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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

O presente trabalho de pesquisa surge no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa III,


subordinado ao tema: A planificação do processo de ensino-aprendizagem. É sabido
que, o ensino é uma das actividades que tem como uma das suas principais
características o facto de ter carácter planificado.

A planificação é um processo de racionalização, organização e coordenação da acção


docente, articulando a actividade escolar e a problemática do contexto social. Isto
equivale dizer que, na escola, os professores e os alunos pertencem todos a uma
determinada sociedade e a um determinado contexto de relações sociais, onde
prevalecem certas regras e normas de conduta.

Todavia, a planificação escolar é uma tarefa que inclui tanto a previsão das actividades
didácticas, no que diz respeito à sua organização e coordenação mediante os objectivos
propostos, como a sua revisão e adequação ao longo do processo de ensino. Planificar
significa fazer a previsão das actividades que o professor irá desenvolver na sala de
aula. Definir os objectivos institucionais ou específicos, seleccionar os métodos e meios
de ensino a serem utilizados, definir as actividades do professor e dos alunos em cada
uma das funções didácticas.

Assim, o presente trabalho está estruturado da seguinte forma: no primeiro capítulo


temos a introdução que engloba os objetivos geral e específicos; no segundo capítulo
temos a revisão da literatura onde definimos o conceito planificação do PES,
apresentamos os níveis de planificação e os componentes. No terceiro e último capítulo
temos as considerações finais.
1.2. Objectivos

Constituem objectivos do presente trabalho de pesquisa, os seguintes:

1.2.1. Objetivo Geral


 Apresentar a importância da planificação no processo de ensino
aprendizagem da Língua Portuguesa.

1.2.2. Objectivos específicos


 Mencionar os níveis do processo de ensino-aprendizagem;
 Descrever os componentes da planificação do PEA;
 Identificar os requisitos para a planificação.
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Planificação do processo de ensino e aprendizagem.

De acordo com Nivagara (s.d), o processo de ensino e aprendizagem é uma actividade


intencional e, nesta condição, requer uma planificação, a começar pelo nível central, da
escola e da aula. Neste sentido, a planificação do ensino-aprendizagem assume carácter
de obrigatoriedade para o professor: o plano de ensino determina os objectivos a que se
pretende chegar e o conteúdo a mediar e, ademais, algumas características fundamentais
da estruturação didáctico-metodológica e organização do ensino. É essencialmente uma
concepção de didáctica do ensino.

2.2. Conceito e importância da planificação do PEA

Para Nivagara (s.d), a planificação é uma prática corrente em todas as actividades


humanas, especificamente as que são realizadas intencionalmente. Por isso terá sido
fácil para você concluir que o plano de aula (ou seja, a planificação do PEA) é a
previsão mais objectiva possível de todas as actividades escolares para a efectivação do
processo de ensino e aprendizagem que conduz o aluno a alcançar os objectivos
previstos; e, neste sentido, a planificação do ensino é uma actividade que consiste em
traduzir em termos mais concretos e operacionais o que o professor e os alunos farão na
aula para conduzir os alunos a alcançar os objectivos educacionais propostos (p.225).

A planificação do PEA é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das actividades
didácticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objectivos
propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. A
planificação é um meio para se programar as acções docentes, mas é também um
momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado a avaliação (idem).

Sempre que se inicia um empreendimento complexo, tendo em vista alcançar


determinadas metas, torna-se importante fazer uma previsão básica da acção a ser
realizada, previsão essa que funcione como um fio condutor susceptível de orientar a
acção. Com efeito, na medida em que a acção educativa põe em causa o presente e o
futuro da criança, do adolescente e do jovem, pondo consequentemente em causa a
própria comunidade, não se pode permitir que ela se desenrole ao sabor dos acasos da
improvisação.

Também não pode ser estruturada na exclusividade do bom senso e da intuição de quem
a pratica. Com a planificação da aula, o professor determina os objectivos a alcançar ao
término do processo de ensino-aprendizagem, os conteúdos a serem aprendidos, as
actividades a serem realizadas pelo professor e aluno, a distribuição do tempo, etc., ou
seja, a planificação permite visualizar previamente a sequência de tudo o que vai ser
desenvolvido em dia lectivo.

Vendo neste sentido, compreende-se que devemos planear não uma aula, mas um
conjunto de aulas, visto que:

 Na preparação de aulas, o professor deve reler os objectivos gerais da matéria e


a sequência de conteúdos do plano de ensino;

 O professor deve tomar o tópico de unidade a ser desenvolvido e desdobra-lo


numa sequência lógica, na forma de conceitos, problemas, ideias;

 Em relação a cada tópico, o professor redigia um ou mais objectivos específicos,


tendo em conta os resultados esperados da assimilação de conhecimentos e
habilidades;

 É importante que o professor tenha sempre presente uma visão de conjunto e da


interrelação dos seus elementos constituintes, de modo a que cada situação de
ensino e aprendizagem, que propõe, constitua uma peça de um todo.

Contudo, se a planificação é feita com rigor e simultaneamente com a flexibilidade e a


abertura indispensável, ela assume uma importância vital na prática profissional de
todos aqueles que se esforçam na construção de uma escola empenhada numa
comunicação clara entre os elementos implicados na acção educativa, uma escola mais
lúcida e mais humana que actua com base na realidade dos seus alunos, uma escola mais
eficiente no aproveitamento do tempo e do espaço de que dispõe para ajudar os seus
alunos a “crescer”.
2.3. Níveis de planificação do PEA

A prática do ensino do ensino mostra que o que acontece na escola como experiências
da aprendizagem faz parte do currículo previsto para esse nível, classe ou tipo de
ensino.

De acordo com Nivagara (s.d), a planificação do processo de ensino-aprendizagem se


realiza em dois níveis fundamentais: central e do professor, passando por um nível
intermediário, o da planificação pela escola. A nível central, a planificação curricular é
feita para todos os níveis e graus de ensino-aprendizagem (a nível da nação) e, na base
disso, procede-se a definição do perfil de saída do nível/grau, curso, disciplina, ano, etc.
a partir do qual se faz:

 A definição de objectivos, conteúdos e métodos gerais;


 A distribuição destes pelos anos (semestres, trimestres, etc.) e pelas unidades do
PEA;
 A elaboração dos programas detalhados por disciplina;
 Com base nos programas detalhados, elabora-se o livro do aluno, o manual do
professor e outros meios de ensino-aprendizagem.

Em termos de modelos para a planificação das aulas, convém realçar que existem
muitos, em função do autor que os propõe. Por isso, nos parece marginal a discussão
sobre qual é o melhor modelo, desde que se chegue ao ponto de incluir os elementos
que simbolizam a dinâmica do processo de ensino-aprendizagem.

Assim, por uma questão meramente elucidativa, incluiremos a seguir alguns modelos de
plano de aula, deixando ao critério do professor, em grupo de disciplina ou nível da
escola, e em função da disciplina que lecciona adoptar este ou aquele modelo, ou ainda
a combinação entre eles.

2.4. Componentes de planificação do PEA


Em toda a planificação do PEA, nos diversos níveis, se definem os objectivos,
seleccionam-se conteúdos a privilegiar, identificam-se estratégias, estabelecem-se
tempos de realização e se prevêem actividades de avaliação. E no caso da planificação
ao nível do professor, tudo se passa com mais pormenor, pesando muito mais a
preocupação de adequar as propostas às características do contexto (Nivagara, s.d.
p.244).

E ao realizar esta adequação o professor deve tomar decisões, as quais devem preceder
uma série de interrogações, tais como:

a) Está adequada às características do meio em que estou a trabalhar?


b) Toma em consideração os recursos e as limitações que o meio e a escola
oferecem?
c) Mobiliza todos os recursos humanos disponíveis (alunos, professores,
funcionários da escola e elementos da comunidade)?
d) É possível de ser executado por professores com as características dos que
trabalham nesta escola?
e) Toma em consideração as aprendizagens anteriores realizadas por estes alunos?
f) Irá desencadear uma aprendizagem progressiva?
g) Toma em consideração as características da turma?

Considerando as interrogações atrás referidas, quando se faz uma planificação terão de


se tomar em linha de conta os seguintes componentes:

i. O meio envolvente à escola

Só artificialmente se pode considerar a escola separada do meio. As paredes da sala de


aula são unicamente barreiras físicas, totalmente permeáveis aos problemas, interesses e
hábitos culturais da zona em que ela está inserida.

Se estes factores, aparentemente estranhos à turma, não são considerados nas propostas
de aprendizagens, corre-se o risco de não interessarem ou de serem inacessíveis aos
alunos. Os exemplos que se dão, os exercícios que se vão propor, as motivações que se
utilizam, a linguagem que se usa, tudo têm de ser adequado ao meio.
ii. Recursos/meios de ensino existentes

É importante conseguir o aproveitamento óptimo dos recursos existentes. Desde o


quadro preto à árvore do pátio da escola, à mão do professor que pousa amigavelmente
no ombro do aluno, às experiências vividas podem contribuir para que as aprendizagens
se tornem mais ricas e gratificantes.

O facto de a escola ter ou não máquina de projectar, filmes, slides, retroprojector, ter
laboratórios bem ou mal equipados, o facto de a região ter ou não indústrias,
explorações mineiras, etc., abertas a uma colaboração com a escola, ou ainda mercados
ou feiras, artesanatos característicos que se possam explorar, ira ser decisivo na escolha
de estratégias.

iii. O aluno

Qualquer criança, adolescente ou jovem é portador de uma experiência de vida, de um


saber, cujo seu aproveitamento é um recurso económico e eficaz (a compreensão de um
determinado assunto é muitas vezes mais fácil se esse assunto for tratado por um colega
em vez do professor), e o facto de permitir ao aluno trazer o contributo do seu próprio
mundo ao PEA permite-lhe sentir que é um dos protagonistas desse processo e fá-lo-á
sentir-se digno de crédito, confiante em si mesmo e nos outros.

Por outro lado, uma componente importante na planificação do PEA é a sua adequação
ao aluno. Realmente, para além da compreensão das características próprias do nível
etário do aluno e das características médias da população escolar, certamente tidas na
elaboração dos programas, é fundamental que o professor conheça as características
pessoais do aluno.

Com efeito, se a verdadeira aprendizagem é sempre o produto da actividade pessoal de


cada um, então o papel do professor consiste em tentar criar situações que favoreçam
em cada aluno a mobilização óptima de todos os seus recursos, particularmente dos seus
pré-requisitos.

iv. Conteúdos
Os conteúdos a ser ter em conta na planificação do PEA pelo professor já vêm
indicados, em linhas gerais, pelos programas de ensino que se baseia nos esquemas
conceptuais que os presidem e os temas organizadores. Neste sentido, quando os
professores duma mesma escola não trabalham em conjunto sobre um mesmo programa
pode haver diferenças de interpretação.

CAPÍTULO III: METODOLOGIA

Para a elaboração do presente trabalho de pesquisa foram cruciais duas técnicas de


recolha de dados, nomeadamente: pesquisa bibliográfica e pesquisa documental.

a. Pesquisa Bibliográfica

Para Lakatos & Marconi (2001), a pesquisa bibliográfica abrange toda bibliografia já
tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins,
jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc. e sua
finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou
filmado sobre determinado assunto (p.183).

Segundo Vergara (2000), citado por Oliveira (2011), “a pesquisa bibliográfica é


desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído, principalmente, de livros e
artigos científicos e é importante para o levantamento de informações básicas sobre os
aspectos direta e indiretamente ligados à nossa temática” (p.86). A principal vantagem
da pesquisa bibliográfica reside no fato de fornecer ao investigador um instrumental
analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si
mesma.

b. Pesquisa documental

A pesquisa documental, segundo Gil (1999), é muito semelhante à pesquisa


bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes: enquanto a
bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições de diversos autores, a
documental vale-se de materiais que não receberam, ainda, um tratamento analítico,
podendo ser reelaboradas de acordo com os objetos da pesquisa.

Segundo Lakatos & Marconi (2001), a pesquisa documental é a coleta de dados em


fontes primárias, como documentos escritos ou não, pertencentes a arquivos públicos;
arquivos particulares de instituições e domicílios, e fontes estatísticas.

Para Gil (1999) este tipo de pesquisa torna-se particularmente importante quando o
problema requer muitos dados dispersos pelo espaço. Porém, deve-se ter atenção à
qualidade das fontes utilizadas, pois a utilização de dados equivocados reproduz ou,
mesmo, amplia seus erros.

CAPÍTULO IV: CONCLUSÃO

4.1. Considerações finais

Chegando o fim deste trabalho, conclui-se que, a planificação é um fenómeno de


planear, de algum modo as nossas previsões, desejos, aspirações e metas num projecto
que seja capaz de representar, dentro do possível, as nossas ideias. Na verdade, a
planificação assume-se assim como o modo mais eficaz que cada docente tem de
preparar o seu trabalho, organizar o tempo das suas aulas e garantir uma melhor
aprendizagem por parte dos seus alunos.

Nenhum projecto será bem sucedido se não for devidamente planificado e delineado,
assumindo-se assim a planificação como o “embrião” ou “semente” do projecto, o ponto
de partida para o mesmo. Julgo que as planificações que apresento têm como
preocupação base motivar os alunos, através da selecção de temas do seu agrado e
através da selecção de actividades que possibilitarão a sua participação activa e a
emissão de opiniões e sugestões.

Todavia, a planificação “deve contribuir para a optimização, maximização e melhoria


da qualidade do processo educativo. É um guião de acção que ajuda o professor no seu
desempenho” e nesta óptica, considero que a realização deste trabalho assumiu-se como
uma mais-valia para mim, pois apesar de já ter uma ideia do que iria fazer em cada aula,
este trabalho permitiu a organização dessas mesmas ideias e a selecção de estratégias
para abordagem de cada conteúdo.
Referências Bibliográficas

LIBÂNEO, José C. (1990). Didática. Cortez editora. São Paulo.

NIVAGARA, Daniel D. (s.d). Didáctica Geral – Aprender a Ensinar. Módulo de Ensino


à distância, Universidade Pedagógica de Maputo.

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