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Erguendo Pilares para o Desenvolvimento

DIVISÃO DA ENGENHARIA
CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA DE MINAS
CADEIRA: GEOLOGIA DE MOÇAMBIQUE,

TURMA B - 2º Ano; C/D, grupo 1

NOME DO ESTUDANTE:

Collen Carnação Nhavane

TEMA:
 DEPÓSITOS DE CALCÁRIOS

DOCENTE:
Pedro Saca

Tete, 14 de Agosto de 2021

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DEPÓSITOS DE CALCÁRIO (RESUMO)

Calcário (do latim calx (gen. calicis) ou calcariu, "cal") é uma rocha sedimentar que contém
minerais com quantidades acima de 30% de carbonato de cálcio (aragonita ou calcita). Quando o
mineral predominante é a dolomita (CaMg{CO3}2 ou CaCO3•MgCO3) a rocha calcária é
denominada calcário dolomítico.

Formação do calcário

O calcário é uma rocha sedimentar originada pela precipitação de cálcio por agentes químicos e
orgânicos. Os calcários, na maioria das vezes, são formados pelo acúmulo de organismos
inferiores (por exemplo, cianobactérias) ou precipitação de carbonato de cálcio na forma de
bicarbonato, principalmente em meio marinho. Também podem ser encontrados em rios, lagos e
no subsolo (cavernas).

No caso do calcário quimiogénico, a formação é em meio marinho: a calcite (CaCO3), é um


mineral que se pode formar a partir de sedimentos químicos, nomeadamente íons de cálcio e
bicarbonato: Ca2+ + 2 HCO3→ CaCO3 (calcite) + H2O (Água) + CO2 (dióxido de carbono).
Isto acontece quando os meios marinhos sofrem perda de dióxido de carbono (devido a forte
ondulação, ao aumento da temperatura ou à diminuição da pressão). Deste modo, para que os
níveis de dióxido de carbono que se perdeu sejam repostos, o equilíbrio químico passa a tender
no sentido de formação de CO2, o que leva a formação de calcite e precipitação desta que, mais
tarde, depois de intensa deposição e de diagénese dá origem ao calcário.

Mineralagia dos calcários

A calcita (CaCO3) é o principal constituinte mineralógico dos calcários


A rocha carbonatada mais comum é o calcário calcítico, seguida do dolomito e do mármore
(rocha calcária metamorfizada). Os factores que influem na classificação destas rochas são a
variação nas proporções de calcita e dolomita, como também dos componentes não
carbonatados. Segundo Santana: 2002, o termo calcário é utilizado para designar qualquer rocha
que contenha mais de 50% de carbonato de cálcio, ou de cálcio e magnésio, na sua composição e

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esses podem ser classificados de acordo com o teor de MgO na rocha. De acordo com SALES
(S/D) no teor de magnésio o calcário se classifica em:
Calcário calcítico (CaCO3), o teor de óxido de magnésio (MgO) varia de 0 a 4%.
Calcário magnesiano (MgCO3), o teor de magnésio varia de 4 a 18%. O calcário
magnesiano é uma pedra mais dura quebrando de forma irregular, formando conchas de
onde o nome de pedra cascuda. Este necessita de temperaturas menores para
descarbonatar do que o calcitico. É ideal para o fabrico de cal.

Calcário dolomítico, ca mg (CO3) 2, o teor de MgO é acima de 18% e por isso possui
uma temperatura de descarbonizacão ainda menor do que o calcário magnesiano.
As impurezas dos calcários variam muito em tipo e quantidade, entretanto merecem exame, sob
o aspecto econômico, se elas afectam a utilidade da rocha. Essas impurezas acompanham o
processo de deposição do CaCO ou ocorreram em estágios posteriores à deposição. Desse
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modo, surgiram as impurezas dos calcários, as quais podem ser factores limitantes ao
aproveitamento econômico dos mesmos, essencialmente, quando utilizados para fins nobres.
As principais impurezas que o calcário contém são as sílicas, argilas, fosfatos, carbonato de
magnésio, gipso, glauconita, fluorita, óxidos de ferro e magnésio, sulfetos, siderita, sulfato de
ferro, dolomita e matéria orgânica, entre outros.

Tipos de calcários
Não existe uma classificação rigorosa aceita para agrupar os tipos de calcários. Entretanto, de
forma grosseira, pode-se dividi-los em oito grupos:
Marga: Quando possui uma quantidade de argila entre 35 e 50%.

Caliche: Calcário rico em carbonato de cálcio formado em ambientes semi-áridos.

Tufo: Calcário esponjoso encontrado em águas de fonte devido à precipitação do carbonato de


cálcio associado com matéria orgânica resultante da decomposição de vegetais.

Conquífero: Formado pela acumulação de esqueletos e conchas.

Giz: Calcário poroso de coloração branca formado pela precipitação de carbonato de cálcio com
microorganismos.

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Travertino: São calcários densos encontrados em grutas e cavernas composta por calcite,
aragonite e limonite.

Usos e funções do calcário


As rochas calcárias são utilizadas em diversos sectores de actividades, como por exemplo na
Fabricação de vidro; Adubação química; Construção Civil; Rochas Ornamentais; Industrias de
papel, tintas; Produção de cimento; Produção de cal (CaO); na agricultura. A taxa de aplicação
do calcário no solo (kg/m2) depende de muitos fatores, entretanto a mais usual inclui-se na faixa
entre 0,1 e 0,9 kg/m de solo. As especificações do calcário consistem no controle da sua
concentração de CaO e da distribuição granulométrica. Para calcários puros, constatam-se
maiores concentrações de CaO na faixa granulométrica entre 250 e 140 Pm e, ainda, maior
desempenho do calcário na correção do solo. As especificações das rochas calcárias variam em
função do produto final que se deseja obter. Em geral, tais especificações podem ser físicas ou
químicas, no entanto, em alguns casos, incluem-se os dois parâmetros. Especificações físicas,
tais como durabilidade e degradação, são mais importantes quando a rocha é usada in natura.
O controle das especificações químicas e físicas torna-se rígido quando o produto é usado, na
maioria dos casos, nas indústrias de: papel, plástico, tintas, borracha, siderúrgica e, ainda, na
obtenção de carbonato de cálcio precipitado, além de outros.

Métodos de Lavra e Processamento


A maior parte das minas de calcário é lavrada a céu aberto e chamadas, em todo o mundo, de
pedreiras, ou depósitos, que podem apresentar grandes extensões e espessura chegando a ter
centenas de metros.
As principais etapas da lavra de calcário a céu aberto incluem: remoção do capeamento,
perfuração, desmonte por explosivos e transporte até a usina de processamento.

Métodos de beneficiamento do Calcário


O processamento das rochas carbonatadas, em particular as calcárias, depende do uso e
especificações do produto final. A lavra selectiva, a catação manual, a britagem em estágio
unitário e o peneiramento são os métodos usuais para obtenção de produtos, cuja utilização final
não requer rígidos controles de especificações.

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A obtenção de produtos, para aplicações consideradas nobres, necessita de um circuito complexo
de beneficiamento.
A flotação, a separação magnética, entre outros, são processos usados para concentração de
calcário e/ou remoção das impurezas quando necessária. Desse modo, são obtidos produtos de
carbonato de cálcio, por meios físicos de purificação e/ou beneficiamento, com elevados índices
de pureza para atender à necessidade do mercado a que se destina. Tais procedimentos são
usadas nas etapas de concentração e não de purificação, razão pela qual há, em alguns casos,
dificuldades no processo de purificação.
O calcário pode ser encontrado distribuído por todos os continentes com depósitos datados desde
o Pré-câmbrico até o Holoceno (Sampaio & Almeida, 2008), ou seja, pode ser encontrado em
todo o mundo. Como cada depósito tem uma origem bastante específica em termos de escala
temporal, todos apresentam características diferentes. Embora as moléculas que formam estes
depósitos sejam sempre as mesmas, o calcário pode desenvolver-se numa variedade de cores
com estruturas únicas. Mesmo quando os depósitos estão geograficamente próximos uns dos
outros, as diferentes evoluções geológicas podem torná-los muito diversificados. Na França, por
exemplo, é possível encontrar calcário duro como rocha a apenas 1.000 km de depósitos de
calcário tão moles que podem ser cortados facilmente. Por exemplo, a rocha amarela da Polônia,
a rocha escura, quase preta, do Brasil (forma mais pura).
A qualidade do calcário encontrado em qualquer depósito depende da sua evolução ao longo do
tempo e do ambiente ao seu redor. Estes factores influenciam a quantidade de minerais que não
são carbonatos (impurezas como argila, areia de quartzo, etc.) no sedimento. Numa única mina, é
possível encontrar camadas de rocha constituídas por qualidades extremamente diferentes de
calcário. Também podem ocorrer variações laterais.
Em Moçambique, o calcário tem sido explorado como matéria-prima para a indústria de
construção (produção de cimentos). Cerca de metade dos calcários e calcários dolomíticos são do
Cretácico e Quaternário. Segundo Cílek (1989), nas Formações de Cheringoma (Eocénico) e de
Jofane (Miocénico), a sul de Moçambique, ocorrem calcários puros. Em 16 termos genéticos, em
Moçambique o calcário ocorre em Bacias sedimentares meso-cenozóicas (Lächelt, 2004):
Salamanga, Sábiè e Magude, na província de Maputo; Mapulanguene e Massingir, na província
de Gaza; Inharrime, Morrumbene-Homoíne, Jofane e Vilankulo, na província de Inhambane; Rio
Save, nas províncias de Inhambane, Sofala e Manica; Búzi e Cheringoma, na província de

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Sofala; Nacala, na província de Nampula; Pemba e Mocímboa da Praia, na província de Cabo
Delgado.

Impactos causados pela exploração do calcário


O ambiental, por exemplo, – a extracção do calcário, foco dessa contribuição também, é
geradora de impactos negativos, com remoção da vegetação nativa, erosão, assoreamento de
cursos de agua, alem da destruição inexorável de fosseis.

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