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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

A Importância da planificação docente

Inoscência Maria Agostinho Assule: Código 81220601

Nampula, Fevereiro de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

A Importância da planificação docente

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em história. da UnISCED. Tutor: Mestre,
João Tavares Guerra

Inoscência Maria Agostinho Assule: Código 81220601

Nampula, Fevereiro de 2023


Índice

1. Introdução .................................................................................................................. 1

1.1 Objectivos.................................................................................................................... 1

1.2. Metodologia ............................................................................................................... 1

2. Fundamentação Teórica ............................................................................................ 2

2.1. Planificação do professor .......................................................................................... 2

2.2. Importância da planificação docente .......................................................................... 4

3. Considerações Finais: ................................................................................................ 6

4. Referências bibliográficas: ......................................................................................... 7


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1. Introdução

Planificar é um processo pré-ativo que está orientado para a ação, em que se reflete a
prática antes de se passar à concretização, onde, com base num programa curricular
emanado pela tutela, nomeadamente pelo Ministério da Educação, para cada disciplina,
se traçam as estratégias, recursos e atividades, de acordo com as características do nível
de ensino, da realidade de cada escola e das especificidades dos alunos. Ao longo de um
ano letivo, este documento – a planificação – está sujeito a reajustes, de acordo com o
desenvolvimento das aprendizagens. Este é um processo que exige do professor uma
reflexão sobre a sua prática, o que pretende com ela, quais os objetivos a atingir,
consciente que a sua ação será determinante na aprendizagem dos seus alunos.

1.1 Objectivos

1.1.1 Geral:

Compreender a cerca da Importância da planificação docente

1.1.2. Específicos
• Descrever a planificação docente;
• Caracterizar a planificação docente;
• Explicar a Importância da planificação docente.

1.2. Metodologia
Foi adoptada como metodologia a revisão bibliográfica. A revisão bibliográfica, confundida
muitas vezes com a pesquisa bibliográfica, é uma parte muito importante de toda e
qualquer pesquisa, pois é a fundamentação teórica, o estado da arte do assunto que está
sendo pesquisado. Toda pesquisa, qualquer que seja seu delineamento ou classificação
em termos metodológicos, deverá ter a revisão bibliográfica. Para Gil (2002 pg. 44),
pesquisa bibliográfica "é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos".
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2. Fundamentação Teórica

2.1. Planificação do professor

A planificação apresenta-se como determinante para o sucesso educativo, uma vez que
abarca a reflexão de todos os aspetos da ação (Zabalza, 2003). Segundo este autor, é
importante refletir sobre algumas questões, como “o que se pretende planificar?”, “o que
se deve ter em conta quando se planifica?”, “o que se faz quando se planifica?”, ou “o que
pode influenciar a planificação?”. Todas estas questões são cruciais na planificação, visto
que definem o quê, porquê, como e quando esta deve ocorrer.

Dessa forma, planear é o ato de organizar ações a fim de que estas sejam bem elaboradas
e aplicadas com eficiência, se possível, nos momentos relacionados da ação ou com quem
se age. Por isso, para planejar bem é necessário conhecer para quem se está planejando,
no caso, o professor deve conhecer a turma com que trabalha e mais, o aluno com quem
trabalha.

Quanto mais se conhece, melhor se planeja e se obtêm melhores resultados. Para


Luckesi, (2011, p. 125), “Planejar significa traçar objetivos, e buscar meios para atingi-los”.
Logo, entendemos que, para que haja planejamento são necessárias ações organizadas
entre si, às quais correspondem ao desejo de alcançar resultados satisfatórios em relação
aos objetivos traçados. Em relação a isso, HOLANDA apud Luckesi (2011, p.19) afirma
que podemos definir o planejamento como a aplicação sistemática do conhecimento
humano para prever e avaliar cursos de ação alternativos, com vista a tomada de decisões
adequadas e racionais, que sirvam de base para a ação futura. Planejar é decidir
antecipadamente o que deve ser feito, ou seja, um plano é uma linha de ação pré -
estabelecida.

Nesse caso, podemos afirmar que uma aprendizagem significativa resulta de uma
educação de qualidade que vem de acordo com as necessidades do aluno e afirmamos
também que a educação de qualidade só se faz com a construção do conhecimento, a
partir de ações voltadas para o desenvolvimento cultural do aluno. De acordo com a autora
SANT’ANA, (1986. p 26) o planejamento é dividido em três etapas:
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• A primeira é a preparação ou estruturação do plano de Trabalho Docente. Esta


etapa é onde o professor prevê como será desenvolvido o seu trabalho durante
certo período. O professor relaciona os conteúdos que serão trabalhados e como
serão trabalhados, ou seja, busca uma metodologia adequada, recursos didáticos
e tecnológicos que contribuam para melhor desenvolvimento dos conteúdos. Na
sequência é determinado os objetivos a serem alcançados, viabilizando estratégias
para que no decorrer do trabalho os objetivos sejam atingidos.

• A segunda etapa é o desenvolvimento do plano de trabalho, neste momento as


ações que foram organizadas durante a elaboração do planejamento são colocadas
em prática, para que o processo ensino aprendizagem sejam efetivados. O trabalho
é direcionado e constante por parte do professor, para que o aluno construa seu
conhecimento ou transforme o conhecimento existente passando do senso comum,
em um conhecimento organizado e sistematizado.

• A terceira etapa é a do aperfeiçoamento. Esta etapa envolve a verificação para


perceber até que ponto os objetivos traçados foram alcançados. Neste momento
de avaliação é que se fazem os ajustes na aprendizagem de acordo com os acertos
dos alunos e as necessidades dos mesmos.

Nas palavras de Zabalza (2003), planificar consiste em converter uma ideia ou um


propósito num curso de ação. Prever possíveis cursos de ação de um fenómeno e plasmar
de algum modo as nossas previsões, desejos, aspirações e metas num projeto que seja
capaz de representar, dentro do possível, as nossas ideias acerca das razões pelas quais
desejaríamos conseguir, e como poderíamos levar a cabo, um plano para as concretizar
(pp. 47-48).

Para Clark e Lampert (1986, citado por Arends, 2008), a planificação do professor é “a
principal determinante daquilo que é ensinado nas escolas. O currículo, tal como é
publicado, é transformado e adaptado pelo processo de planificação através de
acrescentos, supressões e interpretações e pelas decisões do professor sobre o ritmo,
sequência e ênfase” (p.44).

Outras funções da planificação do professor incluem a decisão do tempo de instrução


atribuída a alunos individualmente ou em grupos, a constituição dos grupos, a organização
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de horários diários, semestrais e trimestrais, a compreensão de interrupções alheias à


sala de aula e a comunicação com professores substitutos (p.44).

2.2. Importância da planificação docente

Na sociedade atual, é frequente observar o cidadão comum a planificar, ou seja, a pensar


com antecedência no que quer fazer e a realizar preparativos que lhe permitam concretizar
esse pensar. A planificação constitui um desafio para quem a realiza, legitima uma
ambição, uma finalidade, um propósito que se pretende atingir e assegura um articulado
de componentes necessárias para o alcance do propósito inicial.

Segundo Bratman (1987), há duas razões importantes que justificam a necessidade do


ser humano planificar com antecedência as suas atividades: existir como um ser racional,
tendo a tendência de refletir sobre o que faz; coordenar as suas atividades com as dos
outros, porque vive em grupo e tem de se relacionar com outras pessoas. Para além
destes aspetos, a planificação também orienta as pessoas nas suas vidas, auxiliando na
resolução de problemas e na reflexão de todos os seus atos.

A planificação assume grande importância na prática profissional. De acordo com


Cortesão (1993), ela exige muita dedicação, capacidade de articular e refletir e também
muito estudo, para que se traduza em resultados positivos. O professor deverá selecionar,
organizar e apresentar o conteúdo ao aluno, recorrendo à imaginação e à criatividade, a
fim de garantir o interesse do aluno e ao mesmo tempo ir ao encontro das suas
necessidades.

Ao querer desenvolver competências nos alunos, o professor precisa de antecipar, no


campo da reflexão, a forma como as conseguirá promover. No entanto, não deve ficar-se
pelo plano das ideias, das conjeturas, das estratégias mentais, deve, após esse processo,
elaborar a sua planificação.

Através da reflexão são encontrados os pontos fortes e fracos da ação e com a


planificação é possível organizar essa mesma ação, como garantia de êxito. Algumas
qualidades contribuem para um bom plano: “a coerência, a sequência, a adequação, a
flexibilidade, a continuidade, a precisão e a riqueza” (Cortesão, 1993, p. 94).
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A planificação permite, pois, aplicar os programas escolares, desenvolvendo-os e


adaptando-os aos cenários de ensino (Januário, 1991). Através da mesma é realizada
uma previsão do que vai acontecer, pondo em prática os referidos programas. Mas, para
além disso, é através da planificação que o professor define tudo o que vai ser
ensinado/aprendido, como, quando, porquê e para quem. Quando o professor planifica
ele desconstrói o currículo e adapta-o ao meio/comunidade envolvente.

É na fase de planificação que são maioritariamente tomadas as decisões, são


estabelecidos os objetivos, as atividades, os tempos para realizar as mesmas, os modos
de avaliação para verificar se os objetivos foram atingidos, os materiais que serão
necessários, os modos de trabalho dos alunos e a abordagem das áreas (individualmente
ou interdisciplinar), são pensados os imprevistos, entre outras coisas.

Para além de servir de guia para as interações com os alunos e de ferramenta de


organização, no que concerne a objetivos, atividades, materiais e à distribuição do tempo,
a planificação, transmite ao professor uma maior segurança na sua ação pedagógica. São
várias as componentes dos planos curriculares, designadas pelos autores de forma
similar. Ribeiro (1998) refere “as finalidades e objetivos, matérias e conteúdos, estratégias
e atividades e avaliação” (p.39). Damião (1996), por sua vez, subdivide as componentes
em: “os pré-requisitos; os objetivos; os conteúdos; as estratégias de trabalho; as
estratégias de avaliação; a gestão do espaço e do tempo; os recursos; o/s grupo/s
interveniente/s; e o espaço para anotações” (p.68).
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3. Considerações Finais:

A planificação é um importante colaborador da prática pedagógica, contribuindo para o


sucesso do processo ensino-aprendizagem, uma vez que permite ao professor fazer uma
previsão do que poderá ser a sua aula, definindo o conjunto de objetivos, conteúdos,
experiências de aprendizagem, assim como a avaliação dessas actividades. O Plano de
Trabalho Docente representa um gênero textual mediador do agir docente, nele estão
previstas intervenções didático-pedagógicas que explicitam o potencial de competências
do professor para alavancar o processo ensino-aprendizagem, numa relação dialógica.
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4. Referências bibliográficas:

Arends, R. (2008). Aprender a ensinar (7.ª ed.). Lisboa: Editora McGraw-Hill de Portugal,
Lda

Pacheco, J. (1990). Planificação didáctica: Uma abordagem prática. Braga: Centro de


Estudos Educacionais e Desenvolvimento Comunitário - Universidade do Minho.

Proença, M. (1990). Ensinar/aprender História: Questões de didáctica aplicada. Lisboa:


Livros Horizonte.

Ribeiro, A., & Ribeiro, L. (1990). Planificação e avaliação do ensino-aprendizagem.


Lisboa: Universidade Aberta.

Roldão, M. (2007). Colaborar é preciso: Questões de qualidade e eficácia no trabalho dos


professores. Dossier: Trabalho colaborativo dos professores. Noesis, 71, 24-29.

Roldão, M. (2009). Estratégias de ensino. O saber e o agir do professor. Vila Nova de


Gaia: Fundação Manuel Leão.

Vieira, C. (1995). Investigação quantitativa e investigação qualitativa: Uma abordagem


comparativa (Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica). Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, Coimbra.

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