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Bovane Manuel Pene Massango

Castelo Domingos Sicome

Carla Rafael Francisco Chirindza

Cláudio Eduardo

Enquadramento Geológico da Região de Manica

(licenciatura em Geologia com habilidades em Mineração)

Universidade Rovuma

Nampula

2022
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Bovane Manuel Pene Massango

Castelo Domingos Sicome

Carla Rafael Francisco Chirindza

Cláudio Eduardo

Enquadramento Geológico da Região de Manica

Trabalho de investigação de carácter


avaliativo, do curso de licenciatura
em Geologia, com habilidades em
Mineração, 3º ano, 1º semestre. Da
cadeira de Geologia de Moçambique,
leccionada por:

Dr. Sumalge Muteliha

Universidade Rovuma

Nampula

2022
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Índice
1. Introdução ................................................................................................................................ 4
2. Localização Geografica de Manica ......................................................................................... 5
2.1. Geologia de Manica ............................................................................................................. 5
Cratão de Zimbabwe ....................................................................................................................... 6
3. Unidades litoestratigráficas e litologias de Manica ................................................................. 6
3.1. Arcaico ................................................................................................................................. 7
3.2. Proterozoico Inferior e Médio ............................................................................................ 10
Proterozoico Médio e Superior ..................................................................................................... 15
4. Unidades Cronoestratigraficas ............................................................................................... 15
5. Potenciais Jazigos Minerais e energéticos ............................................................................. 18
6. Conclusão .............................................................................................................................. 20
7. Referencia Bibliográfica ........................................................................................................ 21
8. Anexos ................................................................................................................................... 22
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1. Introdução
A província de Manica está localizada na região centro de Moçambique, entre as seguintes
latitudes, 18º50'S-19º00'S e as longitudes 32º 45’E-32º 55’E, a sua capital e a cidade de Chimoio,
a cerca de 1100km ao norte de Maputo, e a 200km a oeste da costeira cidade da Beira, com uma
área de 141224,8km, esta província está dividida em 12 distritos e possui, 5 municípios,
Catandica, Chimoio, Gôndola, Manica e Sussundenga.

O trabalho tem como tema a geologia da região de Manica. Onde que esta região constitui a
geologia mais antiga do território moçambicano. E que a mesma pertence ao terreno do
Gondwana Sul.

O trabalho tem como:

Objetivo Geral:

 Descrever detalhadamente a geologia da região de manica;

Objetivos específicos:

 Explicar detalhadamente as principais unidades litos/cronoestratigraficas e suas


respectivas litologias desta região;
 Caracterizar detalhadamente os recursos minerais e energéticos existentes nesta região;

Metodologia

Para a feitura deste trabalho, foi preciso de diversas obras bibliográficas, carta geológica, bem
como, as demais tecnologias de informação disponível.
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2. Localização Geografica de Manica


A província de Manica está localizada na região centro de Moçambique, entre as seguintes
latitudes, 18º50'S-19º00'S e as longitudes 32º 45’E-32º 55’E, a sua capital e a cidade de Chimoio,
a cerca de 1100km ao norte de Maputo, e a 200km a oeste da costeira cidade da Beira, com uma
área de 141224,8km, esta província está dividida em 12 distritos e possui,5 municípios,
Catandica, Chimoio, Gôndola, Manica e Sussundenga.

Essa região faz fronteira a norte com a província de Tete, a leste com a província de Sofala, a sul
com as províncias de Inhambane e Gaza e a oeste faz fronteira com o Zimbabwe.

Figura: 1. Localização geográfica da província de Manica. Fonte: autor 2022

2.1.Geologia de Manica
A região de Manica, constitui a geologia mais antiga do território moçambicano, e este pertence
aos terrenos de Gondwana Sul. Onde que o Terreno do Gondwana Sul é composto por um núcleo
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arcaico, sedimentos de plataforma proterozóicos e cinturões dobrados proterozóicos. Pois com


isso para entendermos bem a geologia de Manica é necessário ter em consideração a geologia da
África Austral que corresponde os terrenos que resultaram da acção sucessiva de várias
orogenias que fizeram sentir desde os tempos Pré-câmbricos até ao fanerozoico, e paralelamente
a evolução do cratão do Zimbabwe, uma vez que numa artéria desta região do país e um
prolongamento deste cratão.

Cratão de Zimbabwe
O cratão do Zimbabwe localiza-se na África Austral onde ocupa uma área de aproximadamente
2680 km2. E limitado por cinturões moveis com diferentes idades e foi afectado em diversos
sectores pela deformação associada a cada uma destas orogenias.

O cratão do Zimbabwe tem sido interpretado em termos de sucessivos estádios de crescimento


crustal que envolveram a adição de grrenstone (rochas verdes) e granitoides a um núcleo antigo
de 3500 Ma de idade.

Segundo Dirks e Jelsm (2002) relacionam o crescimento crustal do cratão do Zimbabwe com
diferentes episódios de acreção lateral de material juvenil (sequência de arco vulcânico,
granitoides da série Tonalito-trondjemito-granodiorito.) ao longo das fronteiras de placa de um
núcleo cratonico em progressivo desenvolvimento.

3. Unidades litoestratigráficas e litologias de Manica


A região de Manica constitui a mais antiga Geologia de Moçambique, no qual corresponde as
rochas do período Arcaico e estende-se até ao proterozoico.

A região da província de Manica apresenta as seguintes unidades:

Complexo Mudzi, Complexo Mavonde, Granitóides mais antigo, Grupo Manhinga, Grupo
Manica (A Formação Macequesse, A Formação Vengo), Grupo Gairezi, Complexo Barué, O
Grupo Macossa, O Grupo Chimoio, Complexo Metamórfico Masoso, Grupo Umkondo, Diques e
Doleritos e Microgabro e o Grupo Ruchinga.
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3.1.Arcaico
Trata-se da era mais antiga da história geológica de Moçambique, no período compreendido
entre 2800 a 3500 Ma. Estão incluídos neste intervalo de tempo os grupos cratonico constituídos
por greenstonebelt e granito-gnaisses mais jovens, englobados no grupo de Manica.

Podem pertencer a esta era relíquias mais ou menos preservadas de rochas cratonicas no seio do
cinturão Moçambicano, caso das rochas supracrustais de Nhamatanda, encravada complexo de
Barué. Esta sequência arcaica foi retomada pelo ciclo tectogenéticos hamvaiano (2500-2800
Ma).

O cinturão de rochas verdes de Manica, conhecidas por grupo de Manica, representa o


prolongamento do cratão arcaico do Zimbabwe dentro do território Moçambicano onde ocupa
uma área de cerca de 35km de comprimento dentro por 10 a 15 km de largura. As rochas verdes
que constituem o grupo de Manica têm sido agrupadas em duas unidades litoestratigráficas
principais, formações de Macequesse e Vengo.

Durante o arcaico tardio e o neoproterozoico, as formações de Macequesse e de N’benza Vengo,


sofreram vários fenómenos de intrusão por magmas ácidos e básicos. Os corpos ígneos intrusivos
tem composição predominantemente granitoide e constitui um extenso complexo batolítico na
bordadura do cinturão de rochas verdes (granito externo) e diversos Stocks no interior do
cinturão (granitos internos).

A margem oriental do Cráton Arcaico de Zimbabwe estende-se a Moçambique, onde parte norte
da margem oriental do Cráton é atribuída ao Complexo Mudzi e a parte sul, ao Complexo
Mavonde. Na sua parte meridional, o Cráton é composto por um terreno granito-greenstone
clássico.

O soco cristalino é constituído por para gnaisses supracrustais metamorfizados, granulitos e


migmatitos, Ortognaisses e rochas ígneas.

Complexo Mudzi (A3Mq)

As rochas do Complexo Mudzi estão expostas ao longo da margem norte do Cráton Zimbabwe e
se estendem a Moçambique na região de Cuchamano, povoado de Mudzi-Chizimwe.
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As litologias do complexo Mudzi ocorrem em estruturas dômicas (e.g. Monte Senga Senga) ou
em sequencias de gneisses bandadas Arcaicas, empilhadas por empurrões, com a separação do
embasamento/cobertura (thin-shnned) e com intercalações de metagabros Arcaicos, que possuem
um mergulho suave a sul e ocorrendo sub-sobrejacentes aos xistos e quartzitos Gairezi.

As unidades mapeáveis seguintes têm sido atribuídas ao Complexo Mudzi é Ortogneisses

Félsicos, que compreendem:

Quartzo- Msonzonitos/Quartzo-Monzodioritos, Granitoide Foliado, localmente porfirítico e


Gnaisse TTG, Granitóide Foliado, com idades U-Pb magmáticas variando de 2600 a 2710 Ma.
Os membros máficos subordinados incluem: Gnaisse Granodiorito, contendo bandas
amfibolíticas, Metagabros e Anfibolito/Granada-Anfibolito. Finalmente, a menor proporção do
Complexo Mudzi é composta por gnaisses com protólito sedimentar e inclui Granada-Gnaisse.

Complexo Mavonde (A3V)

O conjunto de granitoides do Cráton Zimbabwe é mais jovem que o Supergrupo Bulawayo


Superior, sendo assim, mais jovem que as rochas do Cinturão de Rochas Verdes Manica e
incluindo as Suítes NeoarcaicosWedza (~2650 Ma) e Chilimani (~2600 Ma).

Os granitóides Neoarcaicos no Complexo Mavonde é caracterizada, em termos gerais, por


composições graníticas a tonalíticas, como os gneisse TTG. Variedades aplíticas e migmatíticas
estão presentes em certos locais. Gneisses máficos e metagabro são tipos de rochas
subordinados.

Grupo Munhinga (A3MH)

O Cinturão de Rochas Verdes Cronley-Munhinga é localizada a cerca de 50 km ao sul do


Cinturão de Rochas Verdes Mutare-Manica e continua em Moçambique por cerca de 25 km na
direcção ~E-W, quando se curva em direcção ao norte e afinando-se até desaparecer.

Em Moçambique, somente Rocha Meta-vulcânica-Ultra-máfica e Talco-Clorita Xisto, Quartzito


e Rocha Ferrífera Bandada são expostas no Cinturão de Rochas Verdes Cronley-Munhinga.
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Grupo Manica (A3M)

O grupo de Manica é constituído por seguintes unidades:

 Formação de Macequesse; e de
 MbezaVengo,

O Segmento Mutare do Cinturão de Rochas Verdes de Manica é um sinclinório mergulhante a


leste, composto por uma sequência basal Vulcano-sedimentar e uma superior, dominada por
sedimentos, ambas atribuídas ao Grupo Manica.

A Formação Macequesse (A3MM)

É principalmente composta por metavulcanicas ultramaficas e máficas e seus produtos derivados


retrogressivos e metassomaticos, como serpentinitos e talco + clorite+ tremolita-xistos, com
intercalações de formações ferríferas bandadas (BIF), metacherts e conglomerados polimicticos,
cobertos por rochas metavulcânicas andesiticas, dacíticas e riodacíticas, de origem
predominantemente piroclásticas.

As unidades mapeáveis a seguir foram identificadas (grosseiramente da base para o topo):

Serpentinitos e Meta-komatíto, Talco-clorita-xistos, Rocha MetavulcânicasMáficas e


Ultramáfica, Metabasalto e Xisto Máfico, Rocha MetavulcânicaMáfica e Intermediária, Brecha,
Rocha ferrífera Bandada, Metachert, Formação Ferrífera Bandada, Quartzo-Sericita-Xisto,
Diamictito, Metagré Lítico Rico em Ferro,(Tufo Félsico a Cristal, Quartzo-Feldspato Pórfiro
Brecha-Tufo, Conglomerado Vulcânico.

A Formação Vengo (A3MV)

Enquadra-se na unidade superior do grupo de Manica e pode ser correlacionada com os


sedimentos Shamvaiano do Arcaico Superior em Zimbabwe, repousando inconfortavelmente ou
com contatostectônicos sobre rochas verdes metavulcânicas, contendo material clástico grosseiro
derivado de terrenos granito-greenstone.
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As rochas granitoides envolventes são de dois tipos, intrusões orientadas e gnaissificadas por
vezes charnoquiticas,conhecidas por granitos gnaisses cratonicos,pos-Macequece e pre-vengo,
granitóidesremobilizados na margem Moçambicana,pôsVengo. As rochas da Formação Vengo
tem três áreas maiores de ocorrência, sendo as mais extensas a faixa sinforme com a largura de
1-1.5 km e com a direção E-W, começando a partir da Serra Vengo e seguindo em direção a leste
por ~15 km.

Esta unidade é a continuação da Série Mbeza de Zimbabwe (Wilson 1979).

As litologias maiores compreendem conglomerados basais, grafita-filitos e sericitaxistos com


finas intercalações de quartzitos com mármore cinza, rocha ferrífera bandada e quartzito lítico
ferruginoso.

As seguintes unidades mapeáveis foram identificadas (grosseiramente da base ao topo):


Conglomerado Vulcânico, Conglomerado Polimícticos, Quartzito ,Metagrauvaques, Filito e
Grafita-Xisto, Rocha Ferrífera Bandada, Metachert ,Mármore , Quartzo-Sericita Xisto , Meta-
Arcóseo e Quartzito Arcóseo e Micaxisto.

Granitóides mais antigos (A2gt)

São evidenciados por uma amostra de gneisse tonalitico, coletado ao longo da estrada Manica-
Chimoioo, a 5 km a leste de Manica. A datação U-Pb SHRIMP forneceu a idade magmática
concórdia de 2907 +/- 3Ma. Os núcleos alterados, metamícticos, indicam idades-zircão mais
antigos de componentes herdados.

A idade sugere a correlação com a Sebakhewan em Zimbabwe. A extensão de este tipo rocha na
área é desconhecida.

3.2.Proterozoico Inferior e Médio


Os terrenos desta época, integrados na Cadeia Irumide têm origem em bacias possivelmente do
tipo Interarcos, na bordadura dos cratões como é o caso do grumo de Unkongo, do Grupo do
Gairezi e possivelmente do Grupo de Rushinga.
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Os sedimentos destes últimos grupos, encontam-se dobrados devido a subdução da placa


oceânica debaixo da crusta continental arcaica. As lavas andesiticas são devidas a erupção dos
vulcões originados pela fusão da placa subdutada.

Grupo Gairezi (P1Z)

As rochas tradicionalmente atribuídas aos Grupos Gairezi e Fronteira ocorrem junto à fronteira
entre Zimbabwe e Moçambique.

As litologias do Grupo Gairezi podem ser facilmente distinguidas dos granitóides e litologias
Arcaicos subjacentes do Complexo Barué.

Estes formam terrenos montanhosos elevados, com cristas longas, acentuando-se claramente dos
terrenos suaves a leste e oeste.

Argumenta-se que a “Série Gairezi” era o equivalente estratigráfico da parte basal do “Sistema
Umkondo” e que as diferenças litológicas maiores eram explicadas pelas variações de fácies
entre as unidades. Consequentemente, ambas as sequências foram atribuídas ao “Sistema
Umkondo”, sendo as exposições a oeste colocadas sob os termos de fácies Rodesianos ou
Inhangas e as do leste, sob fácies Moçambique, Fronteira ou Gairezi.

O Grupo Gairezi consiste predominantemente em xistos pelíticos e orto-quartzitos brancos a


cinzentos. Mármore e meta-conglomerados polimícticos são subordinados.

Lentes e camadas de Meta-conglomerado intraformacional e polimítico são encontradas na parte


basal do Quartzito na região de Chicamba Real.

Os clastos compreendem outras rochas supracrustais, como xistos, em adição a gneisses


graníticos e granodioríticos.

As analises SHRIMP de zircões detríticos do granada-cianita xisto do Grupo Gairezi sugerem


uma idade máxima de 2041±15 Ma e proveniência Arcaica para sedimentos metapelíticos do
mesmo. Esta idade máxima é marcadamente similar à idade máxima encontrada nos
metasedimentos do Grupo Rushinga. As similaridades litológicas entre os grupos Gairezi e
Rushinga, especialmente na sua parte basal (Formação Rio Embuca), junto com os resultados das
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idades e a continuidade regional ininterrupta, sugerem que o Grupo Gairezi e a parte basal do
Grupo Rushinga sejam estratigraficamente equivalentes (cf. Bartonetal. 1991).

Complexo Barué

Pinnaetal. (1987) distinguiram várias unidades litoestratigráficas no Complexo Barué, que não
podem ser identificados como entidades separadas nas imagens de satélite e mapas geofísicos.
Como consequência, estas subunidades não foram mantidas.

O Complexo Barué, redefinido e reduzido, tem sido subdividido em Grupos Macossa e Chimoio.

Apesar de ambas unidades possuírem similaridades litológicas e estruturas, o Grupo Macossa


mostra uma predominância mais clara de rochas de derivação supracrustal. As litologias do
Complexo Barué desenvolvem tipicamente uma paisagem ondulada, fracamente dissecada, com
Inselbergs formados por rochas intrusivas.

O Grupo Macossa

Compreende as seguintes unidades mapeáveis:

Gneisse Leucocrático, Gneisse Quartzo-Feldspático, Meta-arcósio, Quartzito Feldspático,


Granada-SilimanitaGneisse, Mica Gneisse e Metagrauvaca , Mármore e Gneisse Calco-
Silicatado .

O Grupo Chimoio

É composto por Metasedimento Siliciclástico, Gneisse Monte Chissui, Biotita GneisseFélsico e


Metagranito , ParagneisseMigmatítico ,Metagranito a Granada e Paragneisse,
HornblendaGneisse e Amfibolito e Mica Xisto e Mica Gneisse, Corpos variavelmente
deformados de rochas plutônicasfélsicas e máficas, incluindo uma variedade de ortogneisses de
afinidade granítica e tonalítica, meta-diorito, meta-gabro e hornblendito, intrudiram os
metasedimentos do Complexo Báruè.

O metagranito intrusivo nos metasedimentossiliciclásticos forneceu a idade magmática SHRIMP


de 1119±21 Ma. Zircões herdados desta amostra tem idades de ~1.83 Ga, 2.03 Ga e 2.50 Ga.
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Ortogneissesgranodioríticos, emplaçados nos paragneisses do Grupo Chimoio, definem a idade


magmática SHRIMP de 1079±7 Ma.

Complexo Metamórfico Masoso

Os contactos norte e leste do Complexo Metamórfico Masoso são definidos por falhas normais
contra o Supergrupo Karoo,e a Formação Mágoè, do Cretáceo.

O contacto meridional com a Suíte Guro é formado por uma série de planos de falhas de
empurrão, com direcção grosseiramente a EW e vergentes ao norte. O contacto de falha
setentrional com as rochas Karoo é caracterizada por uma forte brechação e milonitização.

As idades publicadas (e.g. Bartonetal. 1991; Maringaetal. 1998; Vinyuetal. 1999) confirmam que
ao menos dois eventos tectono-metamórficos afetaram a margem setentrional do Cráton
Zimbabwe e que os protólitos das unidades Proterozóicas devem ser mais antigas que 850 Ma

Grupo Umkondo (P2U)

O Grupo Umkondo forma uma sequência Proterozoico de metassedimentos e metalavas


basálticas a andesíticassub-horizontais de baixo-grau, que repousam inconfortavelmente sobre
litologias Arcaicas da Faixa Limpopo oriental e Cráton Zimbabwe.

Duas novas unidades litoestratigráficas foram definidas pelo Consórcio GTK, compreendendo
derrames basálticos subaéreos da Formação Espungabera (topo) e metasedimentos bem
preservados da Formação Dacata (basal).

A Formação Dacata é subdividida em cinco membros (da base para o topo): O Membro
Quartzítico Inferior, Membro Grafita-Xisto, Membro Chert, Membro Siltito e Membro Quartzito
Superior. Destes, somente os Membros Quartzito Inferior e Siltito são encontrados na área existe
informação geocronológicadireta

Diques de Doleritos e Microgabro

Três grupos de diques máficos foram intrudidos no terreno granito-greenstone do Cráton


Zimbabwe Oriental:

Diques máficos no Cinturão de Rochas verdes de Manica-Mutare,


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Metadoleritos nos gneisses Arcaicos e metasedimentos do Grupo Gairezi;

Diques e sills dos doleritosmicro-gabróicos de Mashonaland nos quartzitos Umkondo.

Anteriormente, todos os diques eram agrupados em uma família e denominados de


DoleritosUmkondo (doleritos pós-Unkondo, Hunting 1984), pertencendo à “Província Ígnea de
Umkondo”, com uma idade mesoproterozóica de ~1100 Ma

3.3.Proterozoico Médio e superior

Trata-se de unidades geológicasconstituídas por gnaisses, com intercalações de quartzitos,


arcoses e mármores, orogenizadas pelo ciclo Ilumite(1350 Ma) e mais tarde retomada pela
orogenia de Moçambique.

Grupo Rushinga (P1R)

A abundância de diques máficos e Félsicos ou plutões (Suíte Intrusiva Rukore) do Karoo

Tardio no domínio norte e a ausência destas no domínio sul é um facto surpreendente. O Grupo
Rushinga tem sido subdividido em Moçambique em

 Formação Rio Embuca (P1RE), quartzo-feldspática a pelítica:

Inclui (da base ao topo) (1) Quartzito inferior, (2) Gneisse Quartzo-Feldspatico, (3) Meta-
Arcóseo/Quartzito e (4) Biotita Xisto. O Quartzito inferior, feldspatico a orto-quartzitico, com
lentes de Metaconglomerados, é exposta principalmente ao longo de suaves cristas e restando
directamente sobre os gneisses do embasamento Arcaico, com um contacto supostamente
tectónico.

Meta-Arcóseo/Quartzito Arcóseo (P1REa), é uma rocha quartzo-feldspatica levemetente


amarelada a castanho-rosada, de granulação mediana e finamente bandada. Esta é geralmente
associada com amfiblolitos bandados. A sua similaridade geral com algumas variedades félsicas
da Suíte Guro podem localmente dificultar a separação entre estas unidades rochosas.

 Formação Monte Pitão (P1RP), mármores e rochas calco-silicatadas.


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A Formação Rio Embuca inclui (da base ao topo) (1) Amfibolito bandado, (2) Gneisse calco-
Silicatado, (3) Marmore inferior, (4) Biotita Gneisse, (5) Marmore superior e (6) Quartzito
Superior.

Proterozoico Médio e Superior


Trata-se de unidades geológicas constituídas por gnesses, com intercalações de quartzitos,
arcoses e mármores, orogenizada pelo ciclo Irumide e mais tarde retomados pela orogenia
Moçambicana.

Suíte Guro

É apresentado, como uma nova unidade litológica. As rochas da Suíte Guro são expostas em uma
área de 100 x 100 km, ao norte do redefinido Complexo barue, entre Tete e Guru-Mungári e
foram anteriomente incorporados no Complexo Barue.

A Suíte Bimodal Guro é composto por membros máficos e felsicos. os teores de SiO2 dos
componentes félsicos variam entre 68.1 e 77.6% e os membros máficos, entre 44.5 e 50.6%

4. Unidades Cronoestratigraficas

Unidade Unidades estratigráficas


Cronoestratigráfica
Supergrupo grupo Formação Rochas sedimentares, Roch
/Suite vulcânicas e complexos as
Período
Era /Complexo metamórficos plutó
Eo
nicas
n
e
dique
s
16

P Quartzo-feldspática a
R pelítica, mármores e rochas
E Proterozoico medio e C Ruchinga calco-silicatadas
C superior
A
M
B Dacata Metasedimentos
R Umkondo Espungabera Derramesbasálticos
I Proteprozoico inferior e MetasedimentoSiliciclástico
C médio Chimio , Gneisse Monte Chissui,
O Biotita GneisseFélsico e
Metagranito ,
ParagneisseMigmatítico
,Metagranito a Granada e
Paragneisse,
HornblendaGneisse e
Amfibolito e Mica Xisto e
Mica Gneisse,
Macossa Brechasmiloniticas

C Barue Granittoides e
granitocharnoquitico

Gairezi Metasedimentos
gneisses Arcaicos

Granitoides
arcaico-
17

complexo Gabro, granito porfirítico e


de Mavonde granodiorito,
e Ortognaissesmáficos a
intermediários, Granito
massivo,
Granodioritotonalítico,
Granito, Gnaisse TTG,
Gnaisse TTG bandados
Arcaico Complexo Quartzo monzonite e
de Mudze quartzo Monzodioritos,
Granito foliado, Gnaisse
TTG e Granitoides foliados,
Gnaisse granodiorito,
Metagabros,
nfibolitogranatifero,
Gnaisses granatifero
Munhinga
Vengo Polimític, Quartzito,
Metagrauvaca, Filito e
Grafita-Xisto,Rocha
Ferrífera Bandada,
Metachert ,Mármore ,
Quartzo-Sericita Xisto ,
Meta-Arcóseo e Quartzito
Arcóseo e Mica-Xisto
Macequece MetavulcânicaMáfica e
Manica Intermediária, Brecha,
Rocha ferrífera Bandada,
Metachert.
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5. Potenciais Jazigos Minerais e energéticos


Na região de Manica encontram se jazigos e ocorrências de ouro, cobre, bauxite, asbesto, talco,
manganês, crômio e níquel, Ferro, carvão e agua mineral sendo os mais importantes os de ouro e
de cobre.

As mineralizações de ouro e cobre ocorrem jazidas singeneticas e epigeneticas relacionadas com


as rochas ígneas máficas e ultramáficas ou com os seus equivalentes metamórficos.

As concentrações asbesto e talco aparecem embolsados e veios nos serpentinitos da formação de


Macequesse. Os corpos mineralizados de sulfuretos contendo cobre e outros metais estão
encaixados nos komatititos, Félsicos, rochas talco carbonato e serpentinitos.

Ouro

As jazidas epigeneticas de ouro são a de maior interesse e estão associadas a filões quartzo
auríferos com sulfuretos.

Jazidas de ouro em Manica

O grande potencial de depósitos Auríferos está ligado a associação granito-rochas verde. E neste
contexto que se encontra os seguintes filões de ouro alvos de exploração englobado no campo
minério de Chimese, Cantão, Morondo, Chua, no campo mineiro Penhalonga-revue e o campo
mineiro de Mangonta.

Cobre

As jazidas principais de minérios de cobre em Manica, ocorrem em regiões filonianas, ligados a


rochas verdes do grupo de Manica como e o caso de Mundongueira. Estes jazigos estão situados
na serra de isitaca, acerca de 12 km a oeste da cidade de Manica.

A área mineralizada encontra-se no flanco sul do sinclinório de manica, encaixada nas rochas
Vulcano-sedimentar arcaica do grupo de Manica.

Asbesto

Em Manica este recurso está localizado no jazigo de Mavita, esta jazita de asbestos ocorre em
''rochas verdes ‘de idade arcaica e localiza-se a 50km a sul da cidade de Manica. O acesso aquela
matéria-prima e feita pelo troco de estrada de terra batida Chimoio-Rotanda.

As concentrações de asbestos daquela área aparecem em bolsadas com algumas dezenas de


metros de diâmetros e em veios, preenchendo fraturas da tectónica regional da área. As rochas-
mães destes minerais fibrosos são serpentinitos e xistos talcosos orientados na direção NE-SW.
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Nestas rochas, cerca de 60% de asbestos são constituídos por fibras, das quais metade e fibra
longa comercial.

Argilas Bauxiticas

A concentração de Bauxites argilosas encontra-se nos jazigos de Moriangane, situa-se a cerca de


30 km da cidade de Chimoio.

A rocha mãe de alteração Bauxiticas e um sienito situado no contacto entre a intrusão gabroica e
as rochas granito-gnessica do grupo de Manica. A rocha alterada esta superficialmente
caulinizada e interiormente contem bolsada de bauxite.

Corindo

A ocorrência de corindo, situa-se a cerca de 50 km da cidade de Chimoio, no distrito de Gondola.


O corindo ocorre em pegmatitos de silicificados do tipo plumasito, encaixados em gneisses e
micaxistos do complexo de Barué. São notáveis os cristais de corindo de habito bariliformes de
cores cinzendo esverdeada e castanha.

Carvão

A bacia carbonifera situa-se na regiao de Mussurize, sendo a continuidade da bacia do


Zimbabwe que culmina na povoacao de Mepotepote em Manica. A formacaocarbonifera desta
ocorrencia é constituida por dois complexos, com camadas de carvao de 0.25-0.9m de espessura.
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6. Conclusão
Chegando ao fim da investigação feita pelo grupo do trabalho cujo tema enquadramento
geológico da região de Manica, conclui-se que a região de Manica constitui a geologia mais
antiga do território moçambicano, e esta pertence aos terrenos de Gondwana Sul. Em que o
Terreno do Gondwana Sul é composto por um núcleo arcaico, sedimentos de plataforma
proterozoico e cinturões dobrados proterozóicos. E que a litoestratigráfica dessa região
corresponde essencialmente as rochas do período Arcaico e estende-se até ao proterozoico.
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7. Referencia Bibliográfica
GTK CONSORTIUM 2006, MINERAL RESOURCESMANAGMENT CAPACITY
BUILDINGPROJECT

SUMBURANE, Estevão Inácio, Caracterização Petrografia e Geoquímica dos Granitoides de


Manica, Brasil. 2004.

GTK Consortium, 2006. Map Explanation; Volume 2

Portal do Governo Provincial de Manica


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8. Anexos
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Imagens tiradas no museu de geologia da UniRovuma.

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