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ATIVIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA – 8.

º ANO

Nome: N.º:

8.º Ano Turma: Turno: Data: / /

Critérios
• Interpretar as ideias explícitas e implícitas do texto.
• Estabelecer relação entre textos de modo a traçar comparativos entre os aspectos abordados.
• Inferir e justificar o efeito de humor, ironia e/ou crítica presente em um texto.
• Realizar análise comparativa entre textos de gêneros diferentes.
• Elaborar respostas-texto com argumentação adequada à intenção comunicativa.
• Converter um gênero textual em outro por meio da retextualização.
• Escrever com coesão e coerência, respeitando o tema proposto.
• Empregar os sinais de pontuação, reconhecendo sua função na produção de textos diversos.
• Produzir textos com unidade de sentido, progressão temática e informações não contraditórias.
• Fazer leitura silenciosa, de maneira concentrada, seguindo as orientações dadas.
• Escrever segundo a norma-padrão da língua.
• Empregar, adequadamente, a estrutura narrativa – situação inicial, conflito, clímax e desfecho – nos gêneros em que
há o predomínio dessa tipologia textual.

SEQUÊNCIA NARRATIVA

UM IDOSO NA FILA DO DETRAN

“O senhor aqui é idoso”, gritava a senhora para o


guarda, no meio da confusão na porta do Detran da
Avenida Presidente Vargas, apontando com o dedo o tal
“senhor”. Como ninguém protestasse, o policial abriu o
caminho para que o velhinho enfim passasse à frente de
todo mundo para buscar a sua carteira.
Olhei em volta e procurei com os olhos o velhinho,
nada. De repente, percebi que o “idoso” que a dama
solidária queria proteger não era outro senão eu.
Ainda não me refiz do choque, eu que já tinha me
acostumado a vários e traumáticos ritos de passagem
para a maturidade: dos 40, quando em crise se entra pela
primeira vez nos “enta”; dos 50, quando, se sente que jamais vai se fazer outros 50 (a gente
acha que pode chegar aos 80, mas não aos 100); e dos 60, quando um eufemismo diz que
a gente entrou na “terceira idade”. Nunca passou pela minha cabeça que houvesse outra
passagem, outro marco aos 65 anos. E, muito menos, nunca achei que viesse a ser
chamado, tão cedo, de “idoso”, ainda mais numa fila do Detran.
Na hora, tive vontade de pedir à tal senhora que falasse mais baixo. Na verdade, tive
vontade mesmo foi de lhe dizer: “Idoso é o senhor seu pai”. O que mais irritava era a
ausência total de hesitação ou dúvida. Como é que ela tinha tanta certeza? Que ousadia!
Quem lhe garantia que eu tinha 65 anos, se nem pediu pra ver minha identidade? E o
guarda paspalhão, por que não criou um caso, exigindo prova e documentos? Será que era
tão evidente assim?
Como além de idoso eu era um recém-operado, acabei aceitando ser colocado pela
porta adentro. Mas confesso que furei a fila sonhando com a massa gritando, revoltada:
“Esse coroa tá furando a fila! Ele não é idoso! Manda ele lá pro fim!” Mas que nada, nem
um pio.
O silêncio de aprovação aumentava o sentimento de que eu era ao mesmo tempo
privilegiado e vítima – do tempo. Me lembrei da manhã em que acordei fazendo 60 anos:
“Isso é uma sacanagem comigo”, me disse, “eu não mereço”. Há poucos dias, ao revelar
minha idade, uma jovem universitária reagira assim: “Mas ninguém lhe dá isso”. Respondi
que, em matéria de idade, o triste é que ninguém precisa dar para você ter. De qualquer
maneira, era um gentil consolo da linda jovem. Ali na porta do Detran nem isso, nenhuma
alma caridosa para me “dar” um pouco menos.
Subi e a mocinha da mesa de informações apontou para os balcões 15 e 16, onde
havia um cartaz avisando: “Gestantes, deficientes físicos e pessoas idosas”. Hesitei um
pouco e ela, já impaciente, perguntou: “O senhor não tem mais de 65 anos, não é idoso?”
— Não, sou gestante – tive vontade de responder, mas percebi que não carregava
nenhum sinal aparente de que tinha amamentado ou estava prestes a amamentar alguém.
Saí resmungando: “Não tenho mais, tenho só 65 anos”.
O ridículo, a partir de uma certa idade, é como você fica avaro em matéria de tempo:
briga por causa de um mês, de um dia. “Você nasceu no dia 14, eu sou do dia 15”, já ouvi
essa discussão.
Enquanto espero ser chamado, vou tentando me lembrar quem me faz companhia
nesse triste transe. Aí, se não me falha a memória – e essa é uma segunda coisa que mais
falha nessa idade – me lembro que Fernando Henrique, Maluf e Chico Anysio estariam
sentados ali comigo. Por associação de ideias, ou de idades, vou recordando também que
só no jornalismo, entre companheiros de geração, há um respeitável time dos que não
entram mais em fila do DETRAN, ou estão quase entrando: Ziraldo, Dines, Gullar, Francis,
Evandro Carlos, Milton Coelho, Janio de Freitas (Lemos, Barreto, Armando e Figueiro já
andam de graça em ônibus há um bom tempo). Sei que devo estar cometendo injustiça
com um ou outro – de ano, meses ou dias – e eles vão ficar bravos. Mas não perdem por
esperar: é questão de tempo.
Ah, sim, onde é que eu estava mesmo? “No Detran”, diz uma voz. Ah, sim. “E o
atendimento?” Ah, sim, está mais civilizado, há mais ordem e limpeza. Mas mesmo sem
entrar em fila, passa­-se um dia para renovar a carteira. Pelo menos alguma coisa se renova
nessa idade.
VENTURA, Zuenir. Coleção Melhores Crônicas. São Paulo: Global, 2004. (Adaptado)

1. Em relação ao texto, é correto afirmar que


a) o protagonista já havia passado por vários conflitos em relação à idade.
b) a atitude da senhora no Detran chocou o idoso porque ela gritava muito alto para
o guarda.
c) o narrador-personagem sentia-se privilegiado por ter a idade que tinha, porém as
pessoas não percebiam esse sentimento.
d) a questão do tempo/idade relacionada ao fato ocorrido no Detran fê-lo lembrar dos
conhecidos que já estão vivenciando ou vão vivenciar situações referentes a essa
etapa da vida: a velhice.
e) muitas pessoas só percebem que envelheceram quando deparam-se com
situações como a apresentada no texto. Assim, ficam chocadas quando
reconhecem que estão na velhice.
2. Analise o trecho a seguir:
“O silêncio de aprovação aumentava o sentimento de que eu era ao mesmo tempo
privilegiado e vítima – do tempo.”
a) Interpretando o trecho em análise, é correto afirmar que
( ) todos aprovaram que o protagonista passasse à frente na fila do Detran, pois
ele havia sofrido uma cirurgia e estava aparentemente debilitado, o que o
levava a ter preferência nesse caso.
( ) a personagem apenas sentiu a aprovação de todos ao vê-lo passar à frente
na fila.
( ) o protagonista concluiu que o silêncio das pessoas da fila confirmava que
ele realmente pertencia àquela fase da vida, assim poderia ter a preferência
naquela ocasião.
( ) o protagonista só foi perceber que realmente era vítima do tempo quando
todos o observavam com olhar de reprovação, o que o fez sentir-se mal com
tal situação.

3. O texto faz o leitor refletir a respeito da questão da passagem do tempo, ou seja,


da aceitação da velhice como parte da vida. Além desse aspecto, o
narrador-personagem critica outra situação que ocorre em nossa sociedade, à
qual faz referência no texto. Explique essa afirmativa com argumentos coerentes.
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4. A ironia é um recurso literário que consiste em dizer o contrário daquilo que se


pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e
aquilo que realmente pensamos. Ela pode ser utilizada, entre outras formas,
como objetivo de denunciar, de criticar ou de censurar algo. Dessa forma, é
possível afirmar que há a utilização desse recurso em:
"O senhor
( ) “ ‘O
a) senhor aqui éé idoso."
idoso.’ ”
b) "Comoalém
( ) “Como alémdede idoso
idoso eu
eu era
era um
umrecém-operado,
recém-operado,acabei aceitando
acabei serser
aceitando colocado pela
colocado
porta adentro."
pela porta adentro.”
c) "'Não,
c)
( ) “’Não,
"Não, sou
sougestante.’”
gestante"
d)
( ) “(...)
"(...)Gestantes,
Gestantes,deficientes
deficientesfísicos
físicos ee pessoas idosas."
idosas.”

5. A sequência narrativa é fundamental na construção de textos narrativos, como


no texto “Um idoso na fila do Detran”. Relembre os elementos que constroem o
texto narrativo. Em seguida, responda o que se pede.
a) Por que podemos considerar o texto lido pertencente ao gênero sequência
narrativa?
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b) Diante dos elementos que compõe a sequência narrativa, tem-se o conflito.
Explique a importância desse item para a construção da história.
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c) Qual parte do texto podemos considerar como uma problematização dentro da
história, ou seja, como o conflito da narrativa? Justifique sua resposta com trechos
do texto.
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Vamos ver agora uma notícia que envolve os idosos!

IDOSOS APRENDEM A LER NO COMPUTADOR EM JARAGUÁ / SC

O projeto começou a ser desenvolvido há dois anos pelo


grupo de pesquisa de educação à distância e técnica
educacional. Membros de duas comunidades próximas à
Unerj foram convidados e, uma vez por semana, assistem às
aulas em computadores.
“— O maior desafio é que, na terceira idade, eles só
estudam quando têm interesse no tema”. – explica a
professora Suely Scherer, coordenadora do projeto.
Em função desta característica, as aulas foram voltadas para atividades significativas.
Os idosos já aprenderam a criar páginas na Internet, usar editor de texto, programa de
desenho e, neste último semestre, a produzir apresentações de slides.
“— De tanto verem as apresentações dos professores, eles quiseram aprender como
se fazia.” – comenta Suely.
O projeto de inclusão digital é acompanhado por alunos de pedagogia, que depois
apresentam os resultados do programa em seminários de iniciação científica. Esta semana,
idosos e professores apresentaram o resultado deste último semestre à comunidade.
Fonte: Diário Catarinense ­- SC – Geral.
Disponível em: <https://goo.gl/oXNdZ8>. Acesso em: 19/12/2016, às 19h18min.
1. O projeto de inclusão digital em Jaraguá do Sul – SC visa oferecer aos idosos a
oportunidade de integração ao mundo virtual. Entretanto, os professores
enfrentam alguns desafios com esse público. Explique o que eles fazem para
conseguir superar os obstáculos enfrentados em sala de aula.
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2. Tanto o texto 1 como o 2 têm como temática os idosos. Entretanto, eles


apresentam diferenças quanto à forma de abordagem e o gênero textual.
Explique essas diferenças, de acordo com o contexto.
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3. Em relação ao texto 2, é correto afirmar que


a intençãododotexto
(a) ) a intenção textoé éevidenciar
evidenciarcomo
comoidosos
idosos podem
podem ser
ser relutantes
relutantes em lidar
lidar com
com
ferramentasdigitais.
ferramentas digitais.
(b) ) nota-se
nota-se
queque mesmo
mesmo nascidos
nascidos em em outra
outra época,
época, os idosos
os idosos podempodem se interessar
se interessar pelos
pelos recursos
recursos tecnológicos.
tecnológicos.
(c) ) o texto é de
o texto é caráter informacional,
de caráter apresentando
informacional, um projeto
apresentando de inclusão
um projeto digitaldigital
de inclusão para
pessoas da 3.ª idade.
para pessoas da 3.ª idade.
(d) ) o texto corresponde a uma sequência narrativa, relatando a vivência de idosos.
(e) ) háháum
umgrande
grandeesforço,
esforço,por
porparte
partedas
daspessoas
pessoas envolvidas
envolvidas no
no projeto, para
para que
que oo
grupo dedeidosos
grupo idosossesefamiliarizem
familiarizemcom
com os
os recursos
recursos digitais.
digitais.

Agora é sua vez de produzir um texto! Escreva uma narrativa baseada na notícia lida.
Para produzir seu texto, siga as orientações abaixo:
• Baseie-se nos fatos lidos na notícia.
• Obedeça à estrutura narrativa (situação inicial, conflito, clímax e desfecho).
• Caracterize adequadamente as personagens, o tempo e o espaço onde acontece a
história.
• Mantenha o foco narrativo em 1.ª pessoa, isto é, empregue um narrador-
-personagem.
• Empregue uma linguagem de acordo com a situação.
• Crie situações inéditas.
• Estabeleça uma sequência lógica e progressiva de ideias.
• Conduza seu relato a um clímax, de modo a prender a atenção do leitor.
• Dê um título adequado ao seu texto.
• Utilize de 18 a 25 linhas em sua produção.
• Faça primeiramente o rascunho. Revise seu texto e reescreva-o na versão definitiva.
VERSÃO DEFINITIVA
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