Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Declaração de Honra
Declaro por minha honra, que este Projecto de Intervenção Pedagógica, nunca foi
apresentado na sua essência para a obtenção de qualquer grau acadêmico ou num outro
âmbito e que constitui o resultado do meu labor individual, estando indicadas no
trabalho as referências por mim usadas.
A Estudante
________________________________
(Avelina Chambule)
ii
Dedicatória
Com este Projecto de Intervenção Pedagógica, tenho a honra de dedicar ao meu marido
André Silvestre Sueia (em memória), que me encorajou a ingressar na Faculdade de
Educação e Psicologia.
Dedico também aos meus familiares, em especial aos meus pais (José Chambule e
Clementina Miguel Mazivila), e aos meus filhos (André Sueia Junior, Áyres André
Sueia e Andressa André Sueia).
Agradecimentos
Em primeiro lugar, agradecer a Deus pela proteção e vida, em sua infinita graça ter me
dado forças de tal maneira que este Projecto de Intervenção Pedagógica fosse realizado
e coroado de êxito.
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
Conscientes de que levar o aluno a produzir textos é muito mais do que, simplesmente,
fazer com que ele preencha determinado número de linhas e, entendendo que o modo
como se concebe tanto o texto quanto a escrita está estreitamente relacionado à
configuração política, social e cultural da sociedade, espaço em que os textos circulam,
acreditamos que para o tratamento da escrita não basta apenas fazermos uma descrição
de uma realidade e apontarmos os aspectos que, sob nossa óptica, apresentam-se como
problemáticos.
1.2. Problema
Diante desta problemática, levanta-se a seguinte questão: Até que ponto o uso da poesia
como estratégia inovadora de ensino-aprendizagem da escrita, pode desenvolver as
habilidades de produção de textos nos alunos da 4ª classe?
1.3. Justificativa
Em outros moldes, este projecto de intervenção abre o caminho para uma reflexão em
torno da necessidade de introduzir métodos inovadores no processo de ensino e
aprendizagem da língua Portuguesa, servindo, assim, como suporte para os professores
e alunos usar a poesia como estratégia de desenvolvimento das habilidades de escrita e
criação de hábitos e gosto da escrita.
Por um lado, esta Intervenção Pedagógica torna-se uma prova de que é possível ensinar
e desenvolver as habilidades de escrita de forma prazerosa e em constante motivação
por parte dos alunos, possibilitando a aquisição de competências e habilidades previstas
no programa de ensino Básico. Por outro lado, este Projecto de Intervenção vai permitir
ao aluno, construir o seu conhecimento a partir da prática constante de produção de
textos.
4
Para a autora, como professora do ensino primário, este estudo vai lhe armar de
competências de índole didáctico pedagógica, que lhe permitem usar a Poesia em
qualquer situação de aprendizagem (dentro e fora da sala de aulas), especialmente na
disciplina de Língua Portuguesa.
1.4. Objectivos
1.4.1. Geral
1.4.2. Específicos
2.1. Introdução
Neste capítulo, a nossa revisão da literatura vai abordar a teoria que efectivamente
servirá de suporte para a implementação do nosso Projeto de Intervenção Pedagógica.
Assim, são convocadas obras de COSTA (1992), PINHEIRO (2007), SIMÃO (2013),
ASSUNÇÃO (2018) & MIAMBO (2019), porque servem de base na sustentação do
trabalho, com intuito de dar mais sustentabilidade ao tema em questão, trazendo a
definição de conceitos básicos, abordagens em torno das funções da poesia, da Poesia
na sala de aulas e estratégias metodológicas de ensino-aprendizagem da poesia
2.2.1 Poesia
Na tentativa de dar uma noção do que seja poesia, TEZZA (2003) citado por
ASSUNÇÃO (2018:45), refere que Poesia é como uma alternativa ao mundo da razão,
diferenciando-se da prosa.
A poesia é assim entendida como algo não racional, uma recusa à coerência absoluta,
em que sua essência permite dizer o indizível, visto que como linguagem primitiva a
poesia antecede a razão.
A poesia está repleta de grande simbolismo e funções associadas a cada área distinta do
meio que a envolve. Assim, segundo COSTA (1992:42), existem várias funções
associadas à poesia, que se inicia, entre outras possibilidades, com as rimas infantis, que
são: função sociológica, psicológica, psicolinguística e lúdica.
Função lúdica – neste contexto, tal como o nome indica, a criança tem como
objetivo primordial brincar e divertir-se por meio de jogos lúdicos como a roda
ou canções coreografadas. Aqui, a principal finalidade é a criança dar visão
daquilo que ela representa e dar asas à criatividade nas brincadeiras corriqueiras
envolvendo os momentos de poesia (COSTA 1992:43).
Sabemos que o gênero poesia é pouco explorado em sala de aula do ensino primário.
Conforme as palavras de PINHEIRO (2007:13), a ausência da poesia na sala de aula é
uma constante, pois existem muitas dificuldades em levar a poesia para sala de aula, já
que muitos professores não têm claras as funções sociais desse tipo de texto, ou seja, o
desconhecimento dos professores acerca de textos que refletem sobre o gênero poesia e
o ensino é assustador.
Para o mesmo autor, o trabalho com a poesia deve conduzir as crianças ao mundo da
fantasia, desenvolvendo o hábito de leitura. Para tanto, é necessário que o professor
também tenha uma experiência significativa no que diz respeito à leitura de textos
poéticos, já que esse tipo de texto carece de mais cuidado que o texto em prosa.
Dessa forma, é interessante que o professor crie um ambiente adequado, que favoreça o
interesse e o gosto pela poesia. Conforme as palavras de PINHEIRO (2007:24): ”ir ao
pátio da escola para ler uma pequena antologia, pôr uma música de fundo enquanto se
lê, são procedimentos que ajudam na conquista do leitor.”
São portanto, condições que, se dispensadas, poderão debilitar uma experiência que
poderia ser mais rica, mais significativa. Improvisar um mural (oficina de escrita
criativa) onde os alunos, durante uma semana, um mês, ou o ano todo colocam os versos
de que mais gostam: incentivá-los a recitarem livremente poemas que conhecem são
procedimentos que vão criando um ambiente (físico e psicológico) em que a poesia
começa a ser vivenciada, em que o prazer de lê-la passa a tomar forma (PINHEIRO,
2007:28).
Portanto, são pequenas atitudes que mudam a forma das crianças enxergarem a poesia
na escola, buscando o envolvimento e o desenvolvimento da criatividade dos alunos. É
de suma importância trabalhar a poesia na sala de aula, mas essa prática não deve ser de
qualquer forma. Devemos saber o poema adequado para ser trabalhado em determinada
turma, e não podemos cair no moralismo, ou seja, o poema não deve servir de pretexto
moralizante, mas que dê prazer, ampliando a consciência e a sensibilidade dos alunos
(PINHEIRO, 2007:30).
8
Para SOUZA (2007:45), a poesia tem origem na música e por isso não há poema sem
ritmo. O ritmo, no texto poético, tem ligação com a oralidade. Ele facilita a
memorização e está estreitamente ligado à métrica, à rima e ao sentido do texto. Numa
primeira aproximação, podemos dizer que o ritmo é a alternância entre sílabas fortes e
fracas num poema, mas não se limita a isso. Ele está presente na repetição de fonemas,
palavras, frases. O ritmo é uma espécie de agente de sedução utilizado pelo poeta para
agir sobre o leitor.
SOUZA (2007:51), afirma que muitas vezes, a escola faz da escrita um fim e não um
meio, quando ela é apenas um dos instrumentos de fixação da palavra falada. Tal
postura afasta, exclui e ignora o que há de oralidade nos discursos dos aprendizes da
escrita.
Diante desse fato, SOUZA (2007:58), adverte que é preciso atentar para as formas de
ensino de poesia na escola, pois o tempo, ainda que trouxesse algumas mudanças na
forma de se trabalhar o poético, não conseguiu separar seus elementos fundamentais de
constituição como a voz, a sonoridade e a corporalidade.
Assim, o mesmo autor, considera que há uma ligação muito grande entre poesia e
música devido aos recursos fônicos da linguagem verbal que sempre fizeram parte da
poesia, faz-se necessário traçar um ligeiro panorama estabelecendo ligação entre essas
duas artes.
A música por si mesma ganha destaque em relação à poesia em nossa sociedade devido
à sua força sensorial, auditiva, primeiro passo para o entendimento do texto escrito.
Nesse sentido, é que apostamos nessa arte como ponte para o poético (ASSUNÇÃO,
2018:98).
Para ASSUNÇÃO (2018:99), a leitura em voz alta substituiu de certa maneira a música,
que acompanhava a poesia na Antiguidade. Dessa forma, percebemos que ao longo dos
anos, embora a música tenha se afastado da poesia, a sonoridade, ainda que pela voz ou
pelo ritmo, sempre esteve ligada a ela.
É necessário compreender a poesia como irmã da música. Ela supõe ritmo, jogo de
palavras, som, voz, sentido, palavra e corpo, condensação dos dizeres, como algo que
aguça as emoções, que devem ser partilhadas coletiva e alegremente. Pode-se dizer que
10
a música e a poesia são ótimos instrumentos para propiciar mais alegria na escola, tão
militarizada, tão policiada nos séculos anteriores (ASSUNÇÃO, 2018:104).
Portanto, é preciso que a escola seja um ambiente alegre. Buscar essa alegria pode ser o
caminho para um ensino mais produtivo e eficaz. De igual modo, a sensação de
aborrecimento possa ser quebrada na escola a partir da alegria que os textos literários
podem proporcionar através da música.
Um professor que não é capaz de se emocionar com uma imagem, com uma descrição,
com o ritmo de um determinado poema, dificilmente revelará na prática, que a poesia
vale a pena, que a experiência simbólica condensada naquelas palavras que são
essências em sua vida (PINHEIRO, 2002:24).
Outras condições apontadas pelo mesmo autor é que o professor deve buscar o que
interessa ao aluno. A partir daí, é possível oferecer poemas que chamem a atenção dos
alunos.
Neste âmbito, a realização da feira de leitura e escrita congrega actividades que possam
estabelecer uma ligação entre o indivíduo e o meio sociocultural, de forma a dinamizar
a leitura e escrita na escola, família, comunidade, etc. (MIAMBO, 2019:22).
Considerando que a escrita tem por objectivo levar os alunos a redigirem textos de
natureza diversa, com coerência, boa caligrafia e respeitando as regras de pontuação e
acentuação adequadas, a actividade na feira de escrita criativa engloba as seguintes
fases: Preparação, produção e revisão do texto (MIAMBO, 2019:25).
12
Ao longo deste percurso, os alunos deverão ser levados a reflectir sobre o que vão
escrever, a escrever sobre um determinado tema, a exercitar modelos de escrita e a rever
o texto escrito.
3.2. Orçamento
Nº Descrição de bens e serviços. Unidade Preço Unitário Total
Tabela 2: Orçamento.
15
De igual modo, neste contexto, far-se-á a socialização de forma mais abrangente, onde
farão parte a Direcção da Escola (Diretor da Escola e Diretor Adjunto Pedagógico),
coordenadores dos ciclos e todos os professores da Escola em referência. Neste
processo (socialização), vai se apresentar os fundamentos metodológicos da Poesia
como estratégia de ensino-aprendizagem da Escrita.
16
Este exercício vai permitir aos professores terem noção das actividades a serem
realizadas posteriormente na sala de aulas com os seus alunos, e encorajá-los para que
participem de forma activa neste Projecto de Intervenção Pedagógica.
Nesta etapa, a nossa intervenção vai incidir no uso da poesia como estratégia de ensino-
aprendizagem da Escrita. Neste âmbito, a proponente (autora do projecto) vai
demonstrar na sala de aulas, o uso da música e das ilustrações (imagens) no ensino da
poesia.
(2018:98), o contacto com a música na sala de aula pode trazer muitos ganhos como
estimular a criatividade, despertar o senso crítico do aluno, ampliar sua bagagem
cultural, melhorar a leitura por meio da audição. Assim, em cada Poema, os alunos
juntamente com o professor (proponente) poderão encontrar uma melodia para
transformar o poema em uma canção.
05 Pontuação 1,5
06 Originalidade 3,0
Total 20,0valores
Apresentação do Projeto à
direcção da Escola.
01
Planificação e leccionação de
aulas de Língua Portuguesa (4ª
classe) onde se evidencia as
02 características do texto poético, a
Bibliografia
CUNHA, M. Literatura Infantil: teoria e prática. 5ª ed. São Paulo. Ática. 1986.
GEBARA, Ana E. O poema, um texto marginalizado. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2007.
GIL, António C., Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.
PINHEIRO, José H. Poesia na sala de aula. 2ª ed. João Pessoa: Editora Ideia, 2002.
SOUZA, Gláucia R. Uma viagem através da poesia: vivências em sala de aula. Porto
Alegre: Tese de Doutoramento – UFRGS. 2007.