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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à distância

Centro de Recursos de Gurué

Importância das Praticas Pedagógicas I

Gentil Eusébio António Costâncio: 708235499

Curso: Ensino de Geografia

Disciplina: Práticas Pedagógicas

Ano de frequência: 1º Ano.

Gurué, Abril de 2023


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 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura organizacio  Discussão 0.5
nais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização (Indicação
2.0
clara do problema)

Introdução  Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
Conteúdo discurso académico (expressão
3.0
escrita cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
discussão  Revisão bibliográfica nacional e
internacional relevante na área 2.0
de estudo
 Exploração dos dados 2.5

Conclusão  Contributos teóricos práticos 2.0

 Paginação, tipo e tamanho de


Aspectos
Formatação letra, paragrafo, espaçamento 1.0
gerais
entre linhas
Normas
Referências APA 6ª  Rigor e coerência das
Bibliográfi edição em citações/referências 2.0
cas citações e bibliográficas
bibliografia
Recomendações de melhoria

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Índice

1. Introdução ................................................................................................................................... 3

1.1. Objectivos ................................................................................................................................ 4

1.2. Metodologia ............................................................................................................................. 4

2. Enquadramento Teórico .............................................................................................................. 5

2.1. Praticas Pedagógicas conceitualização .................................................................................... 5

2.1.1. Importância das práticas pedagógicas e suas respectivas áreas ............................................ 5

2.1.1.1. A introdução do Sistema Nacional de Educação (1983-1991): instrumento político ........ 6

3. Conclusão.................................................................................................................................... 8

4. Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 9


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1. Introdução

A Educação Básica abrange um público vasto desde a Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio. Vasto em sentido amplo, multicultural, regionalista e em contextos diferenciados,
onde a educação desloca-se em diferentes tendências, modelos, metodologias e práticas
pedagógicas. As práticas pedagógicas constituem todos os subsídios que os professores utilizam
para realização de suas aulas. Neste sentido, o professor da Educação Básica está adentrando
cada vez mais para o „ser social‟ ou „representante social‟, visto que, muitas são as insurgências
generalistas que raiam nos múltiplos contextos escolares, necessitando a cada dia da actualização
do trabalho docente, ou seja, o „fazer docente‟ ou „fazer pedagógico‟ através da prática. O
desenvolvimento das práticas pedagógicas está directamente ligado à formação inicial e
continuada dos professores, uma vez que um curso de graduação/licenciatura evidencia as
práticas pedagógicas em seu processo de formação, a Educação Básica reflectirá o „fazer
pedagógico‟ deste profissional, influenciando na maneira em que este faz a mediação do
conhecimento entre os estudantes.

O sistema educativo moçambicano, o denominado Sistema Nacional de Educação (SNE), foi


implantado em Moçambique na década de 80, um período em que o país atravessa um dos
momentos críticos da sua história e o mundo é marcado por mudanças políticas, económicas e
culturais. As consequências destas duas “forças internas e externas” foram bem visíveis no
campo das políticas públicas e particularmente na estrutura, nos objectivos, nos princípios e nos
modelos de administração da educação do País.

Numa análise diacrónica, o actual SNE é marcado por dois períodos: de 1983 a 1992, fase da
vigência da Lei 4/83, que introduz o Sistema Nacional de Educação (SNE) e de 1993 até a
actualidade.
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1.1. Objectivos

Geral:

 Compreender a importância das práticas pedagógicas I.

Específicos:

 Conceituar práticas pedagógicas;


 Descrever a importância das práticas pedagógicas e suas respectivas áreas;
 Descrever a relação da educação em 1983, com a introdução do SNE.

1.2. Metodologia

Para o presente trabalho aplicou se o uso de pesquisa bibliográfica que pode ser encontrado em
Severino (2007), onde o mesmo aponta que:

A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente


de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc.
Utiliza-se de categorias teóricas ou dados já trabalhados por outros pesquisadores e
devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O
pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos analíticos
constantes dos textos (Severino, 2007, p. 122).

Os métodos de colecta de dados definidos constaram de pesquisa bibliográfica visando à


fundamentação teórica e metodológica com a obtenção de informações sobre o tema pesquisado
e da interpretação e análise dos fundamentos históricos da geografia com as contribuições do
pensamento filosófico na Grécia antiga, levantando-se o acervo bibliográfico e cartográfico
disponível, permitindo a compreensão do significado para a ciência geográfica.
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2. Enquadramento Teórico

2.1. Praticas Pedagógicas conceitualização

Segundo Libâneo (1998), a trajectória pessoal e profissional são factores essenciais na actuação
do professor, revelando suas concepções sobre o fazer pedagógico, incisa para que a discussão e
compreensão da prática docente, é necessário construir os saberes e a formação desse professor,
(p. 24).

A Prática Pedagógica é definida como a componente real da supervisão pedagógica em que


decorre o ensino acompanhado com vista a elevar o grau da qualidade da aprendizagem do aluno
(Carvalho, 1994, p. 59).

Desde essa perspectiva, a prática pedagógica pode ser pensada assim como expressa Fernandes
(1999, p.159):

[…] Prática intencional de ensino e aprendizagem não reduzida à questão didáctica ou às


metodologias de estudar e de aprender, mas articulada à educação como prática social e
ao conhecimento como produção histórica e social, datada e situada, numa relação
dialéctica entre prática-teoria, conteúdo-forma e perspectivas interdisciplinares.

2.1.1. Importância das práticas pedagógicas e suas respectivas áreas

Neste caso particular a da formação de professores, a Prática Pedagógica é assumida como um


instrumento com o qual os futuros professores apreendem, na prática, a ensinar e ajudados pelos
supervisores e/ou tutores a experimentar a função docente, na verdade é um momento da
formação destes e o supervisor desempenha um papel crucial ao ajudá-los a desenvolver suas
capacidades, competências e habilidades de ensino, incutindo neles um espírito crítico e
reflexivo nos contextos onde o ensino tem lugar.

De acordo com os eixos temáticos, as áreas do conhecimento e os conteúdos estruturantes, a


proposta pedagógica deve estar voltada à construção de uma auto mudança consciente dos
indivíduos e de seus territórios, devendo manter uma relação orgânica entre os eixos temáticos e
os conteúdos estruturantes, É a partir desses que o educador tecerá a dialogicidade entre os
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saberes, que auxiliarão o educando a construir seu próprio conhecimento e capacidade de fazer
uma leitura de mundo nas suas várias escalas (local, regional, e global) e nele agir.

Os eixos temáticos fundamentais para a constituição da leitura de mundo do educando, dentro da


proposta pedagógica são (Mészáros,2005):

a) Modos de vida: Trabalho, Cultura (s) e Identidade (s);

b) Territórios: Natureza, Poder e Políticas;

c) Saúdes: Hábitos e Costumes.

O educador deverá ter consciência que ao estabelecer o diálogo entre os eixos temáticos, as áreas
do conhecimento e os seus conteúdos estruturantes das disciplinas, de que os primeiros (eixos
temáticos) referem-se às problemáticas nas quais os educandos estão inseridos (realidade), os
segundos constituem-se em instrumentos intelectivos que, dada a sua organização em áreas,
permitirão a materialização de leituras da realidade, fundamento para uma educação libertadora
porque conscientizadora e potencializadora de práticas sociais voltadas à democratização da
sociedade.

2.1.1.1. A introdução do Sistema Nacional de Educação (1983-1991): instrumento político-


ideológico e motor de desenvolvimento

Como resposta às metas do Plano Prospectivo Indicativo (PPI), entendido como “plano de ajuste
a situação económica e de modernização da sociedade” e em cumprimento de algumas das
orientações do III Congresso da FRELIMO (1977) o Ministério da Educação e Cultura num
documento conhecido por Linhas Gerais do Sistema Nacional de Educação, aprovado em 23 de
Março de 1983 como Lei 4/83, apresenta os fundamentos político-ideológicos, princípios,
finalidades, objectivos gerais e pedagógicos da educação em Moçambique (Mazula, 1995),

De acordo com Gómez (1999), o condicionamento do SNE pelos objectivos e metas


estabelecidas no PPI teve, efeitos negativos para a educação, nomeadamente, na capacidade de
resposta aos desafios de formação de mão-de-obra necessária para os interesses do país, na
imposição de uma visão estranha à maioria da população por meio dos programas de ensino, na
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reprodução de um modelo educacional inadequado para a realidade do país e na aplicação


excessiva de uma visão tecno-burocrática da administração:

“ [registou-se o] superdimensionamento das capacidades do sistema educacional, que


deveria formar, em quantidade e qualidade, uma grande contingente de mão-de-obra em
função das estimativas - também superdimensionadas - do PPI; [houve uma] tendência
para se impor uma visão urbano industrial nos programas de ensino, num país com uma
população maioritariamente camponesa cuja actividade produtiva principal é agrícola;
transferência de modelos de sistemas educacionais cuja base material tinha pouco a ver
com a moçambicana; tendência para uma visão tecno-burocrática da educação e para o
crescimento do poder da burocracia, que centraliza o controlo, estabelece as técnicas e os
meios para a racionalização do sistema [...]” (Gómez, 1999:353).

O corolário imediato do cumprimento das orientações do III Congresso por parte do SNE é, por
um lado, a instrumentalização da educação como via preferencial para a formação política e
ideológica e, por outro lado, a concepção da educação como motor de desenvolvimento:

“[...] observa [-se] duas linhas de orientação do III Congresso em relação à educação:
uma, de carácter geral, apela para a necessidade de a educação intensificar a formação
política e ideológica; e outra, mais específica, de carácter mais sectorial, sublinha a
necessidade de ligar a educação aos sectores produtivos” (Gómez, 1999: 348).

O objectivo central atribuído ao SNE era o de formar o “Homem Novo Revolucionário”, “um
homem livre do obscurantismo, da superstição e da mentalidade burguesa e colonial, um homem
que assume os valores da sociedade socialista” (Artigo 4º da Lei 4/83).

Os fundamentos da nova educação são, para além da experiência educacional durante a luta
armada e nas Zonas Libertadas, a Constituição da República (de 1978), o Programa e as
Directivas do Partido FRELIMO, os princípios do marxismo-leninismo e os modelos de sistemas
educacionais dos outros países, principalmente os do bloco socialista.

Aplicado num período em que Moçambique vivia os momentos mais difíceis da sua história
(guerra, seca e crise económica), o SNE mostrou-se inadequado para as novas condições sociais,
económicas e políticas que se registaram principalmente a partir dos anos 90. Entretanto a nova
Constituição da República (1990) com impacto na vida social, política e económica, as
negociações (ainda que secretas) entre o Governo da FRELIMO e a RENAMO, a pressão dos
organismos internacionais e dos parceiros internacionais ditaram a necessidade de um
reajustamento do quadro geral do sistema educativo. Isto veio a acontecer através da Lei 6/92.
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3. Conclusão

Ao retomarmos os achados da pesquisa, podemos notar que o conceito de prática pedagógica


ainda permanece muito arraigado à ideia de transmissão do conhecimento, à competência
instrumental. Um das principais tarefas da educação, desde essa perspectiva, seria o estímulo à
crítica. Proporcionar que as pessoas adquiram uma visão crítica que lhes permitam “ler” a sua
própria realidade, que aprendam a razão de ser dos fatos que elas descobrem, para que possam,
se não concordarem, fazer algo a respeito, agir, mobilizarem-se.

A competência do professor desenvolve-se na medida em que ele vai aprendendo a transformar


sua prática pedagógica, por meio uma acção consciente, a qual exige uma postura reflexiva
incessante, durante todo o processo. Reflexão essa que não é limitada apenas ao espaço da sala
de aula, mas também ao que está “fora” dela, e que, no entanto, determina muito do que ali
acontece. A competência profissional docente está relacionada à capacidade de compreensão da
forma em que os contextos condicionam e mediam o exercício profissional, bem como com a
capacidade de intervenção nesses âmbitos.
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4. Referências Bibliográficas

Carvalho, S. P., Klisys, A., & Augusto, S. (2006). Bem-Vindo, Mundo. Criança, cultura e
formação de educadores. São Paulo. Brasil.

Fernandes, A. Sousa (1999). Descentralização, desconcentração e autonomia dos sistemas


educativos: uma panorâmica europeia. Porto: ASA Editores, pp. 53-89.

Gomes, N. L. (1999). Ensino Médio: práticas pedagógicas que reconheçam e respeitem a


diversidade. In: Anais do I Seminário Nacional: Currículo em Movimento – Perspectivas
Atuais. Belo Horizonte.

Libâneo, J. C. (1998). Didáctica. São Paulo. Brasil: Cortez.

Mazula, B. (1995). Educação, Cultura e Ideologia em Moçambique: 1975-1985. Edições


Afrontamento.

Mészáros, I. (2005).A educação para além do capital. (2. Ed). São Paulo: Brasil, Boitempo.

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