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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
GOVERNO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Produção didática-Pedagógica-2013

CASCAVEL
2013
ROSIMERI DOS SANTOS PACHECO

Dificuldades de interpretação de textos na escola - Propostas metodológicas para a


superação desse problema

Plano de trabalho apresentado à coordenação


do PDE -2013, para Proposta de Intervenção
Pedagógica, Educação Básica, Ensino
Fundamental, a ser aplicada no Colégio
Estadual Amâncio Moro, município de
Corbélia- Pr, na disciplina de Língua
Portuguesa, sob a orientação do professor
Marcio Antônio Ataíde-UNIOESTE..

CASCAVEL
2013
1 Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: Dificuldades de interpretação de texto – propostas metodológicas para


superação desse problema

Autor: Rosimeri dos Santos Pacheco

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

(ingresso no PDE)

Escola de Implementação do Colégio Estadual Amâncio Moro


Projeto e sua localização:

Município da escola: Corbélia

Núcleo Regional de Educação: Cascavel

Professor Orientador: Márcio Antonio Ataíde

Instituição de Ensino Superior: UNIOESTE

Relação Interdisciplinar: História

(indicar, caso haja, as diferentes


disciplinas compreendidas no
trabalho)

Resumo: As dificuldades para interpretar textos na


escola pública são mais comuns do que se
(descrever a justificativa, objetivos
e metodologia utilizada. A possa imaginar. Acredito que no país inteiro
informação deverá conter no ocorra isso e pode haver vários motivos. A
máximo 1300 caracteres, ou 200
palavras, fonte Arial ou Times New maioria desses vem de séries anteriores,
Roman, tamanho 12 e onde o aluno está desmotivado para ler e não
espaçamento simples)
sabe identificar na leitura as informações
essenciais para a compreensão do texto, e
isso se agrava ainda mais com a associação
a um vocabulário não condizente à
complexidade necessária da série estudada.
A escola deve dar uma nova abordagem para
o ensino de Língua Portuguesa, propiciando,
a seus alunos, uma formação qualificada,
principalmente, formar leitores competentes,
aptos a compreender e interpretar diversos
gêneros/ tipos de texto a partir de inúmeras
estratégias de leitura. O que, por conseguinte,
irá prepará-los para enfrentarem a sociedade
competitiva que está aí, onde o saber surge
como diferencial para os indivíduos.
Com o objetivo de desenvolver a capacidade
de interação com os textos, possibilitando o
desenvolvimento de habilidades de reflexão,
interpretação, análise, síntese e avaliação, na
apreensão e sentido do texto.
O trabalho será feito com aulas expositivas,
pesquisas na internet, leituras de fábulas e
mitos, atividades em grupos e individuais,
interpretação de textos, produção escrita de
fábula e mito.

Palavras-chave: Textos, interpretação, sentido.

(3 a 5 palavras)

Formato do Material Didático: Caderno de atividades


Público: 6 º anos do Colégio Estadual Amâncio Moro
(indicar o grupo para o qual o
material didático foi desenvolvido:
professores, alunos,
comunidade...)

2 Introdução

Trabalhando há quinze anos com Língua Portuguesa no colégio Estadual Amâncio


Moro, do município de Corbélia PR, após várias pesquisas e elaboração de atividades de
interpretação de textos percebe-se claramente a dificuldades que os alunos têm para
interpretar os mais variados gêneros textuais. O que fazer? Quais metodologias poderiam
superar esse problema que afeta até mesmo as outras disciplinas, pois para tudo na
escola o aluno precisa interpretar entender, fazer inferências dos mais variados assuntos
e dialogar com o texto em questão?
Sabe-se que a leitura é muito importante para a formação dos leitores, pois ela
desperta nos alunos interesse e prazer em aprender, além de ajudá-los a aumentar seu
vocabulário e suas expressões, envolvendo o aluno leitor com idéias, as quais lhe darão
enfoques abrangentes para o conhecimento cultural do qual depende o seu progresso na
vida. A leitura é uma prática muito importante para a construção do conhecimento e
exercício da cidadania.
Com as mudanças no mundo moderno, a escola não é mais o único local de fonte
do conhecimento, pois com os avanços da imagem, da cor, da tecnologia e do
movimento, percebe-se que o adolescente desinteressou-se pela importância da
leitura, trabalhada na escola, sem recursos atrativos e sem formas de promover a
interação com o tema dos textos.
Segundo Koch (2002), existem três concepções de leitura. Foco no autor, foco no
texto e foco na interação autor texto-leitor. Na concepção foco no autor, o texto é
exclusivo para passar a ideia do autor, o sujeito individual, psicológico e dono de suas
vontades e ações. O leitor lê somente para entender a ideia do autor, não questiona e
nem interage. Na concepção foco no texto, o sujeito é passivo e sem consciência; o autor
codifica os vocabulários, e o leitor decodifica-os; onde precisa procurar sentidos nas
palavras, no léxico para a compreensão do texto. Koch,2002,destaca que:

A concepção foco na interação autor texto leitor é a melhor, pois é uma leitura
ativa, critica contextualizada, o sujeito é ativo, o autor constrói o texto o texto é um
instrumento de interação com o autor e leitor. O leitor é responsável pela interpretação
do texto. Nesta concepção o texto não é um código, e sim interpretações de sentidos. (
KOCH, 2002, p.12)

Ao iniciarem o 6º ano, os alunos apresentam um vocabulário bastante restrito,


utilizam muito a linguagem coloquial e não conseguem apreender o sentido do texto. Não
entendem o que está por trás do código linguístico. Outro fator que leva os alunos a não
entenderem o sentido do texto são os livros didáticos que não contribui muito na formação
de leitores críticos, capazes de interpretarem o que leram. O trabalho do professor, neste
contexto, deve estar direcionado para a função e valorização da leitura, da apreciação do
texto como manifestação social e cultural, trabalhando com vários gêneros textuais para
estimulá-lo a ler e também integrá-lo ao meio social em que vive à realidade.
Faz-se necessário buscar por novas formas de ensinar, com metodologias
diferenciadas, no sentido de promover o envolvimento e o interesse do aluno pelo
texto. Acredita-se que tal envolvimento poderá contribuir para a promoção de uma
leitura crítica do aluno, fazendo-o interpretar textos, formar sua própria opinião e
despertar o seu interesse pelos estudos de Língua Portuguesa, tornando mais
efetivas as suas produções escritas e promovendo um discurso mais coerente e
significativo.
Pensando nesta possibilidade, percebe-se a viabilidade de uma proposta de
ensino e aprendizagem no trabalho com a interpretação de textos junto aos alunos do
ensino fundamental. Pretende-se, portanto, por meio desta Unidade Didática, utilizar
estratégias de ensino que possibilitem o aprimoramento da compreensão de textos a
partir do trabalho com gêneros textuais fábulas e mitos,

3 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL
-Desenvolver a capacidade de interação com os textos, possibilitando o desenvolvimento
de habilidades de reflexão, interpretação, análise, síntese e avaliação, na apreensão e
sentido do texto.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
-Articular seus conhecimentos de mundo com as informações presentes nos textos.
-Estabelecer relações não só entre as partes de um texto como também estabelecer
relações com outros textos.
-Realizar inferências relacionando-as ao seu conhecimento de mundo e/ou partilhado.
-Reconhecer fatores fundamentais da textualidade e as marcas lingüísticas que a
estabelecem.
- Reconhecer as ideias implícitas no texto para chegar ao sentido de discurso, ou seja, ir
além do significado literal das palavras para interpretar o que lê.
-Analisar os textos lidos, possibilitando que o aluno amplie seus conhecimentos
linguísticos-discursivos.

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

É cada vez mais frequente entre os estudantes ler e não entender, ter dificuldades
de comentar o que leu, não conseguir passar sua opinião sobre filmes, músicas e textos.
Diante disso como formar alunos que saibam interpretar um texto dando-lhe sentido?
Segundo a linguista Eunice Lopes de Souza Toledo, 2001, o texto, nesse caso, não
se limita à palavra escrita, mas engloba discursos que fazem parte do cotidiano, como
música, cinema, televisão, jornal, literatura e legislação.
Antunes, 2003, p.77, afirma que é preciso ter em mente, ainda, que, “o grau de
familiaridade do leitor com o conteúdo veiculado pelo texto interfere, também, no modo de
realizar a leitura”.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná
(PARANÁ, 2008), somente uma leitura aprofundada, em que o aluno é capaz de enxergar
os implícitos, permite que ele depreenda as reais intenções que cada texto traz. Sabe-se
das pressões uniformizadoras, em geral voltadas para o consumo ou para a não-reflexão
sobre problemas estéticos ou sociais, exercidas pelas mídias. Essa pressão deve ser
explicitada a partir de estratégias de leitura que possibilitem ao aluno “percepção e
reconhecimento- mesmo que inconsciente- dos elementos de linguagem que o texto
manipula” (LAJOLO, 2001, p. 45). Desse modo, o aluno terá condições de se posicionar
diante do que lê.
Bakhtin e Volochinov, 1999, p.41 destacam que: “As palavras estão carregadas de
conteúdo ideológico, elas são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e
servem de trama todas as relações sociais em todos os domínios”.
Kleiman diz que ensinar a ler é:

Criar uma atitude de expectativa prévia com relação ao conteúdo referencial do texto, isto é, most
aluno que quanto mais ele provir o conteúdo, maior será sua compreensão; é ensinar o aluno a se
avaliar constantemente durante o processo para detectar quando perdeu o fio; é ensinar a utilizaç
múltiplas fontes de conhecimento (...). Isso implica em ensinar não apenas um conjunto de estratégias
criar uma atitude que faz da leitura a procura da coerência. ( KLEIMAN, 2008, p. 151)
Para os teóricos da Estética da Recepção, o leitor é o elemento fundamental no
processo da leitura. A interpretação que este dará ao texto lido com certeza estará
atrelada à sua experiência de vida e a sua experiência como leitora. Segundo Jauss, para
a Estética da Recepção a relação do leitor com o texto se dá da seguinte maneira:

Assim, para a Estética da Recepção, o leitor e suas experiências de


leitura, sua experiência de mundo, enfim, toda sua relação com o
texto escrito servirão como base para se repensar o fenômeno
literário e a história da literatura, pois “a historicidade da literatura não
repousa numa conexão de “fatos literários” , mas no experimentar
dinâmico da obra literária por parte de seus leitores”. (JAUSS, 1994,
p. 24).

Neste sentido, o autor entende que sua obra é um objeto variável, a qual o leitor e
observador darão uma feição não apenas dinâmica, viva, mas também responsável por
seu caráter de transformação, mudando-a de acordo com o tempo, com o espaço e com
as diferentes leituras , dando-lhe um jeito sempre renovado.
De forma que: “o significado da obra literária é apreensível não pela análise isolada
da obra, nem pela relação da obra com a realidade, mas tão só pela análise do processo
de recepção, em que a obra se expõe, [...] na multiplicidade de seus aspectos.”
(STIERLE, 1979, p. 134). A teoria da recepção, assim se efetiva como uma teoria dos
pontos de vista relevantes da recepção e de história.
Na perspectiva da Estética da Recepção “a obra é um cruzamento de apreensões
que se fizeram e se fazem dela nos vários contextos históricos em que ela ocorreu e no
que agora é estudada” (BORDINI e AGUIAR, 1993, p.81). A literatura, fechada e
definitiva que é um simples objeto escrito, ao entrar em contato com o leitor abre-se para
um mundo histórico extra texto, dialogando com a memória de outros textos.
Assim para que o aluno cresça em termos da expansão de seu horizonte de
expectativas, primeiramente, ele deve se disponibilizar a aceitar o contato com novas
leituras. E para isso, é muito importante que conheça determinados conceitos, como:

Receptividade, disponibilidade de aceitação do novo, do diferente, do


inusitado; concretização, atualização das potencialidades do texto em
termos de vivência imaginativa; ruptura, ação ocasionada pelo
distanciamento crítico de seu próprio horizonte cultural, diante das
propostas novas que obra suscita; questionamento, revisão de usos,
necessidades, interesses, idéias, comportamentos; assimilação,
percepção e adoção de novos sentidos integrados ao universo
vivencial do indivíduo. (BORDINI e AGUIAR,1993, p. 88).

O processo receptivo de leitura engloba a participação ativa e criativa do leitor, sem


modificar a autonomia textual. Quanto maior for a distância entre os horizontes de
expectativas do texto e do leitor, mais o texto servirá para trazer o novo a esse leitor.

A experiência estética não se inicia pela compreensão e interpretação do


significado de uma obra; menos ainda, pela reconstrução da intenção de seu autor. A
experiência primária de uma obra de arte realiza-se na sintonia com [...] seu efeito
estético, i.e., na compreensão fruidora e na fruição compreen-siva. (JAUSS, 1979, p. 46).

Deve-se valorizar o saber que o aluno traz, como resultado de suas vivências, de
suas visões de mundo e instrumentalizá-lo de várias leituras que vão transpor seu saber
comum, numa linguagem mais bem elaborada e convencionada nas diferentes esferas
sociais para poderem interagir com esses discursos.
Um texto pode ter várias interpretações, mas não está aberto a qualquer
interpretação, ele é cheio de pistas/estruturas de apelo, as quais levam o leitor a uma
leitura coerente. Pode também trazer lacunas, vazios que o leitor preencherá conforme
seu conhecimento de mundo, as experiências vividas, as ideologias, crenças, valores que
carrega consiga.
Segundo Liliane Soares Ferreira, 2001, p. 108, interpretar é um processo gradual.
Interpreta-se conforme se consegue perceber as ideias que alicerçam o que é lido, tanto
principais, como secundárias. Interpretar implica identificar ideias essenciais e ideias
irrelevantes.
O livro didático, uma das ferramentas mais utilizadas pelo professor de Língua
Portuguesa, nem sempre leva o aluno a ser um leitor crítico, pois não promove o estudo
da língua por meio de uma perspectiva textual-discursiva, pois o aluno deveria tornar-se
apto a compreender e a interpretar diversos gêneros/tipos de textos, através do trabalho
com diversas estratégias de leitura.
O educador e escritor Rubem Alves comenta:

Na vida estamos envolvidos o tempo todo em interpretar. Um amigo


diz uma coisa que a gente não entende. A gente diz logo: "O que é que
você quer dizer com isso?”Aí ele diz de uma outra forma, e a gente”.
entende. E a interpretação, todo mundo sabe disso, é aquilo que se
deve fazer com os textos que se lê. Para que sejam compreendidos.
Razão por que os materiais escolares estão cheios de testes de
compreensão. Interpretar é compreender. (ALVES, 2004, p.23)

Ângela Kleiman afirma:

A prática de sala de aula, não apenas de aula de leitura , não propicia a interação entre
professor e aluno. Em vez de um discurso que é construído conjuntamente por professor
e alunos, temos primeiro uma leitura silenciosa, ou em voz alta do texto, e depois, uma
série de pontos a serem discutidos , por meio de perguntas sobre o texto, que não levam
em conta se o aluno de fato o compreendeu. Trata-se, na maioria dos casos, de um
monólogo do professor para os alunos escutarem. Nesse monólogo o professor
tipicamente transmite para os alunos uma versão que passa a ser a versão autorizada
do texto.( ÂNGELA KLEIMAN,1992, p.24,)

Pode-se dizer que precisa haver uma interação do aluno com o texto, pois só assim
ele o compreenderá. Cabe aos professores de Língua Portuguesa levarem os alunos a
refletirem sobre o texto através de conversas que iluminarão os pontos obscuros quando
se constrói em conjunto essa compreensão.
Esta proposta de trabalho tem com objetivo trabalhar com estratégias de
interpretação de textos, possibilitando uma formação crítica do leitor, atuante, construtor
de múltiplos significados.
Sabe-se que muitas vezes é na escola o único local onde o aluno tem a
oportunidade de entrar em contato com os diferentes gêneros discursivos. Então é
responsabilidade do professor de Língua Portuguesa mostrar a gama de textos que
circulam na sociedade. É também responsabilidade desse mesmo professor criar a
oportunidade de o aluno interagir com o texto. Souza (1999) comprova esta perspectiva,
ao afirmar que:

A escola é um espaço privilegiado de formação de leitores, é imprescindível que ela


ofereça diversidade de autores e textos. Na maioria dos casos, é na escola que a criança
tem seu primeiro encontro com a literatura infanto-juvenil. Apesar de todos os problemas
funcionais e estruturais, é na escola que a maioria das crianças aprende a ler. Muitas
têm no ambiente escolar, o primeiro (e, às vezes, o único) contato com a literatura.
(SOUZA, 1999, p. 63).

É imprescindível que o docente de Língua Portuguesa, leve ao aluno/leitor textos


realmente significativos para sua idade/série. A biblioteca deve se tornar um lugar de
contínuo acesso na escola para a busca de leituras e pesquisas. É também tarefa do
professor e da escola incentivar os alunos a lerem, pesquisarem e assim ampliarem seus
horizontes. Como o professor é o conhecedor do acervo bibliográfico de sua escola,
deverá orientar aos alunos que façam leituras relevantes, oportunizando a construção de
leitores que saibam interagir com os diversos textos.
Segundo Vargas, 2000, a educação no Brasil tem formado apenas ledores e não
leitores, para a autora, a diferença entre ledor e leitor é:

Na qualidade de decodificação, no modo de sentir e de perceber o que


está escrito. O leitor diferentemente do ledor, compreende o texto na
sua relação dialética com o contexto, na sua relação de interação com
a forma. O leitor adquire através da observação mais detida, da com-
preensão mais eficaz, uma percepção mais crítica do que é lido, isto é,
chega à política do texto. A compreensão social da leitura da-se na me-
dida dessa percepção. Pois bem, na medida em que ajudo o meu leitor,
meu aluno, a perceber que a leitura é fonte de conhecimento e de do-
mínio real, ajudo-o aperceber o prazer que existe na decodificação
aprofundada do texto. (VARGAS, 2000, p. 7-8)

Nas escolas o trabalho com interpretação é norteado pelos gêneros textuais,


material de trabalho necessário e inesgotável, porém o que percebe-se é que em muitas
salas de aula, o texto torna-se apenas um pretexto para o ensino gramatical, não sendo
explorado em seus múltiplos sentidos.Sobre esse problema Kleiman,2004 afirma que:

Se o aluno é capaz de decodificar o texto escrito, se ele é capaz de


utilizar a informação sintática do texto na leitura, e se, ademais, ele
já completou a aquisição da língua materna, as dificuldades que ele
revela na compreensão do texto escrito são decorrentes de estratégias
inadequadas de leitura. A prática mencionada, a utilização do texto
como pretexto na aula de gramática, certamente contribui para a for-
mação de estratégias de leitura inadequadas, pela ênfase que coloca
nos aspectos sequenciais e distribucionais dos elementos linguísticos
do texto, justamente aqueles elementos que não são constitutivos do
do texto enquanto unidade de significação.( KLEIMAN, 2004, P.56)

Segundo as DCEs (PARANÁ, 2008, p. 50), “a escola precisa ser um espaço que
promova, por meio de uma gama de textos com diferentes funções sociais, o letramento
do aluno, para que ele se envolva nas práticas de uso da língua.”
Neste trabalho propõe-se então, ao professor de Língua Portuguesa, trabalhar
várias estratégias de interpretação de textos, para que os alunos sejam capazes de ler,
compreender os gêneros fábulas e mitos, tornando-se um leitor que consiga perceber as
sutilezas em um texto ultrapassando a compreensão, sentido da língua e chegando a
interpretação que é a produção de sentidos.

A FÁBULA
A fábula é um gênero narrativo muito antigo, que sempre manteve sua importância
através dos tempos. No mundo ocidental, Esopo, escravo grego que viveu no século VI
a.C. tornou-se um fabulista muito conhecido, criando narrativas curtas, protagonizadas
principalmente por animais, com o intuito de mostrar verdades e, assim, fazer críticas a
pessoas e acontecimentos de seu tempo. Depois de Esopo, outro fabulista famoso foi
Fedro, escravo romano do imperador Augusto e que recriou as fábulas de Esopo,
adaptando-as para a realidade da época em que viveu o século I d.C.
Narrativa curta, em versos ou em prosa, a fábula traz como marca importante,
principalmente para esses dois fabulistas, a presença da moralidade, que poderá vir no
início ou no final da narrativa (embora, às vezes, apareça tanto no início como no final).
Essa moralidade encerra uma verdade, que é de conhecimento de uma coletividade, e
que o fabulista irá trabalhar, construindo uma estrutura, em geral, assim corporificada:
1) Situação inicial: o narrador apresenta as personagens, focalizando-as no momento
em que ocorrem os fatos. As indicações de tempo e de espaço restringem- se ao
estritamente necessário, como a indicação de um córrego, onde ucordeiro está a beber
água (O lobo e o cordeiro), ou a de uma árvore, em que um corvo está empoleirado (O
corvo e a raposa).
2) Ação: uma das personagens dá início à ação, lançando um questionamento à outra
(pode ser solicitando ajuda, fazendo uma provocação, desdenhando o
oponente, entre outras possibilidades).
3) Reação: a outra personagem responde ao questionamento, concordando ou
não com o solicitado. Nesse diálogo, as personagens não dizem o que querem
de forma clara, usam o subentendido, dizem uma coisa querendo dizer outra,
são muito astutas ou impõem o poder da força bruta, como na fábula O lobo e
o cordeiro. A sequência de ação e de reação poderá ser breve ou se prolongar,
esgotando os recursos de persuasão das personagens.
4) Situação final: é a representação do resultado consequente à série de ação e
reação das personagens. É quando ocorre a confirmação da verdade proposta
pela fábula, momento em que o narrador enfatiza o ensinamento, a lição de
vida que a fábula busca transmitir.
As fábulas de La Fontaine
No século XVII da era cristã, La Fontaine retoma, na França, as fábulas do grego
Esopo (540 a.C.) e do romano Fedro (10 a.C. a 69 d.C.). O autor publicou 12 livros de
fábulas, centralizando os eventos em personagens, em geral animais antropomorfizados,
havendo, entretanto, narrativas protagonizadas por seres humanos, vegetais, seres
inanimados e, também, por divindades que se associam na representação de situações
que refletem ações próprias do convívio humano.
Segundo Portela (1983, p. 133-137), a atribuição de comportamentos, qualidades e
características destinadas aos animais não se fundamenta em conhecimentos científicos,
mas sim na observação popular. E, por isso mesmo, a associação entre o comportamento
do homem e o do animal não tem validade absoluta, apresentando variações pertinentes
à mesma época ou há tempos distantes. Portela cita, como exemplo, o lobo que ora
representa a prepotência (O lobo e o cordeiro), ora a ingratidão humana (O lobo e o grou),
ora a ânsia de liberdade (O lobo e o cão) e, ainda, a “grossura e sandice” quando divide a
cena com a raposa.
Em La Fontaine, há uma variedade significativa do mundo animal representado
nas fábulas.
Em sua grande maioria, as fábulas centralizam-se em animais, em geral em
número de dois, que se opõem pela presença e/ou ausência de determinadas qualidades
e/ou defeitos (força física, astúcia, ingenuidade, autoridade, etc.). Entretanto, há fábulas
que põem em destaque o próprio homem, como ocorre Na fábula A galinha dos ovos de
ouro.
As fábulas de Monteiro Lobato
Se La Fontaine foi um grande fabulista na França do final do séc. XVII, no Brasil
esse mérito coube a Monteiro Lobato (1882-1948), que recriou as fábulas,
especificamente as de Esopo e de La Fontaine, publicando-as a partir de 1922. É bom
lembrar que Lobato foi o grande inovador na literatura infantil brasileira. Em 1920, com a
publicação de A menina de narizinho arrebitado, trouxe novos ares à literatura, dando
início à saga do Sítio do Pica-pau Amarelo, criando obras, entre 1920 a 1944, que o
imortalizaram.
Levado para a sala de aula, esse gênero narrativo será enriquecedor se o
professor, à moda de Lobato, abrir a possibilidade de discussão das “verdades” contidas
nas fábulas.
Dessa forma, estará propiciando aos alunos o exercício da reflexão e,
consequentemente, o aprimoramento da leitura crítica. Uma atividade que poderá ser
desenvolvida, dinamizando o entendimento do que é uma fábula, é a recolha de
“verdades” que existem, hoje, na comunidade em que as crianças vivem, ou, em sentido
mais amplo, na comunidade universal.

Implementação passo a passo


1 O porquê precisamos melhorar a interpretação de texto?

Os alunos dos 6ºs anos serão levados ao laboratório de informática para fazerem
uma leitura da Prova Brasil de 2011 e analisarem os resultados obtidos pelos 5ºs anos
das escolas do município de Corbélia, para perceberem como o nível de interpretação na
prova está deixando a desejar. Conscientizando-os de que precisam melhorar sua neste
aspecto, entendendo assim a importância do projeto e da participação de cada um para
uma melhoria do ensino-aprendizagem, principalmente no que diz respeito à interpretação
de textos. Conversar com a turma sobre o que acharam da avaliação e de seus
resultados.
Utilizando o Multimídia, passar alguns slides sobre dicas para conseguir interpretar
um texto do site www.analisedetextos.com.br/10-dicas-para-interpretar-textos
acessado em 15/11/2013.

Dicas para quando você interpretar um texto:

1. O autor escreveu com uma intenção - tentar descobrir qual é ela é a


chave.
2. Leia todo o texto uma primeira vez de forma despreocupada - assim
você verá apenas os aspectos superficiais primeiro
3. Na segunda leitura observe os detalhes, visualize em sua mente o
cenário, os personagens - Quanto mais real for a leitura na sua mente, mais fácil
será para interpretar o texto.
4. Duvide do (a) autor (a) - Leia as entrelinhas, perceba o que o(a) autor(a) te
diz sem escrever no texto.
5. Não tenha medo de opinar - Já vi em sala de aula muitos alunos terem
medo de dizer o que achavam e a resposta estaria correta se tivessem dito.
6. Visualize vários caminhos, várias opções e interpretações - Só não viaje
muito na interpretação. Veja os caminhos apontados pela escrita do(a) autor(a).
Apegue-se aos caminhos que lhe são mostrados.
7. Identifique as características físicas e psicológicas dos personagens -
Se um determinado personagem tem como característica ser mentiroso, por
exemplo, o que ele diz no texto poderá ser mentira não é mesmo? Analisar e
identificar os personagens são pontos necessários para uma boa interpretação de
texto.
8. Observe a linguagem, o tempo e espaço - A sequência dos
acontecimentos, o feedback, conta muito na hora de interpretar.
9. Analise os acontecimentos de acordo com a época do texto - É
importante que você saiba ou pesquise sobre a época narrada no texto, assim,
certas contradições ou estranhamentos vistos por você podem ser apenas a cultura
da época sendo demonstrada.
10. Leia quantas vezes achar que deve - Não entendeu? Leia de novo.
Nem todo dia estamos concentrados e a rapidez na leitura vem com o hábito.
Bem, não digo que seguindo essas dicas você agora interpretará todo texto que ler, mas
já é um caminho.
E, lembre-se: o hábito da leitura auxilia automaticamente a sua maneira de
interpretar.

2 Manuseando o Gênero
Iniciar com uma sondagem do conhecimento prévio dos alunos a respeito do
gênero textual fábula e, assim, antecipar possíveis dificuldades enfrentadas no decorrer
das atividades que serão desenvolvidas para a compreensão dos textos. Dialogar com a
turma a respeito do gênero fábula, com os seguintes questionamentos que serão
registrados no quadro-de-giz.

 Você conhece algum fabulista brasileiro?


 Qual a fábula que você leu e mais gostou? Por quê?
 Você lembra qual foi o autor? O que você sabe sobre ele?
 Qual conhecimento popular o fabulista observou para escrevê-la?

Depois deste diálogo com a turma, os alunos serão divididos em grupos.


Cada grupo escolherá entre as fábulas relatadas pelos outros grupos, a que mais
gostou, fazendo o registro da escolhida no papel. Depois que os alunos
estiverem com os registros prontos, o professor provocará outra interação entre eles,
a respeito das fábulas, registrando-as no quadro-de-giz.

 Você já leu fábulas?


 O que te chama mais atenção na fábula, a história ou a moral?
 Qual a importância da moral na fábula?
 O que mais você acha importante observar nas fábulas?

Levar para sala de aula, várias fábulas, pedir que façam leitura.
A seguir Pedir que contem para o colega a fábula que leu.
Estudar as características do gênero proposto.
Propor aos alunos que ampliem suas leituras a respeito do gênero,
incentivando, questionando e dando informações sobre autores e obras, levando-os para
o laboratório de informática para lá pesquisarem mais fábulas.
O professor fará a verificação do que a turma já sabe sobre o gênero que
será estudado.
Predições, perguntas, comentários, fazendo com que os alunos interajam com o
texto, articulando seus conhecimentos de mundo com as informações presentes no texto,
reconhecendo fatores fundamentais da textualidade e as marcas linguísticas que a
estabelecem.

3 Oficinas

Realizações de oficinas de leitura, e interpretação de alguns mitos e fábulas. A


partir da leitura dos textos selecionados, os alunos deverão fazer leituras,
questionamentos, inferências, reconhecendo estruturas, dando significado a elas, partindo
de algumas pistas, do conhecimento sobre o assunto, o autor, a época em que ele
escreveu para chegarem a entenderem realmente o que leram.
.

Análise dos textos:

O sapo e o Boi

O sapo coaxava ao lado do rio quando viu um boi se aproximar para beber água.
Cheio de inveja o sapo disse para os amigos:
- Duvidam que fico do tamanho desse animal?
- Duvido! - respondeu o pato.
Leia o texto na íntegra no site: http://professoracidaimperiano.blogspot.com.br
Conversando sobre o texto
1) Que tipo de pessoas o boi e o sapo representam nessa fábula? O que você pensa
sobre elas?
2) Em sua opinião, para que o sapo se tornasse elegante, era necessário que se
transformasse em boi? Por quê?
Extrapolando o texto
1) O que você pensa sobre as pessoas que vivem insatisfeitas consigo mesmas? O que
lhes diria?
2) Você está feliz com sua aparência e seu jeito de ser? Esclareça sua resposta.
3) Se você pudesse ser outra pessoa, quem você gostaria de ser? Por quê?
4) Como na fábula “O sapo e o boi”, nas redes sociais, como no Facebook ou Instagran
muitas pessoas têm comportamentos análogos ao do sapo, ou seja, demonstram inveja e
querem ser o que não são. O que você acha que pode acontecer com quem tem esse tipo
de atitude?

O LOBO E O CORDEIRO

Certa vez, um lobo estava bebendo água num riacho. Um cordeirinho chegou e
também começou a beber, um pouco mais para baixo.
O lobo arreganhou os dentes e disse ao cordeiro:
Veja o texto na íntegra no site: http://peregrinacultural.wordpress.com/2012/04/05/fabula-
o-lobo-e-o-cordeiro-texto-de-monteiro-lobato/

Construindo o sentido do texto

1) Na fábula lida, que personagem representa:


 a fragilidade física, a mansidão?
 a força física?
 a inteligência?
 a brutalidade?
 a capacidade de raciocinar e argumentar logicamente?
 o comportamento de quem se sente “dono do mundo”?
 a humanidade?
 a arrogância?
 a mentira e a injustiça?

2) Na fábula “O lobo e o cordeiro”, ambos representam comportamentos tipicamente


humanos. Talvez haja muito mais “lobos” do que “cordeiros” por aí..., Que modo de agir
dos seres humanos é semelhante ao modo de agir do lobo e do cordeiro na fábula?

3) O enredo da narrativa é o encadeamento dos fatos. Relacione as colunas identificando


as partes do enredo.
(a) Situação inicial ( )O momento em que o lobo sangra o cordeiro
. porque nem sempre quem tem razão leva a melhor.
(b) Ação ( ) A chegada no lobo no córrego,o diálogo deles.
( c) Reação ( ) O cordeiro vai beber água num córrego
( d) Situação final ( ) As acusações feitas pelo lobo ao cordeiro.

O CARACOL E A PITANGA

Há dois dias o caracol galgava lentamente o tronco da pitangueira, subindo e parando e


subindo. Veja o texto na íntegra no site: http://eticaatravesdasfabulas.blogspot.com.br
ENTENDENDO O TEXTO

1) Quem são os personagens dessa história?

2) Diga quem é o protagonista e o antagonista?

3) A formiga-maluca é descrita de que maneira?

4) O caracol é descrito de que maneira?

5) A formiga, quando mandou o caracol voltar, teve qual intenção?


A) ( ) ser amável e fazer um favor ao caracol.
B) ( ) ser sincera, apesar de ser maluca.
C) ( ) ser irônica, ridicularizando a lerdeza do caracol.
D) ( ) ser a primeira lá em baixo.
E) ( ) n.d.a.

6) Qual é o provérbio que melhor resume a história?

a) ( ) Segues a formiga se quiseres viver sem fadiga.


b) ( ) Com bom sol se estende o caracol.
c) ( ) A fruta proibida é a mais gostosa.
d) ( ) Caminho começado é meio caminho andado.
e) ( ) N.D.A.

7) Há um outro ditado popular que resumiria a ideia de “O caracol e a pitanga”, como


“devagar se vai ao longe”, tente explicar com suas palavras o que significa essa ideia.

A cigarra e a formiga

Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar
suas reservas de comida. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado molhados.
De repente aparece uma cigarra:
- Por favor, formiguinhas me dêem um pouco de comida!

Veja o texto na íntegra no site http://asfabulasdeesopo.blogspot.com.br/2009/04/cigarra-e-


formiga.html

Assistir ao vídeo A Cigarra e a Formiga do Youtube:


http://www.youtube.com/watch?v=IezC65lMZKY acesso em 15/11/2013 ás 18h.

01. De acordo com o texto, por que a cigarra não possuía provisão na despensa?
a) Porque passou o verão comendo
b) Porque passou o verão cantando
c) Porque passou o verão bebendo
d) Por que tudo estragou durante o verão

02. Qual a solução encontrada pela cigarra para resolver seu problema?
a) Saiu em busca de trabalho
b) Mendigou pelos arredores
c) Pediu ajuda a alguém próximo a ela
d) Aproveitou para fazer uma dieta

03. As fábulas têm o propósito de passar ensinamentos. A partir do ponto de vista da


formiga, qual ditado popular melhor representaria a moral (o ensinamento) dessa fábula?
a) Primeiro o dever, depois o prazer.
b) Nem tudo que reluz é ouro.
c) Quem sai na chuva é pra se molhar.
d) quem com ferro fere, com ferro será ferido.

04. Observando a situação da cigarra, que ditado popular melhor representaria o


ensinamento da fábula?
a) Nunca troque o certo pelo duvidoso.
b) Casa de ferreiro espeto de pau.
c) Pobre de quem pede ajuda a quem só sabe fazer o mal.
d) Filho de peixe, peixinho é.

05. Chamamos de ironia o modo de expressão que consiste em dizer o contrário do que
realmente se pensa, com a intenção de ridicularizar. Assim, em qual dos trechos podemos
perceber que a personagem utilizou a ironia na fala?
a) “Antes de agosto chegar [...] pago com juros...”
b) “Eu cantava, sim Senhora, noite e dia...”
c) "Que fizeste até outro dia?"
d) " Bom... Se você passou o verão todo cantando, que tal passar o inverno dançando?!

06. Dependendo do contexto em que as palavras encontram-se, elas podem ter outros
significados. Em qual frase a palavra dança foi utilizada com o mesmo sentido do texto?
a) Mariana aprendeu uma nova dança.
b) Se não estudar ela dança na prova.
c) Ele dança sem vontade.
d) Faltam dois minutos para a dança acabar.

07. Pelo que lemos na fábula, qual qualidade poderia ser atribuída à formiga?
a) mesquinha
b) generosa
c) solidária
d) impaciente

08. Qual versão da fábula “A Cigarra e a Formiga” você gostou mais? Por quê?

O GÊNERO FÁBULA

Com certeza você já leu e ouviu muitas fábulas. Em grupos, tentem lembrar agora de uma
delas, preenchendo a tabela abaixo:

TÍTULO:
PERSONAGENS ENREDO (RESUMO)

2) Narre a fábula relembrada para a turma. Conversem sobre elas: são realmente
fábulas? Por quê?

3) Tente definir, com as informações discutidas pela sala, o gênero FÁBULA.

4) Você já percebeu que uma fábula não é uma narrativa qualquer. Ela tem um jeito bem
próprio de ser escrita. A seguir, você terá trechos de textos diversos. Procure localizar os
que são de fábulas, marcando-os com X.
( ) Um roubo espetacular. Nenhum vidro quebrado, trancas e cadeados inviolados,
silêncio absoluto na madrugada.
( ) Olá! Meu nome é Carolina, tenho 10 anos e sou fã n° 1 do JUSTIN BIEBER...
( ) Um corvo, tendo roubado um pedaço de carne, pousou sobre uma árvore. Uma
raposa o viu e...
( ) O ataque de um cão pit bull quase matou um menino de seis anos em Porto Alegre
ontem...
( ) Um camundongo tinha medo de um gato que o espreitava todos os dias. Sábio e
prudente foi consultar o rato vizinho.
( ) Foi comemorado o casamento do príncipe e da princesa com muito luxo e alegria, e
eles viveram juntos felizes para sempre.

5) Nas fábulas, algumas características aparecem repetidas frequentemente,


determinando uma organização e um estilo próprios para esse gênero. Circule as letras
que correspondam às características desse tipo de texto:

a. Inicia-se sempre com era uma vez;


b. São pequenas histórias em que predominam os animais como personagens;
c. Propõe a solução de enigmas, crimes ou mistérios;
d. Os animais agem como se fossem pessoas: falam, cometem erros, são sábios ou tolos,
bons ou maus;
e. Iniciam-se com um local, data e vocativo. Finalizam-se com saudação de despedida;
f. O herói ou heroína sempre se sai bem no final;
g. É comum aparecer diálogos entre animais;
h. Presença de seres ou objetos mágicos;
i. Essas histórias terminam com uma moral, um ensinamento;
j. São oferecidas pistas que podem ajudar a solucionar um enigma;
k. Há uma comparação nas fábulas entre animais e qualidades ou defeitos próprios dos
seres humanos.
l. As histórias se passam em castelos, com príncipes, bruxas e fadas.
m. São narrativas curtas que tratam de certas atitudes humanas como a disputa entre
fortes e fracos, a esperteza e a lerdeza, a ganância e a bondade, a gratidão e a avareza.

TEXTO INFORMATIVO:
Você sabe de onde vêm as fábulas?

As fábulas não são textos que nasceram por acaso, sem nenhuma intenção, são
criações muito antigas, contadas às pessoas para transmitir-lhes ensinamentos,
orientando-as a como melhor pensarem e se comportarem na época e na sociedade em
que viviam.
Veja o texto na íntegra no site: http://queromaiseducacao.blogspot.com.br
In: Sete faces da fábula. Org. Márcia Kupstas,1. ed. São Paulo, Moderna, 1992.

Questões:
a. Como já mencionamos, as fábulas são textos bastante antigos e não eram escritos
para crianças. Antigamente, para quem eram contadas e para que serviam?
b. Que tipo de assunto, geralmente, é narrado nas fábulas?
c. À princípio, no tempo dos primeiros fabulistas (criadores de fábulas), nem tudo era
registrado por escrito. De que forma, então, eram transmitidas essas histórias, em que
locais costumavam ser contadas e como permaneceram vivas até hoje?
d. Nos dias atuais se quisermos ler fábulas, em que tipo de material elas aparecem
escritas e em quais locais podem ser encontradas?
e. Ainda hoje as fábulas encantam e divertem. Você acha que elas estão ultrapassadas
ou têm algo a dizer nos dias atuais? O quê? A quem?

PRODUÇÃO TEXTUAL

Finalmente chegou a hora de escrever uma fábula...

Dicas para a produção

Como você aprendeu, a fábula é uma pequena narrativa, cujas personagens são
geralmente animais que pensam, falam e agem como se fossem seres humanos. A fábula
encerra uma lição de moral, ensinamentos que chamam a atenção para o nosso modo de
agir e de pensar.
Além disso, apresenta forma concisa, personagens simples, diálogos curtos, quase
ausência de descrições. O narrador é sempre um observador que não participa da
história. As personagens caracterizam-se por um único traço: o cordeiro é ingênuo; a
raposa esperta; o pavão vaidoso. Isso torna mais fácil identificá-los com o ser humano.
Certamente seu repertório de fábulas aumentou muito no decorrer desse projeto,
além das fábulas lidas e estudadas aqui, você pesquisou e compartilhou com sua turma
tantas outras, enriquecendo, assim, seu acervo relativo a esse gênero.
Escolha, então, uma fábula conhecida, criando uma nova versão para ela,
modernizando-a.
Ao escrever, primeiramente, seu rascunho, preste atenção nas dicas a seguir que
farão de seu texto um bom texto:
 Lembre-se de que o narrador somente conta os fatos sem participar diretamente
deles (narrador observador);
 Procure usar personagens que representem atitudes e comportamentos que
melhor condizem com as pessoas que serão retratadas na fábula;
 Seja conciso, não abuse das descrições, reúna informações em um texto breve.
Evite repetições de palavras, use bem o recurso da pontuação;
 Faça diálogos, marcando as falas das personagens com aspas ou com travessão;
 Escreva a moral da história de modo explicativo ou utilizando um provérbio;
 Dê um título.

Correção do texto

Feitas todas as observações acima necessárias, procure, ainda, trocar de trabalho


com alguns colegas. Dessa forma, seu texto será corrigido por você e por outros
revisores, diminuindo qualquer possibilidade de inadequações. Após esse trabalho, a
professora fará a averiguação final, destacando as contribuições que forem precisas.

O gênero mito
O que é Mito:

Mitos são narrativas de caráter popular ou religioso que têm por objetivo a
explicação de fatos e fenômenos para os quais não há uma explicação lógica. Expressam
o modo como o homem vê o mundo e a realidade, de acordo com determinada cultura.
Na mitologia grega, os heróis eram semi-deuses – filhos de deuses com seres humanos –
, isto é, estavam numa posição intermediária entre os homens e os deuses gregos.
Embora possuíssem poderes especiais superiores aos dos humanos, como força,
inteligência, velocidade, eram mortais.
Um dos objetivos do mito era transmitir conhecimento e explicar fatos que a ciência
ainda não havia explicado, através de rituais em cerimônias, danças, sacrifícios e
orações.

Mitos e Mitologia

Na Grécia Antiga, os sentidos primordiais da palavra mythos eram os de palavra


ou discurso. Na literatura grega, mythos surge com o sentido de história ou narrativa a
transmitir através da palavra.Os aspectos que caracterizam o mito na Antiguidade
Clássica grega são o fato de este ser uma narrativa anônima, fabulosa, de aceitação
coletiva e com localização num tempo indeterminado. Enquanto narrativa, o mito é uma
história que se conta relativa a acontecimentos e personagens do passado. O seu autor
não é identificado. Enquanto narrativa de autor anônimo, o mito é produto de um
patrimônio cultural coletivo. É uma narrativa fabulosa, na qual há a intervenção de
construções imaginárias. O seu tema pertence pois ao fundo lendário, étnico e imaginário
de uma determinada cultura, tem por base uma tradição popular que se perde na origem
do tempo. Cole explicação de fatos e fenômenos para os quais não há uma explicação
lógica. Expressam o modo como coletivamente aceite, o mito acaba muitas vezes por ser
integrado no sistema religioso.As personagens dos mitos são seres
extraordinários: deuses e heróis. Os deuses são imortais. Os heróis são, ou semi-deuses,
ou filhos de mortais e de divindades, ou mortais filhos de mortais que, pelos seus feitos,
merecem ultrapassar a dimensão humana.

TIPOS DE MITOS

Mito teogónico - relata o nascimento dos deuses, as suas genealogias e parentescos;

Mito teológico – descreve as suas histórias, casamentos, afectos e relações;


Mito cosmogónico – debruça-se sobre a criação e o ordenamento do mundo e dos seus
elementos. De destacar a quase universalidade deste tipo de mitos, reflexo da
preocupação do homem em relação às suas origens e da tentativa de ordenar e
compreender, de um modo natural e evolutivo, o universo exterior e envolvente;

Mito antropogónico - narra a criação do homem;

Mito antropológico – prolonga o anterior, descrevendo as características e o


desenvolvimento do género humano;

Mito heroico – narra as atividades dos heróis que (tal como Prometeu) melhoraram as
condições do homem;

Mito etiológico – explica a origem das pessoas, dos animais, dos lugares e das coisas;
pesquisa as causas por que se constituíram as tradições, procurando encontrar episódios
que justifiquem ao nomes (tendo um nome cuja origem desconhecemos, inventa-se uma
história que o explique; uma vez assimilada e aceite, esta pode converter-se num mito);

Mito naturalista – justifica, miticamente, os fenómenos naturais, telúricos, astrais e


atmosféricos (como o homem não conseguia explicar o relâmpago e o trovão, inventou
um deus – Zeus – que era o senhor do raio e do trovão);

Mito moral – relata as lutas entre o Bem e o Mal, entre anjos e demônios, entre forças ou
elementos contrários, procurando retirar uma conclusão moral e esclarecedora;

Mito escatológico – faz uma antevisão do futuro, do homem após a morte, do fim do
mundo;

Mito soteriológico – apresenta o universo da iniciação e dos mistérios, dos rituais, dos
percursos purificadores.

Os mitos agrupam-se e constituem-se em mitologias. Entende-se por mitologia um


conjunto mais ou menos organizado de mitos de um país ou região, de um povo ou de
uma cultura. Mitos, por sua vez, são narrativas utilizadas pelos povos antigos para
explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza que não eram compreendidos por
eles. Os mitos se utilizam de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e
heróis. Todos estes componentes são misturados a fatos reais, características humanas e
pessoas que realmente existiram. Um dos objetivos do mito é transmitir conhecimento e
explicar fatos que a ciência ainda não havia explicado.
Características de um mito:

- Tem caráter explicativo ou simbólico.

- Relaciona-se com uma data ou com uma religião.

- Procura explicar as origens do mundo e do homem por meio de personagens


sobrenaturais como deuses ou semi-deuses.

- Ao contrário da explicação filosófica, que se utiliza da argumentação lógica para explicar


a realidade, o mito explica a realidade através de suas histórias sagradas, que não
possuem nenhum tipo de embasamento para serem aceitas como verdades.

- Alguns acontecimentos históricos podem se tornar mitos, desde que as pessoas de


determinada cultura agreguem uma simbologia que tornem o fato relevante para as suas
vidas.

- Todas as culturas possuem seus mitos. Alguns assuntos, como a criação do mundo, são
bases para vários mitos diferentes.

Conhecendo o Gênero mito


Atividade 1
Para apresentar o tema – mito – aos alunos, questionar-lhes sobre:

1. Você já ouviu falar em mitologia, mito, heróis mitológicos?


2. Você conhece alguma história da mitologia grega?
3. Você já assistiu a algum filme baseado em história da mitologia grega? Qual?

Iniciar o gênero mito, passando na TVpendrive o vídeo; Mitos- aula sobre tipo de
texto do yotube, para irem familiarizando-se com o gênero e também conhecerem o mito
Pandora.
O vídeo está no site: http://www.youtube.com/watch?v=6qSmIGtuhLo

Atividade 2
Levar os alunos ao laboratório de informática para assistirem aos vídeos seguintes
sobre mitologia grega:
1. Mitologia – A criação do universo
Disponível no site:
http://www.youtube.com/watch?v=zCRXCEELxkk&feature=related

2. Seres mitológicos
Disponível no site:
http://www.youtube.com/watch?v=8iytSZM0spc&feature=related

3. Mitologia grega
Disponível no site:
http://www.youtube.com/watch?v=NzGzjqb2p5c&feature=related

Atividade 3
Após a apresentação do vídeo, em dupla, os alunos deverão realizar uma pesquisa nos
sites disponibilizados abaixo, seguindo o roteiro seguinte:
 Mitologia grega, mitos: conceito.
 Mito e história nas sociedades antigas e modernas.
 Concepções sobre origem do mundo a partir de mitos de diversos povos.
 Importância das narrativas mitológicas para preservação da história-memória dos
povos.
Disponíveis nos sites:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega
http://www.brasilescola.com/mitologia/mitologia-grega.htm
http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u33.jhtm

Atividade 4
Na TVpendrive passar o vídeo Minotauro, para conhecerem a figura mitológica.
Reproduzir (copiar) para os alunos o texto – Teseu e o Minotauro - para leitura e
análise
Teseu e o Minotauro

Teseu era um grande herói de Atenas.


Sabe-se que era filho de Etra, mas o seu pai pode ser Egeu ou Poseidon, pois Etra
gozou na mesma noite da companhia de ambos. Egeo disse nessa mesma noite a Etra
que se nascesse algum filho daquela relação não lhe pusesse o seu nome. Deixaria, sob
uma rocha, umas sandálias e uma espada, para que o jovem pudesse saber quem era o
seu pai.
Veja o texto na íntegra no site: http://colimao.blogspot.com.br/2005/10/teseu-e-o-
minotauro.html

Sobre o texto

1. É comum a presença nos mitos de seres sobrenaturais como deuses, divindades,


monstros e seres humanos dotados de poderes especiais. Que ser sobrenatural é
mencionado no texto “ Teseu e o Minotauro”?
2. Como e com a ajuda de quem Teseu venceu o Minotauro?
3. O que significa a expressão “o fio de Ariadne”?
2. Entre as lendas brasileiras, há um ser que se assemelha, na forma, com o Minotauro.
Quem ser é esse?
3. A deusa Afrodite é representada por uma mulher jovem e bela, de cabelos longos, em
pé numa concha aberta sobre as águas. Que seres sobrenaturais do folclore brasileiro
podem ser comparados à deusa Afrodite?
4. Ações heróicas são comuns nos mitos, quase sempre relacionadas aos semideuses
que são dotados de poderes sobrenaturais. Qual feito extraordinário faz de Teseu um
herói?
5. Os mitos representam o meio de se buscar explicações para fatos e fenômenos.
Servem de exemplo a seres de diferentes épocas. Qual lição o mito de Teseu transmite
à humanidade?
6. Os mitos eram transmitidos oralmente, depois foram registrados por escritos por poetas
e prosadores. Observe a linguagem empregada no texto. A linguagem utilizada é formal
ou informal?
7. Como se caracteriza o narrador: observador ou personagem?
8. Conclua: quais são as características do mito?

Atividade 5

Reproduzir (copiar) para os alunos as imagens sobre personagens da mitologia


grega.
Dividir os alunos em grupo de quatro elementos e entregar uma imagem para cada
grupo. No laboratório de informática, os alunos deverão pesquisar sobre o relato
mitológico a que se relaciona a imagem.
Os alunos deverão contar a própria versão da história, para ser apresentada
oralmente para os colegas e professor (a).

Imagens:

Dédalo e Ícaro:

Disponível em:
https://www.google.com.br/search?q=d%C3%A9dalo+e+%C3%ADcaro&newwindow=1&source=lnms&tbm=i
sch&sa=X&ei=EsGbUo_1OpS4kQe4xoCACQ&ved=0CAkQ_AUoAQ&biw=1024&bih=676

Pandora

Disponível em:
https://www.google.com.br/search?q=d%C3%A9dalo+e+%C3%ADcaro&newwindow=1&source=lnms&tbm=i
sch&sa=X&ei=EsGbUo_1OpS4kQe4xoCACQ&ved=0CAkQ_AUoAQ&biw=1024&bih=676

Hércules

Disponível em:
http://www.google.com.br/imgres?newwindow=1&biw=1024&bih=676&tbm=isch&tbnid=0IBlsH7Lnq9UVM:&i
mgrefurl=http://historianovest.blogspot.com/2010/09/hercules-pisou-na-bola-e-pagou-
com.html&docid=HHgzZBG8_WHCwM&imgurl=http://3.bp.blogspot.com/_FK5QjE4gwZc/TI2tJt4tvnI/AAAAA
AAAIyo/89HhcSJYIcQ/s1600/hercules1.jpg&w=313&h=450&ei=QcKbUt7rI4r4kQe9qYDgCQ&zoom=1

Narciso

Disponível em:
https://www.google.com.br/search?newwindow=1&biw=1024&bih=676&tbm=isch&sa=1&q=narciso&oq=nARCISO&gs_l
=img.1.0.0l10.61803.66436.0.68151.14.14.0.0.0.0.272.1386.8j3j2.13.0....0...1c.1.32.img..6.8.699.lQxR78fZnV0#facrc=_
&imgdii=_&imgrc=ic5o6U

Orpheu

Disponível em:
https://www.google.com.br/search?newwindow=1&biw=1024&bih=676&tbm=isch&sa=1&q=orfeu&oq=oRFH
EU&gs_l=img.1.0.0i10i24.2148.33883.0.36792.13.13.0.0.0.0.395.2106.5j2j3j2.12.0....0...1c.1.32.img..2.11.1
855.EsG8MvVrzIk

Medusa

Disponível em:
https://www.google.com.br/search?newwindow=1&hl=pt-
BR&biw=1024&bih=633&site=imghp&tbm=isch&sa=1&q=medusa&oq=medusa&gs_l=img.

Apolo
Disponível em:
https://www.google.com.br/search?newwindow=1&hl=pt-

Atividade 6

Estudo de alguns mitos, com vistas ao entendimento do momento histórico de


produção da obra e as intenções ideológicas que marcam a semântica discursiva
utilizada. Tornar a atividade comunicativa, onde a professora fará comentários, perguntas
orientando os alunos a utilizarem seu próprio conhecimento de mundo focalizando sempre
o sentido do texto.

ECO e NARCISO

Eco era o nome de uma ninfa muito tagarela, que conversava muito e sem
pensar. Não conseguia ouvir em silêncio quando alguém estava falando. Sempre se
intrometia e interrompia, nem que fosse para concordar e repetir o que o outro dizia. Um
dia, fez isso com a ciumenta deusa Juno, quando ela andava pelos bosques furiosa,
procurando o marido Júpiter, que brincava com as ninfas. A tagarelice de Eco atrasou a
poderosa Juno, que resolveu:
- De agora em diante, sua língua só vai servir para o mínimo possível.
E a partir desse dia, a coitada da Eco só podia mesmo repetir as últimas
palavras do que alguém dissesse. [...] Veja o texto na íntegra no site:
http://didatizandoalinguagem.blogspot.com.br/2013_08_01_archive.html

1) Quem são os protagonistas da história?


2) Quem são os antagonistas das personagens principais?
3) Qual é a característica mais marcante de cada protagonista?
4) Como essa característica interfere no destino de cada um?
5) O mito de Narciso tornou-se tão conhecido que até hoje se usa o adjetivo narcisista.
Lembrando-se da história, explique o que esse adjetivo quer dizer.
6) Os mitos são histórias antigas, de uma época em que os homens acreditavam que
seres sobrenaturais ou deuses ainda se ocupavam da criação do mundo ou de parte dele.
Por isso o tempo não está claramente definido. Que expressões do texto comprovam um
tempo não definido?
7) Alguns mitos tinham como objetivo explicar algum fenômeno natural. No caso da
história de Eco e Narciso isso ocorre? Explique.
8) Faça uma pesquisa na internet sobre a tela que o pintor italiano Caravaggio fez sobre a
história do mito de Narciso no site: http://www.viaarte.org/2010/07/narciso-reflexo-do-
homem-contemporaneo.html. Escreva o que você leu.

9)Pode-se comparar o que Narciso fez no mito quando se aproximou do lago, algo
semelhante à selfie, um gênero de fotografia auto-retrato, normalmente tomadas com
uma câmera digital de mão ou celular com câmera, associados com redes sociais e
serviços de compartilhamento de fotos, como o MySpace, Facebook e Instagram, onde
eles são comumente publicado. Elas são muitas vezes casuais, normalmente são
tomadas, quer com uma câmera à distância de um braço ou em um espelho, e pode
incluir apenas o fotógrafo ou outras pessoas também, O que você acha da prática do
selfie?

PANDORA (mitologia grega)


Num tempo distante, os homens dominaram a dádiva do fogo, graças a Prometeu,
tornando melhor a vida na Terra.
Mas diante daquela afronta, a ira de Zeus não teve limites, e ele resolveu então
punir os homens.
Veja o texto na íntegra no site:
http://www.colegiopentagono.com/uploads/files/2013/noticias/recuperacao/trabalhos/1_bi
mestre/morumbi/port_trab_rec_1bim_7ano.pdf

1. Por meio da leitura do texto, é possível inferir algumas características psicológicas dos
personagens apresentados. Dentre as alternativas a seguir, qual não caracteriza
adequadamente o personagem ao qual se refere?

a) ( ) Hermes: obediente.
b) ( ) Epimeteu: ingênuo.
c) ( ) Prometeu: orgulhoso.
d) ( ) Pandora: curiosa.

2. Zeus idealizou Pandora para realizar seu plano de vingança. Para que tudo saísse
conforme planejado, delegou diferentes funções a seus subordinados. Relacione cada
personagem à atividade realizada:

a) Hefesto ( ) Ensinou Pandora a contar suaves mentiras.

b) Atena ( ) Teceu para Pandora uma belíssima roupa.

c) Horas ( ) Moldou uma mulher de barro, tão linda quanto uma verdadeira

d) Hermes deusa.

( ) Coroaram Pandora com uma belíssima tiara de perfumadas flores

brancas.

Releia o parágrafo a seguir para responder às questões de 3 e 4:


Mas diante daquela afronta, a ira de Zeus não teve limites, e ele resolve então punir os
homens. Ordenou a Hefesto que moldasse uma mulher de barro, tão linda quanto uma
verdadeira deusa, que lhe desse voz e movimento e que seus olhos inspirassem um
encanto divino.

3. No parágrafo que você releu para responder à questão anterior, Zeus dá uma ordem a
Hefesto, expressa na narrativa por meio do discurso indireto. Como ficaria a ordem de
Zeus se o autor tivesse optado pelo discurso direto?

4. Ainda no mesmo parágrafo, há uma comparação. Assinale, dentre as alternativas a


seguir, a expressão que indica essa comparação:

a) ( ) “e ele resolve então punir os homens”;


b) ( ) “tão linda quanto uma verdadeira deusa”;
c) ( ) “ordenou a Hefesto que moldasse uma mulher de barro”;
d) ( ) “seus olhos inspirassem um encanto divino”.

Releia o trecho a seguir para responder às questões 5 e 6.

Mal ergueu a tampa, Pandora deu um grito de pavor e do interior da ânfora saíram
monstros horríveis: o Mal, a Fome, o Ódio, a Doença, a Vingança, a Loucura e muitos
outros espíritos maléficos…

5. A expressão “Mal” no início do trecho poderia ser substituída, sem alterar o sentido do
texto, por:

a) ( ) assim que;
b) ( ) portanto;
c) ( ) desde que;
d) ( ) certa vez.

6. Qual das explicações a seguir justifica o uso dos dois-pontos no trecho? Assinale:

a) ( ) Antecede o discurso direto.


b) ( ) Indica um termo que resume o que já foi dito.
c) ( ) Relaciona termos que exemplificam o que está sendo citado.
d) ( ) Oferece um sinônimo para o termo que os antecede.
7. Assinale a alternativa que justifica o uso das vírgulas no trecho a seguir:

o Mal, a Fome, o Ódio, a Doença, a Vingança, a Loucura…

a) ( ) Isolar o termo “Mal” dos demais, pois é o único adjetivo da lista;


b) ( ) Indicar uma explicação complementar feita a uma palavra anterior;
c) ( ) Indicar uma seqüência de itens;
d) ( ) Separar informações adicionais, desnecessárias para a compreensão global do
texto.

8)Há uma semelhança no comportamento de Pandora e Eva, primeira mulher da Mitologia


Hebraica (cfr. Gênesis, cap. 2 e 3), Qual seria essa semelhança? Que conseqüências
trouxe o comportamento de Eva no Paraíso para a humanidade?

Escrevendo mitos

 Depois deste trabalho, pode-se pedir aos alunos para escrever um texto sobre a
“Caixa de Pandora”, o que esconderiam lá e, ou se tivessem a chance de
descobrir um segredo como reagiriam, ou ainda sobre a origem dos
males/sentimentos do mundo (inveja, orgulho, entre outros…)? Entre outros….;
ilustrar a história. Também pode-se complementar o trabalho com outros
professores de outras áreas (história) sobre a mitologia….

 Reproduzir por escrito um mito (de conhecimento de todos) que será divulgada no
jornal eletrônico. Apresente outras versões dos mitos lidos anteriormente,
confrontando as diferentes versões e propondo que a turma discuta e justifique
aquela que mais lhe agrada.

Ao escrever seu mito observe os seguintes aspectos:

Aspectos a observar De acordo Melhorar

1) Tem personagens como: Deuses ou semi-


deuses.
2) Seu texto relaciona-se com uma data ou
religião?
3) Tem caráter explicativo ou simbólico?
4) Explicação de fatos e fenômenos para os
quais não há uma explicação lógica.
5)Narração com tempo indeterminado.

6) O texto está conciso, ideias organizadas de


forma clara. Usando sinais de pontuação.
7) As falas das personagens aparecem
sinalizadas com aspas ou parágrafos e
travessões?
8) Evitou repetições de palavras, substituindo-
as por pronomes, sinônimos ou simplesmente
eliminando-as, caso faça sentido.
9) Utilizou um narrador observador para contar
os fatos?
10) O título está adequado ao texto e é
adequado a um mito?

 A revisão do texto pode ocorrer à medida que as ideias são colocadas pelos
estudantes, sempre chamando atenção para a necessidade de se fazer
compreender pelo leitor, mantendo-se também fiel às características do gênero.
 Ler os textos e fazer observações individuais sobre as dificuldades específicas de
cada um. Para tratar de questões comuns à turma como um todo, proponha uma
discussão coletiva.

REFERÊNCIAS
Ler os textos e fazer observações individuais sobre as dificuldades específicas de cada
um. Para tratar de questões comuns à turma como um todo, proponha uma discussão
coletiva
ALVES, Rubens. Interpretar e Compreender. Folha de São Paulo, 2004. Disponível em
http//w w w1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u814shtml. Acesso em ; 09 junho
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BAKHTIN, Michail (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. de
Michel Lahud e Yara Frateschi. 9 ed. São Paulo: Hucitec, 1999.

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FERREIRA, Liliane Soares. Produção de leitura na escola: a interpretação do texto


literário nas séries iniciais. Ijuí, Rio Grande do Sul,Ed. UNIJUÍ,2001.

Kleiman, Ângela Oficina de leitura teoria e pratica / Ângela Kleiman – 4ª ed.,


Campinas. SP: Pontes: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 2004.

KOCH, Ingedore G. Villaça. Leitura e o Sentido do Texto. São Paulo. Cortez Editora,
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LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo:


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Básica do Estado do Paraná, Curitiba: SEED, 2008.

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passaporte para interação com o mundo.2009.Disponível em

VARGAS, Suzana. Leitura: uma aprendizagem de prazer. Rio de Janeiro: José Olimpio,
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BORDINI, Maria da Glória e AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura: a formação do leitor:
alternativas metodológicas. 2 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

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literatura e o leitor, textos da estética da recepção. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p.
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