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Almeida Maya Eduardo Maússe

Aspásia Jonas Sulate


Ancha Charifa Omar Charifo
Bridget Cachele
Chimild da Graça Elias Branquinho
Elísio Alberto

Geomorfologia cársica
(Licenciatura em Geologia)

Universidade Rovuma
Nampula
2021
Almeida Maya Eduardo Maússe
Aspásia Jonas Sulate
Ancha Charifa Omar Charifo
Bridget Cachele
Chimild da Graça Elias Branquinho
Elísio Alberto

Geomorfologia cársica

(Licenciatura em Geologia)

Trabalho de carácter avaliativo referente a


Cadeira de Geomorfologia curso de
Geologia, leccionado na Faculdade de
Geociências da Universidade Rovuma com
recomendações do Docente: MA. Alexandre
Albino.

Universidade Rovuma

Nampula

2021
Índice
1. Introdução.................................................................................................................................4

1.2. Objectivos.........................................................................................................................5

2. Breve historial..........................................................................................................................6

2.1. Geomorfologia cársica..............................................................................................................6

2.2. Feições cársticas....................................................................................................................7

3. Carstificação.............................................................................................................................8

3.1. Condições para carstificação.................................................................................................8

4. Formas e Características do modelo cársico.......................................................................10

4.1. Representação esquematizada das principais formas de relevo cársico..............................14

5. Conclusão...............................................................................................................................15

6. Bibliografia.............................................................................................................................16
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1. Introdução
O relevo é o resultado da interação entre os processos endógenos, que são responsáveis pela
estruturação do relevo, e os processos exógenos, que o modelam.

Segundo Sweeting (1981), a geomorfologia cárstica é o estudo das formas de relevo em regiões
calcárias, bem como daquelas paisagens similares em outras rochas solúveis.

No âmbito da realização do trabalho far-se-á uma abordagem de conceitos concernentes a


geomorfologia cársica com grande enfase nas formas características do modelo cársico, sua
génese e processos formadores, paisagens típicas e condições favoráveis à sua formação.

Este trabalho, enquadra-se no âmbito da cadeira de Geomorfologia que tem em vista fazer o
estudo da geomorfologia cársica.
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1.2. Objectivos
Geral

 Este material foi criado de forma a fazer uma abordagem direta, objetiva e didática dos
tópicos mais relevantes da Geomorfologia cársica.

Específico

 Falar da geomorfologia cársica e seus processos na formação do relevo.


 Explicar ação dos processos e agentes modeladores do relevo na geomorfologia cársica.
 Descrever e caracterizar as principais formas de relevo decorrentes da geomorfologia
cársica.
 Ilustrar as principais formas de relevo que compreendem a geomorfologia cársica.

Metodologia

Para concretização do trabalho foi usado o método de pesquisa Bibliográfica, que consistiu na
consulta de alguns manuais e artigos da internet, com grande ênfase à geomorfologia cársica.
Este trabalho, classifica-se em Trabalho de pesquisa científica, consistindo na revisão
bibliográfica ou fundamentação teórica e com base na colecta sistemática, e assim como não
sistemática de dados concernentes aos temas supracitados.
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2. Breve historial
A palavra «Karst» que significa aproximadamente "campo de pedras calcárias, foi popularizada
pelo trabalho do geógrafo sérvio Jovan Cvijić. Em sua obra «karstphänomen (1893)» foi
resultado do estudo da região do Planalto de Kras". Inicialmente empregada para designar a
morfologia regional da área de calcário maciços situada nas proximidades de Rjeka (Iugoslávia).
Esta região possui um sistema geológico cárstico e foi a primeira região onde esse fenômeno foi
estudado.

A partir de então, o termo alemão «karst» passou a ser utilizado como padrão mundial,
designando os complexos processos de dissolução da rocha, bem como igualmente intricados os
sistemas subterrâneos derivados da interacção entre os processos naturais que ocorrem na
superfície e no subterrâneo.

Actualmente, é um termo de sentido amplo empregado para designar as áreas calcárias ou


dolomíticas que possuem uma topografia característica, oriunda da dissolução de tais rochas. O
principal aspecto de uma área cársica é a presença da drenagem de sentido predominantemente
vertical e subterrâneo, resultando na completa ausência de cursos de água superficiais.

2.1. Geomorfologia cársica


Compreende-se por geomorfologia cárstica o estudo da forma, gênese e dinâmica dos relevos
elaborados sobre rochas solúveis pela água, tais como carbonáticas e os evaporitos, e, mesmo,
rochas menos solúveis, como os quartzitos, granitos, basaltos, entre outras. Os relevos cársticos,
perfazem o total de aproximadamente 10% do globo terrestre, em sua maioria sobre rochas
carbonáticas, distinguem-se por sua beleza e exuberância.

Para Sweeting (1981), a geomorfologia cárstica é o estudo das formas em regiões


calcárias, bem como daquelas paisagens similares em outras rochas solúveis.

Cársico, carso ou karst, também conhecido como relevo cárstico ou cársico, é um tipo de relevo
geológico caracterizado pela dissolução química (corrosão) das rochas, que leva ao aparecimento
de uma série de características físicas, tais como cavernas, dolinas, vale seco vale cegos, cones
cársticos, rios subterrâneos, canhões fluviocársicos, paredões rochosos expostos e lapiás.
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O relevo cárstico ocorre predominantemente em terrenos constituídos de rocha calcária, mas


também pode ocorrer em outros tipos de rochas carbonáticas, como o mármore e rochas
dolomíticas.

Figura 1: Ilustração de uma paisagem típica do relevo cársico. Fonte: www.wikiloc.com

2.2. Feições cársticas


são todas as formas de relevo ativos elaborados sobretudo pelos processos de corrosão (química)
e pelos processos de abatimentos (físicos). Feições cársticas elaboradas por processos de
corrosão ou abatimento, hoje não mais ativas, são denominadas paleocársticas. Feições do tipo
“carste”, não elaboradas por processos de corrosão e abatimentos, são denominadas
pseudocársticas.

A Boegli (1980) distingue o exocarste do endocarste. O primeiro representa os relevos


superficiais, e o segundo caracteriza as formas subterrâneas de domínio da espeleologia. A
gênese e evolução de uma paisagem cárstica depende do grau de dissolução da rocha, da
qualidade e volume de água associados às características ambientais da litosfera, biosfera e
atmosfera.
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3. Carstificação
O processo de carstificação ou dissolução química se inicia pela combinação da água da chuva
ou de rios superficiais com o dióxido de carbono (CO2) proveniente da atmosfera ou do solo
(proveniente das raízes da vegetação e matéria orgânica em decomposição). O resultado é uma
solução de ácido carbônico (H2CO3), ou água ácida: H2O + CO2 → H2CO3

Este processo ocorre principalmente em regiões com pluviosidade elevada, que garante um fluxo
de água suficiente para dissolver grandes porções de rocha.

Regiões cársticas possuem muito poucas águas superficiais, uma vez que a água da chuva é
rapidamente absorvida pelo solo e se acumula na zona freática. Ao passar pelas fissuras a água
corrói o carbonato de cálcio (CaCO3) ou outros sais constituintes da rocha.

Figura 2: Formas superficiais na rocha provocadas pela dissolução química ou carstificação Fonte:
www.wikiloc.com.

3.1. Condições para carstificação


O relevo cársico ocorre predominantemente em terrenos constituídos de rocha calcária, mas
também, para que haja o pleno desenvolvimento do modelado cársico, é necessário a existência
de algumas condições básicas, cujas principais são:
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 A existência, na superfície ou próximo dela, de considerável espessura de rochas


solúveis.
 A rocha deve ser acamada em bancos delgados, fissurada e fracturada para Qualquer tipo
de estrutura geológica, desde as horizontais até às dobradas e falhadas, pode ser
envolvida.
 Além da composição, é fundamental que a rocha seja altamente permeável para que a
solução rochosa possa alcançar estratos inferiores.

O tipo de rocha mais comum que preenche as especificações acima é o calcário, que é acamado,
maciço, puro, duro, consolidado e cristalino. A dolomite pode apresentar características
suficientes, mas não é tão facilmente dissolvida como o calcário.

 A região deve receber quantidade moderada de precipitação, pois a dissolução da rocha


só pode se efectuar se houver água em quantidade suficiente.
 Nas áreas húmidas, a presença de vegetação densa auxilia a dissolução pela água pluvial,
pois a quantidade de CO2 existente no solo pode chegar a ser quinze vezes a de existente
na atmosfera.
 Nas áreas áridas e semi-áridas, que apresentam terrenos calcários, a morfologia cársica é
pobremente desenvolvida, embora mostrando alguns aspetos, e por vezes pode estar
totalmente ausente.
 A amplitude topográfica, ou a altura da área acima do nível do mar, deve ser elevada para
permitir a livre circulação das águas subterrâneas e o pleno desenvolvimento das formas
cársicas. É essencial que água subterrânea possa se escoar através do calcário, efetuar o
seu trabalho de dissolução e energia nos rios superficiais.
 Em relevos com inclinações moderadas, o fluxo da água através das fendas é acelerado e
isso torna mais eficiente a remoção de resíduos insolúveis, bem como aumenta a
eficiência da dissolução por permitir que a água ácida tenha contato com porções maiores
de rocha durante seu percurso. Relevos muito planos são menos favoráveis à formação de
carstes porque a água não atinge um gradiente de velocidade muito alto. A percolação
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lenta através do solo é pouco eficiente porque a água logo fica saturada e perde sua
capacidade de corrosão antes de atingir as fendas.
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4. Formas e Características do modelo cársico


A dissolução química da rocha cria diversos tipos de formações, testemunhos da ação da água.
Algumas dessas formações são visíveis no exterior, chamadas de exocarste. Outras são
subterrâneas, representadas principalmente pelas cavernas e são chamadas de endocarste.

A família de formas cársicas é muito variada, e as mais importantes e comuns são:

Lapies (ou lapiaz) – corresponde às canelaras ou sulcos superficiais nas rochas calcárias. Elas
podem estar recobertas por uma camada de solo (“terra rosa”) ou aflorarem a céu aberto. As
cristas entre elas são muito agudas devido ao recortamento de suas paredes laterais.

Figura 3: Campo de lapiaz. Fonte: www.wikiloc.com

Dolinas – são depressões fechadas de formato aproximadamente circular, formadas pela


dissolução da rocha no terreno abaixo dela ou também por desmoronamento do teto de cavernas.
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Figura 4: Dolinas. Fonte: www.wikiloc.com

Poljé – são depressões de grande extensão, caracterizadas por terem o fundo plano.
Desenvolvem-se sempre nas proximidades do nível freático, evoluindo principalmente no plano
horizontal, por dissolução das faces laterais da depressão. O fundo dos poljés é por vezes
utilizado para cultivo, e às vezes apresentam caudais fluviais. Quando estes são incapazes de
absorver a água da chuva, convertem-se em lagos temporários comes cársicos – correspondem às
protuberâncias cónicas ou aos pontões que caracterizam o modelo cársico nos tópicos húmidos,
pontilhando as planícies que se desenvolvem por causa da acumulação de detritos.

Figura 5: Depressão com fundo plano. Fonte: www.wikiloc.com

Cavernas – constituem um traço comum em todas as áreas cársicas. O movimento da água nos
calcários é controlado pelas variações litológicas e pelas linhas de falha e de fractura. Uma
caverna é um leito natural subterrâneo e vazio, podendo estender-se vertical e horizontalmente e
apresentar um ou mais níveis.

Os minerais removidos da rocha sobre a caverna, ao precipitarem e cristalizarem criam


espeleotemas, as formações rochosas típicas das cavernas, entre as quais as mais conhecidas são
os estalactites e estalagmites.
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Figura 6: Recebe o nome de estalactite as formações pontiagudas que partem do teto e estalagmite as
formações pontiagudas que partem do solo. Fonte: www.wikiloc.com

Algar – acidente morfológico típico de zonas cársicas. Tem sua origem na erosão química e
mecânica provocada pela circulação de águas subterrâneas. é uma cavidade natural de
desenvolvimento predominantemente vertical. Pode também ser produzido por movimentos de
lavas bastante fluidas que se movimentam no interior da terra e que, ao recuarem com alguma
rapidez, deixam uma caverna aberta no seu lugar.

Figura 7: Algar. Fonte: www.wikiloc.com


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Sumidouro é o ponto em que um curso d'água superficial penetra no solo. Trata-se de uma
abertura natural que se comunica com uma rede de galerias e através da qual o curso de água
adentra o subsolo, A rochas calcárias são das rochas mais permeáveis que existem devido a seu
sistema de juntas bem desenvolvido, pelo que em paisagens calcárias é raro encontrar cursos de
água à superfície, pois desaparecem geralmente através dos ditos sumidouros. Estes sumidouros
podem serem apenas pequenos orifícios onde a água se infiltra e acaba por secar ou podem ser o
início de grandes poços verticais que se formaram pela meteorização química da rocha.

Figura 8: Representação de um sumidouro resultante do escoamento superficial. Fonte: www.wikiloc.com

Relevo granítico - rochas insolúveis como granitos não geram relevos cársticos em condições
normais, pois ao sofrerem intemperismo químico geram resíduos insolúveis ou impermeáveis,
como a argila. Embora o quartzo tenha baixa solubilidade, alguns quartzitos e arenitos
conseguem desenvolver relevo cárstico se forem expostos à água por tempo suficiente.
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4.1. Representação esquematizada das principais formas de relevo cársico

A –Algar S –Sumidouro
D –Dolina G –Galeria/Gruta
U –Uvala L –Lapiás
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5. Conclusão
No âmbito de sucessivas pesquisas inerentes aos temas supracitados concluiu-se que o relevo
cárstico ocorre predominantemente em terrenos constituídos de rocha calcária, mas também pode
ocorrer em outros tipos de rochas carbonáticas, como o mármore e rochas dolomíticas, e a
propriedade mais importante delas é a presença de rochas solúveis.

A dissolução química da rocha cria diversos tipos de formações, testemunhos da ação da água.
Algumas dessas formações são visíveis no exterior, chamadas de exocarste. Outras são
subterrâneas, representadas principalmente pelas cavernas e são chamadas de endocarste.

A geomorfologia cársica é de suma importância a medida que confere informações privilegiadas


já que apresentam quesitos que são cruciais para a sobrevivência das gerações futuras. Um
exemplo disso é o fato de que essa área contém grande quantidade de reservatórios de água
subterrânea.

Podemos considerar a importância do Carste sob a perspectiva de várias frentes de análise. Para a
economia, o turismo, a cultura, sendo de extrema relevância para os estudos geológicos e
geomorfológicos que buscam compreender a gênese de todos os processos das formações
cársticas.
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6. Bibliografia
GHRISTOLETTI, António, Geomorfologia, São Paulo, 2ª ed. 1980 Ed. Edgard Blucher Ltda.
Pp.153-157

http://pt.Wikipedia.org/Wiki/Ficheiro:Altes-Eisinger-loch-01.JPG, sd, acessado do dia 15 de


novembro de 2021 as 14 horas.

http://pt.Wikipedia.org/Wiki/Ficheiro:Rinjani-1994.jpg, sd, acessado do dia 15 novembro de


2021 as 14:12 mim.

http://pt.Wikipedia.org/Wiki/Ficheiro:Destructive-plate-margin.png, sd, acessado do dia 16 de


novembro de 2021 as 15:09 mim.

http://pt.Wikipedia.org/Wiki/Ficheiro:MtCleveland-ISSO13-e-24184.jpg, sd, acessado do dia 17


novembro de 2021 as 11horas.

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