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Geomorfologia Litorânea
Universidade Rovuma
Dezembro, 2021
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Safir Abdulai Abdala Abudo
Geomorfologia Litorânea
(Licenciatura em Geologia)
Universidade Rovuma
Dezembro, 2021
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Índice
Introdução ......................................................................................................................... 5
8.5. Restingas.............................................................................................................. 17
8.6. Lagunas................................................................................................................ 18
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8.10. Recife ............................................................................................................... 22
8.12. Barra................................................................................................................. 23
Conclusão ....................................................................................................................... 25
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Introdução
zona de contacto entre as terras e os mares. É um ramo da Geomorfologia que lida com a
esculturação das feições costeiras (formas da Terra), os processos que agem sobre estas e
aos materiais dessas feições, às mudanças que elas sofrem no tempo e no espaço, aos
processos sedimentares envolvidos na sua gênese e evolução, bem como a sua relação
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1. Conceito de Geomorfologia Litorânea
praias. Envolve o estudo de temas específicos ligados à forma e aos materiais dessas
feições, às mudanças que elas sofrem no tempo e no espaço, aos processos sedimentares
envolvidos na sua gênese e evolução, bem como a sua relação com os mecanismos
configuração dos continentes na sua interface com o oceano. Ali também surgem as
continente e o oceano, que é o litoral, onde também se observa a ação dos agentes climáticos.
Estuda a ação erosiva do mar (abrasão), formando diversos tipos de costas, como as de
de explicação sobre as formas costeiras foram realizadas no século XIX por cientistas tais
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como Charles Lyell e Charles Darwin e pelo pioneiro geomorfológico norte americano
estudaram a Geomorfologia Litorânea, podemos citar William Moris Davis e sua teoria
do ciclo geográfico. Embora superada por estudos posteriores, ainda fornece termos e
conceitos atualizados na Geomorfologia mais atual (tais como nível de base e o papel
erosivo dos rios). Primeiramente, Davis elaborou sua teoria para explicar a evolução do
tempo, e esta foi adaptada para ser aplicada na busca da compreensão da evolução das
áreas costeiras. Davis acreditava que o ciclo de erosão, pontuado por soerguimentos
A análise da teoria de Davis aplicada às áreas costeiras demonstra que a linha da costa
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Figura 1 - Ciclo de Davis aplicado a Costa. (fonte: FURLAN, 2014 apoud WOODROFFE, 2002).
Johnson, seguidor de Davis, incluiu em seus estudos sobre evolução costeira não somente
particular, mas também uma estrutura na qual visualiza a evolução sistemática de formas
iniciais a sequenciais. Ele acreditava que a forma inicial exercia controle nos primeiros
costa se tornaria menos complexa. Estas ideias propiciaram uma estrutura dentro da qual
Figura 2 - Estágios esquemáticos na evolução de uma linha de costa de submersão, conforme idealizado por Johnson.
(Fonte: FURLAN, 2014 adaptado de WOODROFFE, 2002).
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4. Processos costeiros
colocam que "o estudo dos processos costeiros exige o registo e a observação de um
intensidade dos ventos, direção e velocidades das correntes marinhas, geometria das
ondas, natureza e distribuição dos sedimentos, entre outras), durante um longo período
formas do relevo das costas são controlados por vários fatores ambientais, como o
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7. Classificação das costas oceânicas
litoral, observando que o avanço pode resultar da emersão ou da deposição, enquanto que
estabelece os tipos:
iii. Devido á deposição inorgânica: deposição marinha onde as marés são fracas;
deposição marinha onde as marés são fortes; deposição fluvial; como as costas
deltaicas.
horizontais;
Segundo NUNES & JUNIOR (s/d) as feições características são: prisma praial, enseada,
falésia, fiorde, golfo, praia, restinga, laguna, gruta de abrasão, istmo, cabo, península, ria,
pontal, baia, litoral ou costa, linha costeira ou orla, ante-praia, pós-praia, berna, lagoas
interdunares e dunas.
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8.1. Praias
Segundo CESÁRIO (s/d) as praias são formadas por sedimentos soltos (inconsolidados),
feldspatos, fragmentos de rochas, entre outros minerais. As praias são bastante dinâmicas,
esse aporte for maior do que a saída de sedimentos, ocorre a expansão da linha de costa
De acordo com CESÁRIO (s/d), uma praia pode ser subdividida em três regiões: face
praial, ante praia (também chamada de estirâncio ou estirão) e pós-praia, de acordo com
A face praial compreende a região que vai do nível de maré baixa até além da zona de
Ante praia é a região entre marés, ou seja, entre o nível da maré baixa e o da maré alta. É,
portanto, a porção da praia que sofre normalmente a ação das marés e os efeitos do
A região pós-praia localiza-se fora do alcance das ondas e mares normais, e somente é
alcançada pela água quando da ocorrência de marés muito altas ou tempestades. Nestas
regiões formam-se terraços denominadas bermas, que apresentam uma secção transversal
Na pós-praia pode ainda aparecer uma região com maior inclinação, denominada escarpa
praial, causada pela ação de ondas normais de maré alta que cortam a praia, originando
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essa abrupta mudança em sua inclinação. A berma e a escarpa não se formam na ante
praia devido à contínua passagem das ondas, não permitindo assim qualquer feição
permanente.
Segundo CESÁRIO (s/d), a praia é constituída por 3 elementos: o material, uma área
costeira na qual este material se move e uma fonte de energia para movimentá-lo.
As areias das praias litorâneas são geralmente originárias dos rios que erodem os
distribuí-los pela costa. Pode-se também encontrar-se praias formadas por conchas ou
para tanto. Em certos casos, pode ocorrer a deposição de determinados minerais úteis ao
A principal fonte de energia para a movimentação da areia é proveniente das ondas, que
por sua vez se originam devido à ação de ventos sobre a superfície do mar. Quanto mais
forte for o vento, maior a duração e maior a área na qual ele atua, maiores serão as ondas
que chegam à costa. Quando ocorre um temporal próximo a região costeira, as ondas
Há forte correlação entre a altura média das ondas, a inclinação da praia e a granulometria
grãos maiores, a praia tende tornar-se mais inclinada, pois as ondas ao se quebrarem na
praia, rapidamente penetram pela areia, já que aumentam o espaço entre os grãos (espaço
intersticial). Assim, a onda deixa maior quantidade de grãos de areia do que carrega de volta.
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O mecanismo pelo qual as ondas modificam as praias baseia-se na ascensão dos grãos de
areia pela turbulência que acompanha a passagem de uma onda, e a queda destes mesmos
grãos sobre o fundo, quando a onda não exerce mais força ascensional sobre eles. Cada
vez que um grão é erguido do substrato, vai ocupar posição diferente. Levando-se em
conta que incontáveis milhões de grãos de areia estão sendo continuamente removidos e
Os maiores problemas na manutenção de uma praia não são produzidos pelo movimento
sazonal de areia da berma para as barras submarinas e vice-versa, mas pelo movimento
refratadas ou dobradas pelos contornos submarinos, que fazem a linha das ondas tornar-
se paralela à linha da costa. As ondas, porém, geralmente não são totalmente refratadas,
ocasionando com isso uma corrente denominada de deriva litorânea, que surge apenas na
região de arrebentação.
Esta corrente é demasiadamente lenta para transportar os grãos de areia por si mesma,
mas tem tal ação facilitada pela região de arrebentação das ondas, que mantém a areia em
transportadas pela água que chega descrevem um movimento de vai e vem na mesma
direção da corrente de deriva litorânea, de tal modo que cada onda as movimenta em um
material ao longo da costa, frequentemente atingindo cifras que superam 1000 metros
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cúbicos por dia, valor equivalente a cerca de 100 grandes caminhões carregados de areia,
passando através de um ponto da praia a cada dia, ou caminhão de areia a cada 15 minutos.
com que a praia possa terminar bruscamente, pois todo o sedimento que seria transportado
por essa corrente ao longo da praia, pode acabar desviado para esse cânion,
metros de profundidade.
Como toda a região litorânea é muito dinâmica, deve-se ter cautela com quaisquer tipos
ou molhes devem ser acompanhadas por estudos oceanográficos que assegurem o não
impedimento dos fluxos de água e areia na região. Muro para bloquear a invasão de água
nas marés altas em edificações costeiras pode alterar também profundamente a praia na
A retirada de areia de uma praia para a construção civil, pode também causar danos às
praias da região. A construção de barragens hidro-eléctricas nos rios contribui para que
haja redução do volume de areia que chega ao mar, podendo acarretar diminuição ou
conservação.
areia. O sentido da deriva da corrente litorânea varia de região para região. Nas costas do
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8.1.4. Corrente de Retorno
corrente de retorno. Uma das principais causas para a ocorrência desta é a convergência
forte.
Outra causa para a existência da corrente de retorno ocorre quando ondas mais altas que
a média se rompem em sucessão rápida e elevam o nível da água dentro de uma barra
submarina; á agua pode voltar tão energeticamente ao mar que, algumas vezes, rompe a
A existência desta corrente pode depender da topologia do fundo além da altura e período
das ondas. Pode ser perigosa para os banhistas, por fluir, algumas vezes, com velocidade
superior a 4 nós (mais de 7 quilômetros por hora). O banhista, caso encontre uma corrente
deste tipo, não deve nadar em direcção a praia, mas paralelamente a ela, para então, ao
8.2. Dunas
que são transportados pela ação dos ventos. Nas zonas costeiras as dunas, ou as denominadas
dunas frontais ou ante-dunas, muitas vezes, tem o papel de diminuir a energia das ondas,
complexa, sendo suas migrações influenciadas pela direção dos ventos predominantes, que
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8.3. Dunas e praias em Moçambique
de Sofala, praias arenosas e algumas dunas parabólicas baixas, formadas por ventos de
Arquipélago do Bazaruto (35ºE, 21ºS; em quatro das cinco ilhas do arquipélago, embora
sejam mais proeminentes na ilha do Bazaruto onde se dispõem do lado Este ao longo da
linha costeira, cobrindo 27% da superfície da ilha), em direção Sul até Závora.
Praia Velha e a Praia do Chonguene, as dunas primárias são menores em altura e largura
secundárias atingem alturas de 100 metros e são caracterizadas por areias vermelhas
pouco consolidadas e cobertas por uma densa vegetação. Ao contrário das dunas costeiras
primárias que atingem algumas dezenas de metros e são formadas por areias brancas. Ao
longo da faixa costeira desta região, as dunas apresentam-se bastante consolidadas, por
Bilene.
Logo a seguir ao longo da costa este da Ilha da Inhaca (33ºE, 26ºS), as dunas costeiras
ocorrem formando uma cordilheira longa, elevada, íngreme e exposta, exceto em zonas
onde existe vegetação fixadora. Finalmente, ocorrem do Cabo de Santa Maria (32º58´E,
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primariamente de praias arenosas e um sistema dunar de comprimento máximo de 89 km
8.4. Mangues
ocorre deposição de sedimentos finos, sendo áreas parcialmente recobertas por vegetação
8.5. Restingas
Segundo CESÁRIO (s/d), as restingas são definidas como cordões arenosos paralelos e de
pequena elevação, que protegem costas baixas ou fecham pequenas enseadas, estando sua
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8.6. Lagunas
alongados paralelamente à linha de costa, sendo separados do mar por uma barra móvel de
areia ou cascalho. A comunicação com o mar é muito dinâmica, podendo ser temporária ou
8.7. Falésias
Falésias são formadas pela ação erosiva das ondas sobre a rochas de uma encosta continental.
Seu desenvolvimento está associado à escavação causada por pulsões de pressão devido à
A definição de falésia utilizada por AB’SÁBER (1975, p. 18) citada por MELO (2019) seria
promontórios costeiros”.
Para CHRISTOFOLETTI (1980, p. 133) citado por MELO (2019) as falésias são “um ressalto
não coberto pela vegetação, com declividades muito acentuadas e de alturas variadas,
localizado na linha de contato entre a terra e o mar”. Para este autor quando, “em virtude de
modificação do nível do mar ou da terra, o mar entra em contato com uma escarpa íngreme
ataque das ondas, na zona intertidal, promove um entalhe de solapamento na escarpa, que
terraços de abrasão.
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Figura 3 - Falésias. (Fonte: COSTA, s/d apoud BA, 2004).
Segundo MELO (2019) apoud CPRM (2008, p. 151) falésias podem ser definidas como:
escarpas costeiras abruptas não cobertas por vegetação, que se localizam na linha de contato entre
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8.8. Ponta, Cabo e Península
Segundo COSTA (s/d), ponta, cabo e península são formas que avançam do continente
para o oceano. A diferença entre elas é a dimensão: pontas são menores que cabos, que,
Península – é uma porção de terra que é cercada de água por todos os lados, menos
por um, que se liga ao continente ou a uma outra porção de terra maior. Grande parte das
Ponta
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Figura 6 - Cabo. (Fonte: COSTA, s/d).
8.9. Enseada
Segundo COSTA (s/d), enseada é uma praia com formato de arco. Por possuir
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Figura 8 - Enseada. (Fonte: COSTA, s/d).
8.10. Recife
Segundo COSTA (s/d), recife é uma barreira próxima à praia que diminui ou bloqueia o
movimento das sondas. Pode ser de origem biológica, quando constituída por carapaças
de animais marinhos, ou arenosa, quando forma da por uma restinga que se consolida em
rocha sedimentar.
8.11. Fiordes
Segundo COSTA (s/d), fiordes são profundos corredores que foram cavados pela erosão
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Formaram-se em regiões litorâneas de latitudes elevadas, como a costa da Noruega, da
8.12. Barra
Segundo COSTA (s/d), barra é a saída de um rio, canal ou lagoa para o mar aberto, onde
Segundo COSTA (s/d), saco, baía e golfo assemelham-se a uma ferradura ou arco quase
fechado que se comunica com o oceano. O que muda é o tamanho: o saco é o menor e o
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golfo é o maior. A longo do tempo, a comunicação dessas formações com o oceano pode
ser diminuída por causa da constituição de uma restinga. Se essa restinga continuar a
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Conclusão
barra, saco, golfo, baía, ponta, cabo, península, enseada, recife, mangue, falésia, restinga,
lagunas e fiordes. Barra é a saída de um rio, canal, lagoa para o mar; Saco, golfo e baía
saco < baía < golfo; Ponta, Cabo, Península são formas que avançam do continente para
o oceano, também se distinguem pela dimensão, ponta < cabo < península; Enseada é
uma praia com formato de arco, mais aberto que o saco; Recife é uma barreira próxima a
praia que diminui ou bloqueia as ondas. Pode ser biológica ou arenosa; Restinga é uma
num solo arenoso com poucos nutrientes; Mangues é uma vegetação típica de locais onde
há encontro de agua doce com agua salgada; Falésias é uma forma de relevo resultante da
erosão marinha que, ao encontrar o costão rochoso, começa a erodi-lo por baixo, onde há
contacto com a água, formando grutas e cavernas; Lagunas são extensões de aguas
paradas separadas do mar por cordoes de terra, onde é possível encontrar agua doce;
Fiorde é um acidente geográfico em que o mar adentra a terra por entre formações
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Referências bibliográficas
1980.
do Norte, nordeste do Brasil, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Rio Grane,
2019.
Processos Exógenos, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Rio Grande, s/d.
ZICKEL, Carmen & JR, Eduardo Bezerra de Almeida, Flora Vegetação das Restingas
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