Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
A IGREJA PRIMITIVA
O livro de Atos é a única história da igreja cristã em existência, escrita antes do século
III d.C.. Bastaria esse fato isolado para que se reconhecesse universalmente o valor deste livro
e não encará-lo como mero documento histórico.
Não obstante, o livro de Atos não encerra uma história completa de todo o movimento
cristão do primeiro século de nossa era, porquanto cobre tão somente um período de três
décadas, isto é, de cerca de 33 a cerca de 63 d.C:
O titulo original do livro, Atos dos Apóstolos, é a continuação da narração do
levantamento e propagação do cristianismo, sendo que a primeira metade é contada pelo
evangelho de Lucas. Atos 1:1 é a passagem que deixa pouquíssima dúvida de que esses dois
volumes – o evangelho de Lucas e o livro de Atos - resultam de um único esforço literário. É
perfeitamente possível que os manuscritos originais dessas duas obras tivessem sido postos
para circular juntos. Essas duas obras formam o mais completo registro histórico de como se
desenvolveu a nova religião revelada, em torno da personalidade do Senhor Jesus Cristo.
É exatamente o desenvolvimento dessa nova fé que o livro de Atos acompanha até
cerca do ano 67 d.C., quando o maior herói dessa nova fé se encontrava aprisionado em
Roma. Embora o autor sagrado sem dúvida alguma tenha vivido o bastante para ser
testemunha do martírio do apóstolo Paulo.
O livro de Atos é a pedra chave que vincula as duas porções principais do Novo
Testamento, isto é, o “evangelho”, conforme os primeiros cristãos diziam... a única ponte de
que dispomos para atravessar o abismo aparentemente intransponível que separa Jesus de
Paulo, Cristo do cristianismo, o evangelho de Jesus e o evangelho sobre a pessoa de Jesus.
ANOTAÇÕES:
2. AUTORIA
Destaca-se acima de tudo a autoria comum e a unidade da obra Lucas – Atos. Isso faz
de Lucas o mais extensivo autor de todo o Novo Testamento, pois, somando-se esses dois
volumes, temos nessas duas obras mais de um quarto do total do volume do N.T., a menos
que consideremos paulina a epístola aos Hebreus. Os dois volumes constituem duas divisões
de uma mesma obra literária. O trecho de Atos 1:1 mostra que o autor sagrado tencionava
que esses dois volumes fossem reputados uma unidade.
1
Quase que o dobro de palavras é peculiar ao livro de Atos e ao evangelho de Lucas
quando comparados entre si, do que quando se confronta o livro de Atos com os evangelhos
sinópticos.
Tanto o evangelho de Lucas como o livro de Atos foram endereçados a Teófilo.
O trecho de Atos 1:1 esclarece-nos que ambos os livros foram escritos como duas
partes de uma mesma obra literária, e a linguagem em que ambos esses volumes foram
escritos, no que tange à qualidade do grego koiné, distingue Lucas dos autores dos outros
evangelhos e de todos os demais livros do N.T.. Trata-se de excelente grego>koiné<literário,
superior ao grego dos demais evangelhos e no mesmo nível das melhores porções literárias
dos demais livros do N.T..
O fato de que foram escritos pelo mesmo autor é igualmente demonstrado pelo fato de
que ambos enfatizam os mesmos temas, do princípio ao fim: a. A universalidade da religião
cristã, b. o Espírito Santo, c. Ambos esses livros demonstram uma marcante simpatia pelos
pobres e pelos grupos desprezados da sociedade antiga, d. Ambos os volumes demonstram
antipatia pelos ricos, e. Há saliência sobre o dever e o uso apropriado das riquezas.
ANOTAÇÕES:
3. DATA
A data aproximada da dupla obra Lucas – Atos pode ser melhor determinada
mediante o exame mais do livro de Atos que mesmo do evangelho.
A data mais recuada possível é de 60 d.C., por ser esse o tempo mais cedo em que
Paulo poderia ter chegado a Roma. Supondo-se que Lucas escreveu esse livro imediatamente
depois do encarceramento de Paulo, então tal volume poderia ter sido escrito em cerca de 60
d. C..
Entretanto, Lucas foi companheiro de viagens missionárias de Paulo, pelo que também
não podia ser homem de idade muito diferente da do apóstolo. Não é muito provável, pois,
que ele tivesse vivido para além do ano 100 d. C..
ANOTAÇÕES:
O livro de Atos, tal como o evangelho de Lucas, foi escrito para um oficial romano de
nome Teófilo (ver as notas expositivas sobre Atos 1:1). Por conseguinte, o livro foi enviado a
um membro da aristocracia romana que mui provavelmente residia em Roma. Foi escrito
esse livro como a finalidade de apresentar a esse oficial e a outras pessoas interessadas, uma
defesa do cristianismo – não se tratava de um ramo herético do judaísmo – não era uma
organização política. Visava circular entre os lançamentos literários da época, para benefício
do publico leitor gentílico, visando os propósitos descritos acima. Não é por isso, contudo,
que haveríamos de eliminar o livro de Atos da lista das obras sagradas dirigidas a igreja
cristã universal, como se não tencionasse explicar aos cristãos as origens e os primeiros
desenvolvimentos do cristianismo, que emprestavam validade a sua missão de âmbito
universal.
ANOTAÇÕES:
Foi escrito como o Evangelho de Lucas para um oficial romano chamado Teófilo.
Foi enviado a um membro da aristocracia romana, que possivelmente residia em Roma;
Foi escrito com a finalidade de apresentar a esse oficial uma defesa do cristianismo;
Visando circundar entre os lançamentos literários da época;
Principalmente também dirigida a Igreja Cristã Universal para explicar aos cristãos as
origens e os princípios desenvolvimento do cristianismo.
5. PROPÓSITO
ANOTAÇÕES:
Lucas tinha certos interesses em escrever Lucas – Atos, ainda assim sabemos que tudo foi
obra do Espírito Santo, que a tudo comandou.
A intenção de Lucas é a mais importante e a mais difícil;
Podemos pensar que foi determinado um padrão para a igreja e para todos os tempos?
3
6. RECOMENDAÇÃO
Como de costume, a primeira coisa que fazemos é ler, preferivelmente, o livro inteiro
numa só assentada. E enquanto você lê, aprenda a fazer observações e perguntas. O
problema com fazer observações e perguntas enquanto lê Atos, naturalmente, é que a
narrativa prende tanto a atenção que é freqüente simplesmente, nos esquecermos de fazer as
perguntas exegéticas.
Assim também, se fossemos lhe dar uma tarefa aqui, seria do seguinte tipo:
Atos têm sido freqüentemente dividido com base nos interesses de Lucas em Pedro
(caps. 1 – 12) e em Paulo (13 – 28), ou na expansão geográfica do Evangelho (1 – 7, Jerusalém:
8 – 10, Samaria e Judéia: 11 – 28, até aos confins da terra).
Há outro indício dado pelo próprio Lucas, que parece vincular tudo muito melhor.
Enquanto você lê, note as breves declarações de resumo em 6:7; 9:31; 12:24; 16:4; 19:20. Em
cada caso, a narrativa parece fazer uma pausa por um momento antes de tomar algum tipo
de direção nova. A partir deste indício, Atos pode ser visto como sendo composto de seis
seções, ou painéis, que dão à narrativa um movimento para frente, a partir do seu âmbito
judaico baseado em Jerusalém, tendo Pedro como sua personagem de liderança, em direção a
uma igreja predominante gentia; tendo Paulo como sua personagem de liderança, e com
Roma, a capital do mundo gentio, como o alvo. Uma vez que Paulo chega a Roma, onde mais
uma vez se volta para gentios, porque eles escutarão (28:28); a narrativa chega ao fim.
Você pode notar, portanto, enquanto lê como cada seção contribui para este
“movimento”. Nas suas próprias palavras, procure descrever cada painel, tanto no seu
conteúdo quanto na sua contribuição ao movimento para frente. Qual parece ser a chave para
cada novo movimento para frente.
1.1 – 6.7. Uma descrição da igreja primitiva em Jerusalém. O painel termina com uma
narrativa que indica que uma divisão começara entre os crentes de idioma grego e os de
idioma aramaico.
6.8 – 9.31. Uma descrição da primeira expansão geográfica, levada ao efeito pelos
“helenistas” (cristãos judaicos de idioma grego). Lucas também inclui a conversão de Paulo,
que era um helenista. O martírio de Estevão é a chave a esta expansão inicial.
9.32 – 12.24. Uma descrição da primeira expansão aos gentios. A chave é a conversão de
Cornélio, cuja história é contada duas vezes.
16.5. Uma descrição da primeira expansão geográfica para dentro do mundo gentio, com
Paulo na liderança.
16.6 – 19.20. Uma descrição da expansão adicional, sempre em direção ao ocidente, o mundo
gentio agora entrando na Europa. Repetidas vezes os judeus rejeitam o Evangelho e os
gentios lhes dão as boas vindas.
4
19.21 – 28. 30. Uma descrição dos eventos que levam Paulo e o Evangelho para Roma, com
muito interesse pelos julgamentos de Paulo.
À medida em que você lê, notará que nossa descrição do conteúdo omite um fator
crucial – alias, o fator crucial - a saber, o papel do Espírito Santo em tudo isto. Você notará
enquanto lê que a cada conjuntura – chave, em cada pessoa – chave, o Espírito Santo
desempenha o papel de liderança total. A totalidade deste movimento para a frente, não
aconteceu pelo desígnio do homem, aconteceu porque foi da vontade de Deus e porque o
Espírito Santo o levou a efeito.
7. VISÃO PANORÂMICA
Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata “tudo que Jesus começou, não só a fazer,
mas a ensinar” (1.1).
Atos descreve o que Jesus continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascensão,
mediante o poder do Espírito Santo, operando em, e através dos seus discípulos e da igreja
primitiva. Ao ascender ao céu (1.9 – 11), a última ordem de Jesus aos discípulos foi para que
permanecessem em Jerusalém até que fossem batizados no Espírito Santo (1.4 – 5). O
versículo chave de Atos (1.8) contém um resumo teológico e geográfico do livro: Jesus
promete aos discípulos que receberão poder quando o Espírito Santo vier sobre eles; poder
para serem suas testemunhas (1) em Jerusalém (1 – 7), (2), em toda a Judéia e Samaria (8 – 12)
e (3) até aos confins da terra (13 – 28).
Nos capítulos 1 – 12, o centro principal irradiador da igreja é Jerusalém. Aqui, Pedro é
o mais destacado instrumento usado por Deus para pregar o evangelho.
Nos capítulos 13 – 28, o centro principal da irradiação passou a ser Antioquia da Síria,
onde o instrumento de maior realce nas mãos de Deus foi Paulo para levar o Evangelho aos
gentios.
O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando
julgamento perante César (28 – 31).
ANOTAÇÕES:
Cap. 1.1 – 11 – Relata o que Jesus continua a fazer depois da ascensão. Mediante o poder
do Espírito Santo, operando em e através dos discípulos e da Igreja.
(1:4 – 5) – A última ordem de Jesus aos discípulos para ficarem Jerusalém até que fossem
revestidos de poder.
(1:8) – Versículo chave que contém resumo teológico e geográfico do livro. Jesus promete
que receberiam poder quando o Espírito Santo viesse sobre eles.
Poder para serem testemunhas Dele:
Em Jerusalém (1:7)
Em toda Judéia e Samaria (8 – 12)
Até os confins da terra (13 – 28)
Cap. 1 – 12 – Centro principal irradiador da Igreja é Jerusalém, e aqui, Pedro é o mais
destacado instrumento usado por Deus.
Cap. 13 – 28 – O centro principal da propagação do Evangelho é Antioquia da Síria, onde
Paulo é o maior instrumento para levar o evangelho aos gentios.
Cap. 28:31 – Termina de forma triunfante.
8. ESBOÇO GERAL
5
Introdução (1.1 – 11)
7
Começa o livro no ponto em que o Evangelho de Lucas terminou com o Senhor
ressuscitado aparecendo aos discípulos, ordenando-lhes que esperem em Jerusalém até que
recebam poder celestial, para depois agirem como Suas testemunhas naquela cidade, na
Judéia e Samaria, até aos confins da terra.
Já se tem dito que esta indicação geográfica tríplice (1:8) constitui-se uma espécie de
índice do esboço de Atos. As palavras de Cristo “Sereis minhas testemunhas”, são dignas de
nota por serem citadas em Is. 43:10. A inferência é que essas palavras do grande profeta do
Velho Testamento se cumprem nos discípulos de Jesus; eles foram o remanescente do antigo
Israel e o núcleo do novo.
Vem depois a narrativa da ascensão, após o que os discípulos, em número de 120,
aguardam em Jerusalém o cumprimento da promessa do Espírito Santo, e nesse ínterim
preenchem a vaga deixada no colégio dos doze com a deserção de Judas.
(Luc. 1:3). Tudo quanto Jesus começou tanto a fazer como a ensinar (1). Visto como o
assunto do terceiro Evangelho é sumariado assim, a inferência, é que este novo volume vai
tratar do que Jesus continuou a fazer e a ensinar após Sua ascensão – pelo Seu Espírito em
Seus seguidores. Sendo visto por eles por espaço de quarenta dias (2). Daí vem que no
calendário cristão o dia da ascensão cai no quadragésimo dia depois da páscoa. Chegava
agora ao fim com uma cena que os convenceu da glória celestial do seu Mestre. Vós sereis
batizados com o Espírito Santo (5). A pregação de João Batista em Mar. 1:8. Assim virá.
Possivelmente com referência particular à nuvem (9).
ANOTAÇÕES:
O SERMÃO DE PEDRO
8
O dialeto Galileu era tão característico e difícil de ser entendido pelos não – galileus
que o fato de os discípulos deixarem as peculiaridades de sua fala local e de súbito se
capacitarem a falar em línguas compreendidas pelas multidões heterogêneas, então em
Jerusalém, não pode escapar de ser notado. Quando as atenções ficaram presas desse modo,
Pedro aproveitou a oportunidade para se levantar com os outros apóstolos e dirigir a palavra
a todos que estavam ao alcance de sua voz (14). Vale notar as palavras do seu discurso,
porque mostram a forma regularmente adotada na pregação apostólica primitiva, ou o
Kerygma, o modelo ou esboço que também pode ser traçado como a estrutura original de
nossa tradição evangélica.
Esse modelo apresenta quatro principais aspectos: primeiro, uma narração do
ministério publico e dos sofrimentos de Jesus; segundo, o atestado divino de Seu Ministério
messiânico que a ressurreição oferece, da qual o orador afirma ser testemunha ocular;
terceiro, testemunhos do Velho Testamento, provando ser Jesus o Messias; e por fim,
exortação ao arrependimento e a fé.
Estes aspectos podem ser observados bem claramente no discurso de Pedro. É
impressionante o uso que ele faz dos testemunhos do Velho Testamento. Por exemplo
palavras do Salmo 16:10. Tão eficaz foi sua exortação que três mil creram nas boas novas e
foram batizados, formando assim a primeira igreja cristã.
ANOTAÇÕES:
(As Primícias – Lev. 23:10 – 14) - Simbólica da ressurreição de Cristo como dentre os mortos.
(Pentecostes – Lev. 23:15 – 21) - Contava-se 50 dias a partir das primícias e no ultimo dia
celebrava-s e o Pentecostes.
O Derramamento do Espírito:
ANOTAÇÕES:
EXPANSÃO ININTERRUPTA
10
Na fala de fundamento razoável para castigar Pedro e João, o Sinédrio despediu-os,
proibindo-lhes com ameaças se continuassem a falar no Nome de Jesus. Todavia, o que daí
resultou foi um maior aumento da Igreja, cujo numero agora se elevava a cinco mil homens,
sem falar nas mulheres.
ANOTAÇÕES:
ANOTAÇÕES:
Ananias e Safira.
O pecado foi mentir sobre a quantia. mentiu ao Espírito Santo.
A sombra curando enfermos.
O anjo abre as portas.
Prisão dos apóstolos.
Gamaliel
ANOTAÇÕES:
Murmuração dos helenistas contra os hebreus.
Instituição do diaconato (7 diáconos).
Estevão estava perante o mesmo Concílio que crucificou Jesus e que pouco antes
proibira os Apóstolos de falar em o nome de Jesus. Ali estavam os mesmos sacerdotes Anás e
Caifás.
Estevão expôs o seu caso sob a forma de uma resenha histórica, como era costume
entre os judeus. Os dois principais temas de seu discurso são primeiro, que a nação a partir
dos dias de Abraão, nunca se preocupou em fixar-se num lugar da terra; uma tenda móvel,
por conseguinte, servia mais de santuário do que um edifício permanente. E segundo, que a
nação, a partir do tempo de Moisés, sempre se rebelara contra Deus e se opusera aos Seus
mensageiros, numa série de atos que culminara em eles matarem “o Justo”.
Enquanto falava o seu rosto brilhava o seu rosto brilhava como se fosse rosto de anjo.
Lançaram-se contra ele como feras.Enquanto as pedras começaram a ser lançadas, Estêvão
olhava para o céu e via a glória de Deus e Jesus, que estava à Sua direita.
Morreu como morrera Cristo, sem vestígio de ressentimento contra seus assassinos
desprezíveis, orando. “Senhor não lhes impute este pecado” 7:60. As mesmas palavras de
Jesus ao ser crucificado ( Estêvão é honrado como sendo o primeiro mártir da Igreja.
ANOTAÇÕES
Temas do discurso:
A nação nunca se fixou em lugar na terra.
A nação sempre se rebelava contra Deus.
Semelhança das palavras de Estevão (Atos 7:59-60 e Lucas 23:34-46).
12
17. CAPÍTULO 8: 1 –40 – A PRIMEIRA PERSEGUIÇÃO.
A DISPERSÃO DA IGREJA
Esta foi a primeira perseguição que a Igreja sofreu. Na época, a Igreja provavelmente
contava com apenas um ou dois anos de existência. A perseguição durou, provavelmente,
uns poucos meses. Paulo era um líder dessa perseguição. Tinha dois parentes que já eram
crentes (Rm 16:7). Esta perseguição foi muito severa. Saulo devastava a Igreja, açoitava e
matava muitos crentes, perseguindo sobremaneira a Igreja (Gal 1: 13)
Esta perseguição provocou a dispersão da Igreja. Em Jerusalém a igreja já se tornara
um movimento poderoso, avançando irresistivelmente. Agora pela providência de Deus, esta
perseguição lançou a obra missionária da Igreja. Os Apóstolos, talvez isentos da perseguição
por causa do apoio popular do qual gozavam, ainda permaneciam em Jerusalém para cuidar
da Igreja central. Mais tarde, eles também fizeram suas viagens.
Na sede, Filipe um dos sete, tomou iniciativa e partiu de Jerusalém para Samaria e ali
passou a evangelizar e por meio dele o Senhor ia confirmando a palavra com grandes sinais.
A obra de Filipe foi notável de forma que sabendo os apóstolos enviaram a Pedro e João.
Nesta ocasião, Samaria havia recebido apenas o batismo nas águas, mas com a chegada de
Pedro e João foram batizados com o Espírito Santo. O livro de Atos dos Apóstolos Página 19
de 39
Uma vez estabelecido o trabalho em Samaria, Filipe foi orientado pelo Espírito Santo a
entrar em contato com o tesoureiro de Candace. Rainha mãe dos Etíopes (núbios). O eunuco
lia com grande ansiedade o livro do profeta Isaias, o que deu ensejo a Filipe para falar de
Jesus Cristo. Na seqüência eles chegam a um lugar onde havia água. Então o eunuco
manifesta o desejo de se batizar.
O que vem relatado logo após o batismo do eunuco é que Filipe é arrebatado e vem a
se achar em Azoto. Aqui temos um relato do chamado arrebatamento de corpo, ação do
Espírito Santo que leva uma pessoa de um lugar para outro. O Apóstolo Paulo menciona esta
operação em uma de suas cartas. "Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no
corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu." (II
Coríntios 12: 2)
ANOTAÇÕES
Filipe em Samaria
Recebem a Palavra, mas não o Batismo no Espírito Santo (v.12 e 13).
Pedro e João (v.12 e 13).
Filipe e o eunuco (8:24).
Arrebatamento de corpo (8:39 – 40).
Era da tribo de Benjamim (Fp. 3:5), nativo de Tarso, terceiro centro universitário do
mundo, sendo superado em importância naquela época, apenas por Atenas e Alexandria.
Tinha a cidadania romana como direito de nascença (At. 22:8), de família influenciável.
Tinha, portanto, uma herança judaica, grega e romana.
13
Resolvera destruir a Igreja. Esmagou e espalhou a Igreja de Jerusalém, e então
empreendeu viagem para Damasco para procurar os crentes que tinham fugido.
No caminho, numa intervenção celestial, o Senhor Se revelou a ele. Sua conversão se narra
três vezes: aqui, 22:5 – 16 e 26:12 -18. Foi uma visão real, não um sonho, sua cegueira foi real
(v.8,9 e 18). Os companheiros ouviram a voz (v.7). Doravante, com dedicação sem par na
história, serviu ao Cristo cuja Igreja procurara destruir.
Quando refletimos nas implicações desse fato, concordamos com essa opinião. Lucas
percebeu a importância da conversão de Paulo, visto como apesar do espaço limitado de que
dispõe, narra-a com alguns pormenores três vezes, uma na terceira pessoa (cap. 9), e duas
vezes contada pelo próprio apóstolo (caps. 22 e 26). As palavras de Cristo mencionando-o
como “vaso escolhido”, nunca mais saíram da mente do Apóstolo Paulo.
Anos mais tarde reconhecia ele que sem saber fora separado por Deus para a obra do
evangelho mesmo antes de Nascer ( Gál 1: 15; Rom 1: 1).
“O Caminho” era uma expressão idiomática judeu-cristã, pela qual se denominava o
cristianismo (cfr. 19:9, 23, 22:4, 24:14, 22). Provavelmente iria prender ali os principais
refugiados da Judéia e não propriamente os crentes damascenos, como Ananias.
Viu em visão (12). Podemos distinguir as três primeiras visões de Paulo: na entrada de
Damasco (4 e segs); na casa de Judas (12); e na sua volta a Jerusalém (22:17 e segs). Dos
principais sacerdotes (14). Ver 4:6 acima. Todos os que invocam o teu nome (14); isto é, os
que invocam Jesus como Senhor (cfr. 2:21). Quanto lhe importa sofrer pelo meu nome (16).
Fiques cheio do Espírito Santo (17). Tal plenitude era necessária para o exercício do
ministério profético descrito no versículo 15. Os versículos 20-22 deixam claro que a
manifestação particular do Espírito em Saulo foi o poder sobrenatural de sua pregação
missionária. Como que umas escamas (18), ou melhor, “uma substância escamosa (ou como
flocos)”. Levantou-se e foi batizado (18).
Provavelmente deve-se inferir daí que (diferentemente dos samaritanos em 8:16) Saulo
recebeu o Espírito Santo antes de ser batizado.
ANOTAÇÕES:
A conversão de Saulo:
A conversão é relatada 3 vezes (cap. 9, 22 e 26).
Saulo, o “vaso escolhido”.
O Caminho: expressão do idioma judeu-cristão - Cristianismo.
A visão.
Cheio do Espírito santo (antes de ser batizado).
Ler Atos 9:32 – 11:30. O propósito de Lucas ao narrar a cura miraculosa de Enéias e a
ressurreição de Tabita (ou Dorcas), pelo ministério de Pedro, foi comprovar que Deus estava
presente com Pedro, durante o período mesmo em que aquele apóstolo pregava aos gentios e
os acolhia como partícipes da Igreja, ações essas que judeus cristãos de visão estreita mais
tarde censuraram. O fato que Pedro se hospedou na casa de um curtidor de nome Simão,
mostra-nos que ele já se despira de alguns de seus escrúpulos tipicamente judaicos,
porquanto os curtidores eram tidos por cerimonialmente imundos, devido a seu contínuo
contato com animais mortos, razão pela qual, sua companhia devia ser evitada. Foi
necessária uma visão papa que Pedro se deixasse convencer de que era permissível o contato
com os gentios.
14
Ele viu um lençol, talvez sugerido por um toldo, debaixo do qual Pedro dormia a sesta
do meio dia, no pátio formado pelo telhado plano. Esse lençol estava repleto de criaturas
cerimonialmente imundas. Então, houve a ordem de Deus para que Pedro as matasse e
comesse o que serviu de indicação de que as restrições dietéticas de Moisés e de fato, todas as
demais restrições cerimoniais mosaicas, agora estavam obsoletas. Finalmente persuadido,
Pedro foi pregar a gentios, na casa de Cornélio, centurião romano e homem temente a Deus.
Por conseguinte, Deus concedeu imediatamente do Seu Espírito a gentios, assim foi
exercida a fé, antes mesmo que Pedro terminasse a sua pregação e antes do batismo ou da
imposição de das mãos terem sido administrados. Foi dessa maneira dramática que Deus
demonstrou que aceitava nas Igrejas a crentes gentios, e sob condições iguais as que
aceitaram os crentes judeus ou samaritanos.
CORNÉLIO
O primeiro gentio escolhido por Deus, que recebeu a oferta do Evangelho. Era um
oficial do exército romano em Cesaréia. Era um homem bom e piedoso. Deve ter sabido algo
sobre Deus dos judeus e dos cristãos. Cesaréia era cidade onde Filipe morava (8: 40; 21: 8).
Mas apesar de Cornélio ter o costume de orar ao Deus dos judeus, assim mesmo era gentio.
O livro de Atos dos Apóstolos Página 22 de 39
Era da vontade divina que Cornélio fosse o primeiro gentio a passar pela porta do
evangelho. O próprio Deus dirigiu os acontecimentos todos. Mandou Cornélio enviar um
recado a Pedro (v.5). Uma visão celestial induziu Pedro a aceitar a chamada (v.9 – 23). Deus
colocou Seu próprio selo de aprovação sobre a aceitação de Cornélio como membro da Igreja
(v.44 – 48), sendo ele as primícias do mundo gentio.
Foi de Jope (v.5) que Deus enviou o judeu Pedro, ao gentio Cornélio. Foi desta mesma
cidade que Deus enviou Jonas para a cidade gentia de Nínive, 800 anos antes, com bastante
força persuasiva (Jn 1:3).
Nota-se que Cornélio não tinha que deixar sua situação de oficial das Forças Armadas.
Os anciãos de Jerusalém aprovam (11:1 – 18). Foi a referência de Pedro a evidente mão
de Deus conversão de Cornélio, que convenceu os anciãos de Jerusalém de que os gentios
deviam ser aceitos na Igreja sem exigir deles que se tornassem prosélitos dos judeus. Houve,
todavia, um partido forte em Jerusalém que relutou em aceitar a decisão apostólica (15:5).
ANOTAÇÕES
O Herodes que figura nessa passagem foi Herodes Agripa I, neto de Herodes o
Grande. Fingindo-se defensor máximo do judaísmo, martirizou ele a Tiago, apóstolo e irmão
de João, além de encarcerar Pedro. A morte de Herodes Agripa ocorreu em cerca de 44 D.C
Tiago foi então o primeiro dos doze a morrer. Tiago foi um dos três na rotina íntima de Jesus.
Pedro então aqui é prezo e um Anjo o liberta e forma maravilhosa. Pedro não sabia se
era real o que acontecia, pois as cadeias se abriam enquanto o anjo ia a frente dele.
ANOTAÇÕES
Permanecendo ali em Antioquia, Paulo, Barnabé e seu primo Marcos que tinha vindo
com eles de Jerusalem, ministravam à Igreja ali. Havia ainda mais alguns mestres profetas de
talento naquela igreja: Lúcio, Cirene, Simeão por sobrenome Niger (Negro), que é possível
ser o Simão Cireneu de Lucas 23: 26 e também Manaé, que fora criado com Herodes o
tetrarca. Possivelmente por intermédio de um daqueles profetas o Espírito Santo lhes disse
que separasse a Barnabé e a Saulo.
Consolidando o trabalho evangélico em Antioquia, a igreja local orientada pelo
Espírito Santo, comissiona a Barnabé e Paulo para pregação das Boas – Novas ao mundo
gentílico. Acompanha-os o jovem João Marcos.
Chegando a Pafos há o encontro de Paulo com o mágico Barjesus, que pertencia à roda
íntima de Sergio Paulo, pro cônsul da província. Não quer dizer que Elimas seja equivalente
a Barjesus mas que Elimas sendo palavra semítica, significa encantador, ou mágico. Saulo,
também chamado Paulo, a partir daqui é chamado é regularmente chamado pelo cognome
Paulo em vez de Saulo seu nome hebraico de nascimento.
No primeiro sábado após chegarem a Antioquia da Pisídia, encaminharam-se à
sinagoga. Depois da leitura da lei (a lei era lida toda) e dos profetas, os chefes da sinagoga
(estes incumbia de planejar o culto público e convidar membros idôneos para da congregação
para fazer a leitura e dirigir a palavra), convidaram os estranhos a dizer alguma palavra de
exortação que tivessem para os presentes.
Paulo tomou a palavra. O resume do seu discurso é um tanto extenso, mas é ouvido
com especial atenção pelos gentios que freqüentavam o lugar. A expressão “varões Israelitas
e vos outros que temeis a Deus” indica os dois elementos de que se compunham a
congregação, judeus e gentios. Foram atraídos sobremaneira pelo anúncio que Paulo fez do
perdão dos pecados mediante a Cristo, e pediram que lhes falasse novamente no sábado
16
seguinte. Visto como lhes oferecia mediante Cristo os mesmos direitos que os crentes judeus
tinham diante de Deus, sem necessidade de observarem a lei cerimonial judaica nem de se
tornarem prosélitos, houve grande adesão por parte dos gentios, o que naturalmente
despertou a inveja dos judeus da dispersão, os quais ressentiam de Paulo levar após si os
gentios cuja conversão ao judaísmo eles esperavam. Tal inveja subiu de ponto em Antioquia
da Pisídia, visto como os “tementes a Deus” espalharam a notícia e no sábado seguinte quase
toda a população gentílica da colônia afluiu à sinagoga. Quando os judeus manifestaram o
seu aborrecimento, Paulo anunciou que, visto como eles se julgavam indignos da vida eterna
que ele, ia agora dedicar-se aos gentios. Porém tão grande oposição se levantara pelos judeus
que Paulo e Barnabé tiveram que deixar a cidade, todavia, não antes que numerosos
“tementes a Deus” confessassem o Cristo, formando ali uma Igreja.
Este fato também se repetiu em Icônio, onde grande número de judeus e gentios creu,
mas não tardou em serem forçados a deixar a cidade.
Chegando a Listra e Derbe, cidades Licônicas onde logo um milagre efetuado por
Paulo, provocou uma explosão de entusiasmo religioso no meio da população nativa da
Anatólia. Imaginando que a sua cidade fora outra vez favorecida com a visita do deus
supremo e seu principal arauto, como constava na mitologia, prepararam-se para prestar
honras divinas aos missionários. Quando os apóstolos descobriram o que iria acontecer, com
muita dificuldade conseguiram dissuadi-los daquilo, e Paulo aproveitou a ocasião para
instruí-los na verdade do único e verdadeiro criado.
A visita a Listra foi inesperadamente interrompida por judeus de Antioquia da Pisídia
e Icônio, os quais insuflaram um tumulto, no qual Paulo, que fazia pouco hacia sido
aclamado como mensageiro dos imortais, foi tratado brutalmente e expulso da cidade como
morto, Quando reviveu (isto é narrado de TAM modo que sugere uma intervenção
miraculosa)
O PROBLEMA DE ATOS 15
17
do cerimonialismo das suas próprias religiões. Por que é que é que deviam voltar eles agora a
pôr-se de novo debaixo doutra escravidão?
O CONCÍLIO DE JERUSALÉM
O que aconteceu em Antioquia vem descrito por Paulo em Gál. 2:11 e segs. Os
judaizantes faziam valer seu ponto de vista com tamanho vigor que até Pedro, que estava em
Antioquia nesse tempo e sabia perfeitamente o que havia de certo e de errado naquele
movimento, foi arrastado à aparência alarmante de uma “dissimulação”, como Paulo chama,
visto como se retraía da companhia dos cristãos gentios. Essa atitude, embora Pedro pudesse
justificá-la sobre o fundamento de ser conveniente, ia produzir efeito desastroso. Até Barnabé
inclinou-se a seguir-lhe o exemplo. Paulo enfrentou a situação com energia, acusando
francamente Pedro de dissimulação. Sua repreensão produziu salutar efeito; no Concílio de
Jerusalém que se seguiu, Pedro apoiou intransigentemente a argumentação de Paulo.
Mas o problema levantado pelos judaizantes tinha de ser discutido e resolvido para
que a Igreja cristã evitasse o risco de ser dividida, logo no seu inicio em dois corpos, um
judaico e outro gentílico. Então a igreja de Antioquia enviou delegados aos apóstolos e
anciãos de Jerusalém, e ali o caso foi discutido amplamente por eles na reunião conhecida
como Concílio de Jerusalém. Apesar dos argumentos do partido farisaico da igreja, o peso da
influência de Pedro, apoiada por Barnabé e Paulo, que narraram as bênçãos de Deus sobre a
missão gentílica, e por fim, o resumo judicioso de Tiago inclinou a mente do Concílio na
direção liberal.
Condição alguma se devia impor aos cristãos gentios para a salvação, ou para a
admissão deles à plena fraternidade cristã, salvo aquela que Deus mesmo aceitara como
suficiente a fé em Cristo. Uma vez estabelecido esse princípio, foi mais fácil tratar da questão
prática das relações sociais. Seria manifestamente um ato de cortesia e virtude da parte dos
cristãos gentios respeitarem certos escrúpulos judaicos; e a decisão da reunião foi, por
conseguinte declarada numa carta que se escreveu a igreja de Antioquia e suas igrejas filhas.
É absurdo dizer, como alguns têm feito que Paulo jamais tenha aceitado tais condições
para suas igrejas gentílicas. Quando princípios estavam em jogo, o apóstolo era inflexível; em
caso contrário, não havia quem contemporizasse mais do que ele, havendo vários lugares em
18
suas cartas onde insta com os seus convertidos e outros para que observem esse dever de se
respeitar os escrúpulos e a consciência alheia (cfr. I Cor. 8:1 e. Rom. 14:1).
Deve ser recordado que a separação entre os judeus e os gentios era tanto religiosa,
como social. Os judeus tinham uma lei divina que sancionava o princípio e ordenava a
prática do isolamento nacional.
O caráter peculiar da religião dos judeus era tal que colocava obstáculos insuperáveis
no caminho de uma união social com outra gente. As suas observâncias cerimoniais
tornavam impossíveis refeições comuns com os gentios. O paralelismo mais próximo que
podemos encontrar para aquela barreira entre o judeu e o gentio é a instituição das castas
entre as populações da Índia, que se apresenta aos nossos como um fato que causa
perplexidade nos governos e aos nossos missionários como grandes obstáculos do
cristianismo no Oriente. Um hindu não pode comer como um pária ou com um maometano
e, entre os próprios hindus, os alimentos dos Brâmanes são profanadas pela presença de um
pária - apesar deles terem livre intercâmbio em todas as transações comerciais comuns.
Assim era também na época patriarcal. Era uma abominação para os egípcios comer pão com
os hebreus (Gên. 43:32).
A carta foi levada a Antioquia por dois cristãos de Jerusalém, Judas e Silas, que
acompanharam de volta os delegados daquela cidade. O recebimento da carta em Antioquia
causou grande satisfação.
Então Paulo e Barnabé concordaram em fazer nova visita às igrejas evangelizadas em
sua primeira viagem, porém, discordaram a respeito de Marcos. Barnabé recusou dispensar a
companhia de seu primo; o desfecho da dissensão foi que, em vez de uma só excursão
missionária, houve duas: Barnabé e Marcos tinham ido a Chipre, enquanto Paulo tomou a
Silas, que tinha a dupla vantagem de ser membro da igreja de Jerusalém e ser cidadão
romano e saiu com ele a percorrer cidades da Ásia menor visitadas na primeira viagem,
entregando às igrejas, cópias do decreto apostólico.
ANOTAÇÕES:
O Concílio de Jerusalém.
Ler Galátas 1:6 e 2:11.
A carta é recebida
Segunda viagem missionária (15 a 18).
Houve dissensão: Paulo e Barnabé - Silas e Marcos.
Paulo era judeu e cidadão romano. Levou a carta aos gentios (15:27).
De Antioquia tomaram rumo norte, viajando por terra para Síria, Cicília, Derbe e
Listra, que foram os pontos finais da primeira viagem missionária.
Em Listra juntou-se-lhes Timóteo, a quem Paulo circuncidou para que fosse mais útil
na obra do evangelho. Aqui não vemos uma incoerência de Paulo, pois este combatia a
necessidade do cristão se circuncidar a fim de completar a Salvação; O caso é que Timóteo
fora criado por sua mãe e sua avó, que eram judias, para ser um judeu religioso m todo o
sentido, exceto quanto à circuncisão. Para os gentios ele era, portanto, judeu, mas para os
judeus, era gentio porque, sendo seu pai grego, não fora circuncidado. Por conseguinte, a fim
de regularizar sua situação, Paulo o circuncidou; era melhor que ele fosse distintamente uma
coisa ou outra, do que manter uma posição ambígua.
Partindo dali, depois de confirmar na fé os irmãos, foram passando pelas regiões da
Frigia e da Galácia, talvez pretendendo visitar as igrejas de Icônio, Antioquia da Pisídia e
outras, entretanto foram impedidos de alguma forma pelo espírito Santo que os encaminhou
a Misia. Dali julgavam conveniente ir anunciar o evangelho no extremo norte, isto é,
província de Bitínia. Mas novamente o Espírito Santo lhes impediu o intento e desceram para
a cidade marítima da Misia, chamada: troas na costa do Egeu. Foi ali que Paulo teve uma
visão de um homem da Macedônia ( parte da Europa que fica defronte da Misia ) pedindo
que passasse àquela região e ali anunciasse o evangelho. Assim os missionários chegaram a
conhecer a vontade de Deus e partiram para Europa, penetrando no Mundo Ocidental com a
mensagem gloriosa de Salvação dos pecadores.
O ITINERÁRIO DA EUROPA
Passando por Samotrácia, Neápolis onde não se demoraram muito, logo chegaram a
Filipos.
FILIPOS – 16: 11 – 40
Ponto inicial na evangelização da Europa, onde os missionários obtiveram magníficos
resultados de sua pregação manifesta na conversão de uma distinta senhora, chamada Lídia,
possivelmente veio a funda a igreja nesta cidade. Filipos além da primeira igreja a ser
fundada por Paulo na Europa e também uma das mais fiéis, a única pelo que se sabe pela
qual recebeu paga pelo seu trabalho.
Neste ponto Lucas é deixado ver 17:1 nota-se a expressão “chegaram” o qual tornou a
juntar-se a eles seis anos depois ver 20:6 “navegamos”. Paulo cinco anos mais adiante
escreveu a epístola aos Filipenses.
Também ali houve a libertação de uma jovem adivinhadora o que resultou na primeira
perseguição aos discípulos na Europa, e que culminou na prisão de Paulo e Silas, mas mesmo
encarcerados, Paulo e Silas oravam e a meia noite as cadeias se romperam. Até mesmo esta
situação proporcionou a conversão do carcereiro e toda a sua família.
TESSALÔNICA – 17: 1 – 9
ATENAS – 17: 15 – 34
20
Atenas era a importante capital da cultura grega. O discurso de Paulo no Areópago é
uma das obras primas de oratória de todos os tempos, e revela sua competência no
pensamento grego. Entretanto, os atenienses escarneceram da ressurreição, embora, alguns
cressem. O discurso narrado por Lucas, seguiu uma orientação não diferente daquela do
discurso proferido em Listra (14: 15-17). Começando com uma referência a um altar dedicado
AO DEUS DESCONHECIDO (tipo de consagração de altar em Atenas testificado por outros
escritores), Paulo declarou que sua missão era fazer conhecido deles esse Deus desconhecido.
E prosseguiu na obra divina da criação e da providência, usando linguagem tomada de
empréstimo a alguns dos poetas gregos, como Epimênides de Creta.
Notem o encontro de Paulo com os membros de duas escolas de filosofia – os
epicureus e os estóicos. (A filosofia é o ramo do conhecimento que tem por objetivo descobrir
a verdade concernente a Deus, ao homem e ao universo, tanto quanto essas verdades podem
ser compreendidas pala razão humana). Os epicureus eram céticos, que rejeitavam todas as
religiões. Acreditavam que o mundo se formou casualmente, que a alma é mortal e que o
prazer é o principal fim da vida. Os estóicos eram panteístas, quer dizer, acreditavam que
tudo é parte de Deus. Criam que a virtude é o fim principal da vida e que devia ser praticada
como um fim em si mesmo. Examinemos a mensagem de Paulo. Demonstra a relação entre
Deus e o universo (vers. 24 e 25). Logo, declara o governo moral de Deus para com o mundo.
Este governo se manifestará perfeitamente no ultimo juízo (v.31).
O auditório escutou com bastante interesse até Paulo falar na ressurreição. Isto agora é
que não puderam suportar. A imortalidade da alma era um estado comum de suas diversas
escolas filosófica, mas a ressurreição do corpo era para eles tão absurda quanto indesejável.
Ainda hoje é uma pedra de tropeço para muitos, tanto quanto o era para os atenienses,
todavia é parte integrante da fé cristã.
CORINTO – 18: 1 – 28
Na primavera de 52, Paulo deixou Corinto para fazer visita a Jerusalém, durante a
Páscoa. De caminho passou em Éfeso, porém, aí desta vez não pode demorar, apesar do
convite insistente da sinagoga. No entanto, prometeu voltar e cumpriu esta promessa no
outono. Nesse ínterim grande interesse foi despertado na sinagoga de Éfeso por um judeu
alexandrino, chamando Apolo, muito versado nas Escrituras do Velho Testamento e também
história de Jesus, a qual, sendo por ele cogitada com essas Escrituras, convenceu-o de que
Jesus era de fato o Messias; e com sua argumentação poderosa expunha seu ensino na
21
sinagoga. Áquila e Priscila, que acompanharam a Paulo de Corinto a Éfeso, ouviram-no e
como ele só conhecesse o batismo de João, ensinaram-lhe o caminho do Senhor com maior
precisão, tirando assim proveito do ensino que eles mesmos receberam de Paulo. Procurando
Apolo prosseguir viagem para a Grécia, os irmãos recomendaram-no a igreja de Corinto. E
tão poderosa foi a assistência por ele prestada aos cristãos dali que Paulo lhe pode escrever
depois “Eu plantei, Apolo regou” (I Cor. 3:6). Embora alguns coríntios procurassem fazer
dele um cabeça de partido rival de Paulo, é claro que não havia sentimento de oposição entre
os dois (cfr. I Cor. 16:12). Tendo raspado a cabeça em Ceneréia, porque tinha voto (18), isto é,
Paulo tinha voto temporário de nazireu.
Saindo de Corinto, Paulo voltou para Jerusalém e Antioquia, e no caminho, visitou
Éfeso, visita que já há muito queria fazer. Na sua primeira viagem missionária, é possível que
estava visando chegar a Éfeso quando na Antioquia da Psídia, foi desviado de volta para o
leste, por causa de seu espinho na carne (Gl. 4:13; 2Co 12:7). Assim ficou na área da Galácia.
Na sua segunda viagem missionária, estava procurando chegar a Éfeso quando Deus o
desviou para o norte, mandando-o a Trôade e a Grécia (16:6,7). E, finalmente, na sua terceira
viagem, a porta se abre para ir a Éfeso.
ANOTAÇÕES:
A cena mais vibrante de quantas Lucas nos apresenta do ministério de Paulo em Éfeso,
é a assembléia tumultuosa no grande teatro da cidade, ao ar livre, ultimamente escavado,
estimando-se que comportava 25.000 pessoas. A corporação local dos ourives, que auferia
considerável lucro da venda de imagens de prata da grande deusa Ártemis, colocadas em
nichos igualmente de prata, ficou alarmada quanto ao futuro de sua arte, a vista de tanta
gente que abraçava o Cristianismo. Disfarçando essa preocupação sob a capa de interesse
pela honra da deusa, convocaram indignados, um comício. A indignação deles propagou-se
ao público em geral que acorreu ao teatro, onde encenaram um tumulto pró – Ártemis e anti-
judaico (note-se o humorismo no versículo 32).
Diana. Infelizmente este nome romano foi empregado pelos tradutores em lugar do
nome grego Ártemis, que era a grande deusa-mãe cultuada na Ásia Menor desde tempos
imemoriais, cujo templo era uma das sete maravilhas da antiguidade.
ANOTAÇÕES:
22
Terceira viagem missionária.
Paulo em Éfeso.
Paulo vai para a Síria pela Macedônia e para em Trôade onde ali depois de um
discurso demorado um Jovem tomado de sono cai de uma janela e morre. Paulo então ora
pelo jovem que é levantado vivo.
O encontro do apóstolo em Mileto com os presbíteros da igreja de Éfeso é importante
porque contém o único registro de um discurso seu, frente a um auditório de cristãos. A
autenticidade deste discurso é fortemente apoiada por sua semelhança com a linguagem das
epistolas de Paulo, e tanto mais porque não há provas de Lucas ter conhecido tais epistolas.
O discurso lança luz sobre o curso dos acontecimentos ocorridos há pouco e sobre os
pressentimentos do apostolo quanto ao futuro, embora nada o demova da determinação de
levar a cabo a obra divinamente a ele destinada e de acabar sua carreira jubilosamente.
Ele soube usar isso muito bem, no momento oportuno para seguir pregando e
testemunhando de Cristo.
Paulo já poderia ter feito isso muito antes, mas isso lhe garantiu um público ainda
mais seleto de pessoas de grande autoridade, os principais dos sacerdotes e todos do
conselho. O resultado disso, uma multidão de homens sábios e conhecedores da Lei, ouvindo
o testemunho da ressurreição de Cristo. Vale ressaltar que ser cidadão romano naquela época
era um privilégio muito grande. Muitas pessoas que eram ricas compravam esse direito para
23
poderem ter o prestígio que um cidadão romano tinha naqueles dias. (v28) Mas Paulo o tinha
de nascimento.
Em Jerusalém Paulo foi levado perante o concílio judaico e ali declarou sua inocência.
A ação injusta e cruel do Sumo Sacerdote ao mandar que o ferissem, fez com que os acusasse
severamente. No calor da sua indignação, esqueceu-se do sumo sacerdote e viu nele somente
um regente tirano, há quem diga que Paulo não sabia realmente que ele era o Sumo
sacerdote, mas é muito mais provável que o tom tenha sido de ironia realmente.
Paulo então declara palavras proféticas contra o sumo sacerdote, pois estas palavras
vieram a se cumprir 15 anos mais tarde quando este teve morte violenta.
Paulo vendo que o conselho se opunha a ele e não tendo esperança de receber justiça, recorre
a um estratagema. Sabia ele que os fariseus e saduceus estavam divididos sobre a doutrina
da ressurreição e pó isso, apelou para a seção farisaica do concílio por clemência por causa de
ser acusado de pregar uma doutrina que eles mesmos aceitavam. Este apelo dividiu o
concílio ocasionou a fuga de Paulo e sua proteção pelos romanos.
Notaremos aqui as acusações feitas contra Paulo e suas respostas. (24: 1- 21)
A acusação era tríplice:
Félix o governador junto com sua esposa Drusila ouvem a respeito do evangelho de
Cristo Jesus por intermédio do próprio Paulo. Temeroso pelas palavras dispensa Paulo
esperando que em algum momento Paulo lhe desse algum dinheiro para libertá-lo. Ao
passarem dois anos Félix teve como sucessor a Festo e para agradar os judeus manteve Paulo
Preso.
Paulo foi então levado a Festo, o novo governador. Vendo Paulo que Festo era
favorável aos judeus, dispôs de seu direito de cidadão romano e apelou para César. Atitude
essa que tirou o caso das mãos de Festo. Ainda assim, Festo precisava ter argumentos sólidos
para enviar Paulo a César. Sendo assim Festo leva Paulo à presença do Rei Agripa.
Herodes Agripa II era bisneto de Herodes o Grande e irmão de Drusila (esposa do ex-
governador Félix) além de ser rei da pequena região próxima do Líbano. Sua irmã mais
jovem Berenice, vivia com ele em Cesaréia de Filipe durante esse tempo.
Festo tira proveito do conhecimento de Agripa acerca das questões judaicas para ter
argumento a ser levado a Cesar.
Paulo novamente relata sua experiência com Jesus e expõe seu discurso de defesa.
Paulo então apela para Agripa o juiz convidado, observando que as questões relativas aos
judeus, eram de conhecimento geral e indagando de Agripa se ele acreditava ou não nas
profecias messiânicas.
24
Ao final Agripa não encontra motivos para manter Paulo preso, mas por ter ele
apelado para Cesar, não podiam libertá-lo e enviam Paulo a Roma..
COMEÇA A VIAGEM
TORMENTA E NAUFRÁGIO
Antes, porém que tocassem no porto de Fenice, um tufão (Euro-aquilão) de vento caiu
sobre eles arrastando-os para longe da costa da ilha. Durante 15 dias foram ziguezagueando
para evitar serem jogados nos bancos de areia, Sendo assolados por todos esses dias todos
perderam a esperança de se salvar menos Paulo, que se sobressaia a bordo sendo capaz de
dominar a situação desesperadora e de inspirar coragem e nova esperança aos seus
companheiros de viagem.
O Anjo do Senhor aparece a Paulo e confirma a promessa feita anteriormente (23: 11)
de que ele chegaria a Roma.
Ao chegarem depois de muitos dias a uma enseada, decidem deixar o navio e partirem
para a praia. Os soldados sugerem matar os presos para que nenhum deles fugisse, mas o
centurião querendo poupar a Paulo lhes fruta o intento. Todos se salvam, um total de 276
pessoas.
Logo ao chegarem à ilha percebem que estão na ilha de Malta, nome fenício que
apropriadamente se chama refúgio. Os nativos da ilha acendem uma fogueira e Paulo ao
jogar alguns galhos na fogueira é mordido por uma víbora. De imediato os nativos pensam
ser Paulo realmente um homicida a quem a justiça não deixa viver, mas depois de algum
tempo esperando e vendo que nada aconteceu, Lucas declara de certa forma irônica ser Paulo
uma espécie de deus.
Durante os três meses que estiveram ali passando o inverno, Paulo e Lucas pareceram
bastante úteis aos que os receberam ali. Logo de imediato, Paulo curou de disenteria o Pai de
Públio principal da ilha e cuidou dos outros enfermos do lugar junto com Lucas.
25
A viagem para a Itália chegou ao fim no princípio do ano 60 AD. Em outro navio
Alexandrino do transporte de cereais, levava um emblema de Gêmeos Celestes.
Desembarcaram em Potéoli, onde os cristãos os acolheram por alguns dias. Daí prosseguiram
para Roma e quando ainda estavam a 64Km da cidade , foi encontrá-los uma delegação de
cristãos romanos que andar aquela distância para saudar o apóstolo e acompanhá-lo à
capital.
A entrevista do apóstolo com os judeus romanos recapitula um dos temas de Atos, a
saber, a rejeição generalizada do evangelho por parte dos judeus. Paulo, como sempre, tem a
última palavra aquela cita (Isaias 6: 9- 10). Que nosso Senhor Jesus igualmente usou nos dias
de Sua vida terrena (João 12: 40).
O outro e principal tema de Atos é recapitulado nas palavras finais do livro, que
apresenta Paulo passando dois anos no coração do Império. Recebendo a quantos iam visitá-
lo, anunciando o reino de Deus e ensinando a história do Senhor Jesus sem impedimento. Eis
que afinal, por caminhos misteriosos, seu desejo foi realizado. (Rom 1: 15)
Deduz-se da tradição e de algumas referências que Paulo foi posto em liberdade por
mais ou menos dois anos (vide Fil. 1: 24-26; 2:24; Filemon 24; II Tim. 4:17). Que foi novamente
preso e finalmente executado durante a perseguição dos cristãos por Nero. Durante esse
período de liberdade provavelmente escreveu as epístolas a Timóteo e Tito.
ANOTAÇÕES:
Os irmãos exigem que Paulo faça o voto demonstrando que o que . (Num. 6:2,9).
A defesa de Paulo.
O comandante fala da cidadania romana (v.28 e 29).
Paulo ofende o sumo sacerdote sem saber (violência ou ironia).
Sobrinho de Paulo livra-o da conspiração de morte (v.16).
Paulo se defende das acusações.
Ilha de Malta
Rejeição do Evangelho pelos judeus.
Paulo passa dois anos no coração do Império.
O desejo de Paulo é realizado (Rom. 1:15).
26