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UNIDADE III

Instalações Prediais
(Elétrica e Hidráulica)

Profa. Ma. Fádia Lima


Instalações Sanitárias

 As instalações prediais de esgotos sanitários destinam-se a coletar, conduzir e afastar da


edificação todos os despejos provenientes do uso adequado dos aparelhos sanitários,
dando-lhes um rumo apropriado, normalmente indicado pelo poder público competente.

 O destino final dos esgotos sanitários pode ser a rede pública coletora de esgotos ou um
sistema particular de recebimento e pré-tratamento em regiões (locais) que não dispõem de
sistema de coleta e transporte de esgotos.

 As condições técnicas para projeto e execução das instalações prediais de esgotos


sanitários são fixadas pela NBR 8160.
Sistemas de Coleta e Escoamento dos Esgotos Sanitários

Sistemas Individuais
 Nos sistemas individuais de esgoto, cada prédio possui seu próprio sistema de coleta,
escoamento e tratamento. Todo sistema particular de tratamento, quando não houver rede
pública de coleta de esgoto sanitário, deverá ser concebido de acordo com a normalização
brasileira pertinente.
 O dimensionamento da fossa e do sumidouro deverá ser feito por um engenheiro, em função
do número de moradores e o padrão da construção, uma vez que os resíduos gerados são
proporcionais ao volume de água consumido.
 A fossa séptica pode ser construída com alvenaria ou ser pré-fabricada. Nos dois casos, ela
deve atender normas NBR 7229 e 13969.
Sistemas de Coleta e Escoamento dos Esgotos Sanitários

Edificação Águas servidas


Sumidouro

CI CI

CI CI
Fossa séptica

Águas servidas
Sumidouro
Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de
arquitetura. 11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017. Disponível em: Minha
Biblioteca.
Sistemas de Coleta e Escoamento dos Esgotos Sanitários

Sistemas Coletivos
 Nos sistemas coletivos, existem redes coletoras assentadas nas ruas da cidade, que
encaminham os esgotos até um determinado local, para tratamento e posterior lançamento a
um curso de água.
 Cada edificação deve ter a própria instalação de esgoto, independentemente de prédios
vizinhos, com ligação à rede coletora pública, ou seja, cada edificação deve ter um só
ramal predial, exceto em construções de grande porte (shopping centers, hotéis, hospitais
etc.), que podem, a critério da concessionária local, terem mais de uma ligação de esgoto ao
coletor público.
Sistemas de Coleta e Escoamento dos Esgotos Sanitários

Edificação

Edificação
Edificação
Caixa de Caixa de Caixa de
inspeção inspeção inspeção

predial
Ramal
predial

predial
Ramal

Ramal
Rede coletora pública

Rua
Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de
arquitetura. 11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017. Disponível em: Minha
Biblioteca.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Ventilação
DN 50

Máquina de
Lavatório
lavar roupas
DN 40 Pia
DN 50 Tanque
Banheira DN 40 DN 40
DN 40 Ramal esgoto
banheiro DN 75
Ramal esgoto
lavanderia DN 75
Vaso
sanitário
DN 100 Ramal esgoto
Chuveiro cozinha DN 50
DN 40 Subcoletor
DN 100

Coletor predial
DN 100

Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de


arquitetura. 11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017. Disponível em: Minha
Biblioteca.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Ramal de descarga
 Ramal de descarga é a tubulação que recebe diretamente os efluentes de aparelhos
sanitários (lavatório, bidê, bacia etc.).
 O ramal da bacia sanitária deve ser ligado diretamente à caixa de inspeção (edificação
térrea) ou no tubo de queda de esgoto (instalações em pavimento superior). Os ramais do
lavatório, do bidê, da banheira, do ralo e do tanque devem ser ligados à caixa sifonada.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

 Os ramais com efluentes de gordura (pias de cozinha) devem ser ligados à caixa de gordura
(edificação térrea) ou a tubos de queda específicos, denominados "tubos de gordura" (nas
instalações em pavimento superior). Para o dimensionamento de ramais de descarga, utiliza-
se tabela apropriada, conforme recomendação da NBR 8160.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Desconector (Sifão)
 Desconector é um dispositivo dotado de fecho hídrico, destinado a vedar a passagem de
gases no sentido oposto ao deslocamento do esgoto.
 Nas instalações prediais de esgoto, existem dois tipos básicos de desconector: a caixa
sifonada e o sifão.
 De acordo com a NBR 8160, todos os aparelhos sanitários devem ser protegidos
por desconectores.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

 O sifão é um desconector destinado a receber efluentes da instalação de esgoto sanitário.


 Esse dispositivo contém uma camada líquida (altura mínima de 5 cm), chamada "fecho
hídrico", destinada a vedar a passagem dos gases contidos nos esgotos.

Ar ambiente Ar com
odores

Sifão
Fecho
hídrico
H ≥ 5 cm

Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 11. ed.
São Paulo: Editora Blucher, 2017. Disponível em: Minha Biblioteca.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Caixa sifonada
 A caixa sifonada é uma caixa de forma cilíndrica provida de desconector, destinada a
receber efluentes de conjuntos de aparelhos como lavatórios, bidês, banheiras e chuveiros
de uma mesma unidade autônoma, assim como as águas provenientes de lavagem de pisos
– nesse caso, devem ser providas de grelha.
 A vedação hídrica evita que odores e insetos provenientes dos ramais de esgoto penetrem
pelas aberturas dos ralos.
 É fabricada em PVC e ferro fundido, com diâmetros de 100 mm, 125 mm e 150 mm.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

 Possui de uma a sete entradas de esgoto para tubulações com diâmetro de 40 mm e tem
apenas uma opção de saída, com diâmetros de 50 mm e 75 mm.
 Deve ter sua localização adequada para receber os ramais de descarga e encaminhar a
água servida para o ramal de esgoto. A posição ideal para sua localização é aquela que
atenda à estética é à hidráulica.

D3 D2
A
B

Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de


arquitetura. 11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017. Disponível em: Minha Biblioteca.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Ralos
 Existem dois tipos de ralo: seco (sem proteção hídrica) e sifonado (com proteção hídrica).
Normalmente, os ralos secos são utilizados para receber águas provenientes de chuveiro
(box), pisos laváveis de áreas externas, terraços, varandas etc. Não devem, entretanto,
receber efluentes de ramais de descarga.
 Os ralos também são fabricados em ferro fundido e em PVC. Existem diversos tipos e
modelos de ralo em PVC, porta-grelhas, grelhas sem suporte, grelhas com dispositivo de
vedação rotativo e grelhas em inox e em alumínio anodizado.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Ramal de Esgoto
 O ramal de esgoto recebe os efluentes dos ramais de descarga.
 Suas ligações ao subcoletor ou coletor predial devem ser efetuadas por caixas de inspeção,
em pavimentos térreos, ou tubos de queda, em pavimentos sobrepostos.
 Em edifícios com mais de um pavimento, o ramal de esgoto do térreo deverá ser ligado
diretamente à caixa de inspeção, por tabulação independente.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Coluna de
ventilação

Tubo de queda

Bacia
sanitária
Ramais de Ramal de
descarga ventilação

Ramal de esgoto

Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de


arquitetura. 11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017. Disponível em: Minha Biblioteca.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Tubo de queda
 Tubo de queda é a tubulação vertical existente nas edificações de dois ou mais pavimentos,
que recebe os efluentes dos ramais de esgoto e dos ramais de descarga. Ele deve ser
instalado, sempre que possível, com alinhamento vertical (sem desvios) e diâmetro uniforme.
 O tubo de queda não deve ter diâmetro inferior ao da maior tubulação a ele ligada
(normalmente, o ramal da bacia sanitária, que possui diâmetro de 100 mm). O diâmetro
nominal mínimo do tubo de queda que recebe efluentes de pias de copa, cozinha ou de
despejo é igual a 75 mm.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Tubo de ventilação ou coluna de ventilação


 Tubo ventilador é aquele destinado a possibilitar o escoamento de ar da atmosfera para o
interior das instalações de esgoto e vice-versa, com a finalidade de protegê-las contra
possíveis rupturas do fecho hídrico dos desconectores (sifões).
 Quando desenvolvido por um ou mais pavimentos, esse tubo denomina-se "coluna de
ventilação", sua extremidade superior, nesse caso, deve ser aberta à atmosfera e ultrapassar
o telhado ou a laje de cobertura em, no mínimo, 30 cm.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Subcoletor
 Subcoletor é a tubulação horizontal que recebe os efluentes de um ou mais tubos de queda
ou de ramais de esgoto.
 Devem ser construídos, sempre que possível, na parte não edificada do terreno.
 No caso de edifícios com vários pavimentos, normalmente são fixados sob a laje de
cobertura do subsolo, por meio de braçadeiras.
 Nesses casos, devem ser protegidos e de fácil inspeção.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

 Os subcoletores deverão possuir um diâmetro mínimo de 100 mm para uma declividade de


1% (mínima), intercalados por caixas de inspeção ou conexões que possuam dispositivos
para tal finalidade.
 Esses elementos de inspeção deverão ser previstos sempre que houver mudança de direção
do subcoletor ou quando houver a interligação de outras tubulações de esgoto.
Partes que Constituem uma Instalação Predial
CV TQ
Cobertura

LV
BS
3º Pavimento RS
i=2%

LV BS
RS
2º Pavimento
i=2%
LV BS
RS
1º Pavimento i=2%

Térreo
Subcoletor

Subsolo
Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura.
11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017. Disponível em: Minha Biblioteca.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Calçada
TQ-1 TQ-5
Caixa de
inspeção
Ø 150 Pelo teto Ø 150
Visita inspeção CI

TQ-2 TQ-3 TQ-4

Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 11. ed.
São Paulo: Editora Blucher, 2017. Disponível em: Minha Biblioteca.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Tubo de ventilação

Última caixa
de inspeção
Esgoto
secundário Coletor público 1,50 m
Caixa sifonada
Máximo 15 m

Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de


arquitetura. 11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017. Disponível em: Minha Biblioteca.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Caixa de Inspeção
 É a caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza e desobstrução das tubulações de esgoto.
 É instalada em mudanças de direção e de declividade ou quando o comprimento da
tubulação de esgoto (subcoletor ou coletar predial) ultrapassa 12 m. Pode ser de concreto,
alvenaria ou plástico.
 Quanto à forma, pode ser prismática, de base quadrada ou retangular, de lado interno
mínimo de 60 cm, ou cilíndrica, com diâmetro mínimo de 60 cm.
Partes que Constituem uma Instalação Predial
Tampa de Revestimento interno
concreto armado com arg. cimento/areia
Nível

Alvenaria de tijolos
de barro assentes Ø Ø
com argamassa de
cimento/areia
5 cm Ø
Ø

Lastro de
Corte 60x60 (mín.)
concreto
Planta

Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de


arquitetura. 11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017. Disponível em: Minha Biblioteca.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

Caixa de Gordura
 É a caixa destinada a reter, em sua parte superior, as gorduras, graxas e óleos contidos
no esgoto, formando camadas que devem ser removidas periodicamente, evitando,
dessa maneira, que esses componentes escoem livremente pela rede de esgoto e
gerem obstrução.
 Nas instalações residenciais, é usada para receber esgotos que contêm resíduos gordurosos
provenientes de pias de copa e cozinha. Sua utilização é exigida em alguns códigos
sanitários estaduais e posturas municipais.
Partes que Constituem uma Instalação Predial

 Quando o uso da caixa de gordura não for exigido pela autoridade pública competente, sua
adoção ficará a critério do projetista.
 No uso corporativo (hospitais, restaurantes, indústrias), a sua obrigatoriedade abrange todo o
território nacional.
Tampa removível de
concreto armado

Variável
Ø
Ø
10
Ø Ø Dimensões
H L conforme
norma local
Lastro de
20 concreto
L
Corte Planta

Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de


arquitetura. 11. ed. São Paulo: Editora Blucher, 2017. Disponível em: Minha Biblioteca.
Diâmetro das Tubulações

 As vazões de água servidas (esgotos) que escoam pelas tubulações são variáveis em função
das contribuições (UHC) de cada um dos aparelhos.

 A Unidade Hunter de Contribuição (UHC) é um número que representa a contribuição de


esgotos dos aparelhos sanitários em função da sua utilização habitual.

 Cada aparelho sanitário possui um valor de UHC específico, conforme pode ser visto na
tabela a seguir, fornecida pela norma NBR 8160.
Diâmetro das Tubulações

 O dimensionamento das canalizações é bastante simples. As tubulações têm diâmetro


dependente do número total de UHC associadas aos aparelhos sanitários a que servirem.
 A NBR 8160 fixa os valores dessas unidades para os aparelhos mais comumente utilizados.
A bacia sanitária, por exemplo, possui maior vazão que o lavatório.
 Dessa maneira, entende-se que, para vazões maiores, teremos maiores diâmetros.
 Assim, com base na contribuição de cada aparelho e nas declividades preestabelecidas,
dimensiona-se todo o sistema.
Diâmetro das Tubulações

 Como o sistema de esgoto funciona por gravidade, as declividades devem ser


especificadas em projeto.

 Em geral, adota-se declividade mínima de 2% para tubulações com diâmetro nominal igual
ou inferior a 75 mm; 1% para tubulações com diâmetro nominal igual ou superior a 100 mm,
com exceção dos casos previstos na tabela de coletores e subcoletores da NBR 8160.

 Isso faz com que, em pavimentos sobrepostos, exista a necessidade de prever uma altura
adequada de pé-direito para a colocação de forros, para esconder as tubulações sob a laje
do andar superior.
Diâmetro das Tubulações
Diâmetro nominal
Número de
Aparelho sanitário mínimo do ramal de
UHC
descarga
Bacia sanitária 6 100
Banheira de residência 2 40
Bebedouro 0,5 40
Bidê 1 40
De residência 2 40
Chuveiro
Coletivo 4 40
Fonte: CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. De residência 1 40
Instalações hidráulicas e o projeto de Lavatório
De uso geral 2 40
arquitetura. 11. ed. São Paulo: Editora
Blucher, 2017. Disponível em: Minha Válvula de descarga 6 75
Biblioteca. Caixa de descarga 5 50
Mictório
Descarga automática 2 40
De calha 2* 50
Pia de cozinha residencial 3 50
Pia de cozinha Preparação 3 50
industrial Lavagem (panelas) 4 50
Tanque de lavar roupas 3 40
Máquina de lavar louças 2 50**
Máquina de lavar roupas 3 50**
Obs.: *Mictório (por metro de calha) – considerar como ramal de esgoto (ver tabela).
**Devem ser consideradas as recomendações dos fabricantes.
Interatividade

Marque a alternativa incorreta em relação às partes que constituem o sistema


de esgoto sanitário:
a) A caixa de inspeção permite o exame, limpeza e desobstrução das tubulações de esgoto. É
instalada somente quando há mudança de direção nas tubulações de edificações térreas.
b) Os ralos podem ou não possuir um desconector.
c) A caixa de gordura está destinada a reter, em sua parte superior, as gorduras, graxas e
óleos contidos no esgoto, formando camadas que devem ser removidas periodicamente,
evitando, dessa maneira, que esses componentes escoem livremente pela rede de esgoto
e gerem obstrução.
d) Tubo de queda é a tubulação vertical existente nas
edificações de dois ou mais pavimentos, que recebe os
efluentes dos ramais de esgoto e dos ramais de descarga.
e) O dimensionamento da fossa e do sumidouro deverá ser feito
por um engenheiro, em função do número de moradores e o
padrão da construção, uma vez que os resíduos gerados são
proporcionais ao volume de água consumido.
Resposta

Marque a alternativa incorreta em relação às partes que constituem o sistema


de esgoto sanitário:
a) A caixa de inspeção permite o exame, limpeza e desobstrução das tubulações de esgoto. É
instalada somente quando há mudança de direção nas tubulações de edificações térreas.
b) Os ralos podem ou não possuir um desconector.
c) A caixa de gordura está destinada a reter, em sua parte superior, as gorduras, graxas e
óleos contidos no esgoto, formando camadas que devem ser removidas periodicamente,
evitando, dessa maneira, que esses componentes escoem livremente pela rede de esgoto
e gerem obstrução.
d) Tubo de queda é a tubulação vertical existente nas
edificações de dois ou mais pavimentos, que recebe os
efluentes dos ramais de esgoto e dos ramais de descarga.
e) O dimensionamento da fossa e do sumidouro deverá ser feito
por um engenheiro, em função do número de moradores e o
padrão da construção, uma vez que os resíduos gerados são
proporcionais ao volume de água consumido.
Instalação de gás

 As instalações centrais de gás estão cada vez mais presentes nos edifícios modernos. O uso
dos botijões de gás nas cozinhas, conforme feito nas construções mais antigas, além de
inseguro, necessita de uma maior utilização do espaço interno na cozinha do morador.

 Os dois principais sistemas de distribuição central de gás são os que possuem uma central
com botijões/cilindros de gás, e os que contam com um tanque central que é abastecido
diretamente com um caminhão específico.
Os gases combustíveis oferecidos no Brasil

 GLP (gás liquefeito de petróleo): comumente conhecido como gás de cozinha, é uma
mistura gasosa de hidrocarbonetos (mais precisamente o propano e o butano) oriunda de
reservas do subsolo ou obtida a partir do refino do petróleo cru nas refinarias. O GLP é
armazenado dentro de cilindros e de botijões de gás em estado líquido. Ele é um gás mais
pesado do que o Natural, e sua chama tende a não ser tão estável (mas nada que atrapalhe
a preparação dos alimentos).
Os gases combustíveis oferecidos no Brasil

 GN (gás natural): é um combustível fóssil disponível na natureza, em geral em profundos


reservatórios no subsolo. O GN é resultado da combinação de hidrocarbonetos gasosos, nas
condições normais atmosféricas de pressão e temperatura, e é fornecido por uma rede de
distribuição encanada. Uma das vantagens do GN é o fato de a chama ser mais forte e
estável em comparação ao GLP. Outra vantagem é que sua distribuição é toda feita por meio
de uma rede encanada.
Componentes de um sistema de gás central

 Central de gás (central de G.L.P.), na qual ficam dispostos os cilindros de gás. Os cilindros
podem ser de 45 ou de 90 kg de G.L.P. (P-45 e P-90). Eles são separados em duas baterias:
uma “ativa”, que fica em carga (em uso), e a outra “de reserva”, que é acionada somente
quando o gás da outra tiver terminado. Esses dois cilindros devem estar afastados de outros
produtos inflamáveis, de fontes de calor e de faíscas. Além disso, devem manter uma
distância de, no mínimo, 1,50 m de ralos, caixas de gordura e esgotos.
Componentes de um sistema de gás central

Rede primária Rede secundária


Primária e secundária

Abrigo dos botijões

Fogão industrial

Solo compactado

Fonte: CONTERATO, Eliane et al. Instalações hidráulicas. São Paulo: Grupo A, 2017. Disponível em:
Minha Biblioteca.
Componentes de um sistema de gás central

 Rede de canalizações (tubulações) que distribuem o gás combustível da central até as


demais unidades da edificação (pontos de consumo). A rede de distribuição interna aparente
deve ser identificada por meio de pintura da tubulação na cor amarela. Em função da
necessidade de harmonia arquitetônica das fachadas ou do interior de residências, é
possível pintar a tubulação na cor da fachada, mas a palavra “GÁS” terá de ser identificada
na tubulação a cada 2 m.

 Medidores de consumo instalados na entrada de cada unidade.


Requisitos de segurança em um sistema de gás central

 Válvula de primeiro estágio (abaixo do manômetro): regula a pressão para estar de


acordo com o especificado.

 Manômetro: sua função é aferir se a pressão do gás está de acordo com o


especificado em projeto.

 Registro de paragem (fecho rápido) (acima do manômetro): utilizado para interromper


rapidamente a passagem do gás caso exista alguma diferença de pressão.
Requisitos de segurança em um sistema de gás central

 As instalações prediais terão de dispor de abrigos, dentro dos quais serão instalados os
medidores de consumo. Quanto à localização, algumas condições precisam ser seguidas.
Por exemplo, esses abrigos devem estar situados em área comum e contar com fácil acesso.
Quanto às proibições de instalação, os abrigos não podem ser instalados em
compartimentos que tenham outras destinações, nem em escadas ou em seus patamares.
Extintores portáteis de
Paredes em
incêndio farão a proteção concreto
da central de gás.
0,5 m

Proteção contra
intempéries.

Proteção por
extintores Fonte: CONTERATO, Eliane
Porta metálica com a placa et al. Instalações hidráulicas.
Aberturas laterais junto
**PERIGO INFLAMÁVEL** e São Paulo: Grupo A, 2017.
ao piso e ao teto,
**PROIBIDO FUMAR** Disponível em: Minha
no mínimo 20%
Biblioteca.
Informações necessárias para o projeto e dimensionamento de uma
rede de gás
 Assim como no dimensionamento das redes de água, para as instalações de gás é
necessário conhecer o volume que será demandado nas instalações. Em instalações
residenciais, que são o foco deste capítulo, os principais componentes que demandam gás
para seu funcionamento são os fogões, os aquecedores de água (utilizados para chuveiros,
torneiras e banheiras) e os secadores de roupa. Além dos aparelhos que demandarão gás,
também são dados de entrada o material da tubulação a ser utilizada (cobre ou aço), o
comprimento real da tubulação e o comprimento equivalente, que leva em conta as perdas
de cargas devido a cotovelos, tês e válvulas.
Normas e sua metodologia para o dimensionamento da rede de gás

Veja a seguir as principais normas a serem utilizadas no processo de dimensionamento e


execução de instalações prediais de gás:
 NBR 15526:2012 – Redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações
residenciais – Projeto e execução.
 NBR 13103:2013 – Instalação de aparelhos a gás para uso residencial: requisitos.
 NBR 6493:1994 – Cores para tubulações industriais (norma em revisão, mas em vigor).
 Manuais das concessionárias de gás.
Procedimentos para a execução das instalações de gás

 A execução da rede de distribuição interna deve ser realizada por pessoal treinado e
capacitado, sob supervisão de responsável técnico registrado no respectivo órgão de classe,
e ser acompanhada da devida ART (de execução). Após a execução do ensaio de
estanqueidade, será emitido o laudo técnico correspondente pelo responsável no respectivo
órgão de classe, acompanhado da ART.

 Após a instalação, têm de ser previstos elementos de proteção mecânica e contra corrosão,
assegurando, assim, o bom funcionamento das instalações durante sua vida útil. Para tubos
aparentes, quando necessário, devem ser previstas barreiras, como vigas, cercas e colunas.
Procedimentos para a execução das instalações de gás

 Os materiais metálicos utilizados para conduzir gás combustível podem sofrer corrosão
(tendência natural de os materiais voltarem ao seu estado encontrado na natureza,
desprendendo energia), assim, precisam ser instalados adequadamente para
minimizar esse fenômeno.

 No caso de tubulação enterrada em solo ou em áreas molhadas da edificação, é


possível revesti-la adequadamente com um material que garanta sua integridade (como
revestimento asfáltico, revestimento plástico, pintura epóxi) ou realizar um sistema de
proteção catódica à rede.

 No caso de tubulação aparente, analisam-se as condições


atmosféricas e ambientais locais para definir a proteção
necessária. Uma opção é utilizar até mesmo a aplicada em
tubulações enterradas ou pintura.
Verificação de estanqueidade

 Após finalizar a execução da instalação, alguns passos ainda precisam ser seguidos antes
de liberá-la para sua plena utilização: o ensaio de estanqueidade, a purga de ar com injeção
de gás inerte e, por fim, a admissão de gás combustível na rede.

 O ensaio de estanqueidade é realizado para detectar possíveis vazamentos e verifica a


resistência da rede a pressões de operação. Nunca se inicia o ensaio sem uma criteriosa
inspeção visual da rede de distribuição interna e, particularmente, das juntas e conexões,
para detectar previamente qualquer tipo de defeito durante sua execução.
Elementos de regulagem e segurança

 Válvula de bloqueio manual: do tipo globo/esfera, deve ser de fecho rápido e bloquear
totalmente a passagem do gás, conforme a ABNT NBR 14788:2001. Tem de ser identificada
e instalada em local de fácil acesso, protegida de forma a evitar acionamento acidental.

 Reguladores de pressão: selecione-os a fim de atender à pressão da rede de


distribuição em que estão instalados e à potência adotada prevista para os aparelhos
a gás por eles servidos.
Elementos de regulagem e segurança

 Medidores: do tipo diafragma, conforme a ABNT NBR 13127:2009, permitem a medição do


volume de gás correspondente à potência adotada para os aparelhos a gás por eles servidos
e à pressão prevista para o trecho de rede em que são instalados.

 Dispositivos de segurança: precisam contar com proteção a fim de evitar a entrada de


água, de objetos estranhos ou de qualquer outro elemento que venha a interferir no correto
funcionamento do dispositivo. Devem vir identificados, de forma permanente, com dados
como a pressão de acionamento e sua unidade, fabricante, data de fabricação (mês e ano) e
o sentido do fluxo.
Interatividade

Em relação às instalações de gás combustível, é correto afirmar:

a) O GN (gás natural), comumente conhecido como gás de cozinha, é uma mistura gasosa de
hidrocarbonetos oriunda de reservas do subsolo ou obtida a partir do refino do petróleo cru
nas refinarias.
b) As tubulações de gás enterradas em solo não necessitam de qualquer revestimento que
garanta sua integridade, apenas as tubulações aparentes necessitam deste cuidado.
c) Após finalizar a execução da instalação de gás, a mesma já pode ser seguida antes de
liberá-la para sua plena utilização.
d) O ensaio de estanqueidade é realizado para detectar
possíveis vazamentos e verifica a resistência da rede a
pressões de operação.
e) O manômetro é utilizado para interromper rapidamente a
passagem do gás caso exista alguma diferença de pressão.
Resposta

Em relação às instalações de gás combustível, é correto afirmar:

a) O GN (gás natural), comumente conhecido como gás de cozinha, é uma mistura gasosa de
hidrocarbonetos oriunda de reservas do subsolo ou obtida a partir do refino do petróleo cru
nas refinarias.
b) As tubulações de gás enterradas em solo não necessitam de qualquer revestimento que
garanta sua integridade, apenas as tubulações aparentes necessitam deste cuidado.
c) Após finalizar a execução da instalação de gás, a mesma já pode ser seguida antes de
liberá-la para sua plena utilização.
d) O ensaio de estanqueidade é realizado para detectar
possíveis vazamentos e verifica a resistência da rede a
pressões de operação.
e) O manômetro é utilizado para interromper rapidamente a
passagem do gás caso exista alguma diferença de pressão.
Referências

CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura, 11. ed.
São Paulo: Editora Blucher, 2017. Disponível em: Minha Biblioteca.

CONTERATO, Eliane et al. Instalações hidráulicas. São Paulo: Grupo A, 2017. Disponível em:
Minha Biblioteca.

CREDER, Hélio. Instalações hidráulicas e sanitárias, 6. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2006.
Disponível em: Minha Biblioteca.
ATÉ A PRÓXIMA!

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