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Izil Wildy Sansão Jalane

Multiplexagem abrangendo todo o tipo de multiplexação


(Licenciatura em engenharia electrónica)

Universidade Rovuma
Nampula
2023
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Izil Wildy Sansão Jalane

Multiplexagem abrangendo todo o tipo de multiplexação


(Licenciatura em engenharia electrónica)

Trabalho de investigação cientifica da


cadeira de COMD, a ser apresentado na
Faculdade de Engenharia e Ciências
Tecnológicas da Universidade Rovuma,
para fins avaliativos, sob a orientação da
docente:

Sidónio Cipriano Turra. Ph.D.

Universidade Rovuma
Nampula
2023
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Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 4

1.1. Objectivos: ................................................................................................................... 4

1.1.1. Objectivo geral ..................................................................................................... 4

1.1.2. Objectivos específicos .......................................................................................... 4

1.2. Metodologia ................................................................................................................. 5

2. Multiplexagem .................................................................................................................... 6

2.1. Definições .................................................................................................................... 6

2.2. Multiplexação por divisão de frequência (FDM) ........................................................ 7

2.2.1. Processo de Multiplexação numa FDM................................................................ 9

2.2.2. Processo de Demultiplexação na FDM ................................................................ 9

2.2.3. Aplicações da FDM ............................................................................................ 10

2.2.4. Implementação.................................................................................................... 10

2.3. Multiplexação por Divisão de Comprimento de Onda .............................................. 11

2.3.1. Aplicações da WDM .......................................................................................... 12

2.3.2. Implementação.................................................................................................... 12

2.4. Multiplexação por Divisão de Tempo ....................................................................... 13

2.4.1. Multiplexação por divisão de tempo síncrono .................................................... 14

2.4.1.1. Algumas aplicações do TDM Síncrono .......................................................... 15

2.4.2. Multiplexação Estatística por Divisão de Tempo ............................................... 15

2.4.2.1. Endereçamento ................................................................................................ 15

2.4.2.2. Algumas aplicações da multiplexação Estatística por Divisão de Tempo ...... 17

3. Conclusão .......................................................................................................................... 18

Referencias ............................................................................................................................... 19
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1. Introdução
Em meio à era digital, onde a troca de informações se expande exponencialmente e a
comunicação se torna a espinha dorsal da sociedade moderna, surge um fenômeno tecnológico
que transcende as barreiras de tempo e espaço. A Multiplexagem, uma técnica engenhosa e
fundamental, emerge como a pedra angular que viabiliza a transmissão eficiente e coordenada
de múltiplos fluxos de dados em um cenário cada vez mais interconectado.

A Multiplexagem, uma palavra aparentemente simples, esconde um universo complexo de


inovações e aplicações que revolucionaram a forma como compartilhamos informações, seja
por meio de redes de comunicação, sistemas de transporte, ou até mesmo em nossos dispositivos
cotidianos. Ela é a arte de compartilhar um único meio de comunicação entre múltiplas fontes,
permitindo que a voz, os dados e os segredos da humanidade se desloquem a velocidades
impressionantes através do espaço e do tempo. Este trabalho é uma exploração aprofundada da
Multiplexagem, um mergulho no coração das comunicações modernas, das redes de satélites às
redes de fibra óptica, da telefonia à Internet, e muito além. Vamos desvendar os mistérios por
trás das técnicas de Multiplexagem, revelar suas aplicações vitais em diversos campos e, mais
importante, entender como ela desbloqueia a porta para um futuro onde a informação flui
ininterruptamente.

1.1.Objectivos:
1.1.1. Objectivo geral

Investigar e compreender de maneira abrangente os conceitos, princípios e aplicações da


Multiplexagem em comunicações de dados, abordando tanto a Multiplexagem por Divisão de
Tempo (TDM) quanto a Multiplexagem por Divisão de Comprimento de Onda (WDM).

1.1.2. Objectivos específicos

 Analisar os fundamentos teóricos da Multiplexagem, incluindo os diferentes tipos de


Multiplexagem e seus princípios de funcionamento.

 Explorar as aplicações práticas da Multiplexagem em redes de comunicação e


telecomunicações.

 Avaliar o impacto da Multiplexagem no aumento da eficiência e da capacidade de


transmissão de dados, bem como sua contribuição para o avanço tecnológico nas
comunicações modernas.
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1.2.Metodologia

O início do estudo foi executado com a formação teórica sobre o tema, seguindo os critérios de
pesquisa básica, iniciando-se por uma pesquisa Bibliográfica e análise preliminar sobre o tema
da pesquisa, com uma abordagem qualitativa.

Segundo (Marconi e Lakatos, 1999, p.79), “pesquisa bibliográfica é aquela que abrange a
bibliografia tomada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações e boletins,
revistas, livros até meios de comunicação oral (rádios, gravações em fitas magnéticas entre
outros)”. Neste contexto, a pesquisa bibliográfica foi na leitura de manuais ligados ao tema
(obras com referencia inglesa), e obras literárias relacionadas com o mesmo tema proposto,
com vista a dar um sustento à fundamentação teórica do presente trabalho científico.

Para a construção e elaboração deste trabalho foram lidas e aplicadas as regras gerais de
formatação APA (American Psychological Association) na sua 7ª que é a sua mais recente
actualização.
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2. Multiplexagem
2.1.Definições

De acordo com Tanenbaum (2011). Multiplexagem é uma técnica essencial na comunicação de


dados, onde várias fontes de informações são combinadas e transmitidas por meio de um único
canal de comunicação. Isso permite a transmissão eficiente e compartilhada de dados de várias
fontes em um único meio de transmissão.

Também de acordo com Forouzan (2013). A multiplexagem é uma estratégia de comunicação


que permite a transmissão simultânea de múltiplos sinais ou fontes de dados por meio de um
único meio de comunicação. Isso é alcançado por meio da combinação, no tempo ou na
frequência, dos sinais individuais antes da transmissão e sua subsequente separação na
recepção.

Stallings (2016). Define também a muliplexagem como sendo uma técnica fundamental na área
de comunicação de dados, que envolve a combinação de múltiplos fluxos de dados em um único
canal de transmissão. Isso é feito de várias maneiras, como dividindo o tempo, a frequência, o
comprimento de onda ou outros parâmetros, a fim de compartilhar eficientemente o meio de
transmissão.

Com base nas três definições acima posso concluir que a multiplexagem é uma técnica
fundamental na área de comunicação de dados que permite a transmissão eficiente e
compartilhada de informações de várias fontes através de um único canal de comunicação. Essa
técnica envolve a combinação de múltiplos fluxos de dados, que podem ser sinais de diferentes
fontes, em um único meio de transmissão. A combinação pode ocorrer no tempo, na frequência,
no comprimento de onda ou em outros parâmetros, dependendo da abordagem utilizada.
Posteriormente, na recepção, os sinais individuais são separados para que possam ser
reconhecidos e decodificados corretamente. A multiplexagem desempenha um papel crucial na
otimização do uso de recursos de comunicação, permitindo que diversos fluxos de dados
compartilhem eficazmente o mesmo canal de transmissão.

Em um sistema multiplexado, n linhas compartilham a largura de banda de um link. A figura 1.


mostra o formato básico de um sistema multiplexado. As linhas à esquerda direcionam seus
fluxos de transmissão para um multiplexador (MUX), que os combina em um fluxo agre gado
único (vários-para-um). No lado receptor, o fluxo agregado alimenta um demultiplexador
(Demux), que separa o fluxo agregado de volta em suas componentes de transmissão originais
(uma-para-várias) e os direciona para suas linhas correspondentes. Na figura, a palavra link se
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refere ao caminho físico. A palavra canal se refere à parte de um link que transporta uma trans
missão entre um dado par de linhas. Um link pode ter vários (n) canais.

Figura 1. Divisão de um link em canais (Forouzan, 2013, p. 162)

Importa referir que existem três técnicas básicas de multiplexação:

 multiplicação por divisão de frequência


 multiplexação por divisão de comprimento de onda
 e multiplexação por divisão de tempo.

As duas primeiras são técnicas desenvolvidas para sinais analógicos; a terceira para sinais
digitais. Abaixo vem a figura ilustrativa

Figura 1.1 Categorias de multiplexação (Forouzan, 2013, p. 163)

2.2.Multiplexação por divisão de frequência (FDM)

Para Tanenbaum (2011). A Multiplexação por Divisão de Frequência (FDM) é uma técnica de
comunicação que permite que várias fontes de dados compartilhem o mesmo canal de
comunicação. Cada fonte é alocada a uma faixa de frequência específica dentro desse canal.
Isso possibilita a transmissão simultânea de múltiplos sinais independentes, cada um ocupando
sua própria faixa de frequência.
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Sendo que para Forouzan (2013). A FDM é uma técnica de multiplexagem que consiste em
combinar vários sinais ou fontes de dados em um único canal de comunicação, alocando cada
fonte a uma faixa de frequência exclusiva dentro desse canal. Isso é feito para que cada sinal
possa ser transmitido simultaneamente, sem interferir nos outros sinais que compartilham o
mesmo meio de transmissão.

Para Stallings (2016). A Multiplexação por Divisão de Frequência (FDM) é uma técnica na
qual vários sinais ou fontes de dados são combinados em um único canal de comunicação
compartilhado, atribuindo a cada fonte uma faixa de frequência específica. Essa abordagem
permite a transmissão concorrente de múltiplos sinais independentes, cada um ocupando seu
próprio espectro de frequência.

A Multiplexação por Divisão de Frequência (FDM) é uma técnica de comunicação que permite
que várias fontes de dados compartilhem o mesmo canal de comunicação. Nesse processo, cada
fonte de dados é atribuída a uma faixa de frequência exclusiva dentro do canal. Isso significa
que cada sinal ou fonte de dados ocupa sua própria "fatia" do espectro de frequência disponível,
tornando possível transmitir diversos sinais independentes simultaneamente no mesmo meio de
transmissão, sem que eles interfiram uns nos outros. Em essência, a FDM é uma maneira
eficiente de compartilhar e utilizar um canal de comunicação, alocando segmentos de
frequência distintos para diferentes fontes de dados.

A Figura 2. apresenta uma visão conceitual do FDM. Nessa ilustração, o meio físico de
transmissão é dividido em três partes, cada um dos quais representando um canal que transporta
uma transmissão.

Figura 2. Multiplexação por divisão de frequência (Forouzan, 2013, p. 163)


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2.2.1. Processo de Multiplexação numa FDM

A Figura 2.1 apresenta uma ilustração conceitual do processo de multiplexação. Cada fonte
gera um sinal em um intervalo de frequências similar. Dentro do multiplexador, esses sinais
similares modulam frequências de portadora diferentes (f1, f2 e f3). Os sinais modulados
resultantes são, então, combinados em um único sinal composto que é enviado por um link de
comunicação que tem largura de banda suficiente para acomodá-lo.

Figura 2.1 Processo FDM (Forouzan, 2013, p. 163)

2.2.2. Processo de Demultiplexação na FDM

O demultiplexador usa uma série de filtros para separar o sinal multiplexado em seus sinais
componentes constituintes. Os sinais individuais são, então, passados para um demodulador
que os separa de suas portadoras e os passa para as linhas de saída. A Figura 2.2 apresenta uma
ilustração conceitual do processo de demultiplexação.

Figura 2.2 Exemplo de demultiplexação FDM (Forouzan, 2013, p. 164)


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2.2.3. Aplicações da FDM

Uma aplicação muito comum do FDM é a transmissão de rádio AM e FM. O rádio usa o ar
como meio de transmissão. Uma faixa especial de freqüências de 530 a 1.700 KHz é reservada
para rádios AM. Todas as estações de rádio precisam compartilhar essa faixa. Conforme
discutido no Capítulo 5, cada estação AM precisa de 10 kHz de largura de banda. Cada estação
usa uma fre qüência de portadora diferente, o que significa que ela está deslocando seu sinal e
multiplexan do. O sinal que vai pelo ar é uma combinação de sinais. Um receptor recebe todos
esses sinais, mas filtra (por sintonia) apenas aquele desejado. Sem multiplexação apenas uma
estação AM poderia transmitir por meio do link comum, o ar. No entanto, precisamos estar
cientes de que, na sintonia manual, a multiplexação e demultiplexação é física.

A situação é semelhante na transmissão FM. O FM, porém, tem uma faixa de freqüências
reservadas mais ampla, que vai de 88 a 108 MHz. Cada estação apresenta uma largura de banda
de 200 kHz. Outro uso comum do FDM é na transmissão televisiva. Cada canal de TV tem sua
própria largura de banda de 6 MHz.

A primeira geração de telefones celulares (ainda em operação) também usa FDM. Para cada
usuário, são alocados dois canais de 30 kHz, um para envio de voz e outro para recepção. O
sinal de voz, com largura de banda de 3 kHz (de 300 a 3.330 kHz), é modulado usando-se FM.
Lem bre-se de que um sinal FM tem largura de banda 10 vezes maior que a do sinal modulador,
o que significa que cada canal tem 30 kHz (10 x 3) de largura de banda. Portanto, cada usuário
recebe, da estação-base, uma largura de banda de 60 kHz em um intervalo de freqüências
disponível no momento da chamada.

2.2.4. Implementação

O FDM pode ser implementado de uma forma muito simples. Em muitos casos, como na
transmissão de rádio e TV, não existe a necessidade de um multiplexador ou demultiplexador
físico. Desde que as estações concordem em enviar suas transmissões para o ar usando
diferentes frequências de portadora, a multiplexação é obtida naturalmente. Em outros casos,
como no sistema de telefonia celular, uma estação-base precisa alocar uma frequência de
portadora ao usuário do telefone. Não existe largura de banda suficiente em uma célula para
alocar, de for ma permanente, largura de banda a todos os usuários de celulares. Quando um
usuário desliga, sua largura de banda é alocada a outra chamada.
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2.3.Multiplexação por Divisão de Comprimento de Onda

Com base no Forouzan (2013). O WDM (multiplexação por divisão de comprimento de onda
do inglês Wave Division Multi plexing) foi dessenvolvido para permitir a utilização da alta
capacidade de transmissão de dados dos cabos de fibra óptica. A taxa de transmissão de dados
de um cabo de fibra óptica é muito maior que a taxa de transmissão de cabos metálicos. Usar
um cabo de fibra óptica para uma única linha desperdiça largura de banda. A multiplexação
permite que combinemos várias linhas de di versos usuários em um único circuito. O WDM é
conceitualmente igual ao FDM, exceto pelo fato de a multiplexação e a demultiplexação
envolverem sinais ópticos transmitidos através de canais de fibra óptica. A idéia é a mesma:
combinar vários sinais de diferentes frequências. A diferença é que as frequências são muito
altas.

A Figura 3 apresenta uma visão conceitual de um multiplexador e de um demultiplexador


WDM. Faixas de luz muito estreitas de diferentes fontes são combinadas para formar uma faixa
mais larga de luz. No receptor, os sinais são separados pelo demultiplexador.

Figura 3, Multiplexação por divisão de comprimento de onda (Forouzan, 2013, p. 168)

De forma sumarizada, diria que a WDM é uma técnica de multiplexação analógica para
combinar sinais ópticos.

Embora a tecnologia WDM seja muito complexa, a ideia básica é muito simples. Pois pretende
se combinar várias fontes de luz em uma única fonte luminosa no multiplexador e fazer o
inverso no demultiplexador. A combinação e a divisão de fontes luminosas são facilmente
tratadas por um prisma. Recordando conceitos da física básica, um prisma desvia um feixe de
luz baseado no ângulo de incidência e na frequência. Usando essa técnica, um multiplexador
pode ser construído para combinar vários feixes de luz de entrada, cada um dos quais contendo
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uma faixa estreita de frequências, em um único feixe de saída com uma faixa de frequências
mais ampla. Podemos, também, construir um demultiplexador para fazer o processo inverso. A
Figura 3.1 ilustra o conceito referido acima.

Figura 3.1 O uso de prismas na multiplexação e demultiplexação por divisão de comprimento


de onda (Forouzan, 2013, p. 169)

2.3.1. Aplicações da WDM

Uma aplicação típica do WDM é em redes Sonet, nas quais várias linhas de fibra óptica são
multiplexadas e demultiplexadas.

Uma das aplicações mais comuns da WDM é em redes de telecomunicações de longa distância,
como redes de operadoras de telefonia e provedores de serviços de Internet. Ela permite
transmitir múltiplos sinais de voz, vídeo e dados em diferentes comprimentos de onda através
de fibras ópticas, aumentando consideravelmente a largura de banda disponível.

A WDM também é usada em redes metropolitanas e regionais para interconectar cidades e


regiões geográficas próximas. Isso é essencial para a expansão das redes de alta velocidade em
áreas urbanas e suburbanas.

Um novo método, denominado WDM denso (DWDM), é capaz de multiplexar um número


muito grande de canais, espaçando-os muito próximos entre si. Dessa forma, obtém-se uma
eficiência ainda maior

2.3.2. Implementação

A implementação da Multiplexação por Divisão de Comprimento de Onda (WDM) envolve a


combinação de múltiplos sinais ópticos em diferentes comprimentos de onda em uma única
fibra óptica por meio de fontes de laser sintonizadas para comprimentos de onda específicos e
multiplexadores. Na extremidade receptora, demultiplexadores separam os sinais em seus
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comprimentos de onda originais, que são então direcionados para dispositivos receptores
apropriados. Amplificadores ópticos podem ser usados para amplificar os sinais em redes de
longa distância, enquanto sistemas de gerenciamento de rede controlam e monitoram o
desempenho da rede. A implementação da WDM é essencial para fornecer largura de banda de
alta capacidade em redes de comunicação, como redes de longa distância, metropolitanas e data
centers.

2.4.Multiplexação por Divisão de Tempo

O TDM (multiplexação por divisão de tempo do inglês, Time Division Multiplexing) é um


processo digital que permite que várias conexões compartilhem um link de maior largura de
banda. Em vez de compartilhar parte da largura de banda, como acontece no FDM, o que é
compartilhado aqui é o tempo. Cada conexão ocupa uma fração de tempo no link. A Figura 4.
dá uma visão conceitual do TDM. Note que um único link é usado, assim como no FDM; nesse
caso, entretanto, os canais de entrada compartilham o tempo de transmissão no link em vez da
frequência. Na figura, porções dos sinais 1, 2, 3 e 4 ocupam o link sequencialmente.

Figura 4. Multiplexação por Divisão de Tempo (Forouzan, 2013, p. 169)

É possível observar que, na Figura 4, a preocupação é apenas com a multiplexação e não com
a comutação. Isso significa que todos os dados em uma mensagem da fonte 1 sempre vão para
um destino específico, seja ele 1, 2, 3 ou 4. A entrega é fixa e invariável, diferentemente da
comutação. Também precisamos nos recordar de que o TDM é, em princípio, uma técnica de
multiplexação digital. Dados digitais de diferentes fontes são combinados em um único link
compartilhado no tempo. Mas, isso não significa que as fontes analógicas não possam ser
utilizadas; os dados analógicos podem ser amostrados, convertidos em dados digitais e então
multiplexados usando se o TDM
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Em suma pode dizer se que a TDM é uma técnica de multiplexação digital que combina vários
canais de baixa taxa de transmissão em um único canal de alta taxa.

Podemos dividir o TDM em dois tipos distintos: síncrono e estatístico. Abordarei, primeiro, o
TDM síncrono, e depois mostrarei em que difere o TDM estatístico. No TDM síncrono, cada
conexão de entrada aloca uma porção fixa do tempo de saída mesmo que não esteja transmitindo
dados.

2.4.1. Multiplexação por divisão de tempo síncrono

No TDM síncrono, o fluxo de dados de cada conexão de entrada é dividido em unidades, em


que cada entrada ocupa um time slot de entrada. Uma unidade pode ser de 1 bit, um caractere
ou um bloco de dados. Cada unidade de entrada gera uma unidade de saída e ocupa um time
slot de saída. Entretanto, a duração de um time slot de saída é n vezes mais curta que a duração
de um time slot de entrada. Se um time slot de entrada for T s, o time slot de saída é T/n s, em
que n é o número de conexões. Em outras palavras, uma unidade na conexão de saída tem uma
duração mais curta; trafega mais rápido. A Figura 5. mostra um exemplo de TDM síncrono em
que n é 3.

Figura 5 Multiplexação por divisão de tempo síncrono (Forouzan, 2013, p. 169)

No TDM síncrono, uma série de unidades de dados de cada conexão de entrada é coletada em
um frame (veremos a razão para isso em breve). Se tivermos n conexões, um frame é dividido
em n time slots e cada slot é alocado a uma unidade, uma para cada linha de entrada. Se a
duração da unidade de tempo for T, a duração de cada slot é T/n e a duração de cada frame é T
(a menos que um frame transporte alguma outra informação, conforme veremos daqui a pouco).
A taxa de dados do link de saída tem de ser n vezes a taxa de dados de uma conexão para
garantir o fluxo de dados. Na Figura 5, a taxa de dados do link é três vezes a taxa de dados de
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uma conexão; da mesma forma, a duração de uma unidade em uma conexão é três vezes aquela
do time slot (duração de uma unidade no link). Na figura, representam se os dados antes da
multiplexação como três vezes o tamanho dos dados após a multiplexação. Isso é apenas para
transmitir a idéia de que cada unidade é três vezes mais longa em duração antes da
multiplexação que depois dela.

De forma sumarizada, no TDM síncrono, a taxa de dados do link é n vezes mais rápida e a
duração da unidade é n vezes mais curta.

2.4.1.1.Algumas aplicações do TDM Síncrono

Algumas companhias telefônicas celulares de segunda geração usam TDM síncrono. Por exem
plo, a versão digital da telefonia celular divide a largura de banda disponível em faixas de 30
kHz. Para cada faixa, o TDM é utilizado de modo que seis usuários possam compartilhar uma
mesma banda. Isso significa que cada faixa de 30 kHz agora é formada por seis time-slots e os
sinais de voz digitalizados dos usuários são inseridos nesses slots. Usando TDM, o número de
usuários de telefone em cada área agora é seis vezes maior.

2.4.2. Multiplexação Estatística por Divisão de Tempo

Conforme deu para ver acima, no TDM síncrono, cada entrada tem um slot reservado no frame
de saída. Isso pode ser ineficiente quando algumas linhas de entrada não tiverem nenhum dado
para enviar. Na multiplexação estatística por divisão de tempo, slots são alocados
dinamicamente para aumentar a eficiência da largura de banda. Somente quando uma linha de
entrada tiver uma quantidade de dados que valha a pena ser enviada, ela receberá um slot no
frame de saída. Na multiplexação estatística, o número de slots em cada frame é menor que o
número de linhas de entrada. O multiplexador verifica cada linha de entrada em um sistema de
rodízio; ele aloca um slot para uma linha de entrada quando a linha tiver dados a serem
enviados; caso contrário, ela pula a linha e verifica a próxima. A Figura 5.1 trará um exemplo
de TDM síncrono e outro de TDM estatístico. No primeiro, alguns slots estão vazios, pois a
linha correspondente não tem dados a serem enviados. No últi mo, entretanto, nenhum slot é
deixado vazio, já que existem dados a serem enviados por alguma linha de entrada.

2.4.2.1.Endereçamento

A Figura 5.1 também mostra uma grande diferença entre slots no TDM síncrono e no TDM
estatístico. Um slot de saída no TDM síncrono é totalmente ocupado por dados; no TDM
estatístico, um slot necessita transportar dados e endereço de destino. No TDM síncrono, não
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há nenhuma necessidade de endereçamento; a sincronização e as relações pré-designadas entre


as entradas e saídas servem como endereço. Sabemos, por exemplo, que a entrada 1 sempre vai
para a saída 2. Se o multiplexador e o demultiplexador forem sincronizados, isso é garantido.
Na multiplexação estatística, não existe relação fixa entre as entradas e saídas, pois não há
nenhum slot pré-designado ou reservado. Precisamos incluir o endereço do receptor dentro de
cada slot para mostrar onde ele deve ser entregue. O endereçamento em sua forma mais simples
pode ser de n bits para definir N linhas de saída diferentes, sendo n = log2 N. Por exemplo, para
oito linhas de saída distintas, precisamos de um endereço de 3 bits.

Figura 5.1 Comparação de slots no TDM (Forouzan, 2013, p. 169)

Tamanho do Slot

Já que no TDM estatístico, um slot carrega tanto dados como endereço, a proporção entre o
tamanho dos dados e do endereço tem de ser razoável para tornar a transmissão eficiente. Por
exemplo, seria ineficiente enviar 1 bit por slot como dados, quando o endereço for de 3 bits.
Isso significaria overhead de 300%. No TDM estatístico, um bloco de dados normalmente tem
muitos bytes, ao passo que o endereço tem poucos bytes
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Nenhum Bit de Sincronização

Existe outra diferença entre o TDM síncrono e o estatístico, mas, desta vez, encontra-se no nível
de frame. Os frames no TDM estatístico não precisam ser sincronizados; portanto, não
precisamos de bits de sincronização.

Largura de Banda

No TDM estatístico, a capacidade do link normalmente é menor que a soma das capacidades
de cada canal. Os projetistas do TDM estatístico definem a capacidade do link tomando como
base as estatísticas de carga de cada canal. Se, em média, apenas x% dos slots de entrada são
preenchidos, a capacidade do link reflete isso. Obviamente, durante momentos de pico, alguns
slots têm de esperar para serem transmitidos.

2.4.2.2.Algumas aplicações da multiplexação Estatística por Divisão de Tempo

Em redes de computadores, a STDM pode ser usada para alocar recursos de largura de banda
de forma dinâmica com base na demanda dos dispositivos de rede. Isso permite que os
dispositivos compartilhem a largura de banda disponível de acordo com suas necessidades em
tempo real, garantindo uma utilização eficiente dos recursos.

Em conexões de Internet DSL (Digital Subscriber Line), a STDM pode ser usada para alocar
largura de banda de maneira dinâmica entre várias conexões de clientes. Isso significa que, em
momentos de alta demanda, a largura de banda pode ser alocada de forma mais equitativa entre
os usuários, proporcionando uma experiência de Internet mais justa e eficiente.

Em redes de televisão por cabo, a STDM pode ser usada para alocar largura de banda para
canais de televisão com base na popularidade e demanda dos programas em tempo real. Isso
permite otimizar a utilização do espectro de frequência disponível para transmitir uma
variedade de canais.
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3. Conclusão

Ao concluir este trabalho, mergulhei nas complexidades da Multiplexagem em comunicações


de dados e descobri um mundo de inovação tecnológica que transcendeu as fronteiras da minha
compreensão anterior. Através desta pesquisa, explorei os princípios fundamentais da
Multiplexagem, compreendi os diferentes tipos, como a Multiplexagem por Divisão de Tempo
(TDM) e a Multiplexagem por Divisão de Comprimento de Onda (WDM), e examinei suas
aplicações em diversas áreas.

Fiquei impressionado com a forma como a Multiplexagem desempenha um papel crucial na


expansão das redes de comunicação, aumentando a eficiência e a capacidade de transmissão de
dados. É notável como essa tecnologia está presente em quase todos os aspectos da nossa vida
digital, desde as redes de telecomunicações de longa distância até os data centers que sustentam
nossas atividades online.

À medida que encerro este trabalho, levo comigo um entendimento mais profundo da
importância da Multiplexagem e do papel que desempenha em nossas vidas digitalmente
interconectadas. Este estudo não é apenas um marco na minha jornada acadêmica, mas também
um convite para continuar explorando as maravilhas das comunicações de dados e as
possibilidades ilimitadas que a tecnologia da Multiplexagem oferece.
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Referencias
Tanenbaum, A. S. (2011). Redes de Computadores. Pearson Prentice Hall.

Forouzan, B. A. (2013). Data Communications and Networking. McGraw-Hill.

Stallings, W. (2016). Data and Computer Communications. Pearson.

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