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Felismina Artur
Estruturas Sedimentares
Universidade Rovuma
Nampula
2022
Agostinho António Ricardo
Felismina Artur
Estruturas Sedimentares
Universidade Rovuma
Nampula
2022
Índice
1.1.Introdução
As estruturas presentes nos depósitos sedimentares, podem ser usadas na interpretação dos
processos e das condições de deposição, das direções das paleocorrentes que transportaram os
sedimentos e os depositaram e, em áreas de depósitos com camadas dobradas, as forças e efeitos
que as deformaram.
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1.2.Objectivos do Trabalho
Tendo em vista alcançar o objectivo acima mencionado, torna-se necessário definir as seguintes
linhas de actuação:
1.3.Metodologia do Trabalho
São configurações ou feições observadas na rocha sedimentar produzidas por processos físicos,
químicos ou biológicos durante ou após o processo deposicional no ambiente sedimentar (Suguio,
2003).
As estruturas sedimentares podem ser usadas para deduzir os processos e as condições de deposição, as
direções de paleocorrentes que os sedimentos foram depositados e, em áreas de rochas dobradas, o
sentido de topo dos estratos.
2.1.3. Camada
Tabela 1. Classificação das estruturas sedimentares inorgânicas primárias (Selley, 1976 apud
(Suguio, 2003)
➢ Marcas de Objectos;
➢ Marcas onduladas.
Sin-deposicionais ➢ Maciça; Principalmente deposicionais
(intraestratais) ➢ Estratificação plana;
➢ Estratificação cruzada;
➢ Estratificação gradacional;
➢ Laminação plana;
➢ Laminação cruzada.
Pós-deposicionais ➢ Escorregamento e deslizamento; Principalmente
(deformacionais) deformacionais
Estruturas de deformação plástica:
➢ Laminação convoluta;
➢ Acamamento convoluto;
➢ Estruturas de sobrecarga.
2.2.1.1.Estruturas pré-deposicionais
São feições que ocorrem nas superfícies entre as camadas e são formadas antes da deposição
das camadas sedimentares imediatamente superpostas. Estas estruturas são frequentemente
designadas de marcas basais (bottom structures) ou marcas de sola (sole marks) e são
interestratais, isto é, situadas entre as camadas. As suas origens são principalmente erosivas.
2.2.1.1.2. Canais
são estruturas de escala ampla, com extensão variando de metros até quilômetros que ocorrem
geralmente em sítios de transporte de sedimentos por períodos relativamente longos.
Os canais mais bem estudados são os de origem fluvial. O estudo de paleocanais permite
deteminar profundidade, largura, comprimento e os sentidos das paleocorrentes. Essas feições
podem ser importantes como reservatórios de hidrocarbonetos ou de água, jazidas aluviais de
minerais metálicos (cassiterita, ouro, etc.) e não-metálicos (diamante) .
As estruturas de escavação e preenchimento (cut and fill ou scour and fill), também chamadas
de estruturas de corte e recheio são feições erosivas bem menores que os canais, sendo as suas
dimensões de decímetros a alguns metros. Em ambientes fluviais, representam discordâncias
locais (ou diastemas), que envolvem curtos intervalos de tempo como, por exemplo, entre uma
enchente e a subsequente.
Por vezes, a diferença granulométrica entre dois estratos é tão sutil, que só pode ser detectada
ao microscópio.
As camadas frontais das estratificações cruzadas podem ser tabulares (planas) ou tangenciais
(assintóticas na base).
Várias denominações têm sido usadas para designar padrões específicos de estratificações
cruzadas, que podem apresentar certas implicações genéticas, e, portanto, tornam-se bastante
importantes. Alguns desses exemplos é a seguinte:
a) Estratificação cruzada espinha- de-peixe (herringbone crossbedding): forma-se devido
a movimentação de fluxo e refluxo das correntes de maré. A corrente é bidirecional, onde
as sequências de estratificações cruzadas, em unidades adjacentes, exibem sentidos opostos.
b) Gretas de dissecação
São estruturas que se desenvolvem em sedimentos argilosos, quando expostos a acção da
atmosfera por considerável espaço de tempo. A argila fica sujeita a contração devido a
dissecação e aparecem fissuras transversais ao acamamento, que separam blocos em forma de
polígonos de contornos irregulares, sendo mais comuns aqueles de seis lados (não raro de três
a cinco lados).
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c) Diques clásticos
Os chamados diques clásticos são geralmente compostos de material arenoso penetrando, sob
forma de corpo mais ou menos tabular e discordante, camadas argilosas ou de outra natureza.
Os diques de preenchimento tendem a ser regulares, enquanto o dique de injeção acham-se
deformados, originando até dobras ptigmáticas.
d) Boudinage sedimentar
Sabe-se que as composições química e mineralógica dos sedimentos podem ser modificadas,
em maior ou menor intensidade durante a diagênese, às vezes com completa obliteração das
feições primárias.
Algumas das principais estruturas sedimentares químicas são concreções (ou nódulos),
estilólitos, cones-em-cones e septárias.
b) Estilólitos
Este é um termo usado para designar uma estrutura de dissolução, que se desenvolve em geral
sobre rochas calcárias, exibindo feições de colunas cilíndricas ou piramidais verticalmente
estriadas, que se interpenetram. Em seção perpendicular ao acamamento, imitam traçados
irregulares feitos por um estilete, vindo daí o seu nome.
c) Cones-em-cones
São estruturas que ocorrem em finos veios de calcário fibroso, de até 15 cm de espessura,
contidos em folhelhos. Assemelham-se a diversos cones concêntricos superpostos (algumas
vezes aparece apenas um), com o eixo normal ao acamamento.
As estruturas vetoriais são caracterizadas pela polaridade ligada à sua origem, isto é, podem
fornecer os sentidos de fluxo das paleocorrentes deposicionais.
O significado desses estudos é por demais óbvio, pois as paleocorrentes deposicionais são
imprescindíveis na reconstituição paleogeográfica de uma bacia sedimentar.
Os estudos de paleocorrentes deposicionais, por meio das estruturas sedimentares vetoriais,
envolvem um mapeamento sistemático dessas feições.
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3.1.Conclusão
As estruturas primárias são aquelas geradas nos sedimentos durante ou logo após a deposição,
podem ser divididas em estruturas inorgânicas, que incluem marcas onduladas, estratificação
cruzada, e escorregamentos, e estruturas orgânicas, como escavações, perfurações e pegadas.
Por sua vez, as estruturas sedimentares primárias inorgânicas são divididas segundo sua génese em
pré-deposicional, sin-deposicional e pós-deposicional.
Estruturas sedimentares secundárias são aquelas formadas após a sedimentação. Elas são
resultantes geralmente de processos químicos
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3.2.Referências Bibliográficas
Correa, I. S. (2022). Estruturas de Rochas Sedimentares. Rio Grande do Sul- Brasil: Porto
Alegre.