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PLANO DE PORMENOR DA UNIDADE DE MUTHITA, BAIRRO DE MUTAUANHA-NAMPULA

RELATORIO

FICHA TÉCNICA
TÍTULO RELATÓRIO DE PLANO DE PORMENOR DA
UNIDADE DE MUTHITA

Supervisão Geral
Arqtº Lucas Manuel Cumbeza – Director do CDS-Zonas
Urbanas

Coordenação Técnica drº Roberto Bernardo - Chefe do Departamento de Pesquisa e


Gestão Ambiental/CDS-Zonas Urbanas

Equipe Técnica
Clodomiro Muiambo- Arquitecto e Planificador Físico
Isália Malia- Arquitecta e Planificadora Física
drº Sérgio Niquisse – Geógrafo – CDS-Zonas Urbanas
Orlando Jeremias – Topógrafo – Conselho Municipal de
Nampula
José Maria Davide – Geógrafo - Conselho Municipal de
Nampula
Antonio Oliveira – Arquitecto e Planificador Físico -
Conselho Municipal de Nampula
Orlando Chissico - Arquitecto e Planificador Físico –
DPCAA/ DEPOT

Colaboração
Arqto. Khim Hermind – Assessor do Presidente do
Município
Clodomiro Muiambo- Arquitecto e Planificador Físico
Isália Malia- Arquitecta e Planificadora Física

Assistência Técnica
Abdulla Tarmamad – Vereador de Construção de
infraestruturas e Saneamento
Fonseca Jantar – Secretario Adjunto do bairro de Mutauanha

Cartografia e Sérgio Niquisse, Roberto Bernardo, Clodomiro Muiambo e


fotografias Isália Malia

Realização CDS-Zonas Urbanas

Financiamento DANIDA /MICOA

Data Nampula, Setembro de 2008

0 SETEMBRO DE 2008
PLANO DE PORMENOR DA UNIDADE DE MUTHITA, BAIRRO DE MUTAUANHA-NAMPULA
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ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................................................................................04
CONCEITO......................................................................................................................05
CONTEUDO....................................................................................................................06
EVOLUÇÃO HISTÓRICA............................................................................................07
I-SITUAÇÃO ACTUAL.................................................................................................08

1. CAPÍTULO I- ENQUADRAMENTO REGIONAL...............................................09


1.1 Generalidades..............................................................................................................09
1.2 Divisão administrativa.................................................................................................09
1.3 Localização e limites....................................................................................................11

2. CAPÍTULO II – CARACTERÍSTICAS FÍSICO-NATURAIS..............................12


2.1 Clima............................................................................................................................12
2.2 Geomorfologia.............................................................................................................13
2.3 Topografia....................................................................................................................13
2.4 Relevo..........................................................................................................................13
2.4 Solos.............................................................................................................................13
2.6 Vegetação....................................................................................................................14
2.7 Fauna............................................................................................................................15
2.8 CaracterÍsticas Hidrograficas.......................................................................................15
2.9 Águas superficiais........................................................................................................15
2.10 Águas subterraneas....................................................................................................16

3. CAPÍTULO III- POPULAÇÃO E ACTIVIDADES ECONÓMICAS..................17


3.1 População.....................................................................................................................17
3.2 Agricultura...................................................................................................................18
3.3 Comércio......................................................................................................................18

4. CAPÍTULO IV- EQUIPAMENTOS SOCIAIS E INFRAESTRUTURAS...........19


4.1 Educação......................................................................................................................19
4.2 Saúde...........................................................................................................................19
4.3 Equipamentos Especiais..............................................................................................20
4.3.1 Cemitérios.................................................................................................................20
4.4 Abastecimento de água................................................................................................20
4.5 Lixo e Saneamento.......................................................................................................20
4.6 Rede de energia eléctrica.............................................................................................21
4.7 Telecomunicações........................................................................................................22

5. CAPÍTULO V- USO ACTUAL DO SOLO...............................................................23


5.1 Uso habitacional...........................................................................................................23
5.2 Uso agrícola.................................................................................................................23

1 SETEMBRO DE 2008
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6 CAPÍTULO VI – SÍNTESE DA PROBLEMÁTICA................................................24

II – PROPOSTA DO PLANO
7. CAPÍTULO VII – ZONEAMENTO..........................................................................26
7.1 Área Habitacional.......................................................................................................26
7.2 Área de actividades economicas..................................................................................26
7.3 Faixa de protecção.......................................................................................................26
7.4 Áreas agricolas............................................................................................................27

8. CAPÍTULO VIII – INTERVENÇÕES URBANAS.................................................28


8.1 Habitação.....................................................................................................................28
8.2 Infra-estruturas............................................................................................................28
8.3Equipamentos sociais...................................................................................................32

III -ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO


9. CAPÍTULO IX -ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO....................................34
9.1 Matéria legal................................................................................................................35
9.2 Projecto de Estrutura Urbana.......................................................................................35
9.3 Equipa de fiscalização.................................................................................................35
9.4 Marcos.........................................................................................................................35

IV - ANEXOS
10. CAPÍTULO X – ANEXOS........................................................................................36

LISTA DE MAPAS

Mapa 1_ Enquadramento...................................................................................................09
Mapa 2_ Divisão administrativa........................................................................................10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1_ Divisão Administrativa da Cidade de Nampula................................................10


Tabela 2_ Distribuição da População da Cidade de Nampula…………………………..17
Tabela 3_ Projecção da População do Bairro de Mutauanha (1997 a 2007)....................17
Tabela 4_ Balanço de áreas/ Zoneamento……………………………………………….27
Tabela 5_ Tipologias de talhaões………………………………………………………..28
Tabela 6_ Vias de acesso………………………………………………………………...29
Tabela 7_ Funcionalidade da rede viária………………………………………………...30
Tabela 8_ Regulação de tráfego…………………………………………………………30
Tabela 9_ Balanco de áreas……………………………………………………………...33

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 ...........................................................................................................................12

LISTA DE FOTOS

Foto 1/ 2_ Solos com acidentes natuais apresentando grandes riscos de erosão...............14


Foto 3/ 4_ Comércio formal e informal.............................................................................18
Foto 5_ Escola Secundária de Muatala..............................................................................19
Foto 6_ Cemitério tradicional próximo as machambas.....................................................20
Foto 7/ 8_ Tratamento do lixo, depositando-o nas crateras provocadas pela erosão.........21
Foto 9_ Subsestação na unidade de Muthita em Mutauanha.............................................21
Foto 10/ 11_ Habitações convencionais construidas com material local..........................23
Foto 12_ Plantio da mandioqueira que é a cultura mais predominante.............................23

3 SETEMBRO DE 2008
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INTRODUÇÃO

Em Moçambique, a problemática dos assentamentos informais tem vindo a crescer cada


vez mais. O planeamento e Ordenamento do território torna-se cada vez mais necessário
para a resolução da ocupação expontânea e desordenada dos solos. Nas últimas décadas
verificou-se um rápido crescimento urbano que teve consequências negativas na
paisagem. Esta situação é preocupante e deve-se paralizar. A cidade de Nampula não
foge a regra da grande problemática de assentamento que afecta o Pais.

Para um ordenamento sustentável é necessário que haja harmonia entre os vários


elementos que fazem parte da malha urbana, nomeadamente: lotes, equipamentos sociais
e infraestruturas. Estes elementos são indispensáveis para o bom funcionamento do
sistema urbano e a sua disposição adequada poderá contribuir para o processo de
desenvolvimento urbano.

O Planeamento e Ordenamento do Território tem como prioridade a correcta ocupação


dos solos nas áreas urbanas. A elaboração do Plano de Pormenor de Muthita, enquadra-se
nas actividades que o MICOA através do CDS-ZU tem vindo a desenvolver, com vista a
demonstrar uma assistência técnica aos Municípios da correcta gestão urbana através da
elaboração dos instrumentos de Gestão Territorial e apoio técnico as autoridades locais e
outros intervenientes, a prever e resolver problemas de ocupação desordenada de solo e
reduzir efeitos de desastres ambientais.

O Plano de Pormenor de Muthita tem como objectivo proporcionar à unidade uma rede de
infraestruturas básicas, equipamentos socias e uma malha urbana com delimitação
organizada dos lotes permitindo igualmente o controlo da expansão dos assentamentos
informais e minimização de todos os problemas que são caracteristicos nesse tipo de uso do
solo. É intenção que se crie condições para o uso e aproveitamento adequado do espaço
físico de forma a provê-lo de qualidade do assentamento da zona com o mínimo de
habitabilidade e que possa proporcionar a população uma vida sã.

4 SETEMBRO DE 2008
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CONCEITUALIZAÇÃO

São Planos de carácter técnico-executivo destinado a promover a pormenorização de um


Plano de Estrutura ou a realização de projectos de intervenção urbanística localizada e
parcial, pública ou privada, em um centro urbano. Definem com detalhe a ocupação de
qualquer área específica do território municipal. Estabelecem a distribuição de funções e
a definição de parâmetros urbanísticos, o desenho urbano, definindo os espaços públicos,
de circulação viária e pedonal, de estacionamento, alinhamentos, implantações,
modelação do terreno, distribuição volumétrica, localização de equipamentos e zonas
verdes.

O Plano de Pormenor (PP) é um instrumento de ordenamento do território urbano que


visa especificar as normas, os parâmetros, e as regras de utilização do solo urbano de
acordo com os princípios e modelos preconizados pelos Planos Gerais e Parciais de
Urbanização (PGU e PPU), aplicáveis às menores parcelas da subdivisão do solo
municipal. O Plano de Pormenor (PP.) visa, em especial, estabelecer os seguintes
aspectos:
a) A definição dos limites exactos da área de intervenção;
b) Os valores naturais a preservar e a desenvolver;
c) Os valores patrimoniais e históricos a proteger;
d) A situação legal de cada parcela ocupada ou livre ocupação;
e) A integração das redes viárias e de serviços na malha urbana geral
f) O desenho urbano com o tratamento altimétrico do terreno, a definição das vias de
circulação motorizada e pedonal, os estacionamentos, a forma e o tratamento dos
espaços públicos, os alinhamentos das construções, a localização dos equipamentos
públicos e de interesse colectivo, as envolventes volumétricas dos edifícios a
construir, as zonas verdes a preservar ou a criar;
g) Os índices de ocupação da superfície e os parâmetros urbanísticos a respeitar com
a definição das densidades a obter, numero de pisos e cérceas;
h) Os edifícios e outras estruturas a conservar e a demolir;
i) As expropriações a executar;
j) A estratégia de execução do Plano de Pormenor para a sua área de aplicação.

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CONTEÚDO DOCUMENTAL

O Plano de Pormenor é constituído por documentação escrita analítica e prescritiva e


documentação gráfica de caracter técnico, da qual fazem parte:
a) Relatório que fundamenta a solução urbana adoptada e explicita a observância
das regras estabelecidas pelos Planos Gerais e Parciais de Urbanização ( PGU e
PPU ) para a sua área de intervenção;
b) Planta de implantação da área do Plano de Pormenor;
c) Planta de condicionantes da área do Plano de Pormenor;
d) Plantas, perfis e secções e todos os outros desenhos de pormenor, com todas as
indicações gráficas e escritas necessárias à perfeita compreensão das intenções
do plano e suficientemente pormenorizadas, em todos os aspectos técnicos e
dimensionais, para evitar qualquer ambiguidade na sua interpretação;
e) Programa das acções necessárias a execução do plano, estimativas orçamentais
e plano de financiamento para a sua materialização
f) Outros elementos que acompanham os Planos de Pormenor (PP):
i. Plantas de enquadramento;
ii. Plantas da situação existente;
iii. Relatório ou Planta com a indicação das licenças de operações urbanísticas -
“compromissos urbanísticos”;
iv. Plantas com traçado de infra-estruturas e equipamentos urbanos, modelação do
terreno, cotas mestras, volumetrias, perfis longitudinais e transversais dos
arruamentos;
v. Extractos de regulamento, de plantas de ordenamento e de condicionantes de
outros Instrumentos de Gestão Territorial em vigor;
vi. Participações da discussão pública e relatório de ponderação.

6 SETEMBRO DE 2008
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO

A povoação que mais tarde se tornou em cidade foi fundada em 1907 como quartel
militar do exército português. Em 1921 a povoação passou à sede da Circunscrição dos
actuais distritos de Nampula e Murrupula e em 1934 foi elevada à categoria de Vila,
designada de Nampula. A 22 de Agosto de 1956 conferiu-se à Nampula o estatuto de
cidade (CDS-ZU, 1998).

Nos anos 60 e princípios de 701, a cidade conheceu um rápido desenvolvimento como


centro administrativo, comercial e de serviços para toda a região norte e, no quadro da
guerra colonial, transformou-se em capital militar de Moçambique. Nessa altura a cidade
era dominada por instituições do Estado e exército português, pela Igreja Católica e pelos
Caminhos de Ferro, que dominaram a economia da cidade como o maior empregador e
também fornecedor dos serviços como água e instalações desportivas. A cidade planeada
(a ‘zona de cimento’) ocupava uma posição no alto da cumeeira. Na semelhança a todas
as cidades coloniais, só a população branca tinha direito a viver nesta zona, enquanto que
a população negra (os ‘indígenas’) se fixava em espaços periféricos (os ‘subúrbios’),
onde não tinha direito de construir uma casa permanente e não existiam infraestruturas e
serviços públicos. Assim, duas cidades coexistiam dentro de uma2.

O Plano Geral de Urbanização (1962) e a ampliação do Foral (1972), previam um


crescimento da cidade para 150.000 habitantes com a expansão da zona urbana feita na
direcção de sudeste, para habitação, e na direcção norte, ao longo da estrada para a
barragem e no Bairro de Mutauanha ao longo da estrada que liga à província da
Zambézia, para expansão industrial. O plano não tomava em conta os aglomerados
‘indígenas’ que circundavam a cidade e à medida que a cidade colonial ia crescendo, os
indígenas seriam simplesmente transferidos para zonas mais distantes. Até a
Independência o Plano não tinha sido implementado em completo, e por isso existem
ainda hoje ruas que terminam de forma abrupta.

1
Plano Municipal de Gestão Ambiental (2006:6)
2
“Uma ‘branca’, com o seu traço geométrico, indicando a preocupação de ordem e controlo do
colonizador; a outra, a ‘suburbana’, desordenada e miserável.”SERRA (2000:400)

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PARTE I

ANÁLISE DA SITUAÇÃO ACTUAL

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1. CAPÍTULO I - ENQUADRAMENTO REGIONAL

1.1. Generalidades

A Cidade de Nampula, capital administrativa da província do mesmo nome, é o maior


centro urbano da região norte do país. Situa-se no centro da província de Nampula, entre
15º 01'35" e 15º 13'15" de latitude Sul e entre 39º 10' 00" e 39º 23' 28" de Longitude e
actualmente tem uma densidade média de 597hab/km2.

Mapa 1_ Mapa de enquadramento

Fonte: CDS-ZU Nampula,2008

1.2. Divisão Administrativa

A Cidade de Nampula está estruturada em seis Postos Administrativos Urbanos que, por
sua vez são divididos em 18 bairros, conforme indicado no Mapa 2. O Posto
Administrativo Central cobre a cidade de cimento, com seis bairros pequenos, Fora disso,
a divisão administrativa é de forma radial e cada bairro estende do limite do Posto
Administrativo Central até o limite com o Distrito de Nampula. Assim, cada um destes
bairros tem uma parte com características suburbanas e uma parte com características
rurais.

9 SETEMBRO DE 2008
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Mapa 2_ Divisão administrativa da cidade de Nampula

Fonte: CDS-ZU Nampula,2008

Tabela n.º 1 - Divisão Administrativa da Cidade de Nampula

N.º de Postos Superfície Bairros


ordem Administrativos

Natiquiri 106,4 Km2 Natiquiri, Marrere e


Murrapaniua
02 Napipine 41,6 Km2 Napipine e Carrupeia
03 Namicopo 134,9 Km2 Namicopo e Mutava-Rex
04 Muhala 64,1 Km2 Muhala, Namutequeliua e
Muahivire

05 Muatala 53,8 Km2 Muatala e Mutauanha


06 Central 3,2 Km2 Bombeiros, 25 de Setembro,
1º de Maio, Limoeiros,
Liberdade e Militar
Fonte: Perfil Ambiental – Cidade de Nampula, 1996.

10 SETEMBRO DE 2008
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1.3. Localização do Bairro de Mutauanha

O Bairro de Mutauanha, localizado no Posto Administrativo (PA) de Muatala, situa-se na


parte ocidental da zona urbanizada da cidade de Nampula, a Sul da EN n.º 1, que o
separa do Bairro de Marrere. A Sul do Bairro de Mutauanha, localiza-se o Bairro de
Muatala cuja parte ocidental se confina com o Distrito de Nampula. Mutauanha ocupa
uma área de cerca de 3,984 ha, o equivalente a 40 km2 aproximadamente.[Fonte: Mussengue
(1992) apud Bernerdo (2006:26)]

O Bairro de Mutauanha é uma zona suburbana que compreende áreas circundantes da


cidade de cimento. Quanto ao ordenamento e o tipo de construção, estas áreas não se
apresentam homogéneas, podendo-se nelas encontrar zonas estruturadas, semi-
estruturadas e não estruturadas.

As zonas estruturadas surgiram no período colonial dispondo de infra-estruturas


características da zona de cimento: ruas, casas construídas com base em material
convencional, água canalizada e energia eléctrica.

Dentro da zona suburbana pode-se ainda identificar áreas semi-estruturadas,


caracterizadas por possuírem construções semi-convencionais, alguns arruamentos, água
e luz.

A unidade de Muthita encontra-se longe do perímetro urbano, onde as poucas


construções existentes são essencialmente de material precário, sem água canalizada,
energia eléctrica (sendo que passa por esta zona uma linha de alt tensão), serviços básicos
e infra-estruturas. Estas zonas apresentam características tipicamente rurais e a maioria da
sua área encontra-se desocupada.

O desenvolvimento de uma zona habitacional em Mutauanha foi previsto no Plano de


Estrutura da Cidade de Nampula, elaborado em 1998/2000, o qual prevê dois tipos de
padrões, sendo um correspondente a zonas residenciais mais valorizadas com talhões
mínimos de 600 m2 e o outro com talhões mínimos de 200 m2 para os bairros populares.

11 SETEMBRO DE 2008
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2. CAPÍTULO II - CARACTERÍSTICAS FÍSICO-NATURAIS

A actual estrutura das formas de ocupação e uso do solo urbano, os níveis de atendimento
das necessidades da população e a estrutura de abastecimento dos mercados locais, da
cidade de Nampula, são de certo modo condicionados pelas suas características físico-
geográficas, nomeadamente o clima favorável à produção agro-pecuária, os solos
relativamente férteis, a disponibilidade de recursos hídricos, as condições topográficas,
entre outras.

2.1. Clima

A região da Cidade de Nampula tem clima tropical de savana. Segundo a classificação de


Koppen, o clima é do tipo tropical húmido, por ter pluviosidade acima de 1000 mm/ano
[Consultec, 2005]. Porém outros autores consideram-no sub-húmido, porque a
pluviosidade média se situa muito pouco acima dos 1000 mm [Plancenter, Vol 1, 42].

Existem duas estações: a húmida e quente (Novembro a Março) e a seca e fresca (Maio a
Outubro). A temperatura média mais alta verifica-se em Novembro (26.8 oC), enquanto a
temperatura média mais baixa ocorra em Julho (21,1 oC). O mês mais chuvoso é Janeiro,
com uma média mensal de 253,8 mm de precipitação, e o menos chuvoso é Setembro,
com uma média de apenas 4,8 mm. A maior precipitação mensal foi registada em Janeiro
de 1995 (439,5mm). As médias mensais de evaporação mais elevadas ocorrem em
Outubro e Novembro (217,8 mm e 195,7 mm respectivamente) enquanto e as médias
mais baixas ocorrem em Fevereiro, Março e Abril (72,5 mm, 76,1 mm, 77,1 mm
respectivamente). A evaporação média é superior à precipitação nos meses da estação
seca e nos meses de transição entre as duas estações do ano (Novembro, Março e Abril),
enquanto a precipitação seja maior à evaporação durante os meses de Fevereiro a Abril.
Em geral, o balanço hídrico é positivo. A Figura abaixo ilustra a relação entre os factores
precipitação e temperatura registados na estação meteorológica de Nampula 1970-2000.

Grafico 1: Termopluviométrico de Nampula

250 30

25
200

20
150
mm

ºC

15
100
10

50
5

0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ag Set Out Nov Dez

Precipitação Temperatura

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2.2. Geomorfologia

Em termos geomorfológicos, a Cidade de Nampula pertence a região planaltica de


Moçambique que encontra maior expressão precisamente no Norte do País e encontra-se
localizada numa vasta planície de sopé (pediplanície), coberta de aluvião, proluvião e
deluvião.

O Bairro de Mutauanha, obviamente está também localizada nesta região planáltica,


separando a planície litoral da região montanhosa do interior. Este bairro é constituído
por uma planície de sopé inclinada, com uma série de interfluvios ondulados, separados
por vales baixos (dombos) e interrompida por afloramentos rochosos (inselbergs).[Afonso
(1998) apud Bernardo (2006:28)]

2.3. Topografia

A topografia varia entre muito a pouco ondulada e em algumas partes é quase plana ou
plana, com inclinações e acidentes naturais, nas encostas dos rios.

As altitudes neste bairro variam entre os 300 a 430 m com a excepção das depressões ao
longo do rio Muatala, a Sudeste o bairro, onde os valores variam entre 280 a 390 m.

A cota mais elevada (409.9 m) deste bairro verifica-se junto a EN 232 baixando até 333.3
metros em direcção ao rio Muatala. A topografia é ondulada a fortemente ondulada, com
uma profundidade que varia entre os 50 e 150 cm, A drenagem é ligeiramente excessiva a
boa, apresentando riscos de erosão moderados a altos.

2.4. Relevo

Com base na caracterização geomorfológica do território sobre o qual se assenta e se


desenvolve a cidade, pode-se depreender que a forma típica do relevo da região é o
planalto, vulgarmente conhecido por “planalto de Nampula”, cujas altitudes variam entre
400 e 600 metros. Neste planalto se encaixam os vales dos cursos de água permanentes e
temporários que correm em direcção aos planaltos menos elevados.

2.5. Solos

Os solos resultam dos processos de interacção entre a geologia, o relevo, o clima, a


hidrografia e a biosfera, incluindo a acção Humana.

È assim que, nas áreas territoriais que definem a cidade de Nampula, predominam solos
que são fortemente constituídos por materiais litológicos do super-grupo de Nampula,
normalmente com reolitos da antiga superfície planáltica com solos muito meteorizados e
de baixa fertilidade.

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Os solos com origem em material do super-grupo de Nampula, são muito arenosos e


relativamente férteis, numa paisagem caracterizada pela presença de numerosos
´´inselbergs´´.

No Bairro de Mutauanha, observa-se a ocorrência de solos do tipo acastanhados a


vermelhos, de textura média a pesada nos topos dos interflúvios, passando a arenosos nas
encostas médias e inferiores e hidromórficos nos fundos dos vales. [Afonso (1995) apud
Bernardo (2006:27)]

A erosão destes solos, mantendo-se o equilíbrio natural, varia de nula nos vales a
moderada nos topos, onde as principais limitações para a agricultura se relacionam com a
fertilidade, a textura arenosa e a drenagem nos vales. Este tipo de solos estende-se quase
por todo bairro seguindo o traçado da Estrada Nacional. [Afonso (1995) apud Bernardo
(2006:27)]

O segundo tipo do solo predominante no Bairro de Mutauanha, é do tipo castanho-


arenosos, por vezes franco-arenosos, das encostas dos interflúvios, frequentemente de
profundidade moderada. Este tipo de solo regista-se na parte Sul do Bairro, com a mesma
tendência de acompanhar a configuração da estrada nacional. As limitantes fundamentais
para a agricultura são o declive, a profundidade, a textura arenosa e a fertilidade. [Afonso
(1995) apud Bernardo (2006:27)]

Imagem 1/ 2_ Solos com acidentes naturais apresentando grandes riscos de erosao

2.6. Vegetação

A vegetação primária do bairro de Mutauanha é localizada, de forma dispersa, na parte


ocidental do bairro junto ao limite com o distrito de Nampula. Constituído
fundamentalmente por formações de florestas secas ou húmidas (miombo e mopane)
onde se poderia encontrar árvores de folha decídua ou povoamentos mistos ou mosaicos
de árvores com folhas sempre verde e decidua. Com a crescente necessidade de espaço
para habitação por parte da população imigrante, a vegetação foi alterada por uma outra
do tipo secundária, antropogénica ou exóticas.

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As fruteiras são espécies vegetais que abundam no bairro de Mutauanha, com destaque
para a: papaeira, mangueira, laranjeira, limoeiro, bananeira entre outros. [Afonso (1995)
apud Bernardo (2006:30)]

2.7. Fauna

Tendo em conta o alto grau de humanização da paisagem territorial da cidade, é


praticamente inexistente uma fauna bravia típica de zonas de vegetação natural. Por outro
lado, é de salientar que a cidade não possui nenhum jardim zoológico ou reserva
faunistíca.
Porém, as principais espécies de vida animal são os insectos, os répteis, os roedores, os
pássaros e a avifauna, como espécies faunísticas.

2.8. Características hidrográficas

Embora localizada num planalto médio, a cidade de Nampula conta com importantes
recursos hidrográficos, incluindo as águas superficiais, bem como as subterrâneas.

2.9. Águas superficiais

As principais fontes de águas superficiais da cidade de Nampula são os rios: Carupeia,


Monapo, Muhala, Muatala, Mutauanha, Muepelume, Mutomote, Namicopo, Napipine e
Nikutha.

™ Rio Monapo, nasce no Distrito de Mecubúri, desagua na Ilha de


Moçambique e serve dde limite entre os Distritos de Nampula-Rapale e
Mecuburi;
™ Rio Motomote ou Mutomote, nasce na cidade de Nampula e passa pelo
Distrito de Nampula-Rapale e desagua no Oceano Índico;
™ Rio Muepelume ou Mepelume, nasce na zona de Marerre na Cidade de
Nampula e desagua no rio Mululi;

O maior dentre eles, é o rio Monapo, onde é feita a captação de água destinada ao
abastecimento da urbe e para a prática das actividades agro-pecuárias. A maior parte
deles são de regime periódico dada as características climáticas da região, embora alguns
sejam permanentes.

Os rios que atravessam o Bairro de Mutauanha, são também de regime periódico e


pertencem a grande Bacia do rio Meluli. Em tempo seco apresentam-se com manchas de
água em pequenos sectores e em alguns casos, simplesmente assemelham-se a charcos ou
poços de água.

Os principais rios são: Naphuta, Mutauanha e Muatala. Este último separa o Bairro de
Mutauanha com o de Muatala e serve de fonte de emprego para alguns habitantes do

15 SETEMBRO DE 2008
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bairro, uma vez que dedicam-se a extracção de areia para venda para fins de construção, e
consequentemente uma fonte de rendimento.

Este benefício para as pessoas implica em contrapartida a destruição do ecossistema do


rio assim como cria danos ao próprio equilíbrio ambiental, provocando a erosão nas
bermas do rio.

2.10. Águas subterrâneas

A falta de disponibilidade de dados de estudos realizados no passado, não nos permite


fazer uma análise descritiva idêntica a das águas superficiais.

Contudo e tendo em conta, por um lado, a relativa abundância dos cursos de água e, por
outro lado, ao facto de a cidade beneficiar-se de quedas pluviométricas importantes, é de
reconhecer a existência de reservas de águas subterrâneas, sendo elas mais superficiais
junto dos vales dos rios e a sua profundidade aumenta nos plateaus e cumes das
elevações.

A disponibilidade de águas subterrâneas pode ser testemunhada pela relativa existência


de poços que as populações suburbanas, tanto da área de estudo como em outros bairros,
possuem para se abastecerem deste precioso líquido.

16 SETEMBRO DE 2008
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3. CAPÍTULO III - POPULAÇÃO E ACTIVIDADES ECONÓMICAS

3.1. População

De acordo com os dados do II Recenseamento Geral da População realizado em 1997, a


população do Bairro de Mutauanha era de 42.360 habitantes distribuídos numa superfície
de cerca de 40 km2 aproximadamente, correspondendo a uma densidade populacional de
1.059 hab/km2., representando cerca de 58,5 % da população total do PA de Muatala e
14% da população total da Cidade de Nampula.

Tabela n.º 2 - Distribuição da População da Cidade de Nampula


Nome Total Homens Mulheres
Cidade de Nampula 303.346 158.707 144.639
PA de Muatala 72.425 38.245 34.180
Bairro de Mutauanha 42.360 22.453 19.907
Fonte: II RGPH, 1997

Em 1995 a população do Bairro de Mutauanha era de 34.868 habitantes, distribuídos em


7.580 famílias, dos quais 17.867 eram do sexo masculino e 17.001 do sexo feminino.
Nessa altura o total da cidade era de 245.048 habitantes com 52.850 famílias. Isto quer
dizer que em dois anos, portanto de 1995 a 1997, a população cresceu em cerca de 18%.

Projecções populacionais feitas para um período de dez anos, portanto até ao presente
ano, com uma taxa de crescimento anual de 3.6%, indicam que a população do bairro é
actualmente de 43.885 habitantes o que significa que houve um crescimento em cerca de
1.525 habitantes, correspondente a 3.5%, como se pode ver na tabela que se segue:

Tabela n.º 3 - Projecção da População do Bairro de Mutauanha (1997 a 2007)


Bairro de Mutauanha Pop. 1997 Pop. 2007
Total 42.360 43.885
Homens 22.453 23.261
Mulheres 19.907 20.624
Fonte: II RGPH, 1997

A população tem como língua materna dominante o Macua. A unidade de Muthita


encontra-se com uma densidade populacional baixa, pois trata-se de uma ocupacao em
estado de iniciação. A principal actividade económica praticada pela população é a
agricultura e pecuária e comercio informal.

17 SETEMBRO DE 2008
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3.2. Agricultura

Dentro do bairro pratica-se a agricultura de subsistência, praticada manualmente em


pequenas machambas familiares em regime de consociação de culturas com base em
variedades locais e usando instrumentos tradicionais como enxada de cabo curto, catanas,
machados, entre outros.

As espécies arbóreas mais predominantes são as bananeiras, cajueiros, mangueiras,


papaeiras, laranjeiras, limoeiros, mandioqueiras e coqueiros.

3.3. Comércio

Existem no bairro estabelecimentos comerciais, dos quais em funcionamento deficiente


e/ou não funcionam na sua totalidade, devido à

O comércio informal tem contribuído, substancialmente, no abastecimento da população


em produtos de primeira necessidade, entre outros. È um sector que merece
encorajamento, licenciando os que estão a progredir, além de apoio em micro crédito.

Foto 3/ 4 _ Comércio formal e informal

18 SETEMBRO DE 2008
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4. CAPÍTULO IV – EQUIPAMENTOS SOCIAIS E INFRAESTRUTURAS

4.1. Educação

Em termos de equipamento educacional o Bairro de Mutauanha é composto por uma


instituição de nível superior, a Universidade Lúrio, (Unilúrio), cinco do Ensino Primário
do 1º grau (EP1),.....do Ensino Primário do 2º grau (EP2) e duas Escolas Secundárias
Gerais, (ESG).

Foto 5_ Escola Secundaria de Muatala


• Escola Secundária de Muatala,
inaugurada em de 2006;
• Escola Primária (1º ou 2º Grau) de
Namicopo B
• Escola Primária (1º ou 2º Grau) de
Namutho
• Escola Primária (1º ou 2º Grau) de
M´puecha
• Escola Primária (1º ou 2º Grau) de Mutauanha
• Escola Primária (1º ou 2º Grau) da Cerâmica

A Universidade Lúrio, é a terceira Universidade pública no país, criada para responder os


desafios do desenvolvimento da região Norte de Moçambique. A Unilúrio pretende ser
uma referência no ensino em Moçambique, tendo começado com uma Faculdade de
Ciências de Saúde, mais precisamente com os cursos de Medicina, Estomatologia e
Farmácia. A médio prazo, a Unilúrio, irá introduzir os cursos de Engenharias, Ciências
Agrárias e Planeamento Físico e Arquitectura, que acima de tudo poderão estabelecer
sinergias com o sector produtivo e impulsionar o desenvolvimento regional.

4.2. Saúde

No que concerne à unidades sanitárias, este bairro é servido pelo Hospital Psiquiátrico de
Nampula de nível (provincial ou regional), o Centro de Saúde da Sogere (nível) e o
Centro de Saúde 25 de Setembro (nível). As doenças predominantes são: a malária,
doenças diarreicas, malnutrição, infecções respiratórias, DTS, entre outras.

19 SETEMBRO DE 2008
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4.3. Equipamentos Especiais

4.3.1. Cemitérios

Existem na Cidade de Nampula cerca de 86 cemitérios dos quais apenas dois (Cemitério
Novo e Cemitério Velho) são oficiais e os restantes 84 são cemitérios familiares e ou
tradicionais, e localizam-se na sua maioria nos bairros periféricos da cidade. O Cemitério
Novo encontra-se localizado no Bairro de Mutauanha, onde também podemos encontrar
inúmeros cemitérios familiares.
Foto 6_ Cemiterio tradicional proximo as machanbas

Alguns destes cemitérios, se não a maioria,


encontram-se próximos das habitações,
fontes de água potável ou das machambas, o
que é prejudicial para a saúde pública, pois
pode contaminar a água.

Na unidade de Muthita encontram-se quatro


cemiterios familiareas de pequenas
dimensoes (aproximadamente 10 campas).

4.4. Abastecimento de água

A escassez de água é um dos mais graves problemas infra-estruturais da Cidade de


Nampula, o que leva a maior parte da população a recorrer a outras fontes, muitas vezes
poluídas, cujas consequências na saúde pública se traduzem em cólera, diarreias,
parasitas e outras endemias.
O PE diz que existem no bairro de Mutauanha, treze fontanários dos quais onze são
geridos pela comunidade e os restantes dois pela Empresa Águas de Moçambique.

4.5. Lixo e saneamento

A eliminação ineficiente do lixo é apontada como sendo o segundo maior problema,


depois da erosão, que o Bairro de Mutauanha enfrenta. A recolha do lixo não é
processada ou não foi alargada até ao interior do bairro, limitando-se em algumas
artérias. Face a estas situações, na tentativa de não conviverem com o lixo, alguns
habitantes optam em usar o lixo para tentar conter a erosão, que progressivamente tem
ameaçado o desmoronamento das suas casas, outros optam por enterrar no seu quintal, e
outros ainda deitam nos cursos de água existentes no bairro.

20 SETEMBRO DE 2008
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Imagem 7/ 8_ Tratamento do lixo, depositando-o nas crateras provocadas pela erosao

No bairro, não existe nenhum sistema generalizado de saneamento.É prática comum em


todo o bairro o uso de ravinas, margens dos rios/riachos e de outras áreas baldias, em
substituição das casas de banho, bem como para a deposição do lixo doméstico. O
fecalismo a céu aberto é uma prática não muito comum, embora apareçam casos, em
número reduzido.

Os dispositivos de eliminação dos dejectos humanos são as latrinas tradicionais e


melhoradas. A opção pelas latrinas tradicionais, está relacionada com a condição de baixa
renda da maior parte da população por um lado, e por outro, a falta de oportunidades e
recursos para poderem ter acesso a um melhor serviço.

4.6. Rede de energia eléctrica


Foto 9_ Subestacao na unidade de Muthita em Mutauanha

A cidade de Nampula está ligada à linha


de energia eléctrica de Cahora Bassa, cuja
linha de Alta Tensão atravessa a área de
estudo. Para além desta, o bairro é ainda
atravessado pela linha de Alta Tensão que
vai dar ao Distrito de Moma, abastecendo
a fábrica de Areias Pesadas de Moma, bem
como a linha de Alta Tensão que liga
Cahora Bassa à Província de Cabo Delgado.

Ainda dentro do bairro podemos encontrar a subestação, que tem uma capacidade de
______________KV, Km de comprimento.

21 SETEMBRO DE 2008
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4.7. Telecomunicações
No que concerne às telecomunicações, o bairro é coberto pelas redes de telefonia móvel
da Mcel e da Vodacom, bem como através de telefones fixos das Telecomunicações de
Moçambique.

22 SETEMBRO DE 2008
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5. CAPÍTULO V – USO ACTUAL DO SOLO

5.1 Uso habitacional

Conforme foi dito anteriormente, a área de estudo é virgem, isto é, sem nenhuma
ocupação de realce. Mesmo assim importa referir que o tipo de habitação modelo, nas
restantes áreas do bairro, é a palhota, com pavimento de terra batida, tecto de capim ou
colmo e paredes de caniço ou paus.

Foto 10/ 11_ Habitacoes convencionais construidas com material local

5.2 Uso agrícola

Foto 12_ Plantio da mandioqueira que e a cultura mais predominante

Na área de estudo, verificam-se


apenas pequenas machambas
familiares para o sustento imediato
das famílias. A cultura mais
praticada é a mandioqueira, para
além da existência de algumas
árvores de fruta como a bananeira
e cajueiros.

23 SETEMBRO DE 2008
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6. CAPÍTULO VI – SÍNTESE DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS

De acordo com o Plano de Estrutura, existem problemas graves de poluição em três rios
da cidade, nomeadamente: Muhala, Muatala e Nicuta. Estes rios estão seriamente
poluídos pelas águas residenciais, industriais e hospitalares, pelos resíduos sólidos,
dejectos humanos, resultantes do “fecalismo a céu aberto”, atitude muito frequente nos
bairros.

Este bairro enfrenta problemas de erosão, sendo até referido como o que mais problemas
tem a nível da cidade, seguindo-se os Bairros de Murrapaniua e de Muatala, este último
pertencente ao mesmo PA da nossa área de estudo.

Tem se verificado uma exploração massiva e descontrolada de solos para obras de


construção civil, fabrico de materiais de construção e outros diversos fins. Esta prática
contribui imenso para o processo de erosão e para a escassez dos recursos naturais da
cidade.

Em resumo foram identificados os seguintes problemas ambientais, nomeadamente:


• Erosão;
• Exploração ilícita de areia para construção;
• Escavações de algumas áreas para extracção de barro para produção de blocos;
• Construção em áreas impróprias;
• Famílias a residirem na faixa de protecção da linha de energia de alta tensão;
• Proliferação de lixo, sem nenhum tratamento;
• Ocupações expontâneas e consequentemente, falta de ordenamento espacial;
• Poluicao das aguas dos rios e cursos de agua

24 SETEMBRO DE 2008
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PARTE II

PROPOSTA DO PLANO

25 SETEMBRO DE 2008
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CAPÍTULO VII

7 - ZONEAMENTO

O zoneamento foi feito com base nas directrizes do Plano de Estrutura da Cidade de
Nampula elaborado em 1998, que prevê áreas para habitação, agrícola e de protecção.

7.1. Área habitacional

Compreende a actual área de ocupação espontânea e a área abaixo desta, prolongando-se


em direcção sul até a area reservada para o Centro de Pesquisa Gestao Ambiental no
extremo. Esta escolha pretende ligar e estabelecer uma relação de funcionalidade com o
Centro de Pesquisa Ambiental e, por conseguinte, espera-se que estes e os outros
previstos nesta zona sejam catalizadores para a ocupação intensa e acelerada da área por
um lado, e por outro, visa manter actual tendência de ocupação, ao longo da via principal
e junto à costa.

Apesar dos pressupostos acima indicados, espera-se que a ocupação seja gradual, por
isso, propõe-se intervenções em duas fases:

Primeira Fase: Compreende a área que se encontra a Este da unidade do lado esquerdo
da linha de alta tensao que passa pelo centro da unidade. Esta servira para reassentar as
familias que forem desalojadas aquando do Plano de melhoramento das areas de
assentamentos informais.

Segunda Fase: Correspondente a zona a esquerda da area de protecao da linha de alta


tensao que atravessa a unidade, servira tambem para receber as familias desalojadas caso
o lado a esquerda nao seja suficiente e ainda para os novos assentamentos.

Em suma: as areas destinam-se as familias desfavorecidas bem como aquelas vivendo em


zonas de proteccao e zonas susceptiveis a riscos.

7.2. Área de actividades económicas

Propoe-se que aa maioria das areas de actividades economicas se localise ao longo da


estrada principal garantindo-lhe maior dinamica. As actividades economicas de primeira
necessidade deverao localizar-se no centro das habitacoes garantindo acesso imediato aos
habitantes da unidade.

7.3. Faixa de protecção

Propõe-se uma faixa de protecção dos cursos de agua de 100m, e de 50m de cada lado
para as linhas de alta tensao. Uma vez que a unidade encontra-se circundada por rios e
cursos de agua, verifica-se uma faixa de protecao que abrange todo o limited a area de
intervencao. Na unidade encontra-se uma subestacao que faz a distribuicao de quarto

26 SETEMBRO DE 2008
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linhas de alta tensao. Estes factos fazem com que 47,08% da area de intervencao sirva
como faixa de protecao.

7.4. Área agrícola

Cobre grande parte da area de intervencao, pois a faixa de protecao dos cursos de agua
devera servir para uso agricola, aproveitando a facilidade para obtencao da agua para o
regadio das culturas agricolas.

A area agricola devera ser devidamente parcelada para atribuicao aos habitantes e para
um melhor controlo do espaco.

Tabela 4: Balanço de áreas/ Zoneamento

Nº Tipo de uso Área Percentagem


(ha) (%)
1 Habitação (Reassentamentos) 33,81 9,56
2 Habitação (Novos assentamentos) 87,91 24,84
Centro da unidade 11,66 3.29
3 Faixa de protecao dos cursos de agua 171,18 48.37
(Agricultura)
4 Faixa de protecção das linhas de alta tensao 49,31 13,94
Total 353,87 100,00

27 SETEMBRO DE 2008
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CAPÍTULO VIII

8 – INTERVENÇÃO URBANÍSTICA

Para a intervenção urbanística do presente Plano de Pormenor teve-se em consideracao as


varias caracteristicas da area de intervansao, nomeadamente os varios cursos de agua, as
linhas de alta tensao, a topografia do terreno, entre outros.

A malha urbana devera ser disposta de modo a reduzir ao maximo os riscos de erosao
apartir da criacao de vias nao muito longas reduzindo a velocidade das aguas pluviais.

8.1 Habitação

Segundo o Censo da População 1997 em Moçambique uma família moçambicana tem em


média cerca de 5 membros. Com base nesta média estabeleceu-se uma tipologia
habitacional no qual resultou na proposta de dois tipos de talhões nomeadamente, 20x30 m e
30x40 m. Esta proposta tomou em consideração os hábitos e costumes da população semi-
urbana nesta região, conforme também foi previsto no Plano de Estrutura da Cidade de
Nampula e Plano Estrategico do Desenvolvimento das Cidades.

Assim, propõe-se uma organização territorial da unidade de 1218 famílias organizadas em


quarteirões de aproximadamente 50 blocos cada.

Tabela 5: Tipologia de Talhões


Nº de Dimensão Área Nº de Área total (m2)
Designação
Ordem (m) (m2) Talhões
1 Talhões 20 X 30 600 1 093 655 800
2 Talhões 25 X 25 625 16 10 000
3 Talhões 30 X 40 1200 76 91 200
Total 1 185 757 000

8.2. Infra-Estruturas

a) Rede Viária

As estradas, foram concebidas de forma a minimizar os custos na construção e na


manutenção e serão em terra natural, limpa e nivelada numa primeira fase sendo que
posteriormente poder-se-a asfaltar. O melhoramento destas infra-estruturas dependera da
capacidade do Município ou do Estado bem como através do financiamento de outros
parceiros, ONG, entre outros.

28 SETEMBRO DE 2008
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Estas vias de acesso ocupam uma área de cerca de 467 149m². Tratando-se dum Plano de
Pormenor a rede viária projectada será implementada em duas fases considerando as ruas
primárias de 25 m, secundárias de 16 m e terciárias de 12 m, conforme o quadro seguinte:

Tabela 6: Vias de acesso

Tipo de Rua Largura Percent


Extensão Área Total
(m) (%)
(m) (m2)
1 Primária 25 3 483 87 075 18,6
2 Secundária 16 5 467 87 472 18,7
3 Terciária 12 23 382 280 584 60,1
4 Pedonal 6 2 003 12 018 2,6
Total 34 335 467 149 100

a.1) Vias Terciárias:

As ruas terciárias, com 12m de largura têm a função de distribuir e garantir o acesso até
às residências, pracetas e outros equipamentos tendo uma relação directa com o talhão,
sendo 8.00m destinada a circulação, 2.80m para passeios e remanescente 1.20m previstos
para drenagem de águas residuais. Estas vias terão ainda a função de permitir o
provimento de água, energia e telefone fixo às unidades habitacionais.

a.2) Vias Secundárias:

São vias de 16m de largura e têm a função de recolher o tráfego da via primária para o
interior da área habitacional e acesso aos equipamentos sociais e serviços com 10.00m
destinados a circulação, 4.00m para passeios e o remanescente de 2m para a drenagem de
águas residuais.

a.3) Vias primárias

As vias primárias, com 25 m de largura dos quais 5.60m para passeios, 1.40m para faixa
separadora central e 2.00m para vala de drenagem, têm a função de ligar o bairro com o
exterior, dando acesso ao centro da cidade e a outros equipamentos deste nível.

29 SETEMBRO DE 2008
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Tabela 7: Funcionalidade da rede viária

Regula
mento
Componentes de
Regulamento de Regulamento de de
Denominação Tráfego
Meios Públicos Estacionamento Transit
Admitido
o de
peões

Veículos Faixa organizada


Ruas Paragem em locais Nos
públicos, veículos e/ou paragens
Secundárias identificados passeios
privados e peões organizadas

Estacionamento
Veículos Não admitida a
Ruas restritivo para veículos Nos
privados ligeiros circulação de
Terciárias privados em locais passeios
e peões veículos públicos
identificados

Tabela 8: Regulação de tráfego

Componentes de Tráfego
Tipos Fundamentais de Estradas Admitidos
a) b) c) d)
1. Principais Sim Sim - Sim
2. Secundárias ou de Escoamento Sim Sim - Sim
3. Terciária ou de Bairro Sim Sim Sim Sim

a) Veículos privados
b) Veículos de serviços público
c) Estacionamento de veículos privados
d) Movimento e paragem de peões

b) Abastecimento de Água

Para o abastecimento público de água existem dois tipos de solução, a solução colectiva e
a solução individual. A área do Plano corresponde uma zona com características rurais
onde a maioria da população possui uma renda baixa para suportar com os demais
encargos do tipo de vida da cidade daí que optamos por uma solução de promover infra-

30 SETEMBRO DE 2008
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estruturas de uso colectivo, por ser a mais apropriada, onde os custos de adução, do
tratamento, de depósito e distribuição podem ser repartidos entre usuários.

Entretanto, na primeira fase de implementação do plano a opção seria o abastecimento de


água por meio de furos manuais localizados nas praças visadas, em particular na zona
habitacional de média/baixa renda.

Com base no número da população e da sua organização territorial (Quarteirões),


incluindo a respectiva distribuição de praças públicas, poder-se-ão estabelecer os
projectos de abastecimento de água possíveis com base nas condições resultantes dos
trabalhos de prospecção nos locais propostos, conjugados com a disponibilidade
financeira.

Deverão ser feitos estudos adicionais da água para determinar a presença de certas
substâncias na água, em teores excessivos, que podem trazer consequências indesejáveis
para a saúde do homem. Deve-se solicitar ao laboratório dos serviços de saúde ou a outra
entidade devidamente credenciada, uma análise bacteriológica sumária atendendo as
Normas de qualidade da água do Ministério da Saúde ou Direcção Nacional da água.

c) Abastecimento de Energia

Uma vez apontada a capacidade da população que é de baixos recursos para pagar os
custos de infra-estruturas previstas, dever-se-a materializar parceria com a EDM que
deverá estabelecer a extensão da rede, numa primeira fase, aos principais eixos da área
destinada a urbanização - ruas secundárias e numa segunda fase estender-se-ia as ruas
terciárias..

d) Saneamento

d.1) Sistema de Drenagem

O plano propõe a construção de valas de drenagem a céu aberto nas vias secundárias e
terciárias de forma a fazer o escoamento das águas pluviais, conforme os perfis em anexo,
sobretudo na fase da consolidação da urbanização, em que o índice de permeabilidade
baixará consideravelmente devido à intensidade de construções e pavimentação das vias. O
Município deve fiscalizar o uso dos arruamentos e dos talhões para evitar o cultivo e
construção nas áreas visadas, bem como a sua utilização.

Na fase conclusiva da ocupação os tipos de valas variam de acordo com o tipo de vias
propostas neste documento, contudo recomenda-se que se faça um estudo do traçado da rede
e o tipo de valas aconselháveis para as características deste terreno.

O Município deverá fiscalizar e fazer um programa de sensibilização sobre a importância


desta infra-estrutura e buscar a participação comunitária e voluntária para a sua manutenção.

31 SETEMBRO DE 2008
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d.2) Saneamento e ambiente

A gestão de lixo no período pós-ocupação dos talhões deverá ser estudada de forma a
responder a fraca capacidade da população pagar o serviço de recolha do lixo. A proposta
seria de estabelecer um programa de gestão e transformação de resíduos sólidos por parte
das famílias da nova área.

A maior parte de resíduos sólidos nas áreas de carácter rural têm sido orgânicos o que pode
facilitar a gestão, por isso, é necessário recolher algumas experiências em saneamento a
baixo custo, implementadas em outras partes.

O uso de latrinas melhoradas é forma viável de garantir o saneamento básico, numa primeira
fase.

As opções de latrinas podem ser fornecidas pelos estaleiros de latrinas melhoradas ou


através das Direcções das Obras Públicas e Habitação.

8.3. Equipamentos sociais

a) Educação:

Com vista a satisfazer as necessidades da população estudantil, é recomendada a


construção duma Escola Primária Completa, incluindo um campo de jogos.

Igualmente, o Plano reserva uma área de cerca de 4 368m² para a construção de creches e
1 500m² para um jardim infantil.

c) Comércio

Particular atenção foi considerada para esta actividade. Os talhões previamente demarcados
permitem a distribuição de diferentes tipos de comércio como são os casos de lojas de
comércio geral, restaurantes, pastelarias, tabacarias, farmácias, entre outros.

d) Áreas de Laser

Para fins de lazer foram projectadas na área, praças de forma descentralizada que serão
dotadas de espaços verdes, com a finalidade de oferecer uma área verde para actividades de
diversão não permanente e fornecimento de água em fontanários públicos.

32 SETEMBRO DE 2008
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e) Desporto

Além dos campos de jogos das escolas, foi proposto um campo de jogo de nível da unidade
para a prática de futebol e atletismo.

f) Outros equipamentos

Propõe-se um espaco para a construção de uma mesquita. Reservou-se também, uma área
para construção de uma igreja cristã que se julgar conveniente em termos de praticantes.

Tabela 9: Balanço de áreas

Tipos de Uso Dimensões Área Quantid. Área Total


(m) (m²)
Habitação 757 000
Habitação de médio/baixo padrão 20X30 600 1 093 655 800
Habitação de médio padrão 25X25 625 16 10 000
Habitação de alto padrão 30X40 1 200 76 91 200
Equipamentos Sociais 42 425
Escola Primária 14 000 1 14 000
Centro de Saude 3 204 1 3 204
Biblioteca 3 188 1 3 188
Mesquita 4 511 1 4 511
Campo de jogos 3 980 1 3 980
Igreja 4 915 1 4 915
Cinema 8 627 1 8 627
Serviços 6 724
Administração + Posto Policial 900 1 900
Estaleiro 1 456 1 1 456
Banco 1 456 1 1 456
Oficina 1 456 2 2 912
Comércio 32 326
Lojas 7 986 7 986
Talho 20X30 600 1 600
Farmácia 400 1 400
Mercado 60X180 10 800 1 10 800
Mercearia 30X49 1 456 2 2 912
Restaurante 6 060 1 6 060
Padaria/pastelaria 3 568 1 3 568
Espaços Verdes 30 576
Jardins públicos 30X49 1 456 21 30 576
Áreas de Proteção 2 204 280
Areas agricolas e de proteção 1 711 180
A. P. Linhas de alta tensão 493 100
Total 3 073 331

33 SETEMBRO DE 2008
PLANO DE PORMENOR DA UNIDADE DE MUTHITA, BAIRRO DE MUTAUANHA-NAMPULA
RELATORIO

PARTE III

ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO

34 SETEMBRO DE 2008
PLANO DE PORMENOR DA UNIDADE DE MUTHITA, BAIRRO DE MUTAUANHA-NAMPULA
RELATORIO

9 - ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO
9.1 Matéria legal

A Lei de Terras dá competências plenas para a gestão do desenvolvimento urbano aos


municípios e este mandato é reforçado pela Lei dos Municípios.

A Lei 11/97, no seu artigo 24, pontos 1 e 2 remete as autarquias locais a competência de
elaborar e aprovar os planos de ordenamento do território de urbanização (gerais e
parciais) e os planos de pormenor, bem como delimitar e aprovar as áreas prioritárias de
desenvolvimento urbano.

9.2. Projecto de Estrutura Urbana

Para melhor resultado da qualidade da moradia, conforto ambiental dos utentes e melhor
inserção urbana da área os desenhos do Projecto de Arquitectura para a área deverão
respeitar sempre o " Regulamento Geral das Edificações Urbanas" em vigor no País e
obtendo prévia aprovação da Fiscalização bem como Posturas e Normas em Vigor neste
Município.

9.3. Equipa de fiscalização

Para garantir a implementação do Plano será necessário estabelecer uma equipe técnica
que irá fiscalizar o processo, com formação multidisciplinar e essencialmente nas
seguintes áreas:

• 1 (um) Técnico Médio de Planeamento: Análise, supervisão e desenho de Projectos


urbanos;
• 1 (um) Técnico de Construção Civil: Análise e supervisão dos projectos de
construção;
• 1(um) Técnico Médio Hidráulico: desenho e supervisão de construção da rede de
drenagem de águas Pluviais, abastecimento de água e saneamento;
• 1(um) Topógrafo - Delimitação e Levantamento cartográfico e preparação do
cadastro.

9.4. Marcos

Os Marcos serão em betão armado colocados segundo o plano de urbanização


apresentado. Outra opção menos onerosa seria marcos de pau pintados
caracteristicamente.

A profundidade e o desenho dos marcos serão estabelecidos na obra e, caso não seja
indicada no projecto, será a aconselhada para terreno em causa.

35 SETEMBRO DE 2008
PLANO DE PORMENOR DA UNIDADE DE MUTHITA, BAIRRO DE MUTAUANHA-NAMPULA
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PARTE –I X

ANEXOS

36 SETEMBRO DE 2008
PLANO DE PORMENOR DA UNIDADE DE MUTHITA, BAIRRO DE MUTAUANHA-NAMPULA
RELATORIO

ANEXOS

1. Mapa de Enquadramento Geral

2. Mapa do Plano de Estrutura da Cidade de Nampula (Esc: 1:25 000)

3. Mapa do Situação Actual (Esc: 1:10 000)

4. Mapa de Análise da rede viária (Esc: 1:25 000)

5. Mapa de Condicionantes (Esc: 1:10 000)

6. Mapa da Proposta de Zoneamento (Esc: 1:10 000)

7. Mapa da Proposta de Faseamento (Esc: 1:10 000)

8. Mapa da Proposta de Parcelamento (Esc: 1:7 500)

9. Mapa da Proposta de Parcelamento”Sobreposição Fotográfica”

(Esc: 1:7 500)

10. Mapa da Proposta da Rede Viária (Esc: 1:7 500)

11. Perfis de estradas (Esc: 1:200)

12. Normas de ocupação do talhão (Esc: 1:500)

13. Mapa de Modelação e trabalho (Esc: 1:2 500)

37 SETEMBRO DE 2008

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