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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

Núcleo de Ciências Exatas e da Terra - NCET


Curso de Ciências Biológicas

ERA PALEOZÓICA: A EVOLUÇÃO DOS DIÁPSIDOS E SINÁPSIDOS ,


EXTINÇÕES E CARACTERÍSTICAS PALEOGEOGRÁFICAS DO PERÍODO.

Disciplina: Paleontologia
Docente: Dr. Miguel Santanna
Discentes: Juliana Enes; Laura Parente; Tharles Frota

MARÇO/2023
PALEONTOLOGIA - SEMINÁRIO

Falar detalhadamente sobre a EVOLUÇÃO DOS DIÁPSIDOS E SINÁPSIDOS do


paleozóico

1. Formas de transição de répteis para mamíferos (mammaliformes Therapsida)


(Tharles)
- Linhagens cinodontes (podendo passar do início do Mesozóico)

2. Extinções do Paleozóico (laura)


- causas da extinção do Permiano e suas consequências, o que aconteceu com a
biota terrestre e marinha.

3. Paleogeografia, condições paleoambientais(Juliana):


- paleoclima:
- condições atmosféricas
- nível de O2 nos mares e outras características relativas ao ambiente terrestre e
marinho - dados geoquímicos dos mares.
2. Extinções do Paleozóico (laura)
- causas da extinção do Permiano e suas consequências, o que aconteceu com a
biota terrestre e marinha.

● Causas da extinção do Permiano

Ao longo do Permiano, o mundo experimentou um grande ciclo regressivo, distúrbios


magnéticos, vulcanismo extenso e mudanças paleogeográficas. Estes processos, em
combinação, podem ter induzido grandes mudanças nos ambientes marinho,terrestre e
atmosférico. Inicialmente imaginava-se que a extinção em massa do final do Período
Permiano seria provocada pela queda de meteoritos (entre eles o que produziu o
astroblema próximo ao Município de Araguainha,Estado Mato Grosso).Grandes impactos de
meteoritos ocorrem coincidentemente com intervalos de extinção em massa. Variações
bruscas na concentração de enxofre são apontadas como causa da extinção em massa.
Quedas de meteoritos, além dos estragos regionais, poderiam provocar desestatificação
das massas oceânicas,liberando,por exemplo, grandes concentrações de enxofre nas
águas marinhas. . Variações bruscas nas concentrações isotópicas deste elemento foram
identificadas na China. A concepção de extinção provocada por impacto de meteoritos vem
sendo amplamente questionada, pois, além da escassez de elementos como o irídio no
limite Permiano-Triássico. Os dados paleontológicos recentes têm mostrado que a extinção
pode ter ocorrido de forma gradual e anterior ao impacto de meteoritos. Outro contexto em
que a desestratificação dos oceanos levaria à liberação de enxofre nos oceanos inclui a
ação de vulcanismo. Grandes derrames de rochas vulcânicas na Sibéria poderiam ser o
gatilho para a extinção em massa do limite Permiano-Triássico. Segundo KAMO et al.,
(2003), a coincidência temporal do vulcanismo siberiano como limite Permiano-Triássico a
extinção em massa uma importante evidência que apontaria esta como a causa da extinção
do final do Período Permiano. Estes autores mostram que a extrusão de 6500m de
seqüência vulcânica ocorreu em apenas 600mil anos,liberando grandes quantidades de CO
2 e SO 2 , numa velocidade que, segundo os autores, devastaria atmosfera e a biosfera.
Variações na concentração de outros elementos químicos também podem provocar
desequilíbrio na biosfera. Estudos no intervalo Permiano-Triássico mostraram Ocorrência
altas concentrações de Na,Mg, Ca, Cl, SO 4 HCO 3 , e decréscimo da concentração de P.
As biotas dos mares epicontinentais poderiam ser afetadas gravemente pela entrada de
águas subterrâneas anóxicas com estas características. Outro caminho para se desvendar
as causas da crise é a análise do zoneamento climático e da dinâmica de suas
modificações.O Zoneamento Importante pro Entendimento das reorganizações da biosfera,
especialmente em intervalos de extinção em massa. O aquecimento global ocorrido no
limite Permiano-Triássico Resultou em Rápidas Mudanças Ecológicas(CHUMAKOV &
ZHARKOV,2003). Talvez o anacronismo de sua deposição indique que este evento não foi
uniforme em escala global (HORI,2005). Certamente estes eventos de anoxia-disoxia têm
impactos fauna e na flora dos mares em que ocorrem, mas as concentrações de oxigênio e
gás carbônico da época não seriam capazes de provocar extinções em vertebrados, que
também sofreram com a crise do final do Período Permiano.O monóxido de carbono pode
ser produzido através de metano, em condições favoráveis de temperatura, pressão e
presença de vapor d'água. Grandes concentrações de monóxido de carbono seriam letais
para os vertebrados(ENTRE,2004),e evidências de altas concentrações de metano foram
descritas para a interface Permiano-Triássico(YIN,et al.2007). Em contrapartida às teorias
que atribuem o início do desequilíbrio biológico aos oceanos, PONOMARENKO (2006)
sugere que a crise pode ter se iniciado nos continentes durante o Lopingiano, de forma
discreta, causada por processos da biosfera e, em menor importância,talvez até por
influências externas.

● Mudanças na biosfera
O Permiano-Triássico é o intervalo onde ocorre a transição de uma biota glacial para uma
biota de clima"quente",livre de períodos de glaciação. A diversidade das biotas marinhas e
continentais diminuíram drasticamente, em mudanças que definiriam o panorama do mundo
mesozóico. Em termos globais, a extinção do final do Período Permiano foi caracterizada
pelo desaparecimento de 50%das famílias 80-95%das espécies viventes. ocorreram a
extinção de fusulinídeos,corais rugosos tabulados(ordens), duas ordens de briozoários,
productídeos (ordem) e algumas ordens de braquiópodes articulados, trilobitas
(classe),euripterídeos (ordens),blastoides (sub-filo) diversas subclasses de equinodermos
(em sua maioria crinóides). Mudanças dramáticas também ocorreram nos continentes.
Os grupos sobreviventes experimentaram queda abrupta de diversidade. Os conodontes,
por exemplo, sofreram diminuição gradual do número de famílias e gêneros ao longo do
Neopermiano.

Fig1. Conodonte, vertebrado primitivo que existiu há 540 m.a entre o Paleozóico e Mesozóico.
volumes maiores de elementos químicos indicam que a diminuição da diversidade não foi
tão brusca como se imaginava a princípio.As maiores reorganizações da biosfera
ocorreram da segunda metade do Eopermiano à Idade Induana,do Período Triássico. A
estabilidade das estruturas paleogeográficas sugere que as transformações sofridas pela
biosfera foram provavelmente causadas por mudanças ambientais lentas e sucessivas,ao
invés de eventos paleotectônicos e paleogeográficos drásticos. O evento de extinção em
massa provocou mudanças profundas na fauna de ostracodes marinhos, em termos
globais.
Os antigos grupos de ostracodes típicos do Paleozóico abriram espaço para ostracodes
“modernos”
extraído de: wikipedia
Fig. Ostracode moderno, crustáceos com concha bivalve com quitina carbonato de cálcio e mg.

Extraído de Galerie de l’Observatoire Océanologique de Villefranche-sur-Mer.


Fig. radiolário, protozoário da classe Actinopoda. São marinhos e planctônicos,
caracterizados principalmente por uma “testa silicosa”, se alimentam utilizando seus
pseudópodes, geralmente de bactérias e algas

As populações de radiolários, assim como os ostracodes, também mostram magnitude e a


época de ocorrência da extinção em massa pode não ser uniforme ao redor do globo. A
análise de formados por radiolários na Nova Zelândia mostra que o nível de extinção em
massa ocorreu com atraso nesta parte do globo, assim como o intervalo de condições
anóxicas no oceano.
As evidências da última década do século passado apontavam para o desenvolvimento de
evento de extinção em dois pulsos,o primeiro intervalo Guadalupiano-Lopingiano e o
segundo no intervalo Lopingiano-Indiano,oque sugere existência de longo intervalo de
extinção em massa. O plâncton dos mares, no limite Permiano-Triássico, era
predominantemente composto por radiolários. Deste modo, o estudo da sucessão de
radiolários infere resultados sobre o comportamento destes seres planctônicos no intervalo
de extinção em massa.
Os organismos que,durante o intervalo de extinção, sofreram redução de suas populações
mantiveram volume corporal inalterado e tenderam a ser extintos. No entanto, aqueles que
evoluíram para formas de menor tamanho corporal puderam manter suas populações em
números constantes e sobreviver ao intervalo de extinção, além de conservarem sua
presença no registro fossilífero. Este tipo de adaptação garantiu a sobrevivência de alguns
grupos de braquiópodes, pois a sua miniaturização foi responsável pelo aumento da
população de indivíduos.

O efeito da extinção em massa também pode ser avaliado com base em


icnofósseis. Bioturbações atribuídas a uma espécie de inseto foram observadas em
igual abundância antes e após o evento de extinção, mostrando que a espécie em
questão sobreviveu à passagem. Outros estudos mostram que algumas populações
de insetos alados aumentaram em diversidade e abundância na Idade
Changhsingiana, como o grupo dos griloblatídeos, cujos números de famílias é o
dobro em relação ao Chaghsingiano Inferior (ARISTOV,2002).Após o evento de
extinção,no Eo Triássico, os insetos alados experimentaram ampla diversificação e
expansão , como no caso dos chaulioditídetos, que se tornaram grupo dominante do
intervalo (ARISTOV, 2002). Fósseis-chave para a determinação da evolução de
insetos do Neopermiano e Eotriássico foram descritos na Rússia e Sibéria.
Os pelicossauros surgiram no período Carbonífero e foram extintos no período
Permiano, há cerca de 248 milhões de anos atrás.

Foram répteis providos de crânio sinápsido, com apenas uma abertura temporal
inferior situada entre esquamosal, pós-orbital, jugal e quadrado-jugal.
(Carvalho,2004).

Atualmente são considerados um grupo parafilético, que agrupa diversos animais


basais chamados de mamíferos reptilianos, da classe Synapsida, tendo como
únicos representantes vivos os mamíferos (BOTHA-BRINK, J.; MODESTO, S.P.,
2007).
Ao contrário da maioria dos sinapsídeos basais, alguns edafossaurídeos eram
herbívoros, como mostra a estrutura do crânio e dos dentes. Na verdade, eles foram
talvez os primeiros animais tetrápodes – certamente os primeiros amniotas – a
adotar um estilo de vida herbívoro.
Em destaque temos os Edaphosauridae, um grupo de herbívoros com grande porte
e uma vela dorsal. Em semelhança aos Edaphosaurus, o Dimetrodon do grupo
Sphenacodontidae, também possuíam um vela alongada dorsal, no entanto eram
animais carnívoros com dentes grandes e afiados, de grande porte podendo chegar
até 3 metros comprimento.

O alongamento na parte dorsal, tinham, supostamente, a função de


termorregulação, permitindo uma maior área de superfície para liberação ou
absorção do calor. Embora essa seja a característica mais chamativa dos
pelicossauros, nem todos os representantes possuíram esse órgão dorsal, grupos
como Eothyridae, Caseidae, Varanopidae e Ophiacodontidae foram formas de porte
pequeno e médio, sem a vela dorsal (CARVALHO, 2004).

Ordem Therapsida (Permiano inferior – Cretáceo inferior ou Paleoceno superior)

Descendentes dos pelicossauros, assumindo o posto de vertebrados terrestres


dominantes durante o período Permiano Médio.

Ancestrais dos mamíferos, os terapsídeos, foram adquirindo características


cinodontes e mamíferas ao longo de sua história evolutiva, como por exemplo, o
palato secundário ósseo que possibilitou com que pudessem respirar e mastigar os
alimentos simultaneamente.
O grupo basal de terapsídeos conhecido como Biarmosuchia apresentava um
número reduzido de dentes, porém os caninos estavam presentes tanto na
mandíbula superior quanto na inferior, e o desenvolvimento de maior quantidade de
músculos na região da mandíbula que permitia uma mastigação mais eficiente.

Os terapsídeos carnívoros do final do Permiano já apresentavam membros com


uma postura ereta. Alguns tinham membros traseiros semi-eretos.

Biarmosuchia

Plantas

O Período Permiano (280-230.000.000 anos atrás) foi caracterizado originalmente


por florestas típicas de carvão, que são substituídos depois de coníferas primitivas,
especialmente em regiões montanhosas de clima semi-deserto. Em algumas áreas
do hemisfério sul, as plantas mais comuns foram representadas por um grupo de
fetos especiais (Glossopteris). Apareceram muitas novas espécies de insetos,
incluindo besouros e libélulas verdadeiras.

Conclusão

A análise de dados publicados mostra que, para a maior parte dos grupos de animais, os
registros fossilíferos imediatamente após a passagem para o Triássico são incompletos,
quando comparados aos registros do Permiano Superior ou do Triássico Médio também
reportam a falta de radiolários no Triássico Inferior,mas não definem se é devido à
existência de um hiato para o'intervalo, à má preservação dos microfósseis ou problemas
na coleta de amostras. Fósseis bem preservados de invertebrados do Eotriássico
evidenciam a lenta recuperação da fauna após o evento de extinção em massa. Este
panorama pode ser estendido para a maior parte dos grupos de organismos, inclusive os
protistas planctônicos, pois os ambientes neríticos encontravam-se devastados e a
recuperação da biosfera foi bastante lenta.

Referências

Tomassi, H. Z. (2011). REVISÃO DA SUCESSÃO FOSSILÍFERA GLOBAL NA EXTINÇÃO EM


MASSA DO LIMITE PERMIANO-TRIÁSSICO REVISÃO DA SUCESSÃO FOSSILÍFERA GLOBAL NA
EXTINÇÃO EM MASSA DO LIMITE PERMIANO. Revista de Biotecnologia & Ciência• Vol, 1(1), 11-
40.

(Tharles)
2. Formas de transição de répteis para mamíferos (mammaliformes Therapsida)
-
- Linhagens cinodontes (podendo passar do início do Mesozóico)

ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS MAMÍFEROS

As estruturas cranianas, e em particular, os dentes são os fósseis mais abundantes, e é principalmente a partir dessas
estruturas que podemos identificar a descendência evolutiva dos mamíferos.
Os primeiros sinápsidos diversificaram-se amplamente em formas herbívoras e carnívoras, denominadas em
conjunto como pelicossauros.
De um grupo inicial de pelicossauros carnívoros surgiram os terápsidos, o único grupo de sinápsidos
que sobreviveu após a Era Paleozóica.
Os therapsídeos descendem do grupo dos pelicossauros desde o período Permiano Médio (265 milhões de
anos) e assumiram a posição de vertebrados terrestres dominantes. Eles diferem de pelicossauros em
diversos caracteres do crânio e mandíbulas, incluindo maiores fenestras temporais e incisivos iguais em
tamanho.

Um grupo de terápsidos que sobreviveu até a era Mesozóica foi o dos cinodontes.
3. Paleogeografia, condições paleoambientais(Juliana):
- paleoclima:
- condições atmosféricas
- nível de O2 nos mares e outras características relativas ao ambiente terrestre e
marinho - dados geoquímicos dos mares.

Para entender a evolução dos Diápsidos e Sinápsidos, assim como dos vertebrados em
geral, é preciso observar que as condições da Terra na Era Paleozóica se diferem
substancialmente das condições apresentadas hoje no planeta. Isso está relacionado
principalmente com a deriva continental sofrida gradualmente pela massa de terra, visto que
cada latitude representa uma reflexão diferente à luz solar, e que a proximidade da região
com o oceano tende a minimizar mudanças de temperatura, além de fornecer umidade
(Pough, 2008).
Fig 1: Tempos geológicos.

Fonte: Prof. Alexei Nowatzki, geógrafo, DR.

No início da Era, os níveis do mar e de dióxido de carbono eram altos, e a concentração do


gás levou a um efeito estufa, com a Terra experimentando climas muito quentes e secos
(durante o Cambriano e boa parte do Ordoviciano), manifestando condições inadequadas
para a invasão terrestre das plantas. Esse cenário muda no Ordoviciano Superior, quando
uma glaciação acontece, levando as temperaturas a caírem drasticamente. Tal fator
contribuiu para a formação de algumas regiões mais úmidas e frias, as quais, no Período
Siluriano, pudessem iniciar o desenvolvimento de um ecossistema terrestre. Durante o
Devoniano, a Terra passou por relativa estabilidade climática até quase o final do período,
quando houve novas glaciações cobrindo a Gondwana do Carbonífero até o Permiano
Inferior. Nessa mesma época, os níveis do mar oscilavam com bastante frequência, motivo
da formação cíclica dos depósitos de carvão (Pough, 2008). Esses depósitos são fruto da
imensa quantidade de material orgânico morto, que foi se acumulando em camadas densas
e encharcadas. As rochas eventualmente se sobrepõem a essas camadas, com os milhares
de anos, causando uma pressão a qual, junto com o calor do interior da Terra, prensaram
as camadas transformando-as no citado combustível fóssil (NatGeo, 2011).

Referências bibliográficas:
1 - The Story of Earth (A história da Terra), Yavar Abbas, National Geographic, 2011,
acesso <https://www.youtube.com/watch?v=rBSw3jw0Eag&ab_channel=musiclopes>
2 - A vida dos vertebrados, POUGH F. Harvey et al, 4° ed, São Paulo SP, 2008.
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