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Uuhzaremos biblias cm pottuguès, novos teslament0s na lingua grega e om'

Eamancas, iexicos analiticos, dicionários biblicos, dicionários de teologia, livros oulros jdioasao
Noro Tcstancnto0, comentários biblicos, teologias sistemáticas, introdutrio,
ietual, ctc. enciclopédias, livros d¢ ciiticA
A nossa otação é que DeUs nos capac1le paa
rlouicado Amém fazermo$ essc trabalho, c que o Seu nome sCy

I1 STUnO PANORMICO DO LVRO


!

E importante termos em mente que o primeiro


trabalho na exegese não é lero
texto na lingua grega. Antes de sabermos os significados das
palavras no texto, temos
saher a quem pertence o texto, As primeiras perquntas que
devemos fazer ao textd ä
Quem escreveu isto? Por que escreveu? Para quem esScreveu? Quando
escreveu? Es:
primeira pesquisa é vollada para estudos em alta critica: a originalid:.de e
integridade
livro e de sua autoria.

Opropósito do estudo panoràmico é apresentar o maior número do


informaico
que lancem luz sobre o texto. Na verdade, muitas
informações podom se mostrar
desnecessárias no trabalho, mas nünca saberemos disso antes de terminammos a
exegese, pois haverá ocasião em que teremos de recorrer a qualquer uma
dessas
infomações.
Enecessário apresentar todos os dados útejs sobre o
livro no qual estáinsetido
texto em análise. Os dados mais importantes são: data do livro, autoria
(quem escreveu o
Iivro?), destinatário, local onde foi escrito, motivo do livro, objetivo do livro, tema gerel du
livro, pessoa do autor (dados sobre cidade nalal, formação religiosa e
cultural,profi_eãc
etc) econsideraçöes conclusivas da alta critica. Nunca devemos fazer apresentaçäb
unilateral de material de alta critica. Emais aconselhável mostrar posições
desfavoriveis
de teólogos liberais àintegridade do livro com suas respcctivas
refutações pelos tedlogos
biblicos ortodoxOS,
livros de introduçäo
Material recomendado para o trabalho de estudo panorâmico:
dicionários biblicos, artigos
aoNovo Testamento, introduções de comentários criticOs,
avegeticos em revistas teológicas, etc.
Introdução ao
Livros recomendados: D. Carson, Douglas J. Moo, e León Morris,
Oscar Cullmann, A
Novo Testamento; Kümmel, introdução ao Novo Testamento;
Fomação do Novo Testamento; Robert H. Gundry, Panoramado Novo Testannto;
Merill C. Tenney, O Novo Testamento, Sua origem e Análise.

EXEMPLO DE ESTUDO PANORÂMICO

ESTUDO PANORÂMICO DA ErÍSTOLA AOS ROMANOS


1.1- Autoria.
Èuma posição quase que universaimente defendida e aceita entre os estudioSos biblicos u
fatb de que a Epistola aos Romanos foi proveniente do apóstolo Paulo (Rm 1.1). Não há nenhurna
argumentação coerenle que venha a refutar o posicionamento que atribui a autoria, de Romanos a
Paulo.
Essa Carta ocupa um lugar de pro eminência mesmo diante de outros três clássicos escriios
paulinos como: 1e 2 Coríntios e Gálatas.
A
Epistola aos Romanos não foiaprimeira obra inspirada aser redigida por Paulo, contudo a
sud relevância Ihe tem conquistado a primcira posição denlre as epistolas paulinas no Novo
Tosianento.
Considerando queessa é a principai das epístolas paulinas, e que Paulo é um dos mais
mportantes personagens da história humarna, Romanos pode ser considerada como um dos nais
valiosos documentos escritos na história da humanidade.
Ao conpararnos questões re•erenles a estilo e vocabulário nas quatro obras clássicas
Romanos, 1 e 2 Corintios e Gálatas conslalanmos que todas essas quatro epístolas foram
:ndubitayelmente escritas pelo mesmo aulor sacro. Aceilar uma delas como paulina é aceilar todas as
öuias iies, e iejeita uma delas, é rejeilar às démais.
R.NChamplin afirma oseguinte:
"Estilo e vocabulário são elemenios que dificilmenle podem ser copiados ou reproduzidos
e essas eptstolas-revelam-nos o mesnno homem, dotado de um estilo literário inteiramnente
pessoal, o que mostra apcrsonalidncde de seu utor de forma notável e indiscutlvel. Cssas
eplstolas contém, em seu próprio conteido, a reivindicação de terenn sido escritas pelo
apöstol Paulo, eo conteido de cacla una delas consubstancia tal asserção "3
.Além das evidências internas supracitadas em prol da autoria paulina de Romanos, 'bá
tanbém evidências externas. Por exemplo, a passagem de 2 Pedro 3.15, 16é referência ao lexto de
Rohrnos 2.4, e esse versiculo (juntamente com os escrilos en geral de Paulo) é denominado de
IEscrituras. Esse foio primeiro impulso tendenie à fornação de uni cânon" do Novo Testanenlo: e
ludp sc originou com os csc1ilos paulinos.

RN, Chumpliy, J. M. Bentes, Eacilopitlia de Biblia Teologia e Tilasola, V, p. 726.


As epistolas de Clcmenle (Cor. xxxV) e de Policarpo (Fil vi)
do Ro:manos 1.29-32 c 14,10-12, o que prova que clcs citam, respeclivan 21at, as
aceilavam a sua conhcciam cssa cpístola, kibé:
autoridade apostólica.
Irineualribui o tesxto de Romanos 4.10, 11 ao apóstolo Paulo (ver iv.
Inácio de Antioquia, que escreveu diversas epístolas às igrejas crists, 27;2).
em aproximdanis
110 d.C., como também Policarpo, bispo de Esmirna, citaram a
sua autoria ao apóstolo Paulo. Epistola aos Romaunos alribuindo a
Tércio, idenlificado enn 16.22, loi
às vezes Paulo lalvez tenlha dado a seu provavelmenle o amanuense ou escriba de Paulo. Ennbora
annanuense cerla liberdade na redação de suas carlas,
praticannenle inexiste indicios de quc isso (enha ocorrido e Ronnanos.
1.2- Pessoado Autor.
Duas lonles indispensáveis que nos trazem dados
dos Apóstolos e as suas Epistolas. Há raras informações asobreo Apóstolo Paulo são o livro de Aos
respeito de Paulo do periodo
o seu nascimento alé seu aparecimenlo en
Jerusalém comno perseguidor dos cristãos. quenbrangc
Que personalidade admiráveléo apóslolo Paulo! Através de uma observação na
Romanos podemos colher algumas informações. Epis.ola aos
Em Romanos 1.i Paulo se idenifica como 'servo de Jesus
apóstolo, separado para o evangelho de Deus'" Cristo, chamado þara ser
Vemo-lo como um homem disposto e dedicado a anunciar o Evangelho de Jesss
(1.14, 15; 15.19, 20). Crisio
Observamos também que Paulo era' alguém que sofria e
incredulidade dos seus irmãos judeus (9.2); era um varão marcado pela sentia tristeza por dausa da
virtude do amor para conn os
scus conpatriotas (9.3), e ianbém um indivíduo que desejava a
que isso ocorresse (10.1). Paulo éo apóstolo dos gentios (11.13) esalvação dos israelitas e orava part:
os gentios, cujo encargo é "anunciar o ministro de Cristo Jesus entre
Evangelho (15.16). Paulo também se apresenla coro a
pessoa que se alegra com a obediênciå da igreja ao Senhor (16.19).
O apóstolo aos gentios nasceu em Tarso, "cidade não
insignificante" (At 21.39), descri;ão
essa que tem sido comprovada através das escavações arqueológicas
do seu nascimenlo é uma incógnita; porém, quando do de Sir Wlliam Ramsay! Aciala
apedrejamento
aproximadamente em 32 d.C.), .o texto escrituristico refere-se a Saulo de Estêvão (que accnteceu
como umijoven Por
conseguinte, podemos dizer supostamente que ele nasceu na primeira década do
assim, um contemporâneo mais jovem de Cristo, embora não haja qualquer século . d.O., seado
algunna oportunidade viu ao Senhor. E mui provavelmente isso jamais ocorreu, prova de que ele, et
neninuna relerência desse fato. visto quel não há
Tarso era um centro de cultura e a cidade mais importante Cilicia, e, como que sua regiâo
da
sintelizaya o Oriente e o Ocidente, isto é, as culturas gregae oriental, incluindo, por igual
Sim, a cullura romana que representava o verdadeiro mqco, po01
Era centro da flosofia estóica da variedade helenismo.
douírinns nos mercados e nas praças públicas. Nacquelaromana,
época
onde os ilósofos pregavam jas Suas
Siria e tivera história importante durante um periodo de Tarso foi incorporada à provr cua d:
muitos séculos. Era o lerceiro zeniro
universitário do mundo, sendo superado em imporlância, naquela época, apenas por
Alexandria. Ajenas c
Alguns, erudilos geral1mente tem suposto que Paulo se
filosofias gregas e cultos religiosos durante a sua juventude alitornou familiarizado com qiversas
passada. En anos recentys, Van
Unnik tem desaliado essa suposição. Ele apresenta como
22.3; 26,4 e seg.) colocam Paulo em Jerusalém como argunnentos que os textos relevanfes (At.
lido cm sequência: () nasceu em Tarso; (ii) criado noscriança ben pequena ainda; Atos 22,3 deve SGr
joelhos de sua mãe nessa cidadc; (i) eucado
aos pés do rabino Gamalicl 4

J. D. IDouglas, O Nuvo Dicinirio cda Blblia, )). 1217.


Jerôninno cita uma tradição que diz que os antepassados de Paulo eram da Galileia
"'orycntura sendo- essa informação verdadeira, ns sabemos se nigraram para Tarso por molivos
connerciais ou se foram colonizados por algun govermanle sirio. Mas o falo de serem cidadäos
ronianos, itulo atribuido também a Paulo (AL. i6.37; 21.39; 22,25 e segs.), sugere que já residiann
cm 'arso por algum tempo.
Os pais de Paulo eram judeus extremamenie religiosos, perlencenies à seiia dus íu ibEUs, Üu,
I13 hinio forlemente inluenciados por esse grupo; e eram da tribo de Benjamim Paulo tinha uma
irmåque vivia em Jerusalém (A1 23.16). Ele era fabricante de lendas (At 18.3). Tendo em vista quc
c a algo usual entre os judeus cnsinar aos seus filhos alguma prolissão, isso pode ler acontecido com
Paulo.
Paulo recebeu instrução segundo ojudaísmo estrito (FI 3.5) e se orgulhava de sua
asc¢ndência judaica(Rrm 9.3; 11.1). Ele declara ier vivido como fariseu em obediência estrita àlei (FI
3.6} 2 Co l1.22), e que foi além de muitos de sus contemporâneos no zelo pelas tradições orais dos
circulos fariscus (Gl 1.14).
Falando aos judeus em Jerusalém, ele declara haver sido criado nesta cidade, instruído aos
pésjde Gamaliel, conforme aprecisão da lei de nossos pais' (At 22.3).
Quanio ao treinamento secular de Paulo muitas opiniões têm sido defendidas. Aiguns
acr¢ditam que ele cra bem instruido na cullura, na estélica e na filosofia grega e.romana. Oulros com
tase no exame detido das epistolas afirmam que ele deye ter ésludado a filosofia estóica.
R.N. Champlin tece o seguinte comentårio sobre esse assunto:

Quanto à sabedoria profana, o ireinamento de Saulo, mui provavelmente incluiu a


educação flosólica normal, a relórica e a matemática, sem falatmos em seus estudos'
sobre a religião judaica (ver At 22.3; 26.4 e diversas referências, em suas epíslolas, a
queslões como coroas, jogos atléticos, lutas, el., o que também servia de principais
ilustrações entre os flósofos estóicos para ilustrar os princípios éticos). O fato éque
o grego utilizado por Paulo, em suas epístolas, é um excelente grego literário "koiné"
,o que nos mostra qão bem alicerçada fora a sua educação na linguagen, além de
ficar demonstrado o fato de que ele falava o grego como seu idioma nativo,
provavelmente do mesmo modo que ohebraico (isto é, o aramaico).
Paulo, portanto, tinlha una herança judaica, grega e romana.
Segundo relatos de Alos dos Apóstolos cle foi um intenso perseguidor dos cristãos antes da
sual experincia salvifica (At 8.3), chgando a consentir na morte de Estêvão (At 8.1): Oscu af vo
eraldestruir a igreja.
A conversão de Paulo »narada em irês íextos no livro de Atos (9.3-19; 22.6-21 e 26.12
18)! Paulo empreendeu uma viagem para Damasco, a fim de que, caso enconlrasse crislãos nessa
localidade, os prendesse eos conduzisse àJerusalém. Próximo à Damasco oSenlhor se revelou &ele
através de uma visão. A partir daquela experiência o perseguidor do evangelho! Saulo 01
Lrans•ornnado, tornando-se o servo de Deus Paulo.
Esse acohtecimento talvez tenha ocorrido por volta de 35 d.C.
Após a sua conversão, Paulo passou alguns .poucos dias com os discipulos de Daas0.
Fregou ali em algumas oportunidades, ensinando particularmenle que Jess era o Messins. Depois
isso, retirou-se para a Aräbia, possivel1mente para a região de Haur, uma bacia fërtil, que fica cerci
de bilcnta quilômetros ao su< da cidade de Damasco, direlamente a leste do extremo sul do mar du
Galiléia. Outros acredilan que a região referida era o pals dos rebateur e a península do Six.
Aqtuele era imais acessível para quem partisse de Damasco, mas este iilimo loca! tinha
sighilicação religiosa, por causa de sua conexão com atransmissão da lei, sendo possivel que Paui

SR.N.CIhamplin, J. M. Benles, Enciclopédia de Biblia Teologia e ilosofia, v. V, p. 121.


(ivesse preferido essa atmosfera. Passou
or dOrsaS Yczcs cm Damasco c voltou. algum ienpo cm seu retiro, e dali, como é provável, Jesteye
Pouco depois disso, Paulo visitou Jerusalémpela
Iicado com Pedro por quinze dias (GI 1.18). Dali partiuprimeira
para as
vez após a sua conversão lendo
1.21). A passagem de Atos 11,2.5 nos diz que Barnabé foi à regiðes da Síiria e da Cilf¢ia (il
pua conseguir seu auxílio na igreja em Antioguia, que Tarso, àprocura de Paulo, sem púyida
lorte. Após um cerlo periodo de tempo Paulo e Barnabénecessitava de uma liderança maior mús
fome de cristãos pobres em Jerusalém. foram enviados a uma visil para aliviar a
Oapóstolo Paulo se lornou um deslacado pregador do
Deus. Realizou irês viagens missionárias alcancando muitasEvangelho e missionário do Reíno dc
Evangellho de Cristo; e foium instrumento de Deus para a salyaçãolocalidades com a mensage1n do
e trans•ormação de muilas vidas.
Aa relornarem de Jerusalém em cerca de 46 d.C. Paulo e
Viagem Missionária, como resullado do chamado divino para a obra (Barnabé dão início a Pimeíra
At 13.2 ), comissionados puJa
1greja cm Antioqua da Siria. Essa viagein os levou a alravessar a Ilha de
(At 13, 14). Na companhia de Paulo e Barnabé ia também João Chipre e o sul da Glácia
Os dois missionários nesse Marcos. Este os abandona em Fef'u.
empreendimenlo conseguiram c tabelecer um testemunho cristão ii:.
Antioqia da Pisidia, Icônio, Listra, Derbe, e, possivelmente Perge.
Sina em cerca de 49 d.C. onde prestaram relatórios, Relornaram para Antioquia diu
Missionária encerrando-sc assim a Primeira Viageni
Paulo após -a Primira Viagem Missionária participa do Concílio de
d.C.). Jerusalém (c. de 49
Em aproximadamente 50-51 d.C. o apsiolo inicia a sua
partindo do Antioquia da Sria novarmente. Esse empreendirmento Segunda Viagem Missionária,
15,40-18.22. Para essa viagem Paulo escolheu como companheiro e missionáio .registrado enm Aios
devido a um desentendimento havido entre ele e Barnabé, em que o acompanhante Silas, vistp que,
primeiro
acompanhante João Marcos, que os abandonou no empreendimento missionário dcsejava não como
segundo queriaa companhia de Marcos, gerou aseparação entre eles.' anteriot, e o
Parlindo de Antioquia, seguiram por terra para as igrejas do "sul da Galácia", e
receberan mais um membro para o grupo: Timóteo. emListra
Proibidos pelo Espírito de evangelizar para o ocie, viajaram em dreção ao
alravessando o norte da Galácia onde alguns convertidos talyez norie,
tenham
18.23). Em Trôade, numa visão, Paulo viu um homnem da Macedônia fazendo sido conseguidos (At 16.6;
passasse a Macedônia e os ajudasse. Dessa maneira teve inicio sinal para que ele
sua evangelização na Grécja. Na
Macedônia foram estabelecidas missões em Filipos, Tessalônica, Beréia. Na Acaia ou Sul da
íoram visitadas as cidades de Atenas e Corinto. Nessa Grécia
última cidade foi fundada uma comunidade
crist. Por intermédio de seus auxiliares (Lucas, o médico, reuniu-se à
correspondências (as Epístolas aos Tessalonicenses), o apóstolo se equipe em Trôade) e med'anie
mantinha em contato com vs
jovens igrejas da Macedônia
0Espírilo a seguir constrangeu. Paulo a considerar a
Asia. Partindo de Corinto ele parou por breve lempo província anteriornIenle pr oibjda, a
em Éfeso, a metrópole comercial da Asia, e
deixou dois amigos coríntios, Priscila e Aquila. Numa rápida viagem de volta via
completou sua Segunda Viagen Missionária e, depois de uma Jerusalém, Paulo
breve permanência final ein
Anlioquia, preparou-se para mudar sua base de operações para Efeso. A Segunda Viagem terminou
provavelmenle em cerca de 51 d.C.
A Terceira Viagcem Missionária de Paulo foi a época do !
de 53-58 d.C.; At 18.23-20.38). A província, da Asia ministério em volta do Mar Egeu (c.
foi evangelizada, e postos avançalos do
cristianismo foram lancados na Grécia Durante esses anos, Paulo escreveu 1 e 2
Romanos, e talvez. algumas das Epístolas da Prisão - l e 2 Timóteo eTito. Corfhio,
As localidades visiladas por Paulo nesse
lcônio e Antioquia da Pisídia), Éleso, Macedônia período
(Filipos,
foram Galácia e Frlgia (Derbe, L,istra,
(A!e c Corinto), Trôade, Mileto. Paulo visitou outras Tessalônica e Beréia), Grécia ou Acai
localidades, tais cono: Tito, PLolcna1da,
12

('osaréia e chegoua ' usalénm na Festa de Pentecosles onde •oi preso. Depois foi tenovido para
(esaria, c cm s.gui foi transferido para Ron; passando dois anos sob escolla em suaprópria
(asa alugada, pregandoc ensinado as verdades divinas àqueles queo visilavam (Al28,30, 31).
Mui provavclmonte foisolto da prisão ein 63 d. C., e visitou a Espanhaea área do Mar Egeu
andes de haver sido novamente aprisionado e morlo, desla yez às mãos de Nero (c. de 67 d.C.).
Paulo foi um indivíduo que cunpriu a missão que Ihe foi confiada por Deus., Em 2 Timótec
4.7 clc diz: " Combati o bom combate, completei acarreira , guardeia fë".
1.3- Data c Local de Origenn.
Bxistcm poucas dúyidas sobrc o contexto geral no gual Romanos eslá inserido. Con•orme
Rotnanos 15.22-29, irês localidades eslão nos planos de viagem de Paulo: Jerusalém, Rona e
1 panha. Odestino imedialo deleé Jerusalém. Como se observa em sua oração cm 15.30-33, Paulo
iuda con expe:lativa viajar para Jerusalém Ele estálevando aos empobr lus crislãos judcus
ensalém uma oferta recolhida cntre as igrejas gentílicas que ele planiou i.23-27) e não estä
S: juro de cono a oferta serå recebida. Ele espera que a oferta seja aceitável aos crentes judeus'e
iss auxilie a consolidar as relações entre crislãos judeus e gentilicos. Porém Paulo não tem certeza
CiShO e pede aos cristãos romanos que orem.
Osegundo local incluido no plano de viagem de Paulo é Roma, mas apenas de passagen,
rois desejava ir à Espanha (15.24, 28), refletindo o seu senso de chamado de "pregar o evangelho,
rão onde Cristo jålora anunciado" (15.20). Avisão de Paulo estava fixada na Espanha, pois a tarela
inicial de plantar igrejas no Mediterrâneo oriental está terminada: "desd Jerusalém e
cirçunvizinhanças até ao Ilirico, tenho divulgado o evangelho de Cristo'" (15.19). Igrejas pujantes
foram plantadas nos principais centros metropolitanos dessa região como resultado de suas irês
primeiras viagens issioná ias.
Quando comparamos essas in•ormações com os delalhes das viagens missionárias de Paulo
relaladas em Atos, fica evidente que, Paulo ao escrever Romanos, deve eslar perto do final de sua
terçeira viagem missionária Foi nesse. período que Paulo estava se preparando para reiomar à
Jerusalém, tendo Roma como seu próximo destino (At 19.21; 20.16). Todas as incicações nnostram
que Paulo escreveu Romanos quase no fim e sua permanência na Grécia, ou seja em Corinlo,
durante a sua terceira visita àquela cidade (2Co 13.1) como hóspede na casa de Gaio (16 23: 1Ca
1.14). A çonfirmação de que Corinto foi o local da composição da epístola encontra-se em suas
recomendações acerca de Febe, uma mulhe que residia em Cencréia, perto de Corinto! Segundo
alguns comentaristas essas recomendações provavelmente indicamn que Febe foi a portadora da caria,
le vando-a de Corinto a Roma (16.1,2). Alguns lambem imaginam haver possibilidade de
icentificação entre o tesoreiro a cidade Erasto (16.23), com o Erasto mencionado numåinscrição
encontrada em Corinto, confirmando assim a cidade de Corinlo como o local no qual foi escrita a
carta.
Adala em que Paulo'escYeveu Romanos dependerá, portanto, da data dos três mese: que ele
perrnaneceu na Grécia; delerminar essa data depende, por sua vez, da cronologia da vida e
ninjstério de Paulo como unm todo. Conquanio seja dificil afirrmar de modo ex:io a dala, podemos
siiuy RoInanos em 57 d.. aproximadanente.
1.4- Destinatário.

1.4.1-A Cidude de Roma.


Tradicionalmente fundada em 735 a.C., sobre suas sele colinas (as escarpas fornadas
oni a pianicie latina se baixa alé o leito do Tibre, na primeira lravessia läcil para quen: veni subundo
orid desde a foz), Roma, conforme as escava;ões lem demonstrado, em sua orige era unn ponto de
ren•ão e unn candinlho, e não a pálria de um povo preexislente. O processo de adições, estimulado
enn dstágio inicial pelas exigncias estralégicas dos eslados etruscos ao norle e ao sul, adquiriu seu
prspfio inpelo, e por uma orientação liberal de franqias, sem iguai na antigüidade, mcdiante o que
Roma atraiu para si homens e ideias 13

mil anos depois de seus


primórdios provenientes de ioda a parte do Mediterrâñeo, al que quase
ela já havia incorporado toda
a Dlviuipa aié à outra comunidade civilizada desde
¢rábia. Roma era cosmopolila e o mundo
Nos tempos inleiro era romano.
neotestamentários,
Quaiieijes ue apuriurnernios de muilos andaresRoma estava na plena pujança de seu desenvolvimnto.
pessoas, víndas de todos os quadrantes do abrigavam um proletariado de mais de um milháo de
inlernacional por império.
causa dos favores domésticos dos A aristo cracia, que se tornava igualrenl
conlinenles aplicando-os cm vilas césares, aproveilava-se dos lucros
dotado ocoração da cidade com suburbanase no interior. Os próprios césares de|lrê:
uma fileira depropriedades
ediicios públicos que talvez jamais tivessemhayia1.
igualados em qualquer outra capital. silk,
^ própria conceniração das
econômicos generosos e entrelenimento. riquezas provia às nassas super comprimidas subsklios
esirangeiras. Na qualidade de sede do senado Também alraía o lalento literårio e arlistico de regiõcs
Com todos os demais estados do e da adninistração imperial,
Mediterrâneo, eo tráico de produlos alimenticiose Roma mantinha contalo
fortalecia tais laços. de luxCs
"Era lambém Roma o ç1npório em que
Corrupções, com sua sordidez e miséria, e tremendo tinham todos os povos despejado suas idolatras e
pressentimento da ira vindoura".°
I42- AIgreja Crist en Ron: .
A Epístola édestinada a todos os
pra serdes santos" (1.7; cf lambém 1.15), ou amados de Deus, que estais em Roma, cham'dos
Não tenos dados claros è precisos queseja, nos
a Igreja de Romaéa quem sc
dcstina a cartd
Igreja de Romae de sua composição no forneçam in•ormações a respeito da origert d
se dirige aos crislãos de Roma periodo em que a carla foi escrila. "Os termos em quc
Phulo
ecenle. Mas quando tentamos esclarecem
que a igreja daquela
det erminar alguma coisa sobre a cidade noe aera de organizaçãd täo
periodos do cristianismo romano, enconlramos bem poucos dados origem história dos primeiros
Por volta do ano 180 d.C. Irineu evidenles em que apoiar-nos"
Roma (Ady. Haer. 3.1.2), a0 passo queidentilicou Pedro e Paulo como os fundadores da
a lradição posterior menciona Pedro como igrej em
primeiro bispo da igreja (e.g., o Catalogus Liberianus [354 d.C.]). Porém funda.þr e
tem sustentação em dados históricos concretos e
nenhuna destas tradiç~es
aceila. A própria pístola deixa claro que Paulo nuncaveridicos, não podendo, por conseguinte, ser
tinha ido à Igreja de Roma (1.10, 13; 15.2).
Étambém bastante improvável que Paulo
uma igreja lundada por Pedro. Além disso não háestivesse planejando o tipo de visita registrada em l.8-15 a
nenhuma alusão ao apóstolo Pedro na carta.
Sabemos que já existiam cristãos judeus em Roma por volta do
conlirmado pela declaração do historiador romano Suelônio de que o ano 49 d.C, Esse fao 6
expulsou os judeus de Roma por eslarem consíanlemente brigando, instigados imperador romano Cláudio
chamado Cresto. (Vida de CláudËo 25.2). Geralmente se aceila que "Cresto" (no por latim
um indivíduo
unna corruptela do grego Christos, "Cristo", e que o conentário de Chrests) A
debates dentro da comunidade judaica en Roma no que diz respeito às Suetônio refere-se a violehios
Cristo. Apesar de Orósio, escritor do século V reivindicações
dizer que siluar esse incidente no ano 49 d.C. é algo
de ser Jesus o
menos cerlo, contudo essa dala recebe confirmação indirela de Atos
Aquila c Priscila haviam recentemerie chegado da Itáia "em vista de ter 18.2, onde Lucas diz que
lodos os judeus se relirassem de Roma", Nessa dala, Pedro ainda estava emCl£udio decrelado gue
do Concilio ali ocorrido em cerca de 49 d.C. Jerusalém por oca_ião
Sendo assim, não abraçamos a idéia de que Pedro ou Paulo tenha sido o
formação da lgreja de Ronma. responsável pela

6 Charles R. lErdman, Comentário cde Romanos, p. 13.

"F. F. Brucc, Romnos: lntrodução eComentário, p. 14.


Vale tesNnltar que 0 cdito do inperador Chudio no permanecouem vigor por muito tempo,
(qm me sde dez, nos depois da sa pronlpaço cncontramos Aquila c Priscila relornando à
Rooa (1u 3). Contudo, dumte a sua vigência, ocdito nmui provavelnento causou um grundo
npacto àigreja rOmana.
Sogundo Ambrosinslro doséculo lV O8 romanos abraçaram a fè em Cristo, ainda que de
icoIdo com orilual judaico, sem terem visto qualquer sinal do obras portntosas ou qualquer dos
postolos.
Uma das probabilidades colocadas a respcitp da fundação da igrcja romana &que alguns dos
ndeus e roséitos qu0 cstavam em Jerusalénn no Dia do Pentccosles, e se o0nverleram ao
(Thstianiso, levaram ol'vamgcllho àRona(A 2.10).
llalloy no seu Maual Biblico se referindo à iproja do Roma tece oseguinte conentirio: "O
núkleo dessa igreja lormarn-sc, provavelmento, dos romanos quc cstiveram cm Jerusalem no Dia de
Pehtecosles"
A lgreja de Ronma na p0ca cm que Paulo escrevcu Roanos era'uma comuidade ista
coposta por cristãos judexus c gentilicos, Alguns textos escrituristicos nos comprovam csla
alifmativa.
De um Jado ha indicios de que Paulo tinha em mente ut público judeu: (1) ele saoda os
cristãos judeus Priscila e Aquila e seus "patricios" (BLH). Andrônico, Júnias e Herodião (16.3, 7,
ub; (2) cle se dirigc aum judeu no 'capítulo dois (o.g., v. 17); (3) ele associa seus leilores à lei
mosaica: n·o eslão "debaiso da lei" (6.l4, 15) porque morreram "relalivamente à lei" (7.4; e
observe-se 7.1, alo aos que conhecem a lei ); (4) Paulo chama Abraão de "nosso pai (4.1).
Por outro lado hË lambn indicios da presença de gentios: (1) no endereço da carta intcira
Paulo inclui seus leitores entre os gentios a quem fora chamadg a muistrar (1.5-6; cl. lambem 1.13 e
s14-21); (2)ele se dirige diretamenie a "vós outros, que sois gentios" em 11.13 (continuando ao
logo de 11.14-24 com a utilização da segunda pessoa do plural); (3) o pedido de Paulo de quo os
crentes romanos "aceiten-se uns aos outros" (15,7, NVI)parece eslar dirng1do espec1almente aos
pehtios (veja vw. 8-9).
Mii provavelmente os cristos genlios constiuiam a maioria na comunidade romana, visto
qug Paulo inchçi a igreja de Roma dentro da eslera daqueles gentios para os. quais seu aposlolado
ia iavà especial1n1ente direcionado.
1,5- Propósito.
Qual o propósito de Paulo ao escrever Romanos? Opróprio conteúdo da carla nos aju'a
nito pouco a responder. esta pergunta. Segundo alguns comentarislas Paulo esoreve sobre os
mgtivos que ten1 para yisitar Roma, mas não sobre o motivo para escrever à Roma. A única
.itmação que faz sobre esla última queslão é demasiadamenle genérica para poder auxiliar
realnente: "vos escreviem parle mais ousadamente, como para vos trazer isto de novo à memória'"
(1. 15). Mesno diante dessas- dificuldades podemos colocar algumas questöes que entendemos
esthren1 envolvidas no propósilo de Pulo ao escrever a Epislola aos Romanos.
Algumas circunslâncias innedialas surgidas indicam um dos propósilos' gue conduziram Paulo
pYoduço dessa Epist ola.
Paulo escreveu essa missiva com o propósito de pedir uos cleuiS upuiv IV tu
cmprccndimcnlo de coninuar a obra missionária traballbanlo na Espanha, pl£ntando novas igrejas
cm campo pioneiro (15.24-29). Conforme o livro Introduço ao Novo Testamento Paulo manilesta
"ossa esperança em 15.24 como verbo poneATLO,, propempo, que tem a conolaçã de 'ajudar
raerialmente alguém cm, viagem" Portanto, um dos intentos de Paulo na sua cserta oi
ap1esentar-se aos cristãos romanos, preparando assim sua visita e seu pedido de palrocinio; fazendo

Ilory JI. lJalley, Afanmal Biblico, p. 515.


'D.A. Curson, lDouglas J. Moo, Leon Morris, Introtução ao Novo Testamento, p. 280.
assim preparalivos para a sua missão na Espanha. Robert Gundry alirma: "A epístola aos Romanos,
por conseguinle, é um tralado a respeito do evangelho e cujo designio foi o de prepara os leitores
de Paulo para seu futuro ministério oral entre eles"
(Outra ntenção da carta pode estar relucionada ao fato de que ulo pode ter
fuyido
comentários a respeito de algumas dificuldades presentes na comunidade, e acionou corrigi-las na
seção élica de sua epístola (especialmente no capitulo 14). Alguns dos cristãos em Roma jaclayam-$e
de serem fories na é e desprezavam outros que não estavam conyiclos de que sua f» lhes
p¢imilia
comer qualquer tipo de comida e desconsiderar dias ixos de adoração. Estes, por suh vez,
condenavaim os assim chamados fortes na fë coo crentes gue faziam concassões excessivas. Paulo
reprccnde dois grupos - os fracoS na •é" e os fortes na •e- )or sua intolrância um com oloulro;
e busca sanar essa divisão na igreja dc Roma Ë provávelque os Sracos sejars: principalmente cfistãos
judeus e os lortes sejam cristãos gentios.
Ouiro- intento de Paulo foi apresentar de forma detalhada e precisa una vasta declhração
contendo seus posicionamentos doutrinários, expor um panorama anplo e sistemático do âmago do
crislianismo. Segundo parece, os romanos tinham ouvido boatos falsos a respeilo da mensagem de
Paulo e sua leologia (e.g. 3.8; 6.1, 2, 15); daí a necessidade urgente dele registrar
porescrlto seu
enlendimento do Evangelho, inspirado pelo Espírilo, apresentando um sumário do Evangelho en
lorma de tratado, em particular no gue conceme à queslão
lei e ao evangelho, ontinuidade e descontinuidade entre histórico-salvilica
de judeus e gerlios, a
oantigo e o novo. Buscando coh1 isso
decfazer as falsas imagens de sua pessoa que porvenlura houvesse, e trazer edificação na fë.
I.6- Tena Central da Epístola.
Muitos assuntos importantes são abordados, porém acredilamos que o tena cen(ral da
Epistola aos Romanos é "O Evangelho como a Revelação da Justiça de Deus, uma Justiça qye só é
possivel experimentar mèdiañte a f".(1.16, 17). "0 seu tema é, assim,
crist, pois ninguém pode entrar em contalo com Deus senão depois basilar
em toda a expefiência
de estabelecida uma yia de
acesso adequada"1

1.7- Doutrinas' Principais da Epístc'a.

1.7.1-AJustiça de Dens.
No princípio da seção doutrinária da Epistola, Paulo eapõe o tena da justiça divina,
que foi revelada aos crislãos (1.17).
Para entendermos o desenvolvimento da argumentação de Paulo como um todo, é
considerar coino o conceilo de retidão » aplicado pelo apóstolo. Háquatro preciso
mani•estacão da retidão divina nessa Epistola. diferentles aspeclos da
O priiueilOé a fidelidade; pois as promessas divinas precisam ser
conloridade com a natureza divina (3.3, 4). cumpridas para estarern eirn
Osegundo é a ira, um aspeclo especifico da relidão em sua aversão a todo
pecado, je não
segundo alguns acreditan, uma virlude contrária àretidão (c£. 1.17 e seg.; 2.5). A retidão e a ira de
Deus são falores que não podem de maneira alguma : rem diyididos.
Oterceiro é a manifestação da relidão na morle de Jesus Cristo, a quai é
e scg. ) dom de Deus, queé Cristo como sacrificio expiatório, manilesta a declarada enm 3.25
retidão divina.
O quarlo aspecto éo vínculo existente entre a retidão e a fé. Una das
pensancnto paulino é que a relidão de Deus, que foi revelada, pode tambénm sercaraclerísticas
do
intermédio fé. A Jusliça de Deus, por conseguin!e, considerada como apropriada por
passiva, c cim s2u papel alivo ela declara justo aquelcs que por nalureza s¯osinultaneamenle
inimigos de
a<iva e
Deus
5.10)..13sse o signifcado de justificação; não que os homens são feilos rclos, mas antcs, que ("d. são
1° Rolert Gundry, Panorama do Novo
Testamento, ). 326.
MerillC. Tenncy, O Novo Testonento: suaOrigem e lnilise, p. 318.
eitados como tais. Toda a Bpistola éuma exposição desse tema, que foi fundamenlal para a
teocgia p'ina, esutseqüentemenie para &teologia reformada.
I.7.2-A Boudece de Deis.
O couccio de Deus apresen'ado por Paulo não eslá resurido a Su: relidáo, mas
anbeat ab:age o caräler anotoso de Dous. Ofaio da retidão de Deus ser concedida de modo ativo
asalvação humena ressalta un molivo ds a ror vinculado com a santidade. Porém Paulo chama
spocficanente aatenção para abondade eaclenência eapaciência de Deus (2.4). Ele resalta que
2surema manifestação do amor diino estä no alo que Cristo morreu por nós quando ainda éramos
-rdaderes (5.s). E em Romanos $,35 escgs. cst£a clássica declaração sobre a quaiidade permanenie
dosse unor, na qual Paulo afîi na que coisa aigumm, quer circunstancial quer esnirilual, pode afactar
10$ do annor divino.
Ao abordar a questão da rejeiço de Israel, Paulo se firma na misericórdia divina, e rejeita
eonhecer a possibilidade de injustiça da paric de Deus (9.15). Ele cila com aprovação a declaração
ie lsaias de que diariameate Deus havia esiendido as mãos ao povodesobediente de Israel (10.21).
Abondade de Deus sobre aqueles que permanecem nEle é salienlada até mesmo çuando Paulo fala
sobre a sevendade divina (ll.22). A gra le prerrogaiiva de Deus usar de misericórdia (11.22).
Msmo na parle práica da Epistola, o caráier gracioso divino é exposto. Sua voniade é boa,
agtadåvel e perfeila (i2.2).

1.7.3- A Soberania de Der:s.


Adouirina da Soberania de Deus ésalientada principalmente nos capitulos 9-11. No
capitulo nono, Paulo ilustra o tema apelando para o poder que o oleiro tern soöre o bno, o que
ilustra a soberania de Deus na escolha áo homenn Paulo, todavia, tem o zelo de relacionar isso mais
com a misericórdia do que com o julgarienio. Seus pensamentos sobre esse importanie iema são
surganados em sua admiração perante a sabedoria de Deus, que ele descreye como insondávc! c
inescrutável (11.33 e seg.). Para o apösiolo, isso é âncora suliciente quando confrontado com os
sperplcxos prob!lemas teológicos.
1.7.4- ¢ Graça de Deus.
Nenhum estudo sobre agraça divina eslará completo enquanto uma ampla apreciação
ro tiver sido feita sobre o pecado humano, e isso é bem ilustrado nessa Epistola. Os prineiros três
capiulos lem por inalidade mostrar o fracasso do homem na tentaliva de atingir a retidãode DuiS.
Não somente Paulo apresenla um espantoso invenlário sobre os pecados dos gentios (capitulo I),
nas igualmenie salienta que Israel apesar de iodas as suas prerrogativas é culpado. Amedida que
seu argumenio se desenvolve, Paulo desiaca anatureza corrompda do homem sob aterminologia de
ciTje (oap), com a qual ele ealende apecaminosidade moral, enão lisica. Na descrição sobre seus
póprios conlitos contra o.pecado (capítulo 7), Paulo mostra um agudo juzo do poder do peado.
Esse leva todos os membros à escravidão aos seus principios, que Paulo chama de lei do pecado
(7.23).Rcduz ohomem àmais completa miséria, da qualunicamente Deus, alravés de Cristo, pode
ivrar.
-lsso conduz àconsideraço sobre aobra salvifica de Deus em Cristo. Adecaraço panlina á
que Deus lomou a iniciativa. Isso eslá de acordo como modo integral de Paulo abordar otema do
rocesso da redencão nesta Epistola. A obra de C1'sto na cruz visia cOmo u! sacriîñcio objeivo
provido por Deus, à base do qualos pecados podem ser redimidos.
No sexío capítulo, Paulo trata da operação da graça de Deus e demonstra que a
Suoerabundância dessa graça jamais deve ser considerada como ocasião para a prática deliberada do
pecado. Isso é impossivel devido à profunda união do crente com. Cristo, uma doulrina que recebe
inporlante lugar na teologia paulina: 0 pecado não tcm mais domínio sobre nós, porque agora
cstamos debaivo da graça (.14).
1.7.5- A Lei de Deus.
A alimação de que a lei é sanla, jusla e boa (7.12) é uma prova clara d¡ alía
consideração que Paulo tinha pela lei judaica, Não obstante, elc tinha convicção pela experiêncin quc
n lei é olalmen!e ineficaz como meio de salvacão, não dovido a alguma deficiência inerente it£
própria oi, pois o homcm intcrior se deleita na lei (7.22), mas antes, por causa da própria dolicincia
do homem.
Contudo, ao considerar a lei de Deus, Paulo constala que para o crislão isso inclui mas do
que a letra da lei,de Moisés. Inclui a chamada lei do Espírito (8.2), e asua doutrina do Esprito
Sanlo, especialmenle no que se re•ere à Sua obra de santificação (capitulo 8), não
separada de sua íntima conexão com a lei de Deus. Sob a nova aliança, 0s mandameniosdevera ser
deven ser
escritos no coração, c isso só pode ser feilo por meio do Espirito. Paulo inlroduz unna noa maneira
de considerar as exigências de Deus, que assim passam a ser leis de um Pai dentro de
uma relação
plenamenle nova.
OEspírito de Deus é oposto àcarne (8.4 e seg.), concede vida em lugar de morte-(8:1|), dá
testemunho da iliação cristä (8.14 e seg.), e intercede pelos crentes segundo 'a vontade de Deus
(8.26 e seg.). A vida crist, por conseguinte, não é queslão de submissão a um código legal, imas é
questão de una vid coirolada pelo Espírito, àbase de uma nova 'lei que envolve qualidades lais
como relidão, paz, alegria, esperança e amor (c£. 5.3 e seg.; 12.11; 14.17; 15.13, 30).
1.8- Integridade da Epistola.
Aaulenticidade da Epistola aos Romanos no que diz respeito a ser
essa uma obia do
apóstolo Paulo tem sido alg0.praticamente aceito por todos os eruditos, e os argunentos
que tem ousado pôr em dúvida a genuinidade da Epistola e da autoria paulina são daqueles
reconhecidos como inleirannenle infundados e subjetivos. Porém, existem muitos erudilos alualrhenle
que põem
em dúvida o capítulo final, não à base de disputar a autoria paslina, mas
afirmando
perlence a essa epístola O Novo Dicionário da Biblia no que diz respeito a esse que o mesmo não
E[sa opinião se fündamenta sobre várias considerações: o grande assunto comen<a:
pessoais que suposlamente seriam improváveis numa igreja nunca visitada pornúmero
de saudções
Paulo; o falo que três
pessoas, Aquila, Priscila e Epêneto tinham conexões com a Asia'e não ,com Roma (embora os dois
primeiros tivessem vindo originalmente de Roma); a recomendação de Febe, que é considerada
menos apropriada quando dirigida a uma igreja onde Paulo era desconhecido; o caráter inesperado
de alusões a ensinos
falsosnos versiculos 17-19 desse último capítulo; e o fato que 15.33 seria una
concluso muilo apropriada para a Epistola
Todavia essas considerações não são conclusivas e podem ser explicadas de outra forma
Não era prática de Paulo deslacar indivíduos nas igrejas onde era conhecido e, em
fuciiiiades de viagem, não é surpreendente que ele conhecesse a muitos crislãos que vista das
agota. se
encontravam em Roma, ou que aguns deles, anteriormente na Asia, agora estivessem ali. Visto que
Paulo era bem conhecido em Roma a ponto de poder ter-Ihes escrito a
Epistola, a recomendaçc dè
Febe não apresenta qualquer dificuldade, enquanlo que as adverlências re•erentes aos
podem 1er sido abruplamente incluidas ou porque a alenção de Paulo tivesse sidofalsos mesires
atraída para eles, ou enlão porque ele proposiladamente deixou a questão pura o fnal da subitancnte
de não destacá-lo desproporcionalmentle. Quanto a carla, a fim
argumentação de que 15.33 é una concl<isão
muilo apropriada para a Epístola, podemos dizer que a forma expressa
nesse versiculo 'não |tem
paralelo em nenhuma das outras conclusões das Epistolas paulinas. No tocante àevidênçia interna
da Epislola, parece haver bases insuficientes para que se
considere o capitulo como potção
originalnenle separada enviada aum destino inteiramente diferente, quer para Efeso qucr para outro

12J. D. IDouglus, (O) Novo Diciondrio da Biblia, pp.


1414, 1415.
18

aos Romanos continha


Epistola
uj as qualqucr. Temos porlanlo bons molivos para crermos que a
odos os seus dezesscis capitulos.
Romanos circulava em alguns locais
1Hátanbém algumas indicações do que a Epístola aos
rm _eus dois capitulos fnais. Talvez a melhor explicação para darmos a respeito disso é que
Nirdi§o lcnha ficado desconlente com as cilacões doAntigo Testamenlo encontradas em 15,3 e
interromper a carla. Serndo que esses
159-12 e (enha considerado 15.1 o lugar mais apropriado para e abreviadora de Marcião.
icxto5 contendo catorze captulos foramfruto da ação dcturpadora

obOÇO DO LVRo

qual éstá
Opropósito do esboço na exegese é determinar 'o grande contexto no
tratao
inseridoo texto em análise, buscando as primeiras pistas sobre o assunto do qual
refeido texto. É fato que não é o esboço que determina o assunto do texto, e sim a
sempre fornecerá
e)xegese em si, mas, o próprio contexto que circunda o texto em análise
antecipadamerte pistas sobre o assunto. O esboço serve, ainda mais, para fixar os

lirnites do texto que está sendo trabalhado, evitando que haja transbordamento de idéias
de umcontexto para outro. De maneira muito prática, podemos dizer que o esboço serve

paràeitar que alguém tire o texto do seu contexto e dê-lhe assunto que nada tem a ver

com o contexto.
O esboço corresponde à confecção de uma grade de divisões e subdivisões que
facilitem o fácil acesso e identificação dos assuntos tratados no livro. No esboço,.o local
no cual estáinserido o texto em análise deve ser destcado em itálico, Deve-se evitar

usar as divisões de textos de Biblias anoladas. Ao finalda apresentação da grade, um


pegueno comentário deveráser escrito explicando a que bloco de material (capítulo e

versiculo, oupericope) pertence otexto analisado, e qualoassunto predominante do


contexto no qual o texto estáinserido. O texto deve, obrigatoriamente, refletir o mesmo'
assunto que está esboçado para aquela seção no qual ele está inserido,

Livros recomendados: comentários críticos ou teologicos do Novo Testamento;


Russcl Cihamplim, ONovo Testamento Verslculo por Verslculo.
19

EXEMPLO DE ESBOÇO DO LIVRO

ESBOÇO DAEPÍSTOLA AOS ROMMANOS


I. INTRODUÇÃO (1.1-17).
A. Autor (1.1-5).
B. Destinalário (1.6,7a).
C. Saudação (1.75).
D. Ação de Graças pela Igreja de Roma (1.8).
E. Oração pelos cristãos de Roma e o desejo de visilá-los (1.9-15).
F. Tema Central da Epistola (1.16-17).
II. A NECESSIDADE DA JUSTIÇA DIVINA (1.18-3,20).
A. Apecaminosidade dos genlios (1.18-32).
B. Apecaminösidade dos judeus e ojuizo divino (2.1-16).
C. Os judeus são inescusáveis (2.17-24).
D. O auiêniico israeiita (2.25-29).
E. Paulo responde a objeções (3.1-8).
1.Oprivilégio dos judeus (3.1-2).
2. A fidelidade de Deus (3.3-4).
3, Å
justiça de Deus (3.5-8).
F. Apecaminosidade universal (3.9-20).
III. AGLORIOSA PROVISÃO DIVINA DA JUSTIÇA (3.21-5.21).
A. Ajustificação pela fë em Jesus Cristo (3.21-31).
B. Ajustiicação pela fë ná vida de Abraão (4.1-25).
C. As bênçãos decorrentes da justificação (5.1-1).
D. Contrasie entre Adão, em quem há pecado, condenação e morte; e Cristo, em quejn há
graça, justificação e vida (5.12-21).
IV. ACONCRETIZAÇÃO DA JUSTIÇA PELA FÉ (6.1-8.39).
A. Aidentificaçãocom Cristo eanova vida, na qual há a liberlação do pecado pela
graça (6.1-14).
B. Escravidão ao pecado e isenção "quanto à justiça, versus a servidão 'à justiça e
iscnçãoquanto ao pecado (6.13-23).
C. Morte para a lei, por meio da união com Cristo, em Sua morte, ilustrada pelo
anulamenlo do casamentg através da morte de um dos cônjuges (7.1-6).
D. A lei revela o pecado (7.7-13).
E. Àiei 1ão pioduz a jusliça por causa da incapacidade humana de vencer as suas terderciac
pecamino sas (7. 14-25).
F. Liberdade do pecadoe da morle mediante a lei do Espírito da Vida (8.1-11).
G. A vida mediantea mortificação do corpo pelo Espírito (8. 12-13).
H. A direção e o testemunho do Espirito nos ilhos de Deus (8.14-16).
1. Os filhos de Deus são herdiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (8.17).
J. As allições presentes e aglória futura (8.18-25).
L, Ainlercessão do Espirilo pelos santos (8.26-27).
M. Oprivilégio dos chamados segundo opropósilo divino e o processo salvifico (8.28-30).
N. Uma declaração de vitória e triuno resullante do anor de Deus em Cristo (8.31-39).
V. ARELAÇÁO DA JUSTIÇA PARACOM OJUDEU (9. 1-11.36).
A. Apreocupação dc Paulo para com Israel (9.1-5).
B. Arejeição de Isracl não incompatível com apromessa c o propósito divino (9,6-13)
C. A
rejeiço de Isracl no incompatí velcom ajustiça de Deus (9. 14-18).
. D.Asoberania de Deus (9.19-29).
L. Jsracl &responsávcl pela sua rejcição (9,30-33).
F.A rejeição de lsrael àjustiça divina (10. 1-15).
G. Israel não pode apresenlar como desculpa a falta de oportunidade (10.16-21).
H. A aposlasia de Israci não final ou irrevogável (11,1-32).
1. Håum remanescente segundo a eleição da graça (11.1-6).
2. A apostasia de lsrael ë providencialenle usada por Deus para
salvar os gentios (1 1.7-24).
3. Ami_ericórdia de Dcus para com Isracl (11,25-32).
i, DoNologia ante a aravilbosa sabedoria dos dcsignios divinos (1I.33-36).
V.APLICAÇÕES PRÁTICA DAJUSTIÇAPELA Fº A1GREJA (12.1-15.13).
A. A consagração aDeus (12. (-2).
B. A utilização devida dos dons èspirituais na igreja (12.3-8).
C. Oannor na comunidade cristã e outras virludes recomendadas (12.9-21).
D. Sujeição às autoridades (13.1-7).
E. Oamor ao próximo é ocumprimento da lei (13.8-10).
F. Vigilância escalológica (13.11-14).
g. A tolerância para com os fracos na fe (14. 1-1).
H. A liberdade crist e o amor fralernal (14.13-2.*
I.A imitação a Crislo. A simpalia eo alruismo ( .-12).
J. Oração de Paulo pelos crentes de Roma (15.1:.
VIL. CONCLUSÃO (15.14-16.27).
A. Questões pesso ais em relação a Paulo e aos crentes em Rona
(15.14-33).
1. Arazão do apÓstolo escrever a epistola, eoseu plano de
visitar Roma (15.14-24).
2. Coleta para a igreja empobrecida de Jerusalém (1S.25-27).
3. Intenção de Paulo de visilar Roma e Espanha (15.28-29).
4. Pedido de oração (15.30-33).
B. Reconmendações sobre Febe (16.1, 2).
C. Saudações pessoais (16.3-16).
D. Avisos contra os falsos mestres (16.17-20a).
E. A bênção apostólica (16.20b).
F. Saudações dos çompanheiros de Paulo (16.21-23).
G. A bênção apostólica (16.24).
H. Doxologia Final (16.25-27).

Comcntário Conclusivo do Esboço


O texto no qual eslamos lazerndo a noSsa
capitulo três, versiculo vinte e oilo, e expressa oexegese
se encontra na Epíslola aos. Romanos.
seguinte: "Concluímnos,
justilidado pcla •ö, indcpendcntemente das obras da lei". Esse versiculo pois, que ohomem é
alravés do esboço.pertence ao bloco de malerial que conforme podemos perceber
Hn até o capítulo cinco, versiculo vinte e un. Essa comprcende do capítulo três, versículo vinte e
divisão que contém os capilulos c vorsicui
supracitados tem por tílulo "A Gloriosa Provisão Divina da Justiça'". O versículo ao qual eslamos
angiehdo pertcncc tamb¿m a um bloco de material mais restrito que abrange o
ver_ícllos vinte e um a trinta e un e tem por lítulo capítulo três,
A Justificação pcla Fé en Jesus Cristo", o qual
é subdivisão e está incluido no título nais
Notamos claramenteque o versiculo abrangente: "A Gloriosa Provisão Divina da Justiça".
que iennos por objeto de estudo na nossa
sellete plcnanncnte o assunto quc é indicado excgese
inchuido.O assunto da divisão quc comprcendeatravés dos lílulos das divisões nas quais cle está
cinco versículo vinlc c um éa justiça divina. O do capilulo três versiculo vinto e unn até o capitulo
apóslolo Paulo fala sobre a gloriosa provisão divina
21

pecador e carente dela: Deus provêa Sua jusliça


em beneflicio do
Ua Sua justiça para com o homem peios seus próprios
homcm totaimentc depravado pelo pecado e incapaz, de alcançar a justiça irinta e um conlinua
canítulo três, versículos vinte e um a
mérilos. A subdivisão que comprcendc o justiça divina que loi provida por Deus
que a
ho mesmo assunto do bloco de material maior e afirma pecador
mediante a fé em Jesus Cristo, e que o homemhumuno
se nani•estou no Messias, c essa justiça éjustificado é
é unicamenle pela •é em Cristo; o ser
quc rccebeu a provisão da justiça divina
justificado graluitamente resultante da redenção que háem Crislo Jesus. após!olo em recponder is
as preocupações do
Estas alirmações rcllelen, em grande parle, apegados
deveras à lei, se insulavam e não aceilavam
indagações levantadas pelos fariseus que, ter
pulra ntcrprelaçãoque não passasse pela mislna e pelo largum. Apesar de ter sido fariseu, e cle
lalo é que em cerlo momento de seu ministério
ido algumas relações amisosas conn alguns deles, o Paulo e a confiança nas obras da
aconicccu uma polarização entre a justificação pela fé do apóstolo
lei apregoadas pelos fariseus.
está reletindo a mesma idéia do bloco de
Oversiculo que tenos por base na nossa exegese
material no qual ele estå inserido,visto que afirma que o homem é justificado pela f» unicamente,
sem as obras da lei; as obras da lei porlanlo não produzem a justificação:

V. TEXTO GREGO E TEXTO PORTUGUËS

Depois de realizarrños as tarefas mais gerais em relação ao texto, o trabalho

exegético vai se tornando mais específico, e nós vamos nos aproximando mais aindado
texto. A primeira tarefa direcionada especificamente para o texto em análiseéasua

apresentação em língua original e língua na qual se pretende trabalhar, no nosso c¡so, o

Português.
Opropósito da apresentação do texto em lingua original e lingua portuguesa é
demonstrar como o texto èm análise tem sido oficialmente traduzido para a lingua do
bais. Para isto, a apresentação do texto deverá ser de uma versão oficial do pais,
consideradaa mais erudita e mais respeitada entre as autoridades de Velho e Novo
Testamentos. Nesta tarefa nunca deve-se usar paráfrases (Biblia Viva, ABiblia na
Linguagem de Hoje, etc.), nem tampouco versões de pouco valor cientifico ( geralmente
yersões adulteradas de seitas como Testemunhas de Jeová, etc.)
Otextos em grego e portuguès deverão ser ortograficamente bem reproduzidos,
(om a referência biblica edescrição da versão portuguesae do textogrego (datada
WLIIIII1111111111111111131111 22

cdição, editora, número e local de edição). O texto deve refletir a sua forma original da

cdição que está sendo usada.


. Notrabalho de exegese do Novo Teslamento nåo se deve usar transliterações de

palavras gregas ou hebraicas. Todas as palavra em grego ou hebraico somente devem


ser usadas em seus próprios alfabelos.

Livros recómendados: Texto crilico UBS, NA, versões portuguesas alualizadas


ce Joäo Ferreira de Almeida.

EXEMPLO DE REPRODUÇÃO DÌ TEXTO GREGO E PORTUGUÊS

TEXTO GREGOE TEXTOPORTUGUÊS

AoyLóEla yp SLKaLoñslaL nlotEL v@poOV XOplç pyov vópo.


(0 Novo Testamento Grego. 4ª Ed. Stullgart: Sociedades Biblicas Unidas, 1994.)

Concluimos, pois, que o homem éjustificado pela fé, independentemente das obras da
Ici.
(A Biblia Sagrada. Traduzida em porluguês por João Ferreira de Almeida. Edição, Revistaje
Atualizada no Brasil. 2" Ed. São Paulo: Sociedade Biblica do Brasil, 1993. )

V, ANÁLISE MANUSCRITOLÓGICA

Toda análise feita na exegese deve, necessariamente, lançar mais luz sobre o
texto analisado.

A análise manuscritológica deve ser o primeiro trabalho de pesquisa na exegese


do Novo Testamento. Isto deve-se ao fato de que a
primeira tarefa do exegeta é
de:ter1ninar a exatidäo do texto Como ele se apresentava originalmente nos
manuscritos.
Opropósito desta análise éescolher, por meio de mkodo
cientifico, possivelmente o
rnelhor texto encontrado nas tradições dos manuscritos gregos do Novo
Testamento.
Este trabalho éconsiderado um trabalho que deve vir antes
das outras análises, e muito
111111111119311
23
derisivo em toda a pesquisa, pela necessidade de se evitar que
alguém desenvolvajo
restante das outras pesquisas exegéticas em cima de um texto
suspeito, com problefnas
não definidos, ouaté mesmo escolha uma leitura
considerada a pior variante para os
mais eruditos de manuscritologia do Novo Testamento.
Os passos da análise manuscritológica são os seguintes.
1.Apresentação das leituras variantes nos textos adotados.
Em primeiro lugar é necessário fazer uma lista com as principais
diferenças de
leituras do texto. Para isto pode-se fazer uma consulta minunciosa no aparatus dos
textos
críticos disponíveis(é importante dizer que texto técnico ou crítico foi usado para fazer as
leituras variantes do texto, ex: UBS, NA, Maj. TR, MB).
2.Levantamento dos problemas textuais
Depois de listar as principais diferenças de leiturade um mesmo texto deve-st
fazer umcomentário especificando quais os problemas trazidos por
cada variante do
texto. Estes problemas normalmente são levantados quando o texto é lido
com cadaluma
das variantes disponíveis nos textos críticos. Ao tentar encaixar cada
variante no texto, o
próprio texto apresentará anormalidades literárias, gramaticais, históricas, e teológic[s
qçe dernunciarão a inexatidão das variantes pouco prováveis até que se
chegue na leitura
que mais provavelmente tenha sido original. Ao testar cada variante, deve-se,
portarto,
tomar nota de cada discrepância ou anormalidade causada por tais variantes no
texto.
Depois de concluído o teste das variantes, uma delas se mostrará mais
adequada
ad
texto, sendo esta a variante eleita como a mais provável leitura original do
texto gregc.
Feito isto, deve-se passar àterceira etapa da análise, a argumentação em prol da
leitura
original.
Para este trabalho, exige-se muita atenção, raciocinio, e senso crítiCO. O mat¢rial
mais útil nesta ta:efa são 0s comentários criticos e notas de rodapéde textos
gregos.
3.Argumenlação em prol da leitura original
24

Depois de testar cada varianie no terto, desobrir-se-& que spenas urna fará mais
s.etlido no texo do gue 2s iernais Esta variante será leita omo a melhor leitura

O$s/Vel, ou leitura originel, comn urn gray de credioiflidade maior do que as outras. Neste

rnomenio, deve-se fazer urn estudo rnaruscrilológico detalhado, com 0s seguintes

rgurnentos

[vidÇncias Externas Fazse ur levantarmento dos principais docurmer1tos que


irazem a leitura original, descrevendo a idade e quantidade dos manuscritos, sua

2u2dade, seu grau de importáncia para a igreja, etc. Éirnportante saber tarnbén

digt1riguira antigüdade do manuscito e a antigüidade do texto. Ås vezes un texto pode


ser muito antigo, c mesmo assim ser en ontradao num manuscrito recente. As átações de
nanuscritos devem fornecer segurança ns ccahecimento do materíal. Para istcé
nocessário aue se tenha um certo onhecimento de material de baixa crítíca, bern corno

(2lidade em manusear os textos criticos dc Novo Testamento. Uma sugesto de leitura

iuE ajudaréna pesquisa é o Correntário de Russel Champlin, versículo por versículo do


Novo Testamento em portugués, e 0s cornentários criticos do Novo Testamento de
Piummer,em inglés.
Evidéncias Internas: Os argumentos das evidéncias internas são propriamente os

o terto. Quando a variante eleita for inserida no fexto, ela fará mais sentido dentro do
contero As razões por qué essa variante eleita faz nais sentido notexto constituí os
argurmentos ern pro! de sua originalidade. Aiérndisso, deve-se argumentar com os
(one0s da critica textual moderns de evigências internas, os quais deverão referendar
c terio el eitocorno leiture origina!. RecoTiendoo capitulo "Princípios e Procedimentos
Testuais do livro CríticaTetual do Novo Testarnento, de Wilson Paroschi.
Depois da argurnentação en prol da lettura original, deve-se fazer uma breve
concdusáo dos estudos manuscitoligos
11111111111111111111111
Soo toxto omanáliso náo aprosonlar nonhumproblema textual,deve-s0 afirma
0sso aprOsenlando um poquono rolatório do qug o toxto fol investigado
manuscritologicamonte, o nada do anomal fol consderado relevanto.
Livios rèGOmendados: Russal Champlim, O Novo Testamonto Verslculo por,
Verslculo, Wilson Paroschi, Crltica Textual do Novo Testamento, e Comentários Crítiços
do Novo Teslamento.

EXEMPLO DE ANÁLISE MANUSCRITOLÓGICA

ANÁLIS MANUSCRITOLÓGICA

1. APRESENTAÇÃO DAS LEITURAS VARIANTES


Texto Ecléico - UBS
hoyiópEla yàp SLKaLoÜGlaL uL¡»EL vlporoV xopiG pyov vóuov.
(GNT The Greek New Testament, 4 rd. edition, United Bible Societies, 1994).

Texus Receptus -TR


hoyilónE0a ouv rtoreL BukoaLoÜclaL d v0ponov xoplg pyov vóuou.
(TR, Beza's Text, 1598.)

2. LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS TEXTUAIS

Ao compararmos o conleúdo desse versiculo em texlos gregos, notamos uma vaianie


ex0stente envolvendo UBS4 tom relação ao Texlus Receplus. A diferença de leitura consla da
presença das conjunções yap, gar, c ovv, oun. UBS4 usa a conjunção yap acompanhando A
D", F, G, y, 81, 256, 263, 365, 436, 1319, 1506, 1573, 1739, 1852, 1881, 1962, 2127, p200,
cnquant o que oTexlus Receplus usa a conjunção ovw acoinpanhando B, C, D2, 6, 33, 104) 424,
459, 1175, 1241, 1912, 2464, Byz [KLP]. Vale salienlar que as implicações na divergência dos
texlos não tem muila importância (eológica, não influenciando na teologia do texlo, vislo quel lanto
Yap quanto ovw podem ser traduzidas por "pois".
E dificil decidirmos entre yàp ou ovv como sendo o conponente do tcxto original, visto quc
há nanuscrilos imporlantes 'que apoiam tanto uma expressão quanto oulra. Embora conscienledessa
grande dificuldade oplamos por yop devido a algumas razões:
3. ARGJMENTO EMPROL DA LEITURA ORIGINAL
260

Evidências Externas
)Como colocado por Russell Nornn Chanplin em scu ) Novo Testamento Interpretado
versiculo por versiculo, "no seu todo a evidência exterma em apoio a yap (..Jé levementc superior
àquela que apoia ov.",b yàp tem como evidência extema que a apQiao seguinle: (Códice
Sinaitico - século IV), A(Códice Alexandrino - inicio do século V), D* (Còdice Claromonlano, nt
sua leilura original quando havia sido çorigido '- século VI), ? (Laurensis - século VIII/IX), 08I -
sculo V1, 1739 - século X, it a r,b,d,(,g,o (Antiga Versão Latina com os manuscritos ar -sécuio
IX, b - século VII/IX, d- século V/VI, f - século IX, g -século IX, o - sculo XV), a vg ell
(Yulgata Latina com acordo entre as distintas edições), syt pal (Siriaca Palestinense), Copsa (Copla
Shidica), Cop bo (Copla Boairica), Origenes- 185-254, Cirilo de Alexandria- 370-444, Ambrósio
3$7-397, Agostinho- 354-430.
oUV éapoiado por: B (CÏdice Valicano - século IV), C (Códice Erainita - século V), D2
(Çódice Claromontano no seu sgundo correlor de manuscrito), 33 -século IX, 2464 - século IX,
Byz |KLP](certos manuscrilos bizantinos seletos, KL P), it mon (Antiga Versão Latina com o
manuscrilo "mon", que pertence ao século X), syt p,h (Siriaca, Filoxeniana), João Crisóstomo - 345
4)7, Teodoro de Mopsuéslia - c. de 3S0-428.
Há manuscritos muito importantes que apoiam Yop (N ,A) eouv (B,C). Porém observamos
que yàp é também apoiado por antigas versões, as quais são as mais velhas e imporlanles: a Antiga
Vulgata Latina com vários dos seus manuscritos, a Siriaca Palestinense, a Copla Saldica e a Copla
Boairica, enquanto que ovw só aparece na Antiga Versão Latina em um dos seus manuscrilos, e na
Siriaca Filoxeniana. Havendo assim una superioridade nas evidências favoráveis a ydp. Vale
ressaltar que embora "os mais anligos manuscritos sobreviventes dessas versões não ultrapassenm o
inicio do século IX ou, quando muito ofinal do II!, o texto que evidencian1 representam unm estågio
de desenvolvimenlo provavelmente não posterior ao final do século II. Dai ovalor das versões para
a nossa análise e critica textual não estar propriamente nelas mesmas, màs nas indicações que dão no
lexto grego de qçe foram iraduzidos *+
Oulro falor que mostra a superioridade da evidência externa em apoio a yp é o fato de que
P¡is da Igreja de renome, tais como: Agostinho, Anbrósio, Cirilo de Alexandria e Origenes, os quais
es1ão entre os Pais da Igreja mais imporlani es para a crilica texlual, citam nas syas ohraso versleula
como sendo composlo por yp; enquanlo que somenle João Crisóstomo e Teodoro de Mopsuéstia
oplam pelo uso de oUV no lexlo de Romanos 3.28.
2) O texto da UBS no seu aparalo critico indica que a leitura de ydpcontém um relativo
grau de cerleza Sabemos queo texto citado foi fruto da nomeação leita pelas Sociedades Biblicas
Uhidas de uma comissão inlernacional de especialislas do NT para opreparo de uma edição critica
do NT em todo o mundo. Esse lexlo é lambém aquele que é aceilo alualmente pela grande maioria
dos modernos especialislas de renome em estudos do NT. Temos consciência de que otexto UBs
a·o é perleito, mas éde grande inportância e respeilo no mundo da erudição neolcslanmentária
npderna.
Evidências Inlernas
1)Ocontexto no qualo versiculo vinte e oilo está incluído não •avorece a opçãopelo uso de
ov, mas sim de yap, vislo queo versiculo supracilado apresenta arazão para 'a argumentação do
wersiculo vinle e sele,e não a conclusão do raesn1o. A parlir do versiculo vinte e um do capltulo trës
Paulo está lalando sobre a justiça por meio da fè cm Cristo para todos os que ncle crêem, No
ysiculo vile c sele cle afirna que o motivode vanglória •oi excluido pcla ici da f, iNo versicuio
vinle c oito o apóstolo fa|z uso da conjunção yap pua expressar a razão da sua asserção anlerior. A
Russell Nornan Champlin,ONovo Testamento lnterpretacla Versieulo por l'ersiculo,v. 1l, p. 626,
" Wilson Puroseli, Critica Textual do Novo Testamento, p. SG.
27

jactänc1a toL excluida pela lei da fë, pois o homem é justificado pela ë sem obras da lei. A
justilicação somente pela •ë anula todo o mérilo e obra humana que venha contribuir na salvaçÃo.
justificação e aceitação do homem diante de Deus, e consequentemente exclui toda ajaclância. O
Cato de que o versiculo vinte e oito não apresenta a conclusão do que foi dito anteriormente é
provado também pelo relorno à mesma idia do versiculo vinte e oilo no versículo. trinta pelo
apóstolo Paulo, que afirma que Deus justilicará, por , o circunciso e, mediante a f o
incircunciso".
2) Aconjunção yap é usada abundantenente pclo apóstolo Paulo para expressar a ra~io
para unia asserção que •oi feila anteriormentc. Vislo que o uso paulino nas suas epísiolas de Yep
com oscntido colocado acina muito maior do que a utilização de ovw, e que a varianle que
melhor se harnoniza com a escrila paulina em Romanos é yàp, sendo essa usada em váias
oportunidades na carla com o sentido já colocado anteriornente, no próprio capitulo três, que o
contexlo imediato do versículo vinte e oito, nos versículos nove e vinte e três isso ocorre; enquahto
quc a variante ovv aparece enn número bem menor, acredilamos que yop represente a fofna
original do texto. Algumas referências paulinas com a utilização do yåp no sentido jå argumentado
são: 1Co 1.1l; 9.16; 12,13; 2 Co 2.11; 7.9 ; 12.14; GI 2.21;'3.26; 6.7; Br 2.10; 6.1; Fp 2.21; 3/18;
CI 3.20, 25; 1Ts 1.9; 5.2; 2 Ts 3.7, 11; 1Tm 4.8; 5.4; 2 Tm 2.13, 16; Rm 1.16; 2.1, 12,,24; :9,
23, 28; 4.3, 14; 6.14; 7.15, 18; 8.7, 14, 20; 9.15; 10.12, 16; 11.23, 24; 13. 8, 9; 14.10.

cOMENT¢RIO CONCLUSIVO DA ANÁLISE MANUSCRITOLÓGICA,

Para concluirmos a nossa análise manuscritológica afirmamos que a melhor leitura de


Romanos 3.28 é com yåp, 'e que ouv loi uma alteração intencional, uma correção gramatical ao
texto, provavelmente devido ao falo que copistas começaram a enlender o. verbo Aoyióusla
como significando inferimos, e devido a esse enlendimento substituíram yàp por cv,
pressupondo produzir através dessa substituição uma certa harmonia. de idéias nas palayras
utilizadas pelo aulor, usando de uma conjunção mais adequada, segunde eles, ao verbo presente nÏ
versiculo biblico.

VI. ANÁLISE LITERÁRIA


:

Com aanálise literáia, vamos definir as particularidades do texlo que tormam-s¢


características decisivas sobre seu aspecto literário.

A primeira coisa a se fazeré definir o gênero literáio geral do livroque estásendo


usada na exegese: evangelhos sinóticos, atos, epístolas paulinas, epístolas gerais,

apocalipse; e definirsua natureza. Para cada lipo deste, existem princípios específicos
que devemos observar. Trabalhar exegeticamente nos evangelhos sinóticos não éa
28

rnesma coisa nas espístolas de Paulo, pois os evangelhos sinóticos exigem um domínio
c'o texlo nos três evangelhos, com todas as suas diferenças e semelhanças levadas em

conta. Existem eplstolas que funcionam mais como um tratado de teologia do que comio
Lma carta. Para esta primeira tarefa recomendo os livros de: D. A. Carson-Douglas Moo

LeonMorris "ntrodução ao Novo Testamento'; e Gordon Fee, 'Entendes o que Lés?",o.


qual trabalha com categorias gerais de literalura do Novo Testamento.

Em segundo lugar, faz-se necessário estabelecer qual gênero literário especifico


caracieriza o texto em anáise: parábola, lei, literatura de sabedoria, poesia, literatura
apocaliptica, história, profecia, história de milagres, metáfora, paradoxo, etc. Éevidente
que este segundo ponto só é,necessário quando o texto apresentar traços de. natureza
li terária especifica dentro do livro.
Deve-se fazer um breve comentário definindo estes dois gêneros literários do

texto com argumentos bem convincentes. Terminado a definição da natureza e dos


gêneros literários do livrO e do texto, deve-se dividir o livro em partes, e apresentar os
principais assuntos de cada parte.
Quando todo o trabalho de análise literária estiver pronto, deve-se prestar

basiante atenção nestes gêneros para adotar-se todos os principios de estudo e


interpretação destes tipos de literatura do Novo Testamento, ao longo de todo o trabalho
de exegese,

Livros recomendados: D. A. Carson-Douglas Moo-Leon Morris "Introdução a


Novo Testarnento"; e Gordon Fee, 'Entendes o que Lés?" Kummel, Introdução ao Novo
Testamento.

EXEMPLODE ANÁLISE LITERÁRIA

ANÁLISE LITERARIA
WI1I3301131331111131100011112
29

A
epíslola aos Romanos consiste de un tralado de teologia crisl, •azerndo distinção erltre as
oulras cartas do Novo Teslamenlo, alé mesmo as de Paulo. Esla epístola apresehia uma •orma Iixa
de linguagem que transcende as circunstâncias e o tenmpo no qual e para o qual ela foi escrita.
Mesmo com todas as diferenças marcantes que esta epístola apresenla em relação aos ulros
docunientos do Novo Teslamento, Romanos é um documenlo escrito especilicamenle a uma ligreja
em uma época. Mesmo lugindo'aos padrões literários de uma carla, sua nalureza literária tei nuito
dela. AepÍstola de Romanos consisle de uma carla mesclada de dois estilo do mundo antigo: lbngos
tralados, e conversas pessoais especificas com o destinalário. Pode-se nolar relerêndias à
circunstâncias especiicas em Romanos (1:1-17; 15:14-16:27). É notável que nenhuma circunslância
-espccífica da esplsiola aos Romanos conduza qualquer tipo de discussão dentro da carta; ou seja,
Romanos não » uma resposta à indagações da Igreja de Roma, e sinm, um desenvolvimento teobgico
da verdade evangélica. As pergunlas Seitas em Roman os (e.g:, 3:1,5,27; 4;1; 6:1,15) são re¢ursos
literários usados por Paulo para promover seus próprios argunentos. " Mesmo contendo inlicios
de um documento especifico, Paulo emprega uma linguagem muito geral para os destinatários (1,4;
812; 10:1; !1:13,25). A verdade éque "podemos, então, descrever Romanos ccno umna faia
tralado, que lemcomo componente básico um argumento teológico ou uma série deles'". Tem-se
alribuido Romanos a muitos gêneros literários como diatribe, memorando, carta epidêitica (retórica),
nola diplomática, carta prolrépíca (exortativa), e ensaio epistolat, mas a epistola aos Romanos não
se adapla bem em nenhuma delas." Ë fato que, para se confundir Romanos comtodas estas formas
literárias, seria necessário que alguma semelhança esta epístola tivesse com todos estes gênerVs. De
falo a epistola tem mitas semelhanças com um variado número de gêneros literários, o 'que prova
Gue "Paulo utilizou diversas convenções lilerárias de seus dias para fazer com que suas men_agem
fosse entendida »l8
Otexto de Romanos 3:28 não encontra-se em nenhum gênero lilerário especifico à pafle de
gênero literário geral da epístola.
A epislola aos Romanos contém três partes. A primeira com os primeiros oito capí:ulos
ocupa-se com a discussão sobre a doutrina da justilicação pela é e suas consequências; a segunda
Vai do capitulo 9 ao 11, trala da chama dos gentios, a rejeição e o fuluro de Israel; e a terceiraparle
consisle em exorlações e saudações aos cristãos de Roma.

VIl. ANÁLISE MORFOLÓGICA

Opropsito desta análise éclassificar cada palavra do texto dentro de seu reirno

gramatical, determinar sua forma, e interpretar suas implicaçöes para o grupo de


palavras contidas no texto.

Cada palavra grega deveráser classificada individualmente, dizendo-se a que


reino gramatical ela pertence, caso, gênero, número, (substativos),pessoa, tempo, modo e

hCusu, ivix), c iMOrTIs, Inlrodução ao Novo Testenieinto, p. 278


I7 |bid., p. 279
l*|bid.
30

nominativos com
voz(verbos). Todas as palavras decli. 'ivejs deverio aprosentar souS
tradução, sencio,
iradução, o lodos os verbos deverão aprosonlar sous infinitlvos com
finglmente, todas traduzidas de acordo co) a classificação gramatical descrila na
analise, e näo de acordo com as yersQes que já oxistom. No caso de particíplos
substantivados, deve-se mostrar o infinitivo do verbo e traduçäo, o nominativo do
paticipio substantivado e tradução, e finalmenle, a tradução do participío substantivado
no casO em que ele se apresonta no texto,
sentldo maie
A uadução das palavras na análise morfológica deve compreender o
original e mais comum do auditório original. Deve-se preferir a tradução que mais ocorre

noNovo Testamento.
Ainda nesta análise, deve-se fazer un estudo, considerando detalhes gramaticais

importantes que deverão fornecer dados enriquecedores, para a tradução literal, e


posteriormeriie, para a interpretaçáo do texto. Por exemplo, a importanie íuiçäu peuuiia1
de uma preposição, ou conjunção, um tipode participio, ou um tempo verbal (modo e
voA) e suaqualidade de ação, ou a relação sintática entre algumas palavras, ou os casos
com suas regras e exceções, etc. Pode-se explorar a qualidade da ação dos diversos
tipos de aoristos, presentes, etc., (ex: presente gnômico, costumeiro, etc.) Este estudo

pode ser apresentado ao final da análise morfológica, mostrando esses detalhes, que no
futuroconstituirão os argumentos em prolda interpretação e da teologia extraida do
texto.
Livros recomendados: O Novo Testamonto Analitico, Chavo Lingülctica do Novc
Teslamento, Léxico do Novo Testamento (Edições Vida Nova).

EXEMPLODE ANÁLISE MORFOLÓGICA

ANÁLISE MORFOLÓGICA
31

AoyójLe0a. - verbo, indicativo, presente, médio ou passivo depoenle, primeira pesspa,


plural de oyouaL (creio) "cremos".
Yàp - conjunção, subordinativa - "pois".
SKaLOÛclaL -verbo, infinitivo, presente, passivo de SuKaLow (justifico) - 'ser
Juslificado".
substantivo, dativo, eminino, singular de lauç (îé) - "pela fé",
vlponOV - substantivo, acusativo, nasculino, singular de v@pwitos (Homem)
homem
preposição, genitivo "sem.
Épyov - substantivo, genilivo, ncutro, plural de pyov (obras) - "obras".,
vóLOU - substantivo, genitivo, masculino, singular de vóuog (lei) "da lei".

Considerações Gramaticais do Texto


À medida que formos apresentando algumas considerações gramaticais importanles,
eslaremos também expondo as innplicações dessas considerações para a interpreldção do texto.
O verbo oyLóu[da, esláno modo indicativo. O modo
indicalivo
se laz. uma asserção posiliva ou se formula desse ieor. O indicativo
se ermprega sempre que
expressa um falo tido como
cerlo. Paulo faz uso do verbo oyCóEla no modo
indicalivo para apresenlar o $eu
posicionamento, indicando que a posição a qual ele defende é vista, por ele próprio como algo
eiiU. pusição defendida pelo apóstolo está reveslida de suas
apóstolo não tem convicções e certezas pessoaisj ù
nenhuma dúvida sobre a sua crença que éexpressa no versiculo que estarhos
abordando.
0 verbo oyóucba está no tempo presente. A principal idéia
dos temþos gregos a
qualidade da ação, o estado da ação do yerbo. Mesnmo no indicativo, a idéia de tempo é secundáia,
e oestado de ação é a idéia fundamental. O tempo presente
noYmalmente indica ação num eslado
ncompleto ou ação continuada, que se processa na ocasião do escrever ou falar, e é chamada de
"ação durativa ou inear". O verbo Aoyóu[la pode ser classifcado como presente
universal, o qual anuncia algo verdadeiro para todos os tempos. Portanto, a crença gnômico lou
Fauiode que a justiicação é pela f» sem as obras da lei, não é uma verdade limiladaapresentada por
somente a una
época ou ao tempo em que ele e aqueles imãos para os quais escreveu viveram, mas é
rerdadeiro para todos os tempos. algo
O verbo oyóu[la' está na voz média. A voz média sempre é
uma voz
enfalizando que o sujeilo age em relação a si mesmo. Indica que o sujeito realiza a açãoreferencjal,
verbal em
benelicio próprio. Trala-se da voz. nédia quando se represenla o sujeilo como a aluar
a si próprio. Pode a ação, neste caso, ser reflexa ou afelar o sujeito de maneira em'relerência
no versiculo vinte e oito de Romanos três, exercila a sua •», menos direla. Pato,
expressa a sua crença e pensanen to
ollandu para si próprio, agindo em relação a si mesmo.
Aconjurnção yap assinala a razão de uma asserção que acaba de ser leita As
dessa consideração para a inlerprctação do texlo são as seguinles: a partir do versiculo implicações
vinle e om
do capítulo três Paulo estava comenlando a respeilo da manileslação da justiça de Deus por
da fé en Cristo Jesus para lodos os que crêem. Paulo (ambém comenla que a meio
justificação é recebjda
graluitauenle por causa da graça divina, unicamenle devido aos mérilos e obra de Cristo. Diante
disso, clc afirnna no versículo vinte e sele que loda a jaclância •oi exclulda pela lei da f, e não pe<as
obras da lei. No versiculo vinle e oilo Paulo faz. uso da conjunção yàp para
expressar a razão (da
nsserção que fez anteriormentc. A ravÃo é "que o homem é justilicado pela •é,
das obras da lei.Entáo, ningun1 justificado por obras da lci e, por independenlemele
conseguinte, não há motiro (le
32

1glóna, visto que o homenn não pode tcr nenhum mérito 1a sua justificação e aceilação pessoal
dinte dc Deus, em virtude do fato de que as boas obras em obediência à legislação mosaica são
n ficazes na justificação hun1ana.
O verbo ÒLKaLOolL, est£ no infnitivo. Conlorme W. D. Chamberlain o infinitivo é um
substantivo verbal em última instância. "En certos casos, predomina a acepção verbal, em outros a
sunstantiva" !" No verbo SuKaioûslai hå um uso substantival do inlinitivo, funcionando esse
conp objclo direto do verbo oyióuela. Portanlo, o verbo LKALOÜJau funciona como
contplemcnto verbal ou objeto direto do verbo AoyóuEa.
Overbo SiKa1oûo0L cstå no tcmpo prescnte. Como vimos anieriormente o iempo
p:dente nornalonente indica una ação contnuada, que se processa na ocasião do cscrever ou falar,
quecstá aconlecendo. o verbo SKaioûolat pode ser classilicado como presenle gnômico ou
uciversal, o qual anuncia algo verdadeiro para todos os lempos. Portanto, a doutrina de que o
hemem éjustificadopela fë sen1 as obras da lei não é uma verdade limitada somente a uma época, ou
aç iempo em que viveu Paulo e os irmãos para os quais escreveu, mas é aigo verdadeiro para todos
os tenpos.
Overbo SLKaLoolaL esl£ na voz passiva. Essa voz é usada quando o sujeito é
apresentado como recipiente da ação verbal, quando está sofrendo uma ação por uma outra pessoa
(o agente). Portanlo, oser justiicado éuma aço que ésoltida pelo homem Ele é o recebedor da
ju:tificação. Ohomem sofre a ação verbal, o ser justificado, ajustificação. Ohomem recebe a ação
justiicadora de Deus.
Osubstantivo loTEL, eslána forma daliva, e expressa a idéia de instrumenlo, se tratando -

as sim de um caso instrumental. Esse caso indica o meio ou o instrumento através do qual a ação
verhal érealizada Com base nisso afirmamos que Paulo estava dizendo que o ser justificado é pela
fë A fé é o meio ou o instrumento da justificação.
O rersiculo que estamos analisando iraz em seu conleúdo a preposição xopiç. Preposição é
urd palavra que auxilia osubstantivo a expressar oseu caso.ou função na oração. A preposição
Xopls está no genitivo. Segundo Waldyr Carvalho Lu. ogenitivo preposicionado temo sntido de
separação, procedência, proveniência, origem"2 Portanto, a implicação teológica disso é a
seeuinte: aidia paulina é que a justificação humana é unicamente pela l, separada das obras dá lei,
oL seja, ajustiicação no ten asua procedncia ou origem nas obras da lei; ela ocorre à parte das
otres da lei. Vale salientar que as preposições não governam os casos (mesmo porque a função dos
casos é mais antiga), mas apenas auxiliam os substantivos a expressar o seu relacionamento com os
verbos ou outras parles da oração. A preposição Xoplç está no caso genitivo como também os
substantivos pyoy, ergon, e vóuo nomou. Toda a preposição junta à substantivo declinado é
regida pelo mesmo caso do subslantivo.
Os substantivos pyov e vóo como foi dito acina eslo no caso genitivo. O genitivo é,
pimariannente, o caso "descritivo", 0 caso geniliyo do substantivo vóMo descreve do ponto de
ista de procedência ou originação, e se denomina de genitivo de origemn A implicação dessa
Con$ideração para a interprelação do texto éque as obras das quais Paulo se relere sao provenienies
da lei, tem a sua origem na lei.

COMENTÁRIO CONCLUSIVO DAANÁLISE MORFOLPGICA

1" wban Douglas Chumberain, Graktica lExeguca do (Grngo Neotestkuwntirio, p. 129.


70 wàldyr CarvallhoLz, Afoal de 1lngo Grego, }». S05.
33

Análise norfológica juntamente com as consideracões gramaticais do texto de Romanos B:28


revclam-n05 as seguintes verdades:
) A posição delendida pelo apóstolo está rcvestida de suas convicções e certezAs pessoajs. O
apóstolo não tem nenhuma dúvida sobre a sua crença que é expressa no versiculo que eslamoS
abordando. A crença aprescntada r Paulo de que a justificação é pela f sem as obras da lei, hão é
ma verdade lmitada somente a uma época ou ao tempo em que ele e aqueles irmãos
para os juais
cscrevcuviveranm, mas algo verdadeiro para todos os tempos.

2) Oscr justificado uma ação que sofiida pelo honiem. Ele &o recebedor da justificaçlo.0
lhomensofre a ação vefbal, o ser justificado, a justificação. O homem recebe a ação justificadofa de
Deus.

3)Ser justificado éação da •ë. A fé éo meio ouo instrumenlo da juslilicação.

4) A idéia de Paulo éque a justificação hunnana é unicamente pela •é, separada das obras da lei, ou
seja, a justilicação não tenn a sua procedência ou origem nas obras da lei; ela ocorre à parle dessas
obras.
5) Asobras das quais Paulo se refere são provernientes da lei, tem a sua origem na lei.

VIlIl. AN¢LISE SINTÁTICA

Com esta análise pretende-se descobrir qual a relação sintática existente entre as

palavras do texto.

Deve-se fazer um diagrama inteligivel qye represente fíelmente a relação sintalica


das palavras. Qualquer diagrama pode ser utilizado, desde que repYesente fielmente b
relacionamento entre 0s termos. A melhor ordem a ser seguida, éaseguinte:
1) Relaçãosujeito-predicado, predicativo do sujeito, predicativo do objeto;

2) Relação por complemento verbal, nominal, núcleo do sujeito, núcleo do


objeto, agente da passiva;

3) Relação por modificadores: adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposta:


4) Relação por coordnação ou subordinação: oraçöes coordenadas e
subordinadas
34

EXEMPLODE ANÁLÍSE SINTÁTICA

AN0LISE SINTÁTICA
Diagruna de Ronma. s 3:2s
-jeto dirclo
Inrção verbal ndj.adnominal
g da NSILa sujcito paciente

SixaLoüolaL rí¡TEL vûponov xopiç pyov vóuo.


Aotóuela yap --adj. adverbial

srade sutkordinadu

cOMENTÁRIO DARCLAÇÃoSINTÁTICA
do objeto
6.2. 1- Relação sjcito-predicado, predicativo do sujeito. predicativo
orações. A
a) O teto de Romanos 3:28 consisie de un periodo composto de duas
desinência verbal da kosssa pessoa
prmeira, doyi óusta, apresenta sujeito eculio, implicito na
de plural nös enquanto que a segunda SLKaLoÜGlaL, tem como- sujeito o.
ação verbal de
substaniivo vlp0rOV, Sujeilo (pacienie), mas o elermenio que executa a
SixaLokotaL é o terma TtÍ¡T[L, agente da passiva
AoyiÓuEOa para a
b) Comno tenios duas oraçðes, vanos ter dois predicados:
priuneira, e dKaLOÜotaL paraa segunda

do sujcio, icloe
G.2.2 - Relaçio po con:lcmenio ch cOnplemento noinal, rkcleo
do objctO; agente da passia:
a) O verbo oy;óu[la un1 verbo iransitivo e pede complemento verbal. Seu
conplemento a oração SiKaLOotai íot[L voponoy xopiG Èpyov ÓLO
direlo do verbo. Na Segunda oraço, que está
es å de forna direla tendo a função de objelo
de sentido complelo.
fu idonando como objelo da prieira, o verbo dKaLODolaL, um verbo
não havendo nenhum complemeto para ele na oração;
c) O núcleo le sujeilo da prineira oração est£ ocullado e determinado na desinência
mesno sendo
ebal, enqunlo que o núclev do objelo da pinara oração é o termo dpwnOV,
Su cito paciente, ele funciona sinlalicamente como nçcieo do objeto porque a Segnda oração ien a
funç'o de objeto da primeiia,
d) A palavra zLlotEL facilnente reconlhecida coo agcnte da passiva por
cn:dntrur-sc nun datioinstrumental.

6.2.3 - Relião por nodiflcação: a.wrtO tdnominal, adurto aderbial, aosto


a) Os únicos modiicadores sio : vÎuou, que desennenlha a finção sint åtica de
ad untoadnoninal do termo pyov da locução adjetiva pyOV VÓNob no yenitivo:
b) Oconjunto das três palavras Xopis tpyov vuoU no genitivo finciona
co n0 adjunto aderbia! do verbo SLKaLOÛ0a.
6.2.4 - Relação por coordenaçüo e
a) O periodo composto porsubordinação
duas orações: aprineira é a
(Aoyi;Piela),a scgunda oração , introduzida pcla conjunção yop, excrceoração principal principal
função sinlática para
com a primeira como oração subordinada subslantiva
objetiva direta.

COMENTÁRIO CONCILUSIVO DA ANÁLISE SINTÁTICA

Com o nosso esludo sintático, a relação sintática mais imporlante para


um
intcrprclação do lexlo o caso do agente da passiva ser o lermo TtL¡TEL,(ré), queaproveilamento
encontra-se
na
num
dativo de função instrumental. Se inyertemos a oração para a voz
ativa("A fé justifica o homem
sem as obras da tei), sintaticamente, TtloTEL éo sujeito que pratica ,a ação
justificadora. A
expresso Xopis Èpyov vóuo, que funciona como adjunto adverbial do verbo "justifcar",
qualificao verbo SLKaLOÜotaL como sendo de nalureza totalmente oposta às obras dalei.
Comestes resullados, a sinlaxe demonstra gue a justiicação é uma obra lotal de
os homens não participam ativamente dela; eles são sujeilos Deus, e que
passivos.

|IX. TRADUÇÃO LITERAL

Opropósito da tradução literal étrazer o significadogrego original para a


língua:
portuguesa como sentido mais prÓximo do que a tradução idiomática.
A
tradução literal não éatranscrição de versões oficiais, nem paráfrase. A

tradução literal corresponde exatamente àdecodificação da relação sintático-morfológica


do texto. Tal tradução jamais poderáfugir das idéias
encontradas na análise morfológica
éna relação sintática das palavras. Não pode ser confundida com
traduçäo idiomática
(tradução oficial em qualquer idiomana qual usa-se palavras aproximadas do sentido
grego, ou enfraquecidas do mesmo sentido), nem com a paráfrase que é a
concusãn
teológicado texto, Na tradução literal o texto não pode perdero sentido que fazia para os
leitores originais. Se isso acontecer, ao ser feita a correspondên cia dos termos,
não será
atingido o verdadeiro sentido do texto. Chamamos de tradução literal a tradução
como
senlidooriginal que o texto fazia para o seu auditório original. Na língua
portuguesa, por
exemplo, nåo temos dois termos para o verbo "falar, enquanto que na
lingua grega
temos mais de um termo, e com significados di•erentes, Na
tradução idiomática esses
36

significados quase sempre não s£o levados em conta,. mesmo porque pode ser
tradução literal, ao
impossível encontrar termos equivalentes entre línguas diferentes. Na
chegar o
Contrário da idiomática, o termo empregado para traduzir o termo grego deverá
sentido
mais próximo possível do significadÍ original grego. Ao decodificar'o verdadeiro
traduzi-las, pois
do texto, e importante näQ parafrasear ou interpretar as palavras, e sim
näo »assim que funciona a tradução. Na tradução literal, as palavras gregas devem ser

íraduzidas por palavras que exprimam fielmente o sentido do texto, sem necessidade de
se usar termos modificadores (ou parafrasear com verbos, substantivos, etc.).

A
equivalência dos termos, e, consequentemente, sua substituição do grego para
oportuguês deve obedecer aos princípios sintáticos e morfológicos da língua paraa qual
estásendo traduzido o texto, resultando numa compreensão perfeita do texto. Um
exemplo disso é palavra "caminho", que em grego é feminino. Ao traduzir para português
cla dovc obodocor àmofologia portuguesa e não àgrega. Então, nunca será traduzido

por "a caminho", mas "o caminho". O mesmo, de forma inversa, acontece com o termo "a

palavra" (feminina em poituguês, e masculina no grego).


Para uma melhor compreensão das diferenças entre tradução idiomática, traduçãg
liieral, e paráfrase, observemos um exemplo de cada uma na exegese de

EXEMPLO DE TRADUÇÃO LITERAL

TRADUÇÃo LITERAL
"Crcnnos, pois, ser justi•icado (o) homem pela •é sem (as) obras da lei'".
\ TRADUÇÕES 37

O uso das traduções tem como objelivo comparar a tradução


literal do texto, ohtida
atravs das análises morfológica e
sintática, com as traduções
mais eruditas do mundo, reconhecidas como as
visando fundamentar o resultado das
análises em outrOs
trabalhos da erudição do Novo
Tesiamento.
Deve-se apresentar dez leituras do texto de dez
versões oficiais em idiomas
aiferentes e traduzi-las para o PortuquÇs. Somente
versões famosas deverão ser usakla3.
Devese evitaro uso de Biblias na linguagem de
hoje, paráfrases, Biblias.de seitas, e:c.
Depois da apresentaço do texto, contendo todos os
dados bibliográficos de cada vefsão
(edição, ediiores, ano, lugar), se faz
necessário comentar quais as versões que
concordam e discordam com as idéias da tradução literal do
texto, e um breve criticismo
em tomo das versões que são contra as idéias da tradução literal.
A importância das traduções está no fato de se poder comparar a tradução obtida
na exegese com as meihores traduções do mundo. lsto não significa que
devemos
concordar com todas as traduções da modernidade, ao contrário,
sempre devemos tet
olhos criticos, mesmo levando em conta que
estamos diante dos melhores trabalhos
realizados pelos melhores enuditos do Novo Testamento.
E evidente que, tratandÍ-se de uma
tradução literal, nunca deve-se esperar uma
foiai concordância com uma tradução idiomática, mas as
principais idéias teológicas do
icxiu uevem ser as mesmas em ambas. Se caso as
duas traduções divergirem muito nas
idias teológicas, umadas duas deverá corresponder a uma
variante mais fraca do texto.
Deve-se então tentar descobrir que texto aquela tradução está
seguindo, e, em seguida,
Comentar com argumentos em prol da tradução literal.
1111131313
Éimportante lembrar que na coinparação das traduções, deve-se primeiro
citar as
lraduções mais erudilas, como traduçöes de textos latinos, textos gregos, e versões

antigas.
EXEMP.O DE TRADUÇÕES
TRADUÇÕES
A Biblia Sagrada. Blição Revista c Aiuaiizada no Brasil.
"Concluimus, pois, que o homem éjustificado pela fé, independentemente das obras da lei".
ABibliaSagrada. Edição Revista eCorrigida.
Concluimos pois que o homem é justificado pela •é sem as obras da lei".
ABiblia Sagrada. FliçãoCorrigida eRevisada.
"Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fë sem as.obras da lei"
A Biblia de Jerusalm.
"Porquanto nós sustenlamos que o homem é justificado pela f, sem as obras da Lei".
The Holy Bible. Authorized (King James) Version.
"There•ore we conclude that a man is justified by faith without the deeds of the law".
Porianio concluimos que o homem éjustilicado pela •é sem os feilos da ler".
A New Translation of the Bible.
<We hold that a man is justified by faith, apart from deeds of the Law altogelher"
"Nós nos asseguranios que o homeméjustilicado pela fé, à parte de todos os feitos da Lei".

The New English Bible. Oyford University Press. Cambridge University Press.
For our argumenl is that, a nnan is justified by faith quule apart from sucess in keeping the
law".
Pois nosso argunmento éque o homem é justificado complelamente pela fé à parte do bom
exito em guardar a lei".
Biblia Sacra Vulgaiam Clennentinan.
"Arbitramur enim iustificari hominen1 per fidem sine operibus legis".
"Porquanto julgamos qke o hòmemé justificado pela f, sen as obras da lei",
Sonta Biblia. Reina Valera.
"Concluimos, pues, que el hombre es justificado por la fe sin las obras de la Lei"..
"Concluímos, pois, que o homem éjustilicadopela •ë sem as obras da lei".,
Biblia Alema. Revidier( Elberfelder.
"Denn vir urteilen, dass der mensch durch glauben gerechtfertiglwird, ohne geselzeswverve".

"Pois nós proferimosque o homem pela f éjustificado, sem as obras da lei".,

COMPNTÄRIO CONCLUSIVO SOBRE AS TRADUÇÕES


11111111
39

^pesnr de existirem pequcnas variÇÖeN Cm alpumas


sipnilicado do primeiro traduçQes,
de forma alzuna entre siverbo do yorstculo,
perccber claramentebasicamente
cm thrno do
no quo diz respeito àodemos quo cssas não dËveryei
idoiatoológica apresentada pelo texto
As lraduções que nnais se blblico,
aprosimann du
Translation of the Bble, BIblla Sucra tradução literal são, ADblia de Jerusalén) ANew
Elberfelder. Vulyatam,Clementinam, BIblia Alema. levidiert
As oulras versõcs que
e Aualizada no Brasil, apresOntan
A BIblia Sagracla.pequenas yariacões são; A BIbIla Sagrada, ldiçholRevistn
(orriglda e bdlçio Revls1a e Corrigida, A Bibla
Santa BIblia,Revisadk1, The lloly Bble, Auhorized
Reina Valer. (King James) Verslon, Thc NewSagrada,| Elição
linglis Bible,
Não há, pois, problenas
desse trabalho; revelando relevantes de
essas, basicamenle otraduçã¥o nas fontes consultadas para a
pensamento
cscriluristico, ouseja, ostando cm harnonia com o sentido do escritor composição
sacro ao escrever () lexlo
Conicsta pesquisa, cstå evidente quc a primário do texto grego.
Roimanos 3:28, pois as mesnas raduzen quase maioria das versões aprescntam una boa tradbção de
como resullado das pesquisas que identicanenle à tradução literal
mor•olgicas e sintálicas. chcknlrada

XI. ANÁLISE LEXICOGRÁFICA

O
objetivo desta análise é investigar o sentido original teológico de
chave do cada palavra
texto, descobrir suas
peculiaridades náo disponibilizadas
em
língua portuguesa,
e trazer para c texto, de formaparafraseada, os maiores significados daquela palave.
Oprimeiro passo desta
análise é eleger as palavras mais
Para isto é preciso observar os
importantes do teato.
seguintes princípios:
Deve-se eleger a palavra mais rara,
Geralmente såo palavras que ocorrem atá três
vezes em todo o Novo Testamento,

Deve-se eleger a palavra rmais repelida no


Contexto. A palavra contida no toxtd,
tendo sido já usarlarepctidas vezes no
contexto anterior e posterior ao texto em análise
Constitui uma palavra de peso paraa análise.
Deve-se eleger palavras famosas do mundo grego, O
Cristianismo deu noyas
fonalídades amuitas palavras vindas do vocabulário
filosófico, as quais merecem umá
atençáo rodobrada,
Deve-se eleger as palavras de nalureza teológica, Existem termosque por si sójá
enunciam uma doutrina, um ensinamento, uma idéia teológica profunda. Deve-se prestar
rmuita atenção nelas, pois muitas vezes elas são a coluna vertebral do texto.
Deve-se eleger palavras compostas, As palavras compostas (vertbos, suwsiaiqvusj
são, muitas vezes, escolhidas pelo autor do texto propositadamente para intensificar ou
alterar uma idéia pretendida por ele.
Deve-se eleger as palavras sem as quais o texto não faria nenhum sentido. As

Vezes uma palavra é achave para a compreensão do texto ínteiro. Sem ela, o texto não
f¡ria muito sentido.

Deve-se eleger palavras em desacordo com o mesmo texto paralelo. No caso dos
Evangelhos sinóticos e das epistolas de Paulo, um mesmo textopode aparecer mais de
una vez no Novo Testamento, e às vezes,modificado por uma palavra inserida a mais.
Estas palavras devem ser dignas de toda atenção na análise lexicográfica.
Aanálise lexicográlica éum estudoda história das palavras'e de seus significados
mais importantes para o.auditório original. Aordem da pesquisa lexicográfica é a
seguinte:
1)Averiguar se a palavra éum substantivo composto ou derivado. Constatando
que trata-se de um substantivo composto, deve-se apresentar suas partes com
seus significados. Tratando-se de derivados, deve-se fazer um estudo

etimológico de suas raizes etimológicas. Após fazer este estudo, deve-se ler o
texto tentandocompreend-lo com os novos significados etimológicos.

2) Apresentar seu uso na literatura clássica (escritos filosóficos) e religiosa do


antigo mundo grego. As palavras gregas não são originárias do Cristianismo..
mas forarm usadas durante muilo tempo por pagãos, e introduzidas no
vocabulário tealógico crislão. Muitas dessas palavras, desde seu uso pagão,
41

permanecem intactas no Novo Testamento, refletindo os mesnos significados


da antiga cultura clássica. Por essa razo, faz-se necessário buscar seus
significados originais, Aimportância deste trabalho se torna maior ainda se
estamos trabalhando com palavras raras do Novo Testamento, quando
precisamos ampliar apesquisa em busca de mais dados sobre aquela palvra
que ocorre tão poucoem todo o Novo Testamento. Feito este estudo, apó
encontrar o significado os usos da palavra no mundo grego antigo, deve-se ler.
otexto com o significado encontrado na literatura clássica para averiguar ge

aquele éosentido pretendido pelo autor sagrado. Se neste teste consegu¢-se


descobrir que o sentido clássico da palavra não condiz como pensamentol
teolóico do autor sagrado, então, uma outra pesquisa sobre aquela palava
deve ser feita. Vejamos a próxima!

3) Apresentar seuuso no Velho Testamento a Septuaginta. L na outra fone de


p:'avras gregas que influenciou profundamente o Novo Testamento foi a LX.
Muitas palavras do Novo Testamento pertencem ao vocabulário teológico da
XX. Ënecessário fazer-se um estudo do uso e dos significados da
palavra em
toda LXX. Esta tarefa éa mais árdua porque exige, paralelamente, umi estutlo
de pesquisa no texto hebraico do Velho Testamento. Muito ahtes de proceder
SE pesquisa na LXX, faz-se necessário s:ber que palavra hebraica o termo
grugo da LXX estátraduzindo. Depois disto deve-se _aber seusignificado
origirial hebraicu, averiguar se novos significados foram acrescentados àquela
palavra, ou se seu significado original hebraico foi c.fraquecido, ou seja, qyais
Iudanças os tradutores da LXX fizeram no significado teológico original. Fei:o
todo este estudo, deve-se ler o texto com os significados obtidos pelo estudo do

hebraico e da LXX, e averiguar se este significado é, de fato, o significado


1131111133117
42
prelendido pelo autor do texto. Se a pesquisa revelar que o signíficado do Velho
Testamnento näo é o prelendido pelo autor sagrado, faz-se necessário urna outra
pesquisa. Vejamos!

4) Apresentar seu uso no Novo Testamento. Com a chegada Cristianismo ao

mundo, os apóstolos trouxeram novos conceitos teológicos de natureza

especificamente neotestamentários. Esses conceitos foram expressOs com


palavras até esmo emprestadas da cultura pag, mas com um novo
significado. Neste ponto, não adianta usar o significado da cultura ciássica, pois
Os autores do Novo Testamento deram um significado totalmente cristão ao
termo. Quando constata-se isso, a pesquisa lexicográfica deve ser
aprofuhdada
no uso do termo em todo o Novo Testamento. Encontrando os sigiificäus da
palavra no Novo Testamento, deve-se, então, aplicaro significado encontrado
na pesquisa do Novo Testamento, para averiguar se áquele éo verdadeiro

significado pretendido pelo autor do texto. Se aindaassim, constata-se que o a


teologia do texto não éadequada ao significado teológico encontrado, é
necessário ir enm busca de uma nova modalidade de pesquisa. Veja a seauir!

5) Apresentar seu uso no autor do texto em exegese. Podemos perceber que a

pesquisa lexicográica vai afunilando até chegarmos num ambiente mais


especifico de seu significado teológico. Depois de todas as pesquisas feitas, se
não conseguirmos chegar ao significado original pretendido pelo autor, só nos
restadescobrir se ateologia daquela palavra édisponibilizada apenas no
vocabulário do autor do texto. Para isto faz-se necessário estudar todas as

ocorrências da palavra em todos os escritos daquele autor. Por exemnlo, se o


texto for de Paulo, a palavra em análise deve ser estudada em todas as
epistolas de Paulo; se for de Lucas, a pesquisa deveráser feila no
evangelhp
de Lucas e no livro de Alos; se for de
João, usaremos o evangelho de João,
suas epístolas eoApocalipse. Feito este
estudo, ainda pode ser que o autor(do
texto tenhaempregado apalavra em outros
escritos de sua autoria com
significados diferente. Mas a esta altura da pesquisa, jå temos dados
suficienes
parauma avaliação critica sobre qual o verdadeiro
significado pretendido pelb
autor do texto. A tarefa final e mais
importante agora é definir, com senso
crítico, dentre todos os possiveis
significados dapalavra encontrados com as
diversas pesquisa, qual o significado teológico que melhor se
aplica ao texto, e
qual o melhor significado teológico do texto
dentro do seu grande contexto, bÇm
como dentro da perspectiva teológica do autor. Uma
pista muito importante
nesta tarefa éconhecero pensamento
teológico do autor do texto
Atendência de qualquer
estudioso é começar a pesquisa lexicográfic£cotm
Ouniverso
vocabular do autor. Isto é feito na tentativa de se encurtar o caminhp,.
e chegar logo ao significado da
palavra noautor. Não é aconselhável tal pr£tica,
pois ela torna a pesquisa duvidosa, e
finalmente, por constatar-se que o autor
fez uso de um significado fora do seu
universo vocabular, a pesquisa será,
obrigatoriamente, redirecionada para fora do mundo do Novo Testamento. Além
do mais, Começando a pesquisa buscando dados fora do Novo
Testamento,
muitas informações oblidas serão
imprescindiveis para aavaliação crítica final
do possivel significado original pretendido pelo autor. Deve
ser lembrado
também que quanto mais exaustiva for a pesquisa
sobre a palavra, mas
credibilidade será votada para o estudo.
Livros recomendados: Colin Brown (ed.) ONovo
Dicionário Internacional do
Teologia do Novo Testamento; William Barclay,
Palavras Chaves do Novo Testamento,
As Obras da Carne e o
Frulo do Espirilo: D. A. Carson, A
Exegese e suas Falácias, etc.
EXEMPLODE AN¢LISELEXICOGRÁFCA

ANÅLIS:LEXICOGRÁICA
9,1- JKaLoÜOla1.
a) O verbo SUKQLoüsOau ininitivo, presente, passivo do verbo öKCLO), dikaioo, qu
coo justo'", "nocenlur
pode ter alguns signilicados, tais cono stilicar", "vindicar", "ratar
ronnciar justo","liberlar de"

b) Uso na literaura clássica.


Overbo SLKCLOÜolL è derivacdo de dike (cstigo). O substantivo- raiz original
signi•icava instrutora" on nstrução". No seu signilicado roligioso basico, portanto, diko unn
força cósmica elementar que os homens consideram superior a cles mosnnos, &alpo inerente u0
Nús ivuws
pBópria natureza da existêncin, e que se relnciona com o convlvio hunano a socicdade.
pós-homéricos também era considerada uma expiação ou punição, ou cono sendo, a dousa ly
casligo que porscguia os iialfeitores.
Desde os tempos de Pindaro e Esquilo o verbo correspondente o derivativo 8LKLO)
como
emprega-se com os seguintes sentidos: "aplicar justiça" (. g,.a lei acerca du violência); oxigir
direito", "considerar como sendo cerlo", passar sontença" dr a alguém o quo meroco", ou no
sdnido de "castiga"; a parlir da Septuaginta enm diante apresenta o sentido do "loclarir justo",
"justificar",
c) Usono Velho T'estamento (Septuaginta).
O verbo SLKaLOW utilizado en1 23 oporlwnidades para traduzir 73, saduq (Gn 4-4.16; Ex
23.7: Dt 25.1; 2 Sm 15.4; 1 Rs 8,32; 2 Cr 6,23; Jó 33,22; Sl 19 [18],9; 51|50].4; 82|81|,3;
43[142].2; Is 5,23; 42.21;43.9, 26; 45,25[26}; 50.8; 53.11; Jr 3.1; Ez 16,5l-52). 'Tannbém traduz
r5, bahan, "processa1" (Ez. 21.18|13]); 79TE, zakal1, "estar limpo" (S1 73[72], 13; Mq 6. I1); 3)
rib, "contender", "ajuizar um processo juridico" (M 7.9; Is 1.17), bpD, sapat, "julgar" (1Sm 12.7).
No período pre-exlico, pouca coisa se lala sobre a justiça do indivlduo, pois a preocupaçåo
prncipal era que us lhoniens permanecessem dentro da justiça nacional, Nega-se Oacess0 a ela a
qulquer pessoa que não tonha uma vida àallura dos padröes de Deus (Sl 1s[L4}; 24|23|), ajustiçu
de Deus é a própria salvação; deste inodooAntigo Testamento jamais identifica justiça com
cohdenação. Ojulgamento nunca é pronunciado em terinos de "o honem culpado ó castipado com
justiça", mas sim, ojusto éjustilicado eo culpado&condenado" (DI 25, 1).
En muitas. ocasics nos Salmos observa-se aqucles que são individualmente jstos
sendo os que depositan a sua conliança em lavé, em hunildade e fidelidado, a despcito da
petseguição e da opressão, os quc buscam viver retanente, esem orgullo, eque dependerm de lave
paa proteção e vindicação.
O verbo dLKOLOW não se cnconlra na LXX conn seus signilicados gregos seculares, Quando
traduz a raiz. 273, sdq (ben cono lanbém oulras ralzes) qunse sopro cstá prosente o sentido
forensc ou legal, significando não "lorna juslo", mas "declarar justo", "leclarar judicialuente que
alguém está em harnonia conn a lei".
Em Siraque 42.2, ÔLKCLO)signilica "azer justiçu a", "custipar", c, Siraque 7.5, 10,29;
13.22, signilica reconhecer ou declarar certo ou justo", l'ora disto fieqentomento o verbo aparcce
no passivo, com o significado de "'ser declarado inocente" ou 'absolver", o nt&"ncci!a"(!2?),
45
d) Uso no Novo
T'estamento.
Das trinla e nove ocorrências do verbo
aparcccn nas epistolas ou nas palavras de Paulo. ustifcar", Novo Testamento, vinte e (nove
no
Mateus, O verbo ÒLKaLOo aparece no Evangelho de Mateus em 11.19;
Escritos de Lucas., Nos escrilos de Lucas há a ocorrência do yerbo em Lc12,37.
7.29; 10,29; 16.15;
18.14; Al 13,38-39.
Cscritos paulinos. Nos escritos do apóslolo Paulo o yerbo SLKaLOO
3.4, 20; GI 2. 16; Rm 3.2-4, 26, 28, 30 ;4.2, 5: 5.1, 9: 8.30, 33; 1Co 4.4; 6.11; Ocorre em Rm 2. 13;
Gl 2.16-17; 3.8, 1!,
24; 5,.9; 1Tm 3.16; TU 3.7.
De, todos os escritores do NT Paulo équen1 eslabelece a
íaia1 da jusiiça de Deus, e da justificação dos pecadores da parte conexão
de Deus.
mais estreila com o Ab, ao
O verbo OLKOIOW em Paulo lem o sentido de declarar justo".
Louis Berkhof na sua
Teologia Sistemática confirma essa ideia asseverando a respeito de LKLOW: Esse verbo
signifiça, em geral, 'declnrar que uma pessoa éjusta"".
Tiago. O verbo ÒLKaLO0 ocorre irês vezes: Tg 2.21; 2.24; 2.25. J. I. Packer em seu
Vocábulos de Dcus comenta o seguinte sobre o sentido desse verbo em Tiago: "ser prOvadp|livro ou
demonstrado justo, em relação às rejvindicações feitas em favor de si mesmo"
Conclusão: Significado da palavra no lexto em exegese.

Diante de tudo quanto já foi colocado, podemos afirmar que o sentido do verbo
dLKaLOUotaL, utilizado por Paulo em Romanos 3.28, é "declarar justo", "declarar judicialmente
que alguém está em har1nonia com a lei", tendo assim pois, um sentido forense ou legal.
Desejamos apresentar alguns argumentos que provam a veracidade dessa nossa afirmativ.
Como foi dito acima, o próprio Velho Testamento (Septuaginta) ao utilizar o termo
supracitado. o faz, no seintido forense.
Bm Deuteronômio 25.I diz: Em havendo contenda entre alguns e vieren a
juízo, os
os julgarão, justiicando ao justo e condenando ao culpado". Primeiramente vale salientar que jsizes
era função dos juizes tornar alguém justo, eles simplesmente deveriam pronunciar um janais
julgamento
com justiça, declarndo que o justo cra ino cente e declarando que o ímpio era cuipado. Conforrhe o
verso cilado, se houvcr uma controvérsia entre homens, e eles comparecem em juízo, OS
juizes que
julgam a causa estão informados: justificarão o justo e condenarão o ímpio", Aqui o verbo
justilicar é posto em contraste com o verbo "condenar". Justificar é a antítese de condenar.
Condenar não significa tornar algum inpio, assim também, obviamente, justificar não significa
tornar alguénn juslo, implicando assim necessariannenle num significado forense. Martyn Lloyd-Jdnes
comentando o versiculo afrma o seguinte: "Obviamenle, essa éuma queslão puramnente legal. Eases
juizes não irão mudar a nalureza dos dois dispulantes, nmas irão fazer uma declaração;
pronunciario a
scnlença, dirão que um eslá cerlo e que o ostro esláerrado. Eoato de declarar que um está cerlo é
re•erido como justificar o justo. Ë una ação legal" Porianto, a idia do verbo ncsse versicu<o é
"declarar justo".
Tambénn cm Provérbios 17.15 lemos: "O que justificao perverso e oque condena ojuslo,
abomináveis são para o Senhor, tanto um como o oulro". Aqui também a jus!ificação é con!rontda
com acondenação, rcvelarndo assim ointenlo legal. Afirmamos lambém que se o verbo justiffcar
livesse o sentido de tornar justo" jamais seria na perspectiva divina uma abominação justilica'o
inpio. Cerlamenle a pess0a que faz do injuslo e do perverso um justo não pralica uma abominaço

2 |Louis lBerkhol, Teologia


" J. I. Iacker, 1'ocbulos cleSistemática,
). 514.
lDeus, p. 133,
Martyn loyd-Joncs, Deus o l:spirito Sato, p. 220.
1110031 313333131131
yustíficar"
presenle a idéia forense, legal do verbo
ap Scnlhor. Portanto, vê-se novamenlcHockcma em scu livro Salvos pela Graça faz. o seguinle
significando "dcclarar justo'". Anthony a
comentário sobre Provérbios 17.15: "Justifica, aqui, não pode signilicar ´tornar justo', Cerlamente,
'que
abominação para o Senhor. O sentido forense é
pessoa que laz do injusto, un juslo, não seria
declara ou proclama justo" 2
em Paulo. A própria Epíslola aos Romanos
Agora vejanos o sentido legal do verbo justi•icar eleilos de Deus? E Deus quem os justi•ica.
8,33, 34 expressa: "Quem inlenlaráacIsação contra os qualestá àdireita de Deus, e lambém intercede
Qucm os condenará? E Cristo Jesus quem norreu, o
ðLKOLO), em conlraposição ao verbo
por nós." Novamente observamos o verbo justificar, declarar justo". Condenar é declarar
condcnar. O oposto de condenação não é lornar justo'", mas Ninguénn pode apresenlar
inocenie, jusla
una pesso aculpada; justificar édeclará-la sem culpa, justifica, ou seja, os "declara justo".
condenação contra os eleilos de Deus, pois é Ele quem os
alravés do assunto que é tralado na
Esse sentido é ambém claramenle demonstrado
eila contra os eleitos de Deus, e o que
passage1n. O que eslá em deslaqueé aacusação que pode ser
Quando o apóstolo Paulo afirma É Deus
é exposto éque o tribunal e o julgamento divino são Sinais. declara indivíduos justos e que
quen1 justifica", oque está sendo enfocado éo juízo divino, que
doclara pessoas cipadas. o comentário do notável
Descjamos encerrar u nossa ai gumenlação sobre esse texto com
Jbhn Murray, o qual alirnmá:
que é contrastado con
Romanos 8.33. 34 nmostra conclusivamente que o signi•icado éaquele
refular uma acusação judicial.
a palavra condenar e aquilo que eslá relacionado com o alo de que
Porlanto, o signifcado da palavra juslificar, na epístola aos Romanos, e, porlaiü, iu spísiuia
doutrina, é declarar alguém justo. 2O seu
mais do que qualquer outro livro da Bíblia desenvolve aalguém
significado é completamente removido da idéia de tornar relo ou santo, bom ou justo.

significado. do verbo
Portanto, com base.no que já •oi apresenlado reafirmamos que o
SLKaLoüotaL em Romanos 3.28 édeclarar justo".
alravés do uso do verbo
Em oulros lexlos paulinos podemos constal ar a mesma idéia
8.30; GI2,16.
SLKaLo), dentre estes podemos cita° alguns, tais como: Rm 3.20, 24, 30; 4.3; 5.1;

9.2- TtL¡TEL.
a) O substantivo Lotei »dativo, feminino, singular de TlotuG, pistis (Të").
b) Uso na literaturáclássica.
que um honem pode ter nas
Na lileralura grega clássica, Ttlois signilicava a confiança"
garantia", "pro va" ou algo
ossoas ou nos deuses, "credibilidade", "crédilo" nos negócios, raiz de TloTEL, signihca
*donfiado". Da mesma forma totevO, pisteuo, o qual pertence à mesma
"confiar" em alguém ou nalguma coisa.
ou
Origvalnente o grupo de palavras LGTUG Signilicava condula que honrava um contrato
obrigação, relacionanento fiel de partes de um contratoe a idedignidade das suas promessas.
nais lalo, a
O grupo de palavras tLaTIG veio posterioinnenle a signilicar nun sentido
crelibilidade de declarações, relalórios, e narralivas en geral, sejam sacros, sejam seculares. o
No periodo helenístico, no decurso da luta contra o celicismo e o ateisno, TLGTIG adquiriu
deuses.,0 elemento didático emergiu como
sentido da convicção quanto à existência e lividade dos
tcórica. Enfatizava
significado geral e básico. 1louç, cono fé cn Deus, represenlava a convicção
com esta interpretação.
se entretanto, a crença de que a vida era consíiiluida de acordo
2 Antly !lockema, Slvos pela Graça, p. 16i.
2 John Muray, Relenção Consumoda e Aplicada, p. 135.
47
Nas religiões místicas, TlotLG s0gniica o
instrução e seus ensinos, e'colocaundo-se debaixo daabandono de si mesmo à divindade, seguirçdo sua
No grego ;secular, purlanto, csta palavra proleção dela.
entre um homem erepresenlava
para expressar relacionamentos um largo espèclro de idéias. |Usa-se
.com outro, e tambénm para espressar o
o,divino: significado
O relacion·mento
religiosas, Originalmente, tinhaespeci•icoé determinado pela
a ver com obrigações. O filosofia prevalecentee pelas inílyências
baseada cm leorias, que colo cavamo homem estoicismo, porém, fez dele uma lei da vida,
individual em harmonia como cosmos.
c) Uso no Velho
Na
Testamemto (Septuaginta).
Septuaginta TlotiG quase. sempre
Normalmenle se rclerc àfidelidade de Deus edenoia a fidelidade no sentido
somente em JHabacuque 2.4 é
de fidedighidade
posiliva religiosa do homem diante de Deus. "Ali, no aplicada å reação
de espirito, dos justos e a orgulhosa entanlo, o conlraste no contexto entre o kslado
senlido mais amplo do que meramenteauto-suficiência dos caldeus parece exigir para essa palayra um
idelidade', saber, o sentido de uma confiante depenclência
a
Gi Deus com auio-renüncia, da atitude de coração da qual a idelidade na' vida é
nalural" 26
expressão
d) Uso no Novo Testanmento
No Novo Testamnento rlaTLG obleve uma importância especial e conteúdo especifico
da sua aplicação ao rclacionamenlo com Deus enm Cristo: a aceilação e através
conliança, daquilo que Deus fez. ou promeleu através reconhecimento, em plena
dEle. Ë uma palavra chave no NT, sendo o
lermo regularmnenle usado para denotar o
relacionamento religioso multlateral, para o qual o
evangelho chama os homens - um relacionamenlo de confiança em
Jesus e a Tradição Sinótica. As narrativas dos milagres Deus por meio de Cristo.
TUL TLG da pe[soa doente, ou das pessoas que a cercavam (Mt 8.10; requentemente contém referênFcias à
tem em mente é a confiança na missao de Jesus e no Seu Mc 2.5; 5.34; 10.52). Oque se
A TLOTLG em Deus significa na
poder para livrar das aflições.
apresenta (c£. Mc 11.22).
concepção de Jesus o eslar aberio ås possibilidades
queDeus
Cscritos paulinos. No conlexto da
para indicar a aceitação da. proclanação cristteologia
de Paulo há o emprego deliberado de
e da fé salvadora àqualo evangeiho tlcoTLG
1.8; 1Ts 1.8). Para Paulo, Ttl¡TIG é conciamava (Rm
pregação missionária cristã primitiva dava indissoluvelmente ligada com a proclamação. Desse moco, a
enfoque agudo à TlGTIG significa o recebimento da
mensagem da salvação e d£ condula baseada no evangelhofé. (Rm
explicitamente uma lé salvadora, baseada na cruz de Jesus e na Sua 1.8; 1 Co (12.5; 15.14, 17). É
Sendo que a é conténm o clemento de "ser ressurreição Co 15.3-4.11).
incorpora na esperança (Rm 8,24; 1 Co 13.13). sustentado", bem como a conliança", ela se
Na concepção paulina, porlanto, zlotig significa
próprio quanto ao alcance e merecimento da salvação, confiando abandonar toda a dependência de si
dependendo exclusivamente dEle no que diz respeilo a tudo quantointeiramente está
em Cristo, e
apcgar-se às promessas de Deus em Cristo, dependendo envolvido na salvação. Æ
relerente àsalvação. Ä un relacionamenlo de confiança enn Deus por complelamente da obra terminada de Cristo
J:S,8,!2, !7; 3:22,25,26,27 28,30,3 1; 4:5,9,11, 12,13, 14,16,19,20; 5:1,2 meio de Cristo (R1m
12:3,6 14:1,22,23 16:26; 1Co 2:5; 12:9; 9:30,32; 10:6,8, 17 11:20
2Co 1:2-4 4:13 5:7 8:7 10:15 13:5; GI 1:23; 13:2,13 ;15:14,17; 16:13
6:10; Er1:15; 2:8 3:12,17:.4:5,13; 6:16,23; Fp 2:16,20; 3:2,5,7,8,9,11,12,14,22,23,24,25,26 5:5,6
1Ts 1:3.8 3:2,5,6,7,10 5:8; 2Ts 1:3,4,11: 2.13;1:25,27; 2:17; 3:9; CI 1:4,23´2:5,7,12
3:2; iTm l:2,4,5, 14,19 2:7,15; 3:9,13 4:1,6, 12;
5:8; 6:10,11,12,2 l; 2Tm1:5, 13; 2: 18,22; 3:8,10,15; 4:7, TI l:1,4, 13 2:2 3:15; Fm 1:5,6). Sendo
que a fidelidade a Cristo una
manifcslação da genuinidade da f, TtLoUs.
20 J I. Pucker, Lnciclopédia
llistörico-Teol'gica eda Igreja Crist, v. Il, p. 153,
48

Paulo também faz uso do (eno tloTG para indicar "aquilo que é crido", "corpo de
tloutrina" (GI 1.23; 1 Tm 1.19).
A Tradição Joanina. O substantivo nl¡uG se acha apenas ocasionalmenle nas Epistolas (1
Jo54) e em Apocalipse (2.13, 19; 13.10; 14,12). A fé e o ato de erer nssumem o caráler da
lidelidade. En 2,19 xloug chega perto de ser o motivo da fidelidade.
Hebreus. Estacarla faz uso cxlensivo de niotivos do AT, e apela àhistória dos palriarcas em
cohexão com palavras do grupo Tl¡TIG. 0Hebreus 11.1 apresenta uma deinição que combina
ndtivos do AT e helenísticos: "Ora, a •, 1tlGuG, é a cerleza de cousas que se esperam, a convicção
de fatos que se não vêem". Esle não cra um resumo compreensivo de todos os elementos exislenles
uazlous, nas só daqueles que eran básicos para uma igreja sob perseguição: a cerleza daquilo
que se csperava, e a convicção de ser guiado por aquilo que não pode ser visto.
Tiago. Para Tiago há uma ligação indissolúvel entre a f, TLGTUG, e a conduta obediente.
Havendo assim uma necessidade da fé ser comprovada. Somente através da obediência que cumpre o
nandamento de Deus é que a fë, nlous, chega a completar-se (Tg 2.22). Porm enn Tiag0 2.14-26
esse subslantivo é usado para indicar o mero assentimento inteleclual àverdade. Mas, com isso
idgo está explicitamente imitando o uso. das palavras daqueles a quem procurava cuiiigi, e näv id
razão para supor que e[le uso fosse normal ou natural para ele (sua relerÁncia à fë, TlouG, em
2.5, tem um significado mais amplo).
Conciusáo: Significado da palavra no texto em exegese

Diante de tudo quanto já foi colocado, podemos afirmar que o significado do substantivo
r:toteL, utlizado pelo apóstolo Paulo em Romanos 3.28, é a atilude mediante a qual o homem
abandona toda aconiança em seus próprios méritos eesforços para obler asalvação. Ëa atitude de
completa crença e con•ança em Cristo, de dependência exclusiva dEle, a respeito de tudo quanto
esti envolvido na salvação. Éo apegar-se às promessas de Deus em Cristo, dependendo intiramente
da bbra de Cristo referente à salvação, entregando-se a Ele.
Essaé a mesma idéia do apósl oloPaulo em muitos texlos, denlre eles: Rrm 3,22, 30; 5.1; GI
2.15.
Desejamos ainda azer uso de alguns argunmenlos, a fim de comprovar a nossa posição.
o verbo L TEU), Oqual pertence à mesma raiz de Trlorel, significa "crer", "conliar":
Euay, Puulo uitiza esse verbo no senlido de crer, confiar, e o alvo dessa çonliança é Deus como
pTdemos ver em Romanos 4.24.
Em Romanos l.1G Paulo tambm faz uso do vcrbo otEDO COm a idéia de crer, confiar e o
associa åsalvação, que inclui obviamenle ajustificação. No verso 17, oqual continuação do verso
I6.Paulo faz. uso de ternos detivados do subslanlino lotiç mostrando assim a intima relação
entre •é, TloTUG, crer ou confiar e salvação.
Em Romanos 4.3 vemos a relação enlre n verbo ¡TEVO e a justificação. Fazendo alusão
aoVelho Testamento Paulo alirma: "Pois, que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso Ihe foi
inpltado como justiça". No verso 5do mesmo capilulo Paulo moslra que crÁ naquele que justilica o
impio, Cristo, é ter lé, Ttl¡ug: "Mas ao quc não traballha, porem crê naquele que justilica ao fmpio,
asuh fé lhe é atribufda cono justiça":
Oulros lextos (ambém nostran aligação inquebrável entre fé e crer ou confiar, dentre eles
podemos cilar Gálatas 2. 16.
Através da Bsc1iluraobservanos quc o objelo dcssa fe Crislo: Rm 3,22; GI 2.16.,

9,3- vóuou.
49
a) Osubstantivo vó[iov genitivo, nasculino, singular do
"'noma"). subslantivo VóLOG, nomos ("lei",
b) Uso na literatura clássica.
Osubslantivo vóuoG deriva do verbo veuo, distribuir",
parlilhar", "atribuir", concdder",
especialnnente no sentido de distribuir" propriedades, "partillhar" paslagens
A palavra vóuoG (que se acha na literalura a parlir do ou terras agriculturais.
tempo de Ilesiodo, século VIl .C.)
originalnnente se re•eria à distribuiçÃo" e aquilo que dela decorre. Significava aquilo que loi
determinndo", ordenado", ou "atrilbuldo"; mas, mais particularmente, os resultados disto, ou scja:
disposiçõcs que forann regularizadas e alingem o
"coslume', uso'", "eslaluto", lei", esnecialmentegabarito
nos
de tradição. A palavra, porlanlo, denpla o
conlexlos da distribuição de bens, da le e da
ordenn,
Na antigüidade não se distinguia entre os signilicados
VóuoG, pois acreditava-se que todos os bens yinham dos deuses, juridico, élico e religioso de
que sustentavam a ordefn no
universo e nos relacionamentos entre os homens. Vem daí a convicção
decurso da. história humana de que a lei liga-se ao divino - idéia universal, que se acha no
esta que persisliu:
subconscientenmenle mnesmo cm períodos nos quais foram enfatizados os aspectos purarfienle
humanos da lei.
Quando se empregava num contexto político, VÓLOG era considerado aspeclo mais
o
essencial da polis ou cidade-estado, i.é, a "norma judicial", o "costume legal", a lei da terra". A
partir de c. do século V a ,C. vóuOc era escrilo na forma de
vóol nomoi (plural "eis")
adquirindo, assim, o significado especifico de lei escrita", a "constiluição" (da polis), a "lei
coerciliva" do eslado, que tinha que ser obedecida sob pena de punição.
c) Uso to Velho Testanento
(Septuaginta)
Na LXX, VÓLoG ocorre cerca de 430 vezes, das quais cerca de
200 sem
hebraicos, quanto às demais, o equiv alente nais comum é 7jin, torah. No equivalentes
AT canônico
VóMosconcentra-se mais pesadamente n0s livros do Pentateuço fora de Gênesis, e ocore aliceca
de 6) vezes, das quais 25 em Deuteronümio e 20 em
Levítico.
Otermo hebraico 7jn, torah, traduzido na LXX por
da parte de Deus, um 'mandamento" para uma vÓuoG significava,uma instruçãb"
determinada
instruções são concretas e válidas (Ex 16.28; 18.16, 20). situação. O plural indica que tais
Foisomente depois da reforma deuleronomística que frases
tais quais a
generalizaram, sendo que concentravam as lei em geral, e sem qualquer qualificaçãolei de Javé] se
adicional, nem
enumeração das respectivas leis individuais (2 Rs 10.31; Ex 13.9; Ani 2,4; Jr 8.8 e passim)t da
nesma maneira, a lei de Deus(Js 24.26 e passinm) transmitida por
Rs 23.25 e passim), O próprio livio de Moisés (Js 8.31 {LXX 9.2}; 2
Deuteronômio échamado o livro desta lei" (DI 28.62 cf.
29.20; 30.10; 31.26), e, denois do Bxilio, o Pentaleuco inteiro é assim
chamado (Ne 8.3). Em
co1respondincia com isto, há a fórmula "escrito na lei", que se acha na literatura
8.14; 10.35 [LXX 34}, 37 |LXX36]: Dn 9.11; 2 Cr pós-exilica (Ne
23.18 e passim), onde a lei é encarada cono
una norma escrita.
Porlanto, não podemos falar de vóuos no AT cono se expressasse um
A lei, vbuos, nacional dos hebrcus é conceilo uni•orm.
conlecida cono ei de Moisés", visto que tnto alsua
jurisprudência quanto o seu sistena de prálicas riluais foram transmitidos através de Moi_és,
oriundos de Dcus,

d) Uso no Novo
Testaner:to
No NTosubstanlivo vóloc 0corre 19| vezes, scndo
T19 vezcs, predominando em Romanos (72 vczes), Gálatas que mais frcqlcntemcnte cm Pailo:
(32), 1Corintios (9). Os livros nho
1111

aulinos nos quais apalavra ocorre cum cetia frequência são: Atos (17 vezcc), Inãn e Hohraur A
nða), Tiago (10), Lucas (9), Malcus (8).
Lvangelhos Sinóticos. Scgundo cslIS a lei podia ser rcsumida em dois mandarnenios, o%
(ubis envolviam o anor a Deus e ao próximo (MI 22.34-39; c[. Lc 10,25-28), porém não aceitava as
Lraduações que os fariscus faziam dentro do mandamento duplo.
Bscritos Paulinos. Conforme o DicionárioInternacional de Teologia do Novo Testamento
Taulo utilizava vóuos paraoPentaleuco (PRn 3.21 b; GI 4.21)epara atotalidade das Escrituras (Rm
3.19, um terno genérico para as citações dos vw. 10-18, tirados de todas as três partes das
E:scriluras, 1 Co 14.21,citando Is 28.1 1-12 e DI 28.49), mas especialmente paraa lei mosaica,e o
bdcálogo en particular (Rm 2.14 a. 2.17, 3.28, 7.12; GI 5.3) na sua exigência da obediência
ncondicional da parle dos judeu_. Paulo lanbém usa vóuos pra indicar uma parle da lei (e.g. a lei
do casamenlo, conforme ela afcla a mulher, R1n 7.26) e no sentido melaförico, usualmente delinído
ror um genitivo (e.g. Rnn 3.28, mndamentos divinos no sentido mais lato; Rm 7.23c, 25b; 8.2; GI
G.2, genitivo de autoria; Run 7.23 a e b, "principio regular"). Paulo também requentemente
pesonica a lei: ela fala (Rm 3.19); ela diz (Rm 7.7; 1 Co 9.8); ela lrabalha (Rm 4.5); ela rege (Rm
7.1). Ao fazer assim, ele não cstádando apoio ao pensamenlo da lei como hipóstase, pelo contrário,
quer dizer que a leié porta-voz. do Deus vivo."
îiago. Tago utilizou duas vezes a frase: "a lei, vóåos, da liberdade" (1.25; 2. 12). Sendo
que os atos de misericórdia são o elennento principal na lei da liberdade. Tiago também dá a esta lei o
nome de lei régia" (2.8), que pode ser resumida no mandanenlo do amor ao próximo. Osignificado
de voos porlanto, depende de como é inlerprelada: ou como injunção'" no sentido
velerolestamentário, ou, alternativamente, a lei da liberdade", um resumo das injunções de Cristo.
Conclusão: Significado da plavra no texto em exegese.
Paulo faz uso do tern1o vóuoU em Romanos 3.28 para a indicar a lei mosaica, tanto no seu
aspecto moral quanto cerimonial. Sendo este pensamento defendido também pelo Novo Dicionário
irternacional de Teologia do Novo Testamento.
Arealidade judaica presente no contexlo no qual Paulo estava inaerido pode nos esclarecer
nis sobre esse assunto. John Slotl no seu comenlário da Epístola aos Gálatas afirma:
Os judcus supunhun quc podiam scr juslificados desse modo, como também os judaizantes,
que professava1n ter fë em Jesus mas qucriam que todos seguissem igualmente a Moisés. Sua
posição era esta: "A única mancira de ser justilicado éatravés de trabalho duro. Ë preciso lutar.A
'obra' são as 'obras da lci'. Ou scja, é precise fazer iudo o que a lci ordcna c evitar fudu vque a iei
proile". Os judcus cos juduizantes conlinuavam dizcndo: Isto signilica quc é preciso guardar
Cspecialmenle os Dez Mandamentos. Épreciso amar e servir ao Deus vivo, e não ter outros deuses
ou substitutos. É prcciso revercnciar o Seu nome e o Scu dia, e honrar os pais. Ë preciso evitar o
aduwtli io, o iomicidio c o rotx». Nunca devcmos dar falso testemunho conuu o liussU prúxiuIU ICH
cobiçar alguna coisa quc llhe pcrtença". Mas não era só isso. "Além da lei noral, temos a lei
cerimonial, å qual &preciso obedecer. E prociso levar a religião a sério, examinado as Escriluras
Cn paricular c lieq1cntando os cnllos püblicos. E prcciso jcjuar, orar e dar esmolas. E, se se fizer
(udo isso, sem falhar en nada, (er-se-á alcançado o sucesso c a accilação de Deus sendo então
;»» 28
justilicado pelas 'obras da lei""

Dianle disso, Paulo expõe que o honem não é justiicado pelas obras da lei, mas sim, por
meio da [é. A lei da qual dependia a justilicação na perspecliva dos judeus e judaizantes era a lei
notal e cerinonial conlorme vimos acima. Então, alravés da exposição da justificação pela fë, o
npistolo relula esse pensamenlo, moslrando que as obras da lei não ten poder para justificar.

" isser,Dicionório Internuci nal deTeologun do Novo Testomento, v. ll, pp. 40, 41.
* LuR W. Sto!, AAfensagcm de Gilatas, p. 59.
I'ortanto, teafimanos que a idéia de Puulo ao usar o termo lei, vó;iou, rclacionado àjustificação,
cm Romanos 3.28, refere-sca lei mosnica, em seus aspeclos moral e
cerimonal,
Ocontexto no qual estáinserido Romanos 3,28 também nos ajuda a entender o uso do termo
lei nesse verso. As teferências paulinas à "fulo', adultrio", "'sacrilégio" (2.21, 22)
cm 328 cle tinha em nentc a lei moral, pois estcs são pecados condenados pela leinostran
que
moral As
declaraçòcs do cslado pecaminoso da hunanidade em.3,10- 18, os 'quais inclucm pecado de
natureza moral, também nostram quc Paulo tinlha cm mente a lei moral em 3.28.
EmRomanos 3.30, contexto imediato do versiculo que temos por base en nossa exegese, o
apóslolo faz. alusão à cicuncis'o e incircunciso alravés dos termos circunciso e incircun¢iso.
OvCOS que acircuncisão era parte integrantc da lci cerimonial. Porlanto, Pauio em 3.28 ao u_ar a
palavra lei releria-se alén da lei moral, tambénm a lei ccrimonial.

XIl. PARÁFRASE

A paráfrase consiste num resumo, em uma frase, das idéias enContradas na

análise lexicográica.
O objetivo da paráfrase é apresentar a teologia do texto em poucas palavras, e ha

mesma construção sintática do lexto.


Aparáfrase éa reunião das idias encontradas também nas análises

morfológicas, sintática . Aparáfrase não é uma tradução literal melhorada, mas éuma
interpretação do texto. Enquanto a tradução literal éo reflexo fiel da morfologia e da
sintaxe, a paráfrase apresenta os significados mais remotos implicitos no texto. A
paráfrase éa apresentação da teologia do texto em umafrase.
Alguns princípios importantes devem ser observados para a construção de uma
boa paráfrase:.

a) Nåo parafrasear pronomes, nem partículas;


D) Nao comentar demais uma única palavra. Paraparafrasear uma única palavra

bastante usar até três termos bem significativos;


c) Não expandir demais, nom tornar aparáfrase num comentário teológico. A
paráfrase
COrresponde à mesma construção sintáticado texto, com significados que não
apareceram na tradução literal, nem tampouc0 aparecem na tradução idiomática.
52

teológicas encontradas na
Cada palavra deve ser substituída pelas implicações
pesquisa,
ou comentáios teológicos. A
d)| Näo imitar ou copiar paráfrases disponíveis em Biblias
idéjas alheias e
paráfrase deve refletir as idéias das análises realizadas, e näo
estranhas ao trabalho exegético;
informações novase
e)| A paráfrase deve ser umafrase de no máximo duas linhas, com
objetivas, refletindo a mesma sintaxe do texto, e poeticamente bem construída;

ação,
f) Deve-se parafrasear os verbos, explorando detalhadamente a sua qualidade de
tempo, modo, e voz;
g)l Deve-se parafrasear todas as palavras chaves que foram rabaihadas na anâlise

lexicográfica, utilizando os significados originais obtidos com a pesquisa;


n)ËDeve-se trazer para a paráfrase todas as implicações gramaticais do texto, obtidas

com as análises morfológica e sintática. Paraisto, deve-se voltar às análises

anteriores e dar uma boa estudada nas conclusões de cada análise, principalmente

nas considerações gramaticais e lexicográficas.


i) Ao térrninoda paráfrase, deve-se consultar outros trabalhos ou paráfrases para
Comparar as idéias. Isto pode ser feito com bons comentários teológicós, ou até

mesmo com Biblias na linguagem de hoje. Se houver discordância de idéias, o

recomendável écomparar com um maior número de comentários disponíveis. Se

laindaassim, a paráfrase parecer única no mundo teólogico, ela ainda podo cstar
certa.

Livros recomendados: Biblias na linguagem de Hoje, Paráfrases das epistolas


paulinas (Cartas Vivas), etc.

Para melhorar a compreensão sobre a paráfrase vejamos a diferença entre a


iradução idiomálica (versões), tradução literal e a paráfrase de um mesmo texto: Le 7:39
111111111010 53

PpexeLv TouG nODag avto KaL aLç OpLEv ng KEGanG avng


~enaGIEV
KaL KOTEQLAEL ToVG 1OÓag avtOU KaL
nA[LoEV O pup.

TRADUÇÁO IDIOMÁTICA: "Estando por detrás, aos seus pés, chorando, regou-os com,
Suds iay1näs oS enxugou com seus próprios cabelos e beijou-lhes os pés.e os ungiu
COm ungüernio."

Atradução idiomática não énecessariamente uma tradução fiel ao grego,


tendo
em vista que compromete-se apenas em comunicar bem em bom estilo literário e
traduzír
termos gregos por termos paralelos em Português, mesmo que subtraiadetalhes de
significados e sentidos mais profundos de tais temmos.
TRADUÇÃOLITERAL: "Estando por detrás aos seus pés, chorando cormeçou a regá-lcs
com suas lágrimas e os enxugava com seus próprios cabelos, e beijando-os ungia-os
Com Pleo "

Observernosque a tradução literal é muito mais prÓX0ma do original quando traduz


fielmente todos os tempos e ações verbais.

PARAFRASE: "Por detrás, aos seus pés, chorando continuamente, não parava de regá
los com suas lágrimas e enxuga-los com seus cabelos, e bejja va-os ardorosamente."

Na paráfrase, todos os significados obtidos da sintaxe, morfologia, e lexicografia

aparecem para dar um entendimento mais amplo, aprofundado e detalhado de cada


palavra.

EXEMPLODE PARÁFRASE
54

PARÁFRASE

confiança em Cristo e
"Creinos que ohomem é declarado justo por meio da mosaicos",
mandamentos
nào pelos atos praticados em obediencia aos

Xi)l. COMENTÁRIO TEOLÓGICO

idéias, utilizando
O propósito do comentárioteológico é fazer umaorganização de
e
se de argumentação do próprio texto e fora dele, para que, de uma maneira lógica
paráfrase.
canvincente, seja feita uma exposição detalhada do assunto enunciado pela
O coinentário teológico deverá ter um tema que resuma a verdade
do texto com

idéias de comentários teológicos


uma pequena expressão, e não pode ser reprodução de
acomposição da,
já prontos. Neste comentário, não se deve usar comentários para
idéias do texto,
teologia, mas apenas para comparação e averiguação de idéias. As
outros
representadas na paráfrase, deverão estar presentes na teologia bíblica dos

escritos neotestamentários, bem como veterotestamentários. A formulação teológica


No comentário
deste comentáriodeve ser, em primeiro lugar, bíblica, depois sistemática.
fato aquilo
teológico, o exegeta deve demonstrar que a verdade desse comentário éde
sistemáica,
que toi parafraseado. Em segundo lugar, ele deverá apresentar, de maneira

um estudo da verdade teológica do texto em toda a Bíblia.


Vejamos os passos para um bom trabalho num comentário teolgico de um texto

bílico:
bem
a) Depois de parafrasear otexto, chega-se àconclusões teológicas que jåestão
nitidas nas palaVras da paráfrase;
b) Com essas Conclusões em menle, deve-se fazer um breve comentário biblic0,

|organizando idéias, usando argumentaçáo proveniente do próprio texto, obtidas pe


diversas IOdalidades de pesquisas realizadas nesse texto, Para este trabalho, é
55
necessårio que o exegela jå
esteja dominando todos os conceitos oblidos pelas
pesquisas, e mantenha em mente boa parte dos arqumentos oblidos nas análises,
Duranle este trabalho de comentário biblico exige-$e muita criatividade e raciocínid na
organização das idéias, para torna-las argumentativas e convincentes;
c) Com ateologia do comenláio biblico pronto, deve-se fazer a seguinte pergunta: E
esta verdade ensinada em alqum outro lugar das
Escrituras?" Com esta pergunta dé
St IUU d uilla pesquisa biblica cm todos os livros do
Velhoe Novo Testamento,
buscando apoio em outros textos bíblicos para aquela
verdade;
o) Opróximo passo no comentário é torná-lo em
teologia sistemática. Para isso seria
bom ler o assunto do comenláio biblico em manuais de
teologia sistemática para ver
Como aquele assunto tem sido apresentado ao longo da história do Cristianismo. F¢ito
isto, o exegeta pode desenvclver uma estrutura lógica, ou cronológica, na qual
podera
dividir seu assunto em tópicos e sub-tópicos, comentando com argumentos lógicos (pu

filosófiCOs, ao mesmo tempo provando suas idéias com textos bíblicos, E evidente

que, para este trabalho de sistemática, é necessário buscar auxílio fora do iexlo, pdis :

a teologia sistemática trabalha com categorias muito mais amplas e gerais,


pois ela é
responsável por formalizar o pensamento teológico frente aos questionamentos das
categorias racionais: a ética, a lógica, e o raciocínio. Podemos dar umpequeno
exemplo de como pode ser feito este trabalho: Vamos supor que na exegese,:minha
paráfrase revelou que o texto afirna que "Deus éBom". Depois de argumentar Com o
próprio texto que esta é a verdade ali contida, eu passo a desenvolver uma teologia
SIstemática, A Bondade de Deus. Posso trabalhar uma argumentação lógica: Deus
não pode ser b0n e mauao mesino tempo; ou, se Deusié bom, Seu atos são bonS,

etc. Posso tambén trabalhar com argumentos éticos: Deus é bom e o homem é ma. ,

Posso usar idéias de textos biblicos paralelos para construir uma estrutura bíblica do

assunto dentro de um esboço lógico: ABondade de Deus se revela: a) Na criação; h)


na sua longanimidade, c) na sue niserncórdia, d) na sua redenção, etc, ou posso
desenvolver um trabalho compar tvo de idias: Adiferença entre a Bondade de Deus
e a Bondade do homem. Alista do que pode ser feito em sistemática é muito
abrangente. Épreciso apenas que fique bem nitido na mente de quem está
escrevendo teologia o seguinte. o trabalho com argumentos retirados do próprio texto
chama-se teologia biblica;e a ampliação do resultado desses argumentos para
trabalhar o mesmo assunto com calegorias diferentes chama-se teologia sistemática.

LITOS rcCOmendados Corncntários (eoluicos de Calvino, Lulero, Ilendriksen,

EXEMPLO DE COMENTÁRIO TEOLÓG0CO

COMENTÁRIOTEOLÓGICO
Onosso comentário teológico eslá fundamentado no seguinte tema: Justificação pela Fé
Somente,
Martinho Lutero iraduziu Romunos 3.28 assim: "Concluimos, pois, que o homem é
justiicado pela fë somente, independentemente das obras da lei". Devido ao fato do acréscimo do
¿dvérbio "sonente" nessa tradução, Lutero foi severamente criticado, visto que a palavra "sola"
r'somente'") não consta no texto grego, e este acréscimo, segundo alguns, não podia ser tolerado.
Porém, essa critica não procede, pois osenlido que Luteroquis dar à palavra "somente" sintetiza de
lorna precisao que Paulo quis dizer: ésomente pela • que ohomem éjustiicado, enão pelas obras
da lei.
Para ternn05 uma comprccnsão inais clara de um versiculo blbico, é iupo ianie anaiisurmos
urimeiramente o contexto no qual o nmes1mo eslá inserido. No primeiro capílulo da nossa exegese
pi csilanus dadus uilonnativos sobre diversos aspeclos relacionados à Epistoia aos Roanos.
Agora faremos uma breve exposição do contexlo imediato no qual está incluido a passagem base
ira onosso trabalho, ou seja, Romanos 3.28.
Nos versiculos 1e 2 do capitulo 3 Paulo havia falado do privilégio dos judeus, visto que a
eles foram confiados os oráculos de Deus. Assin, pois, na perspecliva paulina era vantagm
ertencer ànação judaica, pois esla parlicipou de prerrogativas que não foram concedidas às outras
npções. Entre essas vantagens Pauloconsiderava de maior inportância o fato de que os israelitas
ejunguardiões dos oráculos de Deus'"
Diantc dessa realidade, Paulo utiliza-se de una pergunla no verso 9: Tenos nós qualquer
vhntagen"7, ou seja, os judeus são superiores aos gentios?O apóstolo responde que não, pois tanto
um quanto o outro são pecadores. Opecado éum falo uiversal, ou seja, que abrange todo o ser
hånnano. Assin, pois, podeos dizer que no versiculo 2 a vantagem dos judeus sobre os gentios
1efere-se aos privilégios deslrutados pot eles cono nação eleila; enquanto que a negação da
vntagen dos israeclitas sobre os gregos IO serso 9 relaciona-se com a posição do nbos diante de
TAus são vitinns do pecado.
1111111111 11111113010N003
57

Conlinuando a sua linba argumentativa Paulo apresenta 'seis citações do Velho Testamenlo
para cxpor a pecaminosidadc geral humana(v. 10-18).
No versículo 19 ele mostra que tudo o que a lei diz é direcionada aos que vivem na ei, a lim
de que o Mundo seja culpado perante Deus, No yersículo 20 ele alfirma que ninguém sera jsstibcado
por obras da lei, pois por meio da lei o pecado é conhecido, manilesto.
A partir do verso 21 o apóstolo comenta sobre um novo caminho pelo qual ohomem pode
ser aceilo por Deus. Esse caminho •oi testemunhado pela leí e pelos profetas, e é a justiça le Deus,
"a justiça mediante a f em Jesus Cristo" a qual éacessível a todos os que crêem (v. 22), "ppis iodos
pecarame carecem da glória de Dcus". Por esse novo meio judeus e gentios podem ser ju_lificados
por Deus de modo graluito pela Sua graça, sendo agraciados por causa da obra redentoralefeluada
por Cristo (y. 24). Cristo foi exposto por Deus como Aquele, cuja morle sacrilicial lez expiaçãoquede
nocse culpu, e afastou a ira ou rctribuição que merecíamos pela nossa rebelião conira, Deus.
Cristo conscguiu em favor do homem pode se toInar uma realidade mediante a fë (v. 2s) Alravés
dessa obra Deus manilestou a Sua justiça, por ler na Sua tolerância deixado, de lado os pecados
cometidos antes da vinda de Cristo (v. 25). Com isto, Deus estava mostrando a Sua justiça na
presente época; e essa demonstração mostra que Ele é justo e o justificador daquele que tÇm teem
Jesus" (9. 26).
Sendo assim, toda a jactância humana é excluída, não pela lei das obras, rmas pelo princípio
da fë (v. 27). Então, o apósiolo mostra, reiterando o que já havia alado anteriormente, a razão pela
qual a jactância éexcluida, ulilizando-se para isso da preposição yàp ("pois"): "pois (..) o homem
é justiicado pela lé,independenlemente das obras da lei(v. 28).
O verbo utilizado para justificar neste texto é SiKaLoioaL, Como vimos na análise
lexicográfica ele tem o sentido forense ou legal signiicando declarar justo", declarar judicialmenle
que alguém está enn harmonia com a lei
Quando Deus justifica uma pessoa Ele não a toma santa, reta, justa, assim como o juiz
quando iuslifica um indivíduo acusado ele não muda o caráer dele, 1ornando-o justo. avé
simplesmente declara que ohomem não éculpado, antes é relo nos termos da lei.O Senhotdeclara
em termns forenses que as exigências da lei, como condição de vida, eslão pienamente satisfeitas
comrelação åpesso a. Alravé_ da justilicação Deus declara o homem não penalmente cuipado e com
direito a todos os privilégios devidos åqueles que cunpriram plenamente a lei.,
Na justiicação, ajusliça de Cristo é imputada ao pecador, e não, nele infusa
A justificação não altera o real estado ou condição interior do homem, não
renovação espirilual, mas relere-se à situação do ser humano diante de Deus, tormandb-aproVuz uma
favorável.
Ela ocorre fora da pessoa.
A justificação é a aceitação humana perante o tribunal divino. É a
delerminada pessoa deve ser visla como sendo judicialmente justa Ajustihcaçãodeclaraçãode
que
é, pois, un ato de
administração legal que estabelece arelação de uma pessoa para coma lei.
A justificação éo Criador na posição de juiz. dizer que está satisfeito conosco devido a
de Cristo. jusiiça
Sendo assim, a justiticação é um alo complelo de Deus, que não se constilui em um
contínuo, mas tem efeitos plenos e inslantâneos. Quando o Supremo Juiz processo
justifica, deslrula-se
imediatamente e de mancira completla a situação justa que Ele conferiu através do alo declaratório.
0 verbo ulilizado para justificação no versiculo que temos por base
está na voz þassiva.
Porlanto, o honem, que éosujeilo paciente da oração, sofre a ação verbal do agente, indicjco pkis
que o honem équem recebco ato justilicador divino.
Como pode o honnem ser justificado?Oapóstolo Paulo responde a essa
uso´da Cxprcssão grega: tloTE, ("pela fé"). Esse ternno grego se pergunta atrayés do
caracleriza como um
instrumcntal, ou seja, através do uso desse caso é indicado o meio ou o instrumento através dodalivo qual
a ação verbal rcalizada,. A acão vcrbal é indicada através da utilização. do verbo
433J4333333331113111313
S8

SuKaLoÑO0au ("'ser justilicado"). Enlão, Paulo eslava mostrando que ajustificação é pela fé. Afe'
E, pois, v meio ou'o instrumento alravés do qual o homemé justificado.
A ë, como já foi colocado anleriormente, é uma confiança tolal na obra, méritos e
inerecinmentos de Cristo, renunciando assin loda a dependência nas ações humanas para alcançar a
bênção salvifica, e se apoiando, unicamenle nas promessas de Deus em Cristo. Ëuma aceitação da
bbra de Cristo e recebimento da Sua Pessoa. É uma auto entrega total à Cristo: E,um relacionarmento
de confiança enm Deus por intermédio do Seu único Filho.
Vale salientar que o texto não diz que o homenn é justificado por causa ou em virtude da fé,
mas pela fe". Mesmo a fë sendo um requisito indispensável para que o homem alcance a
justi•icaçião, cla não é a base ou o fundamento da justificação, se assim o fosse, seria uma obra
neritória, e, assin, o caráter gratuito da justilicação seria desleilo, pois, conforme vimos no
contexto imediato do versículo quc estamos trabalhando, ajustificação é provenienle da graça divina
(3.24),-tendo nela pois a sua fonte. Aprópria fé pela qual o homem éjustificado é um dom de Deus.
Eésios 2.8 diz: Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de
Deus." Filipenses 1.29 afirma: "Porque vos- foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não
somente de crerdes nEle".
Porlanlo, o homem não é justificado devido àsua l, pois isto acarretaria numa interpretação
da justificação como sendo proveniente de obras. A fé é simplesmente o meio utilizado por Dous
Através do qual ohomem estáapto a receber a justiça qué é a ele comunicada. A fë é o canal por
hieio do qual a justiça divina alcança o ser humano. Ela é o vínculo que' une a alma pecadora a
Cristo. Èa mão vazia estendida em direção ao Salvador, repousando unicamente nEle e em Sua
justiça Através do exercício da lë o honem expressa £ falência espiritual humana, e a sua integral
carência da ação salvilica divina. A lé é o instrumento escolhido por Deus pelo qual ajustificação
dlcança o ser humano.
Na pergunta e resposta de número 6l do Catecismo de Heidelberg ese assunto é tratado
dom muila competência.
"Por que airmas ser justo só pela f?
Não porgue agrade Deus pela digridade de minha fé, mas porque só a satisfação, justiça e
santidade de Cristosão minha própria jusliça diante de Deus, pois eu não posso recebê-la e aplicá-la
a mim de outro modo senão pela •é,9
Háuma ligação inquebrável enire aë e a graça, não podendo de forma alguma serem
desassociadas uma da outra Ronanos 4.16 aírma: "Essa éa razão por que provém da fé, 'paráque
seja segundo a graça...". John Stoll em concordância com essa posição afirma: A fé e a.graça estão
indissoluvelmente ligadas, uma vez que a única função da fë éreceber o que a graça livremente
ufeecen 30
A
`Ë, portanto, está fundanent ada na graça salvifica de Cristo.
A fé é a causa instrumental, não a causa eficiente ou meritória, pela quat nos áp1up1iatUS da
jstiça de Crislo, a qual é a única base da juslificação.
Em Romanos 3.25 Paulo airma: "A quem Deus' propôs, no Seu sangue, como propiciação,
mediante a fé, para mani•estar a Sua justiça ...". A expressão grega que étraduzida no texto
porluguês por mediante a fë é Gia miOTEOG, dia pisteos, a qual indica lambém que a f é omeio
insiruniental alravés do qual ajustiça de Cristo é impulada ao pecador.
Paulo assevera en1 Roman0s 3.30: *Vislo que Deus é um só, o qual justiicará, por f, o
cifcunciso e, mediante a fé, o incircunciso". Paulo utilizA-se nessa passagemn da expressão [K
ILOTEOS, ek pisteos, para mostrar a relação entre a lé e ajustilicação. A preposição [K Mostra que a
fë<ocasiona, e logicanenle precede ajuslificação, de sorte que esta tem sua origem na f.

29
i~t Cateeismo de Ileidelberg, p. 33.
(ohn Soll, / Cruz cle Cristo, ). 170.
59
Citamos esses dois úlinos tcxt0s ncipa Dara
colocados corroborando Romanos 3,28 mostrar quc nenhunm dos termos gre3Os all
da justiicação, pois isso transnitcm a idin de quc a fé sc
conslitui no lundbmento
acarretaria num
A Cxpressão. ða IEV NIOTV, dia parndoxo irreconciliávcl entre a graça eo mérilo humano.
cm todootexto lcn pistin ("'por conta da fe") não
neotcstamenlårio, aparece uma vez sequer,
A doutrina da justificação pela e &
passagcns das Escrituras Sagradas. lambém cnsinada pelo próprio apó_iolo Paulo em outras
En1Romanos 5.1 lemos:
nosso Senhor Jesus Cristo". "Justificados, pois, nicdiante a f, temos paz com Deus por melo de
A passagem de IHabacuque 2.4 a qual afirma que o justo viverå pela •ë" é citada três
.io Noo Testanicnto, a, finn de confirnar a
Romncs !.17; G£lalas 3.] l; Hebrcus justificação pcla •. Essas cilaçõcs encontranjosvezes em
que o homen1 piedoso (o justo) desfrutará10,38, O ayósiolo Paulo descobre, implicito na
elernamenle do favor de Deus (viverá), por promessa
conliante a Deus (que é o argumenlo de Habacuque
de
sua lealdade
no contexto), a
possibilidade de ser consideradoairmação
Téquc qualquer homem poderá ter a de que,é somenle pela
a vida. justo por Deus, e portahto ier
Paulo, leslemunhando em
justilicado de todas as cousas das Anticquia, fala o seguinte: E, por meio dEle, todo o
quais vós não pudestes ser justificados qu¢ crê é
13.38). pela lei de Moises (AL
Em Filipenses 3.9 Paulo diz a respeito da .
justiça que procede de Deus, baseada na ë". justiça (...) que é mediante a fë em Cristo, a
Fazendo um conentário sobre essa passagem William
Hendriksen alirma:
A fé éo agente apropriador, a mão
Deus. Se a única justiça que tem valor diante estendida
de Deus é
para receber a livre graça de
a justiça de Cristó, imputada
ao pecador comoo dom graluito de Deus, é
claro,
de oblê-la é pelo alo de aceitá-la (um dom não se pois que a única maneira possfvel
pode ganhar
aceitar ou receber - gratuilamente) unicamente pela f, isto- é,trabalhando -, senão
conlia1le no Doador, e, porlanto, também em Sua Palavra. OUngido pela apropriação
e Deus éo
próprio objeto desla lé simples e pura ..31
RussellP. Shedd comentando também esse versículo afirma: "Se
justiça própria e recebemos aquela oferecida por Deus pela fé renunciamos toda
precioso de todos os valores 32 mediante a fë n'Ele, garantimos o mais
A justilicação pela l» é uma doutrina que tenn
lambém fundamentada. suas raízes no Velho Testamento, estando ali
A respeito de Abraão Gênesis 15.6 afirma:
Elecreu no Senhor, e isso lhe foi
justiça". Esse texto é alyo da referência paulina em Romanos 4.3, 9, 22 e Gálalas 3.6 ainputado para
fim de provar
que o homcn é juslificado pela l, oslrando que essa
uma verdade velerolesl annenlária. A expressão doutrina não é uma invenção humana, mas
"impulado
Abraão loi lão valorosa a ponto de ser considerada comopara jusliça" não quer dizer que a fe de
Novo Teslamento refula qualquer concepção que alribu£ mérilo merecedora ou aquisitiva de justiça. 0
Janes Packer no scu liyro Voilbulos cde Deus nos auxilia à.
versícuio alirnando: bastanle na compreensão desse

Quando Paulo cilou esse versiculo, o qual ensina ue a lè de Abraño lhe 'foi
impulada (..) para justiça' ...) o que cle queria que enlendêssemo0s
tolal depcndència na promnessa divina (v. 18ss)- foi o era.que a fë -a
motivo e o meio daquela
31 willinn Hendriksen, 2ijenses, . 2 14.
M RussellShedd,
legrai-yos nO Senhor: (Una lENposição de lilipenses, 1). 89.
G0

justiça tcr sido inputada a Abrado. Paulo não estava sugerindo que a fe,
considcrada conno retido cu como substituta da retidão, fosse a base da
justificação: a discussao de RomanOs 4 não versa sobre a base da justificaço, e,
si, sobrc o meio de asscgurá-a.
Relornando a Romanos 3.28, perccbcmos que a continuação desse versiculo conlirma a tese
d¢que afé não éobra meritória. Paulo alirna xoplç pyaðv vóuou ("'sem obras da lei").
Os judeus e judaizantes da época de Paulo advogavam que ajuslificação era pelas- obras da
lei, scndo ncccssária a submissâo não unicamenie à lei moral, mas também a elemenlos da lei
corinsonial, tais como a observância de rilos e prálicas como a circuncisão, a lavagem de mãos e
cypos, o uso de filactérios, a fim de que olhomenn pudesse obter a aceilação divina.
Paulo, cnão, coloca lorlemente o seu posicionamento em oposição à id¿ia judaica, alravés
dos termos Xoplg pyov vónou ("sem obras da lei").
O uso da preposição xopls, ("'scn") designa que a justificação é plenamente à parle das
obras da lei, estando separada dela, ou seja, não tem asua origem ou proveniência nas obras da lei,
açontece de modo desvinculado à alos de obediência à lei mosaica. As obras da lei, as quais são
lejtas à parte da ë e da graça, e impelidas pelo medo da punição da lei ou pela esperança de
recompensa, são inúteis no que diz respeito àjustilicação.
O único momento na história humana em que o homem pôde ser justificado através da
obediência à lei loi no Jardim do Éden antes da manifeslação do pecado.
A Biblia Sagrada nos inlormaque Deusordenou expressamente ao h0mem que não comoosc
do fruto da årvore do conhecimenlo do bem e do mal, sob pena de morte (Gn 2.16-17). O ser
humano, noenlanto, desobedeceu ao Seu Criador, comendo do fruto proibido, pecando assim contra
Deus (Gn 3.6). Como resultado da sua transgresão, os nÍssos primeiros pais calram do seu estado
de retidão original, tomaram-se culpados, morreram espiritualmente, perdendo assim a comunhäo
com Iavé, e foran corrompidos em loda a sua natureza.
Devido ao fato de Adão ser o representante legal da humanidade, o' pecado dele foi imputado
à toda a sua posteridade que dele procede por geração ordinária, resultando no estado de pecado
uiversal, ou seja, todos os homens sob a condição de pecadores (1 Rs 8.46; SI 51.5; Rm 3.23).
Mas, as conseqüências da queda adâmica não se resumiram unicamente a isto. A humanidade
tanbém ficousob estado de culpa, morreu espiritualmente ese tomou possuidora de uma'nalureza
corrupla ou depravada.
A corrupção original herdada pelo homem édenominada na teologia reformada de
depravação tolal, pela qual a crialura humana foi afetada em todas as partes da 'sua natureza, nas
su¡s faculdades tanto do corpo quanlo da alma, tomando-s inapla à prática de qualquer bem
cspuitual que glorifique e honre a Deus, que seja merecedor da Sua bendita aceitação e aprovação, e
que esteja àallura das exigências da Sua lei; estando, assim, inteiramente incapaz, adversa e
inibilitada ao exercício do bem einclinada åtodo omal (Rm 5.12; Er 2.3; Gn 6.5; SI 58.3; Jr 17,8:
M15.19; Rm 3,10-19, Rn 7.18, 23). Desla corrupção original procedem todos os pecados atuais
(E2.2, 3;Tg 1.14, 15).
Dianle desta realidade trágica, não podemos adnmilir nnhuna possibilidade do homem ser
justilicado pelos seus feilos em submissäão à lei. Deus lolalmente santo e justo,e a Sua leirevela o
Seu caráter. Para que Deus pudeso justificar o homem pela observância da lei, esse tinha que
obedecê-la en todos os seus mínimos detalhes, sem transgredir em um só aspecto. Porém, como
yirnos acina é impossível o homem obedecer lotalmente à lei divina, visto que esse se encontra num
esthdo de depraväção tolal. O honem em sua natureza se opõe à lei e é rebelde para com os seus
preceitos. Oprazer do ser humano pecador não é ser submisso à Deus, mas sim, satisfazer os seus
prcprios desejos e apetites carnais.

J , Pucker, J'cdbulos le Dens, p. 131.


61
Alcm disso, a lei Cxigc, cono pena pola sua
Enlão, o honiem para ser justificado pelas desobcdiência, a morle e condenação efema.
obras da lei teria que cumpri-la inlegralmente e solrer a
puniçao por ela inmposla como conscqúência da sua insubmissão. Por
podemos perccber claramente quc nenhum desses requisitos podem ser aquilo que já loi colcado
humana: execulados pela ppssoa
Os homens não podem ser justificados pelos scus alos de
do fato deles lambém estarem num' estado de culpa obediência à leimosaica em virtude
resultante
exislindo, assim, nenhuma possibilidade de pessoas culpadas ofereceremdos seus próprios pecados não
Juslilicá-los. As bo as obras não podem ser aceitas se'o indivfduo qåe asboas obras que p¢ssami
praticou não é dceilo
primciramente.
Rogcr Smalling diz: . As obras dos pecadores não
Drovêm de unna fonte corrupla, As obras não são aceitas, sesãoa pess0a
válidas para sua salvação, pÙrque
não é aceila prímeiro E a
pessoa seráaceila, somente se for justificada pela •e"
E, além disso, vale ressalar que para uma obra ser
que possuir alguns requisitos fundamentais: ser conformea contemplada como, boa perante Deug tem
vontade divina, ser um ato de obediÇncia,
emanar de um motivo puro, ser uma expressão de anor a Deus, redundar para a glória de Deus.
Indivíduos culpados e totalmenle depravados não podem salisfazer essas condições.
E imporlante a fim de confirmar a posição de que a justificaço
lazermos outra colocação. Por nielhores e mais aprimoradas que sejamindepende
das obras fla lei
as obras humanas por
Imaiores que sejam os esforços empregados na prática das mesmas, essas estarão sempre
conlaminadas pelo pecado, visto que são provenientes de peadores. Consequenlernenle, Deus, na
Sua santidade e perfeição absolutas, jamais iráaceilar obras imperfeitas como base para ajustiicação
humana. Além disso, vale ressaltar que uma justificação pelas obras é totalmente antagônica ao
princípio bíblico de que a justificação é pela graça; ela anula os méritos de Cristo e torma vã 4 Sua
morle na cruz do calvário ou, no minimo, compromete ou desconsidera a eficácia da obta do
Cordeiro de Deus, visto que exige algo mais além do sacrificio expiatótio de Cristo, a fim de ue a
bênção da justificação alcance o pecador.
A Biblia nos informa que a justiça da lei precisa ser umprida nos indivíduos para
quejestes
sejam justilicados, ou seja o ser humano precisa prestar obediência plena à lei e suportar as
conseqüências da quebra do mandamento por ela imposto, para consegir a justiicação. Rormanos
8,4 diz: Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamas segundo a
carne mas
segundooEspírito". Como vimos, ajustiça humana não é capaz de atender essa exigência.
Diante deste falo, é indispensável a intervenção de Cristo. Ajustiça é atribuída ao ser huhano
através da substituição e represenl ação efeluada por Cristo. Jesus foi o substituto e
dos eleitos frente å lei. Ele cuinpriu a lei em lugar dos Seus escolhidos em dois tepresenlanie
sentidos: sofreu ern
Seu próprio corpo a penalidade que a lei exigia para o transgressor, a morte, tomando sobre Si a
culpa dos transgressores e a punição exigida pela justiça divina; obedeceu perfeitamente a lei em
todos os seus detalhes, resultando no falo de que todos os crentes são vistos por Deus como
praticantes da léi.
A fé cono foicolocado anteriormenleéo instrumenlo ou meio escolhido por Deus pelo qual
ajustiça per•eita de Cristo é imputada ao pecador.
... A fé éinteiramente congruenle como fato de que a base da justificação é a justiça de
Crislo, A qualidade espccifica da f que cla reccbc e repousa sobre outro; neste caso; Crislo e a
Wua justica" 35
Pcruitc Gsla realidade, a base da jusiificação é a justiça. de Cristo, enão as obras da lei. A
jusliça de Cristo são os méritos por Ele adquirido por ter suportado a penalidade exigida pel iei e
por té-la cumprido plenamente alravés da Sua obediência.
34 Roger . Smallig, "JustilicAço elu Fe, Jonal Os Puritmos, p. 3.
3 Jolun Murray, Relenção Consunala e
Aplicnda,
p. 144.
62

Reafirmaumos, porlanlo, que a justificação éîrulo, não das obras humanas eleluadas em
obediencia à lci, mas sin, da graça divina, pois pela graça a redenção foi efeluadapor Crislo, e o
piccador pode apossar-se dos seus beneficios, por inlermédio da fé.
Vale ressaltar que uma justificação pelas obras ofende ajustificação peia graça, uma vez que
selé pela graça, obviamente não pode ser pelas obras, pois estes dois elementbs não podem existi
junlamenle como fonle da justificação. Graça significa favor imerecido. Se a justificáção acontece
pglas obras da lei, essa bênção salvifica seria algo merecido para aquele que pralica alos que tentam
conformar-se à lei, não sendo, portanto, pela graça. Em virtude da justificaçãobiblica ser pela graça,
as obras da lei não tem nenhuma capacidade justificadora, e não possuem nenhuma influência na
justilicação.
John Sloll no seu livro ACruz de Crisio comenla oseguinte sobre Romanos 3.28:
O motivo de ele ter escrito 'pela le', independentemente das obras da lei
era excluir totalmenle as obras da lei, deixandoa fé como único meio da
justificação. E Paulo já apresentou seu motivo no versículo anterior, a saber, a
fim de excluir a jactância Pois a menos que todas as gbras, méritos, cooperação e
contribuições humanas sejam duramenle excluídas, e a morte de Cristo, que leva
o pecado, seja vista em sua glória solitáia como o único fundamento de nossa
30
justificação, a jactäncia não pode ser excluida
Romanos I1.6 mostra claramente a oposição entre graça e obra nessa perspectiva que
estamos abordando: "E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrårio, a graça já não é graça".
Sendo a graça umn •avor imerecido ela jamais incide em dívida. Em Romanos 4.4 o apóstolo
Paulo faz uma distinção entre o dom da graça eo salário da divida. Quando algum bem é concedido
como pagamento de uma diida não se constitui em graça, mas numa obrigação. Se a justificação
fosse pelas obras, ela não seria pela graça, mas sim, uma recompensa ivina ao homem.
Ohomemn que busca ser justificado pela obediência à lei decaiu da graça (GI 5.4), ou seja, ele
rhunciou os meios graciosos de salvação en iroca de um meio que só pode resultar em condenação.
Se algum /ndivíduo pudesse ser justificado pela lei, a morte de Cristo teria sido vã (GI 2,21).
A f» e as obras no que diz respeilo àjustificação também são conceitos totalmente opostos,
n¯o podendo ser vinculados, visto que a característica da f» é que ela se apoia somente em Cristo e
em Sua justiça, enquanto que as obras se firmam nos seus próprios méritos para alcançar a
ju_tiicação. O apóstolo Paulo também mostra na sua carta äos Gálatas o antagonismo, existente
edtre a fé e as obras no que diz respeito ao alcance da justiñicação: "E é evidente que, pela lei,
nihguém éjustificado diante de Deus, porque o justo viverápela fë" (GI 3.11).
John Murray afirma:"A fëéposta em oposição às obras, não pode haver nenhum amálgama
destes dois eiementos?2 Então, quando fala-se em justificação peia îà somenie, consequeniemene
dsscarta-se qualquer possibilidade de justihcação pelas obras.
Comentando Filipenses 3.8-9a William Hendriksen alirma: "Enquanto una pessoa se
conserva apegada à sua própria jusliça, mesno num grau ínlimo, ela jamais gozará a plena justiça de
Cislo. As duas (justiças) não podem, de modo algum, andar junlas. E necessário que uma seja
plenamenle renunciada antes que å outra seja plenamenle possuída*
Por meio da lei, então, ningunn pode ser justilicado. Não que a.lei de Deus seja ou tomou
se imperfeita devido ao pecado do lhomem, mas porque o ser humano na sua presente condição não
pode alender as allas reivindicaçõcs da lei.
O apóstolo Paulo é extremamente lransparenle na sua alir1nação concemente a esse tema, a
qual está regislrada lambém cem Romanos 3.20, texlo jå alvo de referência nessa exegese: Visto que
ninguéin serájuslificado diante dEle por obras da lei, cn raz~o de que pela lei vem o pleno
o Juln Slol, 4 Cruz de Cristo, pp. 170, 171.
John Murray, Redunção Consumaa e Aplicada, p. 145.
3R Willian Jlendriksen, Tilipenses, p. 2 3.
conhecinnenlo do pccado". A
(Rm 7.7) c conduzir o omemSinalidade da lei. Dortanto. é
a Cristo (Gi 3.24), Aleirevelar o pecado, lornando-Q conhecido
o
porm asubinissão a cla não tem poder revela pecado, fazendo-o conheçido,
justificador
A verdade de que i justificaço é pela fë, cn1 relação ao ser humano.
independentemente das obras da lei é lambém
ressallada pelo apóstolo Paulo em Gálatas 2.16: "Sabendo, contudo, que o
Jesus, tanbém temos crido emhomem
por obras da lei e sim mediante a Cé em Cristo não éjustifiçado
fösscnos justificados pcla f em Cristo e não pÍr obras da lei, pois, por Cristo Jesus, para que
justilicado". obras da lei, nínguémser,
A Confisso de ré de
valiosas sobre cSse assunto. Westinster no seu capítulo XI, parágrafo I nos traz
informa;Qes
Deus nao os justilica cm razão de
imas Soniiüle encOnsideração da obraqualquer coisa neles operada ou por eles leita,
de Cristo; não Ihes impulando como justiça a
própria fë, o alo de crer, ou qualquer outro alo de
obediência evangélica, 'mas
impulando-Ihes a obediência e a salislação de Cristo, quando
irmam eles o recebem e se
nEle pela fë,lë esta que possuem não como oriunda de si
mesmos, mas
como dom de Deus.

A fëjustiicadora, no entanto, não se


mas éuma fë aliva, atuante, operosa, frutífera, caracteriza como algo passivo, inoperante, infrutífero,
que
caráler desse dom divino usando as seguinles palavrasproduz.. a
boas obras. Gálatas 5.6 se reler ao

vale uma importante observação leita pelo teólogo que atua pelo amor", Neste aspeto,
John Dagg: Porém, não é como uma obra, ou
produzindo oulras obras, que a l» justifica, e, sim,
dependência, recebendo a salvação conno um dom dacomo renunciando todo o mérito pessoal e auto
livre graça através de Jesus Cristo";
Relomando o nosso argumento, queremos dizer que a
inalividade; ela se toma um poder dinâmico na existência do cristão. Afé fësalvadora
genuina
não glorifica a
sentir o-constrangimento do amor de Cristo por si e a grandeza do conduz o crente a
seu débito de gratidão påra corn o
Sonhor, movido, pois, pela gratidão, ele procuraráviver de modo'
elorificando e exaltando o Seu santo e precioso nome, através deagradávei
una
Áqueie que o justifiçou,
vida
obra e com a causa do Reino. comprometida com a
A respeito do caráter da f» justificadora,
permitan-nos citar novamente a Confissão de Fé de
IWestminster que nos auxilia sobremaneira na compreensão
puágrafo II. dessa abordagem no seu capítulo XI,
"A fé, assim recebendo e assim repousando em Cristo e em
da Sua justiça, é oúnico instrumento
justificação; ela, contudo, não está sozinha na pessoa
justificada, mas sempre anda acompanhada
de todas as demais graças salvificas; não é uma f
morta, mas a » que age alravs do amor
Existe uIna cerla controvérsia sobre opapel das
biblicos acreditam que existe uma contradição entre Pauloobras na justificação. Alguns estudidsos
e Tiago, supondo que esse ensina que
Deus aceila os homens solb a dupla condição de fé e obras. Essa idia
2. 14-26. Porén, asseveraunos que a desarmonia entre estes dois utiliza como fundanento Tiago
Paulo cTiago não se contradizcm, nas se escritores bíblicos é inexistenle.
complemenlam.
Inicialn1enle, vale ressalta1 que a natureza dos
Paulo e Tiago era1 difercntes. Paulo tinha conno oposiloropositores
e diiculdades enfrenladas por
os legalistas, quc procuravam basear a sua
salvação neln nenos en parte nas obras da lci. Tiago, no entanto, teve que
tuilinominos, os quais acredilavam que uma simples f, a qual consistia nåm mero assentimehio enfrentaros
nlelcclual åvcrdade, era suliciente para a salvação, c que não havia necessiVade da prátic£ de boas
obras. Paulo, enlão, estava escres endo contra o legaliso justificador dos
Tiago se opunha à ortodoxia norta dos inlelectualislas. judaüzanles, cnquanto que
Diante disso, Paulo afirmava que o homern é
t Cofissão de lé, O
0 Jolun I.. Dagg, AfanualCatwciso Nfaior, (OBreve Catecisno, 61.
le Teologia, p. 214.
4 Confis são de l%, ) Cate cis»o
Moior, ) Breve Cuecisno, p 65,
111 11133
64

justificado unicanmente pela f; e Tiago enfatizava que fe, que nã produz boas obras é morta, e não
just1lica. A lë justilicadora produz boas obras.
Eimportanle tambén1 ressaltarmos que as obras referidas por Tiago não são as mesmas a
respcilo das quais Paulo comenta. O primeiro usa somente a palavra "obras", o segundo sempre
tiliza 'obras da let ou "obras dc lei para mostrar que os homens não podem ser alravés delas
justificados.
Lutero afima:

Ele (Paulo; chama obras, as obras da lei que algu¿m faz à parle da f» e da
graça, e aquilo a que a lej impele pclo medo da punição ou pela ilusória promessa de
rocompensa lemporal. Mas obras de fë, ele chama as obras que são feitas no espírilo
de liberdade e só [vindas, n.t.] do amor de Deas. Isso só pode ser feito por quem foi
justificadopela fë. As obras da lei, entrelanto, en1 nada contribuem para ajustificação;
na verdade, eias são um eslorvo porque impedem alguém de ver a si mesmo como
injusto e necessitado da justificação.'2
Quwndo Tiago diz que "uina pcssoa é justificada por obras, e não por fë somente" (2.24), as
bbras que ele se refere são as "obr as da fe", que são resultado de una genuina k, o manifcstaçãm da
nesna. Isso não contradiz Paulo, pois a fé mediante a qual o homem é justificado é a fé que atua
belc annor(G! 5.6). A justiicação pelas obras" conforne Tiago confima a justificayv peia î"
pregada por Palo.
As obras que são excluidas da justificação por Paulo não são aquelas que se constituem em
evidêncin de uma f» genuina e frulifera, mas sin, as que, plenamente ou em parte, reivindicam 'ser a
causa meritória da justiicação. Essas obras são colocadas à.parte. porque implicariam numa
imperfeição da obra de Cristo, e dariam ao :omem razão para gloriar-se perante Deus.
É1elevante destacarmos tanbém que a utilização do termo "justiicar" pelo apóstolo Paulo
em um sentido diferente da utilização do mesmo vocábulo por,Tiago.Como. vimos, justificar" em
Paulo ten por signiicado declarar justo", ou seja, "ser aceito por Deus como justo".
Quando Tiago afirmouque Abraão foi justificadopelas obras ao oferecer Isaque sobre o altar
(2.21). ele não está negando que Abraão recebeu a justifcação. muito antes desse fato, segundo
Gênesis 15.6. O aspecto enfatizado por Tiago.é que "pelas obras que a fé se consumou" (2.22). ou
seja, a ação de Abraão em oferecer Isaque sobre o altar revelava que a f pela qual o palriarca foi
justiicado era verdadeira.
A palavra justificar enn Tiago, conlorme jå loi colocado na análise lexicogråfica, tem o
sugnilicado de "ser provado ou demonstrado justo, enm relação às reivindicações feitas em favor de si
mesmo". Conforme Tiago, un1 individuo érealmenle justificado quando o sen viver atesta da aue ale
possuio tipode fé viva e operanle que lhe garant a aceilação divina
Então. podemos perceber que Paulo eslava lalando-da justilicação diante de Deus, enquanto
que Tiago estava falando da justificação diante dos homens. Tiago 2.18diz: "..mostra-me essa (ua
ësem as obras. e eu, com as obras, te nostrarei a ninha fé"
Portanlo, a fé sendo genuina resultarå numa prolunda 'transformação interna no justiicado. A
evincula o cristão àCristo; essa união resuila em transfomação interior (2 Co 5.17).
Eslando vestido da justiça de Cristo o crenie éexortado a se comportar de acordo com o
daráter doseu Senhor (Ap l9,18). Ë algo incoerenle dizer-se revestido da justiça de Jesus,e viver de
tyodo indigno. Aqueles que estão vestidos da justiça de Cristo buscarão a purificação, tendo o
estre cono exemplo (1 Jo3,3).
Una fé viva nroduzirá obras (Tg 2.26), tal jual uma årvore viva produzirá frutos. A fé ¢
jstificada e aprovada pelas obras (Tg 2.18), assim como o estado de saúde das raizes duma boa

4
Citudo por Anthony llockcma, Salvos px la (iuçu, p. I68.
'65
árvore é indicado pelos frutos. A fé é
resullado da f, a prova da é, a aperleicoada pclas obras (Tg 2,22). As obras pois sÃo 9
consumação da fé.
Calvino afirmou: Ésó a •ë que justifica, mas a •ë que justifica não eslá só".
Lutero asseverou: A fé é viva, poderosa en suas operações, valente e forle, serpre
realizando, sempre frutificando; de modo que é impossível que aquele que é dotado de le na0
produza sempre boas obras (..) pois essa é a sua
Ocrislão éjustificado somenle por meio natureza".*"
da fé, nas a •é justiicadora verm acompanhada de
boas obras. As boas obras portanlo não são a causa ou
realidade dela. razão da justificação, mas a evidncia da
Descjamos encerrar a nossa
roc1llaráh na ohediÇncia e a iustificacãoargumentação
com uma cilacão de Charles Eerdman: .. A le
redundará em viver santo. mas a verdade de que a juslilicáção
pela l somente é a própria essncia do
Cristianismo"

VX.COMENTÁRICO HOMILÉTICO

cormentário homiltico tem como objetivo pregar e aplicar a verdade teólógica


encontrada na exegese do texto.
Na verdade, o comentáric homilético nada mais é do que um sermão
:
escrito,
constando das seguintes partes:
i. inyodução
2. Elucidação
3. Tema

4. Divisões com comentários práticos e conclusão.


Ocomentário homilético deveråcorresponder à pregação daverdade encontrada
no texto bíblíco, dentro dos procedimentos homilticos normais. Esse sermão escrito

pode ser expositivo, ou textual. Deve haver um esforço na tentativa de expor, de forma
prática, toda a verdade trabalhada no texto até agora.Éimportante lembrar que, no
Comentario nomiltico, o sermão deve ser limitado apenas às idéias do texto analisadp,
não sendo interessante, portanto, trazer idéias paralelas de outros textos, pois o trabalho

Citado por W. Rolberl Godfiey, "Calvino e oCneilio de Trento", Jornal )s Puritanos,p. 15.
4 Citado por J. I. Packer,
Vocibulos de Dens, p. 122.
45 Clrles lirduan,
Comenthrios de Romonos, p. 50.
6C

texto pesquisado. Sendo assim


final do exegela è fazer a exposiçãc c aplicação daquele
texto da exegese.
as idéias reinantes no sermiäo são exclusivamente do

EXEMPLODE COMENTÁRIO HOMILÉTICO

COMENTÁRIO IOMILÉTICO
Texto: Romanos 3.28

Introduçãc
Durante oséculo XVI viveu na Alemanlha um homem chamado Martinho Lutero, o gual ers
monge agostiniano.
Aquele indivíduo, apesar da sua religiosidade, enfrentava um grande conflito interior. Uma
ser justo para com
pergunta estava constantenente no seu pensamento: "Como pode o homem
Deus"?
Komana, a
El cmprcendeu várias lentativas, conforme os ensiinarnenios du igreja Caóiica
boas obras, jejuava, orava, dormis
Sm de conseguir a paz de espirito que ianlo anelava. Praticava
eslorços foram inúteis
sobre o chão duro, subir de joelhos una escadaria em Roma; porém, seus
Estava cada vez mais cônscio da escuridão e das trevås do seu próprio coração e da absoluta e
consciência
indizível justiça e sntidade de Deus. Seu senso de pecado era muilo profundo e a sua
era intranqüila.
Certa vez ele abriu a Biblia cm Romanos1.16, 17. Vendo a palavra justiça" Luterg foi
como sendo a
tomado pela depressão que tanto o alormentava, visto que entendia esse vocábulo
assim tratar-sE
justiça punitiva de Deus, alravés da qual os pecadores recebiam a punição, indicando
de juizo.Continuando a esludar o tcxio, a luz do Evangelho irradiou o seu coração. Ele percebeu que
aquela
a justiça falada por Paulo não era a jusliça que levava Deus a pnir os pecadores, mas era
retidão pela qual, através da graça de Deus, Ele nos justifica pela f. Era a perfeita justiça que Deus
graciosamente alribuia ao pecador, e que esse aceitava pela f.
A parlir daquele instante Lulero não ieve mais que buscar a aceitação divina em suas próprias
verdadeiro
obras, e à yà inlerior que lanio desejava inundou o Seu ser, pois descoorira o
significado da justificação e tornara-se parlicipante desta bênção.

Elucidação prOvavelmente em
A Epistola aos Romanos foi cscrila pelo apóstolo Paulo (Rm 1.1) mui
missionária.
Corinto no ano de 57 d.C, ao fnal de sua lerceira viagem
AEpístola, como o scu próprio nome indica, édestinada à Igreja de Roma (1.7:
1.15), a quai
cra constituída de cristãos gentivs e judeus.
Uma das probabilidades apresenladas sobre a origem dessa Igreja é que ela foi fundada por
e foram
alguns dos judeus e prosélitos que parliciparam do Dia de Pentecostes em Jerusalém,
convertidos ao Cristianismno.
Paulo teve como um dos propósilos ao escrever Romanos pedir aos crentes o apoio e
(1S.24
patrocinio no seu empreendimento de contunuar a obra missionria trabalhando na Espanha
29). pode
Oulro propósilo de Paulo em Romanos lalvez. esteja relhcionado ao falo de que Paulo
entre membros da
ter ous ido coentários a respeilo de algunas dificuldades nd relacionamento
capltulo l4).
igrcja, e proc1ro Corrigi-las na scção élica de sua epistola (especialmente no
67

Oulro intenlo do autor de Romanos oi apresentar de forma detalhada uma vasla declar
açäo
conlendo seus posicionamenlos doutrinários, e ex)or um panorama amplo e sislemático do
do cristianismo. âmago
O versiculo que temos por base compreende a secão que abrange o
verslculo 21 ate
versiculo 31 do capitulo 3. A partir do versiculo 21 Paulo fala sobre um novo caminho
ser humano pode ser justificado por Deus. Esse caminho foi pelo qual 0
alvo do testemunho da lei e dos
prolclas, e é ajustiça de Deus, a qual acessível a todos os que crêem (v. 22). Por esse novo meio
judeus e gentios podem ser justificados por Deus'gratuitamente pela Sua graça, sendo
agraciados por
causa da obra redentora de Cristo (v. 24). Sendo assim. toda a jactância é excluída pelo
lë, não pela lci das obras(v. 27), pois (...) o homem é justificado pela •é,
prncipiq da
ODras aa lei (v. independentemente
28). Tèndo isSO em vista desejanos mcditar sobre o seguinte tema:
das

Tema: JUSTIFICAÇÃO: UM ATO GRACIOSO DE DEUS


1. Porque é baseada na justiça perfeita de Cristo.
Para que haja justificação a lei precisa ser cumprida totalmente, porém, o homem n·o jem
capacidade de obedecer essa lei, nem pagar a penalidade por ela 'requerida, estando assim,
condenado à morte eterna. Nada há no ser humâno que possa recòmendá-lo perante
Diante desta triste realidade o etermo Filho de Deus, movido pela Sua graça,Deus. "nasceu sob a
lei (GI 4.4) manifestando-se en came, a fim de que pudesse
Sua lgreja. submeter-se duplamente em favor da
Pelo fato de ter Cristo exercido uma obediência ativa, guardando perfeitamente a lei de Deus,
e prestado uma obediência passiva, 'sofrendo a penalidade da lei através do Seu
cuiminou na morte de cruz, a justiça divina foi satisfeita, visto que as reivindicações dasofrimento que
lei do Serhor
foram atendidas, podendo consequentemente o homem ser assim justifcado, recebendo o perdão de
pecados, a adoção de fihos co direito à vida eterna.
A justificaçâo tem como único fundamento, portanto, a justiça perfeita de nosso
Salvador Jesus Cristo, o qual foi o nosso substituto e representante frente à lei. Senhor e
Podemos- definira justiça de Cristo como o mérito por Ele adquirido por ter suportado alira
de Deus pelos pecados da humanidade alravés do Seu
ter obedecido totalmente oa preceilos da lei divina.
sofrimento e morte na cruz do calvário, e por
A perleita justiça de Cristo é imputada livremente e
sendo esse declarado justo por Deuse aceito perante o iribunalgraciosamente
ao miserável pecaclor,
divino. Venos, enlão, que a obra de
Cristo é inprescindível e plenamente suficiente para a justificação humana.
Portanto, justificação é um alo da graça divina porque tem como base a justiça perfeita de
Cristo.
2. Porque recebida por meio da fé.
A Îé é o meio ou o instrumento pelo qual o homem é justificado. Ela é a causa
mediant e a qual o ser humano é aceito diante do tribunal divino. instrumertal
o órgão pelo qual o homen se
apropria de Cristo e de Sua justiça. Ela não se caracteriza como causa
Ninguém é justificado deyido ou por causa da •é, mas sim, por nncio da fé. elicienle ou meritóia
Mesmo sendo a fé uma condição indispensável para a justilicação do honem, essa não se
conslitui numa recompensa pelo exercício da fe.
A fé não é a base da justificação, não funciona como una espécie de
assim o fosse, seria uma ação de caráler nncritório. Ela está obediência à lei, lse
indissoluvelmente
Deus, sendo impossível a dcsassociução entre anbas. A própria é um dom ligada à graça de
A Ëéo neio escollido por Deus, para que, através dela, a justiça de divino.
Cristo seja impulada ho
pecador, e esse seja justificado. Ela o canal, o clo que une o homem a Cristo. E a mão. estendila
em direço a Jesus Cristo ho objetivo dy receber a Sua
misericórdia graciosa.
68

No exercicio da f» há o reconhecimnlo da alncia espiritual da críatura humana, todo o


justiça de Cristo,
mérilo humano e aulo dependência são renunciados; e tetal dependência éposla naporlanlo,
oim de que a graça justificadora alcance o pecador. A fé exercida pelo homem, se apoia
mtek:civamente no Salvadorena Sua justiça, não carregando consipo nenhum merecimento de cer
agraciado pelo Senhor.
Quando o pecador crêcm Cristo elc éimedialamenle e tolalmente justificado pelo Criador.
Vale ressaltar que a •é justificadora não se caracteriza como morta e inoperante, ela éativa e
Snutifera. Oindividuo que tem a verdadeira (ë produzir£ boas obras, as quais evidenciam a presença
dh juslificação.
Porlanto, justificação éun alo da graça divina, porque é recebida por meio da fé.

3. Porque érecebida independentemente das obras da lei.


Ohomem éjustificadosem ter como condição prévia a obediência aos preceitos da legislação
mosaica;Aele, porlanlo, recebe a justificação independentemente das obras da lei.
lei é uma revelação do caráler sanlo e justo de Deus. Para que o homem fosse justificado
submissão
pelas obras da lei ele tinha que estar àaltura da natureza santa de Deus, prestando total
homem é depravado
às exigências imposlas pela lei; porém, isso é loialmente impossivel, visto que oespiritual,
espiritualmente, estando. assim, incapacitade e inabilitado ao exercicio do bem e inclinado
à prática de obras más.
Dianle dessa realidade, a graça divina manifestou-se na pessoa de Cristo, a qual adquiriu a
piena justicação dos Seus escolhidos.
Se o homem fosse justificado pelas obras da lei haveria espaço para a vanglória humana, mas
preciosa e
a justiicação pela graça derruba todo o orguho do homem e exalta Cristo pela Sua
completa obra.
Uma tentativa de justiicação pelas obras da lei, portanto, manifesta uma ofensa contra a
pessoa do Salvador e Sua obra, visto que não considera os méritos de Cristo como plenamente
suicientes para obter a justiicação humana, e tenta acrescentar mais um outro elemento meritório,
para que, através desse, possa ser recompensado por Deus.
Uma justificação pelas obras étotalmente antagônica à justiicação pela graça. Graça
signilica favor imerecido, então, quando a Biblia fala que o homem é justifcado pela graça ela está
afumando que o ser humano não leve participação nenhuma na concretização da salvação, sendo ele
apenas o receptor da bênção gratuita de Deus. Se oindividuo é justiicado pelas obras elimina-se o
elemenlo graça, pois Deus öjustilica em vitude dos seus alos, e não em razão da obra do Seu único
Fho. Porém, quando se alrma que ohomem é justificado pela graça não h£ nenhum mérito
hmano.
Porlanto, reafirmamos que a justificação é um ato da graça divina, porque é recebida
independentemcnte das obras da lei."

Conclusão
Desejaumos concluir esse pcqucno comenlário homilélico com a declaração feila pelo teólogo
relormado Anthony Hoekemia:
Ainda que justilicação seja uma obra da graça de Deus (...) não é sacrificando
Sua justiça - entendendo por justiça a retidão de Deus, o alribulo pelo qual Ele faz
lodas as coisas justa e cerlamenle. Não há conllilo em nossa juslificação entre a
justiça e a graça de Deus, unna vez que ambas se encontrmn na cruz de Cristo. Deus
providenciou osacrificio (pela graça) e Cristo suportou a penalidade pelos nossos
pecados (satislazendo Sua justiça).*

Anthony Jlockema, Salvos pela (Gruga. p. 165.


69

Que, como oreformador Martinho Lulero, também


de Deus em sua vida, experimentou desta graça juslicdora

XV, CONCLUSÃo

Na conclusão deve-se apresentar um pequeno resumo comentado dos


resultaVos
de cada análise. Neste resumo comentado é imprescindivel descrever
resumidamente a
verdade sobre a integridade daquele texto, qual sua teologia, e quais as implicações do
trabalho exegético daquele texto para o reino de Deus.

EXEMPLO DE CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
Neste nosso trabalho, atravs do exame das Escrituras
puueIus ver ciaramente a verdade bíblica a respeilo da doutrinaneotestamentárias na lingua gega,
da justificação; ainda que, não de
ivir uui ungenie e eruito, mas, com ênlase em alguns
abordagem sadia do assunto. aspecios que são indispensáveis para uma
Acreditamos ser fundamental termos uma compreensão correta a respeito desse
lena soteriológic0. Se a Igreja tiyer um entendimento import¡nte
errôneo sobre a justificação, ela estará em
condições doutrinárias bastante dificeis, e poderácompromeler outras áreas da
Se, contudo, ela possuîr uma interpretação que soteriologia cristã.
no estudo de outros elemenlos da teologia corresponda à verdäde biblica, poderá desenvolvet-se
sistemática, játendo uma base sólida em que se apqiar,
possundo, assim, elemenlos norteadores, para que, com o auxílio do Espirilo Santo, possa ter
posicionamentos verdadeiros concermenles à doutrinas que estão situadas no vasto \can1po da
teologia sistemálica.
Alravés da argumenlaçãð exposla nesle trabalho, algumas verdades da Palavra de
ficarann bastante claras. E desejamos aproveilar essa Deus
oportunidade para apresentamos carater
retrospelivo algumas. realidades escriluristicas que foram por nós enfocadas em
Exegese, que se fundametou ra Epistola de Paulo aos no decorrer dessa
oito. Romanos, capítulo três, versículo vinte e
Vios que a justilicação
Senhor ó impu!ada a0 pecador c elesignifica
una declaração judicial divina, pela qual a justiça do
é declarado justo por Deus, sendo, pois,
lendo assim, direito a todos os privilégios resultanles da aceito diante de iave,
bênção da
porlanto, não se trata de uma renovação espiritual, através da qual o justificação. A justiicação,
Justo, mas consiste emuma sentença de natureza indivíduo é feilo ou tomdo
legal, pela qual, Deus, unicamenle pela Sua liyre e
soberana graça, declara quc o honenn é justo, ou seja, que todas as
no transgressor estão plenamente satis(eitas, reivindicações da lei em relação
passivel de pena, mas como justo e con direito sendo esse visto por Deus não m¡is como injusto
a lodos os privilégiosdevidos àqueles que e
guardarm
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dita não aleta o caráter da


perlcilamente a lei divina. Assim sendo, a justificação propriamente
divino.
pessoa, mas sim, a sua posição perante o tribunal independentemente'das obras da lei. A
Constatamos que a justificação unicamente pela fé,verdadeiramcntc mcrcccdor do rcocbor a
le náo é uma oura meritória, pela qual o homem se torna
instrumental ou o órgão de apropriação
bênçâo divina. A própria ë, con•orme foi exposto, é a causa
da justificação, não a sua causa eficiente ou meritória. A fé pela qual o, homem é justificado é um
dom divino, uma dádiva oferecila pela graça de Deus, um prescnte espiritual, por conseguinte, a
homem apenas o receptor dessa
justificação é uma obra proveniente tolalmente de Deus, sendo o
é ser o mcio escolhido por Deus para que a justilicação alcance o ser
.bênção;e o papel da fé
de ser agracjado por Deus. Eo
humano. A fé é o elemento no homein que o coloca em condições
ao Salyador.
elo queoliga a Cristo. E a mão vazia estendida ein direção de nosso Senhor e
Essa fé é uma denonstração de total dependência em relação à pessoa
vestigio de justiça própria e
Salvador Jesus Cristo, visto que envolve uma renúncia a todo e qualquerperfeita e eficiente do Seu
busca alcançar a justiça proporcionada por Deus alravés da obra
Unigênito Filho. A•é é uma onfiança plena em Cristo e nos méritos salvifcos por Ele adquiridos
através da Sua obediência ativa e passiva à lei de Deus.
Na exposição desse trabalho pudenmos perceber também que uma
justificação pela obediência
e uma grave' herésia
aos princípius da lei mosaica represenla uma forte delurpação do texto bíblico Igreja Crist.
não podendo ser aceita ou tolerada, devendo pois ser totalmente rejeitada pela obras me
O homern devido ao faio de ser totalmente depravado e culpado no pode pr¡tirarimperfeito, as
pelo Criador. Sendo ele
garantarn a Sua aceitação diante de Deus e a Sua aprovação. perfeitas pa1 a
suas obras tanbém o seião; Deus, no enlanto, cono perfeito que é, exige obras
substiluto do pecador,
justilicar o homem Devido a isso, Cristo graciosamente foi o representante e
realizando uma obra perfeita en seu beneficio.
bíblico de que
princípio
Por conseguinte, uma justificação alravés de obras é contraditória ao
Tendo em vista que a graça é um favor
a iustifcação,tem comno única fonte a graça divina.
alguma concebida, uma vez que
imerecido, uma justificação pelas obras não pode ser de maneira por ele efetuadas, ou
obras
resulta numa compreensão de que Deus justifca o homemn por causa das contrariando
mérito humano. A Bíblia,
seja, a justificação é vista como uma recompensa divina a0
esse pensamento perverlido. afirma peremptoriamente que a justificação é pela graça.
Consequentemernte, o homen não tem nenhuma participação na concretização desse ato, mas apenas
orecebe com gratidão por meio dul». Porlanto, como herdeiros da
Reforna, sigamos os pasSos dos
pela fë.
notáveis reformadores e proclamemos com convicção: Justificação somente

BIBLIOGRAFIA

Todo material consultado, quer seja citado ou não, dev aparecer na bibliografia.
ABNT..
No restante, deve-se seguír as regras da

Soli Deo Gloria

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