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HIDRÁULICAS
Eliane Conterato
Lélis Espartel
Vinícius SImionato
Água fria: vazões de
projeto, pressões
e velocidades
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Um sistema de abastecimento de água fria compreende desde a saída
da água da rede pública, passando pelo hidrômetro, chegando até o
reservatório e, posteriormente, até o ponto de utilização em sua casa.
Cada componente deve ser dimensionado corretamente para que não
ocorram desconfortos e patologias durante o uso do sistema.
Para que, ao abrir a torneira de sua casa, você tenha água com quan-
tidade e qualidade suficientes, devem ser considerados vários fatores,
como diâmetro, altura do reservatório, comprimento da tubulação e
consumo de água da residência. Neste capítulo você vai conhecer um
pouco mais sobre esses critérios, que são fundamentais no projeto de
um sistema de distribuição de água em uma edificação.
Cada aparelho que você usa em sua casa, como torneiras de cozinha, vasos
sanitários e chuveiros, necessita de uma determinada vazão para funcionar
adequadamente. O sistema total tem de atender à necessidade do sistema
funcionando em um dia normal em sua casa, ou seja, você precisa garantir que
o uso de um aparelho na cozinha não comprometa o uso de outro no banheiro
ou na área de serviço.
Outra consideração importante é que o dimensionamento de uma instalação
predial de água fria seja feito trecho a trecho, desde sua saída do reservató-
rio até o aparelho. Portanto, é essencial que o projeto fique suficientemente
detalhado para que a execução seja perfeita.
Antes de calcular a vazão do sistema, você precisa avaliar a variação
do consumo de uma edificação. Basicamente, três fatores podem alterar o
consumo de uma edificação:
(Continua)
(Continuação)
Calcule o volume total consumido por uma residência popular com 5 habitantes.
Resolução:
1. Conforme a tabela apresentada, a vazão para esse tipo de residência é de 150
litros/dia por pessoa;
2. Basta multiplicar a vazão pelo número de pessoas: 150 x 5 pessoas = 750 litros/dia;
3. O volume total de água consumido pela edificação em um dia é de 750 litros.
Vazão
de
projeto Peso
Aparelho sanitário Peça de utilização L/s relativo
(Continua)
(Continuação)
Vazão
de
projeto Peso
Aparelho sanitário Peça de utilização L/s relativo
Onde:
Q = vazão (l/s);
C = coeficiente de descarga = 0,3 l/s; e
P = soma dos pesos dos aparelhos.
Para saber mais sobre vazões e diâmetros mínimos, leia o artigo “Dicas de projeto e
dimensionamento de tubulações” (NASCIMENTO, 2011).
Pressões em tubulações
Em um sistema de distribuição, verificar as pressões nas tubulações é muito
importante para assegurar o correto funcionamento dos aparelhos, bem como
a durabilidade das tubulações. Em instalações de água fria, é comum repre-
sentamos as pressões em m.c.a. (metros de coluna d’água).
https://goo.gl/bKabm9
Para saber mais sobre as diferenças entre as pressões e entender o que significa cada
uma delas, leia o texto “Conceitos fundamentais: Força, Pressão e Perda de carga”
(MASSANO, 2017).
essa pressão não seja muito alta, de modo a evitar o desperdício de água. Na
prática, para um perfeito funcionamento, sugere-se que a pressão dinâmica
em qualquer ponto (com exceção da caixa de descarga, que pode funcionar
com a pressão mínima) seja de 1 m.c.a.
Dê atenção especial para os pontos dos chuveiros. Se o sub-ramal (tubu-
lação que liga o ramal ao ponto de utilização) possuir diâmetro de 20 mm,
a pressão dinâmica mínima deve ser de 2 m.c.a. para o chuveiro funcionar
adequadamente. Se o sub-ramal possuir diâmetro de 25 mm, a pressão dinâmica
mínima admitida é de 1 m.c.a. Veja na Tabela 3 a seguir as pressões dinâmicas
e estáticas, mínimas e máximas, nos pontos de utilização para cada aparelho.
Pressão Pressão
dinâmica estática
Mín Máx Mín Máx
Peças de utilização (m.c.a.) (m.c.a.) (m.c.a.) (m.c.a.)
Aquecedor de alta pressão 0,5 40 1 40
Aquecedor de baixa pressão 0,5 4 1 5
Bebedouro 2,0 30 - -
Chuveiro de DN 20mm 2,0 40 - -
Chuveiro de DN 25mm 1,0 40 - -
Torneira 0,5 40 - -
Torneira de boia para caixa 1,5 40 - -
de descarga de DN 20mm
Torneira de boia para caixa 0,5 40 - -
de descarga de DN 25mm
Troneira de bóia para reservatórios 0,5 40 - -
Válvula de descarga da alta pressão (B) (B) (C) 40
Válvula de descarga da baixa pressão 1,2 - 2 (C)
Obsevações:
(A): 1 m.c.a. = 10kPa
(B): O fabricante deve especificar a faixa de pressão dinâmica que garanta vazão
mínima de 1,7L/s e máxima de 2,4L/s nas válvulas de descarga da sua fabricação
(C): O fabricante deve definir esses valores para a válvula de descarga de sua
reprodução, respeitando as normas específicas.
Fonte: Adaptada de Botelho e Ribeiro Jr. (2011, p. 59).
Velocidades em tubulações
Para a segurança no funcionamento de um sistema predial de água fria, você
precisará respeitar os limites de velocidades nas tubulações. Em relação à
velocidade mínima, não há restrições, mas, em relação à velocidade máxima,
as tubulações têm de ser dimensionadas de modo que a velocidade da água,
em qualquer trecho de tubulação, não atinja valores superiores a 3 m/s. Em
geral utilizamos a seguinte equação, em função do diâmetro da tubulação,
para encontrar a velocidade máxima permissível:
v = 14√D
Onde:
v = velocidade (m/s); e
D = diâmetro nominal da tubulação (m).
Aplicando essa equação, encontramos a velocidade máxima e, em conse-
quência, a vazão máxima para cada diâmetro, conforme a Tabela 4 a seguir.
Velocidade
Diâmetro DN (mm) máxima (m/s) Vazão máxima (L/s)
20 1,98 0,62
25 2,21 1,08
32 2,50 2,01
40 2,80 3,51
50 3,00 5,89
60 3,00 8,48
75 3,00 13,25
85 3,00 17,02
Leituras recomendadas
CARVALHO JR., R. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 7. ed. São Paulo:
Edgard Blücher, 2013.
MACINTYRE, A. J. Instalações hidráulicas prediais e industriais. 4. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2010.