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UNIDADE II

Instalações Prediais
(Elétrica e Hidráulica)

Profa. Ma. Fádia Lima


Entrada e Fornecimento de Água Fria

 Uma instalação predial de água fria constitui-se no conjunto de tubulações, equipamentos,


reservatórios e dispositivos, destinados ao abastecimento dos aparelhos e pontos de
utilização de água da edificação, em quantidade suficiente, mantendo a qualidade da água
fornecida pelo sistema de abastecimento.

 A norma que fixa as exigências e recomendações relativas a projeto, execução e


manutenção da instalação predial de água fria é a NBR 5626.
Entrada e Fornecimento de Água Fria

Uma instalação predial de água fria pode ser alimentada de duas formas:
 pela rede pública de abastecimento; ou
 por um sistema privado, quando a primeira não estiver disponível.
 De maneira geral, todo sistema público que fornece água exige a colocação de um medidor
de consumo, chamado “hidrômetro”.
 Esse dispositivo é instalado em um compartimento de alvenaria ou concreto, juntamente com
um registro de gaveta, e a canalização ali existente é chamada de “cavalete”.
Entrada e Fornecimento de Água Fria

Registro
Muro
Hidrômetro
Abrigo do cavalete
Caixa para
registro de
calçada
Rua

Cavalete
Rede pública
de água

Ramal predial

Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de


arquitetura. Disponível em: Minha Biblioteca, 11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017.
Sistema de Distribuição

 Existem três sistemas de abastecimento da rede predial de distribuição: direto,


indireto e misto.

 Cada um desses sistemas apresenta vantagens e desvantagens, que devem ser


analisadas pelo projetista, conforme a realidade local e as características do edifício
em que esteja trabalhando.
Sistema de Distribuição Direto

 A alimentação da rede predial de distribuição é feita diretamente da rede pública de


abastecimento. Nesse caso, não existe reservatório domiciliar, e a distribuição é feita de
forma ascendente, ou seja, as peças de utilização de água são abastecidas diretamente
da rede pública.

 Esse sistema tem baixo custo de instalação, porém se houver qualquer problema que
ocasione a interrupção no fornecimento de água no sistema público, certamente faltará
água na edificação.
Sistema de Distribuição Indireto

 No sistema indireto, adotam-se reservatórios para minimizar os problemas referentes à


intermitência ou a irregularidades no abastecimento de água e a variações de pressões
da rede pública.
Sistema de Distribuição Indireto Sem Bombeamento

 Esse sistema é adotado quando a pressão na rede pública é suficiente para alimentar o
reservatório superior. O reservatório interno da edificação ou do conjunto de edificações
alimenta os diversos pontos de consumo por gravidade; portanto ele deve estar sempre a
uma altura superior a qualquer ponto de consumo.

 A grande vantagem desse sistema é que a água do reservatório garante o abastecimento


interno, mesmo que o fornecimento da rede pública seja provisoriamente interrompido, o que
o torna o sistema mais utilizado em edificações de até três pavimentos (9 m de altura total
até o reservatório).
Sistema de Distribuição Indireto Com Bombeamento

 Esse sistema normalmente é utilizado quando a pressão da rede pública não é suficiente
para alimentar diretamente o reservatório superior.

 Nesse caso, adota-se um reservatório inferior, de onde a água é bombeada até o


reservatório elevado, por meio de um sistema de recalque. A alimentação da rede de
distribuição predial é feita por gravidade, a partir do reservatório superior.
Sistema de Distribuição Hidropneumático

 Esse sistema de abastecimento requer um equipamento para pressurização da água a partir


de um reservatório inferior. Ele é adotado sempre que há necessidade de pressão em
determinado ponto da rede, que não pode ser obtida pelo sistema indireto por gravidade, ou
quando, por razões técnicas e econômicas, se deixa de construir um reservatório elevado.

 Além do custo adicional, exige manutenção periódica, e caso falte energia elétrica na
edificação, ele fica inoperante, necessitando de gerador alternativo para funcionar.
Reservatórios

 As edificações brasileiras normalmente utilizam um reservatório superior, o que faz com que
as instalações hidráulicas funcionem sob baixa pressão.

 Os reservatórios domiciliares têm sido comumente utilizados para compensar a falta


de água na rede pública, devido às falhas existentes no sistema de abastecimento e
na rede de distribuição.
Reservatórios

 Como limite prático, a altura do reservatório com relação à via pública não deve ser superior
a 9 m. Quando o reservatório não pode ser alimentado diretamente pela rede pública, deve-
se utilizar um sistema de recalque, que é constituído, no mínimo, de dois reservatórios
(inferior e superior).

 O inferior será alimentado pela rede de distribuição e alimentará o reservatório superior por
meio de um sistema de recalque (conjunto motor e bomba). O superior alimentará os pontos
de consumo por gravidade.
Reservação de Água Fria

 De acordo com NBR 5626, a capacidade dos reservatórios deve ser estabelecida levando-se
em consideração o padrão de consumo de água no edifício e, onde for possível obter
informações, a frequência e duração de interrupções do abastecimento.

 O volume de água reservado para uso doméstico deve ser, no mínimo, o necessário
para 24 horas de consumo normal no edifício, sem considerar o volume de água para
combate a incêndio.
Reservação de Água Fria

Na ausência de critérios e informações, para calcular o consumo diário de uma edificação,


utilizam-se tabelas apropriadas: verifica-se a taxa de ocupação de acordo com o tipo de uso do
edifício e o consumo per capita (por pessoa). O consumo diário (Cd) pode ser calculado pela
seguinte fórmula:

𝐶𝑑 = 𝑃 ∙ 𝑞

Em que:
 Cd → consumo diário, medido em litros por dia (L/dia)
 P → população que ocupará a edificação (pessoas)
 q → consumo “per capita”, medido em litros por dia por
pessoa (L/dias.pessoas)
Reservação de Água Fria

Tabela 1.2 Taxa de ocupação de acordo com a natureza do local


Natureza do local Taxa de ocupação
Residência e apartamentos Duas pessoas por dormitório
Bancos Uma pessoa por 5,00 m2 de área
Escritórios Uma pessoa por 6,00 m2 de área
Lojas (pavimento térreo) Uma pessoa por 2,50 m2 de área
Lojas (pavimento superior) Uma pessoa por 5,00 m2 de área
Shopping centers Uma pessoa por 5,00 m2 de área
Museus e bibliotecas Uma pessoa por 5,50 m2 de área
Salões de hotéis Uma pessoa por 5,50 m2 de área
Restaurantes Uma pessoa por 1,40 m2 de área
Teatro, cinemas e auditórios Uma cadeira para cada 0,70 m2 de área

Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de


arquitetura. Disponível em: Minha Biblioteca, 11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017.
Reservação de Água Fria
Tabela 1.3 Consumo predial diário (valores indicativos)
Prédio Consumo (litros/dia)
Alojamento provisório 80 per capita
Ambulatórios 25 per capita
Apartamentos 200 per capita
Casas populares ou rurais 150 per capita
Cavalariças 150 por cavalo
Cinemas e teatros 2 por lugar
Creches 50 per capita
Edifícios públicos ou comerciais 50 per capita
Escolas (externatos) 50 per capita
Escolas (internatos) 150 per capita
Escolas (semi-internato) 100 per capita
Escritórios 50 per capita
Garagens e posto de serviço 50 por automóvel/200 por caminhão
Hotéis (sem cozinha e sem lavanderia) 120 por hóspede
Hotéis (com cozinha e com lavanderia) 250 por hóspede
Indústrias – uso pessoal 80 por operário
Indústrias – com restaurante 100 por operário
Jardins (rega) 1,5 por m2
Lavanderias 30 por kg de roupa seca
Matadouro – animais de grande porte 300 por animal abatido
Matadouro – animais de pequeno porte 150 por animal abatido
Mercados 5 por m2 de área
Oficinas de costura 50 per capita
Orfanatos, asilos, berçários 150 per capita
Piscinas – lâmina de água 2,5 cm por dia
Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Postos de serviços para automóveis 150 por veículo
Roberto de. Instalações Quartéis 150 per capita
hidráulicas e o projeto de Residência popular 150 per capita
arquitetura. Disponível em: Residência de padrão médio 200 per capita
Residência de padrão luxo 250 per capita
Minha Biblioteca, 11. ed. São Restaurante e outros similares 25 por refeição
Paulo: Editora Blucher, 2017. Templos 2 por lugar
Capacidade dos Reservatórios

Tendo em vista a intermitência do abastecimento da rede pública, e na falta de informações, é


recomendável dimensionar reservatórios com capacidade suficiente para dois dias de
consumo. Essa capacidade é calculada em função da população e da natureza da edificação.
Então, a quantidade total de água a ser armazenada será:

𝐶𝑅 = 2 ∙ 𝐶𝑑

Em que:
 CR → capacidade total de reservação, medida em litros (L)
 Cd → população que ocupará a edificação (pessoas)
 Lembre-se que o “2” se refere ao tempo, logo sua unidade será
dias (dias)
Capacidade dos Reservatórios

Para os casos comuns de reservatórios domiciliares, recomenda-se a seguinte distribuição,


a partir da reservação total (CR):
 Reservatório inferior: 60% CR;
 Reservatório superior: 40% CR.
 Esses valores são fixados para aliviar a carga da estrutura, pois a maior reserva (60%) fica
no reservatório inferior, próximo ao solo.
 A reserva de incêndio usualmente é colocada no reservatório superior, que deve ter sua
capacidade aumentada para comportar o volume referente a essa reserva.
Exemplo de Cálculo – capacidade dos reservatórios

 Calcular a capacidade dos reservatórios de um edifício residencial de 10 pavimentos, com 2


apartamentos por pavimento, sendo que cada apartamento possui 2 quartos e uma
dependência de empregada. Adotar reserva de incêndio de 10 000 litros, prevista para ser
armazenada no reservatório superior.
Exemplo de Cálculo – capacidade dos reservatórios

 Calcular a capacidade dos reservatórios de um edifício residencial de 10 pavimentos, com 2


apartamentos por pavimento, sendo que cada apartamento possui 2 quartos e uma
dependência de empregada. Adotar reserva de incêndio de 10 000 litros, prevista para
ser armazenada no reservatório superior.

Para o cálculo do consumo diário (Cd) precisamos da


população (P) e do consumo “per capita” (q)
Como obtê-los?
Exemplo de Cálculo – capacidade dos reservatórios

Vamos calcular a população:


 P = 10 pavimentos x 2 apartamentos por pavimento x [(2 quartos por apartamento x 2
pessoas por quarto*) + (1 dependência de empregada x 1 pessoa)]
 𝑷 = 𝟏𝟎 ∙ 𝟐 ∙[ ( 𝟐 ∙ 𝟐 ) + ( 𝟏 ∙ 𝟏 ) ] = 𝟐𝟎 ∙ [ 𝟒 + 𝟏 ] = 𝟐𝟎 ∙ 𝟓 = 𝟏𝟎𝟎 𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒔

 * Retirado da Tabela 1.2 – Taxa de ocupação de acordo com a natureza do local.


Natureza do local Taxa de ocupação
Residências e apartamentos Duas pessoas por dormitório

Agora precisamos consultar a Tabela 1.3 para obtermos o


consumo “per capita” (q):
Prédio Consumo (litros/dia)
Alojamento provisório 80 per capita
Ambulatórios 25 per capita
Apartamentos 200 per capita
Exemplo de Cálculo – capacidade dos reservatórios

Agora precisamos consultar a “Tabela 1.3 – Consumo predial diário” para obtermos o consumo
per capita (q):
Prédio Consumo (litros/dia)
Alojamento provisório 80 per capita
Ambulatórios 25 per capita
Apartamentos 200 per capita

Com todas as informações, podemos achar o consumo diário (Cd):


 𝑪𝒅 = 𝑷 ∙ 𝒒 = 𝟏𝟎𝟎 ∙ 𝟐𝟎𝟎 = 𝟐𝟎.𝟎𝟎𝟎 𝑳/𝒅𝒊𝒂

Agora vamos calcular a capacidade de reservação (CR):


 𝑪𝑹 = 𝟐 ∙ 𝑪𝒅 = 𝟐 ∙ 𝟐𝟎𝟎𝟎𝟎 = 𝟒𝟎.𝟎𝟎𝟎 𝑳

 Com esse valor, podemos calcular os valores de reservação


para o reservatório superior e para o reservatório inferior.
Exemplo de Cálculo – capacidade dos reservatórios

 Ao calcularmos os valores para cada reservatório é preciso lembrar que o reservatório


superior estará recebendo além do 40% do volume total de reservação os 10 000 L da
reserva de incêndio.

𝐶𝑅𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 = 0,6∙40000 = 24.000 𝐿


𝐶𝑅𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 = (0,4∙40000) + 10000 = 26.000 𝐿

Desta forma, obtemos que os valores de reservação serão de:


 24.000 L para o reservatório inferior (ou 24 m³)*
 26.000 L para o reservatório superior (ou 26 m³)*

* 1.000 L = 1 m³
Reservatório – Altura

 A altura do reservatório é determinante no cálculo das pressões dinâmicas nos


pontos de consumo.

 Dessa maneira, independentemente do tipo de reservatório adotado (industrializado ou


moldado in loco), deve-se posicioná-lo a uma determinada altura, para que as peças de
utilização tenham um funcionamento perfeito.

 É importante lembrar que a pressão não depende do volume de água contido no


reservatório, e sim da altura.
Reservatório – Altura

Reservatório Reservatório
(errado) (correto)

D
H H
Chuveiro Chuveiro

Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de


arquitetura. Disponível em: Minha Biblioteca, 11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017.
Reservatório – Altura

Reservatório Reservatório
industrializado moldado in loco

D D
H H

Chuveiro Chuveiro

Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de


arquitetura. Disponível em: Minha Biblioteca, 11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017.
Reservatório – Localização

 A localização inadequada do reservatório no projeto arquitetônico também pode interferir na


pressão da água nos pontos de utilização.

 Isso se deve às perdas de carga que ocorrem durante o percurso da água na


rede de distribuição.

 Dessa maneira, deve-se diminuir o número de conexões, além de encurtar o comprimento


das canalizações sempre que possível.

 O reservatório deve ser localizado o mais próximo possível


dos pontos de consumo.
Rede de Distribuição – Barrilete, Colunas, Ramais e Sub-ramais

 Barrilete é o conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se derivam as


colunas de distribuição.
 As colunas de distribuição de água fria derivam do barrilete, descem na posição vertical e
alimentam os ramais nos pavimentos que, por sua vez, alimentam os sub-ramais das
peças de utilização.

Colunas de distribuição
Barrilete
Cobertura
C Ramal M Ramal

Pav. 10 Fonte: CARVALHO


JÚNIOR, Roberto de.
D Ramal N Ramal Instalações hidráulicas e o
projeto de arquitetura.
Disponível em: Minha
Pav. 9 Biblioteca, 11. ed. São
Paulo: Editora Blucher,
E Ramal O Ramal 2017.
Interatividade

Em um edifício multifuncional estão locados 360 m² de lojas no pavimento térreo, 2880 m² de


escritórios e um restaurante que serve 400 refeições por dia. Desconsiderando a reserva de
incêndio, o volume de água que será locado no reservatório superior é de:

a) 32,96 m³.
b) 31,20 m³.
c) 82,40 m³.
d) 62.400 L.
e) 31.200 L.
Resposta

Em um edifício multifuncional estão locados 360 m² de lojas no pavimento térreo, 2880 m² de


escritórios e um restaurante que serve 400 refeições por dia. Desconsiderando a reserva de
incêndio, o volume de água que será locado no reservatório superior é de:

a) 32,96 m³.
b) 31,20 m³.
c) 82,40 m³.
d) 62.400 L.
e) 31.200 L.
Resposta

 População (P) → Tabela 1.2 – Taxa de ocupação de acordo com a natureza do local
Lojas (pavimento térreo): PL = 360 m² : 2,5 pessoas/m² = 144 pessoas
Escritórios: PE = 2.880 m2 : 6 pessoas/m² = 480 pessoas

 Cálculo do consumo diário (Cd) → Tabela 1.3 – Consumo predial diário


Lojas (edifício comercial): CdL = 144 pessoas x 50 L/pessoa.dia = 7.200 L/dia
Escritórios (edif. comer.): CdE = 480 pessoas x 50 L/pessoa.dia = 24.000 L/dia
Restaurante: CdR = 400 refeições/dia x 25 L/refeição = 10.000 L/dia
Cdtotal = 7.200 + 24.000 +10.000
Cdtotal = 41.200 L/dia
Resposta

 Cálculo do volume de reservação (CR)


CR = 2 dias x 41.200 L/dia
CR = 82.400 L

 Como o reservatório superior comporta 40% do volume de reservação, temos:


CR superior = 82.400 L x 0,40 = 32.960 L

 Convertendo para metros cúbicos temos:


CR superior = 32.960 : 1000 = 32,96 m³ resposta: letra A
Dimensionamento – Método dos Pesos Relativos

 A NBR 5626 fixa as exigências e os critérios para o dimensionamento das


canalizações de água fria.

 De acordo com a norma, por razões de economia, é usual estabelecer como provável uma
demanda simultânea de água menor que a máxima possível.

 O “Método de Consumo Máximo Provável” (Método dos Pesos Relativos) é baseado no


cálculo de probabilidades, bem como na análise prática de instalações prediais hidráulico-
sanitárias com funcionamento satisfatório.
Dimensionamento – Método dos Pesos Relativos

 Cada peça de utilização necessita de uma determinada vazão para um perfeito


funcionamento.

 Essas vazões estão relacionadas empiricamente com um número convencionado de peso


das peças (tabelado).

 Esses pesos, por sua vez, têm relação direta com os diâmetros mínimos necessários para o
funcionamento das peças (tabelado).
Dimensionamento – Método dos Pesos Relativos

Portanto, as primeiras informações que o projetista precisa saber para o dimensionamento das
tubulações de água fria são:
 O número de peças de utilização que esta tubulação irá atender;
 A quantidade de água (vazão) que cada peça necessita para funcionar perfeitamente.
 Tendo em vista a conveniência sob o aspecto econômico, toda a instalação de água fria
deve ser dimensionada trecho a trecho.
Dimensionamento – Método dos Pesos Relativos
Tabela 1.4 Pesos relativos nos pontos de utilização, identificados em função do aparelho
sanitário e da peça de utilização (NBR 5626)
Vazão de
Aparelho sanitário Peça de utilização Peso relativo
projeto (litros)
Caixa de descarga 0,15 0,3
Bacia sanitária
Válvula de descarga 1,70 32
Banheira Misturador (água fria) 0,30 1,0
Bebedouro Registro de pressão 0,10 0,1
Bidê Misturador (água fria) 0,10 0,1
Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 0,20 0,4
Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,10 0,1
Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto Lavadora de pratos ou de
Registro de pressão 0,30 1,0
de. Instalações hidráulicas e o projeto roupas
de arquitetura. Disponível em: Minha Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 0,15 0,3
Biblioteca, 11. ed. São Paulo: Editora
Com sifão
Blucher, 2017. Válvula de descarga 0,50 2,8
integrado
Mictório
Caixa de descarga, registro de
cerâmico Sem sifão
pressão ou válvula de descarga 0,15 0,3
Integrado
para mictório
Caixa de descarga ou registro de 0,15 por metro
Mictório tipo calha 0,3
pressão de calha
Torneira ou misturador (água fria) 0,25 0,7
Pia
Torneira elétrica 0,10 0,1
Tanque Torneira 0,25 0,7
Torneira de jardim ou
Torneira 0,20 0,4
lavagem em geral
Dimensionamento – Método dos Pesos Relativos

1,0 10 100
10 1.000 100.000
32 0,9 9 75 9 900 90 90.000
8 800 80.000
0,8 7 8 700 80 70.000
6 600 60.000
0,7 7 70
5 500 50.000

Tabela 1.5 Ábaco simplificado (somatório de 0 a 100) 0,6 4 6 400 60 40.000


25 60
300 160 30.000
Soma dos pesos 0 ⇔ 1,1 ⇔ 3,5 ⇔ 18 ⇔ 44 ⇔ 100 0,5
3
5 50

Ø Soldável (mm) 20 mm 25 mm 32 mm 40 mm 50 mm 2 200 20.000


0,4 4 40
Ø Roscável (pol.) 1/2’’ 3,4’’ 1” 1.1/4’’ 1.1/2’’ 140
50
20 0,3 1,0 3 100 30 10.000
0,9 90 9.000
0,8 80 8.000
0,7 70 110 7.000
0,6 60 6.000
0,5 50 5.000
0,2 40 2 20
0,4 40 4.000

0,3 30 3.000

85

SOMA DOS PESOS


0,2 20 2.000
16
Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações 35
hidráulicas e o projeto de arquitetura. Disponível em: Minha 0,1 1 75 10
0,1 10 1.000
Biblioteca, 11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017.
Dimensionamento – Método dos Pesos Relativos

 Calcular o diâmetro da coluna que alimenta 12 banheiros onde estão locados os seguintes
aparelhos sanitários: 01 vaso sanitário com caixa acoplada, 01 lavatório, 01 ducha higiênica,
01 chuveiro elétrico.

Resolução
Para encontrar os pesos de cada aparelho sanitário deve-se utilizar a tabela 1.4 na qual estão
listados os pesos relativos a cada aparelho sanitário.

Tabela 1.4 Pesos relativos nos pontos de utilização, identificados em


função do aparelho sanitário e da peça de utilização (NBR 5626)
Vazão de projeto
Aparelho sanitário Peça de utilização Peso relativo
(litros/s)
Caixa de descarga 0,15 0,3
Bacia sanitária
Válvula de descarga 1,70 32
Dimensionamento – Método dos Pesos Relativos

 01 vaso sanitário com caixa acoplada: 0,30


 01 lavatório: 0,30
 01 ducha higiênica: 0,40
 01 chuveiro elétrico: 0,10
 TOTAL 1,10

 Como a coluna alimenta 12 andares, temos: Peso = 12 x 1,10 = 13,2


Tabela 1.5 Ábaco simplificado (somatório de 0 a 100)
Soma dos pesos 0 ⇔ 1,1 ⇔ 3,5 ⇔ 18 ⇔ 44 ⇔ 100
Ø Soldável (mm) 20 mm 25 mm 32 mm 40 mm 50 mm
Ø Roscável (pol.) 1/2’’ 3,4’’ 1” 1.1/4’’ 1.1/2’’

 Olhando no ábaco simplificado, encontramos que o diâmetro


da coluna é de 32 mm ou 1”.
Água Quente

 As instalações prediais de água quente são regidas pela NBR 7198.


 O sistema e água quente é formado pelos seguintes componentes:
 tubulação de água fria para alimentação do sistema de água quente;
 aquecedores, que podem ser de passagem (ou instantâneos) ou de acumulação;
 dispositivos de segurança;
 tubulação de distribuição de água quente;
 peças de utilização (chuveiro, ducha, torneiras de pia, lavatório, tanque).
Água Quente

 Existem no mercado diversos equipamentos para aquecimento, reservação e distribuição de


água quente. Portanto, são várias as opções de aquecimento.

Os principais usos de água quente nas instalações prediais e as temperaturas convenientes,


nos pontos de utilização, são:

Uso pessoal em banhos ou higiene 35 ºC a 50 ºC


Em cozinhas 60 ºC a 70 ºC
Em lavanderias 75 ºC a 85 ºC
Em finalidades médicas 100 ºC
Água Quente

 De acordo com a NBR 7198, as peculiaridades de cada instalação, as condições climáticas e


as características de utilização do sistema são parâmetros a serem considerados no
estabelecimento do consumo de água quente.
Sistemas de Aquecimento

O abastecimento de uma edificação pode ser efetuado de três formas distintas:


 aquecimento individual (local)
 aquecimento central privado
 aquecimento central coletivo

 O projetista deve estudar a viabilidade do emprego de cada uma dessas alternativas, para
determinar a melhor solução.
Tipos de Aquecedor

 Existem vários tipos de aquecedor, sendo os mais comuns nas instalações prediais os de
aquecimento direto ou indireto, de passagem ou acumulação. A fonte de calor empregada
pode ser eletricidade, gás ou energia solar.
Tipos de Aquecedor

Aquecedores elétricos:
 De passagem
 Por acumulação

Aquecedores a gás:
 De passagem
 De acumulação
 Aquecimento solar
Dimensionamento das Tubulações

 Para o dimensionamento das tubulações de água quente, adotam-se os mesmos princípios


empregados para água fria, ou seja, por meio do método dos pesos relativos.

 Quando o material utilizado é o cobre, os diâmetros mais comuns, em uma instalação


residencial de pequeno e médio porte, são: 22 mm (3⁄4”) e 15 mm (1⁄2”) para os ramais e
sub-ramais, respectivamente; 28 mm (1”) para a canalização do barrilete.
Dimensionamento das Tubulações

 Também é importante destacar que, ao contrário das instalações de água fria, em que o
superdimensionamento das tubulações não interfere tanto no funcionamento do sistema, no
caso das instalações de água quente, o superdimensionamento causa problemas, pois as
canalizações poderão funcionar como “reservatórios”, ocasionando uma demora na
chegada da água quente até os pontos de consumo (torneiras, chuveiros etc.) e,
assim, seu resfriamento.
Águas Pluviais

 As águas pluviais são aquelas que se originam a partir das chuvas. A captação dessas
águas tem por finalidade permitir um melhor escoamento, evitando alagamentos, erosão do
solo e proteger as edificações da umidade excessiva, garantindo conforto às pessoas.

 O sistema de águas pluviais e drenagem é constituído pelo conjunto de calhas, condutores,


grelhas, caixas de areia e de passagem e demais dispositivos responsáveis por captar águas
da chuva e de lavagem de piso e conduzir a um destino adequado.
Águas Pluviais

 O sistema também pode servir para coleta e armazenamento da água da chuva para ser
mais tarde reaproveitada para lavagem de pisos, carros, irrigação de jardins, ou ainda dentro
de casa na descarga das bacias sanitárias.

 A instalação de águas pluviais se destina exclusivamente ao recolhimento e condução das


águas das chuvas, não se admitindo quaisquer interligações com outras instalações prediais.
Águas Pluviais

 Portanto, as águas pluviais não podem ser lançadas em redes de esgoto.


 A norma que rege essas instalações é a NBR 10844, que fixa as exigências e os critérios
necessários aos projetos de instalação de drenagem de águas pluviais, visando garantir
níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, higiene, conforto, durabilidade e economia.
Águas Pluviais

Chuva Chuva

Calha
Calha platibanda
beira
Fonte: CARVALHO JÚNIOR,
Roberto de. Instalações hidráulicas e
o projeto de arquitetura. Disponível
em: Minha Biblioteca, 11. ed. São
Paulo: Editora Blucher, 2017.
Condutor
vertical
Deságua
na agua

Condutor horizontal
Calhas e Rufos no Projeto Arquitetônico

 Calhas e rufos têm grande importância nas edificações, sendo que o objetivo das calhas é
coletar as águas de chuva que caem sobre o telhado e encaminhá-las aos condutores
verticais (prumadas de descida), enquanto os rufos servem para proteger paredes expostas
(rufo tipo pingadeira) ou evitar infiltrações nas juntas entre telhado e parede (rufo interno).

 Em bom estado evitam diversos danos causados pelas águas pluviais, como o
apodrecimento dos beirais das construções e a umidade excessiva nas paredes,
que acelera o desgaste da alvenaria e da pintura.
Calhas e Rufos no Projeto Arquitetônico

 É importante ressaltar que as calhas e condutores conectados ao telhado devem ser


mantidos limpos para evitar o extravasamento ou o retorno das águas de chuva.

 As calhas obstruídas podem causar erosão em torno da casa, danos nas paredes
exteriores, infiltração de água na estrutura do telhado e, algumas vezes, recalques
diferenciais na fundação.

 A limpeza deve ser feita duas vezes por ano, no mínimo, no final da estação seca e no final
da estação das chuvas. Em áreas onde existem muitas árvores, a limpeza deve ser feita com
maior frequência.
Declividade das Calhas

 A declividade das calhas é de extrema importância para que não ocorra o empoçamento de
águas em seu interior.

 A declividade das calhas deve ser a mínima possível e no sentido dos condutores (tubos de
queda), a fim de evitar o empoçamento de águas quando cessada a chuva.

 A inclinação das calhas de beiral e platibanda deve ser uniforme, com valor mínimo de 0,5%.
Declividade das Calhas

 As calhas de água furtada têm inclinação de acordo com o projeto de arquitetura.

 Apesar de a vazão máxima de escoamento aumentar consideravelmente quando se


aumenta a declividade da calha, é importante lembrar que o aumento dessa inclinação
nem sempre é fisicamente viável, pois acarreta grandes intervenções nos elementos
construtivos de apoio.

 Uma solução para o problema é o aumento da capacidade de escoamento dos


condutores verticais.
Interatividade

O conteúdo das sentenças abaixo se relaciona ao que foi visto em aula sobre águas pluviais,
leia atentamente:
I. A inclinação das calhas de beiral e platibanda deve ser uniforme, com valor mínimo de 0,5%.
II. As calhas de água furtada têm inclinação de acordo com o projeto de arquitetura.
III. Apesar da vazão máxima de escoamento aumentar consideravelmente quando se aumenta a
declividade da calha, é importante lembrar que o aumento dessa inclinação nem sempre é fisicamente
viável, pois acarreta grandes intervenções nos elementos construtivos de apoio.
IV.Uma solução para o problema é o aumento da capacidade de escoamento dos condutores verticais.

Agora marque a alternativa falsa em relação às sentenças contidas neste enunciado:


a) A sentença II está correta e é uma consequência
direta da sentença IV.
b) A sentença II está correta.
c) A sentença I está correta.
d) A sentença III está correta e está relacionada à sentença IV.
e) Todas as sentenças estão corretas.
Resposta

O conteúdo das sentenças abaixo se relaciona ao que foi visto em aula sobre águas pluviais,
leia atentamente:
I. A inclinação das calhas de beiral e platibanda deve ser uniforme, com valor mínimo de 0,5%.
II. As calhas de água furtada têm inclinação de acordo com o projeto de arquitetura.
III. Apesar da vazão máxima de escoamento aumentar consideravelmente quando se aumenta a
declividade da calha, é importante lembrar que o aumento dessa inclinação nem sempre é fisicamente
viável, pois acarreta grandes intervenções nos elementos construtivos de apoio.
IV.Uma solução para o problema é o aumento da capacidade de escoamento dos condutores verticais.

Agora marque a alternativa falsa em relação às sentenças contidas neste enunciado:


a) A sentença II está correta e é uma consequência
direta da sentença IV.
b) A sentença II está correta.
c) A sentença I está correta.
d) A sentença III está correta e está relacionada à sentença IV.
e) Todas as sentenças estão corretas.
Referências

 CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 11. ed.
São Paulo: Editora Blucher, 2017. Disponível em: Minha Biblioteca.
 CONTERATO, Eliane et al. Instalações hidráulicas. São Paulo: Grupo A, 2017. Disponível
em: Minha Biblioteca.
 CREDER, Hélio. Instalações hidráulicas e sanitárias, 6. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2006.
Disponível em: Minha Biblioteca.
 MACINTYRE, Archibald J. Manual de instalações hidráulicas e sanitárias. 2. ed. São Paulo:
Grupo GEN, 2020. Disponível em: Minha Biblioteca.
ATÉ A PRÓXIMA!

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