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Índice

Índice de Figuras............................................................................................................I

Índice de Tabelas...........................................................................................................II

Resumo............................................................................................................................III

Abstract........................................................................................................................IV

Cap I..................................................................................................................................8

Introdução......................................................................................................................8

1.1 Objetivos......................................................................................................................9

1.1.1Objetivo geral........................................................................................................9

1.1.2Objetivos específicos.............................................................................................9

1.2 Justificativa..............................................................................................................9

1.3 Problema..................................................................................................................9

1.4 Metodologia.............................................................................................................9

1.4.1 Pesquisa Bibliográfica e virtual..........................................................................10

1.4.2. Método de Abordagem......................................................................................10

Cap. II..............................................................................................................................10

2 Hidrocarbonetos........................................................................................................10

2.1 Petróleo......................................................................................................................11

2.2 Génese da matéria orgânica dispersa nos sedimentos...............................................12

2.3 Rocha-reservatório....................................................................................................13

2.4 Trapas ou armadilhas.................................................................................................14

2.4.1 Rocha selante..........................................................................................................14

2.4.2Rocha Geradora.......................................................................................................15

Cap. III.............................................................................................................................16

3 Enquadramento Geográfico e Geológico.....................................................................16

3.1 Enquadramento Geográfico...................................................................................16


3.2 Bacias Sedimentares de Moçambique.......................................................................17

3.3 Bacia Sedimentar de Moçambique............................................................................18

3.4 Bacia de Moçambique e as sequências do Rifte do Leste Africano.........................19

3.5 Estratigrafia da Bacia de Moçambique.....................................................................19

3.5.1 Camadas Vermelhas...........................................................................................20

3.5.2 Formação Inharrime............................................................................................20

3.5.3 Formação Temane...............................................................................................20

3.6 Análises das Bacias de Rovuma e de Moçambique..................................................21

3.6.1 Análise de secas..................................................................................................21

3.6.2 Análise de secas......................................................................................................21

3.6.3 Análise da Necessidade de Água............................................................................22

Cap. IV............................................................................................................................24

4 Conclusões & Recomendações e Estudos futuros....................................................25

4.1 Recomendações.....................................................................................................25

5 Referencias bibliográficas............................................................................................26
Índice de Figuras

Figura 1Fases da Formação do petroleo.........................................................................13


Figura2 Ilustração da Rocha Reservatório....................................................................16

Figura 3 Ilustração das rochas.......................................................................................16

Figura 4 Ilustração Geográfica da bacia de Moçambique.........................................17


Figura 5 Ilustração Geográfica da bacia de Moçambique..............................................19
Figura 6 Estratigrafia da Bacia de Moçambique............................................................22
Índice de Tabelas

Tabela 1: O desempenho das culturas é avaliado com base na necessidade de água que
corresponde ao indicado pelo Índice de Satisfação das Necessidades de Água (ISNA).25
Tabela 2: Estes valores correspondem a apreciações relacionadas com ciclones..........26
Resumo

As rochas sedimentares são as que apresentam os melhores depósitos petrolíferos em


toda a Terra, principalmente por terem melhores condições de porosidade e
permeabilidade estas rochas se formaram pela deposição de areias, argilas, carbonatos e
outros materiais, carregados pelas águas, vento ou neve.O processo de geração do
petróleo como um todo é resultado da transformação da matéria orgânica com a
contribuição do fluxo de calor oriundo do interior da terra, restos de organismos se
depositam nos fundos de lagos e/ou mares e são decompostos por bactérias aeróbicas.

A Bacia de Moçambique cobre quase toda a região sul de Moçambique e uma parte da
região central, sendo composta por formações que vão desde o Jurássico até ao
Quaternário, e se sobrepõem ao soco cristalino. A Bacia formou–se através da
fragmentação da Gondwana, a partir da expansão do fundo oceânico desde a zona Oeste
da Bacia de Somália, passando pela formação do canal de Moçambique até ao Planalto
das Agulhas no sul, esta Bacia, juntamente com a Bacia do Rovuma, são as principais
bacias sedimentares do país, quer em volume de sedimentos acumulados, quer em
ocorrências de hidrocarbonetos, onde se tem concentrada grande parte das atividades de
pesquisa de hidrocarbonetos.

Palavras chave: Bacia de Moçambique, Bacia do Rovuma, Hidrocarbonetos.


Cap I

Introdução

A Bacia do Rovuma é uma área geográfica ao longo do rio Rovuma, no Norte de


Moçambique, onde existem projetos de exploração de gás natural, A Bacia do Rovuma
é uma das regiões mais relevantes a nível mundial na exploração de gás natural.

É uma área de 155.500 km² ao longo rio Rovuma, onde estão várias empresas
estrangeiras com autorização para explorar recursos naturais. Foi lá que em 2010
ocorreram as maiores descobertas de gás natural das últimas décadas. A dimensão
científica, económica e histórica desse evento colocou Moçambique entre um dos
grandes produtores de gás natural e um dos maiores fornecedores de gás natural
liquefeito do mundo.

A Bacia de Moçambique cobre a parte Central e Sul de Moçambique na parte


continental, com uma superfície de cerca de 185 000 Km2 , e estende-se para além da
plataforma continental. Segundo Salman e Abdula (1996), esta é composta por rochas
sedimentares pertencentes ao Jurássico superior, Cretácico e Cenozóico que assentam
em discordância sobre os basaltos do Karoo. O registo sedimentar está articulado em
cinco sequências de posicionais, limitadas por importantes descontinuidades ou hiatos.
As mudanças de fácies registam geralmente uma transição, em direcção a leste, de
depósitos continentais, parálicos e marinhos pouco profundos, e de depósitos marinhos
típicos em direcção às zonas depocêntricas, as quais podem registar espessuras
significativas, superiores a 10.000 metros como o que se observa na região do delta do
Zambeze. Segundo os mesmos autores, a bacia foi afectada pela tectónica da fase Pós–
Gondwana, que é composta por três períodos: fragmentação, estabilização e rifting.

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1.1 Objetivos

Vivemos num pais onde as descobertas de Hidrocarbonetos estão cada vez mais
interessantes em seu estudo, e no domínio do nosso Moçambique nas áreas,com
reservas petrolíferas.

1.1.1Objetivo geral

 Estudar o potencial do reservatório na bacia do rovuma e de Moçambique.

1.1.2Objetivos específicos

 Descrever o que a bacia de Moçambique e do rovuma produz;


 Caracterizar a mineralogia e geoquímica das rochas identificadas como
potenciais reservatórios;
 Identificar as rochas com características adequadas para serem consideradas
como reservatórios.

1.2 Justificativa

Pela paixão de querer entender como os hidrocarbonetos são descobertos em


Moçambique especialmente naregião sul da costa de Moçambicana, houve uma intensa
responsabilidade na pesquisa de hidrocarbonetos na zona onshore e offshore da Bacia
de Moçambique.

O Grudja inferior localizado nesta zona da Bacia não contava com nenhum estudo
específico, o qual só ocorreu mais tarde com o início da produção de gás e condensados
do projecto de Pande -Temane e com a descoberta do campo de gás de Inhassoro,
localizado a Este deste bloco. Um estudo detalhado desta zona irá ajudar as entidades e
os responsáveis de projectos na área de hidrocarbonetos a perspectivar a eventual
extensão da zona para a exploração deste recurso energético.

1.3 Problema
Como conhecer a descrição qualitativa e quantitativa do sistema petrolífero da bacia do
rovuma e de Moçambique, sua extensão, fluxo reservatório que nos leva a um
desenvolvimento sócio econômico do nosso pais?

1.4 Metodologia

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1.4.1 Pesquisa Bibliográfica e virtual

Para realização deste trabalho semestral passou-se por várias etapas, sendo uma delas a
pesquisa bibliográfica, que consistiu na recolha de todos materiais didácticos úteis de
modo a dar bases de carácter científico e subsidiar o capítulo da revisão bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica" tem como finalidade colocar o pesquisador em


contactodirecto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre um determinado
assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritas por
alguma forma, quer públicas, quer gravadas"( Marconi e Lakatos ,2003).

1.4.2. Método de Abordagem

Neste âmbito, foram utilizados os métodos qualitativos e quantitativos, o método


qualitativo no sentido de ter se levantado os reais motivos do problema (atraso e falta de
confiança no envio da informação) de modo trazer soluções para o problema. A
abordagem qualitativa é propícia para situações de estudo de caso onde utiliza-se a
técnica de entrevista para obtenção de dados, este tipo de abordagem preocupa-se mais
com a qualidade da informação, não sendo muito relevante o tamanho da amostra e a
qualquer outro dado estatístico.

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Cap. II

2. Hidrocarbonetos são compostos formados apenas por carbono e hidrogênio, cuja


principal fonte na natureza é o petróleo.

Eles são compostos apolares cujas moléculas apresentam interação fraca do tipo dipolo
induzidos. Por essa razão, são solúveis em outras substâncias apolares, mas são
praticamente insolúveis na água, que é polar. Os hidrocarbonetos que possuem de 1 a 5
carbonos são gasosos, como o gás metano (CH4). Os que possuem de 5 a 17 átomos de
carbono são líquidos, como um dos principais constituintes da gasolina, o isoctano
(C8H19). Os que possuem mais de 17 átomos de carbono são sólidos, como o C36H74,
que é um dos componentes da parafina.

2.1 Petróleo É uma substância encontrada armazenada ou embebida em rochas


subterrâneas e que pode ser queimada ou refinada para a produção de gasolina,
querosene, diesel as vezes, essa substância aflora em superfície

O petróleo fica armazenado no interior de poros ou espaços vazios de rochas


impermeáveis (arenito), chamadas de rochas-reservatório. É daí que vem o nome
petróleo, que significa óleo de pedra. Além disso, visto que são gerados pela
decomposição de seres vivos, o petróleo, o gás natural e o carvão são denominados de
combustíveis fósseis e são todos recursos esgotáveis, ou seja, não são renováveis.

Figura1:Fases formação do petróleo

Fonte:(Autor),2021

Entre tanto, acumulação de petróleo e/ou gás natural ocorre na rocha reservatório pois,

Uma rocha para ser reservatório deve ter duas propriedades fundamentais:

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 Porosidade (espaços entre grãos).
 Permeabilidade (propriedade que permite a passagem de um fluido).

2.2. Génese da matéria orgânica dispersa nos sedimentos

A matéria orgânica dispersa (MOD) nos sedimentos é derivada do MO e dos seus


produtos metabólicos vivos, dependendo, por isso, da produtividade biológica
(Tissot&Welte, 1984).

A composição química da biomassa numa bacia de sedimentação dependente das


condições físico-químico do meio e do habitat biológico e do nível evolutivo dos
organismos. Determinar os fatores associados às condições ambientais incluem: luz,
temperatura, nutrientes e condições de água (por exemplo, correntes, temperatura, etc.)
além da presença de grupos de organismos.

A MO é constituída por moléculas orgânicas, sob a forma de monómeros ou polímeros,


derivadas direta ou indiretamente da parte orgânica dos organismos e composta pelos
elementos C - carbono, H - hidrogénio, O - oxigénio, N - nitrogénio e S - enxofre.
Excluem-se: esqueletos, conchas, ossos, espinhos, dentes.

A produção, acumulação e preservação da MO não degradada são os requisitos para a


formação de rochas contendo MO, que depois de sintetizada pelos organismos, pode ser
depositada e preservada nos sedimentos, para que, em função das condições geológicas
posteriores se transformar em hidrocarbonetos.

As bactérias, o fitoplâncton, o zooplâncton e as plantas superiores são os principais


contribuintes de MO nos sedimentos(Tissot&Welte, 1984), sendo constituídas por uma
grande variedade de compostos, cada um deles com características bioquímicas e
suscetibilidade ao ataque microbiano diferente (Tyson, 1995).

Os lipídios e frações lipídicas dos organismos desempenham um papel dominante na


génese do petróleo. As rochas sedimentares geralmente contêm minerais e MO com os
poros preenchidos principalmente por água, betume, óleo e/ou gás, (Ediger, 2005).

2.3 Migração do petróleo

Por migração entende-se o caminho que o petróleo percorre desde a rocha geradora até
ao local onde será acumulado, local este que precisa ser altamente poroso e permeável e
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conter uma rocha selante que impeça o seu deslocamento. São distinguidos três tipos de
migração:

Migração primária é definida como a expulsão do petróleo da rocha geradora. Ela é


resultado da compactação ou micro-fracturação dos poros da rocha geradora

Migração secundária é entendida como o deslocamento ao longo de uma rocha porosa


e permeável, até que seja interceptado por uma armadilha geológica e nela permaneça
contido.

Migração terciária: Ocorre quando não há contenção do petróleo aquando da sua


migração, permitindo o seu percurso contínuo, em busca de zonas de menor pressão até
se perder através de exsudações, oxidação e degradação bacteriana perto da superfície

2.4. Rocha-reservatório

O petróleo após ser gerado e ter migrado, é eventualmente acumulado numa rocha
denominada rocha reservatório. Esta rocha pode ter qualquer origem ou natureza, mas
para se constituir como reservatório deve apresentar espaços vazios no seu interior
(porosidade), e que estes vazios estejam interligados, conferindo-lhe a característica de
permeabilidade. Desse modo, as rochas-reservatório são normalmente arenitos e
calcários e todas as rochas sedimentares essencialmente dotadas de porosidade Inter
granular que sejam permeáveis (Triggiaet al., 2001).

Figura2:Ilustração da Rocha Reservatório

13
Fonte:(Autor), 2021

Para que a acumulação seja recuperável, a partir do reservatório, é necessária que haja
uma rocha selante, a rocha selante impede a continuidade da migração ao reter o
petróleo ou gás no reservatório, Sem selante ou com a perda de integridade haverá
migração terciária (exsudação).

2.5 Trapas ou armadilhas

As configurações geométricas das estruturas das rochas sedimentares que permitem a


focalização dos fluidos migrantes nos arredores para locais elevados, que não permitam
o escape futuro destes fluidos, obrigando-os a acumularem, são denominadas de trapas
ou armadilhas (Milani et al., 2000).

Um dos requisitos para a formação de uma jazida de petróleo é a existência de


armadilhas ou trapas, que podem ter diferentes origens, características e dimensões.
Mediante a dimensão de bacias sedimentares e o teor de MO e as condições
termoquímicas, o volume de petróleo encontrado pode ser distinto dependendo de seus
graus de estruturação, das existências e inter-relação das armadilhas e doscontactos que
as propiciem entre as rochas geradoras e reservatórios permeáveis (Triggiaet al., 2001).

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O desenvolvimento das condições para o aprisionamento de petróleo pode ser
determinado pela geração de esforços físicos que vão determinar a formação de
elementos arquitetônicos que se transformam em abrigos para a contenção de fluídos. A
formação de armadilhas pode consistir da actuação de esforços físicos diretos. As
armadilhas podem ser classificadas em estruturais, estratigráficas e mistas ou
combinadas (Triggiaet al., 2001).

 A armadilha estrutural detém os maiores volumes de petróleo. Elas são a


resposta das rochas ao esforço e deformação e neste tipo, enquadram-se as
dobras e as falhas;
 As armadilhas estratigráficas não têm relação directa com esforços actuantes nas
bacias sedimentares e são determinadas por interação de condições associadas à
ocorrência de para relevos, variações laterais sedimento lógicos que
condicionam a permeabilidade;
 As armadilhas mistas ou combinadas são aquelas em que a acumulação de
hidrocarbonetos tem controle tanto de elementos estruturais como estratigráficos
e/ou sedimento lógicos.

2.5.1 Rocha selante

Depois das condições de geração, migração e acumulação, há necessidade de haver


alguma barreira no seu percurso ou caminho. Essa barreira é produzida pela rocha
selante cuja principal característica é a baixa permeabilidade.

Além da impermeabilidade, a rocha selante deve ser dotada de plasticidade,


característica que a capacita de manter a sua condição selante, mesmo após submetida a
deformações. As rochas consideradas selantes por excelência são os argilitos e os
evaporitos (Triggiaet al., 2001).

2.5.2 Rocha Geradora

Em um sistema petrolífero, o papel da rocha geradora é produzir quantidades suficientes


de hidrocarbonetos. Tal processo origina-se fundamentalmente da matériaorgânica
presente no substrato. Esta é depositada essencialmente em ambienteanóxico e de baixa
energia, no qual a matéria não sofrerá processos químicos, comooxidação (Silva, 2007).

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Desta forma, tem-se que qualquer rocha que contenha matéria orgânica produz tantogás
como petróleo, uma vez que inseridas nas condições necessárias de temperatura
epressão. Os mais comuns tipos de reservatórios são os folhelhos devido ao
seuambiente de formação ser favorável à preservação da matéria orgânica.

O processo de geração de óleo e gás pode ser resumido em etapas de maturação


damatéria orgânica (Silva, 2007), o estudo das rochas da geradora, armadilhas e
migração ajuda a determinar a geometria do sistema petrolífero,o sistema petrolífero é
essencial para dar continuidade à prospecção de petróleo.

Figura3 Ilustração das rochas

( Fonte:
Adaptado de ‘Governmentof Western Australia: Departamentof
MinesandPetroleum’,)2012

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Cap. III

3. Enquadramento Geográfico e Geológico

3.1 Enquadramento Geográfico

Moçambique localiza-se na costa Sudoeste de África entre 10º 27’ e 26º 57’ de Latitude
Sul e 30º 12’ e 40º 51’ de Longitude Este. O país estende-se por uma superfície de
799.380 Km2 (98% de terra firme e 2% de águas interiores). (UNCCD, 2009).

O país é limitado a Norte pela Zâmbia, pelo Malawi e pela Tanzânia, a Leste pelo Canal
de Moçambique e pelo Oceano índico, a Sul e a Oeste pela África do Sul e a Oeste pela
Suazilândia e pelo Zimbabwe tal como ilustra a figura 1 (Lopes, 2008).

Figura4 Ilustração Geográfica da bacia de Moçambique

Fonte:(Localização das Bacias de Moçambique ECL), 2000.

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3.2 Bacias Sedimentares de Moçambique

O hidrocarboneto concentra-se em zonas de acumulação de rochas sedimentares


denominadas Bacias Sedimentares. As seis grandes bacias de Moçambique entre elas
são:

 Bacia de Moçambique,
 Bacia do Rovuma
 Bacia do Lago Niassa
 Bacia de Maniamba ,
 Bacia do Médio Zambeze
 Bacia do Baixo Zambeze.

As bacias sedimentares marginais do Rovuma e de Moçambique são as principais bacias


do país, quer em volume de sedimentos acumulados, quer em ocorrências de
hidrocarbonetos, no que se conhece até à data. Nestas bacias está concentrada grande
parte das atividades de pesquisa de hidrocarbonetos convencionais

Figura4 Ilustração Geográfica da bacia de Moçambique

18
Fonte: (Localização das Bacias Sedimentares de Moçambique ECL), 2000.

3.3 Bacia Sedimentar de Moçambique

A Bacia de Moçambique abrange o centro e sul e as partes Onshore e Offshore de


Moçambique. Contendo sedimentos do Jurássico, Cretácico e Cenozóico, ocupa a
planície costeira do centro e sul de Moçambique e estende-se sobre a plataforma
continental.

Dados sísmicos mostram uma grande variedade ao longo da margem continental de


Moçambique. “SeawardDippingReflectorSequences (SDRS)” foram observados na
subsuperfície do Talude Continental. Por isso, a margem continental da Bacia de
Moçambique não é uma margem passiva convencional, mas sim uma margem do tipo
vulcânica, caracterizada por atividade vulcânica de grande escala e eventualmente de
curta duração que resultou em grandes volumes de corpos vulcânicos efusivos
(Reichertet al., 2008).

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A Bacia de Moçambique faz parte do sistema de margem continental do Leste Africano,
cuja formação teve início a partir do final do Jurássico/Cretácico Inferior; As estruturas
da bacia sobrepõem-se aos da depressão intracratónica do Gondwana e dos grabens do
Karoo; A depressão pericontinental recobre as estruturas geradas nas primeiras fases da
riftogénese (Jurássico Superior/Cretácico Inferior); a Bacia está localizada no extremo
Sul do Rift Este Africano que é datado da fase de riftogénese (Cretácico/Cenozóico).

Na estrutura tectónica da Bacia de Moçambique, foram identificadas as seguintes fases


da história geológica da mesma: Embasamento cristalino precâmbrico; fase estrutural
Gondwana (SGK); estágio de pós-Gondwana (Jurássico Superior-Cenozóico) (Salman
et al., s/d).

As fases estruturais são separadas por disconformidades e são, por sua vez, subdivididas
em unidades estruturais. Os elementos estruturais que determinam o carácter tectónico
estão associados a movimentos de blocos em que os grabens são uma importante forma.
Essas estruturas estão divididas de acordo com o tempo em que foram formadas e
desenvolvidas. Assim, do Jurássico ao Cretácico Inferior, geraram-se os grabens da fase
inicial de riftogénese e os grabens do Cenozóico da fase neoriftogénese. Pertences às
estruturas da fase inicial de riftogénese estão o Médio Zambeze, Palmeira, Limpopo,
Chidenguele, Mazenga Oeste e os Grabens deChangani. As estruturas neoriftogénicas
são os grabens do Lago Niassa, Urema, Mazenga e Chissenga (Salman et al., s/d).

3.4 Bacia de Moçambique e as sequências do Rifte do Leste Africano

A Bacia de Moçambique foi formada quase que inteiramente sobre a crosta "proto-
oceânica", mas a margem continental herdou o Karoo formado pelo socointracratónico
(Carbonífero-Pérmico, Karoo Inferior) e transtensional resultando o rifteamento
(Triássico, Karoo Superior) (ECL, 2000).

As Sequências de Rifte do Leste Africano compreendem uma assembleia inconsolidada


de unidades litoestratigráficas, compostas por estratos sedimentares terrestres a
marinhos e rochas sub-vulcânicas associadas, depositadas após o Evento Karoo,
marcando o rifte/migração/dispersão do Gondwana. A sua deposição começou há acerca
140 Ma e é aproximadamente contemporânea com o desenvolvimento do Sistema de
Rifte do Leste de África (SRLA), o que, porém, não sugere uma relação genética directa
com a SRLA (GTK Consortium, 2006a). Estes processos deram origem ao

20
desenvolvimento da Bacia de Moçambique, cujo substrato é constituído por rochas
vulcânicas do Karoo Superior (Jurássico Inferior) e coberta pelas sucessões
sedimentares do Cretácico Inferior a Médio que data a 140Ma. Cinco sequências depo-
sicionais maiores pós-Karoo, separadas umas das outras por inconformidades períodos
de não-deposição ou erosão, foram reconhecidas e incorporadas na estrutura
estratigráfica de toda a Bacia de Moçambique (GTK Consortium, 2006a). Esta estrutura
estratigráfica é a síntese baseada na geologia superficial e poços profundos de
exploração de hidrocarbonetos, de acordo com a GTK Consortium (2006a/b),
descrevem-se 6 sequências distintas:

3.5 Estratigrafia da Bacia de Moçambique

A Bacia de Moçambique possui várias formações geológicas. Da base para o topo da


sequência encontram-se as seguintes formações:

Figura 6: Estratigrafia da Bacia de Moçambique

21
Fonte:Estratigrafia generalizada da Bacia de Moçambique, (ECL, 2000).

3.5.1 Camadas Vermelhas: A Formação das Camadas Vermelhas é distribuída nos


grabens da Palmeira e de Chidenguele e é desenvolvida na zona axial no sistema graben
de Changane para oeste. Correspondendo a estes depósitos na parte noroeste da bacia,
ocorrem os arenitos continentais do Grupo da Lupata (Salman &Abdula 1995).

3.5.2 Formação Inharrime: compreende uma sequência de dolomitos vermelhos,


argilas vermelhas, e arenitos com bandas individuais de anidrite. A espessura desta
formação é de 100-350m, cujos sedimentos foram depositados num ambiente lagunar
restrito (Salman et al., s/d).

3.5.3 Formação Temane: consiste em anidrites intercaladas em rochas sedimentares


com argilas e arenitos vermelhos que foram formados na parte central de uma lagoa
salobra. As anidrites de Temane ocupam a parte central da bacia e são similares em
idade às camadas de Inharrime. A espessura da formação é de 110m (Salman et al., s/d).

22
3.6 Análises das Bacias de Rovuma e de Moçambique

3.6.1 Análise de secas

Para a análise de secas usou-se um índice de satisfação relativo às necessidades de água


para a cultura do milho (ISNA) como um indicador de seca. O ISNA mede a aptidão da
humidade do solo disponível para satisfazer as necessidades de água para as culturas
durante as diferentes fases do seu desenvolvimento. O ISNA tem demonstrado ser um
bom indicador dos impactos da seca na produção de culturas, visto estar linearmente
ligado à redução de rendimentos.

Os modelos hidrológicos usados no estudo são o Modelo Geoespacial de Simulação de


Caudais (GeoSFM) e o Índice de Satisfação das Necessidades de Água (WRSI). Ambos

os modelos foram desenvolvidos pelo USGS EROS (Centro de Ciência e Observação


dos Recursos da Terra do Instituto Geológico Norte-americano), e foram usados para
suportar a monitorização de operações em muitos ambientes com escassez de dados. A
ligação foi obtida através do intercâmbio dos dados de precipitação e temperatura nos
modelos. Os modelos de clima global usados no estudo são os seguintes: ECHAM,
GFDL, IPSL, CCCMA, CNRM, CSIRO e GISS. A configuração do modelo teve início
com a análise do terreno no GeoSFM para obter unidades de modelagem para as onze
principais bacias hidrográficas de Moçambique, nomeadamente Maputo, Umbeluzi,
Incomati, Limpopo, Save, Buzi, Pungué, Zambeze, Licungo, Motepuez e Rovuma.

3.6.2 Análise de secas

Para a análise de secas usou-se um índice de satisfação relativo às necessidades de água


para a cultura do milho (ISNA) como um indicador de seca. O ISNA mede a aptidão da
humidade do solo disponível para satisfazer as necessidades de água para as culturas
durante as diferentes fases do seu desenvolvimento. O ISNA tem demonstrado ser um
bom indicador dos impactos da seca na produção de culturas, visto estar linearmente
ligado à redução de rendimentos.

23
Tabela 1: O desempenho das culturas é avaliado com base na necessidade de água
que corresponde ao indicado pelo Índice de Satisfação das Necessidades de Água
(ISNA)

Índice de Satisfação das Desempenho da cultura


Necessidades de Água (ISNA)
100 a 95 Muito Bom – Bom
94 a 60 Médio – Aceitável
59 a 50 Fraco
Inferior a 50 Mau
Fonte (autor), 2021

3.6.3 Análise da Necessidade de Água

As alterações do curso de água calculadas por meio do modelo hidrológico descrito


acima não levam em consideração o consumo de água nas respectivas bacias.
Oconsumo de água é normalmente composto de necessidades municipais, industriais e
agrícolas. A magnitude destes consumos é uma função da população, das condições
socioeconômicas, do tipo e extensão das actividades agrícolas e industriais, bem como
das preferências culturais locais. À excepção da população, estes parâmetros são
extremamente difíceis de prever com muita precisão, visto envolverem escolhas
humanas e serem facilmente influenciados por alterações sócio-políticas locais e
globais. Regra geral, asestimativas futuras relativas à população podem ser previstas
com maior precisão, dado que as taxas de crescimento populacional são normalmente
bastante estáveis na ausência de choques repentinos, tais como conflitos.

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Tabela 2: Estes valores correspondem a apreciações relacionadas com ciclones

e com a subida do nível do mar para o período entre 2046 e 2065.

Região Subida global Subida das Tempestade Totalidades dos


do marés induzidas Acontecimentos
Nível do mar (acima do Por ação combinados
NMA) ciclônica
Norte 0.2 m 2.2 m 0.3 m 2.7 m
Centro 0.2 m 3.6 m 0.5 m 4.3 m
Sul 0.2 m 2.2 m 0.3 m 2.7 m
Fonte: (autor),2021

Cap. IV

25
4. Conclusões& Recomendações e Estudos futuros

A Bacia do Rovuma é a bacia sedimentar relacionada ao Rio Rovuma na fronteira entre


Moçambique e a Tanzânia, localizada em terra e no mar. A primeira pesquisa de
petróleo e aquisição de dados na parte moçambicana da bacia iniciou por volta de 1980.
Foi em 1983 no Concurso Público de Concessão de Áreas para Pesquisa e Produção de
Hidrocarbonetos que a Área Rovuma Onshore foi adjudicada a Companhia Esso
Exploration Moçambique Limitada (Operador com 50%) e seu parceiro Shell também
com 50% de interesse participativo

Com o gás descoberto na Bacia do Rovuma, foram aprovados até ao momento três
projectos, nomeadamente o Projecto Golfinho/Atum, a ser executado na Área 1 pela
Total E&P Mozambique Área 1 Limited, o Projecto Coral Sul FLNG a ser
implementado na Área 4 pela Eni e o ProjectoRovuma LNG, a ser executado também
na área 4 pela Mozambique Rovuma LNG (MRV).

4.1 Recomendações

Para as minhas análises penso que, se estudasse ou se fizesse analises mais detalhadas
com outros dois furos Njika3 e Njika 4, feitos no mesmo bloco e na mesma época.
Assim, seria possível fazer uma melhor correlação dos furos e chegar a uma melhor
conclusão opondo se as Bacias de Rovuma e Moçambique. Caso esta sugestão seja
aderida, gostava que a direcção da Empresa Nacional de Hidrocarboneto (ENH) e os
meus colegas, orientadores analisassem com muita ponderação e carinho em torno deste
desafio que se calhar pode-se materializar num futuro breve.

5. Referencias bibliográficas

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Marconi Marina de Andrade e Lakatos Eva Maria, Fundamentos de Metodologia
Científica. / ed. S.A Atlas. - São Paulo : 5ª Edição, 2003.

Tissot, B.P., Welte, D.H., 1984. PetroleumFormationandOccurrence


(Secondrevisededition), Springer-Verlag, Berlin, 699p.

Triguis, J.A., Souza, E.S., 2009. Geoquímica de Petróleo Utilizada na Exploração,


Produção e Meio Ambiente Impactado pelo Petróleo,Brasil, UFPE, 2009, 75p.

Triggia, A.A., Correia, C.A., Filho, C.V., Xavier, J.A.D., Machado, J.C.V., Thomas,
J.E., Souza Filho., J.E., Paula., J.L., Rossi, N.C.M., Pitombo, N.E.S., Gouvea,
P.C.V.M., Carvalho., R.S., Barragem, R.V., 2001. Fundamentos de Engenharia de
Petróleo, RJ, Interciência, 278p.

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& Hall, 615 p.

Vasconcelos, L., Jamal, D., 2010. A Nova Geologia de Moçambique. In: Flores, D.,
Marques, M., (Eds.), Memórias nº14, XVI Semana de Geoquímica/X Congresso de
Geoquímica dos Países de Língua Portuguesa, Porto, 53-66.

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