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NÍVEL INICIANTE
INTRODUÇÃO
Muitos estudantes de instrumento acreditam que aprender tirar uma “música de
ouvido” como é popularmente conhecido, é super complicado. É verdade que não é de
um dia para o outro que você ganha experiência em tirar músicas, mas com algumas
sacadas e treino, o processo se torna mais agradável, sua percepção se expande e em
poucos dias você já começa a tirar suas primeiras músicas.
Para você ter um maior proveito deste E-book você deverá saber:
Caso não conheça estas teorias, volte e estude, de posse do conhecimento prossiga e
veja as sacadas contidas no E-book.
Leia com atenção, analise cada detalhe, releia tudo novamente, até internalizar o
conteúdo.
Acredito que em alguns momentos você pode ficar confuso com alguns termos e
linguagens, sendo assim tenha muita atenção e releia quantas vezes for necessário.
Quando você está aprendendo a tirar música de ouvido, por mais que saiba todos os
acordes de todos os campos harmônicos, ainda vai sentir dificuldade por não ter a
aquela intuição, aquele “sexto sentido” de saber qual acorde virá em seguida na
música, posso te garantir que essa intuição virá com o tempo e com a prática, aos
poucos você vai perceber a função, a sonoridade de cada acorde e onde geralmente
eles são usados na canção.
Um exercício que costumo indicar para meus alunos aprenderem os acordes de cada
tonalidade sem aquela chatice de ficar repetindo acorde por acorde por horas como
um mantra consiste em familiarize-se com os acordes da tonalidade que estão
aprendendo, depois ir a um site de cifras e tocar a música que eles preferirem no tom
que estiverem estudando, geralmente esses sites tem a opção de mudar o tom da
música caso a mesma não esteja no tom que a pessoa deseja. Para o exercício ter mais
eficácia, peço para eles tocarem no mínimo cinco músicas diferentes para o aluno
perceber as semelhanças entre elas no quesito acordes.
Quando você estiver neste processo de aprendizagem, perceberá que 95% a 100% dos
acordes de uma música pertencem ao campo harmônico da tonalidade que você está
estudando, é claro que isso depende também do nível de dificuldade da música.
Depois de ter tocado algumas músicas e ter analisado as semelhanças entre elas, é
hora de colocar a mão na massa e começar a tirar suas musicas sozinho, sem ajuda de
sites, revistas ou partituras, apenas na base do TESTE, testando acorde por acorde até
acertar tocar a música inteira. Somente depois de ter esgotado todas as sacadas
contidas neste E-book autorizo você a procurar outras fontes para sanar suas duvidas
(risos).
TESTANDO OS ACORDES
Escolha uma música fácil de ser tocar, músicas sertanejas, pop, pop-rock, forró etc. São
estilos que possuem músicas de fácil assimilação, e não são tão complexas no quesito
cifras, claro que nem todas são fáceis, fuja de MPB e Jazz. Músicas Gospel geralmente
são mais difíceis que os demais estilos de música popular, se você for evangélico
poderá ter alguma dificuldade para tira-las, mas não são tão difíceis, dentro deste E-
book contem sacadas que possibilitarão você tirar 90% das suas músicas, então
assimile bem as sacadas.
Escolha um pequeno trecho da música por vez, a primeira estrofe, por exemplo, você
perceberá que as estrofes representam entre 50% a 70% da música, na maioria dos
casos, cada música possuem duas estrofes, e a diferença entre elas geralmente se dá
apenas na letra (com algumas exceções que mencionarei mais a frente), mas
preservará a melodia e os acordes, então o desafio será tirar a primeira estrofe e o
refrão da música. Quando for tirar a primeira estrofe, escute o trecho e o entenda
bem, pois se você não entender o que está sendo tocado não conseguirá reproduzir
corretamente, muitas vezes é necessário que você escute várias vezes até assimilar.
A partir deste ponto começarei a mencionar os graus do campo harmônico, é
imprescindível que você já conheça este assunto, caso contrário volte e estude, de
posse do conhecimento continue lendo o E-book.
Algumas vezes quando eu for citar a palavra Campo Harmônico vou apenas
abrevia-la por: CH.
Os graus são executados na ordem e pontualmente como eu mencionar.
SACADAS INICIAIS
Quando você for tirar uma música, preste atenção nas passagens em que o
segundo (II), terceiro (III) e sexto grau (VI) aparecem, eles são os acordes menores
do Campo Harmônico, é importante você saber diferenciar um acorde maior de um
menor pela sua sonoridade, os acordes menores são os acordes com a sonoridade
mais suave, treine sua percepção para distinguir um acorde maior de um menor,
assim será um trabalho a menos ficar testando um acorde maior onde existe um
acorde menor.
Quando começar os trabalhos, dê preferência ao I, VI, IV e V grau, teste um de cada
vez.
Geralmente as músicas começam no I ou VI grau.
As estrofes e refrãos tendem a finalizar-se na progressão que vai do V grau de
encontro diretamente com o I.
Nas partes fortes da música, conhecida como subida ocorre à progressão do IV
grau caindo diretamente no V, não é sempre, mas acontece muito.
Complementando a sacada acima, aqui ocorre praticamente a mesma progressão,
mas agora vamos adicionar o I grau na sequencia. O contexto também é o mesmo,
a música vem em uma cadencia forte, e a progressão é finalizada no primeiro grau,
IV, V, e I grau exatamente nesta ordem, ocorre isso muito em finalizações de
estrofes e refrão.
ESTUDO DE CASO
Vou analisar algumas músicas com você, e te mostrar que os graus do campo
harmônico representam entre 95 a 100% da música. Caso você não conheça as
canções, pesquise no Youtube e analise a sonoridades dos acordes que vou frisar. Vou
usar o refrão da música do Michel Teló: Ai Se Eu Te Pego, essa é uma música bem
conhecida e fácil de tocar, ótima para usarmos como primeiro exemplo.
Campo harmônico de Si (B), sem o sétimo grau.
Note que neste exemplo existem dois acordes que não pertencem ao campo
harmônico de Mi, o acorde de Lá menor (Am), e o acorde de Ré (D). O quarto grau do
campo harmônico que nesse caso seria o acorde de Lá, algumas vezes deixa de ser um
acorde maior é se transforma em um acorde menor, geralmente em finalização de
estrofes onde a sonoridade transmite uma sensação de tristeza, drama ou melancolia,
lembre-se de testar o IV grau na sua forma menor quando todos os outros acordes não
soarem igual ao trecho escolhido.
CLICHÊ
Agora vou lhe mostrar um clichê muito usado nas músicas, sua configuração tem
algumas variações, mas a mais comum é essa: C (I), G/B (V Com inversão de terça), Am
(VI), Am/G (VI com inversão de sétima), F (IV), C/E (I com inversão de terça), Dm (II), G
(V).
Este clichê esta no campo harmônico de Dó, mas é claro que você pode
modular/transpor para outro tom. Ouça o trecho destas duas músicas, uma da cantora
Fernanda Brum: Amar Você e outra da cantora Melissa: Minha Razão de Viver.
Para uma melhor assimilação pesquise as músicas citadas, assim você terá uma melhor
compreensão da sonoridade de cada clichê ou acorde em destaque.
ACORDES COM 4ª
Veja o acorde de Sol com quarta (G4) na música Amar Você da Fernanda Brum, esse é
um acorde de preparação, geralmente os acordes com quarta fazem “parceria” com a
tônica, mas nem sempre isso acontece como no exemplo da música Amar Você,
geralmente essas preparações são rápidas, motivo pelo qual chamo o acorde com
quarta de acorde coadjuvante, ouça a música: Vem ficar comigo de Zezé de Camargo e
Luciano e perceba o uso que considero mais marcante do acorde com quarta.
ACORDES COM 7ª
Outro acorde que transmite a sonoridade de preparação é o acordes com sétima (C7),
o seu uso mais notável geralmente é na sua participação no final de uma estrofe, a
tônica produz uma sonoridade que faz uma espécie de ligação sonora da estrofe com o
refrão, em outras palavras, o primeiro grau deixa de ser um acorde maior e se
transforma em um acorde maior com sétima, e vai de encontro ao quarto grau (IV).
Entretanto podemos encontrar acordes com sétima sem necessariamente participar
desse contexto de preparação, é importante frisar também que o uso correto dos
acordes com sétima enriquece a sonoridade da música, fica a dica.
Veja o exemplo de uma progressão usando o acorde com sétima: C- C7- F (I, I7, IV),
outra variação acontece quando o IV grau passar do estado maior para o estado menor
como citei anteriormente, exemplo: C - C7- F – Fm, em graus ficaria assim: I- I7 – IV –
IVm.
É consenso que o terceiro grau (III) do campo harmônico é um acorde menor, só que
ocorre o seguinte, algumas vezes nas músicas o terceiro grau é usado no seu estado
maior, por exemplo, o terceiro grau do campo harmônico de Ré (D) é o acorde de Fá
sustenido menor (F#m), mas em algumas músicas o Fá encontrado nas músicas que
estão sendo tocadas no campo harmônico de Ré é um Fá sustenido maior e não
menor. Veja este exemplo:
Música: Ele Vive
Cantor: Leonardo Gonçalves.
Veja na segunda e ultima linha da música, observe o acorde de F#7, esse acorde maior
não pertence originalmente ao campo harmônico de Ré, é um acorde emprestado de
outro campo harmônico, Veja outro Exemplo.
Note que existe na terceira e ultima linha da música o acorde de Si (B) e não um Si
menor (Bm) que seria o Si original do campo harmônico de Sol, então quando for tirar
suas musicas não esqueça desta sacada importante, vamos em frente.
INVERSÕES DE TERÇA
Nas músicas é comum o uso dos acordes com inversão de terça, sobretudo na tônica e
no V grau do Campo Harmônico, em algumas músicas é usado o acorde com inversão
de terça que está um tom acima em relação à tônica do Campo Harmônico atual.
Existem varias formas de se usar as inversões, eu particularmente adoro a sonoridade
delas, mas aqui quero enfatizar o seu uso como acorde de passagem.
OUTROS ACORDES
Em músicas mais complexas é comum o uso de acordes invertidos, acordes diminutos,
meio diminutos, acordes com sétima maior, com nona, dentre outros. Como esse E-
book é voltado para um público iniciante não vou me aprofundar nesses acordes mais
avançados, quando você assimilar e aplicar todas as sacadas contidas neste E-book e
começar a tirar suas músicas, pode acontecer de você ficar travado sem saber qual
acorde usar, todas as suas cartadas já terão sido usadas, e não há semelhança entre os
acordes e a música que você está tirando, provavelmente você terá esbarrado em um
destes acordes complexos, sobretudo os diminutos, meio diminutos e acordes com
nona menor.
Nestas situações seria bom você ir a um site de cifras, partituras e buscar a resposta
por lá, ou pergunte para um músico mais experiente, mas aconselho você aprender
estes acordes e ir testando-os, a boa notícia e que cada vez que você se deparar com
esta situação sua percepção tenderá a aumentar e você estará preparado na próxima
vez, escute bem a sonoridade desses acordes após descobri-lo, e quando surgir uma
situação semelhante seu ouvido reconhecera aquela som, sua mente vai dizer JÁ
OUVIR ESSE ACORDE ANTES.
SESSÃO INTERMEDIARIA
Observe este cenário: você precisa tirar uma música, qual a primeira coisa a se fazer?
Certamente sua primeira missão é descobrir a tonalidade da música (a música é em
Dó, Ré, Mi?) a segunda tarefa é escolher um trecho qualquer desta música,
logicamente a primeira estrofe, sua terceira missão é começa a testar os acordes do
Campo Harmônico de preferencia como mencionei nas sacadas acima, se não lembrar
volte lá e revise.
Voltando ao cenário, a música começou e você está testando os acordes, tenta uma,
duas ou três vezes e não encontra o acorde correto, de repente próximo ao refrão
você encontra o seu primeiro acorde, digamos que seja o acorde de Lá (A), baseado
apenas neste acorde que você encontrou, posso afirmar que você ainda não descobriu
o tom da música, uma vez que encontrar apenas um acorde não quer dizer muita
coisa, ele é apenas uma pista de qual CH ele possivelmente possa pertencer, e cada
acorde pode fazer parte de mais de um CH, portanto você precisaria encontrar mais
alguns acordes para ter certeza da tonalidade da música que está sendo tocada.
Se você não conhece o CH de cada tonalidade, ficaria confuso sem saber o que fazer a
partir do acorde Lá (A), entretanto conhecendo os CH, você já eliminaria outros que o
acorde de Lá certamente não participaria, e sobrariam assim no máximo três CH que
esse acorde de Lá poderia originar. Eu saberia que o acorde de Lá é o V grau do CH de
Ré (D) e o IV grau do CH de Mi (E) e o I grau do CH de Lá é claro, ou seja, três campos
harmônicos para testar e descobrir de onde está vindo este acorde, para um iniciante
isto é um verdadeiro quebra-cabeça! (risos).
Verificando que a música não está sendo tocada no CH de Ré, iria verificar o CH de Lá e
de antemão saberia que alguns acordes do CH de Lá coincidem com o CH de Mi como:
C#m, F#m, E, e o próprio A, então a atenção na verificação dos acordes teria que ser
redobrada, para tirar a prova iria usar o acorde de B (V grau) que pertence ao CH de Mi
e não pertence ao CH de Lá. Semelhante ao exemplo anterior, se o acorde de B soasse
estranho em algum momento na música, isso indicaria que o CH não era o de Lá e sim
o CH de Mi (E).
Perceba que pode ser bem trabalhoso quando não conhecemos os acordes
pertencentes ao campo harmônico, eu faria a análise desses campos em questão de
segundos, usando aqueles acordes de validação, é claro que tenho experiência, assim
como você também terá um dia, isso é uma questão de tempo RELAXE!
Música: Pra Sempre Quero Te Amar, Banda Ruama, Ouça esse trecho que está bem
no inicio da música, mais precisamente nos dois últimos acordes da primeira linha. O
acorde de Mi é o quarto grau do CH de Si, e o Mi menor com sexta é o quarto grau
menor.
PONTE
Definição de Ponte: Parte com tema e intensidade diferente das outras seções da
música. É geralmente mais intensa até que o refrão e faz uma preparação para entrar
no mesmo.
Como reconhecer uma ponte? Nas pontes a música vem sendo executada em uma
melodia e cadencia constante e sem grandes saltos sonoros, de repente a música
muda repentinamente o seu andamento, cadencia e dinâmica. Ouça esta música: Say
You, Say Me, de Lionel Richiech, chegando próximo ao final da música ocorre esta
mudança de forma bem clara, a música aparenta dar uma subida, seu ritmo acelera,
ocorre uma mudança de nota brusca.
Voltando ao raciocínio, digamos que o tom que você encontrou lá atrás seja o tom de
Mi (E), cifrando a segunda estrofe você verificou uma diferença em relação à primeira
no quesito andamento da música, você esgotou todas as possibilidades desse campo
ensinadas até aqui, inclusive testou o 3º grau maior e nada de encontrar o acorde
correto. De repente você percebeu que se trata de uma ponte, então é hora de testar
as tônicas dos dois campos harmônicos anteriores ao campo de Mi que estão
respectivamente um e dois tons abaixo na escala em relação a Mi.
Então logo após você ter reconhecido que o trecho a ser cifrado se tratar de uma
ponte, é hora de “fazer uma visitinha” aos CH vizinhos e pedir emprestado suas
tônicas, e os dois CH anteriores a Mi seriam o de Ré e Dó, teste primeiro o mais
próximo do campo que estiver tocando, no nosso exemplo seria o de Ré que esta
apenas um tom abaixo de Mi, o campo de Dó (C) está distante dois tons, portanto está
mais distante.
ATENÇÃO: Você sabe a ordem das notas na ponta da língua indo e voltando? C, D, E, F,
G, A, B, C?
Dos diversos tipos de pontes, existem dois tipos mais usados, a primeira faz uso de
apenas um dos acordes vizinhos, aquele localizado um tom abaixo de Mi, ou seja, a
tônica do campo harmônico de Ré, ao usar o acorde de Ré a música transita para fora
do campo harmônico de Mi, semelhante a você ir à casa do vizinho dar um recado e
voltar rápido, nas pontes acontece o mesmo, chegando ao acorde de Ré, logo a partir
do próximo acorde a tendência é a cifra voltar para o CH de Mi novamente.
O segundo tipo de ponte mais usada, geralmente tem um salto sonoro de dois tons
abaixo do CH Mi e usa os dois acordes “vizinhos”, como nesses exemplos.
A#, Bb, C C, D, E
Existe uma variação desse tipo de ponte, é assim: o primeiro movimento é o mesmo, já
o segundo movimento ele não volta diretamente para o acorde de Mi, os acordes
vizinhos (Dó e Ré) ficam se intercalando e só depois volta para Tônica de Mi. Veja este
exemplo no tom de Dó.
Existe outro tipo de ponte ou micro ponte, a progressão iria de encontro ao acorde de
dó, mas ao invés de na volta passar pelo acorde de Ré, iria direto para o V grau do
campo harmônico de Mi que é acorde de Si, veja na penúltima linha o acorde de Dó e
em seguida o acorde de Si na palavra salvador.
Como o E-book é direcionado para um público de nível iniciante, deixei de fora alguns
conteúdos mais avançados, para evitar que você tenha uma “overdose” de
informações, em breve lançarei esse E-book na versão 2.0, curta nossa Fã Page e fique
pode dentro das nossas sacadas e atualizações, terei o maior prazer em disponibiliza-lo
para você.
Não deixe de treinar e Evoluir na música tenha paixão por seu instrumento e procure
melhorar a cada dia, é o desejo sincero da Equipe Evolução Musical.
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