Você está na página 1de 16

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à distância

Centro de Recursos de Gurué

Evolução das ciências geográficas desde a antiguidade (época romana) até a época
contemporânea.

Gentil Eusébio António Costâncio: 708235499

Curso: Ensino de Geografia

Disciplina: Evolução do Pensamento


Geográfico

Ano de frequência: 1º Ano.

Gurué, Abril de 2023


Folha de feedback

Classificação
Indicadore
Categorias Padrões Nota
s Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura organizacio  Discussão 0.5
nais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização (Indicação
2.0
clara do problema)

Introdução  Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
Conteúdo discurso académico (expressão
3.0
escrita cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
discussão  Revisão bibliográfica nacional e
internacional relevante na área 2.0
de estudo
 Exploração dos dados 2.5

Conclusão  Contributos teóricos práticos 2.0

 Paginação, tipo e tamanho de


Aspectos
Formatação letra, paragrafo, espaçamento 1.0
gerais
entre linhas
Normas
Referências APA 6ª  Rigor e coerência das
Bibliográfi edição em citações/referências 2.0
cas citações e bibliográficas
bibliografia
Recomendações de melhoria

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Índice

1. Introdução ................................................................................................................................... 3

1.1. Objectivos ................................................................................................................................ 4

1.2. Metodologia ............................................................................................................................. 4

2. Enquadramento Teórico .............................................................................................................. 5

2.1. Conceito de Geografia ............................................................................................................. 5

2.2. Evolução das ciências geográficas desde a antiguidade, época romana até a época ............... 5

2.2.1. Época Grega Características e contribuições dos principais geógrafos ................................ 5

2.2.1.2. Época Romana ................................................................................................................... 6

2.2.1.3.Humboldt ............................................................................................................................ 7

2.2.1.4. Ritter .................................................................................................................................. 9

3. Conclusão.................................................................................................................................. 13

4. Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 14


3

1. Introdução

Os fundamentos históricos da ciência geográfica reportam-se à Grécia antiga, tida como a


primeira cultura conhecida a explorar activamente a geografia como ciência e filosofia. A
filosofia constrói o embasamento conceitual das actividades humanas a partir dos fundamentos
do pensamento, no plano das ideias e do enquadramento abstracto e geral do conhecimento,
incluindo as ciências, artes e técnicas.

As teorias ajustam as distintas e específicas áreas científicas, por meio da descoberta ou


investigações de novos sectores e novos problemas no âmbito de cada ciência em particular. As
metodologias desenvolvem e experimentam técnicas inovadoras permitindo a obtenção de
respostas mais eficientes para os problemas, mediante conceitos científicos fornecidos pelas
teorias. Baseada em princípios estabelecidos pelas fundamentações teóricas, com aplicação por
meio de métodos adequados, a ciência geográfica procura soluções para os problemas expostos
pela sociedade.
4

1.1. Objectivos

Geral:

 Compreender a história da evolução das ciências geográficas;

Específicos:

 Conceituar a geografia;
 Descrever as características das épocas e o seu período de vigência;
 Descrever os seus percursores e os respectivos contributos para a ciência geográfica.

1.2. Metodologia

Os métodos de colecta de dados definidos constaram de pesquisa bibliográfica visando à


fundamentação teórica e metodológica com a obtenção de informações sobre o tema pesquisado
e da interpretação e análise dos fundamentos históricos da geografia com as contribuições do
pensamento filosófico na Grécia antiga, levantando-se o acervo bibliográfico e cartográfico
disponível, permitindo a compreensão do significado para a ciência geográfica.
5

2. Enquadramento Teórico

2.1. Conceito de Geografia

Geografia é o estudo da superfície da Terra. Sua denominação procede dos vocábulos gregos geo
("Terra") e graphein ("escrever").

Durant (1956) indaga dizendo que a Geografia significa, etimologicamente, «descrição da terra»,
e foi tal como tal que este ramo de conhecimento humano se apresentou entre os viajantes
gregos, seus primeiros cultores, mas, desde o início, com duas orientações diferentes. Uns
geógrafos, educados na disciplina rigorosa da medida, preocuparam-se, sobre tudo, com a
situação exacta dos lugares e a sua e a sua representação nos mapas e emitiram os primeiros
juízes de conjunto sobre o globo terrestre (p. 24).

“ A Geografia estuda o conjunto de fenómenos naturais e humanos que constituem aspectos da


superfície da terra, considerados na sua distribuição e relações recíprocas.”
(Orlando Ribeiro, s/d).

2.2. Evolução das ciências geográficas desde a antiguidade, época romana até a época
contemporânea.

A Terra é o palco onde se desenrola a actividades dos homens. O seu aspecto actual é apenas
uma simples fotografia instantânea em relação `as constantes modificações que apresentar”
(Sues, s/d).

A Geografia é uma ciência com um longo passado. Bem antes dos gregos ou dos grandes
descobrimentos marítimos do século XV, já as primeiras comunidades humanas exploravam a
superfície do globo.

2.2.1. Época Grega Características e contribuições dos principais geógrafos

Na visão de Grimal (1954), as principais fases desta expansão foram as colonizações fenícia,
cartaginesa, grega, a expedição de Alexandre e a conquista romana.
6

Os mais antigos documentos geográficos são os périplos (navegaram ao redor). Pertenceram a


Cartago (séc. VI a. C.) os périplos das mais antigas expedições ao atlântico.

O périplo de Hannon, que descrevia a costa africana até ao Senegal e o périplo de Himilcão, que
explorava a costa ocidental da Europa até à Bretanha. Procurava-se, então, o tamanho e o ouro.
As necessidades da navegação e do comércio exigia o estabelecimento de itinerários entre os
principais mercados. Os périplos descreviam pormenorizadamente esses trajectos tal como o
fizeram na idade média os portulanos (mapas que os marinheiros italianos e portugueses
desenhavam dos pedaços de costas e portos que iam percorrendo).

Os gregos foram os primeiros a sistematizar os conhecimentos geográficos. Foram eles que


criaram a palavra Geografia (Geo= terra, Graphein= descrever).

Anaximandro de Mileto, 611-547 a. C., considerou a terra como um corpo celeste isolado no
espaço, de forma cilíndrica e habitada só na parte superior. Introduziu o gnómon, que permitia
determinar os movimentos do sol atribui-se-lhe o primeiro mapa da terra.

Hecateu de Mileto, 560-480 a. C. aperfeiçoou o mapa de Anaximandro, considerando a terra


como um disco ao redor do qual corria as águas dos oceanos.

O mundo conhecido era constituído por dois continentes (Europa e a Ásia) separados pelo mar
mediterrâneo, pelo mar negro (Euxino) e pelo mar Cáspio

Eratóstenes traçou uma rede constituída por sete meridianos e sete paralelos irregularmente
espaçados, de acordo com as informações disponíveis. As latitudes dos pontos característicos são
exactas no seu conjunto, mas as longitudes estão bastante erradas.

2.2.1.2. Época Romana

Conforme Russel (1982, p.389), no que se refere ao conhecimento do Mundo, as conquistas


romanas tiveram importantes consequências. Com efeito, a preparação de expedições militares
exigiu sempre um conhecimento ou uma figuração aproximadas das regiões a atravessar e a
conquistar.
7

Hiparco, 190-125 a. C., foi o maior astrónomo da Antiguidade. Determinou a distância da Terra
ao Sol e à Lua e as dimensões destes dois astros; inventou os primeiros elementos da geometria
da esfera, dividindo pela primeira vez o círculo terrestre em 360º; concebeu uma rede de
paralelos e meridianos, com intervalos iguais, para determinar a latitude e a longitude; elaborou
um mapa do mundo e dividiu-o em 11 paralelos igualmente espaçados, cuja localização
descreveu detalhadamente.

Para Crates de Malo, quatro massas de terra, duas no hemisfério norte e duas no hemisfério sul,
são separadas por duas massas oceânicas perpendiculares, uma envolvendo o globo de este para
oeste ao longo do equador e a outra rodeando-o de Norte a Sul.

A geografia é uma ciência com um «longo passado» que remonta ao século VI a. C. e com uma
«breve historia», posterior ao século XIX. No «longo passado» de vinte e cinco séculos, a
geografia permaneceu ligada a outras ciências como a astronomia, a matemática e a historia. A
«breve história» refere-se ao curto período de pouco mais de um século em que a geografia
aparece com um conjunto de métodos e de conhecimentos coerentes e rigorosos, dentro do
contexto da ciência contemporânea.

Humboldt e Ritter vão introduzir na geografia um método próprio e um carácter sistemático. A


geografia deixou de ser obra de erudição ao serviço da história e da matemática, deixou de ser, à
maneira antiga, um conjunto de conhecimentos práticos, uma enumeração mais ou menos
ordenada de montanhas, rios ou de cidades. Unificada pelo contacto das ciências, animais pelas
relações dos exploradores, a geografia colocou-se ao lado da investigação científica competindo-
lhe não só descrever e inventariar, mas também relacionar e explicar.

O saber escolástico foi substituído pelo saber experimental. Em todas as ciências se desenvolvia
a preocupação da busca de relação de causa e efeito. Era o advento do espírito científico, ligado
ao desenvolvimento da sociedade industrial.

2.2.1.3.Humboldt

O alemão Alexandre von Humboldt, 1769-1859, foi, por educação e por gosto, um homem de
ciência, sobretudo um naturalista e um grande viajante. Possuía uma formação diversificada:
8

economia política, matemática, ciência da natureza e física. Observador atento de todos os


grandes factos físicos e biológicos, percorreu uma grande parte da Europa, todo o México, a
América central, a Colômbia e a Venezuela. As suas numerosas publicações foram todos de
natureza científica, (Andrade, 2008).

Conforme cita Andrade (2008) méritos de Humboldt foram altíssimos. Fundou os métodos de
observação de quase todos os sectores da geografia física. Generalizou o emprego do barómetro
para determinar as altitudes, dos cortes topográficos e dos cálculos de altitude media para
caracterizar o relevo. Traçou o primeiro mapa de isotérmicas e mostrou o contraste entre as
costas orientais e ocidentais dos continentes. Pode considera-se o fundador da geografia
botânica, baseada na fisionomia das plantas e das suas relações com o solo e o china.

Humboldt não foi apenas um naturalista e um viajante, foi também um geógrafo de grande
visão. Comparou as culturas nativas asiática e americana e escreveu tratados regionais sobre
cuba e México.

A sua obra mais conhecida, «O Cosmos», revelou, por um lado, o elemento quantitativo colhido
directamente nas viagens e, por outro, o elemento qualitativo, a teorização. O elemento
quantitativo era riquíssimo, pois Humboldt foi um observador rigoroso e um meticuloso
anotador, procedendo sempre com rigor científica. Abrangia informações relacionadas com a
temperatura atmosférica e do solo, pressão, ventos, latitude e longitude, mares, variações
magnéticas, natureza das rochas, animais, tipos de plantas e suas relações com o meio. Humboldt
preocupou-se também com as explicações dos fenómenos descritos, estabelecendo as relações
entre eles (Andrade, 2008)

Pertenceu-lhe o mérito de, em primeiro lugar, ter formulado e aplicados os dois princípios
essenciais que fizeram da geografia uma ciência original, que Emmanuel de Martonne designou
por princípio da causalidade (ou interdependência) e princípio da geografia geral (ou
comparada).

Qualquer que fosse o fenómeno estudado, Humboldt não se limitava a considera-lo


isoladamente, analisava outros fenómenos que o meio oferecia à sua observação, remontava as
causas e descia as consequências. Ninguém mostrou de modo mais preciso como o Homem
dependia do solo, do clima, da vegetação, como a vegetação era função dos fenómenos físico,
9

como estes mesmos dependiam uns dos outros. Era a unidade do mundo físico com todo os
fenómenos interdependentes (principio da causalidade).

Quando fixava a sua atenção num problema geológico, biológico ou humano não observava
apenas o facto local, voltava o seu interesse para as outras regiões onde ocorriam factos
análogos. Era sempre a lei geral, válida para todas as circunstâncias semelhantes, que ele
procurava formar. Nenhum ponto lhe parecia independente do conhecimento do conjunto do
globo (princípio da geografia geral).

Humboldt foi um inovador quanto ao método – que defendia a ciência – de examinar os


fenómenos climáticos, botânicos, geológicos na sua repartição à superfície da terra, mas também
nas suas relações recíprocas. Como ele mesmo escreveu, «é preferível a ligação dos factos
anteriormente observados, ao conhecimento dos factos isolados, mesmo que estes sejam novos».
Mais uma vez, pois, o conceito essencial de relação.

A utilização de método comparativo foi um passo decisivo na evolução dos conhecimentos


científicos. O estabelecimento de comparações universais foi uma das suas contribuições mais
importantes. Humboldt comparou sistematicamente as paisagens da área em estudo com outras
de diferentes locais da terra. Comparou, por exemplo, os desertos do velho mundo com os do
continente americano, o planalto do México com o da península Ibérica, as montanhas da Europa
e as do Novo Mundo. Não estudou paisagens únicas, mas verificou que existem relações gerais e
causas genéticas comuns em áreas semelhantes de diferentes partes do mundo.

2.2.1.4. Ritter

Segundo Claval (2010), Karl Ritter, 1779-1859, foi um historiador e filósofo alemão, viajou
muito menos que Humboldt. Foi professor de geografia na Universidade de Berlim e as suas
publicações resultaram da investigação e do ensino. Nele, as preocupações pedagógicas estavam
sempre presentes.

A sua obra de estreia, «Europa, Quadros Geográficos, Históricos e Estatísticos», despertou


grande atenção entre os geógrafos. A grande originalidade, em relação a Humboldt, residiu sobre
tudo no lugar importante que deu a geografia humana. Ritter combateu aquilo que então se
10

denominava «Geografia pura», e recusava um lugar ao homem. O seu principal objectivo era
explicar as relações existentes entre o meio físico e a actividade humana. São estas relações
mútuas da natureza e do homem, e a terra como o teatro, da actividade humana que lhe
interessavam fundamentalmente.

No seu livro «Europa» afirmou: «Aterra e os seus habitantes mantêm-se na mais estreita
reciprocidade, não podendo um ser apresentado em todos os seus aspectos sem o outro. A
geografia e a história devem ser, pois, inseparáveis. A terra tem influência sobre os habitantes e
estes últimos sobre a terra».

Segundo a concepção Ritteriana, a terra era considerada como um organismo com todas partes
solidárias. A combinação das quatro formas ou elementos fundamentais (ar, água, fogo e terra)
constituem o «Todo» terrestre e Ritter estudou os essencialmente nas formas existentes na
superfície do globo e na sua disposição e interacção recíprocas.

Tal como Humboldt, Ritter preocupava-se em estabelecer leis gerais através do método
comparativo. «Só com o contributo de leis gerais da superfície terrestre, inerte e animada, pode
apreender se a harmonia do mundo dos fenómenos» afirmou.

Das formas terrestres e das suas relações extraiu Ritter muitas consequências a cerca dos destinos
dos povos e da humanidade. A ele se atribuiu a interpretação das características sociais e da
variabilidade histórica a partir da acção do meio físico, tentando assim explicar as desigualdades
entre os povos. Da sua pretensão de explicar os feitos humanos em função dos factos físicos
resultou a sua atitude determinista. O seu objectivo era contribuir para a compreensão do papel
da natureza no desenvolvimento dos homens, dos povos e dos estados, (Claval, 2010)

A principal dificuldade que o geógrafo actual enfrenta é analisar, de forma cartesiana, esses
processos de transformações espaciais, determinadas pela inter-relação sociedade/natureza, uma
vez que não são processos estáticos; são extremamente dinâmicos e complexos. Muitos
geógrafos consideram que aí reside a dificuldade de se estabelecer, de forma precisa, qual vem a
ser a definição e o objecto da Geografia como ciência. Daí a existência de tantas divergências
entre seus profissionais quanto a esse objecto e a essa definição. Considerando tal momento, é
necessária a existência de alguns pressupostos, que possibilitem a compreensão do quadro actual
da humanidade, esboçado ao estudioso, ao se discutir, por exemplo, a internacionalização da
11

economia. Ao mesmo tempo, observa-se que entre os conservadores procura-se santificar a


empresa privada, além disso, outros cientistas apresentam propostas alternativas, no viés ante a
renovação geossocial, com base em uma profunda reflexão da realidade. Assim, devemos
chamar a atenção do geógrafo para os problemas ligados ao tempo e ao espaço. No âmbito da
ciência geográfica, Andrade (2002) chamou a atenção para a categoria “tempo”, que vem sendo
analisado como se fosse uma sucessão linear que se divide em três etapas: passado, presente e
futuro:

[...] essas etapas são apenas cronológicas, pois as instituições e as relações existentes no passado
permanecem e atuam no presente e se projectam no futuro. Assim, a um só tempo, a sociedade e a
natureza vivem no presente também o passado, através dos resquícios outrora dominantes, e as
projecções no futuro. (Andrade, 2002, p. 21).

O mencionado autor chamou a atenção ainda, para o compromisso do geógrafo como


profissional e como cidadão, no sentido de procurar soluções para os problemas da sociedade,
pois:

[...] deve-se levar em conta que o geógrafo não é apenas um profissional, mas, sobretudo
um cidadão, e como tal deve, dentro de seus padrões sociais e morais, procurar empregar
o seu saber primordialmente na procura de soluções para a sociedade e, secundariamente,
na obtenção de seus interesses. Não achamos que a geografia deva ser primordialmente
ideológica, mas seria utópico querer retirar dela toda a participação ideológica que foi
inculcada na formação do cientista. E a actividade como cientista não retira do geógrafo
as idéias e preconceitos que ele adquiriu em sua vida e em sua formação. (Andrade, 2002,
p. 21).

Nessa discussão, acrescento que “o movimento ecológico tem grande importância, pois tem se
preocupado com a destruição do planeta em consequência do uso indiscriminado de tecnologias
predatórias que não só dilapidam os recursos como destroem recursos naturais indispensáveis”
(Andrade, 2002, p. 22)

A preocupação com o meio ambiente, caracterizando em cada caso, o relacionamento


sociedade/natureza, contribuirá para fazer esquecer a velha querela entre o Determinismo
Geográfico e o Ambientalismo, que ocupou tanto espaço na literatura geográfica no último
século. Também ela contribuirá para atenuar a tendência à aplicação de modelos em escala
mundial, tentando explicar os fenómenos geográficos, passando-se para uma síntese em que
12

ocorrerá a conciliação entre as formulações dos modelos gerais com a observação, e a


experimentação de campo, como vimos na corrente Neopositivista (Seeds, 2003)

Para Tavares (1990), a observação da natureza leva à necessidade de explicar por que o espaço
está organizado de uma forma e não de outra. A compreensão de uma organização que está em
constante processo de reorganização das formas que se apresentam e de seu conteúdo cultural,
leva o geógrafo e a Geografia a recorrerem ao conhecimento histórico, não apenas cronológico,
mas sobretudo, de suas implicações sociais e económicas. Daí a necessidade de uma maior
aproximação entre a Geografia e a História, porque para se explicar a organização actual do
espaço, externada em grande parte na paisagem, é necessário que se encare, de forma dinâmica,
duas grandes categorias espaço e tempo.
13

3. Conclusão

Como podemos verificar nesta aula, a história da Geografia não se inicia na instituição desta
como ciência. A história da Geografia começa quando as primeiras sociedades surgem no planeta
e nele tecem relações que permitem a sua sobrevivência. Pudemos entender que a nossa ciência,
mesmo mantendo o mesmo objecto de estudo, pode evoluir e mudar de paradigmas ao longo de
sua história. Ficou claro que para se compreender os atuais paradigmas da Geografia é preciso ter
um bom conhecimento da história da nossa ciência.

Apesar dos esforços de Humboldt e Ritter, a geografia contemporânea não estava ainda
definitivamente fundada. As novas ideias semeadas por estes dois pioneiros não encontraram
terreno adequado. Nem Humboldt nem Ritter tiveram discípulos que completassem e
desenvolvessem as suas obras.
14

4. Referências Bibliográficas

Andrade, M. (2008). Geografia: ciência da sociedade. Uma introdução à análise do pensamento


geográfico. São Paulo: Brasil, Ed. Atlas, 1987. CAPEL, Horácio. Filosofia e ciência na
geografia contemporânea: uma introdução à Geografia. (vol.1). Maringá: Ed. Massoni.

Claval, P. (2010). Terra dos homens: a geografia. São Paulo: Brasil, Ed. Contexto.

Durant, W. (1956). História da filosofia. São Paulo: Brasil, Nacional.

Grimal, P. (1954). A mitologia grega. São Paulo: Brasil, Difusão Europeia.

Russel, B. (1954). Delineamentos da filosofia. São Paulo: Brasil, Nacional.

Seeds, M. A. etal. (2003). The Solar System, Third Edition, USA.

Tavares, F. dos S. (1990). Enciclopédia do conhecimento ciência e tecnologia, Resmoneia

Editores, Portugal.

Você também pode gostar