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“LITERATURAS E GÊNESIS”
unidade 1
1
ANTIGO TESTAMENTO 1 - unidade 1
“LITERATURAS E GÊNESIS”
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 15
GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................ 16
interesse primordial do narrador está nas coisas parábola. Poderia ser classificado como apólogo,
concernentes à terra e não naquelas referentes já que no apólogo, diferente da fábula, não são
aos céus. animais as personagens falantes.
Veja que, apesar do uso de primeira pessoa do Na poesia hebraica, as linhas individuais [verses]
singular, do profeta falar de assuntos tão íntimos têm diferentes métricas [registros] tais como tri-
e particulares, pouco sabemos sobre a sua vida. meter; tetrameter; pentameter; hexameter. O nú-
No livro inteiro, conseguimos saber que ele é mero de compassos em um verso define cada
filho de Beeri, que sua pregação aconteceu na métrica. No entanto, mais importante que os re-
época dos reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (1:1), gistros [métricas] é o paralelismo. O paralelismo
portanto, no século VIII a.C., que sua esposa se é frequentemente entendido como a caracterís-
chamava Gomer (1:3) e teve três filhos: Jizreel, tica fundamental da poesia hebraica. Destaco
Lo-Ruama e Lo-Ami (1:4,6,9). aqui quatro tipos de paralelismos:
O Paralelismo introvertido ou introverso ocorre pouco na Bíblia. É também conhecido como quiás-
tico, porque faz lembrar a forma da consoante grega chi, representada por um x. Encontramos esse
tipo de Paralelismo em Isaías 11:13b:
Os poemas acrósticos são também um importante elemento na poesia hebraica. O Salmo 119 é o
melhor exemplo de um acróstico na Bíblia. Ele traz as vinte e duas consoantes do alfabeto hebraico
de oito em oito versos dos 176 versos que compõem o Salmo, ou seja, os primeiros oito versos come-
çam com a primeira letra do alfabeto, os oito seguintes com a segunda letra e assim sucessivamente.
Salmos 25, 34, 36, 145 etc. também são exemplos de poesia acróstica.
Dentro dos elementos da poesia hebraica, destacamos: o uso de aliterações, sons similares de
sílabas, palavras chaves e refrãos:
No Salmo 13:2-3, a palavra hebraica chave é ad-aná hfnf)-da(. Ela aparece quatro vezes nos cinco
versos. O som sh, por exemplo, ocorre 21 vezes no Salmo 122. O verso 6 serve como amostra do
uso repetido do som sh [$] e também da consoante [l]: .|iyfbAho) Uyfl:$iy {iyalf$Ur:y {Ol:$ UlA)a$.
Essas sílabas podem aparecer no começo ou no final do verso. Os quatro versos poéticos do Salmo
148: 2-3, por exemplo, começam com a mesma palavra haleluhu UhUl:lah:
Os três primeiros versos do Salmo 24:1-2 [sem o título hebraico] terminam com ah Hf e o quarto
verso termina com ifh, i,e., os versos terminam com o som ah.
No Salmo 29 as palavras chave qol Adonay hfwh:y lOq aparecem sete vezes. Essa técnica poética é
conhecida em português como anáfora. Vejamos, em hebraico, o uso de palavras chave no Salmo
13:2-3:
.yflf( yib:yo) {Urfy hfnf)-da( 9:27; Is. 16.9-10; Jr. 25:30; 48:33].
Eis alguns cânticos/hinos do Antigo Testamento: Uma canção de zombaria é uma espécie de
dois cânticos de Moisés (Ex. 15:1-18; Dt. 32:1- maldição ou encantamento. Esse cântico está
43); o cântico de Ana (1 Sm. 2:1-10); de Isaías (Is. associado com a palavra moshlim [{yil:$m –
12); de Ezequias (Is. 38:10-20); de Habacuque provérbios]. O cântico de zombaria era usado
(Hc. 3:2-19); o cântico da Arca (Nm. 10:35-36); o para enfraquecer os guerreiros do exército
cântico de escárnio contra Hesbon (Nm. 21:27- adversário. Vejamos Números 21: 27b-30 na
30); o cântico de Débora e Baraque (Jz. 5:1-31a); íntegra com destaques em vermelho:
o cântico de Davi (2 Sm. 22/Sl. 18); o cântico de
vitória sobre reis inimigos (Sl. 68:1[2]-14[15]). 27 Vinde a Hesbom! Edifique-se,
estabeleça-se a cidade de Seom! 28
É muito difícil manter a distinção comum entre Porque fogo saiu de Hesbom, e chama,
a lírica profana e religiosa no Antigo Testamento. da cidade de Seom, e consumiu a Ar,
Entretanto, é possível reconhecer o quase caráter de Moabe, e os senhores dos altos do
profano de alguns cânticos (BENTZEN, 1968. Arnom. 29 Ai de ti, Moabe! Perdido
p.122). estás, povo de Quemos; entregou
seus filhos como fugitivos e suas
Podemos organizar uma lista de possíveis filhas, como cativas a Seom, rei dos
cânticos “profanos” do Antigo Testamento, amorreus. 30 Nós os asseteamos;
cânticos do dia a dia do israelita, mas que não estão destruídos desde Hesbom até
pertenciam ao contexto do culto no templo ou Dibom; e os assolamos até Nofa e
no culto público. Eis alguns deles: Cântico dos com fogo, até Medeba.
trabalhadores, cânticos de zombaria, cântico da
prostituta, cânticos de beber, cântico do vigia Cântico da prostituta
noturno, cânticos fúnebres, canções nupciais,
canções de guerra. O cântico da prostituta se encontra em Isaías
23:16. O título desse cântico é encontrado no
Cântico dos trabalhadores final do verso 15, i.e. [hfnOZah taryi$ – shirat hazoná
= o cântico da Prostituta]. Skinner (1954, p.191)
[Nm. 21:17b-18a (canção da fonte). Ver ainda Jz. argumenta que esse cântico celebra “a astúcia
Gênesis é uma palavra grega que expressa O livro de Gênesis começa com a vida (relatos
criação, origem, nascimento, família. Daí da criação) e termina com a morte (“um caixão
o vocábulo genealogia. O primeiro livro da no Egito”). A conexão com os quatro ou cinco
Bíblia, por influência da Septuaginta (LXX), livros seguintes ocorre logo no início do segundo
tradução da língua hebraica para o grego, ficou livro, o Êxodo que começa com uma conjunção
conhecido como Gênesis. Há, neste livro, dez hebraica e a narrativa: “e estes são os nomes
genealogias. Uma das formas de se estudar as dos filhos de Israel...”. O vocábulo “nomes” indica
histórias narradas no Gênesis é a partir dessas que a vida dos descendentes de Abraão, Isaque
genealogias. e Jacó não sucumbira na escravidão no Egito.
“O nome, segundo os antigos hebreus, conferia
Procuraremos situar o livro de Gênesis quanto à fama ou reputação aos nomeados. Mudando-se
sua localização na Bíblia, bem como apresentar a fama, mudava-se o nome”
alguns princípios para se ler o livro, questões
ligadas à divisão do livro, tema, propósito e alguns (ARAUJO, 2012. p.7).
de seus ensinos teológicos. O contexto histórico,
data e autoria, não só do Gênesis, como também A Bíblia Sagrada começa e termina com a vida:
do Pentateuco como um todo, serão estudados a criação de todas as coisas em Gênesis e o livro
na Unidade 2. da vida em Apocalipse. Os primeiros capítulos
dos primeiros livros das principais divisões da
O título hebraico de Gênesis vem das duas Bíblia Hebraico: Gênesis (a lei/instrução), Josué
primeiras palavras hebraicas do texto: bereshit (os primeiros profetas), Isaías (os derradeiros
= be (em, no, com) + reshit (começo, princípio). profetas) e Salmos (os escritos) enfatizam a
A palavra hebraica bereshit é composta de dois Palavra de Deus.
vocábulos. A preposição bê mais o substantivo
reshit. Em hebraico, há sete palavras de uma A primeira declaração bíblica de interrupção da
única consoante. Tais palavras não aparecem vida em Gênesis aparece no plural em hebraico.
isoladas em um texto. Elas vêm prefixadas às Diz o SENHOR a Caim: “A voz dos sangues de teu
palavras que as seguem (ARAUJO, 2010). irmão clamam a mim” (4:10). O que isso significa?
De acordo com interpretações rabínicas, quando
O título Gênesis vem da Septuaginta (LXX). O Caim interrompe a vida de Abel, ele interrompe
nome hebraico tanto do Gênesis quanto dos a vida não somente de Abel, mas do provável fi-
demais livros do Pentateuco começam com as lho, neto, bisneto que Abel poderia ter tido. Tirar
primeiras palavras dos próprios livros: uma vida, no contexto hebraico, é aniquilar ge-
rações. Salvar uma vida, por outro lado, significa
Gênesis 1-11 narra a progressão do pecado e A afirmativa de que Gênesis 1:1-2:4a é obra de
a ação graciosa de Deus (RENDTORFF, 1983). sacerdotes não comprova que a narrativa da
Essas histórias são recontadas nos livros criação tenha nascido no contexto do exílio. Ela
seguintes, destacando-se a saída do Egito até a se esquece de mencionar que o texto sagrado
entrada na terra prometida (Hexateuco). Esses escrito tem um forte aliado chamado de tradição
acontecimentos são revividos em forma de oral. Textos reputados como pertencentes
confissão de fé/credo (Dt. 26:5-9; 6:21-23; Js. 24). a épocas muito distantes dos possíveis
As ideias teológicas que se sobressaem apontam personagens principais destes mesmos textos
diferentes autores que organizaram os textos do precisam levar em consideração que um número
Pentateuco: o mais antigo chama-se: imenso de textos existiu primeiramente no
formato oral. A oralidade é uma característica do
1) Javista – provavelmente do século X a.C. No povo hebreu/israelita/judeu.
documento Javista, Deus ou seu anjo fala di-
reto às pessoas (Gn. 12:1); Gênesis 1 é um texto profundamente poético. A
“polêmica contra os deuses da luz, do sol e da lua
2) Eloísta – são suplementos à obra Javista (Gn. salta aos olhos” e remete o relato da criação para
20-22). No documento Eloista, Deus fala em a Babilônia (SCHWANTES, 2002. p.31,33. Insisto
sonhos ou chama do céu (Gn. 20:3). que os textos bíblicos na sua forma escrita
tiveram como precursores os textos orais, os
3) O escrito sacerdotal – de caráter cronológico quais foram sendo transmitidos de pai para filho
(Gn. 17:9ss; Ex. 25-30; 35-40; Gn. 12:4; 25:7; de geração em geração.
12:40; Gn. 1 (provavelmente do exílio, século
VI a.C. 4) Deuteronomista – século VII a.C. No relato da criação, podemos falar de criação
ex nihilo (sem matéria preexistente), criação por
O que os críticos chamam de fontes modelamento e criação por formação. Há três
documentárias JEDP (Javista, Eloista, verbos hebraicos usados pelo narrador de
Deuteronomista e Sacerdotal=Priestly), por meio Gênesis para falar do processo criativo de
das quais o Pentateuco teria sido escrito, não Deus:
existem fora do próprio Pentateuco. Portanto,
trata-se de uma teoria sem a comprovação 1 - bará (criar, sem a necessidade de matéria
externa da existência de tais documentos. prima),
Quando lemos o livro de Gênesis, é inevitável 2 - assá (criar, no sentido de moldar, modelar,
pressupor que há dois relatos da criação nesse fazer, trabalhar) e
extraordinário livro. O primeiro relato da
criação se encontra em Gênesis 1:1-2:4a. Ele fala 3 - yatsar (criar, no sentido de formar).
da origem do nada caótico aquático, pela palavra
ordenadora de Deus. O ser humano adam é Para a criação do ser humano, encontramos
no Gênesis, o uso dos três verbos. Deus criara, em questão e o que esse texto tem que pode aju-
modelara e formara o ser humano. Os dois dar o leitor a mudar para melhor a sua própria
relatos da criação se complementam. São duas história.
visões diferentes da criação, tendo como ponto
de contato o ensino de que tudo o que existe Em Gênesis, após o ser humano fazer uma es-
tem sua origem no Criador. colha errada, ou seja, após sua escolha por co-
mer da árvore do conhecimento do bem e do
Os textos mais antigos da Bíblia são: Cânticos; mal, o Senhor Deus “passeava no jardim pela
viração do dia”. Ele chamou ao ser humano
1. Ditos populares ou provérbios (I Sm. 24:14; [{fdf) – adam] dizendo: Onde estás? (Gen 3,8). O
Ez. 16:44); verbo qará [)frfq], chamar, utilizado neste tex-
to, mostra-nos Deus chamando o ser humano
2. Contos; “caído” para retornar a Ele. O Senhor Deus sem-
pre vem em primeiro lugar para atender os seres
3. Leis casuísticas (Ex. 21:18ss – leis civis - humanos. Adoração é uma iniciativa divina. Só
correspondência com o Código de Hamurabi, podemos dizer algo a Deus e sobre Deus, se Ele
1700 a.C. e leis apodíticas (Ex. 20:2ss – ligadas se der a conhecer a nós.
ao culto - criação de Israel);
4. Reflita sobre sua situação, a situação de sua Na divisão estrutural podemos ler/estudar o
sociedade e a situação global. Gênesis a partir de uma palavra chave. A palavra
hebraica chave que compõe o esqueleto do livro
É imprescindível reconhecer o tipo de lite- é toledoth: origens, histórias, gerações. Essa
ratura, o contexto em que o texto está inserido, palavra marca o fim de cada história. O livro de
quais os ensinos podem ser extraídos do texto Gênesis é uma coletânea de gerações. Os textos
são: Gênesis 2.4; 5.1; 6.9; 10.1; 11.10; 11.27; e de toda a humanidade, o que está muito longe
25.12; 25.19; 36.1; 37.2. do pensamento extra bíblico e, particularmente,
do pensamento grego” (FEUILLET, 2000. p.6).
Gênesis narra as origens. É uma espécie de texto
1.3.2 Tema etiológico, ou seja, tem a função de apresentar
um texto fundante para os mais diversos temas
O tema ou assunto principal do livro de Gênesis pertinentes à humanidade, tais como: origem
não poderia ser outro, senão o das origens, “a do universo e, em especial, do ser humano; o
origem do mundo criado, da raça humana, das pecado original; o fratricídio; origem dos povos;
várias nações da terra, e depois, de maneira os diversos idiomas; a música.
particular, da família da aliança que compõe o
povo redimido de Deus”. (ARCHER JR. 1984. p.88). A primeira referência bíblica à música encontra-
se em Gênesis 4:21. O registro escrito desse
Apesar do Gênesis ter sido produzido por texto pode remontar a no máximo 1400 a.C.,
hebreus-israelitas-judeus, este livro começa com o recuo máximo para a época de Moisés. Há
a história universal, com a criação do mundo e controvérsias quanto à época de Moisés e
da raça humana. A história dos hebreus e de quanto ao período da saída do povo de Israel
Israel propriamente dita começa no capítulo do Egito. Moisés teria existido entre os anos
onze do livro, com a genealogia de Terá, o pai 1400 e 1200 a.C. Contudo, muito antes dele, já
de Abraão. Isso demonstra que os hebreus/ encontramos relatos da existência da música
judeus, escritores e mantenedores do Antigo instrumental. Ford (1960, p.20) registra que, em
Testamento dialogam com a história da raça túmulos reais em Ur dos Caldeus, datados de
humana. Os primeiros seres a habitarem a terra 3500 a 3200 a.C., foram encontradas inúmeras
têm sua origem no Deus Criador. harpas e um mosaico mostrando uma mulher
cantando ao som de harpa. A Bíblia dialoga com
a história humana, mas não tem compromisso
1.3.3 Propósito com as técnicas utilizadas pela historiografia
moderna. Cada tempo e cultura têm o seu modo
O propósito principal do livro de Gênesis é o de de registrar as percepções e fatos históricos. É
apresentar Deus como o Criador e sustentador um equívoco querer ler o mundo antigo pelas
do universo, apesar de o tema da criação não lentes modernas ou pós-modernas.
ser central no Antigo Testamento. Deus é mais
bem entendido como o libertador de Israel. As Judeus e cristãos têm em comum o que se
narrativas anteriores à escravidão egípcia e apresenta no Gênesis: “um Deus absolutamente
saída do povo dessa situação humilhante são o transcendente ao mundo e que, ao mesmo
pano de fundo para que o Deus israelita fosse tempo, criou a humanidade inteira e, por amor,
conhecido como o grande libertador. O livro de quer salvá-la” (FEUILLET, 2000. p.9).
Gênesis e suas histórias são essenciais para se
compreender a intervenção divina na vida dos O ser humano é imagem e semelhança do divino
hebreus, as pragas enviadas contra o Egito, a (Gn. 1:26,27). O Adão (Adam = ser humano) tem
travessia do mar vermelho e o cumprimento em si o sopro do divino (Gn. 2:7). Deus criou um
da promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó da ser humano, um casal, que é fisicamente o pai de
conquista da terra de Canaã. Terra essa habitada todos os humanos. Com o mapeamento do DNA
pelos três patriarcas antes da conquista e humano, foi possível compará-lo com diversas
posteriormente por seus descendentes. etnias. Chegou-se a resultados surpreendentes
quanto ao alto índice de semelhança entre
1.3.4 Teologia negros, brancos, amarelos, vermelhos. As
diferenças ficaram por conta do tipo dos olhos,
A perspectiva da salvação dos seres humanos, nos cabelos e de outras características de mínima
capítulos 1-11 do Gênesis, “encontra-se ligada à importância. A discussão sobre a origem humana
afirmação de um Deus único, Criador do mundo de um único casal ancestral volta às pautas
Dentre as muitas histórias encontradas em Gênesis, o livro dos começos, destacamos os seguintes
capítulos: Gênesis 1 e 2 (a criação); 3 (tentação, sedução e redenção); 4 (difusão do pecado e expansão
da graça divina). É curioso que a palavra pecado não apareça no capítulo 3 do Gênesis, o qual trata
da sedução da serpente. O termo surge em relação a Caim, quando este estava de semblante caído
por causa da aceitação divina de seu irmão Abel; 7 (o dilúvio).
Há vários relatos de dilúvio fora da Bíblia. O mais famoso deles e que tem relação direta com o texto
bíblico se chama o épico de Gilgamesh; 11 (o pecado da soberba – torre de Babel); 12 (o período
dos patriarcas: chamada de Abrão). Tão importante quanto os patriarcas são as matriarcas: Sarah,
Rebeca, Raquel, Leia, Bila (concubina) e Zilpa (concubina). Indo além dos israelitas, incluiríamos nessa
lista: Agar, Quetura e Milca; Judite, Basemate, Maalate, Ada e Oolibama; 15 (aliança abraâmica); 16
(nascimento de Ismael); 17 (reconfirmação da aliança: mudança dos nomes; a promessa da terra e
os descendentes [elementos do pacto]; instituição da circuncisão); 21 (o nascimento de Isaque); 22
(a prova de Abraão); 25 (morte de Abraão, descendência de Ismael e Isaque; nascimento de Esaú e
Jacó); 32 (Jacó luta com o Anjo e recebe o nome de Israel); 37-50 (a narrativa de José: elo entre Gênesis
e Êxodo [significado histórico]; uso de dons diversos, integridade, o perigo do orgulho, rivalidade e
preferência na família [significado ético/moral], soberania de Deus [significado teológico].
Os seis dias da criação estão narrados, em Gênesis, de forma diacrônica. Em uma leitura sincrônica,
o primeiro dia (luz e trevas) estaria para o quarto (luzeiros), o segundo (mar e céus) para o quinto
(criaturas das águas e dos ares) e o terceiro (terra fértil) para o sexto (criaturas da terra). Os textos
bíblicos e respectivos livros não estão organizados em ordem cronológica. Você encontrará, dentro
de um mesmo livro, textos organizados sem considerar o tempo em que os eventos se deram. Os
autores e editores dos textos sagrados tinham a preocupação de que os textos fossem memorizados.
Daí a repetição das histórias e o pouco interesse historiográfico delas.
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GLOSSÁRIO:
Diacronia – palavra de origem grega composta por dia (através) e cronos (tempo) = através do tempo.
Refere-se, na unidade 1, a uma leitura das Escrituras na ordem em que os livros e os textos estão
organizados na Bíblia.
Sincronia – palavra de origem grega composta por sin (junto) e cronos (tempo) = ao mesmo tempo.
Refere-se, na unidade 1, a uma leitura comparativa de livros ou textos das Escrituras.