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Felismina Artur
Juventino Clemente
Universidade Rovuma
Nampula
2023
Angelina Abudo
Felismina Artur
Juventino Clemente
Universidade Rovuma
Nampula
2023
Índice
1. Introdução...........................................................................................................................3
1.2. Metodologia.................................................................................................................3
2.3.2. Tectónica...............................................................................................................8
2.8.2. Estratigrafia.........................................................................................................18
3. Conclusão..........................................................................................................................22
4. Referências Bibliográficas................................................................................................23
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i. Índice de Figuras
1. Introdução
Definir conceitos;
Seleccionar as principais bacias sedimentares;
Localizar e explicar a formação de cada uma das bacias sedimentares;
Construir a tabela geocronológica das bacias sedimentares.
1.2. Metodologia
Bacias sedimentares são regiões da superfície terrestre que apresentam uma subsidência
prolongada cujo principal mecanismo conducente a esta subsidência estão realaionados
principalemente, a processos tectónicos que ocorrem na litosfera terrestre (Allen, 2005).
Bacia de Moçambique;
Bacia do Rovuma;
Bacia do Lago Niassa;
Bacia de Maniamba;
Bacia do Médio Zambeze;
Bacia do Baixo Zambeze.
Para além das bacias anteriormente referidas, existem, ainda, as bacias intracratónicas que se
localizam no interior de regiões tectonicamente estáveis (os cratões) ou o Supergrupo do
Karoo (SGK), ou simplesmente Karoo.
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O SGK pode ser subdividido em Karoo Inferior e Karoo Superior (Afonso,1978), ambos
depositados num rifte abortado ou numa fase de desmembramento do Gondwana.
As prolongadas forças tectónicas resultaram da criação de grabens, separados por horsts, e por
uma subsidência importante em certas porções da margem continental.
Este período ocorreu entre o fim do Eocénico (35 Ma) e o recente, e relaciona-se com o
desenvolvimento do sistema de Rift-Este Africano. É constituído por um ciclo de regressão
marinha de escala regional, provocada por um grande fluxo de sedimentos continentais em
direcção ao interior da bacia. Este processo culminou com o desenvolvimento dos deltas do
Zambeze e do Limpopo. Após a regressão Oligocénica, a bacia experimentou uma subida
relativa do nível do mar que contribuiu com a deposição de dolomites e argilitos vermelhos da
Formação de Inharrime. Esta formação é subjacente a uma espessa camada de gesso
correspondente à Formação de Temane.
No Miocénico médio a superior, a subida relativa do nível das águas do mar, terminou com a
transgressão marinha que resultou na deposição de sedimentos carbonatados (calcários,
calcarenitos e calcários arenosos) da Formação de Jofane. O Pliocénico foi caracterizado por
uma intensa regressão marinha dominada por dunas continentais.
2.3.2. Tectónica
Durante este processo, desenvolveu – se uma fase de rifting local que originou a formação de
horsts e grabens. Todavia, antes da fragmentação de Gondwana, parte da Bacia de
Moçambique era formada por uma placa estável com uma deposição dominante de fácies
terrígeno e lacustres dentro de pequenas Bacias desenvolvidas, como fase de infra – rifting
entre o Carbonífero superior e o Triássico, conhecidos como depósitos de Karoo (Flores, 1970
in Mendes, 2007).
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Os trabalhos prévios não descrevem com detalhe a situação da tectónica da região mais a sul
da bacia. Os eventos tectónicos registados a partir de dados gravimétricos e magnéticos,
sugerem um desenvolvimento contemporâneo do Sistema de Grabens de Funhalouro –
Mazenga, Graben de Chidenguele e Xai-Xai. Segundo ECL (2000), associados a duas fases
de extensão dos grabens supracitados: a primeira no Jurássico superior - Cretácico inferior e, a
segunda, no Cretácico médio-superior. Este é o fundamento que caracteriza uma reactivação
da Bacia de Moçambique durante a segunda fase.
Supõe-se que seja do Jurássico Superior e Cretácico Inferior onde, na base da secção
sedimentar do pós-Karoo se encontram sedimentos continentais e camadas vermelhas com
uma espessura de mais de 900m na parte sul da bacia, que são conhecidas como a Formação
das "Camadas Vermelhas". A Formação das Camadas Vermelhas é distribuída nos grabens da
Palmeira e de Chidenguele e é desenvolvida na zona axial no sistema graben de Changane
para oeste. Correspondendo a estes depósitos na parte noroeste da bacia, ocorrem os arenitos
continentais do Grupo da Lupata (Salman & Abdula 1995).
2. O Grupo da Lupata
3. Formação Maputo
4. Formação Sena
Sequência de argilas densas com 600- 650m de espessura aumentando na parte central da
bacia para 1225m a Norte (Salman & Abdula, 1995). Estes depósitos são também conhecidos
na parte central da bacia onde estes estão em arenitos continentais e se tornam parte da
sequência da Formação Sena para o noroeste (Salman & Abdula, 1995).
8. Formação de Grudja
A Formação de Grudja é marcada, na base, pela presença de uma camada com Alectryonia
ungulata, usada como horizonte de referência e associada a uma descontinuidade
estratigráfica de idade senoniana. A Formação é caracterizada, em geral, pela ocorrência de
calcarenitos, por vezes glauconiticos e ricos em fósseis, siltitos e margas, intercalados entre
níveis de calcários, minoritários (Tab. 1). A presença de uma descontinuidade datada do
Paleoceno inferior possibilita a divisão da formação de Grudja em dois membros (superior e
inferior, GTK Consortium, 2006). Estes depósitos representam o preenchimento da bacia,
desde o Cretácico superior até ao recente; a sedimentação iniciada com sedimentos
essencialmente siliciclásticos foi substituída por depósitos de natureza carbonatada,
coincidindo com o início do Terciário e representados pela Formação de Cheringoma.
Durante a elevação verificada no Eoceno Inferior, a Formação do Grudja Inferior foi erodida
em alguns locais, coincidindo com as zonas mais elevadas que limitam os grabens. No graben
de Mazenga, a formação atinge a espessura máxima de todo o bloco (661 m).
II. Formação Grudja Superior:
É caracterizada por intercalações de arenitos siltosos e arenitos margosos, calcários siltosos e
areias. A espessura total da formação é de cerca de 300- 400m. Os sedimentos são da Idade
precoce do Paleoceno-Eoceno. A Formação do Grudja Superior representa a sequência basal
das transgressões marinhas do Terciário (Salman et al.,s/d).
9. Formação de Cheringoma
A Formação de Cheringoma é caracterizada por arenitos e calcários com fósseis, depositados
durante uma regressão marinha ocorrida no Eocénico. As fácies deposicionais desta formação,
rica em fósseis, correspondem a fácies marinhos rasos de alta energia na zona fótica,
incluindo águas marinhas oxigenadas e tropicais.
As fácies desta formação medem 50m de espessura e representam um ambiente aberto infra-
litoral, com águas claras, livres de finas partículas clásticas e de clima quente.
10. Complexo deltaico do Zambeze
Este complexo apresenta sedimentos recentes com uma espessura total de 4000m. A secção
compreende uma intercalação de conglomerados, arenitos e xistos, com as camadas e
inúmeras interfácies de hiatos e antigos canhões de erosão.
11. Formação Inharrime
Compreende uma sequência de dolomitos vermelhos, argilas vermelhas, e arenitos com
bandas individuais de anidrite. A espessura desta formação é de 100-350m, cujos sedimentos
foram depositados num ambiente lagunar restrito (Salman et al., s/d).
12. Formação Temane
Consiste em anidrites intercaladas em rochas sedimentares com argilas e arenitos vermelhos
que foram formados na parte central de uma lagoa salobra. As anidrites de Temane ocupam a
parte central da bacia e são similares em idade às camadas de Inharrime. A espessura da
formação é de 110m (Salman et al., s/d).
13. Formação Jofane
O Graben de Maniamba apresenta uma estrutura de um graben completo delimitado por falhas
que separam os terrenos precâmbricos dos sedimentos do Karoo. Para além de falhas
limítrofes, existem no interior da bacia falhas paralelas ao eixo principal do graben e outras
normais ao referido eixo. Trata-se de falhas normais e subverticais, o que sugere que a
formação desta bacia se deveu a um regime de forças distensivas (Afonso, 1986).
As falhas de bordadura e as formações ígneas (que se referem adiante) estão ligadas ao rifte
do Jurássico Inferior que originou as primeiras subsidências, permitindo a preservação das
formações do SGK nos grabens (Afonso, 1976).
A bacia do Médio Zambeze assenta sobre várias rochas do Meso- e Neoproterozóico.
A bacia ocidental está englobada na Bacia de Chicôa-Mecúcoè , ao passo que a oriental pode
ser dividida nas Bacias de Sanângoè-Mefidézi e Moatize-Minjova, esta com as extensões de
N’Condédzi para NW e de Mutarara para SE.
As formações sedimentares desta bacia apresenta idades que vão do Carbonífero Superior ao
Triássico Inferior (na zona de Moatize-Minjova) e ao Jurássico Inferior (nas zonas de Chicôa-
Mecúcoè e Sanângoè-Mefidézi) (Paulino, 2009).
Estas bacias são todas caracterizadas pela ocorrência de grandes depósitos de carvão.
As bacias do Médio Zambeze são ainda caracterizadas pela ocorrência de extensa actividade
ígnea.
1. Formação de Karoo
Esta é a unidade estratigráfica mais antiga da Bacia do Baixo Zambeze e consiste em
uma espessa sequência de rochas sedimentares do período Permiano. A Formação de
Karoo é composta principalmente por arenitos, folhelhos e carvão, e registra a deposição
de sedimentos em um ambiente de planície de inundação.
2. Formação de Batoka
Esta unidade é composta por uma sequência de rochas sedimentares depositadas durante
o Triássico Superior. A Formação de Batoka é composta principalmente por arenitos,
folhelhos e conglomerados, e indica a presença de rios e deltas na região durante esse
período.
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3. Formação de Victoria
Essa unidade é composta por uma espessa sequência de rochas sedimentares que foram
depositadas durante o Jurássico Inferior. A Formação de Victoria é composta
principalmente por folhelhos, calcários e arenitos, e indica a presença de um ambiente
marinho raso durante esse período.
4. Grupo de Rhaetiano
Este grupo é composto por uma sequência de rochas sedimentares depositadas durante o
Jurássico Superior. O Grupo de Rhaetiano é composto por arenitos, folhelhos e
calcários, e indica a presença de um ambiente marinho raso durante esse período.
5. Grupo de Inhassoro
Esta é uma unidade estratigráfica mais recente, composta por rochas sedimentares
depositadas durante o Cretáceo. O Grupo de Inhassoro é composto principalmente por
arenitos, folhelhos e calcários, e registra a deposição de sedimentos em um ambiente
marinho raso.
2.8.2. Estratigrafia
A estratigrafia dessa bacia é caracterizada por uma sequência de rochas sedimentares
que registram a evolução geológica da região ao longo de milhões de anos.
A estratigrafia da Bacia Sedimentar de Niassa pode ser dividida em várias unidades
principais, representando diferentes períodos geológicos. Aqui estão algumas das
principais unidades estratigráficas encontradas na bacia:
1. Grupo de Songwe
Essa é a unidade mais antiga da bacia e consiste em uma sequência de rochas
sedimentares depositadas durante o Neoproterozoico. O Grupo de Songwe é composto
por formações como a Formação de Inselberg, Formação de Bandawe e Formação de
Nthiwa, que são principalmente compostas por conglomerados, arenitos, folhelhos e
siltitos. Essas formações registram a deposição em ambientes fluviais, deltaicos e
lacustres.
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2. Grupo de Karoo
Essa unidade é composta por uma sequência de rochas sedimentares depositadas durante
o Permiano e Triássico. O Grupo de Karoo é subdividido em várias formações, como a
Formação de Luangwa, Formação de Madiba e Formação de Luwegu. Essas formações
são compostas principalmente por arenitos, folhelhos e siltitos, e indicam a deposição
em ambientes fluviais, lacustres e deltaicos.
3. Grupo de Ruhuhu
Esta é uma unidade estratigráfica mais recente, que ocorre principalmente no sul da
Bacia de Niassa. O Grupo de Ruhuhu é composto por uma sequência de rochas
sedimentares depositadas durante o Jurássico e Cretáceo. Ele inclui formações como a
Formação de Songwe, Formação de Manda e Formação de Chiweta. Essas formações
consistem em arenitos, folhelhos e calcários, representando ambientes marinhos rasos,
fluviais e lacustres.
4. Grupo de Malawi
Essa unidade está presente na região do lago Niassa e consiste em rochas sedimentares
depositadas durante o Cretáceo e Paleogeno. O Grupo de Malawi inclui formações como
a Formação de Chitimwe, Formação de Kapirichitatu e Formação de Kambwe. Essas
formações são compostas principalmente por arenitos, folhelhos e calcários, indicando a
deposição em ambientes fluviais, lacustres e deltaicos.
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Nota: Esta tabela geocronológica foi feita levando em conta ou tomando como critério a
fragmentação do Gondwana. Portanto, esta tabela está sujeita a mudança quando o
critério for diferente.
22
3. Conclusão
4. Referências Bibliográficas
Vasconcelos, L., Jamal, D., 2010. A Nova Geologia de Moçambique. In: Flores, D., Marques,
M., (Eds.), Memórias nº14, XVI Semana de Geoquímica/X Congresso de Geoquímica dos
Países de Língua Portuguesa, Porto, 53-66.