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Introdução.

A planificação é um processo de racionalização, organização e coordenação da acção


docente, articulando a actividade escolar e a problemática do contexto social. Isto equivale
dizer que, na escola, os professores e os alunos pertencem todos a uma determinada
sociedade e a um determinado contexto de relações sociais, onde prevalecem certas regras e
normas de conduta.É sabido que, o ensino é uma das actividades que tem como uma das
suas principais características o facto de ter carácter planificado. Isso faz com que a prática
do professor se oriente por uma adequada planificação, englobando os aspectos fulcrais do
plano, tais como, os conteúdos, os objectivos/competências a desenvolver, os meios de
ensino-aprendizagem, etc. Para o efeito, o presente capítulo, ao abordar sobre a planificação
do PEA, o seu estudo deverá permitir conceptualizar a planificação e permitir que o
formando tenha oportunidade de reconhecer a importância, os níveis, os requisitos e os
tipos de planificação; os objectivos de ensino.

Objectivos.

Objectivo geral:

 Reconhecer a importância de planificar no processo de ensino e aprendizagem com


objectivo de melhorar o nosso ensino.

Objectivos Especificos:

 Problematizar os diferentes conceitos de Planificação;


 Explicar detalhadamente as modalidades de Planificação do ensino;
 Elaborar um plano a curto prazo contendo todos elementos que nele constitui.
Metodologia.
Para realização deste trabalho de pesquisa, foram usados alguns pdf extraídos na internet,
que foram citados os autores dentro do trabalho, e assim como foram apresentados na
referência bibliográfica.
Planificação do Processo ensino-aprendizagem.
Planificação.
Para (PILETTE, 2004), A planificação é uma prática corrente em todas as actividades
humanas, especificamente as que são realizadas intencionalmente( p.80).

segundo Bento (2003, pp.15-16) “a planificação é o elo de ligação entre as pretensões,


imanentes ao sistema de ensino e aos programas das respectivas disciplinas, e a sua
realização pratica. È uma actividade directamente situada e empenhada na realização do
ensino que se consuma na sequência:

Elaboração do plano> realização do plano> controlo do plano> Confirmação ou alteração


do plano, etc.”

Por isso terá sido fácil para você concluir que o plano de aula (ou seja, a planificação do
PEA) é a previsão mais objectiva possível de todas as actividades escolares para a
efectivação do processo de ensino e aprendizagem que conduz o aluno a alcançar os
objectivos previstos; e, neste sentido, a planificação do ensino é uma actividade que
consiste em traduzir em termos mais concretos e operacionais o que o professor e os alunos
farão na aula para conduzir os alunos a alcançar os objectivos educacionais propostos.

A planificação do PEA é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das actividades
didácticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objectivos propostos,
quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. A planificação é um
meio para se programar as acções docentes, mas é também um momento de pesquisa e
reflexão intimamente ligado a avaliação Zabalza, (2000: p.125).

planificação da aula, o professor determina os objectivos a alcançar ao término do processo


de ensino-aprendizagem, os conteúdos a serem aprendidos, as actividades a serem
realizadas pelo professor e aluno, a distribuição do tempo, etc., ou seja, a planificação
permite visualizar previamente a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em dia
lectivo. Assim, a planificação da aula é a sistematização de todas as actividades que se
desenvolvem no período de tempo em que o professor e aluno interagem numa dinâmica de
ensino e aprendizagem.
A importância dada a planificação.

Sempre que se inicia um empreendimento complexo, tendo em vista alcançar determinadas


metas, torna-se importante fazer uma previsão básica da acção a ser realizada, previsão essa
que funcione como um fio condutor susceptível de orientar a acção. Com efeito, na medida
em que a acção educativa põe em causa o presente e o futuro da criança, do adolescente e
do jovem, pondo consequentemente em causa a própria comunidade, não se pode permitir
que ela se desenrole ao sabor dos acasos da improvisação (Silva, 2013).

Com a planificação da aula, o professor determina os objectivos a alcançar ao término do


processo de ensino-aprendizagem, os conteúdos a serem aprendidos, as actividades a serem
realizadas pelo professor e aluno, a distribuição do tempo, etc., ou seja, a planificação
permite visualizar previamente a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em dia
lectivo.

Vendo neste sentido, compreende-se que devemos planear não uma aula, mas um conjunto
de aulas, visto que:

 Na preparação de aulas, o professor deve reler os objectivos gerais da matéria e a


sequência de conteúdos do plano de ensino.
 O professor deve tomar o tópico de unidade a ser desenvolvido e desdobra-lo numa
sequência lógica, na forma de conceitos, problemas, ideias.
 Em relação a cada tópico, o professor redigia um ou mais objectivos específicos,
tendo em conta os resultados esperados da assimilação de conhecimentos e
habilidades.
 É importante que o professor tenha sempre presente uma visão de conjunto e da
interrelação dos seus elementos constituintes, de modo a que cada situação de
ensino e aprendizagem, que propõe, constitua uma peça de um todo.

Níveis de planificação do PEA.

A prática do ensino do ensino mostra que o que acontece na escola como experiências da
aprendizagem faz parte do currículo previsto para esse nível, classe ou tipo de ensino.
A planificação do processo de ensino-aprendizagem se realiza em dois níveis fundamentais:
central e do professor, passando por um nível intermediário, o da planificação pela escola.
A nível central, a planificação curricular é feita para todos os níveis e graus de ensino-
aprendizagem (a nível da nação) e, na base disso, procede-se a definição do perfil de saída
do nível/grau, curso, disciplina, ano, etc. a partir do qual se faz:

 A definição de objectivos, conteúdos e métodos gerais;


 A distribuição destes pelos anos (semestres, trimestres, etc.) e pelas unidades do
PEA;
 A elaboração dos programas detalhados por disciplina;
 Com base nos programas detalhados, elabora-se o livro do aluno, o manual do
professor e outros meios de ensino-aprendizagem.

Modelos e formas de classificar a Planificação.

Os vários modelos de planificação baseiam-se nos respectivos modelos de currículo,


tecnológico ou fechado e humanista ou aberto.

O primeiro, defendido por Tyler é baseado nos objectivos de aprendizagem, o segundo


defendido por Stenhouse, dá prioridade às actividades a desenvolver.

O modelo de planificação proposto por Tyler (1949: p.16) é estruturado nas quatro etapas
que se seguem:

I. Seleccionar objectivos específicos.


II. Seleccionar actividades de aprendizagem a partir de esses objectivos
III. Organizar as actividades com vista a uma aprendizagem óptima.
IV. Seleccionar os procedimentos de avaliação para comprovar em que medida se estão
a alcançar os objectivos ates definidos.

Do seu lado Stenhouse (1987: p.16) defende que na planificação, é importante seguir uma
série de princípios de procedimento:

I. Principio para a selecção do conteúdo, ou, o que se deve ensinar e aprender.


II. Princípios para o desenvolvimento de uma estratégia de ensino e aprendizagem, ou
como e que se deve ensinar e aprender.
III. Princípios de tomada de decisões sobre as sequencias.
IV. Princípios para orientar a tarefa de diagnostico do aluno.
V. Princípios para estudar e avaliar o progresso dos alunos.

Segundo Rey & Santamaria (1992), a planificação pode definir-se: pela duração; pela sua
amplitude; pelo seu âmbito; pelas suas características.

Quanto ao período de tempo a que se reporta, a planificação poderá ser: de longo prazo, de
médio prazo, de curto prazo.

No que respeita à sua amplitude, a planificação poderá ser classificada como:

 Integral, sempre que abrange todos os aspectos e define todo o processo;


 Sectorial, desde que abrange apenas algum ou alguns aspectos ou sectores que vão
estar sujeitos à planificação.

Relativamente ao âmbito de incidência, ou território de decisão, podemos falar de


planificação: estatal, quando cobre todo o território tutelado pela Administração Central
(por exemplo o currículo mínimo obrigatório para o ensino básico); local, sempre que faz
se refere a uma comunidade educativa alargada; de escola, quando se reporta
exclusivamente à planificação de um estabelecimento de ensino.

Finalmente, a planificação pode classificar-se com as suas características, ou seja, segundo


o grau de comparticipação que exige por parte de quem a aplica (professor). Temos então
uma planificação:

 Centralizada, sempre que alguém tem que cumprir algo que é decidido em outra
instância;
 Descentralizada, sempre que acontece a situação contraria da anterior;
 Fechada, quando as decisões têm um carácter prescritivo ou obrigatório para quem
tem que as aplicar na prática; está intimamente ligada à planificação centralizada;
 Aberta, quando as propostas têm um carácter meramente indicativo para quem tem
que as aplicar na pratica; está intimamente ligada á planificação descentralizada.

Requisitos para a planificação

a) Objectivos e tarefas da escola democrática:


A primeira condição para a planificação são as convicções seguras sobre a direcção que
queremos dar ao processo educativo na nossa sociedade, ou seja, o papel destacado pela
escola para a formação dos alunos. Os objectivos e as tarefas da escola democrática estão
ligados às necessidades de desenvolvimento cultural do povo, de modo a preparar as
crianças e jovens para a vida e para o trabalho.

b) Exigência dos planos e programas oficiais:

Os planos e programas oficiais de ensino constituem outro requisito prévio para a


planificação. A escola e os professores, porém, devem ter em conta que estes planos e
programas oficiais de ensino são directrizes gerais, são documentos de referência, a partir
dos quais são elaborados planos didácticos específicos. Cabe à escola e aos professores
elaborar os seus próprios planos, seleccionar os conteúdos, os métodos e meios de
organização do ensino, em face das particularidades de cada região, de cada escola, das
particularidades e condições de aproveitamento escolar dos alunos, inclusive dos alunos
com Necessidades Educativas Especiais (Silva, 2013).

c) Condições prévias para aprendizagem:

A planificação escolar está intimamente condicionada ao nível de preparação em que os


alunos se encontram, em relação às tarefas de aprendizagem. Os conteúdos de ensino são
mediados para que os alunos assimilem activamente e os transformem em instrumentos
teóricos e práticos para a vida prática.

d) Princípios e condições de assimilação activa:

Este requisito diz respeito ao domínio dos meios e condições de orientação do processo de
assimilação activa nas aulas. A planificação das unidades didácticas e das aulas deve estar
em correspondência com as formas de desenvolvimento do trabalho na sala de aula. Uma
parte importante do plano de ensino é a descrição de situações docentes específicas, com a
indicação do que os alunos farão para aprender, e do que o professor fará para criar
condições adequadas para a aprendizagem; e para dirigir a actividade cognitiva dos alunos
na sala de aula.
Plano de Curto Prazo.
Disciplina: Português Ano: 2023
Unidade temática 5: texto normativo Docente:

Blocos Desenvolvimento da Manuais de


Objectivos Aula/ Consultas.
Métodos/Estratégias/Recursos

 Conhecer os  Saudação Professor e


textos Alunos Manual
normativos “Diálogos 5”,
 Resumo da aula anterior
Porto Editora
 Definir o  Introduzir a nova aula
1o (págs. 51, 98-
conceito do  Breves apontamentos
tempo 101)
texto sobre os textos
45 min
normativo normativos
 Duvidas sobre a aula
 Trabalho para casa (Tpc)

Tabela 1: Plano de aula

Fonte: Autor
Conclusão.

Chegando neste ponto podemos afirmar que na verdade, a planificação assume-se assim
como o modo mais eficaz que cada docente tem de preparar o seu trabalho, organizar o
tempo das suas aulas e garantir uma melhor aprendizagem por parte dos seus alunos.
Nenhum projeto será bem-sucedido se não for devidamente planificado e delineado,
assumindo-se assim a planificação como o “embrião” ou “semente” do projeto, o ponto de
partida para o mesmo. Julgo que as planificações que apresento têm como preocupação
base motivar os alunos, através da seleção de temas do seu agrado e através da seleção de
atividades que possibilitarão a sua participação ativa e a emissão de opiniões e sugestões,
corroborando da opinião de Braga (2004) que considera que “a planificação passa pela
criação de ambientes estimulantes que propiciem atividades que não são à partida
previsíveis e atendam à diversidade das situações e aos diferentes pontos de partida dos
alunos.” (p.27). Na perspetiva de Silva (2013) a planificação “deve contribuir para a
otimização, maximização e melhoria da qualidade do processo educativo. É um guião de
ação que ajuda o professor no seu desempenho” (p.11) e nesta ótica, considero que a
realização deste trabalho assumiu-se como uma mais-valia para mim, pois apesar de já ter
uma ideia do que iria fazer em cada aula, este trabalho permitiu a organização dessas
mesmas ideias e a seleção de estratégias para abordagem de cada conteúdo. Obviamente
que o sucesso de um projeto só se avalia após a sua implementação, mas esse sucesso
apenas se efetivará se dermos a devida importância a cada passo.
Bibliografia
1. Bento, O. (2003). Planeamento e avaliação em educação física. Lisboa: Livros
Horizonte

2. PILETTE, C. (2004). Didáctica Geral. (23 ed.). São Paulo: ática.


3. Silva, D. B. (2013). A importância da planificação do processo ensino-
aprendizagem. São Paulo,: Porto Editora.
4. Stenhouse, C (1984). Investigacion y desarrollo del curriculum. Madrid: Morata.
5. Vilar, A. (1992). O professor planificador. Porto: Edições ASA.
6. Zabalza, M. (2000). Como educar em valores na escola. Revista Pátio Pedagógica.
Ano 4, 13, mai/jul. 2000.

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