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Componente Enfermagem

Pediátrica

Módulo 10 – Práticas de Enfermagem III


Enfermagem Obstétrica e Enfermagem Pediátrica

Curso de Enfermagem Geral


Competências
No final do submódulo o estudante terá adquirido as
seguintes competências

1.Descreve a história do surgimento da Enfermagem


Pediátrica;
2.Identifica os principais indicadores de saúde infantil em
Moçambique e no Mundo
3.Descreve o papel do enfermeiro geral no atendimento as
crianças dos 0 a 14 anos;

Curso de Enfermagem Geral


Competências
No final do submódulo o estudante terá adquirido
as seguintes competências

4.Descreve os princípios básicos de enfermagem pediátrica;


5.Identifica as directrizes e programa para atenção a
criança;
6.Descreve a organização e funcionamento dos serviços de
atendimento a criança

Curso de Enfermagem Geral


INTRODUÇÃO À
ENFERMAGEM
PEDIÁTRICA

Curso de Enfermagem Geral


Breve Historial
 No decurso da História de Medicina muitos Médicos
famosos mostraram interesse pelas doenças das
crianças, mas somente no século XIX, primeiro na
Europa e depois nos Estados Unidos se começou a dar
interesse a esse facto.

 Até então a doença da criança tinha para o médico a


mesma importância que a doença do adulto.

 Em meados do Século XIX, o Dr. Abraham Jacob de


origem alemã criou nos Estados Unidos a primeira
clínica para crianças.

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Breve Historial
 A fundação do primeiro serviço de Pediatria ocorreu e
1888 no Hospital da Universidade de Harvard e em
1889 o Children’s Hospital de Boston, inaugurou a
primeira Escola de Enfermagem num hospital
puramente infantil.

 É difícil precisar quando começou a considerar-se a


Enfermagem Pediátrica como Especialidade, pois isso
foi surgindo gradualmente conforme se sentiu a
necessidade de adaptar a assistência da criança.

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Breve Historial
 A Pediatra nos países em via de desenvolvimento
enfrenta problemas bem diferentes dos seus colegas que
trabalham nos países ou nações industrializadas
(desenvolvidos).

Curso de Enfermagem Geral


Conceito
 Enfermagem Pediátrica: É um campo de estudo e de
prática da enfermagem dirigida à assistência à criança
até a adolescência. Ou, ainda, é um campo da
enfermagem que se dedica ao cuidado do ser humano
em crescimento e desenvolvimento, desde o nascimento
até a adolescência

 Pediatria: É o campo da Medicina que se dedica à


assistência ao ser humano em crescimento e
desenvolvimento, desde a fecundação até a
adolescência.

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Conceito
 Neonatologia: É o ramo da Pediatria que atende o
recém-nascido, desde a data do nascimento até
completar 28 dias;

 Puericultura: Também denominada de Pediatria


Preventiva, é o ramo da Pediatria que cuida da
manutenção da saúde da criança e do
acompanhamento de seu crescimento e
desenvolvimento.

 Hebiatria: É o ramo da Pediatria que atende as


necessidades de saúde do adolescente.

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Indicadores
 Mortalidade Materna intra-hospitalar;

 Mortalidade Neonatal;

 Partos institucionais;

 Coberturas de Planeamento Familiar;

 Cobertura de pré-natal;

Fonte: MISAU PES 2006

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Indicadores

 Consulta pós-parto;

 Baixo peso à nascença /partos prematuros;

 PTV – mães que receberam ARV;

 PTV – RN que receberam ARV;

 RN que fizeram profilaxia e testaram+.

Fonte: MISAU PES 2006

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Principais indicadores da Saúde infantil
em Moçambique e no Mundo
 Taxa de Mortalidade Infantil (Por mil nascidos vivos)
– é a relação entre os óbitos de menores de um ano
de residentes numa unidade geográfica, num
determinado período de tempo (geralmente um ano)
e os nascidos vivos da mesma unidade nesse
período multiplicados por 1000.

 Fórmula.

óbitos de  de 1 ano
TMI  x 1.000
nascidos vivos
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Principais indicadores da Saúde infantil
em Moçambique e no Mundo
 Taxa de Mortalidade Neonatal (Por mil nascidos vivos) é
Relação entre os óbitos infantis do período neonatal, ou
seja, durante as primeiras 4 semanas de vida ou até 27
dias completos, ocorridos e registados numa
determinada unidade geográfica e período de tempo
(em geral, um ano) e os nascidos vivos no mesmo
período e localidade multiplicados por 1000.

 Fórmula:

óbitos infantis de 0 a 27dias


TMN  X 1.000
nascidos vivos
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Principais indicadores da Saúde infantil
em Moçambique e no Mundo
 Taxa de Mortalidade Materna (Por cem mil nascidos
vivos) é a relação entre os óbitos por complicações da
gravidez, do parto e do puerpério ou devidos a doenças
pré-existentes agravadas pelo estado de gravidez de
mulheres residentes em uma determinada unidade
geográfica ocorridos num determinado período de
tempo, e os nascidos vivos na mesma unidade e
período, multiplicados por 100.000.

 Fórmula:
óbitos maternos
TMM  X 100.000
nascidos vivos
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Principais indicadores da Saúde infantil
em Moçambique e no Mundo
 Taxa de Mortalidade Infanto Juvenil é a relação entre os
óbitos de 1 a 5 anos de idade residentes numa unidade
geográfica, num determinado período de tempo
(geralmente um ano) e os nascidos vivos da mesma
unidade nesse período multiplicados por 1000.

 Fórmula:

Óbito em Cça de 1 - 5 anos de Idade


TMIJ  x1000
Nados Vivos

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Principais indicadores da Saúde infantil
em Moçambique e no Mundo
 Taxa de Mortalidade Peri-natal é a relação entre os
nados mortos mais os mortos até 7 dias numa unidade
geográfica, num determinado período de tempo
(geralmente um ano) e nados mortos mais os nados
vivos da mesma unidade nesse período multiplicados
por 1000.

 Formula:

Nados mortos  Mortos até 7 dias


TMP  x1000
Nados Mortos  Nados Vivos

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Situação de Saúde Infantil em Moçambique

 Moçambique está entre os 10 países mais pobres do


mundo. Com cerca de 20 milhões de habitantes
segundo dados do censo de 2007, tem uma taxa de
crescimento de 2.4%. Perto de 69.5% da população
reside na zona rural e a densidade populacional média é
de 20 habitantes/km² variando entre as províncias. As
províncias mais populosas são a da Zambézia e
Nampula, com 20.34% e 19.47% do total da população.
Fonte: (MISAU – 2008)

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Situação de Saúde Infantil em Moçambique

A esperança de vida ao nascer é estimada em 46.7 anos,


com uma taxa de natalidade e mortalidade de 35.2 e 21.3
por 1.000 habitantes respectivamente, uma taxa de
mortalidade infantil de 124 por 1.000 NV e neonatal de 48
por 1.000 NV.

Fonte: (MISAU – 2008)

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Situação de Saúde Infantil em Moçambique

 As crianças com menos de 5 anos de idade, constituem


17,1% e os adolescentes e jovens (10-24 anos) 32.2%
da população total do país.

 O total das pessoas em idade reprodutiva [15-49 anos]


constitui 49% da população, das quais cerca de 5
milhões são mulheres representando 24.9% da
população total do País.

Fonte: (MISAU – 2008)

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Situação de Saúde Infantil no Mundo
 Situação Mundial da Infância 2011 ecoa essa percepção
fundamental, e desenvolve-se a partir dela. Hoje, 1,2
bilhão de adolescentes encontram-se na desafiadora
encruzilhada entre a infância e o mundo adulto. Nove
em cada dez desses jovens vivem no mundo em
desenvolvimento e enfrentam desafios particularmente
graves, que vão desde adquirir educação até
simplesmente sobreviver – desafios que são ainda mais
exacerbados para meninas e mulheres jovens.

Unicef Relatório situação mundial da infância 2011

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Situação de Saúde Infantil no Mundo
 No esforço global para salvar a vida das crianças,
ouvimos muito pouco sobre a adolescência. Tendo em
vista a magnitude das ameaças a crianças menores de
5 anos, faz sentido concentrar nelas os investimentos –
e essa atenção tem produzido sucessos extraordinários.
Nos últimos 20 anos, o número de crianças menores de
5 anos que morrem a cada dia devido a doenças
evitáveis caiu em um terço – de 34 mil, em 1990, pra 22
mil, em 2009.

Unicef Relatório situação mundial da infância 2011

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Situação de Saúde Infantil no Mundo
 Este relatório apresenta, em detalhes comoventes, o
conjunto de perigos que os adolescentes enfrentam: as
injustiças que matam 400 mil deles a cada ano; gravidez
e parto precoces, uma causa primária de morte de
meninas adolescentes; as pressões que mantêm 70
milhões de adolescentes fora da escola; exploração,
conflitos violentos e as piores formas de abuso nas
mãos de adultos.

Unicef Relatório situação mundial da infância 2011

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Princípios Básicos de Enfermagem
Pediátrica
 É difícil precisar quando começou a considerar-se a
Enfermagem Pediátrica como Especialidade, pois isso foi
surgindo gradualmente conforme se sentiu a necessidade
de adaptar a assistência da criança.

 A Enfermeira Pediatra nos países em via de


desenvolvimento enfrenta problemas bem diferentes dos
seus colegas que trabalham nos países ou nações
industrializadas (desenvolvidos).

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Princípios Básicos de Enfermagem Pediátrica

A Enfermeira Pediatra é Considerada essencial para um


trabalho perfeito em Pediatria que a Enfermeira tente
desenvolver um determinado número de atributos a
saber:

a)Em relação a criança:


 Gostar de crianças;
 Ser alegre;
 Ter imaginação;
 Ter a capacidade para conseguir a confiança da
criança

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Princípios Básicos de Enfermagem Pediátrica

b) Em relação a família:
 Ter simpatia, compreensão e receptividade;

 Ter capacidade de observação das relações Mãe-


Filho;
 Saber transmitir conhecimentos;

 Saber aceitar a família como elemento essencial ao


harmonioso desenvolvimento da criança;
 Saber aceitar e compreender as suas limitações e
erros.
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Princípios Básicos de Enfermagem
Pediátrica
c) Em relação a equipa de trabalho e à profissão:
 Conhecimentos perfeitos das técnicas de Enfermagem;

 Ter gosto pelo pormenor;

 Ter gosto pelo estudo e actualização permanente;

 Ser capaz de orientar a sua conduta na ética


profissional, relações humanas e Direitos da criança;
 Ser capaz de colaborar com os membros da equipa de
trabalho em Pediatria.

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Directrizes e Programa para a Atenção à Criança

Acolhimento

A assistência à criança se baseia na promoção da saúde,


prevenção, diagnóstico precoce e recuperação dos
agravos à saúde. O acompanhamento programado do
crescimento e desenvolvimento, complementado por
actividades de controlo das doenças prevalentes, como
diarreia e afecções respiratórias agudas, e pelas acções
básicas, como o estímulo ao aleitamento materno,
orientação alimentar e imunizações, contribui para a
promoção de uma boa qualidade de vida.
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Directrizes e Programa para a Atenção à Criança

 Todas as actividades devem estar centradas no


acompanhamento do crescimento e desenvolvimento,
que é o eixo da assistência à criança.
 O Cartão da Criança é o principal instrumento utilizado
nacionalmente para esse acompanhamento e deve ser
interpretado como um “cartão de identidade” da criança
até cinco anos.
 Nele são registados alguns dos eventos importantes
para a sua saúde: (condições de nascimento, os valores
do peso, as habilidades desenvolvidas nas diversas
idades e as vacinas já realizadas e programadas).

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Organização e Funcionamento dos
Serviços de Atendimento à Criança
Introdução
A criança é um ser biopsicossocial em crescimento e
desenvolvimento e, como tal, deve ser atendida em toda a
sua individualidade, nas suas necessidades básicas de:
nutrição, educação, socialização, afectividade.

A organização dos serviços de atendimento da criança deve


ter em conta essas três componentes:
 Biológica;
 Psicológica;
 Social.

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Organização e Funcionamento dos
Serviços de Atendimento à Criança
Os serviços de pediatria são organizados tendo em conta
duas componentes:

1.Serviços de ambulatório ou atenção primaria;

2.Serviços de internamento.

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Serviços de ambulatório
ou atenção primaria
Centro de Saúde

Consulta de Consulta de
Criança sadia Pediatria

CCR PAV

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Organização e Funcionamento dos Serviços de
Atendimento à Criança

As consultas da criança sadia concentram-se mais nos


dois primeiros anos de vida, que é o período de maior
risco para a criança. No primeiro ano de vida, as
consultas, devem coincidir com as vacinações, sendo a
primeira consulta feita durante a primeira semana de vida.
No segundo ano, as consultas devem ser trimestrais, do
terceiro ao quinto ano semestrais. Do quinto ao décimo
quarto ano as consultas devem ser anuais.

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Serviços de Internamento

Consulta Externa/Banco
Socorro/Urgências de Pediatria

Serviço de internamento
organizados em

Consoante as
Berçário
patologias/idades

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Organização e Funcionamento dos Serviços de
Atendimento à Criança
 Principais actividades a realizar na consulta:
1. Avaliação do crescimento
2. Avaliação do desenvolvimento psicomotor
3. Realização de exame físico completo
4. Promoção do cumprimento do calendário vacinal
5. Orientação sobre a alimentação adequada da criança
6. Educação sanitária individual
7. Rastreio de factores de risco para Atenção Especial
(Consulta Crianças em Risco)
8. Recomendações sobre o Planeamento Familiar

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Organização e Funcionamento dos Serviços de
Atendimento à Criança

RESUMO DAS PRINCIPAIS ACTIVIDADES

Em cada consulta lembrar-se de:

 Verificar sinais e sintomas de perigo

 Aconselhar a mãe sobre planeamento familiar

 Fazer rastreio da tuberculose

 Verificar o estado serológico ( HIV) ; em caso de


sero-estado desconhecido, oferecer
aconselhamento e testagem para HIV

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Organização e Funcionamento dos Serviços de
Atendimento à Criança
Centros Fixos (Unidades Sanitárias)
Referem-se aos Centros e Postos de Saúde com
atendimento permanente. As tarefas descritas na tabela
acima constituem uma meta que deve ser alcançada.

Brigadas Móveis
Nas zonas rurais atendidas por equipas móveis, o
calendário deverá ser mais flexível e reduzido, segundo o
programa de deslocações, que deve ser bem planificado e
coordenado com os líderes comunitários. Estes devem
garantir a mobilização, a divulgação dos locais de
concentração e as datas previstas, permitindo a
racionalização do tempo da população e do pessoal de
saúde.
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Bibliografia
 Normas de Atendimento à Criança Sadia e à Criança em
Risco
(MISAU)
 Roteiro para acelerar a redução da Mortalidade materna
e neonatal em Moçambique
MISAU 14 de Maio 2008
 Projecto de Profissionalização dos Trabalhadores da
Área de Enfermagem (SAÚDE DA MULHER, DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Brasília – DF 2003

 Site: www.saude.mg.gov.br

 Site: www.unicef.org
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