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GEODINÂMICA INTERNA E EXTERNA

- Formação de Rochas
- Susceptibilidade de alteração das rochas à superfície
AS ROCHAS ÍGNEAS

 As rochas ígneas formam-se a partir do arrefecimento e


cristalização do magma à medida que este migra em
direcção à superfície da Terra.
 Se o processo de cristalização ocorre perto da ou à
superfície, as rochas que se formam chamam-se rochas
ígneas extrusivas.
 As rochas ígneas intrusivas são rochas que se formam no
interior da Litosfera. As rochas ígneas intrusivas podem ser
trazidas à superfície por processos de desnudação (erosão)
ou tectónicos (movimentos no interior da crusta), ambos os
processos acabando numa subida das rochas e sua
exposição à superfície.
METAMORFISMO E ROCHAS
METAMORFICAS

Ocorre, no interior da Terra (crosta terrestre), em condições P e T


superiores às da diagénese (ambiente sedimentar) e inferiores às
do magmatismo (ambiente magmático), por isso se considera um
AMBIENTE INTERMÉDIO;

As rochas pré-existentes, quando sujeitas a um ambiente de P e T


diferente daquele em que foram formadas, sofrem alterações que
restabelecem o equilíbrio com o novo ambiente –
METAMORFISMO;

Essas alterações verificam-se ao nível da composição


mineralógica, química e textural, e ocorrem sempre em estado
sólido (sem fusão);
As estruturas, texturas e composição mineralógica (e química)
finais dependem, por um lado, das características da rocha-mãe
e, por outro, das condições do metamorfismo, isto é, da maneira e
tempo como os agentes de metamorfismo actuam.
 As mudanças que ocorrem durante o metamorfismo estão
sempre relacionadas com a tendência de restauração do
equilíbrio das rochas sujeitas a novos ambientes de P,T,
química. As rochas-mãe a partir das quais se formam as
rochas metamórficas são das mais variadas, podendo ser
sedimentares, ígneas ou mesmo metamórficas.
ROCHAS SEDIMENTARES

As rochas sedimentares resultam da cimentação dos


depósitos de detritos oriundos da desagregação das
rochas pré-existentes que sofreram alteração física
ou química, por ação de agentes de erosão (chuva,
vento, calor, frio, gelo, seres vivos, etc.).
Existem 3 tipos de rochas sedimentares:
Detríticas ( argila, areia, arenito,…)
Químicas ( calcário, gesso, sal-gema,…)
Biogênicas (carvão, petróleo,…)
Rochas Sedimentares Detríticas: são formadas a partir
de restos de outras rochas, após sofrerem erosão. Ex:
areia, arenito, argilito, conglomerado.

Rochas Sedimentares Químicas: são formadas a partir


da precipitação de substâncias dissolvidas na água. Ex:
calcário, gesso, sal-gema.

Rochas Sedimentares Biogénicas: são formadas a partir


de restos de seres vivos (fósseis). Ex: calcário
conquífero, carvão, petróleo.
FASES DE FORMAÇÃO DAS ROCHAS
SEDIMENTARES
1. ALTERAÇÃO da rocha de origem
2. EROSÃO desfragmentarão da rocha de origem
3. TRANSPORTE dos resíduos
4. SEDIMENTAÇÃO dos resíduos
5. DIAGÉNESE: Compactação: as rochas são apertadas;
Desidratação: as rochas perdem água; Cimentação: as
rochas são coladas por um cimento natural
CICLO DAS ROCHAS

 Uma vez exposta à atmosfera, nenhuma rocha escapa à


meteorização. Todas as rochas podem ser física e
quimicamente decompostas, degradadas e alteradas por
uma série de processos (físicos e químicos). Os detritos
resultantes desta meteorização podem ser transportados
através da superfície pelos processos erosivos através dos
rios, glaciares, vento e gravidade. Quando estes detritos
são depositados como sedimentos permanentes, os
processos de soterramento, compressão e alteração
química podem modificar estes materiais, transformando-os
de material solto em material consolidado (litificação)
dando origem às rochas sedimentares.
 À medida que o soterramento progride, estas rochas vão
atingindo zonas cada vez mais quentes e sujeitas a
pressões cada vez maiores, dando origem a alterações
químicas e físicas profundas. As rochas assim originadas
são as rochas metamórficas.
 O contínuo aumento da temperatura e da pressão pode
afectar tanto as rochas sedimentares como as ígneas. Por
outro lado, rochas metamórficas podem ser sujeitas a
temperaturas e pressões ainda maiores, dando origem a
outras rochas metamórficas. Ou sejam, as rochas que se
encontram à superfície da Terra (ígneas, sedimentares e
metamórficas) podem voltar ao interior da Terra através
das chamadas zonas de subducção. Sabemos que nestas
zonas as rochas tornam a fundir, dando origem a novo
magma que, por seu lado, pode consolidar em
profundidade ou ascender à superfície.
CICLO DAS ROCHAS
GEODINÂMICA EXTERNA

Entende-se por Geodinâmica Externa o conjunto de fenómenos geológicos


que ocorrem à superfície da Terra (ou perto dela) e dos agentes que neles
tomam parte, e que são responsáveis pelas constantes mudanças que se
verificam nessa superfície. Esses agentes são de quatro tipos: gravidade,
agentes atmosféricos, água (mares, lagos, rios, etc.) e seres vivos.
Os agentes da geodinâmica externa são os responsáveis pelas
transformações que se verificam à superfície da Terra. Os processos
naturais envolvidos estão relacionados com a acção dos rios, vento,
ondas, correntes, glaciares, água subterrânea, seres vivos e a atracção da
gravidade exercida sobre todos os materiais à superfície. A acção global
destes agentes tem como efeito a tendência de alisamento da superfície
extremamente irregular da Terra. Poder-se-á então perguntar porque é que
a Terra não tem a superfície lisa? Porque precisamente os agentes da
geodinâmica interna - tectónica de placas, magmatismo, vulcanismo e
metamorfismo - têm tendência a contrariar esta acção, provocando
continuamente a formação de cadeias de montanhas e de depressões.
1. GRAVIDADE

Este é o agente mais espalhado, e que dá origem aos


movimentos de terras. É um processo que ocorre em todos os
tipos de climas e joga um papel importantíssimo em conjunto
com todos os outros agentes.
A gravidade tem um papel importante no movimento dos
materiais encostas abaixo até pontos de cotas mais baixas,
incluindo os rios, onde as correntes os carregam para longas
distâncias; origina colapso de cavernas erodidas pela água
subterrânea; actua com o vento para originar as dunas; opera
tanto nos oceanos como em terra.
2. AGENTES ATMOSFÉRICOS

Os agentes atmosféricos que agem sobre a superfície da Terra


são quatro: vento, calor, fenómenos eléctricos e precipitação
atmosférica.
Se bem que a atmosfera junto à superfície da Terra seja
constituída maioritariamente por azoto, é a presença do
oxigénio, CO2 e vapor de água que mais interessa aos
geólogos. A grande maioria dos organismos não pode
sobreviver sem oxigénio, e o CO2 é vital para as plantas
(fotossíntese). A água, que ocorre como vapor em quantidades
relativamente pequenas, desempenha vários papeis vitais: é
essencial à grande maioria dos seres vivos, é o principal agente
de absorção do calor na atmosfera e é a principal substância
envolvida nos processos de erosão e meteorização.
A atmosfera está em constante agitação e movimento, como
se pode ver pelos padrões climáticos mundiais, agitação e
movimento esses que têm como causa principal a energia solar.
Devido à forma esférica da Terra, o calor do sol é mais
concentrado nas regiões equatoriais do que nas regiões polares.
Assim, por cima do Equador a atmosfera é mais quente do que
sobre os pólos. Devido a estas mudanças de temperatura, a
atmosfera é palco de correntes de convexão, como acontece
no manto. Assim, o ar quente do equador circula para os pólos
e o ar frio dos pólos circula para o equador, num processo
contínuo.
A Terra tem enormes acidentes geográficos que alteram por
completo este modelo simplista, dando origem a variações
locais a que se dá o nome de microclimas.
VEJAMOS ENTÃO QUAIS SÃO AS
ACÇÕES DOS AGENTES ATMOSFÉRICOS.

1.1 Acções Térmicas: as acções térmicas fazem-se sobretudo


sentir nas regiões com diferenças térmicas diárias ou anuais
muito grandes. Um caso típico é o dos desertos, onde durante o
dia o calor é imenso, e à noite a temperatura baixa, por vezes
abaixo de 0ºC. Quando a temperatura sobe durante o dia, os
corpos dilatam e à noite, contraem por abaixamento de
temperatura, por vezes bruscamente. Só o facto de os materiais
dilatarem e contraírem alternada e constantemente já é razão
suficiente para que os grãos se comecem a separar uns dos
outros e a rocha se desagregue, por um lado, e vá criando
fracturas (diaclases) por outro.
Ainda, sendo as rochas constituídas por grãos de diversos
minerais, cada um com o seu coeficiente de dilatação próprio,
a resposta de cada mineral às variações de temperatura vai ser
diferente, o que ajuda à desagregação e fracturação.
Obviamente que estas variações são mais fortes à superfície do
que em profundidade, o que faz com que a desagregação seja
mais forte à superfície do que em profundidade. Esta é uma
razão para a origem dos solos.
As fracturas e espaços criados pela desagregação das rochas
são espaços por onde a água se infiltra. Se as temperaturas
forem muito baixas, a pontos de a água congelar, há um
aumento de volume da água. Este aumento de volume vai
exercer pressões enormes nas rochas, ajudando à fracturação.
Por exemplo, a água contida em fracturas congela e o gelo
funciona como uma espécie de cunha que vai alargando as
fracturas.
1.2. Acções eléctricas: são
exercidas pelo raios e faíscas
que podem fragmentar ou
fundir as rochas onde caem.
Quando um raio cai num
terreno, ele descarrega
milhões de volts em fracções
de segundo. Este enorme fluxo
de energia pode fundir o
material que encontra, em
especial se for solto como a
areia, devido às enormes
temperaturas criadas. O
arrefecimento seguinte é
muito rápido, deixando no
terreno a verdadeira e a
própria forma do raio como
uma marca deixada em barro.
1.3. Acções mecânicas: são produzidas
pela precipitação atmosférica (chuva)
e pelos ventos. Se observarmos uma
imagem do impacto duma gota de
água sobre a areia, pode ver-se que
esta é deslocada por acção do
impacto. Se agora milhões destas
gotas embaterem em simultâneo sobre
uma superfície, podemos imaginar o
efeito global durante uma chuvada. A
acção também é efectiva sobre
rochas duras, mas o seu efeito é
imperceptível, e só ao fim de muitos
anos é que o efeito é visível. Daí o
ditado: água mole em pedra dura
tanto bate até que fura!
Quando a chuva cai, o impacto de cada gota de chuva tem
um efeito profundo na taxa de erosão dum determinado sítio. O
impacto pode separar agregados de solo e levantar as
partículas até cerca de 1/2 metro de altura e afastá-las a cerca
de 1.5 metros de distância. Estes valores variam com o tamanho
e velocidade de queda da gota, e das características do solo e
da vegetação.
O vento resulta de deslocações de ar provocadas por variações
de pressão atmosférica e de temperatura. Tem efeitos vários,
desde a destruição ao transporte.
As acções mecânicas são de vários tipos: destruição, transporte
e sedimentação.
Acções de destruição e transporte: o vento desnuda as rochas,
arrancando-lhes todas as partículas soltas que se encontram à
superfície - deflação. A deflação é tanto mais facilitada quanto
menos vegetada for a área. São exemplos destes locais as zonas
desérticas e semi-desérticas, as zonas de leitos secos de rios e
lagos, etc. As partículas arrancadas são depois transportadas
para outros locais, mais ou menos longe do local de origem, em
função da força e da duração do vento. As partículas, ao serem
transportadas pelo vento, batem umas nas outras e nas rochas,
desgastando-se mais ainda, através do processo de abrasão .
Todos temos a ideia deste fenómeno quando estamos na praia
em dias ventosos e sentimos as picadelas da areia na pele.
Nas regiões desérticas são frequentes as tempestades de areia,
provocadas por fortes ventos soprando sobre as dunas. Nestes
casos o desgaste é particularmente intenso, e as partículas
tornam-se polidas e facetadas.
Não só o vento é responsável pela destruição e pelo transporte.
A água e o gelo também.
Acções de sedimentação: a sedimentação dá-se quando a
velocidade e a força dos agentes transportadores diminui a
ponto de ser inferior à atracção da força da gravidade, ou
quando estes agentes encontram no seu caminho obstáculos
que impeçam o transporte .
Acções químicas: são variadas as acções químicas provocadas
pelos agentes atmosféricos principalmente a água (H2O) e
gases atmosféricos (O2, CO2 e H2O). As rochas mais facilmente
atacáveis são os calcários, através das águas gaso-carbónicas,
isto é, com CO2 dissolvido, em que estas atacam o carbonato
de cálcio (insolúvel) em bicarbonato de cálcio (solúvel),
segundo a reacção:
O bicarbonato de cálcio é depois
levado em solução pela água. As
rochas calcárias são assim corroídas,
abrindo-se buracos e cavidades que,
com o tempo, se vão alargando,
chegando a tornar-se verdadeiras
grutas, como as da Figura ao lado.
Sabe-se também que o CO2 na
presença da água ataca os silicatos
aluminosos (feldspatos, micas, etc.),
transformando-os em minerais de
argila, em sílica e carbonatos solúveis.
Nas rochas com ferro, este é oxidado
pelo oxigénio do ar, formando-se
óxidos de ferro de aspecto terroso,
sendo as rochas como que
pulverizadas à superfície, com um
aspecto avermelhado-acastanhado
SUSCEPTIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DAS
ROCHAS À SUPERFÍCIE

A Terra é um planeta dinâmico.


Existe zonas elevadas através da construção de montanhas e
da actividade vulcânica, contudo, processos opostos estão
gradualmente removendo materiais das áreas elevadas e
transportando para áreas mais baixas.
À superfície da crosta afloram rochas que ficam expostas à
acção de agentes variados como a água, o ar, o vento e os
próprios seres vivos, que actuando sobre elas, provocam a sua
alteração física e química.
Em consequência desta alteração, as rochas superficiais vão
sendo desgastadas, isto é, experimentam a erosão, sendo os
materiais resultantes transportados.

Os processos externos transformam rocha sólida em sedimento,


e incluem:
 1. Intemperismo,
 2. Movimentos de massa e
 3. Erosão.
INTEMPERISMO
Entende-se por intemperismo ou meteorização o conjunto dos
processos de decomposição química e degradação física que
os materiais rochosos sofrem quando expostos ao ar, humidade
e matéria orgânica.
O intemperismo encerra o conjunto de processos operantes na
superfície terrestre que ocasionam a desagregação e/ou
decomposição da superfície das rochas.

É em essência uma adaptação dos minerais das rochas às


condições superficiais, bastante diferentes, daquelas em que
elas se formaram.
 Essa meteorização é função de factores capacidade e
factores intensidade.
 Os factores capacidade são os factores intrínsecos, ou seja,
factores próprios da natureza da rocha (textura, estrutura,
composição mineralógica).
 Os factores intensidade são os factores extrínsecos, ou seja,
factores externos às rochas (temperatura, humidade, pH,
potencial de oxirredução, actividade biológica).
 Assim, o grau de meteorização de uma rocha é função dos
factores capacidade em conjunto com os factores
intensidade, ao longo do tempo. Isto significa que para
uma dada rocha, o grau de meteorização é função dos
agentes externos e do tempo durante o qual se exerceu a
sua actuação.
As rochas são intemperizadas de duas maneiras principais:
1. Desintegrando através da ação física e;
2. Decompondo através de atividades químicas.
Duma forma rápida ou lenta, a alteração química e física ocorre
em qualquer ponto em que a litosfera esteja em contacto com
a atmosfera. Estende-se a qualquer profundidade em que o ar e
a água possam penetrar.
A zona de alteração físico-química das rochas constituí uma
rede porosa, cheia de fracturas, fissuras, poros e outros tipos de
aberturas, algumas delas muito pequenas, mas em que no
cômputo global tornam a rocha vulnerável.
Esta rede de espaços abertos é constantemente atacada física
e quimicamente por soluções aquosas. O resultado, ao fim de
tempo suficiente, é uma alteração geral da rocha.
1. INTEMPERISMO FÍSICO

A desintegração mecânica é frequente na natureza e pode


ocorrer devido aos seguintes fenómenos:
 1. Remoção da carga sobrejacente;
 2. Crescimento de gelo e cristais de sal em fracturas;
 3. Efeitos do calor;
 4. Actividades dos animais e plantas.
EFEITOS DA REMOÇÃO DA CARGA
SOBREJACENTE

Massas de rocha soterradas em grandes profundidades abaixo


da superfície terrestre, estão sujeitas a enormes pressões
confinantes devido ao peso das rochas sobrejacentes.
À medida que a erosão vai despindo a superfície, o peso e a
pressão são reduzidos. A rocha pode ajustar-se a esta descarga
expandindo-se para cima. Quando isso acontece, desenvolvem-
se fracturas à superfície como diaclases muito próximas umas das
outras.
CRESCIMENTO DE CRISTAIS

A água subterrânea, percolando através das fracturas e poros


das rochas, contém iões que podem precipitar da solução
aquosa para formar sais.
A força exercida pelo crescimento dos cristais de sal dentro das
aberturas das rochas ou ao longo dos contactos entre os grãos
pode ser enorme e resultar na desagregação/ruptura das
rochas.
Estes efeitos são bastante comuns nos desertos, em que a
precipitação dos sais se deve à evaporação da água
subterrânea que sobe à superfície.
Em regiões climáticas onde as temperaturas flutuam à volta do
ponto de congelamento durante parte do ano, a água do
solo/subsolo é sujeita a congelamento e degelo periódicos.
Quando a água gela para formar gelo, o seu volume aumenta
cerca de 9%. Por outro lado, à medida que o congelamento da
água ocorre nos poros da rocha, a água é fortemente atraída
pelo gelo, aumentando assim as pressões dentro da rocha. Isto
leva a um processo de meteorização mecânica muito efectivo,
conhecido por frost wedging, que é a formação de gelo num
espaço confinado numa rocha, forçando assim a rocha a
separar-se em pedaços.
As altas pressões resultantes do aumento de volume quando o
gelo cristaliza resultam em efeitos disruptivos. Estes efeitos são
suficientemente fortes para separar não só pequenas partículas,
como também enormes blocos de rocha, alguns com algumas
toneladas.
EFEITOS DO CALOR

Alguns geólogos têm especulado que o aquecimento diário


duma rocha exposta ao sol, seguido dum arrefecimento
considerável durante a noite, contribuiria para um efeito
destrutivo, uma vez que os minerais constituintes das rochas
expandem de modo diferentes quando aquecidos (diferentes
coeficientes de dilatação). Nas rochas dos desertos foram
medidas temperaturas superficiais de 80ºC, com variações
diárias de temperatura de mais de 40ºC.
As rochas de cor escura, como os basaltos, e as rochas que não
são boas transmissoras de calor, são as que atingem maiores
temperaturas superficiais, enquanto que o seu interior fica a
temperaturas muito mais baixas.
PLANTAS E ANIMAIS

As sementes germinam nas fracturas das rochas originando


plantas que expandem as suas raízes dentro dessas fracturas. À
medida que as árvores crescem, as suas raízes vão afastando os
blocos separados pelas fracturas.
As grandes árvores balançando ao vento podem alargar as
fracturas (efeito de alavanca) e, se arrancadas, podem
inclusivamente levantar as rochas.
Alguns animais (roedores e formigas) trazem à superfície
partículas rochosas parcialmente decompostas/desagregadas),
expondo-as mais intensamente à acção química.
METEORIZAÇÃO QUÍMICA

A meteorização implica um enorme ajustamento dos minerais às


condições ambientais da superfície da Terra. Os minerais
formados a altas temperaturas e pressões, como componentes
das rochas ígneas e metamórficas, tornam-se instáveis quando
expostos à superfície da Terra, onde tanto as temperaturas
como as pressões são muitíssimo mais baixas.
Esses minerais, então, decompõem-se e os seus componentes
transformam-se em minerais estáveis às novas condições
ambientais.
Os agentes activos da decomposição das rochas consistem de
soluções aquosas quimicamente activas (ácidos fracos) e vapor
de água.

Os efeitos da meteorização química são assim mais


pronunciados nas regiões onde a precipitação e as
temperaturas médias são suficientemente altas para acelerar as
reacções químicas.
EFEITOS NOS MINERAIS CONSTITUINTES DAS ROCHAS

Quando a chuva cai através da atmosfera, ela dissolve


pequenas quantidades de dióxido de carbono (CO2), dando
origem a ácido carbónico fraco (H2CO3):
H2O  CO2  H2CO3

Ao se movimentar pelo solo, tanto lateralmente como em


sentido descendente, estas soluções ácidas são fortalecidas
pela adição de mais CO2 libertado pelos restos vegetais em
apodrecimento. O ácido carbónico ioniza para dar origem a
iões bicarbonato (HCO3-1) e iões hidrogénio (H+1), que são
muito efectivos na decomposição de minerais:

H2 CO 3  H 1  HCO 3-1
FACTORES QUE CONTROLAM OS
PROCESSOS DE ALTERAÇÃO

A composição e textura da rocha mãe é importante nos


estados iniciais do processo de alteração.
A duração de influência da rocha-mãe é muito curta nas zonas
onde prevalecem condições extremamente húmidas e altas
temperaturas.
Os principais factores que controlam a alteração das rochas
são:
1. 1. O Clima;
2. 2. A Topografia;
3. 3. A Vegetação;
4. 4. O Tempo.
1. CLIMA

O clima através dos seus principais factores climáticos,


temperatura e chuva, têm grande importância no
desenvolvimento da alteração das rochas.
A acção do clima traduz-se por alterações químicas que
ocorrem mais facilmente em climas quentes húmidos, pois são
atenuadas por baixas temperaturas e praticamente
interrompidas com a falta de água; e por alterações mecânicas
favorecidas em regiões de variações rápidas de temperatura ou
com acção do gelo e predominam, portanto nas regiões
subpolares, em desertos e em áreas montanhosas.
2. TOPOGRAFIA
A percolação e infiltração da água através de material alterado
são controladas pela topografia. A topografia influencia no grau
de erosão na superfície. Áreas planas baixas estão normalmente
completamente saturadas em água em regiões muito chuvosas,
o que retarda a alteração.
3. VEGETAÇÃO
A quantidade e qualidade dos produtos resultantes da
decomposição da vegetação são factores significativos. Onde
a vegetação é escassa ou rapidamente oxidável, poucos
ácidos orgânicos se formam para atacar as rochas, e pelo
contrário em condições frescas e húmidas com vegetação de
folhas pequenas, os produtos de decomposição orgânica
atacam os silicatos minerais.
4. TEMPO

O factor tempo é muito importante quando a alteração é


moderada e a composição da rocha mãe permite a formação
de produto de alteração.
Com uma acção prolongada a lixiviação (acção da água
passando através do material de alteração) e outros processos
de alteração acabam por tornar sensíveis os seus lentos efeitos.
O resultado da alteração das rochas pelo intemperismo
denomina-se rególito e este pode ser residual ( quando
permanece o local de sua alteração) e alóctone (quando
transportado por um agente).
Os produtos resultantes da meteorização física e química
podem permanecer no local de origem, mas na maioria dos
casos, porem, são transportados pela água ou pelo vento para
outros locais, constituindo desse modo os sedimentos.
Os sedimentos são constituídos por:
 - Detritos de outras rochas;
 - Minerais que resistem à meteorização química;
 - Minerais formados como consequência da meteorização
química;
 - Minerais resultantes da precipitação de substâncias em
solução;
 - Produtos biogenéticos.
Os materiais transportados pela água podem ser levados em
solução ou então sob a forma de partículas ou de fragmentos
de dimensões variadas, designados por detritos ou clastos.

Se o transporte é feito em solução na água, esses materiais


podem precipitar devido a variação das condições ambientais,
ou então pela actividade bioquímica dos seres vivos.
A energia, ou competência, e o poder de selecção do meio
transportador são características importantes na condução dos
sedimentos.
De um modo geral a selecção (separação por tamanho)
observada nos sedimentos, se inicia quando o agente
transportador perde competência para suportar em suspensão
um determinado tamanho de grão, sendo forçado a deixá-los
cair (deposita-o) no fundo do rio, do mar, etc
Este processo de selecção granulométrica é função de vários
factores, entre eles:
 1. Do tipo de agente transportador (água, vento, gelo);
 2. Das variações climáticas da área (para um mesmo tipo de
agente a intensidade de sua actuação varia se for época de
chuvas ou de seca);
 3. Do tipo da área (em uma mesma área podem ocorrer
vários tipos de agentes de transporte); e,
 4. Da localização da área (os agentes têm locais preferenciais
de maior e menor energia. Ver a figura a acima do rio).
Nas regiões elevadas topograficamente, embora a
concentração de água seja menor, as encostas são íngremes
com material permanentemente sendo decomposto pelo
intemperismo e, portanto, sendo removido rapidamente. Com
um gradiente elevado e com bastante material disponível,
torna-se possível o transporte de fragmentos mais grosseiros.
A medida que a encosta vai se suavizando, há uma queda de
energia do agente transportador (gravidade ou água de um
rio), e ele não é mais capaz de transportar as partículas maiores
ou mais densas. Assim próximo da origem (ou fonte) do rio
material a ser transportado temos os seixos e cascalhos, em
seguida as areias, depois o silte e finalmente as argilas.
SELECÇÃO GRANULOMÉTRICA
Em condições propícias, os materiais transportados depositam-
se, constituindo sedimentos, sendo o processo conhecido por
sedimentação.
A sedimentação pode ser continental, como no caso dos
depósitos glaciários, eólicos, fluviais e lacustres, ou então,
marinha. Nas regiões marinhas existem diferentes zonas de
sedimentação de acordo com a distância à costa e com a
profundidade.
Se não ocorrer nenhuma perturbação, a sedimentação realiza-
se regularmente formando se camadas, geralmente paralelas,
que se distinguem pela diferente espessura, pelas dimensões e
coloração dos materiais. Estas camadas constituem os estratos.
Estratificação é a disposição em estratos ou camadas. A
configuração destes estratos ou camadas, que podem variar
muito em espessura, é consequência da:
 1. Variação da competência do agente transportador (o que
acarreta diferenças granulométricas);
 2. Provisão ou quantidade do material sedimentar
intemperizado a ser transportado;
 3. Capacidade de solubilidade do meio ou agente
transportador.
DIAGÉNESE – EVOLUÇÃO DOS
SEDIMENTOS

Na maioria das situações um sedimento não é ainda uma


rocha sedimentar. Os materiais de dimensões variadas –
designados por detritos ou clastos – podem ser transportados
até longas distâncias. Em condições propícias os materiais
transportados depositam-se, constituindo sedimentos.
No caso das rochas detríticas, os depósitos são inicialmente
constituídos por minerais soltos, cuja granularidade é diferente
de situação para situação. Após a deposição, geralmente os
sedimentos experimentam uma evolução mais ou menos
complexa em que intervêm processos físico-químicos diversos
que no conjunto constituem a diagénese.
A diagénese é um conjunto de processos ou transformações
químicas, físicas e biológicas que ocorrem em um material
sedimentar após a sua deposição, em condições de baixa
pressão e temperatura.
Através dos processos diagenéticos, os sedimentos transformam-
se em rochas sedimentares com diferentes graus de evolução.
Após a sedimentação os sedimentos passam a sofrer processos
de litificação ou diagénese. Os mais importantes são os
seguintes:
Compactação / Compacção
À medida que a sedimentação prossegue, novas camadas se
vão sobrepondo, o que vai aumentar a pressão a que as
camadas inferiores ficam submetidas. Devido ao peso dos
sedimentos que se sobrepõem, a água incluída nos interstícios
dos materiais, é expulsa, as partículas ficam mais próximas,
diminuindo, por isso, o volume da rocha que se torna
sucessivamente mais compacta. É o fenómeno típico dos
sedimentos finos, argilosos.
Cimentação
Os espaços vazios entre os detritos são preenchidos por
materiais de neoformação resultantes da precipitação de
substâncias dissolvidas em agua de circulação.
Esta deposição de precipitados minerais nos interstícios dos
sedimentos produz a colagem das partículas constituintes. É o
processo de agregação mais comum nos sedimentos grosseiros
e arenosos.
Recristalização
Devido ao aprofundamento, os minerais menos estáveis podem
mudar a sua estrutura transformando-se em formas mais estáveis
nas novas condições termodinâmicas.
Na recristalizção, ocorre mudanças na textura por interferência
de fenómenos de crescimento dos cristais menores ou
fragmentos de minerais até a formação de um agregado de
cristais maiores. É um fenómeno mais comum nos sedimentos
químicos.
Alterações químicas
Ocorrem muitas vezes alterações químicas que afectam os
sedimentos. Num ambiente oxigenado os restos orgânicos
podem converter-se em CO2, H2O, NH3….
Se o ambiente é redutor, a matéria orgânica pode ser
lentamente transformada, originando compostos ricos em
carbono, que vão constituir carvões.
Os diferentes processos descritos não obedecem à ordem
apresentada. Muitas vezes dão se concomitantemente e
repetem-se em qualquer fase de evolução, não sendo
necessariamente que se registem todos.
Existem rochas sedimentares recentes em que não ocorreu a
cimentação, ficando os detritos soltos. São as rochas
desagregadas, como por exemplo as areias. As rochas em que
os clastos estão ligados chamam-se rochas coerentes, litificadas
ou consolidadas.
OBRIGADO PELA
ATENÇÃO!

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