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Faizal Sualé Ussene


Elvis V. J. O. F. Nampula
Eleutério Domingos Uacate
Ernestina Julia Ramalho
Marcia Momade José
Mussa Aidar
Milota De Castro Pascoal
Rupela Eduardo Rupela

Crise Biológica quarta Extinção em Massa

Universidade Pedagógica
Nampula
2018
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Faizal Sualé Ussene

Elvis V. J. O. F. Nampula

Eleutério Domingos Uacate

Ernestina Julia Ramalho

Marcia Momade José

Mussa Aidar

Milota De Castro Pascoal

Rupela Eduardo Rupela

Crise Biológica quarta Extinção em Massa

Trabalho em grupo, de carácter avaliativo


da cadeira de Peleontologia Geral;
Leccionado por: Msc.

Universidade Pedagógica

Nampula

2018
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Introdução

O presente trabalho que tem como tema: Crise biológica no período Cretácico. Dizer que tratar-se-á
mais profundamente deste tema que incluirá todos os aspectos encontrados e discutidos durante a
pesquisa.

Como se sabe, a diversidade biológica cresceu e muito nos últimos 3,5 bilhões de anos. Organismos
multicelulares só apareceram no registro fóssil 1,4 bilhões de anos atrás, sem explicação para a
demora e depois se diversificam explosivamente a 600 milhões de anos atrás, no Cambriano recente.

É de salientar que os eventos de extinção em massa correspondem a perda de mais de ¾ das


espécies viventes num curto intervalo de tempo geológico. Ocorreram cinco grandes episódios
de extinções em massa no Fanerozóico (nos períodos Ordoviciano, Devoniano, Permiano,
Triássico e Cretáceo-Paleógeno), sendo o maior registrado no Permiano Superior. As causas
foram diversas, como impactos de asteróides, mudanças climáticas, vulcanismo e elevação do
nível dos mares.

Em suma, A extinção faz parte do processo de evolução, já que os organismos são capazes de se
adaptar às mudanças ambientais isto é, podem desenvolver as características necessárias, internas,
externas ou de comportamento para sua sobrevivência. Por outro lado, aqueles organismos que não
puderam adaptar-se se extinguiram. 
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Crise Biológica no Cretácico

O Cretáceo é um período do tempo geológico da Terra, correspondente ao final da Era Mesozóica. O


Cretáceo está compreendido entre 142 milhões e 65 milhões de anos atrás. O período Cretácico
pertence à Era Mesozóica (também chamada de Era dos grandes répteis) e ao Eón Fanerozóico.
No decorrer deste período foram acontecendo alguns fenómenos.

Principais acontecimentos e características:

Este período geológico é a última fase da era Mesozoica, sendo antecedida pelo Jurássico e Triássico,
respectivamente. Foi chamado de Cretáceo, porque a palavra vem do latim cretaceus, tendo como
significado duas expressões “relativo a argila” ou “calcário esbranquiçado”. Desta maneira foi
possível caracterizar as rochas brancas que surgiram durante o tempo de duração desta etapa.

É importante lembrar que este período ainda pode ser dividido em dois, o Cretáceo Superior (145 a
100 milhões de anos) e o Cretáceo Inferior (100 a 65 milhões de anos). Sendo este primeiro
marcado pelas características geológicas e flora. Já o segundo, remete-se ao desenvolvimento da
fauna.

Período Cretáceo Superior

 - Proliferação de milhares de espécies de plantas com flores e frutos em diversas regiões do


planeta Terra.
 - Fortes actividades geológicas, principalmente terramotos provocados por choques de placas
tectónicas.
 Domínio dos répteis gigantes, também conhecidos como dinossauros.
 Diversificação de várias espécies de dinossauros como, por exemplo, dinossauros com
chifres, hidrossauro e tiranossauro.
 Formação de grandes cadeias montanhosas, originárias a partir da movimentação e choque
entre placas tectónicas.
 Formação das reservas carboníferas e petrolíferas nas bacias sedimentares.
 Surgimento de várias espécies de peixes com organismos mais complexos. Os tubarões
surgem neste contexto.
 O clima do planeta Terra era mais quente do que o actual.
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Período Cretáceo Inferior

 Surgimento de novas espécies de dinossauros.


 Surgimento de plantas angiospermas.
 Início do processo de separação dos continentes.
 Surgimento de várias espécies de pássaros.
 Aparecimento das plantas monocotiledôneas.
 Aparecimento das primeiras espécies dos antepassados dos mamíferos placentários.

Padrões da Extinção

Apesar do evento ter sido severo, houve variabilidade significativa na taxa de extinção entre e dentro
de clados. Porque as partículas atmosféricas bloquearam a luz do sol, reduzindo a quantidade
de energia solar que chega à superfície da Terra, as espécies que dependem da fotossíntese sofreram
declínio ou extinguiram-se. Organismos capazes da fotossíntese, incluindo fitoplâncton e plantas
terrestres, formavam os alicerces da cadeia alimentar no fim do Cretáceo tal como hoje em dia.

Evidências sugerem que animais herbívoros morreram quando as plantas das quais dependiam se


tornaram raras; consequentemente, predadores do topo da cadeia tal como o Tiranossauros
rex também pereceram. Cocolitóforos e moluscos, incluindo amonitas, rudistas, caracóis de água
doce e mexilhões, e organismos cuja cadeia alimentarincluía estes construtores de carapaças,
tornaram-se extintos e sofreram perdas consideráveis.

Omnívoros, insectívoros e animais que se alimentam de carniça sobreviveram à extinção em massa,


talvez devido ao aumento da disponibilidade das suas fontes de alimento. No fim do Cretáceo,
pareciam não haver mamíferos puramente herbívoros ou carnívoros. Os mamíferos e aves que
sobreviveram às extinção alimentaram-se de insectos, minhocas e caracóis, que se alimentavam de
plantas mortas e matéria animal em decomposição.
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Extinção em Massa

Segundo Jablonski (1995), um evento é considerado como de extinção em massa quando a


taxa de extinção aumenta abruptamente num curto intervalo de tempo, ocorrendo numa extensão
global, envolvendo grande variedade de organismos. É uma extinção rápida com relação à duração
de vida dos táxons que são eliminados.
Envolve a destruição de biodiversidade (diminuição da diversidade/variedade de seres vivos
existentes numa determinada altura do registo geológico). Desaparecimento de grupos de espécies
inteiros devido a um fenómeno catastrófico e repentino (ou a uma combinação de fenómenos que
actuam em longo prazo).
Extinções em massa de espécies estão sempre ligadas a mudanças bruscas e radicais no meio
ambiente. Se a temperatura aumenta, por exemplo, organismos tropicais fogem para as zonas
temperadas, e os organismos polares podem ser dizimados. Mas se a temperatura resfria - se, uma
migração inversa ocorre, com prejuízo para os organismos tropicais, agora aprisionados em uma
armadilha mortal.
Além disso, essa extinção apresenta um dos padrões mais selectivos de todas as crises bióticas. Os
placodermes, grupo de peixes dominantes neste período, foram totalmente extintos. Os goniatites
(uma ordem de moluscos) também foram muito afectados restando somente poucas espécies.
A existência de extinções abrangendo um grande número de espécies, com maior ou menor
intensidade, se repetiu diversas vezes ao longo da história do planeta.

Causas das Extinções em Massa no Cretácico


 Alteração do nível do mar.
 Ciclos de Actividade Solar (Variações radiação solar.)
 Variações no campo magnético da Terra.
 Colisões de Meteoritos.
 Erupções Vulcânicas.
 Movimentos de Placas Tectónicas

Alguns pesquisadores acreditam que a presença de altas concentrações de irídio em uma fina camada
de sedimento depositado no limite K/T e encontrada em sedimentos marinhos e continentais em
inúmeras localidades em torno da Terra só pode ser explicada considerando-se a ação do impacto de
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meteoritos. Isso porque o irídio é um elemento só encontrado no manto terrestre ou em corpos


celestes como os meteoritos e cometas.
Outros cientistas já acreditam que por poder ter também o irídio origem no manto terrestre que, as
erupções vulcânicas foram o agente mais importante no desencadeamento da crise K/T, como
evidenciado no planalto de Decan, na Índia e Paquistão.
Este derrame teria produzido enormes quantidades de cinzas, alterando o clima global da Terra e a
química dos oceanos. Assim, tanto as erupções vulcânicas como os impactos de meteoritos são
mecanismos viáveis para explicar a extinção em massa verificada no limite Cretáceo.
Os répteis foram a forma de vida dominante na Terra durante muitos milhões de anos, e os
dinossauros representam a culminação de sua evolução.
Eram animais evoluídos e perfeitamente adaptados as condições de vida do ambiente em que viviam.
Na terminologia grega, deinos, significa “terrível” e  sauros, significa “lagarto”, dando origem a
palavra dinossauro.
Muitos estudos através de fósseis foram culminados para entender melhor sobre a história de vida dos
dinossauros e suas relações com o ambiente.
As rochas do cretáceo são ricas em restos de plantas e animais que viveram há muitíssimo tempo, e
que mortos, foram conservados e enterrados em sedimentos trazidos pelo mar – iniciou o seu trabalho
de triagem, identificação e classificação no mercado de fósseis.

As principais Teorias que Explicam a Extinção em Massa

1. Alterações climáticas

Outra teoria divergente advoga uma violenta alteração climática como agente desencadeador do


processo de extinção. Caracterizada por uma queda acentuada na temperatura global e pela inundação
de longas áreas de terra, essa alteração climática teria causado a morte súbita de espécies vegetais e
animais intolerantes a mudanças no clima. Já as inundações, forçaram centenas de espécies
amigrar para novas áreas que, na maioria das vezes, não se enquadravam no modelo de habitat ao
qual essas espécies estavam adaptadas. Muitos dinossauros nem sequer puderam migrar, pois ficaram
ilhados devido aos alagamentos. Com a morte da maior parte da vida vegetal, todos os níveis
tróficos da teia alimentar de então foram gravemente afectados e os biomas terrestres entraram em
colapso, a falta de comida e os níveis de competição conduziram os dinossauros restantes a uma
morte lenta e inevitável.
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Essa teoria generaliza demais os aspectos da extinção K-T e por isso não tem sido muito aceita. Não
se pode comprovar que tantas espécies vegetais morreriam devido a uma mudança no clima e, mesmo
que a maioria morresse, acredita-se que algumas espécies pudessem sobreviver e continuar servindo
de alimento para alguns dinossauros herbívoros que não teriam morrido com as alterações no clima,
já que muitos dinossauros, principalmente os de grande porte, poderiam ser tolerantes a mudanças
nos factores abióticos dos ecossistemas em que viviam.

Existe também a teoria de que as alterações climáticas, o vulcanismo intenso e o impacto de um


meteoro estejam interligados, já que o impacto de um meteoro provoca uma grande onda de choque
no Manto da Terra, o que faria com que violentas explosões acontecessem no lado oposto do globo,
causando o vulcanismo. Além disso, as cinzas, lançadas pelos vulcões, e os detritos, pelometeoro,
poderiam causar as mudanças climáticas. A serie de agentes químicos lançados na atmosfera se
combinaria e formaria grandes quantidades de chuva ácida, prejudicando a biodiversidade marinha e
a biodiversidade vegetal.

2. Duas catástrofes distintas

A descoberta de que a extinção dos dinossauros teria ocorrido milhares de anos após a queda do
asteroide obrigou, contudo, a reconsiderar todas as teorias alternativas anteriormente propostas.

Surge então uma nova hipótese, bastante aceita atualmente, segundo a qual o asteroide não teria, só
por si, causado a extinção K-T, mas teria agido em conjugação com outro fenômeno distinto, cuja
ação se manifestou apenas milhares de anos mais tarde. De fato, é muito provável que após a queda
do asteroide, alterações climáticas significativas que se teriam verificado tenham concorrido para o
desaparecimento das restantes espécies animais e vegetais. Esta "nova" hipótese explicativa
corresponde de fato à "união" de outras duas teorias pré-existentes.

3. Vulcanismo maciço

Uma outra teoria justifica a extinção K-T como resultado de intensas e duradouras erupções
vulcânicas ocorridas há 65,5 milhões de anos na faixa de terra que forma hoje o Planalto de Deccan,
no centro da Índia. Tais erupções teriam prosseguido por milhares de anos, tempo suficiente para que
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verdadeiros mares de lava basáltica fossem expelidos através da crosta terrestre. As erupções teriam


libertado também gases e poeira suficientes para envenenar toda a atmosfera terrestre durante anos,
impedindo que a luz do Sol alcançasse a superfície do planeta.

Os efeitos desta catástrofe natural sobre a biodiversidade terrestre e marinha teriam sido semelhantes


aos efeitos que o impacto de um asteróide com a Terra desencadearia naquela mesma época, adágio
disso é que em ambos os casos a extinção das espécies ocorreria na mesma ordem da cadeia
alimentar, com a morte dos produtores primários (dos quais podemos destacar os
vegetais autotróficos, que sem a luz do Sol não conseguiam fazer fotossíntese) em um primeiro
momento, depois os consumidores primários (que precisavam se alimentar dos produtores para viver)
e por fim os predadores.

A actividade vulcânica do fim do Cretáceo e a presença de irídio nas rochas datadas deste período
poderiam estar directamente interligadas, uma vez que no interior da Terra o irídio está presente em
pequenas quantidades e normalmente não sobe à superfície, a menos que ocorram erupções
vulcânicas.

Ainda não se pode afirmar com exactidão se a actividade vulcânica intensa do fim do Cretáceo
Superior teve alguma relação com o impacto do asteróide com a Terra, mas, independente de qual
teoria estiver correcta, já é cientificamente aceito que o vulcanismo colaborou directamente com a
extinção K-T.

Existe uma grande gama de evidências de que a extinção K-T, ao contrário do que muitos pensam,
teria sido um processo muito lento, o que favorece teorias como a do vulcanismo.

4. Desequilíbrio na teia alimentar


Teoria de que houve um enorme desequilíbrio populacional entre as espécies carnívoras e herbívoras,
de modo que a acção predatória dos carnívoros tenha exterminado os herbívoros lentamente. No fim,
os carnívoros acabaram morrendo de fome, pois não havia mais herbívoros que lhes servissem de
alimento. A teoria foi abandonada por não explicar a extinção das espécies vegetais e marinhas e por
não terem sido encontrados vestígios de tal desequilíbrio entre populações herbívoras e carnívoras.

5. Fracasso na co-evolução das plantas e dos dinossauros


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 Há ainda uma hipótese de que, por um processo de evolução, os vegetais tenham se tornado
venenosos, tóxicos ou tenham perdido as substâncias necessárias para alimentar grande parte dos
animais herbívoros da época, incluindo os dinossauros, com isso incontáveis espécies animais teriam
morrido de fome ou de intoxicação. Essa teoria não se encaixa com o fato de que muitas espécies
herbívoras e até marinhas também desapareceram na extinção K-T, além disso, os estudos mais
recentes mostram que no fim do Cretáceo as plantas continuavam nutritivas e não se tornaram
tóxicas, ao contrário do que afirmavam os defensores desta teoria.

6. Epidemias

 Apesar de a maioria das teorias anteriores às publicações de Alvarez estarem actualmente obsoletas,
algumas ainda são estudadas, exemplo disso é a teoria de que a extinção K-T teria sido causada por
uma epidemia global. É, no entanto, pouco provável que uma só doença matasse tantas espécies
diferentes, de fato, se houve uma epidemia que matou todos os tricerátopos não significa que ela
tenha atingido também os paquicefalossauros ou outros. De qualquer forma, essa teoria não explicaria
o desaparecimento conjunto de espécies vegetais e outros animais. Além disso, para se espalhar por
todo o mundo, o vírus ou a bactéria causadora da doença precisaria atravessar o oceano para poder
infectar mais animais, o que seria extremamente difícil de acontecer.

Fim do Cretácico

O final deste período foi dramático para todos os seres vivos da Terra, principalmente para os
maiores animais. Isto porque, de acordo com os historiadores e demais estudiosos, no fim do
Cretácico.

Foi no final deste período que o planeta passou por uma profunda e avassaladora crise, de acordo
com os pesquisadores, que teria provocado a extinção de mais da metade das espécies que vivam no
planeta naquela época.  Alguns estudiosos acreditam que o impacto de um grande meteoro teria sido
o causador das alterações na Terra.

Outras teorias sugerem que a crise biótica teria se formado devido ao aumento das actividades
vulcânicas no planeta.  O cataclisma ambiental provocou a extinção dos dinossauros.  A partir de
então, surge um nova era, a Cenozoica.
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Conclusão
Depois de tanta pesquisa e tendo efectuado a leitura completa do trabalho acima referenciado
conclui-se que:
Muitas teorias para a extinção dos dinossauros foram propostas, mas as provas eram insuficientes
para corroborar com as teorias. Dessa forma algumas possíveis causas para extinção em massa dos
dinossauros foram elucidadas:
A mudança climática que ocorreu durante o período Cretáceo.
A inversão do campo magnético da Terra invertendo a polaridade (norte em sul, e sul em norte). Com
essa inversão, a magnetosfera, escudo formado pelo campo magnético que envolve o planeta, está
debilitada, permitindo a entrada de radiação ionizante procedente do Sol. Algumas hipóteses sugerem
que as inversões de polaridade podem ser causadas por impactos de meteoritos.
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Referencias Bibliográficas

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1º edição Porto: Porto Editora, 2010
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Tucson,The University of Arizona
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 Diamond, J.M. 1994. Historic extinctions: a Roseta Stone for understanding prehistoric
extinctions. In: MARTIN, P.S. & KLEIN, R.G. (eds.). Quaternary extinctions – a prehistoric
revolution.Tucson.
 LENTON, T.M. The coupled evolution of life and atmospheric oxygen. In:
ROTHSCHILD, L.J.; LISTER, A.M. Evolution on Planet Earth – the impact of the
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 FREEMAN, S.; HERRON, J. C. Análise Evolutiva. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009

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