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Aba Saíde Amisse

Modulação digital

(Licenciatura em Engenharia Informatica 4o ano)

Universidade Rovuma

Nampula

2023
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Aba Saíde Amisse

Modulação digital

(Licenciatura em Engenharia Informática 4o ano)

O presente trabalho é de carácter avaliativo de cadeira


de Sistema de Comunicação que entregue no
departamento de Engenharia e Ciências Tecnológica e
lecionado por:

Docente: Engo Pedro Luís Fernando

Universidade Rovuma

Nampula

2023
Índice
1. Introdução........................................................................................................................4
1.1. Objectivos.................................................................................................................4
v

1.1.1. Objectivo Geral:................................................................................................4


1.1.2. Obectivos Especificos:......................................................................................4
2. Metodologia.....................................................................................................................5
3. Modulação.......................................................................................................................6
4. Modulação digital............................................................................................................7
4.1. Técnicas de modulação para sinais digitais..............................................................7
5. Informação Digital...........................................................................................................8
6. Modulação binária...........................................................................................................9
6.1. modulação 2-ASK....................................................................................................9
6.2. A modulação 2-PSK...............................................................................................10
6.3. A modulação 2-FSK...............................................................................................12
7. Tipos de modulação.......................................................................................................13
7.1. Modulação ASK (Amplitude Shift Keying)...........................................................13
7.2. Modulação por comutação de frequência (FSK)....................................................15
7.3. Modulação por amplitude em quadratura (QAM)..................................................16
8. Demodulação Digital.....................................................................................................16
8.1. Demodulação Coerente..........................................................................................17
8.1.1. Demodulação de Amplitude...........................................................................17
8.1.2. Demodulação de Fase.....................................................................................17
8.2. Demodulação Não-Coerente..................................................................................18
8.2.1. Demodulação de Frequência...........................................................................18
Conclusão..............................................................................................................................21
Bibliografia...........................................................................................................................22
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1. Introdução.

Sistemas de transmissões digitais, como por exemplo, o rádio e a TV digital, os modens,


entre outros, utilizam a modulação para modificar o espectro do sinal a ser transmitido.
Assim como em AM e FM, a portadora é um sinal senoidal com frequência relativamente
alta, O sinal modulante é um sinal digital, A informação (bits) é transmitida em forma de
modificações em características da portadora. Os Sistemas puramente analógicos, com
modulação AM ou FM tem sido substituído gradativamente por sistemas digitais, que
apresentam como vantagem maior capacidade de transmissão confiabilidade, podendo ser
produzindo a um menor custo.

1.1. Objectivos.
1.1.1. Objectivo Geral:
 Compreender de forma geral o funcionamento de modulação da
informação.
1.1.2. Obectivos Especificos:
 Conceituar a modulação;
 Apresentar as técnicas de modulação de sinal;
 Fazer resumo da informação digital.
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2. Metodologia.

Para realização deste trabalho de pesquisa, foram usados alguns pdf extraídos na internet,
que foram citados os autores dentro do trabalho, e assim como foram apresentados na
referência bibliográfica.
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3. Modulação.

Em telecomunicações, a modulação é a modificação de um sinal eletromagnético


inicialmente gerado, antes de ser irradiado, de forma que este transporte informação sobre
uma onda portadora.

A onda portadora é um sinal senoidal caracterizado por três variáveis: amplitude,


frequência e fase. A amplitude é a medida da altura da onda para tensão positiva ou para
tensão negativa. Também definida como crista da onda, a amplitude do sinal digital é igual
à diferença da tensão para o degrau entre 0 e 1. Iniciando na tensão zero, a onda cresce
atinge a amplitude, decresce, se anula, atinge sua amplitude negativa e volta a crescer até se
anular novamente. Essa sequência compõe um ciclo.

Para (HAYKIN, 2004), Modulação é o processo no qual a informação a transmitir numa


comunicação é adicionada a ondas eletromagnéticas. O transmissor adiciona a informação
numa onda básica de tal forma que poderá ser recuperada na outra parte através de um
processo reverso chamado demodulação.

É interessante notar que muitas formas de comunicação envolvem um processo de


modulação, como a fala por exemplo. Quando uma pessoa fala, os movimentos da boca são
realizados a taxas de frequência baixas, na ordem dos 10 Hertz, não podendo a esta
frequência produzir ondas acústicas propagáveis. A transmissão da voz através do ar é
conseguida pela geração de tons (ondas) portadores de alta frequência nas cordas vocais,
modulando estes tons com as ações musculares da cavidade bucal. O que o ouvido
interpreta como fala é, portanto, uma onda acústica modulada, similar, em muitos aspectos,
a uma onda elétrica modulada (HAYKIN, 2004).

O dispositivo que realiza a modulação é chamado modulador.

Existem dois tipos de modulação: analógica e digital. A modulação pode alterar a


amplitude da onda (modulação em amplitude AM), ou sua freqüência (modulação em
freqüência FM), ou sua fase (modulação por deslocamento de fase), ou ainda combinar
várias dessas alterações. Modulando um ou mais desses parâmetros, isto é, variando-os
convenientemente, pode-se transmitir uma informação como o áudio e o víde (MADHOW,
2014)o.
9

A escolha do tipo de modulação é importante em projetos de sistemas para transmissão de


sinais.

Para a nossa pesquisa vamos falar da modulação digital.

4. Modulação digital.

De acordo (LATHI, 2012), ʻʻA modulação digital é usada quando se está interessado em
transmitir uma forma de onda ou mensagem, que faz parte de um conjunto finito de valores
discretos representando um códigoʼʼ.

A principal diferença entre os sistemas de comunicação de dados digitais e analógicos


(dados contínuos), é que no primeiro caso, ocorre a transmissão e detecção de uma dentre
um número finito de formas de onda conhecidas, enquanto nos sistemas analógicos há um
número infinitamente grande de mensagens cujas formas de onda correspondentes não são
todas conhecidas.

4.1. Técnicas de modulação para sinais digitais.

I. Por chaveamento:
 Modulação em amplitude por chaveamento (ASK - Amplitude Shift-Keying):

altera a amplitude da onda portadora em função do sinal digital a ser


transmitido. A modulação em amplitude troca a frequência baixa do sinal binário,
para uma frequência alta como é a frequência da portadora.

 Modulação em frequência por chaveamento (FSK - Frequency Shift-Keying):

processo de modulação que consiste na variação da frequência da onda


portadora em função do sinal digital a ser transmitido. Esse tipo de modulação pode
ser considerado equivalente a modulação em FM para sinais analógicos (LATHI,
2012).

 Modulação em fase por chaveamento (PSK - Phase Shift- Keying):

Processo pelo qual se altera a fase da onda portadora em função do sinal


digital a ser transmitido.
10

II. Por pulso:


Nesta técnica uma amostra da forma de onda é tomada a intervalos regulares. Há
uma variedade de esquemas de modulação por pulso:
 modulação em amplitude de pulso (PAM);
 modulação em código de pulso (PCM);
 modulação em freqüência de pulso (PFM);
 modulação de posição de pulso (PPM) e;
 modulação por largura de pulso (PWM).
5. Informação Digital.

Um relógio em que o ponteiro dos segundos salta de segundo em segundo, em vez de rodar
continuamente, é um relógio digital porque, ao contrário da informação analógica, a
Informação Digital, varia por níveis bem distintos (MADHOW, 2014).

A lista de “zeros” e “uns” que se indica na Fig. 1-3, é uma Informação Digital em Código
Binário. Nos circuitos electrónicos, estes “zeros e “uns” são representados por níveis de
tensão diferentes e bem definidos.

Figura.1: Sinal Digital

Fonte: (MADHOW, 2014)

A informação digital corresponde sempre a um código que é necessário conhecer para a


decifrar. Um bom exemplo disso é o código Morse.
11

Figura. 2: Código Morse.

Fonte: (MADHOW, 2014)

6. Modulação binária.
6.1. modulação 2-ASK

A modulação digital de amplitude é conhecida pela sigla ASK (“Amplitude Shift Keying”).
Existem dois tipos de modulação de amplitude: unipolar e bipolar (LATHI, 2012). A
modulação 2-ASK consiste em variar a amplitude da portadora de acordo com um sinal
PAM, ou seja:


x c ( t )= ∑ ai q ( t−iT b ) cos [ 2 π f c ( t−i T b ) +∅ ] Eq.1
t =−∞

Onde a i é a variável aleatória de amplitude que assume as amplitudes 0 e A com mesma


probabilidade, f c é a frequência da portadora e ∅ é a fase inicial da portadora. Assim, para
pulsos q (t) retangulares NRZ, no intervalo de tempo 0 ≤ t ≤ T b temos as seguintes formas de
onda transmitidas:

x c ,0 ( t ) =0 para ai=0 Eq .2

x c ,1 ( t )= Acos ( 2 π f c t +∅ ) para ai= A Eq .3

Este caso é conhecido como ASK unipolar, que apresenta, como veremos, desempenho
inferior ao caso bipolar.

Por outro lado, se a iassumir as amplitudes − A /2 e A / 2 então é possível gerar uma


modulação 2-ASK bipolar com formas de onda dadas por:
12

−A
x c ,0 ( t ) = cos ( 2 π f c t+ ∅ ) para ai=−A /2 Eq .4
2

A
x c ,1 ( t )= cos ( 2 π f c t +∅ ) para ai= A /2 Eq .5
2

Observe que os pontos da constelação 2-ASK apresentam componente em quadratura igual


a zero, pois a modulação de amplitude possui somente portadora cossenoidal.

Figura.3: Constelação 2-ASK unipolar.

Fonte: (MADHOW, 2014)

Figura.4: Constelação 2-ASK bipolar.

Fonte: (MADHOW, 2014)

6.2. A modulação 2-PSK.

A modulação 2-PSK, também conhecida como BPSK ou PSK binário, consiste em variar a
fase da portadora de acordo com a amplitude de um sinal PAM. Assim, um sinal modulado
em fase pode ser escrito como:


x c ( t )= ∑ Aq ( t−iT b ) cos [ 2 π f c ( t−iT b ) +∅ ∆ a i+ ∅ ] Eq .6
t =−∞
13

onde A é a amplitude da portadora, q (t) é o formato de pulso, ∅ ∆ é a constante de desvio de


fase dada em radianos por Volt, a i é uma variável aleatória que assume as amplitudes 0 e
A ' com mesma probabilidade e ∅ é a fase inicial.

Figura.5: Constelação 4-ASK unipolar

Fonte: (MADHOW, 2014)

Figura.6: Constelação 4-ASK polar.

Fonte: (MADHOW, 2014)

Se substituirmos θi =∅ ∆ ai então θi é uma variável aleatória que assume as fases 0 e π , pois


foi suposto que ∅ ∆ A' =π , Além disso, podemos escrever que θi =π b i onde b i assume os
valores 0 e 1 com mesma probabilidade. Então um sinal modulado em fase pode ser
reescrito como:


x c ( t )= ∑ Aq ( t−iT b ) cos [ 2 π f c ( t−iT b ) +θi + ∅ ] Eq .7
t =−∞

Assim, para pulsos retangulares NRZ, no intervalo de tempo 0 ≤ t ≤ T b , temos as seguintes


formas de onda transmitidas:

−A
x c ,0 ( t ) = cos ( 2 π f c t+ ∅ ) para ai=0 Eq .8
2
14

A '
x c ,1 ( t )= cos ( 2 π f c t +∅ ) para ai= A Eq.9
2

onde usamos que θi =0 ou π A constelação da modulação 2-PSK é apresentada na Fig.6.

6.3. A modulação 2-FSK.

De acaordo (HAYKIN, 2004), A modulação 2-FSK consiste em variar a frequência da


portadora de acordocom a amplitude de um sinal PAM. Assim, um sinal modulado em
frequência pode ser escrito como:


x c ( t )= ∑ Aq ( t−iT b ) cos [ 2 π f c ( t−iT b ) +2 π f ∆ ai ( t−iT b ) + ∅ ] Eq .10
t =−∞

Onde f ∆ é uma constante de desvio de frequência dada em Hz por Volt. Suponha que a i
apresenta é uma variável aleatória bipolar que assume com mesma probabilidade os valores
− A e A e que q (t) tem formato retangular NRZ. Assim, no intervalo de tempo 0 ≤ t ≤ T b ,
'

temos as seguintes formas de onda transmitidas:

x c ,0 ( t ) =Acos ( 2 π f c t +2 π f d t +∅ ) para bi=−1 Eq .11

x c ,1 ( t )= Acos ( 2 π f c t +2 π f d t+ ∅ ) para a i=1 Eq . 1 2

Onde f d =f ∆ A ' é denominado desvio de frequência.

A função de correlação cruzada síncrona entre as formas de onda da modulação 2-FSK é


dada por:

Tb 2
A
R X , ,1 , X c ,2 ( 0 )=∫ x c ,1 (t ) x c, 2 ( t ) dt= sin ( 4 π f d T b ) Eq . 13
c
0
8πfd

onde usamos que:

Tb

cos ( A ) cos ( B ) =1/2cos ( A−B ) +1/cos ( A+ B ) e ∫ cos ( 4 π f c t + 2 ∅ ) dt=0


0

Se f d =K R b /4 , onde K é um inteiro qualquer, então as formas de onda são ortogonais. Ara


o caso em que as formas de onda são ortogonais, a constelação da modulação 2-FSK é
mostrada na figura a seguir:
15

Figura.6: Constelação 2-FSK.

Fonte: (MADHOW, 2014)

7. Tipos de modulação.
7.1. Modulação ASK (Amplitude Shift Keying).

A modulação ASK (Amplitude Shift Keying) ou em português – Modulação por Desvio de


Amplitude consiste simplesmente em permitir ou não a transmissão da portadora em função
da sequência de bits “0” e “1”.

Figura.7: Modulação ASK (OOK).

Fonte: (LATHI, 2012)

A modulação assim representada, também é muitas vezes designado por OOK (on-off
keying) e embora tenha sido muito utilizado no passado (no telégrafo por exemplo) tem o
inconveniente de nos instantes sem sinal ser difícil distinguir se se trata de um “0” binário
ou se é mesmo ausência de sinal. Assim utiliza-se de preferência a modulação BASK
(LATHI, 2012).
16

Figura.8: Modulação BASK

Fonte: (LATHI, 2012)

BASK (binary-ASK) significa que a portadora pode tomar dois níveis de amplitude, um
para o “0” outro para o “1”.

Em vez de se utilizarem apenas dois níveis, podem transmitir-se 2n, níveis e nesse caso

dizemos que a modulação é M-ASK (multiple ASK). A figura a seguir mostra um sinal
modulado em 4-ASK (ou QASK – quaternary ASK). Existem 4 níveis diferentes e,
portanto, cada nível pode representar 2 bits.

Figura.9: Modulação M-ASK (QASK).

Fonte: (LATHI, 2012)


17

A vantagem deste tipo de modulação é que comparativamente com a modulação BASK, se


pode enviar o dobro dos bits no mesmo intervalo de tempo duplicando a taxa de
transmissão (LATHI, 2012).

Poder-se-ia aumentar o número de níveis (8, 16, …etc.) mas o número máximo de bits que
se pode transmitir depende sempre dos dois principais condicionantes das telecomunicações
e já antes referidos:

 SNR – relação sinal-ruido do sistema;


 Bw – Largura de banda do sistema.
7.2. Modulação por comutação de frequência (FSK).

A técnica de Frequency Shift Keying (FSK) ou em português modulação por desvio de


frequência, comuta a frequência da portadora entre dois valores fixos, em função do sinal
digital binário de entrada (LATHI, 2012).

Exemplo:

Quando o sinal é “0” produz-se uma portadora de frequência f1. Quando o sinal é “1”
produz-se uma portadora de frequência f2.

Figura.10: Modulação FSK.

Fonte: (LATHI, 2012)

O padrão para o exemplo a seguir é que o bit "0" corresponda por exemplo à frequência de
1000 Hz e o bit "1" corresponda à frequência de 2000 Hz. Na prática, normalmente a
18

portadora fica em uma frequência determinada e o bit "0" corresponde a uma frequência
abaixo da portadora, e o bit "1" a uma frequência acima da portadora.

7.3. Modulação por amplitude em quadratura (QAM).

A técnica Quadrature Amplitude Modulation (QAM) – ou em português Modulação por


Quadratura de Amplitude, é uma combinação dos esquemas ASK e PSK modificando
simultaneamente a amplitude e a fase da portadora.

Em QAM podem transmitir-se desde 2 até 8 ou mais bits em simultâneo aumentando muito
o rendimento em relação à modulação QPSK.

Figura.11: Constelação 16-QAM.

Fonte: (LATHI, 2012)

A Figura acima mostra um exemplo QAM em que há possibilidade de transmitir 16


símbolos diferentes (de 4 bits cada) e por isso se designa por 16-QAM.

8. Demodulação Digital.

Nesta seção vamos obter a estrutura dos receptores para os principais tipos de modulação.
Um demodulador pode ser coerente ou não-coerente.

Os receptores coerentes apresentam maior complexidade que receptores não-coerentes, pois


precisam estimar a fase do sinal recebido e usá-la no processo de demodulação. Por outro
lado, como vantagem apresentam melhor desempenho que os receptores não-coerentes
(HAYKIN, 2004).
19

8.1. Demodulação Coerente.


8.1.1. Demodulação de Amplitude.

Vamos obter o desempenho da demodulação de amplitude, iniciando pelo caso binário.

 Demodulação Binária.

Considere que foi transmitido a forma de onda correspondente a um bit da modulação 2-


ASK unipolar por um canal que não distorce, mas produz atenuação e atraso no sinal
transmitido, além de adicionar ruído branco. Assim, o sinal recebido no intervalo
iT b +t d ≤ t ≤ (t−1 ) T b +t d é dado por:

y ( t ) =α a i q ( t−i T b−t d ) cos [ 2 π f c ( t−iT b−t d )+ ∅ ] +n ( t ) Eq .14.

Onde α representa a atenuação do canal, a i é a variável aleatória de amplitude transmitida


que assume os valores 0 e A com mesma probabilidade, q (t) o formato do pulso recebido,
t d é o atraso do canal, f c é a frequência da portadora, ∅ é a fase inicial da portadora e n ( t ) é o
ruído aditivo gaussiano branco com densidade espectral de potência N 0 /2.

8.1.2. Demodulação de Fase.

Para a modulação PSK, na ausência de ruído, temos os possíveis sinais recebidos para os
bits 0 e 1:

x c ,0 ( t ) =−Aq ( t ) cos ( 2 π f c t ) Eq . 15

x c ,1 ( t )= Aq ( t ) cos ( 2 π f c t ) Eq . 16

Transmitindo x c ,1 por um canal que atenua e adiciona ruído, temos:

y ( t ) =αAq ( t ) cos ( 2 π f c t + ∅ ) +n ( t ) Eq . 17

Utilizando um correlator com estimação perfeita da fase e supondo o uso de pulsos


retangulares, com uma análise idêntica àquela realizada na demodulação coerente de
amplitude, pode-se mostrar que a diferença entre as amplitudes na saída do correlator é
dada por:

Ad =αA Eq . 18
20

A variância do ruído é a mesma do caso 2-ASK e é dada por:

Tb Tb Tb
1 N
σ = 2 ∫∫ n ( t ) n ( t ) cos ( 2 π f c t ) cos ( 2 π f c t ) dtd t = 02 ∫ cos ( 2 π f c t ) dt
2 ' ' ' 2
n
Tb 0 0 2T b 0

N0
¿ Eq . 19
4Tb

Substituindo (19) e (3.42) em (??), temos a probabilidade de erro de bit, dada por:

Pb=Q (√ )
2
εb
N0
Eq .20

8.2. Demodulação Não-Coerente.

A principal característica da demodulação não-coerente é não necessitar estimar a fase do


sinal recebido. Os principais esquemas com demodulação não-coerente são a modulação
ASK unipolar com detecção de envoltória, a modulação FSK com discriminador de
frequência e a modulação PSK com detecção diferencial. Das três, a mais utilizada nos dias
de hoje é a modulação PSK com detecção diferencial.

8.2.1. Demodulação de Frequência.

Considere a transmissão de um sinal modulado 2-FSK, cujas formas de onda foram


apresentadas em (3.67). A Figura a seguir mostra o demodulador não-coerente de
frequência, que é composto de dois filtros passa-faixa: um para cada frequência. A seguir,
são obtidas as envoltórias dos sinais filtrados. As envoltórias são amostradas e é feita uma
subtração das mesmas, em que o resultado desta subtração é comparado com um limiar de
decisão.

Suponha a transmissão de um bit 1, associado à frequência f c + f d O sinal recebido é dado


por:

y ( t ) =αAcos [ 2 π ( f c + f d ) t +∅ ] +n ( t ) Eq . 21

Na saída dos detectores de envoltória superior e inferior, temos respectivamente que:


21

√ 2
z 1= [ αA +n i ( t ) ] + nq (t) Eq . 22
2

z 0=√ n2i ( t )+ n2q (t ) Eq .23

Figura.12 :Demodulador Não-Coerente de Frequência.

Fonte: (HAYKIN, 2004)

que correspondem a uma variável aleatória de Rayleigh e Rice, respectivamente. Caso o bit
transmitido seja 0, as variáveis z 0 e z 1 terão PDF de Rice e Rayleigh, respectivamente.
Neste caso, dada a simetria do problema, o limiar ótimo deve sern colocado em 0.

Dado que um bit 1 foi transmitido, teremos erro se z 0 > z 1e vice-versa. Portanto,

Pb=P ( b i=0 ) P ( z 1> z 0∨bi =0 ) + P ( bi =1 ) P ( z 0 > z 1∨b i=1 ) Eq. 24

Devido à simetria do problema P ( z 1> z 0 ∨bi=0 )=P ( z 0 > z 1∨bi =1 ) portanto para o caso em
que os bits são equiprováveis:

∞ ∞
Pb=P ( z 0 > z 1∨b i=1 )=∫ Pz 1 ( z 1 )∫ P z 0 ( z 0 ) d z 0 d z 1
0 z1

2 2
−α A
1 2
4σn
¿ e Eq . 25
2


z
∫ σ 02 e−z / 2σ d z0=e−z /2 σ , fizemos uma substituição de variáveis x=√ 2 z1
2 2 2 2

onde usamos que 0 n 0 n

z1 n

e B=αA / √ 2 e além disso usamos que a área de uma PDF de Rice é igual a

( )

x −( x +B )/ 2 σ Bx
1 ,∫
2 2 2

2
e I 0 2 dx=1.
n

0 σn σn
22

Deste modo, a probabilidade de erro de bit da modulação 2-FSK com demodulação não-
coerente é bastante parecida com a probabilidade de erro de bit da modulação 2-ASK
unipolar com demodulação não-coerente,

1 −ε /2 N
Pb= e b
Eq . 26
0

onde usamos que ε b=α 2 A 2 T b / 2 e que σ 2n=N 0 / T b


23

Conclusão.
Chegando neste pontoé interessante notar que muitas formas de comunicação envolvem um
processo de modulação, como a fala por exemplo. Quando uma pessoa fala, os movimentos
da boca são realizados a taxas de frequência baixas, na ordem dos 10 Hertz, não podendo a
esta frequência produzir ondas acústicas propagáveis. A transmissão da voz através do ar é
conseguida pela geração de tons (ondas) portadores de alta frequência nas cordas vocais,
modulando estes tons com as ações musculares da cavidade bucal. O que o ouvido
interpreta como fala é, portanto, uma onda acústica modulada, similar, em muitos aspectos,
a uma onda elétrica modulad.

A principal diferença entre os sistemas de comunicação de dados digitais e analógicos


(dados contínuos), é que no primeiro caso, ocorre a transmissão e detecção de uma dentre
um número finito de formas de onda conhecidas, enquanto nos sistemas analógicos há um
número infinitamente grande de mensagens cujas formas de onda correspondentes não são
todas conhecidas.
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Bibliografia

1. HAYKIN, S. (2004). Sistemas de Comunicação - Analógicos e Digitais. Porto


Alegre: Bookman.
2. LATHI, B. (2012). Sistemas de Comunicações Analógicos e Digitais Modernos (4
ed.). Rio de Janeiro: LTC.
3. MADHOW, U. (2014). Introduction to Communication Systems. New York:
Cambridge University Press.

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