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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância

Importância de Didática de Geografia para a transmissão dos conteúdos


escolare

Chimoio, Maio, 2023

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


Instituto de Educação à Distância

Importância de Didática de Geografia para a transmissão dos conteúdos


escolares

Cacilda João Taperegua Dombe – 708224708

Curso: Licenciatura em ensino de Geografia


Disciplina: Didática de Geografia 1
2º Ano
Turma: B

Chimoio, Maio, 2023


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(Indicação clara do 1.0
Introdução problema)
 Descrição dos objectivos 1.0
 Metodologia adequada ao 2.0
objecto do trabalho
Conteúdo  Articulação e domínio do
discurso académico 2.0
Análise e discussão (expressão escrita cuidada,
coerência / coesão textual)
 Revisão bibliográfica
nacional e internacionais 2
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0

Conclusão  Contributos teóricos 2.0


práticos

 Paginação, tipo e tamanho


Formatação de letra, parágrafo, 1.0
Aspectos gerais espaçamento entre linhas

Normas APA 6ª edição  Rigor e coerência das


Referências em citações e citações/referências 4.0
Bibliográficas bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhorias: A ser preenchida pelo tutor
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Introdução.
No presente trabalho vamos falar Didáctica: Teoria de Instrução e do Ensino: A didáctica é
uma que estuda o processo de ensino tomado em seu conjunto, isto é, os objectivos
educativos e os objectivos de ensino, os conteúdos científicos, os métodos e as formas de
organização do ensino, as condições e meios que mobilizam o estudo para o seu estudo e
desenvolvimento intelectual. A didáctica oferece uma contribuição indispensável á
formação dos professores, sintetizando no seu conteúdo a contribuição de conhecimentos
de outras disciplinas que convergem para o esclarecimento de factores condicionantes do
processo de instrução e ensino, intimamente vinculado com a educação e, ao mesmo tempo,
provendo os conhecimentos específicos necessários para o exercício das tarefas docentes.

Obectivo Geral.

 Analisar de forma geral como melhorar o nosso ensino.

Objectivos Especificos

 Conceituar didáctica, ensino, instrução;


 Relacionar o aluno ao professor;
 Apresentar os componentes da didáctica.

Metodologia
Para realização deste trabalho de pesquisa, baseou-se nos pdf encontrado nas bibliotecas
virtuais que foram citados e apresentados na bibliografia.
Didáctica: Teoria de Instrução e do Ensino

A didática como actividade pedagógica escolar

Para (LIBÂNEO, 2006, p. 52), A didáctica como uma das disciplinas da pedagogia que
estuda a relação entre processos de aprendizagem, conteúdos escolares e ensino.

“Definindo-se como mediação escolar dos objetivos e conteúdos do ensino, a Didática


investiga as condições e formas que vigoram no ensino e, ao mesmo tempo, os fatores
reais (sociais, políticos, culturais, psicossociais), condicionantes das relações entre a
docência e a aprendizagem”. Neste ponto, podemos concluir que a didática tem como papel,
também, levar em conta factores externos à sala de aula, pois estes influenciam na atividade
pedagógica escolar.

A didáctica segundo o autor visa o desenvolvimento físico e intelectual dos


alunos de modo que estejam preparados para a vida social.

A instrução tem como centro o conteúdo programático, já o ensino envolve a transmissão


desses conhecimentos professor-aluno. O currículo é expresso pelos conteúdos no
de instrução, este que tem a assimilação de conhecimentos e habilidades no decorrer do
processo (LIBÂNEO, 2006, p. 52).

“A metodologia compreende o estudo dos métodos, e o conjunto dos


procedimentos de investigação das diferentes ciências quanto aos seus fundamentos e
validade, distinguindo-se das técnicas que são a aplicação especifica dos
métodos.”. Nesta citação, o autor enfatiza a diferença entre metodologia e técnicas de
ensino, esta segunda sendo recursos ou meios de ensinos usados para a
transmissão de conhecimentos ou meios de ensinos usados para a transmissão de
conhecimento.

 Instrução: se refere ao processo e o resultado da assimilação sólida do


conhecimento sistematizados, e ao desenvolvimento de capacidades cognitivas. O
núcleo de instrução são conteúdos das matérias. O ensino consiste no planejamento,
organização, direção, e avaliação de actividades e didáctica, concretizando as
tarefas instrução; ensino inclui tanto o trabalho do professor com a direção da
unidade do estudo dos alunos.
 O currículo expressa os conteúdos da instrução, nas matérias de cada grau de
processo do processo de ensino. Em torno das matérias se desenvolve o processo da
assimilação e dos conhecimentos e habilidades (LIBÂNEO, 2006, p. 53).
 A metodologia compreende o estudo dos métodos, e o conjunto dos procedimentos
de investigação das diferentes ciências quanto aos seus fundamentos e validades.

Objecto de estudo.

“O objetivo do estudo da Didática é o processo de ensino, campo principal da educação


escolar.”

A didáctica estuda o processo de ensino para poder ter melhor eficácia na


transmissão de conhecimentos e habilidades há tanto tempo acumulados na
sociedade, de modo que o aluno não os tenha por simplesmente ter, mas para que possam
usá-los (LIBÂNEO, 2006, p. 54).

“Podemos definir processo de ensino como uma sequência de


actividades do professor e dos alunos, tendo em vista a
assimilação de conhecimentos e desenvolvimento de habilidade,
através dos quais os alunos aprimoram capacidades cognitivas.

(LIBÂNEO, 2006, p. 54).”

Os componentes do processo didático.

Quem circula pelos corredores de uma escola, o quadro que observa é o professor frente a
uma turma de alunos, sentados ordenamente ou realizado uma tarefa em grupo, para
aprender uma matéria. De facto, tradicionalmente se considera como componente de acção
didáctica a matéria, o professor, os alunos (LIBÂNEO, 2006, p. 55).

Internamente, a acção didática se referem a relação entre o aluno e a matéria, com o


objetivo de apropriar-se dela com a mediacção do professor. Entre a materia, o professor e
o aluno ocorrem relações recíprocas. o professor tem propósitos definidos no sentido de
assegurar o encontro direito do aluno com a matéria, mas essa situação depende das
condições internas dos alunos alterando o modo de lidar com a matéria: consideremos, pois,
que a inter-relação entre professores e alunos não ser reduz a sala de aula implicando as
relações mais abrangentes:
 Escola, Professor, aluno, pais estão inseridos na dinâmica das relações sociais. A
sociedade não é um todo homogêneo, onde reina a paz e a harmonia. Ao contrário,
há antagonismos e interesses distintos entre grupos e classes sociais que se
reflectem nas finalidades e no papel atribuídos a escola, ao trabalho do professor e
dos alunos.
 As teorias da educação e as práticas pedagógicas, os objetivos educativos da escola,
e dos Professores, os conteúdos escolares, a relação professor-alunos, as
modalidades de comunicação docente, nada disso existe isoladamente do contexto
econômico, social e culturar mais amplo e que afectam as condições reais em que se
realizam o ensino e aprendizagem.
 o professor não é apenas professor, ele participa de outros contextos de relações
sociais onde é, também, aluno, Pai, Filho, membro de sindicato de partido político,
ou de um grupo religioso. esses contextos se referem uns aos outros, e afectam a
actividade prática do professor. O aluno por sua vez, não existe apenas como aluno,
faz parte de um grupo social, pertence a uma família que vive em determinadas
condições de vida e de trabalho, branco, negro, tem uma determinada idade, possui
uma linguagem para expressar-se conforme o meio em que vive, tem valores e
aspirações condicionados pela sua prática de vida.
 A eficácia do trabalho docente depende da filosofia da vida do professor, de suas
convicções politicas, do seu preparo profissional, do salario que recebe, da sua
personalidade, das características da sua vida familiar, da sua satisfação profissional
em trabalhar com crianças. Tudo isto, não é uma questão de traços individuais do
professor, pois o que acontece com ele tem a ver com as relações sociais que
acontecem na sociedade (LIBÂNEO, 2006, p. 56).

Desenvolvimento histórico da didática e as tendências pedagógicas.

A história da Didática está ligada ao aparecimento do ensino no decorrer do


desenvolvimento da sociedade, da produção e das ciências como actividade planejada e
intencional dedicada à instrução.

Na chamada Antiguidade Clássica (gregos e romanos) e no período medieval também se


desenvolvem formas de ação pedagógica, em escolas, mosteiros, igrejas, universidades.
Entretanto, até meados do século XVII não podemos falar de Didática como teoria do
ensino, que sistematize o pensamento didático e o estudo científico das formas de ensinar.
Para (LIBÂNEO, 2006, p. 58), salienta que:

O termo "Didáctica" aparece quando os adultos começam a intervir na


actividade de aprendizagem das crianças e jovens através da direcção
deliberada e planejada do ensino, ao contrário das formas de intervenção
mais ou menos espontâneas de antes. Estabelecendo-se uma intenção
propria-mente pedagógica na actividade de ensino, a escola se torna uma
instituição, o processo de ensino passa a ser sistematizado conforme
níveis, tendo em vista a adecuação às possibilidades das crianças, às
idades e ritmo de as-similação dos estudos.

A formação da teoria didática para investigar as ligações entre ensino e aprendizagem e


suas leis ocorre no século XVII, quando João Amós Comênio (1592-1670), um pastor
protestante, escreve a primeira obra clássica sobre Didáctica, a Didacta Magna.

Ele foi o primeiro educador a formular a idéia da difusão dos conhe-cimentos a todos e
criar princípios e regras do ensino. A Didática de Comênio se assentava nos seguintes
princípios:

I. A finalidade da educação é conduzir à felicidade eterna com Deus, pois é uma força
poderosa de regeneração da vida humana. Todos os homens merecem a sabedoria, a
moralidade e a religião, porque todos, ao realizarem sua própria natureza, realizam
os desígnios de Deus. Portanto, a educação é um direito natural de todos.
II. Por ser parte da natureza, o homem deve ser educado de acordo com o seu
desenvolvimento natural, isto é, de acordo com as características de idade e
capacidade para o conhecimento. Conseqüentemente, a tarefa principal da Didáctica
é estudar essas características e os métodos de ensino correspondentes, de acordo
com a ordem natural das coisas.
III. A assimilação dos conhecimentos não se dá instantaneamente, como se o aluno
registrasse de forma mecânica na sua mente a informação do professor, como o
reflexo num espelho. No ensino, ao invés disso, tem um papel decisivo a percepção
sensorial das coisas. Os conhecimentos devem ser adquiridos a partir da observação
das coisas e dos fenômenos, utilizando e desenvolvendo sistematicamente os órgãos
dos sentidos.
IV. O método intuitivo consiste, assim, da observação direta, pelos órgãos dos sentidos,
das coisas, para o registro das impressões na mente do aluno. Primeiramente as
coisas, depois as palavras. O planejamento de ensino deve obedecer o curso da
natureza infantil; por isso as coisas devem ser ensinadas uma de cada vez. Não se
deve ensinar nada que a criança não possa compreender. Portanto, deve-se partir do
conhecido para o desconhecido.

Entretanto, Comênio desempenhou uma influência considerável, não somente porque


empenhou-se em desenvolver métodos de instrução mais rápidos e eficientes, mas também
porque desejava que todas as pessoas pudessem usufruir dos benefícios do conhecimento.

Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um pensador que procurou interpretar essas
aspirações, propondo uma concepção nova de ensino, ba-seada nas necessidades e
interesses imediatos da criança. As idéias mais importantes de Rousseau são as seguintes:

I. A preparação da criança para a vida futura deve basear-se no estudo das coisas que
correspondem às suas necessidades e interesses actuais. Antes de ensinar as
ciências, elas precisam ser levadas a despertar o gosto pelo seu estudo. Os
verdadeiros professores são a natureza, a experiência e o sentimento. O contacto da
criança com o mundo que a rodeia é que desperta o interesse e suas potencialidades
naturais. Em resumo: são os interesses e necessidades imediatas do aluno que
determinam a organização do estudo e seu desenvolvimento.
II. A educação é um processo natural, ela se fundamenta no desenvolvimento interno
do aluno. As crianças são boas por natureza, elas têm uma tendência natural para se
desenvolverem.

Rousseau não colocou em prática suas idéias e nem elaborou uma teoria de ensino. Essa
tarefa coube a um outro pedagogo suíço, Henrique Pestalozzi (1746-1827), que viveu e
trabalhou até o fim da vida na educação de crianças pobres, em instituições dirigidas por ele
próprio. Deu uma grande importância ao ensino como meio de educação e desenvolvimento
das capacidades humanas, como cultivo do sentimento, da mente e do carácter (LIBÂNEO,
2006, p. 60).
Pestalozzi atribuía grande importância ao método intuitivo, levando os alunos a
desenvolverem o senso de observação, análise dos objectos e fenômenos da natureza e a
capacidade da linguagem, através da qual se expressa em palavras o resultado das
observações. Nisto consistia a educação intelectual. Também atribuía importância
fundamental à psicologia da criança como fonte do desenvolvimento do ensino.

As ideias de Comenio, Rousseau e Pestalozzi influenciaram muitos outros pedagogos. O


mais importante deles, porém, foi Johann Friedrich Herbart (1766-1841), pedagogo alemão
que teve muitos discípulos e que exerceu influência relevante na Didática e na prática
docente.

Segundo Herbart, o fim da educação é a moralidade, atingida através da instrução


educativa. Educar o homem significa instruí-lo para querer o bem, de modo que aprenda a
comandar a si próprio. A principal tarefa da instrução é introduzir idéias corretas na mente
dos alunos. O professor é um arquiteto da mente. Ele deve trazer à atenção dos alunos
aquelas idéias que deseja que dominem suas mentes. Controlando os interesses dos alunos,
o professor vai construindo uma massa de idéias na mente, que por sua vez vão favorecer a
assimilação de idéias novas. O método de ensino consiste em provocar a acumulação de
idéias na mente da criança (LIBÂNEO, 2006, p. 65).

O sistema pedagógico de Herbart e seus seguidores chamados de herbartianos trouxe


esclarecimentos válidos para a organização da prática docente, como por exemplo: a
necessidade de estruturação e ordenação do processo de ensino, a exigência de
compreensão dos assuntos estudados e não simplesmente memorização, o significado
educativo da disciplina na formação do carácter. Entretanto, o ensino é entendido como
repasse de idéias do professor para a cabeça do aluno; os alunos devem compreender o que
o professor transmite, mas apenas com a finalidade de reproduzir a matéria transmitida.
Com isso, a aprendizagem se torna mecânica, automática, associativa, não mobilizando a
actividade mental, a reflexão e o pensamento independente e criativo dos alunos.

As idéias pedagógicas de Comênio, Rousseau, Pestalozzi e Herbart além de muitos outros


que não pudemos mencionar formaram as bases do pensamento pedagógico europeu,
difundindo-se depois por todo o mundo, demarcando as concepções pedagógicas que hoje
são conhecidas.
Pedagogia Tradicional

Em suas varias correntes, caracteriza as concepções de educação onde prepondera a ação de


agentes externos na formação do aluno, o primado do objeto de conhecimento, a
transmissão do saber constituído na tradição e nas grandes verdades acumuladas pela
humanidade e uma concepção de ensino como impressão de imagens propiciadas ora pela
palavra do professor ora pela observação sensorial.

Pedagogia Renovada.

Agrupa correntes que advogam a renovação escolar, opondo-se à Pedagogia Tradicional.


Entre as características desse movimento destacam-se: a valorização da criança, dotada de
liberdade, iniciativa e de interesses próprios e, por isso mesmo, sujeito da sua aprendizagem
e agente do seu próprio desenvolvimento; tratamento científico do processo educacional,
considerando as etapas sucessivas do desenvolvimento bioló-gico e psicológico; respeito às
capacidades e aptidões individuais, indivi-dualização do ensino conforme os ritmos
próprios de aprendizagem; rejeição de modelos adultos em favor da actividade e da
liberdade de expressão da criança.

Tendências Pedagógicas.

Vamos analisar as diferenças existentes entre as tendências pedagógicas conforme, a


proposta de classificação de Libâneo (1986), que sustentam os pressupostos de
aprendizagem na educação do Brasil: a Pedagogia Liberal (Tendência Tradicional,
Tendência Renovadora Progressista, Tendência Renovadora não-diretiva Tendência
Pedagogia Tecnicista), Pedagogia Progressista (Tendência Progressista Libertadora,
Tendência Progressista Libertária, Tendência Progressista “crítico-social dos conteúdos”).

Pedagogia Liberal

A Pedagogia Liberal defende a proposta de que a escola tem por função preparar os
educandos para o desempenho de papéis sociais, atendendo às suas aptidões individuais.
Para que isto ocorra, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos valores e às normas
que normatizam a sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura individual.
(LIBÂNEO, 2006, p. 70)
Historicamente, a concepção de educação liberal teve início com a consolidação da
pedagogia tradicional e, por razões de recomposição da hegemonia da classe burguesa,
evoluiu para a pedagogia renovada (também denominada escola nova ou activa), o que não
significou a substituição de uma pela outra, pois ambas conviveram e convivem na prática
escolar.

Tendência Tradicional

Na Pedagogia Tradicional a função social da escola centra-se na transmissão de


conhecimentos disciplinares visando à formação integral dos sujeitos e a sua inserção futura
na sociedade. Essa formação apresenta características bivalentes, pois é um tipo de
educação onde a escola é apresentada ao povo e à classe dominante.

O professor é a figura central do processo educativo. Ele se apresenta como o detentor da


autoridade, exigindo dos estudantes uma atitude receptiva, passiva, controlando
opressivamente os processos de comunicação na sala de aula. As ações do ensino estão
centradas em aulas expositivas e transmissão oral dos conteúdos pelo docente, atendendo a
uma sequência predefinida e a um rigoroso e inflexível controle do tempo. (LUCKESI,
1994, p. 68)

Tendência Renovadora Progressista

A Pedagogia Renovada Progressista inclui várias correntes que assumem como eixo central
a valorização da educação, enquanto espaço de fomento no individuo das condições para a
resolução por si própria dos seus problemas do cotidiano, não se limitando a uma postura
simplesmente contemplativa.

Tendo como ponto de referência a pedagogia tradicional, o foco da atividade escolar deixa
de ser o ensino pelo professor e os conteúdos disciplinares, para passar a ser o processo de
aprender a aprender do estudante, enquanto ser ativo e curioso. (LUCKESI, 1994, p. 45)

O processo de ensino procura oferecer condições favoráveis ao autodesenvolvimento do


discente e estimular a sua curiosidade (SAVIANI, 1985, p. 76). O professor deve organizar
e coordenar as situações de aprendizagem, procurando adaptar permanentemente as suas
ações às características individuais dos discentes.
Tendência Renovadora Não-Directiva

A Tendência do Não-Directivismo tem como precursor mais conhecido Carl Rogers.


Assume como princípio norteador de valorização do indivíduo enquanto um ser livre,
activo e social. O centro da actividade escolar não pode ser caracterizado enquanto ensino
no professor, ou mesmo nos conteúdos disciplinares. O centro da atividade escolar se revela
enquanto um espaço onde o discente e docente têm a oportunidade de serem ativos e
curiosos. É assim um elemento de mão dupla, activamente envolvido num processo de
aquisição do saber. Para Rogers, se tratando de aprender a aprender, o mais importante é o
processo de aquisição do saber. O processo de busca pelo conhecimento deve partir do
estudante. O professor apenas facilita o desenvolvimento livre e espontâneo do indivíduo,
devendo organizar e coordenar as situações de aprendizagem, adaptando as suas ações às
características individuais dos estudantes, proporcionando as condições para que possam
desenvolver competências. O professor deve para isso motivar os estudantes, despertando
neles a busca pelo conhecimento e o alcance das metas pessoais e de aprendizagem.
(LIBÂNEO, 2006, p. 74)

Tendência Pedagogia Tecnicista

A Pedagogia Tecnicista enfatiza a rigorosa programação dos passos para se adquirir o


conhecimento, bem como austera programação das técnicas e dos procedimentos
pedagógicos. Ela privilegia o planejamento, a organização, a condução e o controle,
intensifica a burocratização e a divisão do trabalho que termina submetendo o plano
pedagógico ao administrativo: os técnicos são responsáveis pelo planejamento e controle; o
diretor da escola é o intermediário entre eles e os professores são reduzidos a meros
executores.

A Tendência Tecnicista apresenta uma proposta educacional suportada nos seguintes


pontos:

 Planejamento e organização racional da actividade pedagógica;


 Operacionalização dos objetivos;
 Parcelamento do trabalho, com a especialização das funções e;
 Motivação à utilização de variadas técnicas e instrumentos, como instrução progra-
mada e máquinas de ensinar, buscando possibilitar uma aprendizagem
“crescentemente objectiva”.

A partir de (LUCKESI, 1994, p. 60), podem-se apresentar algumas das consequências da


Pedagogia Tecnicista:

1. Nível individual
O estudante veicula as respostas que o sistema lhe permitir. Não se questiona os
objetivos ou o método, nem participa de sua seleção, não tem a oportunidade para
criticar as mensagens ou os conteúdos programáticos. A natureza e a oportunidade
dos reforços são definidos pelo programador do sistema e a tendência ao
individualismo sai reforçada, exceto quando o programa estabelece oportunidades
de coparticipação. Neste nível, o estimulo à competitividade é reforçado, em virtude
do estudante adquirir mais rápido um status elevado e poder acessar os materiais
anteriores e a originalidade da criatividade dos sujeitos na tendência vem a ser
reduzir, em virtude das respostas corretas serem pré-estabelecidas.
2. Nível social
Há uma maior incidência na produtividade e eficiência do que na criatividade e
originalidade, uma dependência de fontes externas para a definição de objectivos,
métodos e reforços, assim como a falta de desenvolvimento de consciência crítica e
cooperação. No Nível Social, há suscetibilidade à manipulação ideológica e
tecnológica na ausência da dialéctica “professor-conteúdo”, com exceção de
eventuais sessões de reajustes. Contudo, nesse nível, há uma tendência ao
conformismo em virtude da tendência para a eficiência e o utilitarismo.

Pedagogia Progressista

De acordo (DA FONSECA & DA FONSECA, 2016, p. 34), fala que , O termo
“progressista” é usado para designar as tendências que, partindo de uma análise crítica das
realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação.

Tendência Progressista Libertadora


Paulo Freire surge como inspirador e mentor da Tendência Progressista Libertadora. Para
ele, a educação se relaciona dialecticamente com a sociedade, questionando concretamente
a realidade das relações do homem com a natureza e com os outros homens, constituindo-se
em um importante instrumento no processo de transformação da mesma. Nessa concepção,
o homem é considerado um ser localizado num mundo material, concreto, econômico,
social e ideologicamente determinado. Assim, a escola deve ser valorizada como
instrumento de lutas pelas camadas populares, oportunizando o acesso ao saber
historicamente acumulado pela humanidade, filtrado pela realidade social na qual o
estudante está inserido. Seu principal determinante é elevar o nível de consciência a
respeito da realidade que o cerca, para torná-lo capaz de actuar no sentido de busca pela sua
emancipação econômica, política, social e cultural (DA FONSECA & DA FONSECA,
2016, p. 35).

Tendência Progressista Libertária

Procura se apresentar enquanto uma maneira de resistência à burocracia dominadora do


Estado, que controlando, por exemplo: professores, programas e provas. Retira a autonomia
à escola. Valoriza a experiência de autogestão, autonomia e não directividade que em
conjunto, de acordo com as suas propostas, devem resumir quer o objectivo pedagógico,
quer o objetivo político da educação. Nessa tendência, a ideia de conhecimento, surge
associada à descoberta de respostas que possam atender às exigências da vida social.
Rejeita assim a investigação cognitiva de factos reais, para procurar revelar um sistema
qualquer de representações mentais.

Tendência Progressista “Crítico-Social dos Conteúdos”.

Afirma que a escola para eliminar a seletividade social e se tornar democrática, deve ser
valorizada enquanto instrumento de apropriação do saber. Sendo a escola constituinte
inseparável do todo social, promover transformações dela, resulta obrigatoriamente em agir
no rumo da transformação da sociedade. Entendida nesse sentido, a educação é uma
atividade mediadora no âmbito da prática social global, o mesmo é afirmar, uma das
mediações pela qual o discente, pela intervenção do docente e por sua própria participação
ativa, passa de uma experiência primeiramente confusa e fragmentada, a uma visão mais
organizada e unificada. O estudante, por intermédio de sua experiência imediata num
contexto cultural, participa na busca da verdade, ao confrontá-la com os conteúdos e
modelos apresentados pelo professor (DA FONSECA & DA FONSECA, 2016, p. 38).

A didática e as tarefas do professor

Neste tópico é mostrado alguns objetivos do professor para com seus alunos, explicando
como eles ajudam na relação de aprendizado do aluno e do ensino do professor, com a
finalidade de ingressar esse aluno em determinada sociedade, desde o planejamento do
professor até sua prática em sala de aula e a avaliação dos alunos.

 De modo de fazer docente determina linha e qualidade do ensino, traçam-se aqui pelo
autor, os principais objectivos da atuação docente:

1. Assegurar ao aluno domínio duradouro e seguro dos seus conhecimentos;


2. Criar condições para o desenvolvimento de capacidades e habilidades visando a
autonomia na aprendizagem e independência de pensamento dos alunos;
3. Orientar as tarefas do ensino para a formação da personalidade.

Estes três itens integram-se entre si, pois, a aprendizagem é um processo.

Planejamento escolar

1. Compreensão na relação entre educação escolar e objetivo sócio-político;


2. Domínio do conteúdo e suas relações com a vida prática
3. Capacidade de dividir a matéria em módulos ou unidades;
4. Conhecer as características sócio-culturais e individuais dos alunos;
5. Domínio de métodos de ensino;
6. Conhecimento dos programas oficiais;
7. Manter-se bem informado sobre livros e artigos ligados à sua disciplina e fatos
relevantes.

Direcção do ensino e aprendizagem

1. Conhecimentos das funções didáticas;


2. Compatibilizar princípios gerais com conteúdos e métodos da disciplina;
3. Domínio dos métodos e de recursos tauxiares;
4. Habilidade de expressar ideias com clareza;
5. Tornar os conteúdos reais;
6. Saber formular pergunta perguntas e problemas;
7. Conhecimento das habilidades reais dos alunos;
8. Oferecer métodos que valorizem o trabalho intelectual independente;
9. Ter uma linha de conduta de relacionamento com os alunos;
10. Estimular o interesse pelo estudo.

Avaliação

1. Verificação continua dos objetivos alcançados e do rendimento nas atividades;


2. Dominar os meios de avaliação diagnostica;
3. Conhecer os tipos de provas e de avaliação qualitativa.

O professor deve ter uma visão ampla sobre as aparências, não aceitando a normalidade,
seja no livro didático ou mesmo nas ações pré-estabelecidas. Para isso, faz-se necessário
um olhar crítico sobre as relações sociais que envolvem sua disciplina e a sua inserção
nesta sociedade globalizada (LIBÂNEO, 2006, p. 73).
Conclusão.

A didáctica está associada ao processo de ensino e aprendizagem, envolvendo os papéis de


professores e estudantes que precisam ser permanentemente analisados e reavaliados no
âmbito da prática pedagógica. Contudo, o conceito de didática é uma construção que vem
sendo ressignificada ao longo dos tempos a partir de diversos referenciais teóricos.

A didáctica como recurso didático-pedagógico estruturante da sala de aula, ainda enfrenta


um grande desafio em pleno século XXI ao se constituí enquanto suporte adequado à
aprendizagem. A sociedade exige da educação a produção de conhecimento em espaços
alargados de aprendizagem participativa, envolvente e igualitária. Resta a necessidade de
reinventar o pensar.
Bibliografia

1. DA FONSECA, J. J., & DA FONSECA, S. (2016). Didáctica Geral. Sobral: INTA.

2. LIBÂNEO, J. C. (2006). Didáctica. São Paulo: Cortez.

3. LUCKESI, C. C. (1994). Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez.

4. SAVIANI, D. (1985). Escola e Democracia.  São Paulo:


Cortez/Autores Associados.

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