Golgi; vacúolos; núcleo.
CONSTITUINTES MOLECULARES
As células apresentam na sua constituição uma grande variedade de substâncias orgânicas e
inorgânicas.

Compostos orgânicos- têm carbono na sua composição e encontram-se unidos a átomos de


hidrogénio (macromoléculas) EX: prótidos; lípidos; glícidos; ácidos nucleicos
Compostos inorgânicos- não têm carbono na sua composição e podem ser encontrados no
estado solido e em soluções na água das células e nos líquidos do organismo sobre a forma
de iões EX: água e sais minerais

MOLÉCULAS INORGÂNICAS

ÁGUA

É uma molécula polar que estabelece ligações de hidrogénio com as outras moléculas de H2O.

A molécula de H2O é eletronicamente neutra, mas apresenta polaridade, que permite a ligação
entre as moléculas de H2O e outras substancias polares de Pontes de Hidrogénio (propriedade
de coesão).
A água é o constituinte fundamental dos seres vivos (70%-90%).

A densidade de água é menor no estado sólido do que no líquido.

A água intervém como:

um reagente EX: atua nas reações de hidrólise


meio de difusão
controle de temperatura
um solvente universal

SAIS MINERAIS

Os sais minerais existem em menor quantidade, mas são necessários para a regulação de
atividades celulares vitais.

Estes intervêm na formação do esqueleto dos organismos e na atividade dos músculos e das
células nervosas.

MOLÉCULAS ORGÂNICAS (BIOMOLÉCULAS)

MACROMOLÉCULAS

Muitas moléculas orgânicas são gigantes (macromoléculas). Geralmente, são denominadas de


polímeros, ou seja, são resultantes da ligação química entre pequenas moléculas
(monómeros). As macromoléculas é o polímero.

A polimerização ocorre através da reação de síntese.

Reação de síntese- união de diferentes monómeros para formar cadeias de polímeros. Por
cada ligação de 2 monómeros, há libertação de uma molécula de água.

A despolimerização ocorre através de reações de hidrolise.

Reação de Hidrólise- nos polímeros, as ligações entre os seus monómeros são quebradas.
Por cada ligação quebrada, é consumida 1 molécula de água
Os grupos funcionais presentes nas moléculas orgânicas podem ser:

ácido ou carboxilo
aldeído
cetona
amina

GLÍCIDOS (HIDRATOS DE CARBONO)

Os glícidos são compostos ternários, compostos por átomos de C, H, O. Estas moléculas podem
ser agrupadas conforme a sua estrutura (monossacarídeo, polissacarídeo, oligossacarídeo).

Os monossacarídeos ou oses:

são os glícidos mais simples


são solúveis em água
não são hidrolisáveis (não se quebram)
têm um sabor adocicado
são a base de constituição dos restantes glícidos

Estes ligam-se uns aos outros por ligações glicosídicas. Desta ligação, que é uma reação de
síntese, resulta uma molécula de H2O. Assim, quando 2 oses se separam, é gasta 1 molécula de
H2O (reação de hidrolise).

Como grupos funcionais característicos das oses, temos o grupo cetona (CO) e o grupo aldeído
(COH), que conferem propriedades redutoras. Podem ser representados em forma linear,
porem são mais estáveis em forma cíclica.
Os dissacarídeos (são oligossacarídeos) são o resultado da ligação de 2 monossacarídeos.

Maltose= glicose + glicose (2 monómeros de glicose) - propriedades redutoras


Sacarose= glicose + frutose (1 monómero de glicose + 1 de frutose) - não tem propriedades
redutoras
Lactose= glicose + galactose (1 monómero de glicose + 1 de galactose)

Os oligossacarídeos são formados por entre 2 a 10 oses, unidos por ligações glicosídicas. Os
oligossacarídeos mais simples são os dissacarídeos.

Os polissacarídeos são longos polímeros de monossacarídeos, unidos por ligações glicosídicas.

Os polissacarídeos:

não têm sabor adocicado


são insolúveis
são hidrolisáveis (há quebra de ligações)

Estes têm função:

energética - nos animais e plantas


reserva - em animais e plantas
estrutural - são abundantes nas paredes celulares das plantas

Alguns polissacarídeos são:

Amido- funciona como substancia de reserva nas plantas


Glicogénio- funciona como substancia de reserva nas células animais
Celulose- constitui as paredes celulares das plantas
Quitina- constitui as paredes celulares dos fungos, insetos e exoesqueletos

PRÓTIDOS
Os prótidos são compostos quaternários, ou seja, constituídos por C, H, O, N. Estes compostos
também podem ser agrupados conforme a sua estrutura (proteínas, péptidos, aminoácidos).

Os aminoácidos são as unidades básicas e estruturais dos prótidos, são os monómeros. A união
de aminoácidos estabelece-se por ligações peptídeas, entre o grupo amina de um a.a e o grupo
carboxilo de outro aminoácido. Por cada ligação liberta-se uma molécula de água. Este
processo é a polimerização de aminoácidos.

Existem 20 aminoácidos diferentes, sendo que 8 são essenciais e 12 não são.

Os péptidos resultam da união de aminoácidos por ligações peptídicas.

Dipéptidos- 2 aminoácidos
Oligopéptidos- 2 a 9 aminoácidos
Polipéptidos- 10 a 100 aminoácidos
Proteínas- mais de 100 aminoácidos

As proteínas são os prótidos mais complexos, os polímeros dos prótidos. Estas estão
organizadas em 4 níveis:

Estrutura primária- uma cadeia de aminoácidos (formando-se polipeptídeos) ligados por


ligações peptídicas
Estrutura secundária- o polipeptídeo condensa, formando estruturas em hélice ou
pregueadas, sustentadas por ligações/pontes de hidrogénio
Estrutura terciária- cada polipeptídeo enrolado ou pregueado, sofre nova condensação,
por ligações de hidrogénio, adquirindo uma forma própria
Estrutura quaternária- diferentes polipeptídeos de estrutura terciária, vão ligar-se por
ligações de hidrogénio, formando uma proteína de composição e forma específica

As proteínas têm função:

estrutural EX: queratina; colagénio


enzimática EX: protéases; lípases; amílase
transporte EX: hemoglobina; lipoproteína
hormonal EX: adrenalina; insulina
defesa/imunológica EX: anticorpos
motora EX: actina; miosina
reserva EX: albumina

Existem proteínas que funcionam como enzimas, sendo que cada enzima atua sobre um
substrato especifico. As enzimas são catalisadores das reações biológicas (biocatalisadores),
elas facilitam as reações baixando a energia de ativação, ou seja, a energia necessária para
desencadear a reação.
A atividade enzimática e a velocidade da reação depende de fatores como a temperatura, o PH
e a concentração do substrato:

A reação aumenta com o aumento da concentração até que todas as enzimas estejam
ocupadas (saturadas) e, devido a não haverem mais disponíveis, a velocidade vai começar
a diminuir
A atividade enzimática e a velocidade é maior com o PH neutro. Cada enzima tem uma
temperatura ideal, que é quando a mesma vai atuar. Se descer, as enzimas ficam inativas.
Se aumentar, as enzimas ficam desnaturadas, quebrando-se as ligações de hidrogénio e as
enzimas ficam disfuncionais

A desnaturação das enzimas é a perda da estrutura tridimensional das proteínas que ocorre na
sequencia de alterações das condições físico-químicas do meio EX: temperatura; PH;
concentração de sais; agitações.

LÍPIDOS

Os lípidos são compostos ternários, pois são compostos por C, H, O.

Os lípidos:

são muito heterogéneos


são caracterizados por serem insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos

Os grupos funcionais dos lípidos são o grupo carboxilo e o grupo hidroxilo.

Os triglicerídeos ou gorduras, são constituídos por um álcool (glicerol) ligado através de


ligações éster a 3 moléculas de ácidos gordos. Por cada ligação éster estabelecida entre cada
grupo carboxilo do acido gordo e o grupo hidroxilo do glicerol, é libertada 1 molecula de H2O.
Os fosfolípidos resultam da ligação de 1 molécula de glicerol com 2 ácidos gordos e 1 ácido
fosfórico. Estes têm 1 cabeça polar hidrofílica, que estabelece ligação com a água e, 1 cauda
apolar hidrofóbica, que repela à água e então não consegue estabelecer ligações, e por isso,
diz-se que os fosfolípidos são moléculas antipáticas. São os constituintes mais abundantes das
membranas celulares, que são formadas por uma bicamada de fosfolípidos.

Os esteroides são lípidos que podem não possuir ácidos gordos e glicerol. Dentro deste grupo,
destacam-se:

colesterol - promove a estabilidade das membranas


hormonas EX: estrogénio; testosterona

Os lípidos têm função:

reserva energética EX: calor


estrutural EX: fosfolípidos; lecitina
transporte e reguladora EX: hormonas sexuais

ÁCIDOS NUCLEICOS

Os ácidos nucleicos são as principais moléculas envolvidas em processos de controlo celular.


São as biomoléculas envolvidas no armazenamento, transferência e expressão de informação
genética. São polímeros de nucleótidos, que resulta da ligação química de 1 grupo fosfato, 1
pentose (ribose/desoxirribose) e 1 base nitrogenada.

O DNA (ácido desoxirribonucleico) constitui os nossos cromossomas e, portanto, é constante


na célula. Cada um dos seus nucleótidos é composto por 1 desoxirribose ligada a 1 grupo
fosfato e a 1 base nitrogenada (adenina, timina, citosina, guanina). A molécula de ADN é
formada por 2 cadeias de nucleótidos em hélice. Esta molécula estabelece ligações de
hidrogénio e de fosfodiéster e, é uma molécula importante pois:

é o suporte universal da informação hereditária


é o controlo da atividade celular
é responsável pela transmissão de informação genética de geração em geração
é responsável pela variada biodiversidade, devido à diversidade de moléculas de DNA
existentes
intervém na síntese de proteínas

O RNA (ácido ribonucleico) é formado por uma cadeia simples, normalmente linear. Cada um
dos seus nucleótidos é formado por 1 ribose ligada a 1 grupo fosfato e a 1 base azotada
(adenina, uracilo, citosina, guanina). A quantidade de RNA é variável na célula, pois depende
da atividade celular. O RNA é importante pois intervém na síntese das proteínas.

MEMBRANA CELULAR
A membrana celular/plasmática, constitui uma barreira entre o meio intracelular (meio
citoplasmático) e o meio extracelular (exterior das células), ou seja, controla a passagem das
substâncias permitindo a entrada de umas e a saída de outras. Diz-se então que a membrana
tem permeabilidade seletiva (umas substâncias atravessam facilmente e outras com mais
dificuldade).

MODELOS DO MOSAICO FLUIDO

O modelo da estrutura da membrana atualmente aceite é o do Mosaico Fluido. Segundo este


modelo, a membrana é constituída por 1 bicamada de fosfolípidos que contêm proteínas
distribuídas, o que lhe confere um padrão de mosaico e, é fluido pois existem movimentos, as
moléculas não ocupam uma posição rígida, as proteínas e os fosfolípidos podem mudar de
posição na bicamada.

A bicamada de fosfolípidos apresenta as extremidades polares (cabeças hidrofílicas) voltadas


para o meio extracelular e para o meio intracelular, enquanto as extremidades apolares
(caudas hidrofóbicas) estão voltadas umas para as outras.

As proteínas podem ser associadas de formas diferentes na bicamada. As proteínas


periféricas/extrínsecas encontram-se apenas na superfície e, as proteínas
integradas/intrínsecas atravessam a bicamada. As membranas podem apresentar moléculas
de colesterol, que são lípidos insolúveis na água localizados entre as moléculas dos
fosfolípidos e, são essenciais para a fluidez da membrana, porem, se o colesterol for muito
elevado, a fluidez da membrana diminui. Na parte externa da membrana existem
glicoproteínas (glícidos ligados a proteínas) e glicolípidos (glícidos ligados a lípidos), que têm
um papel importante no reconhecimento de certas substancia do meio envolvente (EX:
hormonas).

De acordo com o Modelo do Mosaico Fluido, a membrana é fluida, o que se traduz pela
possibilidade dos seus constituintes (proteínas e lípidos) poderem mudar de posição na
bicamada, permitindo-lhe os reajustamentos necessários à sua função. Esses movimentos
podem ser:

de difusão lateral, que são na mesma camada lipídica e trocam de posição entre si , são
rápidos e mais frequentes - movimento lateral e movimento de rotação
transversais, que trocam de uma camada para a outra, atravessando a membrana,, são
lentos e menos frequentes - movimento flip-flop
TRANSPORTE TRANSMEMBRANAR
As características da membrana controlam o transporte de substâncias, sendo por isso
considerada semipermeável, tem permeabilidade seletiva, ou seja, tem maior permeabilidade
para umas substâncias que para outras. Os diferentes transportes transmembranares podem
ser classificados em:

transporte ativo - mediado


transporte passivo - não mediado ou mediado
transporte em quantidade - endocitose ou exocitose

TRANSPORTE PASSIVO

O transporte passivo é o movimento de substâncias através da membrana, a favor do


gradiente de concentração, sem gasto de energia por parte da célula.

Este transporte pode ser mediado, movimento sem a intervenção de moléculas


transportadoras (osmose; difusão simples), ou pode ser não mediado, movimento com a
intervenção de moléculas transportadoras (difusão facilitada).

OSMOSE

A osmose é um processo de transporte passivo não mediado, que corresponde à passagem de


água do meio de menor concentração de soluto (hipotónico) para o meio com maior
concentração de soluto (hipertónico), é a favor do gradiente de concentração.

Quando a água entra na célula, o seu volume aumenta ficando a célula túrgida (estado de
turgência). Quando a água sai da célula, o seu volume diminui ficando a célula plasmolisada
(estado de plasmólise).
Nas células vegetais:

Célula plasmolisada- a parede mantém a forma e o citoplasma diminui de tamanho


juntamento com o vacúolo
Célula túrgida- a parede não permite que a célula aumente muito o seu tamanho, porém o
citoplasma e o vacúolo ficam muito juntos à parede celular

Nas células animais:

Célula plasmolisada- a água sai e, como não há parede celular, o volume da célula e do
citoplasma vão diminuir, então a célula muda de forma
Célula túrgida- a água entra e, como não há parede celular, a célula aumenta de tamanho
e, se a água for muita, a célula vai aumentar tanto que ocorre a lise celular (explode)
DIFUSÃO SIMPLES

A difusão simples é um processo de transporte passivo em que outras partículas, à exceção da


água, passam pela membrana a favor do gradiente de concentração, ou seja, as moléculas
movimentam-se do meio onde a sua concentração é maio (meio hipertónico) para o meio onde
a sua concentração é mais baixa (hipotónico).

Este é um processo transmembranar pois não existem transportadores membranares.

DIFUSÃO FACILITADA

A difusão facilitada é um transporte passivo, mediado e a favor do gradiente de concentração,


em que as partículas vão do meio hipertónico para o meio hipotónico com a intervenção das
proteínas transportadoras (permeases).
As permeases combinam-se com a molécula a transportar, sendo que cada uma delas é
específica para cada tipo de substâncias.

Algumas substâncias, como os iões K+ e Na+, atravessam a membrana por canais iónicos,
formados também por proteínas transmembranares, porém estas não estabelecem ligação
com os solutos.

Nas membranas das células de muitos tecidos, a água pode difundir-se de forma facilitada
através de umas proteínas transmembranares denominadas de aquaporinas, que são poros
que formam canais através dos quais a água pode passar mais rapidamente.

O movimento através da membrana por difusão facilitada, faz-se a uma velocidade muito
superior caso fosse feita por difusão simples. A velocidade de transporte das substâncias
aumenta com a concentração dessa substância até ao ponto de saturação, pois se houver
aumento de soluto, também há aumento de passagem, mas quando todas as proteínas
estiverem ocupadas, o transporte deixa de aumentar e diz-se que as proteínas estão
saturadas.
TRANSPORTE ATIVO

O transporte ativo é o transporte de moléculas pequenas (como iões), mediado, com gasto de
energia sobre a forma de ATP e, contra o gradiente de concentração, ou seja, do meio
hipotónico pata o meio hipertónico.

As ATPases são as proteínas transmembranares que transportam as substâncias a partir da


energia ATP. O ATP (adenosina trifosfato) armazena energia entre os grupos fosfato e, quando
o ATP fornece energia para algum processo celular, perde um fosfato e passa a designar-se ADP
(adenosina difosfato). Esta energia pode voltar a ser "carregada" nas mitocôndrias.

Uma das principais ATPases é a Bomba de Sódio Potássio. Três iões de sódio ligam-se à proteína
do lado intracelular que é ativada pela energia do ATP, mudando a forma da proteína e fazendo
com que diminua a sua atração com o Na+ e aumente-a com o potássio. Os 3 iões Na+ são
libertados para o meio extracelular e 2 iões de K+ ligam-se no lado exterior da ATPase. Quando
a proteína volta à sua forma inicial, os iões de K+ são libertados no citoplasma, criando um
gradiente de iões entre o meio intracelular e o meio extracelular. Este processo é contra o
gradiente de concertação.

TRANSPORTE EM QUANTIDADE

As células também são capazes de transferir macromoléculas e partículas cuja dimensão não
lhes permite atravessar a membrana, este transporte pode acontecer quando há uma
alteração na membrana.

A endocitose é o processo de transporte de partículas de grandes dimensões do exterior para o


interior da célula, em vesículas endocíticas, formadas por invaginações da membrana
plasmática. A endocitose esta divida em:

Fagocitose- inclusão de partículas sólidas de grandes dimensões que são captadas pela
emissão de pseudópodes
Pinocitose- inclusão de partículas dissolvidas no fluído extracelular

Na fagocitose, o material alimentar é envolvido pelos pseudópodes (prolongamentos


celulares), que o rodeiam e englobam, formando uma vesícula fagocítica. Na pinocitose,
pequenas gotas de fluido são captadas por invaginações da membrana e acabam por se
separar formando uma vesícula pinocítica.

EX: alimentação de protozoários como as amibas (fagocitose) ; absorção de gotículas de


gordura no intestino delgado (pinocitose)

A exocitose é o processo em que as células libertam para o meio extracelular substancias


através de vesiculas secretoras ou exocíticas. Dentro da célula, há formação de vesículas
exocíticas que se aproximam da membrana, fluindo-se com ela e libertando para o meio
extracelular o que querem.

EX: eliminar resíduos da digestão intracelular ; lançar no meio extracelular hormonas e


enzimas digestivas
TRANSPORTE TRANSMEMBRANAR E IMPULSO NERVOSO
Os estímulos externos são detetados por uma rede de células nervosas, os neurónios, que são
células que constituem a maioria do tecido nervoso. Estes são capazes de detetar pequenas
alterações do meio e em resposta a essas alterações, a membrana dos neurónios consegue
gerar sinais elétricos, constituindo o impulso nervoso.

A transmissão do impulso nervoso é um processo eletroquímico e a sua velocidade de


propagação varia de neurónio para neurónio e de ser vivo para ser vivo.

Os neurónios, tal como outras células do organismo, apresentam diferenças na concentração


de iões entre a face interna e a face externa da membrana celular - Membrana Polarizada - isto
significa que entre a parte externa e a parte interna, existe diferente concentração de iões,
sendo que a interna tem mais iões negativos (carga -) e a externa tem mais iões positivos
(carga +). Como a célula precisa de manter estas diferenças, o transporte é ativo.

A diferença de potencial elétrico entre a face interna e a face externa da membrana do


neurónio designa-se Potencial de Membrana, a face interna é negativa e a face externa é
positiva. Na ausência de um estímulo, esta d.d.p designa-se Potencial de Repouso, onde a
superfície interna da membrana dos neurónios encontra-se carregada negativamente em
relação ao exterior e resulta sobretudo da desigual concentração de iões Na+ e K+ no exterior
e no interior dos neurónios.

Quando há um certo estímulo, a membrana é estimulada por um estímulo interno e vai


haver alteração da permeabilidade da membrana. A parte interna torna-se mais positiva
relativamente à externa. Há abertura dos canais Na+ por difusão facilitada -
Despolarização
Com o estimulo, abrem-se canais iónicos (para a passagem de iões) e o K+ vai passar do
meio interno para o externo e o Na+ do meio externo para o interno, fazendo com que haja
uma menor diferença de potencial, ou seja, vai ser ativada a Bomba de Sódio Potássio. Há
inversão da polarização da membrana, propagando-se o impulso ao longo do axónio -
Potencial de Ação
Para repor a diferença de potencial, a célula vai deixar atuar a Bomba de Na+K+, para que
as concentrações voltem ao repouso e depois os canais iónicos vão fechar e volta a haver
d.d.p, podendo haver outro estímulo - Repolarização

A sucessão de despolarização e repolarização constitui o impulso nervoso que tem propagação


num único sentido, das dendrites para o axónio.

SINAPSE

Depois de ter percorrido todo o axónio, o impulso nervoso é transmitido para outra célula, um
neurónio ou uma célula efetora (muscular ou glandular). Quando o impulso nervoso chega à
zona terminal do axónio, a informação nervosa é transmitida para a célula seguinte numa zona
chamada sinapse. Existe um espaço sináptico (fenda sináptica) que separa a célula pré-
sináptica, a que transmite informação, da célula pós-sináptica, que é a que recebe a
informação. A comunicação entre estas células é feita através de neurotransmissores.

Na porção terminal da célula pré-sináptica existem numerosas vesículas sinápticas que


armazenam substâncias produzidas pelos neurónios, os neurotransmissores. Quando o
impulso nervoso chega à membrana pré-sináptica, as vesículas fundem-se com a membrana
por exocitose e libertam os neurotransmissores na fenda sináptica e vão ligar-se a recetores
específicos na membrana pós-sináptica por endocitose, permitindo assim a transmissão de
informação. A propagação das mensagens nervosas ocorre por um processo eletroquímico
através dos neurónios, as respostas rápidas.

OBTENÇÃO DE MATÉRIA PELOS SERES HEREROTRÓFICOS


Os seres heterotróficos são organismos que obtêm matéria orgânica e inorgânica a partir do
seu meio exterior. Para se alimentar, estão dependentes dos seres autotróficos, diretamente
ou indiretamente, ou dos seus produtos.

EX: animais; fungos; muitos protistas; muitas bacterias

Todos os seres heterotróficos precisam dos mesmos nutrientes básicos. O seu processamento
e uso, a nível celular, é idêntico nos seres multicelulares e no unicelular, iniciando-se após a
sua absorção.

A absorção é a passagem de substâncias do meio extracelular para o meio intracelular, que


ocorre na membrana celular.

Nos seres unicelulares, atravessam a membrana diretamente ou podem ser incorporadas na


célula no interior de vesículas, sofrendo depois de digestão intracelular.

Nos seres multicelulares, podem passar diretamente para as células ou ser transportados até
às células pelo sangue (organismos mais complexos, há digestão extracelular). Alguns
organismos pouco complexos podem absorver as substâncias do meio diretamente para as
células.

OBTENÇÃO DE MATÉRIA POR ABSORÇÃO

Este tipo de digestão ocorre em fungos e bactérias. A sua digestão é extracorporal e


extracelular:

1. As enzimas digestivas são lançadas para o exterior onde se dá a digestão extracorporal


2. Após a digestão, os nutrientes simples são absorvidos
3. Existem fungos e bactérias heterotróficas (simbiontes ou parasitas) que obtêm, por
absorção, a matéria orgânica a partir dos organismos com que interagem
4. Resumindo - Estes seres formam vesículas com enzimas que se vão aproximar da
membrana, fundindo-se com ela para libertar as enzimas para o exterior por exocitose.
Estas enzimas digerem as substâncias fora do fungo e quando já estiverem mais simples,
elas conseguem passar por absorção, dando-se um processo de endocitose e de digestão
extracelular e extracorporal

OBTENÇÃO DE MATÉRIA POR INGESTÃO

Os seres heterotróficos (unicelulares e multicelulares) obtêm o alimento por diversos


processos: ingestão, digestão e absorção. A digestão pode ser intracelular ou extracelular.

Digestão intracelular- ocorre em vacúolos digestivos (vesículas endocíticas + lisossomas),


após a entrada do alimento por endocitose
Digestão extracelular- ocorre fora das células, em cavidades digestivas (tubos)

DIGESTÃO INTRACELULAR

Retículo endoplasmático rugoso- responsável pela síntese e transporte de proteínas


Retículo endoplasmático liso- envolvido na síntese de fosfolípidos e na elaboração de
novas membranas
Complexo de Golgi- constituído por um conjunto de cisternas achatadas e empilhadas de
forma regular rodeadas por numerosas vesículas; recebe as proteínas produzidas no RER e
faz a secreção de muitos compostos
Lisossomas- são pequenas vesículas delimitadas por uma membrana; contêm vários tipos
de enzimas digestivas (hidrólases); participam na digestão intracelular

A digestão intracelular envolve um sistema endomembranar (conjunto de organelos que se


interrelacionam estruturalmente e funcionalmente) em contacto com a membrana celular.

Autofagia- os lisossomas fazem digestão dos próprios organelos celulares desgastados


Heterofagia- os lisossomas fazem digestão de susbstãncias captadas por endocitose

Os ribossomas ligados a RER sintetizam proteínas que vão ser incluídas em vesículas que
migram para o Complexo de Golgi. Neste, as proteínas sofrem maturação e tornam-se
funcionais e as enzimas digestivas são incluídas em lisossomas. Os lisossomas unem-se a uma
vesícula endocítica (com nutrientes unidos do exterior) e formam vacúolos digestivos. Nos
vacúolos digestivos, pode dar-se a autofagia, em que os produtos da digestão intracelular dos
próprios organelos saem por exocitose, ou pode dar-se a heterofagia, em que as membranas
dos lisossomas se fundem com as vesículas fagocíticas (entraram por endocitose) que contêm
as partículas de alimentos e nos seus vacúolos digestivos, as enzimas hidrolisam o alimento
em moléculas orgânicas simples que são absorvidos pelo citoplasma e os resíduos são
expulsos por exocitose.

EX: paramécia (protozoário) ; amiba (protozoário)


DIGESTÃO EXTRACELULAR

A digestão extracelular e intercorporal ocorre em cavidades digestivas, fora das células, onde
após a ingestão, são lançados sucos digestivos com enzimas, que atuam sobre os alimentos e
estes transformam-se em substâncias mais simples, capazes de serem absorvidas.

A existência de cavidades digestivas permite que os animais ingiram quantidades


significativas de alimento, que é armazenado e vai sendo digerido durante um certo período de
tempo (mais ou menos longo). Podem ocorrer em tubos digestivos completos ou incompletos.

Tubo digestivo incompleto- existe apenas uma abertura, que funciona como boca e anús,
ou seja, as substâncias diferidas e as por digerir podem se misturar EX: hidra; planária

Tubo digestivo completo- existem 2 aberturas, a boca e o anús, então os alimentos


digeridos e os por digerir não se misturam nunca EX: minhoca; homem

No tubo digestivo incompleto, a digestão ocorre na cavidade gastrovascular, onde são


lançadas enzimas digestivas. No tubo digestivo completo, a digestão pode ocorrer em vários
órgãos, por processos mecânicos e ações enzimáticas distintas.

Digestão na hidra:

A hidra apresenta um sistema digestivo incompleto, a sua digestão é extracelular (na


cavidade gastrovascular) e intracelular (nos vacúolos digestivos).
Os alimentos entram pela única abertura ate à cavidade gastrovascular, onde são
digeridos por ação de enzimas produzidas pelas células do epitélio da cavidade. Os
compostos digeridos são absorvidos pelas células do epitélio. As partículas maiores são
fagocitadas e sofrem digestão intracelular nos vacúolos digestivos.
Digestão na planária:

A planária tem um sistema digestivo incompleto e a sua digestão é extracelular e


intracelular (nos vacúolos digestivos). A sua cavidade gastrovascular é muito ramificada, o
que aumenta a superfície de digestão e absorção.
Os resíduos não digeridos são devolvidos à cavidade gastrovascular e, posteriormente, por
exocitose, são eliminados através da única abertura.

Digestão na minhoca:

A minhoca tem um sistema digestivo completo e a sua digestão é extracelular.

Digestão no homem:

Tem um tubo digestivo completo associado a glândulas produtoras de sucos digestivos e a


sua digestão é extracelular.
Começa na boca logo depois de ingerir o alimento e acaba com a absorção de nutrientes no
intestino ou com a expulsão das fezes através do ânus. A absorção de nutrientes realiza-se
essencialmente ao nível do intestino delgado (vilosidades intestinais), onde há passagem
dos nutrientes simples para o meio interno (sangue e linfa). A parede do intestino delgado
é revestida por válvulas coniventes que, por sua vez, estão recobertas por uma série de
vilosidades intestinais, que aumentam a superfície de absorção, tornando-a mais eficaz. A
absorção dá-se por transporte passivo e por ativo.

Nos vertebrados, o tubo digestivo apresenta uma serie de glândulas anexas, que produzem
sucos digestivos, como as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas e, por isso, o tubo
digestivo é completo. Este tipo de tubo tem várias vantagens:

maior eficácia no aproveitamento dos alimentos, dado que estes se deslocam num único
sentido, permitindo uma absorção e uma digestão sequenciais ao longo do tubo
digestão ocorre em diferentes e variados órgãos, por ações mecânicas e químicas (enzimas
digestivas)
maior capacidade de absorção, uma vez que esta pode ocorrer em diferentes zonas do
tubo
eficiente eliminação, através do ânus, dos resíduos alimentares não absorvidos
possibilidade de armazenamento de maior quantidade de alimento

OBTENÇÃO DE MATÉRIA PELOS SERES AUTOTRÓFICOS


Seres autotróficos- produzem o seu próprio alimento, são capazes de sintetizar a matéria
orgânica a partir de substâncias minerais usando uma fonte de energia extrema (energia
solar ou energia química)
A maioria dos seres autotróficos são foto autotróficos, uma vez que usam a luz solar como
fonte para a produção da matéria orgânica (fotossíntese).

FOTOSSÍNTESE

Fotossíntese- processo de biossíntese que envolve o uso de energia luminosa na produção


de substâncias orgânicas (glicose) a partir de CO2 e H2O, com a libertação de O2. Este
processo ocorre apenas nos seres vivos que possuam pigmentos fotossintéticos.
Transforma a energia solar em energia química (ATP) que fica armazenada na glicose, nos
compostos orgânicos.

As transferências energéticas a nível celular dependem do ciclo ADP-ATP.

No gasto de energia há reação de hidrólise/exoenergética e, há quebra de ligações e consumo


de água. Na respiração de energia, dá-se uma reação de síntese/endenergética e há consumo
de um fosfato. Para a produção de ATP e para a sua mobilização é preciso recorrer à energia
luminosa e convertê-la em energia química, através do processo de fotossíntese.

Os açúcares produzidos nas folhas são transportadas por toda a planta e o CO2 e o O2
atravessam a folha por poros (estomas), que podem abrir ou fechar controlando as entradas e
saídas desses gases. Quanto maior for a área da folha, maior é a atividade fotossintética pois
tem mais cloroplastos e, portanto consegue captar mais luz solar.

Os pigmentos fotossintéticos encontram-se nas membranas dos tilacoides e são responsáveis


pela captação de energia luminosa e transporte de eletrões. As clorofilas são os pigmentos
mais abundantes e conferem a cor verde às plantas, funcionam como "antenas" que têm a
função de captar a luz solar.
As ondas do espetro que são observadas são as refletidas e, como a luz verde é refletida,
observamos folhas com a cor verde. A maior absorção de luz acontece nas radiações de
comprimento de onda do azul-violeta e do vermelho-alaranjado, onde se dá maior produção de
O2 e há maior taxa fotossintética. Nas plantas, as clorofilas A e B são os principais pigmentos
fotossintéticos, pois apresentam os seus maiores picos de luz nos comprimentos de ondas
verificadas. A luz que é absorvida pelos pigmentos vai dar energia aos eletrões e eles acabam
por passar para níveis de energia superiores e ocorrem reações de oxidação-redução e a luz vai
ser transformada em ATP.

Forma oxidada- molécula perde eletrões


Forma reduzida- molécula aceita eletrões
O processo complexo da fotossíntese está compreendido em fase fotoquímica e em fase
química.

FASE FOTOQUÍMICA

A fase fotoquímica depende diretamente da luz solar (fase dependente da luz), ocorre na
membrana dos tilacoides (cloroplastos), tem uma série de reações fotoquímicas, a energia
solar é transformada em energia química (ATP) e os pigmentos fotossintéticos são excitados.

A luz solar é captada pelos pigmentos fotossintéticos (clorofilas) e é captada pelas raízes da
planta, sendo que a molecula de água dissocia-se em oxigénio e hidrogénio, o O2 é libertado
para a atmosfera e os hidrogénio cedem os seus eletrões que vão ser captados pela clorofila A.
Os eletrões vão ser transferidos ao longo de uma cadeira transportadora de eletrões até à
coenzima NADP+ receberem-nos e serem transformados em NADPH. Ao longo da cadeia
transportadora de eletrões ocorrem reações de oxidação-redução com libertação de energia
que vai permitir a fosforilação de ADP em ATP.

Fosforilação - ADP recebe um fosforo e passa a ATP

Desfosforilação - ATP perde um fosforo e passa a ADP


Fotólise da água - divisão da molecula de H2O através da luz solar

1º dador de eletrões - água - os eletrões são doados pela reação química por hidrolise
1º aceitador de eletrões - NADP+ - forma oxidada
Forma oxidada - NADP+
Forma reduzida - NADPH
FASE QUÍMICA/CICLO DE CALVIN

A fase química não depende da luz mas depende da fase fotoquímica, ocorre ao nível do
estroma (cloroplastos), é um ciclo de reações químicas (ciclo de Calvin) ocorre a redução de
CO2 e a síntese de compostos orgânicos (glicose).

Os eletrões transportados pelo NADPH até ao estroma. O CO2 que vem da atmosfera é fixado
com a ajuda de uma pentose (RuDP) é formado um novo composto instável que se quebra e dá
origem a 2 compostos.

O ciclo de Calvin tem 3 etapas e por cada molécula de glicose produzida o ciclo tem de ocorrer 6
vezes:

1. O CO2 combina-se com uma pentose e forma-se um composto instável com 6 carbonos que
origina o fosfoglicerato (PGA)
2. As moléculas de PGA são fosforiladas por moléculas de ATP e reduzidas pelos eletrões e
iões H+ transportados pelo NADPH, que passa à sua forma oxidada. O ADP e o NADP+ ficam
novamente disponíveis para as reações de fase fotoquímica. Algumas das moleculas deste
processo de redução são usadas na formação de moléculas orgânicas mais complexos,
como a glicose.
3. As restantes moléculas são usadas na regeneração da pentose fixadora de CO2 (ribulose
difosfato - RuDP), num processo que também envolve o consumo de energia química (ATP).
Apos esta etapa, a pentose fica disponível para fixar o CO2, reiniciando o ciclo.
Para cada molecula de glicose, o ciclo tem de ocorrer 6 vezes, pois 6 moléculas de CO2 usam 18
moléculas de ATP (3 por ciclo) e 12 moléculas de NADPH (2 por ciclo).

RESUMO DAS 2 FASES

A fase fotoquímica ocorre nas membranas dos tilacoides e as principais reações são:

excitação da clorofila A
percurso dos eletrões pela cadeia transportadora de eletrões
o NADP+ é o aceitador final dos eletrões e fica reduzido a NADPH
formação de ATP
fotólise da água que faz com que se liberte O2
água é o dador primário de eletrões

Os produtos finais desta fase são: oxigénio ; ATP ; NADPH ; H+.

A fase química ocorre no estroma e os principais reações são:


combinação do CO2 com uma pentose (ribulose difosfato - RuDP)
uso dos eletrões do NADPH e o ATP para a produção do aldeído fosfoglicérico (PGAL)
uso de uma parte do PGAL para a síntese da glicose e a outra serve para regenerar o RuDP

Os produtos finais são: glicose ; RuDP ; NADP+ ; ADP.

TRANSPORTE NAS PLANTAS


As plantas transportam substâncias (água e sais minerais) até às folhas, para garantir a
síntese de compostos orgânicos (com a fotossíntese), que serão posteriormente distribuídos a
todas as células. A maioria das plantas necessitam de um sistema de transporte que permita
assegurar o crescimento, a manutenção e a reprodução das suas células.

Plantas avasculares- plantas simples que não têm tecidos especializados no transporte
Plantas vasculares- plantas que têm tecidos especializados no transporte

TRANSPORTE NAS PLANTAS AVASCULARES

Nas plantas não vasculares, a água movimenta-se por osmose. Os compostos orgânicos e os
sais minerais absorvidos movimentam-se por difusão simples, difusão facilitada ou transporte
ativo entre as células da planta. O transporte depende da permeabilidade seletiva da
membrana e dá-se a nível celular.

TRANSPORTE NAS PLANTAS VASCULARES

Raiz- fixa a planta e absorve água e sais minerais


Caule- sustenta as folhas, conduzindo até elas água e sais minerais absorvidos pelas raízes
e leva para outros órgãos as substâncias orgânicas produzidas nas folhas
Folhas- órgão especializado para a realização da fotossíntese
Tecidos condutores- transportam a H2O, os sais minerais e os nutrientes (xilema e floema).
Encontram-se em todos os órgãos da planta e estão organizados em feixes condutores,
formando as nervuras.
O movimento de água e dos solutos (seiva bruta e elaborada) no interior da planta, através
dos tecidos condutores, denomina-se de translocação. Efetua-se a curtas distâncias, de célula
para célula, ou a longas distancias, por toda a planta.

XILEMA

O xilema/lenho/tecido traqueano transporta a água e os sais da raiz ate às folhas, ou seja,


transporta a seiva bruta/xilémica e, também tem a função de suportar os tecidos aéreos. É um
tecido complexo formado pela justaposição de células mortas, mantendo apenas as paredes
celulares, que formam um tubo contínuo. Dos vários tipos de células que o constituem,
destacam-se os elementos de vaso, os traqueídeos e as fibras lenhosas.

Fibras lenhosas- conferem resistência e transporte à planta


Traqueídeos- são células mortas de paredes lenhificas que já não têm atividade
metabólica. As suas paredes transversais mantêm-se, apresentando perfurações que
permitem a passagem de água. Transportam a seiva bruta nas gimnospérmicas (plantas
com semente mas sem flor) e nos fetos
Elementos de vaso- são células mortas de paredes lenhificas, dispostas topo a topo, que
funcionam como reserva. São evolutivamente mais recentes e eficientes, pois apresentam
maior diâmetro e, as extremidades de contacto entre as células podem ser totalmente
dissolvidas, formando um tubo oco mais eficaz no transporte, que podem atingir vários
metros de comprimento. Transportam a seiva bruta nas angiospérmicas (plantas com flor
e fruto)

FLOEMA
O floema/líber transporta compostos orgânicos a todas as partes da planta, ou seja, transporta
seiva elaborada/floémica, desde as folhas e, também tem a função de suporte da planta. É um
tecido complexo constituído por células vivas muito especializadas, com parede celular fina,
sem núcleo e sem os organelos principais. É constituído principalmente por células do tubo
crivoso e por células de companhia.

Células do tubo crivoso- são células vivas e altamente especializadas e formam um rubo
longo que é separado pelas placas crivosas (poros)
Células de companhia- são células vivas, longas e que auxiliam e assistem funcionalmente
as células dos tubos

DISPOSIÇÃO DOS FEIXES

Na raiz, o xilema e o floema estão localizados de forma alternada. Feixes condutores


simples e alternos.

No caule, o xilema e o floema estão localizados em posição colateral, com o xilema


orientado para o interior. Feixes condutores duplos e colaterais.
Na folha, o xilema e o floema estão localizados em posição colateral, nos alinhamentos
correspondentes às nervuras da folha, com o xilema orientado para a página superior.
Feixes condutores duplos e colaterais.

TRANSPORTE NO XILEMA

A maioria das plantas absorve água e sais minerais pela raiz. Este percurso começa com a
absorção destas substâncias para as células da epiderme que reveste a superfície das raízes
mais finas. A água entra por osmose, sendo o solo um meio hipotónico e as células um meio
hipertónico, ou seja, o solo tem maior potencial hídrico e menor pressão osmótica. A curtas
distâncias (de umas células para as outras), as substâncias vão ser transportadas através das
paredes e dos espaços intercelulares até chegarem ao xilema. Dependendo da concentração de
sais no solo, estes podem passar por transporte ativo ou difusão simples:

o transporte ativo é o principal movimento de absorção de iões, estes são retirados do


solo contra o gradiente de concentração (com gasto de ATP) e há intervenção de
transportadores membranares específicos

O transporte da seiva bruta é feito em longas distâncias e é chamado de translocação xilémica.


Após a entrada na raiz, a seiva é transportada até aos vasos xilémicos. Depois, a seiva ascende
da raiz até às folhas por transporte ativo.

TEORIA DA PRESSÃO RADICULAR

A manutenção de um gradiente de concentração de solutos entre o solo e a raiz provoca uma


maior pressão osmótica no interior da raiz, o que força a entrada de água na raiz por osmose. A
acumulação de água nestes tecidos radiculares provoca uma pressão que forca a seiva bruta a
subir ate ao xilema, por capilaridade, ate às folhas.

Exsudação caulinar- saída de seiva bruta em ramos de árvores depois de serem cortados,
ou recentemente cortados, caem pequenas gotas

Gutação- perda de H2O através da superfície da folha, em plantas de pequeno porte, são
formadas gotículas de H2O que resultam da pressão radicular

Segunda esta teoria, existe uma pressão formada na raiz (pressão radicular) que impede a
seiva bruta a subir. A acumulação de iões nas células radiculares (por transporte ativo), faz
com que a concentração de solutos aumente, logo a água entra na raiz por osmose. A
acumulação de água nas raízes provoca pressão radicular (pressão positiva da raiz) que força a
água a subir.

Esta hipótese não consegue explicar alguns aspetos como: não se aplica a todas as plantas; a
pressão radicular de algumas plantas não é suficientemente grande para elevar a água até ao
ponto mais alto dela; etc.

TEORIA DA TENÃO-COESÃO-ADESÃO
A teoria da adesão-coesão-tensão explica a ascensão da seiva bruta desde a raiz até às folhas,
com base nas propriedade da água e da evapotranspiração dos estomas das folhas.

A transpiração faz com que as plantas perdão água e haja provocação de uma tensão, ou seja,
um défice de água, junto dos estomas da folha, promovendo a ascensão em coluna da seiva
bruta, por diferença de pressão osmótica. As moléculas de H2O que saem das células das
folhas são substituídas por novas moléculas de água no xilema de raiz. Devido à capilaridade
dos vasos xilémicos, as moléculas de água unem-se umas às outras por pontes de hidrogénio,
há coesão entre as moléculas e, a água sobe facilmente através do xilema. As moléculas de
água também aderem às paredes dos vasos xilémicos, ocorrendo adesão. Depois, verifica-se a
absorção de água ao nível da epiderme radicular, de forma a compensar a perde de água ao
nível das folhas.

Os estomas são estruturas existentes na epiderme inferior das folhas que permitem trocas
gasosas entre o interior e o exterior. A sua abertura e o seu fecho controla a quantidade de
água perdida por transpiração.

Na abertura do estoma:

os iões entram para as células-guarda por transporte ativo


a água das células circundantes entra para as células-guarda por osmose
as células-guarda ficam túrgidas e a água exerce pressão sobre a parede celular (elevada
pressão de turgência)
a região delgada da parede das células-guarda distende-se mais do que a zona mais
espessa, o que provoca a abertura do ostíolo

No fecho do estoma:

o transporte ativo de iões acaba


os iões saem das células-guarda por difusão para as células circundantes
a água sai das células-guarda por osmose, o que provoca diminuição do seu volume
diminuição da pressão de turgência
o estoma recupera a forma original, ficando as células-guarda plasmolisadas e o ostíolo
fecha
Resumindo esta teoria, o vapor de água sai pelos estomas (transpiração); a água evapora das
paredes celulares do mesófilo; a tensão força a subida de água em coluna para o xilema das
nervuras das folhas; a tensão força a subida de água em coluna no xilema da raiz e do caule; as
moléculas de água formam uma coluna de água coesa e aderente às paredes desde a raiz às
folhas; a água vai para o interior do xilema; a água entra na raiz por osmose.

TRANSPORTE NO FLOEMA

Este transporte pretende levar a seiva elaborada (água e glicose) essencialmente das folhas
para os órgãos da planta.

A maioria dos dados sobre o movimento descendente da seiva elaborada foram obtidos por
experiências em que se removeu um anel estreito dos tecidos exteriores ao xilema. Quando
removido o anel exterior ao xilema, houve remoção do floema, sendo interrompido o
movimento da seiva elaborada, proveniente das folhas que se acumula no bordo superior da
zona submetida ao corte. Posteriormente, os órgãos abaixo da incisão podem viver algum
tempo usando a matéria orgânica armazenada nos tecidos, porém, se não forem desenvolvidos
novos rebentos abaixo da incisão, quando as reservas se esgotarem e a raiz morrer, a planta
também morrera.

Outra das experiências foi o uso de 2 gobelés (A e B) ligados pelo tubo C, com membrana
permanente à água e as 2 soluções com diferentes concentrações de açúcar colocadas em água
destilada. O gobelé A tem maior concentração de sacarose que o B e, portanto, vai entrar mais
água em A do que em B, originando um fluxo da solução A para B através do tubo C. Com isto,
conclui-se que a velocidade da deslocação da seiva elaborada é menor à da seiva bruta, mas é
superior à da difusão da sacarose na água. Verificou-se também que o sentido de deslocação
da seiva elaborada varia consoante as necessidades metabólicas da planta, ou seja, pode
ocorrer nos 2 sentidos.

MODELO DO FLUXO DE MASSA

Segundo este modelo existe um gradiente nas concentrações de sacarose, que se estabelece
entre a fonte (região onde a sacarose entra no floema: folhas) e o local de consumo (região
onde a sacarose sai do floema: flores, frutos, sementes, raiz, caule).

Os açúcares elaborados nos órgãos fotossintéticos são convertidos em sacarose, nas células do
mesófilo. A sacarose é transportada da folha para o floema (inicialmente para as células de
companhia e depois para os tubos crivosos) por transporte ativo. O aumento de concentração
de sacarose nas células dos tubos crivosos, provoca uma entrada de água por osmose nestas
células, que ficam túrgidas. O aumento da pressão de turgência (pressão que o conteúdo de
uma célula exerce sobre a parede celular quando esta fica túrgida) faz com que a solução, a
seiva elaborada, atravesse as placas crivosas. A sacarose é retirada do floema para os locais de
consumo ou de reserva (armazenada sobre a forma de amido ou de celulose) por transporte
ativo. O aumento da concentração de sacarose nas células envolventes provoca a saída de
água dos tubos crivosos, diminuindo a pressão de turgência. As células dos tubos crivosos
ficam com baixo teor de açúcares e a água regressa ao xilema por osmose.
O transporte de açúcares para o floema é feito por transporte ativo. Ao longo do floema o
transporte não envolve gasto de energia. Existem diferentes concentrações de sacarose nos
diversos órgãos da planta, o que provoca a criação de um fluxo de massa no floema. O
equilíbrio nunca é alcançado, porque os solutos estão constantemente a ser usados nos caules
e nas raízes e a ser produzidos nas folhas.
TRANSPORTE NOS ANIMAIS
Existem mecanismos que asseguram o transporte de mateira a todas as células e esses são
evolutivamente cada vez mais eficazes. Existem seres sem sistema de transporte
especializado ou seres com sistema de transporte.

Sem sistema de transporte- seres que fazem trocas diretas com o meio, seres simples
Com sistema de transporte- seres com sistema circulatório

SEM SISTEMA DE TRANSPORTE

Nos animais mais simples, as trocas de matéria ocorrem diretamente com o meio, pois
apresentam dimensões reduzidas e formas achatadas que proporcionam elevadas áreas
superficiais. A espessura do corpo é de 2 camadas de célula, há trocas diretas entre as células e
o meio externo e o intercâmbio de substâncias realiza-se por difusão simples. Os gases
difundem-se diretamente entre as células e o meio e, os nutrientes difundem-se da cavidade
gastrovascular (muito ramificada) para todos os tecidos. Os produtos de excreção são lançados
diretamente no meio externo.

COM SISTEMA DE TRANSPORTE

O sistema circulatório nos animais é constituído por:

fluídos circulantes - sangue e linfa


órgão propulsor - coração
sistema de vasos ou espaços por onde o fluído circula - vasos sanguíneos ou lacunas

Nos animais, o seu sistema circulatório pode ser:

sistema aberto
sistema fechado - circulação simples ou circulação dupla, sendo que a dupla pode ser
completa ou incompleta

SISTEMA ABERTO

Nos sistemas circulatórios abertos, há mistura do sangue e da linfa/linfa intersticial,


originando a hemolinfa (fluido circulante). A hemolinfa sai dos vasos sanguíneos e passa para
as lacunas corporais, banhando diretamente as células. A circulação nas lacunas é mais lenta
que nos vasos sanguíneos, logo a reposição e a substituição de materiais a nível celular é
lenta.

O sangue sai do coração tubular por artérias para um sistema de cavidades, as lacunas,
que no conjunto formam o hemocélio. No hemocélio, a hemolinfa banha todos os tecidos e
permite a ocorrência de trocas. Depois da irrigação dos tecidos, a hemolinfa volta ao
coração tubular através dos ostíolos, que são aberturas laterais com válvulas que
impedem o refluxo do sangue.
SISTEMA FECHADO

Nos sistemas circulatórios fechados, não há mistura dos fluidos circulantes, sangue e linfa.
Todo o percurso do sangue é feito nos vasos sanguíneos, no seu interior. Esta circulação
permite uma rápida e eficaz reposição e substituição de materiais, já que o sangue circula
sempre dentro dos vasos, permitindo um aumento do metabolismo dos animais.

Um ou mias corações bombeiam o sangue para grandes artérias que se ramificam em


vasos de menores dimensões, os capilares. Ao nível dos capilares ocorrem as trocas de
materiais, por difusão, entre o sangue e a linfa. O sangue fornece oxigénio e nutrientes e
recebe produtos resultantes do metabolismo celular. Quanto maior for o metabolismo,
maior a eficiência e a complexidade do sistema circulatório.
Todos os animais vertebrados possuem sistemas circulatórios fechados, sendo que pode
ser simples (peixe) ou dupla incompleta (anfíbios e répteis) ou dupla completa (aves e
mamíferos).

CIRCULAÇÃO NOS PEIXES:

coração simples com 2 cavidades (1 aurícula e 1 ventrículo)


o sangue venoso é transportado para o coração sendo que é o único tipo de sangue que
passa nele
nas brânquias ocorrem as trocas gasosas e o sangue passa a ser arterial
o sangue venoso regressa ao coração pelas veias, completando assim uma volta completa,
passando só uma vez no coração, sendo por isso, uma circulação simples (o sistema
circulatório é lento)
CIRCULAÇÃO NOS ANFÍBIOS:

coração com 3 cavidades (2 aurículas e 1 ventrículo)


o sangue venosos entra pela aurícula direita, passa para o ventrículo e é bombeado para
os pulmões, onde se dá a oxigenação do sangue
o sangue arterial volta ao coração pela aurícula esquerda e, é bombeado para todo corpo
pelo ventrículo
no ventrículo há mistura parcial de sangue venosos e de arterial
a circulação dos anfíbios é dupla e incompleta, pois o coração tem 3 cavidades, mas o
sangue passa 2 vezes no coração

CIRCULAÇÃO NOS RÉPTEIS:

a circulação dos répteis também é dupla e incompleta


coração com 3 cavidades, porém, o ventrículo tem um septo incompleto, ou seja, está
parcialmente dividido (apenas os crocodilos e os jacarés têm 4 cavidades)
o sangue venoso, que vem do corpo, entra na aurícula direita, passa para a cavidade
ventricular direita e vai para os pulmões
o sangue arterial, que vem dos pulmões. entra na aurícula esquerda, passa para a
cavidade ventricular esquerda e vai para todo o corpo
como o ventrículo não é completamente dividido, pode haver mistura de sangues
CIRCULAÇÃO NAS AVES E NOS MAMÍFEROS:

as aves e os mamíferos têm uma circulação dupla e completa


coração com 4 cavidades (2 aurículas e 2 ventrículos) e o sangue percorre 2 trajetos,
passando 2 vezes no coração (circulação pulmonar e circulação sistémica)
o sangue venosos sai do ventrículo direito pela artéria pulmonar até aos pulmões, onde o
sangue se transforma em arterial (hematose pulmonar)
o sangue arterial vai pelas veias pulmonares ate à aurícula esquerda, depois passa para o
ventrículo esquerdo e vai para todo o corpo pela artéria aorta
os órgãos recebem oxigénio e o sangue passa a venosos (hematose celular), voltando para
a aurícula direita pelas veias cavas superior e inferior
o fluxo sanguíneo é condicionado pela pressão do coração, cuja comunicação é controlada
por válvulas cardíacas que determinam o sentido do fluxo

CICLO CARDÍACO:

Existem movimentos em que o coração contrai e o sangue sai, dando-se a sístole.

Quando o coração está relaxado, o sangue entra e dá-se a diástole.


A pressão é mais elevada nas artérias, diminui nos capilares e é mais baixa nas veias. A
velocidade é mais baixa nos capilares e mais alta nas artérias.

As veias são rodeadas por músculos esqueléticos que se contraem e/ou comprimem as veias,
aumentando a pressão sanguínea. Os movimentos respiratórios ajudam o sangue das veias a
voltar ao coração. Durante a diástole, há um abaixamento da pressão nas aurículas,
provocando um movimento do sangue em direção ao coração.

FLUIDOS CIRCULANTES
Nos vertebrados, os fluidos circulantes não se conectam diretamente com as células, mas há
intercâmbio de substâncias entre as células e o meio externo.

O meio interno é constituído pelo sangue e pela linfa, que são veículos de transporte e
distribuição de matéria.

SANGUE

O sangue circula no sistema circulatório e é constituído por plasma (55%) e por elementos
celulares (45%).

O plasma é constituído por água (90%) e substâncias dissolvidas (10%) e apresenta uma cor
amarelada. É um meio aquoso onde circulam nutrientes, produtos de excreção, gases
respiratórios, hormonas, etc.

Os elementos celulares são os glóbulos vermelhos/hemácias/eritrócitos, os glóbulos


brancos/leucócitos e, as plaquetas. Os glóbulos vermelhos conferem ao sangue a sua cor
vermelha e permitem o transporte de gases (oxigénio). Os glóbulos brancos contribuem para a
defesa do organismo. As plaquetas são responsáveis pela coagulação sanguínea.

LINFA

A linfa circula no sistema linfático, formado por uma extensa rede de vasos e órgãos linfáticos.
A linfa é um liquido constituído por plasma e leucócitos.

A linfa esta dividida em:

Linfa intersticial- fluido que banha as células


Linfa circulante- fluido que circula no interior dos capilares linfáticos

A linfa possui todos os compostos de reduzidas dimensões (aminoácidos, iões, etc.) de que as
células precisam. Aproximadamente 90% da linfa volta aos capilares e os 10% ficam no espaço
intersticial.

A linfa intersticial está em constante renovação, pois funciona como "intermediário" entre as
células e o sangue, transportando nutrientes e o oxigénio para as células e captando os
produtos que resultam do metabolismo celular.
VASOS SANGUÍNEOS

As artérias possuem paredes espessas, elásticas e musculares. Apesar de não terem válvulas,
podem contrair. Têm a função de transportar o sangue do coração para todas as partes do
copo.

As veias possuem paredes menos espessas que as artérias. Apresentam válvulas mas não
conseguem contrair. Têm a função de transportar o sangue de todas as partes do corpo ate ao
coração.

Os capilares possuem paredes muito finas, com uma só camada de células. Não apresenta
válvulas nem contraem. Têm a função de estabelecer uma ligação entre as artérias e veias e as
células.

Estes sistemas de transporte garantem um fornecimento constante de nutrientes e gases


(oxigénio) e, permitem a eliminação de compostos tóxicos e de CO2.

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