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1.

INTRODUÇÃO

A IGREJA PRIMITIVA

O livro de Atos é a única história da igreja cristã em existência, escrita antes do século
III d.C.. Bastaria esse fato isolado para que se reconhecesse universalmente o valor deste livro
e não encará-lo como mero documento histórico.
Não obstante, o livro de Atos não encerra uma história completa de todo o movimento
cristão do primeiro século de nossa era, porquanto cobre tão somente um período de três
décadas, isto é, de cerca de 33 a cerca de 63 d.C:
O titulo original do livro, Atos dos Apóstolos, é a continuação da narração do
levantamento e propagação do cristianismo, sendo que a primeira metade é contada pelo
evangelho de Lucas. Atos 1:1 é a passagem que deixa pouquíssima dúvida de que esses dois
volumes – o evangelho de Lucas e o livro de Atos - resultam de um único esforço literário. É
perfeitamente possível que os manuscritos originais dessas duas obras tivessem sido postos
para circular juntos. Essas duas obras formam o mais completo registro histórico de como se
desenvolveu a nova religião revelada, em torno da personalidade do Senhor Jesus Cristo.
É exatamente o desenvolvimento dessa nova fé que o livro de Atos acompanha até
cerca do ano 67 d.C., quando o maior herói dessa nova fé se encontrava aprisionado em
Roma. Embora o autor sagrado sem dúvida alguma tenha vivido o bastante para ser
testemunha do martírio do apóstolo Paulo.
O livro de Atos é a pedra chave que vincula as duas porções principais do Novo
Testamento, isto é, o “evangelho”, conforme os primeiros cristãos diziam... a única ponte de
que dispomos para atravessar o abismo aparentemente intransponível que separa Jesus de
Paulo, Cristo do cristianismo, o evangelho de Jesus e o evangelho sobre a pessoa de Jesus.

ANOTAÇÕES:

 É a única história da igreja em existência, escrita antes do século III d.C.;


 Não encena a história completa do movimento cristão, pois cobre um período de 33 a 63
d.C.;
 O Título Original Atos dos Apóstolos.
 É a continuação da narração da propagação do cristianismo;
 Primeira metade contada pelo evangelho de Lucas;
 Atos 1:1 a passagem que comprova ser o livro parte de um único esforço literário;
 Lucas – Atos formam o mais completo registro histórico da religião em torno de Jesus
Cristo;
 Encerra sem relatar o de Paulo;
 É a pedra chave que vincula as duas forças do Novo Testamento, é a porta que une Jesus
Cristo a Paulo.

2. AUTORIA

Destaca-se acima de tudo a autoria comum e a unidade da obra Lucas – Atos. Isso faz
de Lucas o mais extensivo autor de todo o Novo Testamento, pois, somando-se esses dois
volumes, temos nessas duas obras mais de um quarto do total do volume do N.T., a menos
que consideremos paulina a epístola aos Hebreus. Os dois volumes constituem duas divisões
de uma mesma obra literária. O trecho de Atos 1:1 mostra que o autor sagrado tencionava
que esses dois volumes fossem reputados uma unidade.

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Quase que o dobro de palavras é peculiar ao livro de Atos e ao evangelho de Lucas
quando comparados entre si, do que quando se confronta o livro de Atos com os evangelhos
sinópticos.
Tanto o evangelho de Lucas como o livro de Atos foram endereçados a Teófilo.
O trecho de Atos 1:1 esclarece-nos que ambos os livros foram escritos como duas
partes de uma mesma obra literária, e a linguagem em que ambos esses volumes foram
escritos, no que tange à qualidade do grego koiné, distingue Lucas dos autores dos outros
evangelhos e de todos os demais livros do N.T.. Trata-se de excelente grego>koiné<literário,
superior ao grego dos demais evangelhos e no mesmo nível das melhores porções literárias
dos demais livros do N.T..
O fato de que foram escritos pelo mesmo autor é igualmente demonstrado pelo fato de
que ambos enfatizam os mesmos temas, do princípio ao fim: a. A universalidade da religião
cristã, b. o Espírito Santo, c. Ambos esses livros demonstram uma marcante simpatia pelos
pobres e pelos grupos desprezados da sociedade antiga, d. Ambos os volumes demonstram
antipatia pelos ricos, e. Há saliência sobre o dever e o uso apropriado das riquezas.

ANOTAÇÕES:

 Destaca-se a autoria comum e a unidade da obra Lucas – Atos;


 Lucas o mais extensivo autor do Novo Testamento (+ de 1\4 do N.T.);
 O dobro das palavras é peculiar ao livro de Atos;
 Foram endereçadas a Teófilo;
 A qualidade do grego koiné é superior ao grego dos demais evangelhos;
 O fato de o evangelho de Lucas e Atos terem sido escritos por um mesmo autor é
demonstrado pelo fato de ambos enfatizarem os mesmos temas do princípio ao fim;
 A universalidade da religião cristã;
 O Espírito Santo;
 Simpatia pelos pobres;
 Antipatia pelos ricos;
 É salientado o dever e o uso apropriado das riquezas.

3. DATA

A data aproximada da dupla obra Lucas – Atos pode ser melhor determinada
mediante o exame mais do livro de Atos que mesmo do evangelho.
A data mais recuada possível é de 60 d.C., por ser esse o tempo mais cedo em que
Paulo poderia ter chegado a Roma. Supondo-se que Lucas escreveu esse livro imediatamente
depois do encarceramento de Paulo, então tal volume poderia ter sido escrito em cerca de 60
d. C..
Entretanto, Lucas foi companheiro de viagens missionárias de Paulo, pelo que também
não podia ser homem de idade muito diferente da do apóstolo. Não é muito provável, pois,
que ele tivesse vivido para além do ano 100 d. C..

ANOTAÇÕES:

 A data mais aproximada é a de 60 d. C..


 Por ser esse o tempo mais cedo que Paulo poderia ter chegado a Roma;
 Supondo que Lucas o escreveu imediatamente do encarceramento;
 Lucas deveria ter a mesma idade que Paulo e não pode ter vivido mais de 100 anos;
 Não há menção da destruição de Jerusalém (70 d.C.).
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4. DESTINO

O livro de Atos, tal como o evangelho de Lucas, foi escrito para um oficial romano de
nome Teófilo (ver as notas expositivas sobre Atos 1:1). Por conseguinte, o livro foi enviado a
um membro da aristocracia romana que mui provavelmente residia em Roma. Foi escrito
esse livro como a finalidade de apresentar a esse oficial e a outras pessoas interessadas, uma
defesa do cristianismo – não se tratava de um ramo herético do judaísmo – não era uma
organização política. Visava circular entre os lançamentos literários da época, para benefício
do publico leitor gentílico, visando os propósitos descritos acima. Não é por isso, contudo,
que haveríamos de eliminar o livro de Atos da lista das obras sagradas dirigidas a igreja
cristã universal, como se não tencionasse explicar aos cristãos as origens e os primeiros
desenvolvimentos do cristianismo, que emprestavam validade a sua missão de âmbito
universal.

ANOTAÇÕES:

 Foi escrito como o Evangelho de Lucas para um oficial romano chamado Teófilo.
 Foi enviado a um membro da aristocracia romana, que possivelmente residia em Roma;
 Foi escrito com a finalidade de apresentar a esse oficial uma defesa do cristianismo;
 Visando circundar entre os lançamentos literários da época;
 Principalmente também dirigida a Igreja Cristã Universal para explicar aos cristãos as
origens e os princípios desenvolvimento do cristianismo.

5. PROPÓSITO

Na discussão que se segue, teremos ocasião de nos referir regularmente a intenção ou


propósito de Lucas ao escrever Atos. Deve ser enfatizado que sempre queremos dizer que o
Espírito Santo esta por de trás da intenção de Lucas. Assim como devemos “desenvolver a
nossa salvação”, Porém, “Deus é quem efetua em nos” (Fp. 2:12-13). Assim, Lucas tinha
certos interesses e empenhos ao escreves Lucas – Atos.
Por de trás de tudo isto, no entanto, conforme cremos, estava a obra do Espírito Santo
que a tudo superintendia.
Nosso interesse aqui, portanto, é ajudar você a ler e a estudar o livro de modo atento, é
ajudar você a olhar o livro em termos dos interesses de Lucas e fazer alguns tipos novos de
perguntas enquanto lê.
Se puder ser demonstrado que a intenção de Lucas em Atos era determinar um padrão
para a Igreja para todos os tempos, logo, tal padrão decerto torna-se normativo, ou seja: é o
que Deus requer de todos os cristãos em quaisquer condições. Mas se sua intenção foi outra,
devemos pois postular as perguntas hermenêuticas de maneira diferente. Descobrir a
intenção de Lucas no entanto, é especialmente difícil, parcialmente porque não sabemos
quem era Teófilo, nem porque Lucas teria escrito para ele, e parcialmente porque Lucas
parece ter tido vários interesses diferentes.

ANOTAÇÕES:

 Lucas tinha certos interesses em escrever Lucas – Atos, ainda assim sabemos que tudo foi
obra do Espírito Santo, que a tudo comandou.
 A intenção de Lucas é a mais importante e a mais difícil;
 Podemos pensar que foi determinado um padrão para a igreja e para todos os tempos?
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6. RECOMENDAÇÃO

Como de costume, a primeira coisa que fazemos é ler, preferivelmente, o livro inteiro
numa só assentada. E enquanto você lê, aprenda a fazer observações e perguntas. O
problema com fazer observações e perguntas enquanto lê Atos, naturalmente, é que a
narrativa prende tanto a atenção que é freqüente simplesmente, nos esquecermos de fazer as
perguntas exegéticas.
Assim também, se fossemos lhe dar uma tarefa aqui, seria do seguinte tipo:

 Leia Atos do começo ao fim em uma ou duas assentadas.


 Enquanto você lê faça notas mentais de assuntos tais como pessoas – chaves e lugares –
chaves, temas que voltam a ocorrer (o que realmente interessa a Lucas), divisões naturais do
livro.
 Agora, volte, e faça uma leitura por alto, e anote com referencias suas observações
anteriores.
 Faça a si mesmo a pergunta: por que Lucas escreveu este livro?

Atos têm sido freqüentemente dividido com base nos interesses de Lucas em Pedro
(caps. 1 – 12) e em Paulo (13 – 28), ou na expansão geográfica do Evangelho (1 – 7, Jerusalém:
8 – 10, Samaria e Judéia: 11 – 28, até aos confins da terra).
Há outro indício dado pelo próprio Lucas, que parece vincular tudo muito melhor.
Enquanto você lê, note as breves declarações de resumo em 6:7; 9:31; 12:24; 16:4; 19:20. Em
cada caso, a narrativa parece fazer uma pausa por um momento antes de tomar algum tipo
de direção nova. A partir deste indício, Atos pode ser visto como sendo composto de seis
seções, ou painéis, que dão à narrativa um movimento para frente, a partir do seu âmbito
judaico baseado em Jerusalém, tendo Pedro como sua personagem de liderança, em direção a
uma igreja predominante gentia; tendo Paulo como sua personagem de liderança, e com
Roma, a capital do mundo gentio, como o alvo. Uma vez que Paulo chega a Roma, onde mais
uma vez se volta para gentios, porque eles escutarão (28:28); a narrativa chega ao fim.
Você pode notar, portanto, enquanto lê como cada seção contribui para este
“movimento”. Nas suas próprias palavras, procure descrever cada painel, tanto no seu
conteúdo quanto na sua contribuição ao movimento para frente. Qual parece ser a chave para
cada novo movimento para frente.

AQUI ESTÁ NOSSA PRÓPRIA TENTATIVA

1.1 – 6.7. Uma descrição da igreja primitiva em Jerusalém. O painel termina com uma
narrativa que indica que uma divisão começara entre os crentes de idioma grego e os de
idioma aramaico.
6.8 – 9.31. Uma descrição da primeira expansão geográfica, levada ao efeito pelos
“helenistas” (cristãos judaicos de idioma grego). Lucas também inclui a conversão de Paulo,
que era um helenista. O martírio de Estevão é a chave a esta expansão inicial.
9.32 – 12.24. Uma descrição da primeira expansão aos gentios. A chave é a conversão de
Cornélio, cuja história é contada duas vezes.
16.5. Uma descrição da primeira expansão geográfica para dentro do mundo gentio, com
Paulo na liderança.
16.6 – 19.20. Uma descrição da expansão adicional, sempre em direção ao ocidente, o mundo
gentio agora entrando na Europa. Repetidas vezes os judeus rejeitam o Evangelho e os
gentios lhes dão as boas vindas.
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19.21 – 28. 30. Uma descrição dos eventos que levam Paulo e o Evangelho para Roma, com
muito interesse pelos julgamentos de Paulo.

À medida em que você lê, notará que nossa descrição do conteúdo omite um fator
crucial – alias, o fator crucial - a saber, o papel do Espírito Santo em tudo isto. Você notará
enquanto lê que a cada conjuntura – chave, em cada pessoa – chave, o Espírito Santo
desempenha o papel de liderança total. A totalidade deste movimento para a frente, não
aconteceu pelo desígnio do homem, aconteceu porque foi da vontade de Deus e porque o
Espírito Santo o levou a efeito.

7. VISÃO PANORÂMICA

Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata “tudo que Jesus começou, não só a fazer,
mas a ensinar” (1.1).
Atos descreve o que Jesus continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascensão,
mediante o poder do Espírito Santo, operando em, e através dos seus discípulos e da igreja
primitiva. Ao ascender ao céu (1.9 – 11), a última ordem de Jesus aos discípulos foi para que
permanecessem em Jerusalém até que fossem batizados no Espírito Santo (1.4 – 5). O
versículo chave de Atos (1.8) contém um resumo teológico e geográfico do livro: Jesus
promete aos discípulos que receberão poder quando o Espírito Santo vier sobre eles; poder
para serem suas testemunhas (1) em Jerusalém (1 – 7), (2), em toda a Judéia e Samaria (8 – 12)
e (3) até aos confins da terra (13 – 28).
Nos capítulos 1 – 12, o centro principal irradiador da igreja é Jerusalém. Aqui, Pedro é
o mais destacado instrumento usado por Deus para pregar o evangelho.
Nos capítulos 13 – 28, o centro principal da irradiação passou a ser Antioquia da Síria,
onde o instrumento de maior realce nas mãos de Deus foi Paulo para levar o Evangelho aos
gentios.
O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando
julgamento perante César (28 – 31).

ANOTAÇÕES:

 Cap. 1.1 – 11 – Relata o que Jesus continua a fazer depois da ascensão. Mediante o poder
do Espírito Santo, operando em e através dos discípulos e da Igreja.
 (1:4 – 5) – A última ordem de Jesus aos discípulos para ficarem Jerusalém até que fossem
revestidos de poder.
 (1:8) – Versículo chave que contém resumo teológico e geográfico do livro. Jesus promete
que receberiam poder quando o Espírito Santo viesse sobre eles.
 Poder para serem testemunhas Dele:
 Em Jerusalém (1:7)
 Em toda Judéia e Samaria (8 – 12)
 Até os confins da terra (13 – 28)
 Cap. 1 – 12 – Centro principal irradiador da Igreja é Jerusalém, e aqui, Pedro é o mais
destacado instrumento usado por Deus.
 Cap. 13 – 28 – O centro principal da propagação do Evangelho é Antioquia da Síria, onde
Paulo é o maior instrumento para levar o evangelho aos gentios.
 Cap. 28:31 – Termina de forma triunfante.

8. ESBOÇO GERAL

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Introdução (1.1 – 11)

I. O Derramamento do Espírito Santo (1.12 – 2.41)

A. A Preparação para a Promessa (1.12 – 26)


B. O Dia do Pentecoste (2.1 – 41)

II. Os Primeiros Dias da Igreja em Jerusalém (2.42 – 8, 1 a)

A. Características da Igreja Apostólica em seguida ao Derramar do Espírito (2.42 – 47)


B. Um Grande Milagre e seus Efeitos (3.1 – 4.31)
C. A Comunidade de Bens dos Primeiros Cristãos (4.32 – 5.11)
D. Mais Curas e a Resistência da Religião Oficial (5.12 – 42)
E. A Escolha de Sete Diáconos (6.1 – 7)
F. Estevão: O Primeiro Mártir do Cristianismo (6.8 – 8. 1 a)

III. A Perseguição leva a Expansão (8.1 b – 9.31)

A. Os Crentes Dispersos na Judéia e Samaria (8.1 b – 4)


B. Filipe: O Ministério de um Evangelista (8.5 – 40)
C. Saulo de Tarso: A Conversão de um Perseguidor (9.1 – 31)

IV. O Cristianismo propaga-se entre os Gentios (9.32 – 12.25)

A. O Ministério de Pedro em Lida e Jope (9.32 – 43)


B. A Missão de Pedro aos Gentios em Cesaréia (10.1 – 48)
C. O Informe de Pedro à Igreja de Jerusalém e a Aprovação de sua Decisão (11.1 – 18)
D. Antioquia: A Primeira Igreja Gentia (11.19 – 30)
E. Perseguição sob Herodes Agripa I (12.1 – 23)
F. Resumo do Crescimento da Igreja (12.24,25)

V. Primeira Viagem Missionária de Paulo (13.1 – 14.28)

A. Paulo e Barnabé são Comissionados pela Igreja Local de Antioquia (13.1 – 3)


B. Início da Evangelização da Província da Ásia (13.4 – 14.28)

VI. O Concílio de Jerusalém (15.1 – 35)

VII. Segunda Viagem Missionária de Paulo (15.36 – 18.22)

A. Divergência entre Paulo e Barnabé (15.36 – 18.22)


B. Visita às Igrejas Fundadas (15.41 – 16.5)
C. Novas Regiões Evangelizadas na Província da Ásia (16.6 – 18.21)
D. Regresso a Antioquia da Síria (18.22)

VIII. Terceira Viagem Missionária de Paulo

A. A Caminho de Éfeso (18.23 – 21.16)


B. Parêntese: O Ministério de Apolo (18.24 – 28)
C. Um Prolongado Ministério em Éfeso (19.1 – 41)
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D. Viagem à Macedônia, Grécia e volta a Macedônia (20.1 – 5)
E. Regresso a Jerusalém (20.6 – 21.16)

IX. A Prisão de Paulo e seu Ministério enquanto preso (21.17 – 28.31)

A. Em Jerusalém (21.17 – 23.35)


B. Em Cesaréia (24.1 – 26.32)
C. A Caminho de Roma (27.1 – 28.15)
D. Em Roma (28.16 – 31)

Por causa da sua importância tratamos o livro de “Atos” mais pormenorizadamente.


Pediremos agora ao estudante que aprenda o seguinte esboço de capítulos para poder gravar
bem na sua memória o conteúdo do livro:

9. ESBOÇO DOS CAPÍTULOS


Poder
Pentecoste
Pedro e João
Sacerdotes e oração
Castigo
Cristãos pobres
Estevão perseguido
Felipe
A conversão de Paulo
A visão de Paulo
A explicação de Pedro
A prisão de Pedro
A primeira viagem missionária de Paulo
O regresso de Paulo
Paulo em Jerusalém
A segunda viagem de Paulo
Paulo em Atenas
Priscila e Aquila
A terceira viagem de Paulo
Paulo na Europa
A prisão de Paulo
O discurso de Paulo na escada
A fuga de Paulo
Paulo perante Félix
Paulo perante Festo
Paulo perante Agripa
Paulo num naufrágio
Paulo em Roma

10. CAPÍTULO 1: 1 – 26 – COMENTÁRIO E ANÁLISE

Os quarenta dias e depois (1:1 – 26).

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Começa o livro no ponto em que o Evangelho de Lucas terminou com o Senhor
ressuscitado aparecendo aos discípulos, ordenando-lhes que esperem em Jerusalém até que
recebam poder celestial, para depois agirem como Suas testemunhas naquela cidade, na
Judéia e Samaria, até aos confins da terra.
Já se tem dito que esta indicação geográfica tríplice (1:8) constitui-se uma espécie de
índice do esboço de Atos. As palavras de Cristo “Sereis minhas testemunhas”, são dignas de
nota por serem citadas em Is. 43:10. A inferência é que essas palavras do grande profeta do
Velho Testamento se cumprem nos discípulos de Jesus; eles foram o remanescente do antigo
Israel e o núcleo do novo.
Vem depois a narrativa da ascensão, após o que os discípulos, em número de 120,
aguardam em Jerusalém o cumprimento da promessa do Espírito Santo, e nesse ínterim
preenchem a vaga deixada no colégio dos doze com a deserção de Judas.
(Luc. 1:3). Tudo quanto Jesus começou tanto a fazer como a ensinar (1). Visto como o
assunto do terceiro Evangelho é sumariado assim, a inferência, é que este novo volume vai
tratar do que Jesus continuou a fazer e a ensinar após Sua ascensão – pelo Seu Espírito em
Seus seguidores. Sendo visto por eles por espaço de quarenta dias (2). Daí vem que no
calendário cristão o dia da ascensão cai no quadragésimo dia depois da páscoa. Chegava
agora ao fim com uma cena que os convenceu da glória celestial do seu Mestre. Vós sereis
batizados com o Espírito Santo (5). A pregação de João Batista em Mar. 1:8. Assim virá.
Possivelmente com referência particular à nuvem (9).

ANOTAÇÕES:

 O livro começa onde o Evangelho de Lucas termina.


 O Senhor ressuscitado aparecendo aos discípulos.
 Ordem de esperar a promessa do Pai (breve).
 V.6 – Restaurar o Reino Mat. 21:43 e Rom. 11:25 – 27
 V.9 – Ascensão
 Entre a ressurreição e a ascensão Jesus apareceu 10 a 11 vezes num período de 40 dias.
 Culmina a aparição com uma demonstração da gloria celestial.
 V.15 – Pedro fala em nome dos apóstolos.
 Ali reunidos em assembléia cerca de 120.
 Texto de Salmos 69:25; 109:8.
 V.26 – Mateus eleito apóstolo.

11. CAPÍTULO 2: 1 – 47 – PANORÂMICA

Pentecostes. 30 ou 33 d.C. O aniversário da igreja. 50 dias depois da crucificação de


Jesus. 10 dias após Sua ascensão.
A morte e a ressurreição de Cristo e o derramamento do Espírito representam o
cumprimento dos tipos de três festas que se seguiram em sucessão uma a outra, a saber: a
Páscoa (Lev. 23: 5), a Festa das Primícias (Lev. 23: 10 – 14), a Festa de Pentecoste (Lev. 23: 15 –
21). A Páscoa era simbólica da morte expiatória de Cristo. Seguindo a Páscoa celebrava-se a
Festa das Primícias, festa em que as primícias da colheita eram movidas diante do Senhor.
Esta cerimônia era simbólica da ressurreição de Cristo como as “primícias” dentre os mortos.
A partir desta festa, contavam-se cinqüenta dias, e no último celebrava-se a Festa de
Pentecoste (daí o nome “Pentecoste”, que significa 50).

O SERMÃO DE PEDRO

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O dialeto Galileu era tão característico e difícil de ser entendido pelos não – galileus
que o fato de os discípulos deixarem as peculiaridades de sua fala local e de súbito se
capacitarem a falar em línguas compreendidas pelas multidões heterogêneas, então em
Jerusalém, não pode escapar de ser notado. Quando as atenções ficaram presas desse modo,
Pedro aproveitou a oportunidade para se levantar com os outros apóstolos e dirigir a palavra
a todos que estavam ao alcance de sua voz (14). Vale notar as palavras do seu discurso,
porque mostram a forma regularmente adotada na pregação apostólica primitiva, ou o
Kerygma, o modelo ou esboço que também pode ser traçado como a estrutura original de
nossa tradição evangélica.
Esse modelo apresenta quatro principais aspectos: primeiro, uma narração do
ministério publico e dos sofrimentos de Jesus; segundo, o atestado divino de Seu Ministério
messiânico que a ressurreição oferece, da qual o orador afirma ser testemunha ocular;
terceiro, testemunhos do Velho Testamento, provando ser Jesus o Messias; e por fim,
exortação ao arrependimento e a fé.
Estes aspectos podem ser observados bem claramente no discurso de Pedro. É
impressionante o uso que ele faz dos testemunhos do Velho Testamento. Por exemplo
palavras do Salmo 16:10. Tão eficaz foi sua exortação que três mil creram nas boas novas e
foram batizados, formando assim a primeira igreja cristã.

ANOTAÇÕES:

 Cap. 2: 1 – 47. Primícias e Festa das Colheitas:

Pentecostes 30 ou 33 d.C. (Domingo).


50 dias depois da crucificação.
10 dias após a ascensão.
Primeiro dia da semana.
 A morte, ressurreição e o derramamento de Espírito:

Apontam para as 3 festas que se seguiram uma em sucessão a outra.

(A Páscoa – Lev. 23:5) - Símbolo da morte expiatória de Cristo.

(As Primícias – Lev. 23:10 – 14) - Simbólica da ressurreição de Cristo como dentre os mortos.

(Pentecostes – Lev. 23:15 – 21) - Contava-se 50 dias a partir das primícias e no ultimo dia
celebrava-s e o Pentecostes.

 O Derramamento do Espírito:

Falavam em línguas, mas eram atendidas por todas.


 A pregação de Pedro (2:14 – 36).

Pedro fala a todos quanto podem ouvi-lo.

Aqui há um esboço que se assemelha ao nosso modelo de pregação.


Narração do ministério público de Jesus.
Atestado de ministério que a ressurreição oferece, da qual ela é testemunha ocular.
Testemunhos do Velho Testamento provando ser Jesus o Messias.
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Exortação ao arrependimento e a fé.

Citação (livro do profeta Joel 2:28 – 32).


Arrependimento e 3 mil almas salvas.

12. CAPÍTULO 3: 1 – 26 – CURA DE UM COXO

No capítulo 3 Lucas dá um exemplo de prodígios e sinais (2: 43), narrando um deles


que teve conseqüências interessantes. Os apóstolos e os outros crentes continuaram a
observar os costumes judeus, pelo que assistiam no templo regularmente. Uma tarde,
quando Pedro e João para lá se dirigiam, à hora da oblação (cerca de 15 horas), ao passarem
pela Porta formosa, chamada de Nicanor, que levava ao Pátio dos Gentios, para o das
Mulheres, a atenção deles foi atraída por um coxo de nascença que ali se postava a pedir
esmolas ao povo que passava pela porta. Pedro ordenou-lhe que levantasse e andasse,
invocando a autoridade de Jesus, o Messias Nazareno. Ajudando-o a erguer-se sobre os pés,
o coxo andou e ergueu a voz em louvor a Deus, saltando de modo que todo o povo por ali o
observava. Naturalmente foi grande a sensação, visto como todos conheciam o coxo que há
tanto tempo ali estava a esmolar.Aglomerando-se a multidão na colunata de Salomão, Pedro
aproveitou a ocasião para anunciar Jesus como Messias, rejeitado e crucificado pelos Judeus,
porém agora levantado dentre os mortos a oferecer remissão dos pecados e o cumprimento
das promessas proféticas feitas a Israel. O Homem permaneceria ali ao lado, dando
testemunho poderoso da verdade que Pedro dizia. Porque for a pelo poder do Nome de
Jesus que obtivera cura. Sendo esse um sinal Messiânico patente. E que todos podiam
lembrar-se do que profetizara o profeta Isaias da era do Messias “... os coxos saltarão como
cervos...” (Is. 35: 6)

ANOTAÇÕES:

 Cura de um homem coxo de nascença.


 Mensagem de Pedro.
 A atuação é voltada para Cristo.
 Conversão de quase 5 mil homens

13. CAPÍTULO 4:1 – 37 – COMENTÁRIO E ANÁLISE

COMEÇA A PERSEGUIÇÃO (4:1 – 22)

Todavia tamanha agitação de modo algum agradou as autoridades do templo, que


lançaram mão dos dois apóstolos e os meteram na prisão até o dia seguinte. O partido do
sumo sacerdote, que predominava naquele tribunal, era em sua maioria constituído de
saduceus, sendo de notar que o ressentimento deles tinha como motivo os apóstolos
ensinarem o povo e anunciarem no caso de Jesus a ressurreição dos mortos. Contudo, não
puderam achar culpa legal nos apóstolos, especialmente na presença do ex – coxo, cujo
restabelecimento era forte testemunho na defesa deles.

EXPANSÃO ININTERRUPTA

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Na fala de fundamento razoável para castigar Pedro e João, o Sinédrio despediu-os,
proibindo-lhes com ameaças se continuassem a falar no Nome de Jesus. Todavia, o que daí
resultou foi um maior aumento da Igreja, cujo numero agora se elevava a cinco mil homens,
sem falar nas mulheres.

ANOTAÇÕES:

 Início da perseguição (Pedro e João presos).


 Cap. 4:12 (Nenhum outro há salvação).
 Cap. 4:13 (Reconheceram Jesus neles).
 Oração (4:29 a 31).
 Relato da Igreja (4:32 – 37).

14. CAPÍTULO 5:1 – 42 - COMENTÁRIO E ANÁLISE


ANANNIAS E SAFIRA (5:1 – 16).

O caso Ananias e Safira ilustra as tentações a que se sujeitam membros da igreja


menos espirituais. O pecado não consistiu em reservar parte do dinheiro, mas em dar a
entender que a soma entregue era a importância integral. A mentira dita a Igreja foi
considerada como dirigida a Deus o Espírito Santo.
Este fato trouxe grande temos aos seguidores. Temos ainda o relato de tamanho poder
sobre a vida dos discípulos que muitos depositavam os enfermos no caminho por onde
Pedro passaria para que a sua sombra os encobrisse e então eles eram curados.
Os saduceus sentem inveja dos discípulos e levam eles presos. Durante a noite um
anjo liberta os discípulos. Um detalhe importante é que as cadeias continuam fechadas (v23).
È possível que os discípulos tenham sido arrebatados em corpo.

ANOTAÇÕES:

 Ananias e Safira.
 O pecado foi mentir sobre a quantia. mentiu ao Espírito Santo.
 A sombra curando enfermos.
 O anjo abre as portas.
 Prisão dos apóstolos.
 Gamaliel

15. CAPÍTULO 6: 1 – 15 – VISÃO PANORÂMICA

PRIMEIRAS DIFICULDADES DA IGREJA.

O capitulo 6 registra a primeira dificuldade da Igreja e sua solução. A murmuração


dos gregos contra os hebreus porque as suas viúvas estavam sendo esquecidas na
distribuição diária de alimentos. Notem que esta dificuldade era inevitável por não ter
aumentado a organização da igreja em proporção ao seu desenvolvimento (v.1). Notem
também, que era séria por ameaçar causar uma divisão da igreja entre aqueles judeus
educados na Palestina (hebreus) e aqueles que tinham recebido educação grega, ou que
viviam em países onde se falava grego (gregos). Esta dificuldade foi resolvida no espírito de
amor e cooperação e encontrou a solução no aumento da organização - a instituição de uma
nova ordem no ministério da Igreja (diáconos).
11
DESIGNAÇÃO DOS SETE E A ATIVIDADE DE ESTEVÃO.

Novo desvio da narrativa de Atos é assinalado pela apresentação do nome de Estevão.


Este aparece primeiro como um dos sete oficiais designados para supervisionar a distribuição
das ofertas retiradas do fundo comum para membros mais pobres da comunidade. Logo no
início a Igreja atraíra judeus helenistas (isto é, judeus de fala grega, de fora da Palestina). É
significativo que os sete oficiais escolhidos pela comunidade e designados pelos apóstolos
para supervisionar essa atividade tivessem todos os nomes gregos, sendo provavelmente
judeus helenistas. Dois dos sete, Estevão e Filipe estavam destinados a deixar vestígios dos
seus serviços a Igreja. Com isto ele deixou assinalado o caminho que Paulo mais tarde
palmilhou e especialmente o escritor de Hebreus.

ANOTAÇÕES:
 Murmuração dos helenistas contra os hebreus.
 Instituição do diaconato (7 diáconos).

16. CAPÍTULO 7 – O MARTÍRIO DE ESTÊVÃO

Estevão estava perante o mesmo Concílio que crucificou Jesus e que pouco antes
proibira os Apóstolos de falar em o nome de Jesus. Ali estavam os mesmos sacerdotes Anás e
Caifás.
Estevão expôs o seu caso sob a forma de uma resenha histórica, como era costume
entre os judeus. Os dois principais temas de seu discurso são primeiro, que a nação a partir
dos dias de Abraão, nunca se preocupou em fixar-se num lugar da terra; uma tenda móvel,
por conseguinte, servia mais de santuário do que um edifício permanente. E segundo, que a
nação, a partir do tempo de Moisés, sempre se rebelara contra Deus e se opusera aos Seus
mensageiros, numa série de atos que culminara em eles matarem “o Justo”.
Enquanto falava o seu rosto brilhava o seu rosto brilhava como se fosse rosto de anjo.
Lançaram-se contra ele como feras.Enquanto as pedras começaram a ser lançadas, Estêvão
olhava para o céu e via a glória de Deus e Jesus, que estava à Sua direita.
Morreu como morrera Cristo, sem vestígio de ressentimento contra seus assassinos
desprezíveis, orando. “Senhor não lhes impute este pecado” 7:60. As mesmas palavras de
Jesus ao ser crucificado ( Estêvão é honrado como sendo o primeiro mártir da Igreja.

UM JOVEM CHAMADO SAULO

Aqui há um momento crucial do evangelho, ainda que as palavras de Estevão tenham


incitado a Saulo ao início de grande perseguição aos discípulos, é certo que as mesmas
tenham chegado a atingir o profundo do coração de Saulo e que tiveram seu efeito no
caminho de Damasco. Podemos pensar que a vida de Estevão foi o preço pago pela alma de
Saulo, que se tornaria aquele que estabeleceria o cristianismo no mundo então conhecido.

ANOTAÇÕES

 Temas do discurso:
 A nação nunca se fixou em lugar na terra.
 A nação sempre se rebelava contra Deus.
 Semelhança das palavras de Estevão (Atos 7:59-60 e Lucas 23:34-46).

12
17. CAPÍTULO 8: 1 –40 – A PRIMEIRA PERSEGUIÇÃO.

A DISPERSÃO DA IGREJA

Esta foi a primeira perseguição que a Igreja sofreu. Na época, a Igreja provavelmente
contava com apenas um ou dois anos de existência. A perseguição durou, provavelmente,
uns poucos meses. Paulo era um líder dessa perseguição. Tinha dois parentes que já eram
crentes (Rm 16:7). Esta perseguição foi muito severa. Saulo devastava a Igreja, açoitava e
matava muitos crentes, perseguindo sobremaneira a Igreja (Gal 1: 13)
Esta perseguição provocou a dispersão da Igreja. Em Jerusalém a igreja já se tornara
um movimento poderoso, avançando irresistivelmente. Agora pela providência de Deus, esta
perseguição lançou a obra missionária da Igreja. Os Apóstolos, talvez isentos da perseguição
por causa do apoio popular do qual gozavam, ainda permaneciam em Jerusalém para cuidar
da Igreja central. Mais tarde, eles também fizeram suas viagens.
Na sede, Filipe um dos sete, tomou iniciativa e partiu de Jerusalém para Samaria e ali
passou a evangelizar e por meio dele o Senhor ia confirmando a palavra com grandes sinais.
A obra de Filipe foi notável de forma que sabendo os apóstolos enviaram a Pedro e João.
Nesta ocasião, Samaria havia recebido apenas o batismo nas águas, mas com a chegada de
Pedro e João foram batizados com o Espírito Santo. O livro de Atos dos Apóstolos Página 19
de 39
Uma vez estabelecido o trabalho em Samaria, Filipe foi orientado pelo Espírito Santo a
entrar em contato com o tesoureiro de Candace. Rainha mãe dos Etíopes (núbios). O eunuco
lia com grande ansiedade o livro do profeta Isaias, o que deu ensejo a Filipe para falar de
Jesus Cristo. Na seqüência eles chegam a um lugar onde havia água. Então o eunuco
manifesta o desejo de se batizar.

O ESPÍRITO ARREBATOU A FILIPE

O que vem relatado logo após o batismo do eunuco é que Filipe é arrebatado e vem a
se achar em Azoto. Aqui temos um relato do chamado arrebatamento de corpo, ação do
Espírito Santo que leva uma pessoa de um lugar para outro. O Apóstolo Paulo menciona esta
operação em uma de suas cartas. "Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no
corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu." (II
Coríntios 12: 2)

ANOTAÇÕES

 Filipe em Samaria
 Recebem a Palavra, mas não o Batismo no Espírito Santo (v.12 e 13).
 Pedro e João (v.12 e 13).
 Filipe e o eunuco (8:24).
 Arrebatamento de corpo (8:39 – 40).

18. CAPÍTULO 9: 1 – 31. – A CONVERSÃO DE SAULO.

Era da tribo de Benjamim (Fp. 3:5), nativo de Tarso, terceiro centro universitário do
mundo, sendo superado em importância naquela época, apenas por Atenas e Alexandria.
Tinha a cidadania romana como direito de nascença (At. 22:8), de família influenciável.
Tinha, portanto, uma herança judaica, grega e romana.
13
Resolvera destruir a Igreja. Esmagou e espalhou a Igreja de Jerusalém, e então
empreendeu viagem para Damasco para procurar os crentes que tinham fugido.
No caminho, numa intervenção celestial, o Senhor Se revelou a ele. Sua conversão se narra
três vezes: aqui, 22:5 – 16 e 26:12 -18. Foi uma visão real, não um sonho, sua cegueira foi real
(v.8,9 e 18). Os companheiros ouviram a voz (v.7). Doravante, com dedicação sem par na
história, serviu ao Cristo cuja Igreja procurara destruir.
Quando refletimos nas implicações desse fato, concordamos com essa opinião. Lucas
percebeu a importância da conversão de Paulo, visto como apesar do espaço limitado de que
dispõe, narra-a com alguns pormenores três vezes, uma na terceira pessoa (cap. 9), e duas
vezes contada pelo próprio apóstolo (caps. 22 e 26). As palavras de Cristo mencionando-o
como “vaso escolhido”, nunca mais saíram da mente do Apóstolo Paulo.
Anos mais tarde reconhecia ele que sem saber fora separado por Deus para a obra do
evangelho mesmo antes de Nascer ( Gál 1: 15; Rom 1: 1).
“O Caminho” era uma expressão idiomática judeu-cristã, pela qual se denominava o
cristianismo (cfr. 19:9, 23, 22:4, 24:14, 22). Provavelmente iria prender ali os principais
refugiados da Judéia e não propriamente os crentes damascenos, como Ananias.
Viu em visão (12). Podemos distinguir as três primeiras visões de Paulo: na entrada de
Damasco (4 e segs); na casa de Judas (12); e na sua volta a Jerusalém (22:17 e segs). Dos
principais sacerdotes (14). Ver 4:6 acima. Todos os que invocam o teu nome (14); isto é, os
que invocam Jesus como Senhor (cfr. 2:21). Quanto lhe importa sofrer pelo meu nome (16).
Fiques cheio do Espírito Santo (17). Tal plenitude era necessária para o exercício do
ministério profético descrito no versículo 15. Os versículos 20-22 deixam claro que a
manifestação particular do Espírito em Saulo foi o poder sobrenatural de sua pregação
missionária. Como que umas escamas (18), ou melhor, “uma substância escamosa (ou como
flocos)”. Levantou-se e foi batizado (18).
Provavelmente deve-se inferir daí que (diferentemente dos samaritanos em 8:16) Saulo
recebeu o Espírito Santo antes de ser batizado.

ANOTAÇÕES:

 A conversão de Saulo:
 A conversão é relatada 3 vezes (cap. 9, 22 e 26).
 Saulo, o “vaso escolhido”.
 O Caminho: expressão do idioma judeu-cristão - Cristianismo.
 A visão.
 Cheio do Espírito santo (antes de ser batizado).

19. CAPÍTULO 9: 32 – 11: 30 – A IGREJA DOS GENTIOS

Ler Atos 9:32 – 11:30. O propósito de Lucas ao narrar a cura miraculosa de Enéias e a
ressurreição de Tabita (ou Dorcas), pelo ministério de Pedro, foi comprovar que Deus estava
presente com Pedro, durante o período mesmo em que aquele apóstolo pregava aos gentios e
os acolhia como partícipes da Igreja, ações essas que judeus cristãos de visão estreita mais
tarde censuraram. O fato que Pedro se hospedou na casa de um curtidor de nome Simão,
mostra-nos que ele já se despira de alguns de seus escrúpulos tipicamente judaicos,
porquanto os curtidores eram tidos por cerimonialmente imundos, devido a seu contínuo
contato com animais mortos, razão pela qual, sua companhia devia ser evitada. Foi
necessária uma visão papa que Pedro se deixasse convencer de que era permissível o contato
com os gentios.
14
Ele viu um lençol, talvez sugerido por um toldo, debaixo do qual Pedro dormia a sesta
do meio dia, no pátio formado pelo telhado plano. Esse lençol estava repleto de criaturas
cerimonialmente imundas. Então, houve a ordem de Deus para que Pedro as matasse e
comesse o que serviu de indicação de que as restrições dietéticas de Moisés e de fato, todas as
demais restrições cerimoniais mosaicas, agora estavam obsoletas. Finalmente persuadido,
Pedro foi pregar a gentios, na casa de Cornélio, centurião romano e homem temente a Deus.
Por conseguinte, Deus concedeu imediatamente do Seu Espírito a gentios, assim foi
exercida a fé, antes mesmo que Pedro terminasse a sua pregação e antes do batismo ou da
imposição de das mãos terem sido administrados. Foi dessa maneira dramática que Deus
demonstrou que aceitava nas Igrejas a crentes gentios, e sob condições iguais as que
aceitaram os crentes judeus ou samaritanos.

A EXTENSÃO DO EVANGELHO AOS GENTIOS

Cornélio era primeiro cristão entre os gentios. Anteriormente, o Evangelho só tinha


sido pregado para judeus, prosélitos judeus e samaritanos, que observavam a Lei de Moisés.
Foi preciso uma visão especial para induzir Pedro a se dirigir ao gentio Cornélio. E
mesmo depois que os apóstolos se convenceram, pela orientação direta do Espírito Santo,
que deviam receber gentios na igreja como gentios, o assunto ainda ficou sendo alvo de
muita controvérsia naquela geração apostólica, porque de um modo geral, o preconceito
judaico era bastante forte de ser completamente vencido pelo doutrinamento dos apóstolos.

CORNÉLIO

O primeiro gentio escolhido por Deus, que recebeu a oferta do Evangelho. Era um
oficial do exército romano em Cesaréia. Era um homem bom e piedoso. Deve ter sabido algo
sobre Deus dos judeus e dos cristãos. Cesaréia era cidade onde Filipe morava (8: 40; 21: 8).
Mas apesar de Cornélio ter o costume de orar ao Deus dos judeus, assim mesmo era gentio.
O livro de Atos dos Apóstolos Página 22 de 39
Era da vontade divina que Cornélio fosse o primeiro gentio a passar pela porta do
evangelho. O próprio Deus dirigiu os acontecimentos todos. Mandou Cornélio enviar um
recado a Pedro (v.5). Uma visão celestial induziu Pedro a aceitar a chamada (v.9 – 23). Deus
colocou Seu próprio selo de aprovação sobre a aceitação de Cornélio como membro da Igreja
(v.44 – 48), sendo ele as primícias do mundo gentio.
Foi de Jope (v.5) que Deus enviou o judeu Pedro, ao gentio Cornélio. Foi desta mesma
cidade que Deus enviou Jonas para a cidade gentia de Nínive, 800 anos antes, com bastante
força persuasiva (Jn 1:3).
Nota-se que Cornélio não tinha que deixar sua situação de oficial das Forças Armadas.
Os anciãos de Jerusalém aprovam (11:1 – 18). Foi a referência de Pedro a evidente mão
de Deus conversão de Cornélio, que convenceu os anciãos de Jerusalém de que os gentios
deviam ser aceitos na Igreja sem exigir deles que se tornassem prosélitos dos judeus. Houve,
todavia, um partido forte em Jerusalém que relutou em aceitar a decisão apostólica (15:5).

ANOTAÇÕES

 A Igreja dos gentios.


 Pedro já não tinha muitos costumes judaicos
 Casa de um curtidor.
 Foi necessária uma visão (Cornélio).
 Espírito é derramado.
15
 Cornélio – homem temente a Deus, centurião (oficial do exército romano).
 Cesaréia era cidade onde Filipe morava (8:40; 21:8).
 Orava ao Deus dos judeus, era gentio, não salvo (11:14).
 A primeira Igreja apostólica (cap. 11:19 – 30).
 Antioquia, o grande centro.
 Barnabé se une a Saulo.
 Os discípulos foram pela primeira vez chamados de cristãos (v.11:26).

20. CAPÍTULO 12: 1 – 25

A MORTE DE TIAGO - A PRISÃO DE PEDRO

O Herodes que figura nessa passagem foi Herodes Agripa I, neto de Herodes o
Grande. Fingindo-se defensor máximo do judaísmo, martirizou ele a Tiago, apóstolo e irmão
de João, além de encarcerar Pedro. A morte de Herodes Agripa ocorreu em cerca de 44 D.C
Tiago foi então o primeiro dos doze a morrer. Tiago foi um dos três na rotina íntima de Jesus.
Pedro então aqui é prezo e um Anjo o liberta e forma maravilhosa. Pedro não sabia se
era real o que acontecia, pois as cadeias se abriam enquanto o anjo ia a frente dele.

ANOTAÇÕES

 Morte de Tiago (Mat. 20: 22,23) – primeiro dos doze a morrer.


 Pedro é liberto pelo anjo do Senhor.

21. CAPÍTULO 13 E 14 – PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO.

Permanecendo ali em Antioquia, Paulo, Barnabé e seu primo Marcos que tinha vindo
com eles de Jerusalem, ministravam à Igreja ali. Havia ainda mais alguns mestres profetas de
talento naquela igreja: Lúcio, Cirene, Simeão por sobrenome Niger (Negro), que é possível
ser o Simão Cireneu de Lucas 23: 26 e também Manaé, que fora criado com Herodes o
tetrarca. Possivelmente por intermédio de um daqueles profetas o Espírito Santo lhes disse
que separasse a Barnabé e a Saulo.
Consolidando o trabalho evangélico em Antioquia, a igreja local orientada pelo
Espírito Santo, comissiona a Barnabé e Paulo para pregação das Boas – Novas ao mundo
gentílico. Acompanha-os o jovem João Marcos.
Chegando a Pafos há o encontro de Paulo com o mágico Barjesus, que pertencia à roda
íntima de Sergio Paulo, pro cônsul da província. Não quer dizer que Elimas seja equivalente
a Barjesus mas que Elimas sendo palavra semítica, significa encantador, ou mágico. Saulo,
também chamado Paulo, a partir daqui é chamado é regularmente chamado pelo cognome
Paulo em vez de Saulo seu nome hebraico de nascimento.
No primeiro sábado após chegarem a Antioquia da Pisídia, encaminharam-se à
sinagoga. Depois da leitura da lei (a lei era lida toda) e dos profetas, os chefes da sinagoga
(estes incumbia de planejar o culto público e convidar membros idôneos para da congregação
para fazer a leitura e dirigir a palavra), convidaram os estranhos a dizer alguma palavra de
exortação que tivessem para os presentes.
Paulo tomou a palavra. O resume do seu discurso é um tanto extenso, mas é ouvido
com especial atenção pelos gentios que freqüentavam o lugar. A expressão “varões Israelitas
e vos outros que temeis a Deus” indica os dois elementos de que se compunham a
congregação, judeus e gentios. Foram atraídos sobremaneira pelo anúncio que Paulo fez do
perdão dos pecados mediante a Cristo, e pediram que lhes falasse novamente no sábado
16
seguinte. Visto como lhes oferecia mediante Cristo os mesmos direitos que os crentes judeus
tinham diante de Deus, sem necessidade de observarem a lei cerimonial judaica nem de se
tornarem prosélitos, houve grande adesão por parte dos gentios, o que naturalmente
despertou a inveja dos judeus da dispersão, os quais ressentiam de Paulo levar após si os
gentios cuja conversão ao judaísmo eles esperavam. Tal inveja subiu de ponto em Antioquia
da Pisídia, visto como os “tementes a Deus” espalharam a notícia e no sábado seguinte quase
toda a população gentílica da colônia afluiu à sinagoga. Quando os judeus manifestaram o
seu aborrecimento, Paulo anunciou que, visto como eles se julgavam indignos da vida eterna
que ele, ia agora dedicar-se aos gentios. Porém tão grande oposição se levantara pelos judeus
que Paulo e Barnabé tiveram que deixar a cidade, todavia, não antes que numerosos
“tementes a Deus” confessassem o Cristo, formando ali uma Igreja.
Este fato também se repetiu em Icônio, onde grande número de judeus e gentios creu,
mas não tardou em serem forçados a deixar a cidade.
Chegando a Listra e Derbe, cidades Licônicas onde logo um milagre efetuado por
Paulo, provocou uma explosão de entusiasmo religioso no meio da população nativa da
Anatólia. Imaginando que a sua cidade fora outra vez favorecida com a visita do deus
supremo e seu principal arauto, como constava na mitologia, prepararam-se para prestar
honras divinas aos missionários. Quando os apóstolos descobriram o que iria acontecer, com
muita dificuldade conseguiram dissuadi-los daquilo, e Paulo aproveitou a ocasião para
instruí-los na verdade do único e verdadeiro criado.
A visita a Listra foi inesperadamente interrompida por judeus de Antioquia da Pisídia
e Icônio, os quais insuflaram um tumulto, no qual Paulo, que fazia pouco hacia sido
aclamado como mensageiro dos imortais, foi tratado brutalmente e expulso da cidade como
morto, Quando reviveu (isto é narrado de TAM modo que sugere uma intervenção
miraculosa)

22. CAPÍTULO 15: 1 – 41 – COMENTÁRIO E ANÁLISE

O PROBLEMA DE ATOS 15

O rápido crescimento da Igreja gentílica devido à missão de Paulo e Barnabé puseram


em foco um novo problema. Se os gentios se tornaram crentes em Jesus como o Messias, e se
O aceitavam como Salvador e Senhor, em que proporção lhes deveria se exigida a
observância da Lei? O Senhor Jesus Cristo tinha Se colocado a si próprio e seus ensinamentos
acima da lei e tinha declarado que era superior a Moisés e aos profetas, como um filho é
superior aos servos da casa. A importância destas palavras não foi imediatamente
reconhecida, mas a lenta tendência que se desenvolvia dentro do movimento cristão sob a
direção do Espírito Santo tinha-se ido afastando do legalismo e dirigido para a fé.
O debate de Pedro com os cristãos judeus em Jerusalém, depois de seu trabalho em
casa de Cornélio, foi um dos primeiros sintomas da tensão existente. Só quando Pedro contou
que o Espírito Santo havia descido sobre os gentios como tinha descido sobre os judeus
crentes no Pentecostes é que os cristãos judaicos admitiram que os gentios podiam realmente
ser salvos. (11: 18).
Depois de Paulo e Barnabé terem voltado a Antioquia e contado o sucesso da sua
pregação “... alguns homens, descendo da Judéia, ensinavam aos irmãos: Se não vos
circuncidardes segundo o rito de Moisés, não podereis ser salvos” (15: 1). Este ensino deve
ter sido um choque para os gentios. Não tinham sido criados na Lei e a sua experiência
espiritual desde a sua conversão tinha-se provado inteiramente satisfatória sem observância
de qualquer cerimônia. Além disso, eles tinham achado em Cristo a libertação do legalismo e

17
do cerimonialismo das suas próprias religiões. Por que é que é que deviam voltar eles agora a
pôr-se de novo debaixo doutra escravidão?

CARTA EXPEDIDA (15:1 – 29).


Paulo e Barnabé. Não muito depois de ter deixado aquelas igrejas surgiu uma crise no
meio delas, provocada pela atividade de judaizantes, que instavam sobre a necessidade de
serem acrescentadas a circuncisão e a observância da lei cerimonial à fé em Cristo. Chegando
a noticia desse fato aos ouvidos de Paulo em Antioquia, este escreveu-lhes uma carta urgente
“Admira-me que estejais passando tão depressa... para outro evangelho” (Gál. 1:6). A epístola,
escrita num estado de excitação, revela sua amorosa ansiedade e temor de que esses filhos
recém nascidos sejam seduzidos e deixem a simplicidade de Cristo, bem como revela sua
indignação contra aqueles que os perturbavam.
A mesma questão tornou-se de real importância em Antioquia também por essa época.
A missão gentílica, sediada em Antioquia, ia resultar predominantemente no estabelecimento
de igrejas de igual modo gentílicas; e o partido judaico mais extremado de Jerusalém via que
só tinha de agir, então era preciso agir logo. E assim, organizaram uma campanha levada a
efeito não só nas novas igrejas da província da Galácia, como também na própria Antioquia,
cidadela do Cristianismo gentílico, urgindo completa adoção da lei judaica por todos os
cristãos, como condição indispensável de salvação e de comunhão com os seus irmãos
judeus.

O CONCÍLIO DE JERUSALÉM

O que aconteceu em Antioquia vem descrito por Paulo em Gál. 2:11 e segs. Os
judaizantes faziam valer seu ponto de vista com tamanho vigor que até Pedro, que estava em
Antioquia nesse tempo e sabia perfeitamente o que havia de certo e de errado naquele
movimento, foi arrastado à aparência alarmante de uma “dissimulação”, como Paulo chama,
visto como se retraía da companhia dos cristãos gentios. Essa atitude, embora Pedro pudesse
justificá-la sobre o fundamento de ser conveniente, ia produzir efeito desastroso. Até Barnabé
inclinou-se a seguir-lhe o exemplo. Paulo enfrentou a situação com energia, acusando
francamente Pedro de dissimulação. Sua repreensão produziu salutar efeito; no Concílio de
Jerusalém que se seguiu, Pedro apoiou intransigentemente a argumentação de Paulo.
Mas o problema levantado pelos judaizantes tinha de ser discutido e resolvido para
que a Igreja cristã evitasse o risco de ser dividida, logo no seu inicio em dois corpos, um
judaico e outro gentílico. Então a igreja de Antioquia enviou delegados aos apóstolos e
anciãos de Jerusalém, e ali o caso foi discutido amplamente por eles na reunião conhecida
como Concílio de Jerusalém. Apesar dos argumentos do partido farisaico da igreja, o peso da
influência de Pedro, apoiada por Barnabé e Paulo, que narraram as bênçãos de Deus sobre a
missão gentílica, e por fim, o resumo judicioso de Tiago inclinou a mente do Concílio na
direção liberal.
Condição alguma se devia impor aos cristãos gentios para a salvação, ou para a
admissão deles à plena fraternidade cristã, salvo aquela que Deus mesmo aceitara como
suficiente a fé em Cristo. Uma vez estabelecido esse princípio, foi mais fácil tratar da questão
prática das relações sociais. Seria manifestamente um ato de cortesia e virtude da parte dos
cristãos gentios respeitarem certos escrúpulos judaicos; e a decisão da reunião foi, por
conseguinte declarada numa carta que se escreveu a igreja de Antioquia e suas igrejas filhas.
É absurdo dizer, como alguns têm feito que Paulo jamais tenha aceitado tais condições
para suas igrejas gentílicas. Quando princípios estavam em jogo, o apóstolo era inflexível; em
caso contrário, não havia quem contemporizasse mais do que ele, havendo vários lugares em

18
suas cartas onde insta com os seus convertidos e outros para que observem esse dever de se
respeitar os escrúpulos e a consciência alheia (cfr. I Cor. 8:1 e. Rom. 14:1).
Deve ser recordado que a separação entre os judeus e os gentios era tanto religiosa,
como social. Os judeus tinham uma lei divina que sancionava o princípio e ordenava a
prática do isolamento nacional.
O caráter peculiar da religião dos judeus era tal que colocava obstáculos insuperáveis
no caminho de uma união social com outra gente. As suas observâncias cerimoniais
tornavam impossíveis refeições comuns com os gentios. O paralelismo mais próximo que
podemos encontrar para aquela barreira entre o judeu e o gentio é a instituição das castas
entre as populações da Índia, que se apresenta aos nossos como um fato que causa
perplexidade nos governos e aos nossos missionários como grandes obstáculos do
cristianismo no Oriente. Um hindu não pode comer como um pária ou com um maometano
e, entre os próprios hindus, os alimentos dos Brâmanes são profanadas pela presença de um
pária - apesar deles terem livre intercâmbio em todas as transações comerciais comuns.
Assim era também na época patriarcal. Era uma abominação para os egípcios comer pão com
os hebreus (Gên. 43:32).

A CARTA É RECEBIDA (15: 30 – 16:5)

A carta foi levada a Antioquia por dois cristãos de Jerusalém, Judas e Silas, que
acompanharam de volta os delegados daquela cidade. O recebimento da carta em Antioquia
causou grande satisfação.
Então Paulo e Barnabé concordaram em fazer nova visita às igrejas evangelizadas em
sua primeira viagem, porém, discordaram a respeito de Marcos. Barnabé recusou dispensar a
companhia de seu primo; o desfecho da dissensão foi que, em vez de uma só excursão
missionária, houve duas: Barnabé e Marcos tinham ido a Chipre, enquanto Paulo tomou a
Silas, que tinha a dupla vantagem de ser membro da igreja de Jerusalém e ser cidadão
romano e saiu com ele a percorrer cidades da Ásia menor visitadas na primeira viagem,
entregando às igrejas, cópias do decreto apostólico.

ANOTAÇÕES:

 O Concílio de Jerusalém.
 Ler Galátas 1:6 e 2:11.
 A carta é recebida
 Segunda viagem missionária (15 a 18).
 Houve dissensão: Paulo e Barnabé - Silas e Marcos.
 Paulo era judeu e cidadão romano. Levou a carta aos gentios (15:27).

23. CAPÍTULO 15: 36 – 18: 22 – SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO.

A narrativa desta viagem encontra-se em Atos 15:36 a 18:22. Depois de


aproximadamente três anos de intervalo, durante os quais dois valorosos obreiros ficaram
em Antioquia pregando e ensinando, com muitos outros, a palavra do Senhor, Paulo teve a
inspiração do Alto para fazer uma segunda viagem missionária pela Ásia confirmando o
trabalho realizado na primeira incursão evangelística naquela área. Certamente ele nem por
sonho teria imaginado o alcance desta viagem no que diz respeito a penetração do evangelho
na Europa.
As etapas desta viagem podem ser divididas em três itinerários:
1) O da Ásia na ida;
19
2) O da Europa;
3) O da Ásia na volta.

O ITINERÁRIO DA ÁSIA NA IDA

De Antioquia tomaram rumo norte, viajando por terra para Síria, Cicília, Derbe e
Listra, que foram os pontos finais da primeira viagem missionária.
Em Listra juntou-se-lhes Timóteo, a quem Paulo circuncidou para que fosse mais útil
na obra do evangelho. Aqui não vemos uma incoerência de Paulo, pois este combatia a
necessidade do cristão se circuncidar a fim de completar a Salvação; O caso é que Timóteo
fora criado por sua mãe e sua avó, que eram judias, para ser um judeu religioso m todo o
sentido, exceto quanto à circuncisão. Para os gentios ele era, portanto, judeu, mas para os
judeus, era gentio porque, sendo seu pai grego, não fora circuncidado. Por conseguinte, a fim
de regularizar sua situação, Paulo o circuncidou; era melhor que ele fosse distintamente uma
coisa ou outra, do que manter uma posição ambígua.
Partindo dali, depois de confirmar na fé os irmãos, foram passando pelas regiões da
Frigia e da Galácia, talvez pretendendo visitar as igrejas de Icônio, Antioquia da Pisídia e
outras, entretanto foram impedidos de alguma forma pelo espírito Santo que os encaminhou
a Misia. Dali julgavam conveniente ir anunciar o evangelho no extremo norte, isto é,
província de Bitínia. Mas novamente o Espírito Santo lhes impediu o intento e desceram para
a cidade marítima da Misia, chamada: troas na costa do Egeu. Foi ali que Paulo teve uma
visão de um homem da Macedônia ( parte da Europa que fica defronte da Misia ) pedindo
que passasse àquela região e ali anunciasse o evangelho. Assim os missionários chegaram a
conhecer a vontade de Deus e partiram para Europa, penetrando no Mundo Ocidental com a
mensagem gloriosa de Salvação dos pecadores.

O ITINERÁRIO DA EUROPA

Passando por Samotrácia, Neápolis onde não se demoraram muito, logo chegaram a
Filipos.
FILIPOS – 16: 11 – 40
Ponto inicial na evangelização da Europa, onde os missionários obtiveram magníficos
resultados de sua pregação manifesta na conversão de uma distinta senhora, chamada Lídia,
possivelmente veio a funda a igreja nesta cidade. Filipos além da primeira igreja a ser
fundada por Paulo na Europa e também uma das mais fiéis, a única pelo que se sabe pela
qual recebeu paga pelo seu trabalho.
Neste ponto Lucas é deixado ver 17:1 nota-se a expressão “chegaram” o qual tornou a
juntar-se a eles seis anos depois ver 20:6 “navegamos”. Paulo cinco anos mais adiante
escreveu a epístola aos Filipenses.
Também ali houve a libertação de uma jovem adivinhadora o que resultou na primeira
perseguição aos discípulos na Europa, e que culminou na prisão de Paulo e Silas, mas mesmo
encarcerados, Paulo e Silas oravam e a meia noite as cadeias se romperam. Até mesmo esta
situação proporcionou a conversão do carcereiro e toda a sua família.

TESSALÔNICA – 17: 1 – 9

A Maior cidade da macedônia, muita gente se converteu ali e seus inimigos os


acusaram de “transtornar o mundo”

ATENAS – 17: 15 – 34
20
Atenas era a importante capital da cultura grega. O discurso de Paulo no Areópago é
uma das obras primas de oratória de todos os tempos, e revela sua competência no
pensamento grego. Entretanto, os atenienses escarneceram da ressurreição, embora, alguns
cressem. O discurso narrado por Lucas, seguiu uma orientação não diferente daquela do
discurso proferido em Listra (14: 15-17). Começando com uma referência a um altar dedicado
AO DEUS DESCONHECIDO (tipo de consagração de altar em Atenas testificado por outros
escritores), Paulo declarou que sua missão era fazer conhecido deles esse Deus desconhecido.
E prosseguiu na obra divina da criação e da providência, usando linguagem tomada de
empréstimo a alguns dos poetas gregos, como Epimênides de Creta.
Notem o encontro de Paulo com os membros de duas escolas de filosofia – os
epicureus e os estóicos. (A filosofia é o ramo do conhecimento que tem por objetivo descobrir
a verdade concernente a Deus, ao homem e ao universo, tanto quanto essas verdades podem
ser compreendidas pala razão humana). Os epicureus eram céticos, que rejeitavam todas as
religiões. Acreditavam que o mundo se formou casualmente, que a alma é mortal e que o
prazer é o principal fim da vida. Os estóicos eram panteístas, quer dizer, acreditavam que
tudo é parte de Deus. Criam que a virtude é o fim principal da vida e que devia ser praticada
como um fim em si mesmo. Examinemos a mensagem de Paulo. Demonstra a relação entre
Deus e o universo (vers. 24 e 25). Logo, declara o governo moral de Deus para com o mundo.
Este governo se manifestará perfeitamente no ultimo juízo (v.31).
O auditório escutou com bastante interesse até Paulo falar na ressurreição. Isto agora é
que não puderam suportar. A imortalidade da alma era um estado comum de suas diversas
escolas filosófica, mas a ressurreição do corpo era para eles tão absurda quanto indesejável.
Ainda hoje é uma pedra de tropeço para muitos, tanto quanto o era para os atenienses,
todavia é parte integrante da fé cristã.

CORINTO – 18: 1 – 28

Metrópole comercial e política da Grécia naquele tempo, situada a 70 quilômetros de


Atenas. Nesta cidade, que foi o ponto final da segunda viagem missionária na direção do
ocidente, Paulo permaneceu 18 meses. Também foi ali que Paulo conheceu o consagrado
casal Priscila e Áquila com os quais iniciou o trabalho em Corinto e depois também em Éfeso.
Áquila e Priscila. Hospedaram Paulo em Corinto (v.2,3). Há inscrições nas catacumbas
que dão a entender ter sido Priscila de família distinta, de categoria elevada em Roma, a qual,
todavia, se desclassificou por ter sido casada com um judeu. É sempre mencionada
primeira. Sem dúvida, era mulher de talento excepcional. Quando ela e o marido se
converteram a Cristo, em Corinto, pela influência de Pedro, deram-se logo totalmente ao
trabalho da igreja. Foram com Paulo a Éfeso (18:18), onde mais tarde a casa deles foi lugar de
reunião de uma igreja (Rm. 16:3-5). Alguns anos adiante estavam outra vez em Éfeso (2 Tm.
4:19). Foram sempre amigos leais e devotados de Paulo.

O ITINERÁRIO DA ÁSIA NA VOLTA

Na primavera de 52, Paulo deixou Corinto para fazer visita a Jerusalém, durante a
Páscoa. De caminho passou em Éfeso, porém, aí desta vez não pode demorar, apesar do
convite insistente da sinagoga. No entanto, prometeu voltar e cumpriu esta promessa no
outono. Nesse ínterim grande interesse foi despertado na sinagoga de Éfeso por um judeu
alexandrino, chamando Apolo, muito versado nas Escrituras do Velho Testamento e também
história de Jesus, a qual, sendo por ele cogitada com essas Escrituras, convenceu-o de que
Jesus era de fato o Messias; e com sua argumentação poderosa expunha seu ensino na
21
sinagoga. Áquila e Priscila, que acompanharam a Paulo de Corinto a Éfeso, ouviram-no e
como ele só conhecesse o batismo de João, ensinaram-lhe o caminho do Senhor com maior
precisão, tirando assim proveito do ensino que eles mesmos receberam de Paulo. Procurando
Apolo prosseguir viagem para a Grécia, os irmãos recomendaram-no a igreja de Corinto. E
tão poderosa foi a assistência por ele prestada aos cristãos dali que Paulo lhe pode escrever
depois “Eu plantei, Apolo regou” (I Cor. 3:6). Embora alguns coríntios procurassem fazer
dele um cabeça de partido rival de Paulo, é claro que não havia sentimento de oposição entre
os dois (cfr. I Cor. 16:12). Tendo raspado a cabeça em Ceneréia, porque tinha voto (18), isto é,
Paulo tinha voto temporário de nazireu.
Saindo de Corinto, Paulo voltou para Jerusalém e Antioquia, e no caminho, visitou
Éfeso, visita que já há muito queria fazer. Na sua primeira viagem missionária, é possível que
estava visando chegar a Éfeso quando na Antioquia da Psídia, foi desviado de volta para o
leste, por causa de seu espinho na carne (Gl. 4:13; 2Co 12:7). Assim ficou na área da Galácia.
Na sua segunda viagem missionária, estava procurando chegar a Éfeso quando Deus o
desviou para o norte, mandando-o a Trôade e a Grécia (16:6,7). E, finalmente, na sua terceira
viagem, a porta se abre para ir a Éfeso.

ANOTAÇÕES:

 Houve uma mudança de direção


 Filipos 16:10 – reencontro com Lucas.
 conversão de Lidia (negociante vinda de Listra, possivelmente veio a fundar Igreja nesta
cidade – Ap. 2:18).
 Filipos foi a primeira igreja de Paulo na Europa. A única pelo que se sabe, que Paulo
recebeu paga do seu trabalho.
 Atos 17:1 – “Chegaram, deixou Lucas”.
Atenas: Discurso de Paulo no Areópago. Duas escolas filosóficas.
 Corinto:Paulo em Corinto. Fundação da Igreja. Encontra Áquila e Priscila que o
acompanha até Éfeso.
 Paulo deixa Corinto e Apolo aparece (18:18 – 28).

24. CAPÍTULO 18: 23 – 21: 16 – TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO.

CAPÍTULO 19: 21 – 41 – O TUMULTO EM ÉFESO

A cena mais vibrante de quantas Lucas nos apresenta do ministério de Paulo em Éfeso,
é a assembléia tumultuosa no grande teatro da cidade, ao ar livre, ultimamente escavado,
estimando-se que comportava 25.000 pessoas. A corporação local dos ourives, que auferia
considerável lucro da venda de imagens de prata da grande deusa Ártemis, colocadas em
nichos igualmente de prata, ficou alarmada quanto ao futuro de sua arte, a vista de tanta
gente que abraçava o Cristianismo. Disfarçando essa preocupação sob a capa de interesse
pela honra da deusa, convocaram indignados, um comício. A indignação deles propagou-se
ao público em geral que acorreu ao teatro, onde encenaram um tumulto pró – Ártemis e anti-
judaico (note-se o humorismo no versículo 32).
Diana. Infelizmente este nome romano foi empregado pelos tradutores em lugar do
nome grego Ártemis, que era a grande deusa-mãe cultuada na Ásia Menor desde tempos
imemoriais, cujo templo era uma das sete maravilhas da antiguidade.

ANOTAÇÕES:
22
 Terceira viagem missionária.
 Paulo em Éfeso.

25. CAPÍTULO 20: 1 – 38 – ANÁLISE DETALHADA

PAULO DESPEDE-SE DOS PREBÍTEROS DE ÉFESO

Paulo vai para a Síria pela Macedônia e para em Trôade onde ali depois de um
discurso demorado um Jovem tomado de sono cai de uma janela e morre. Paulo então ora
pelo jovem que é levantado vivo.
O encontro do apóstolo em Mileto com os presbíteros da igreja de Éfeso é importante
porque contém o único registro de um discurso seu, frente a um auditório de cristãos. A
autenticidade deste discurso é fortemente apoiada por sua semelhança com a linguagem das
epistolas de Paulo, e tanto mais porque não há provas de Lucas ter conhecido tais epistolas.
O discurso lança luz sobre o curso dos acontecimentos ocorridos há pouco e sobre os
pressentimentos do apostolo quanto ao futuro, embora nada o demova da determinação de
levar a cabo a obra divinamente a ele destinada e de acabar sua carreira jubilosamente.

26. CAPÍTULO 21: 1 – 40 e 22: 1 - 30 – PRISÃO DE PAULO

O Profeta Ágabo profetiza o que aconteceria a Paulo em Jerusalém. Apesar dos


discípulos aconselharem a não subir a Jerusalém, Paulo declara estar pronto para morrer.
Paulo então vai para Jerusalém e lá é bem recebido, mas eles temiam por sua
segurança, por ter se espalhado rumores de que ele estivesse ensinando contra a lei de
Moisés e que estivesse persuadindo os judeus a abandoná-la. Por isso Paulo consentiu na
observância de uma cerimônia judaica. Ao fazer isso não comprometeu nenhuma questão
fundamental, mas agiu de acordo com os seguintes princípios propostos por ele mesmo em
seus escritos. Tornou-se judeu para com os judeus para poder ganhar os judeus, com a
mesma vontade com que fez com que se fez gentio para ganhar os gentios (I Cor 9:20,21).
Chegando já o dia do cumprimento do voto, os judeus da Ásia o reconheceram e
alvoroçaram o povo contra ele e o pegaram e o arrastaram para fora do templo e quase o
mataram.
O Apóstolo Paulo que era judeu, cidadão romano e que falava o grego e o Hebraico se
revela como tal no momento oportuno:
Atos 21: 37 - Antes de ser levado para dentro da Fortaleza, ele fala em língua grega com o
soldado romano e isso lhe garante o direito de defesa.
Atos 22: 2 – Ao iniciar sua defesa (que na verdade era o seu testemunho de Cristo) fala em
língua Hebraica e isso atrai maior atenção do povo para ouvir.
Atos 22: 3 – Paulo fala de sua cidadania, onde nasceu e com quem foi instruído.

Ele soube usar isso muito bem, no momento oportuno para seguir pregando e
testemunhando de Cristo.
Paulo já poderia ter feito isso muito antes, mas isso lhe garantiu um público ainda
mais seleto de pessoas de grande autoridade, os principais dos sacerdotes e todos do
conselho. O resultado disso, uma multidão de homens sábios e conhecedores da Lei, ouvindo
o testemunho da ressurreição de Cristo. Vale ressaltar que ser cidadão romano naquela época
era um privilégio muito grande. Muitas pessoas que eram ricas compravam esse direito para
23
poderem ter o prestígio que um cidadão romano tinha naqueles dias. (v28) Mas Paulo o tinha
de nascimento.

27. CAPÍTULO 23: 1 – 10 - PAULO PERANTE O CONCÍLIO JUDAICO

Em Jerusalém Paulo foi levado perante o concílio judaico e ali declarou sua inocência.
A ação injusta e cruel do Sumo Sacerdote ao mandar que o ferissem, fez com que os acusasse
severamente. No calor da sua indignação, esqueceu-se do sumo sacerdote e viu nele somente
um regente tirano, há quem diga que Paulo não sabia realmente que ele era o Sumo
sacerdote, mas é muito mais provável que o tom tenha sido de ironia realmente.
Paulo então declara palavras proféticas contra o sumo sacerdote, pois estas palavras
vieram a se cumprir 15 anos mais tarde quando este teve morte violenta.
Paulo vendo que o conselho se opunha a ele e não tendo esperança de receber justiça, recorre
a um estratagema. Sabia ele que os fariseus e saduceus estavam divididos sobre a doutrina
da ressurreição e pó isso, apelou para a seção farisaica do concílio por clemência por causa de
ser acusado de pregar uma doutrina que eles mesmos aceitavam. Este apelo dividiu o
concílio ocasionou a fuga de Paulo e sua proteção pelos romanos.

28. CAPÍTULO 24: 1 – 27 – PAULO PERANTE FÉLIX E ACUSAÇÕES

Notaremos aqui as acusações feitas contra Paulo e suas respostas. (24: 1- 21)
A acusação era tríplice:

 Sedição - “um promovedor de sedição entre os judeus”


 Heresia – “um chefe da seita dos nazarenos”
 Sacrílego – “quem também tinha profanado o templo”

Félix o governador junto com sua esposa Drusila ouvem a respeito do evangelho de
Cristo Jesus por intermédio do próprio Paulo. Temeroso pelas palavras dispensa Paulo
esperando que em algum momento Paulo lhe desse algum dinheiro para libertá-lo. Ao
passarem dois anos Félix teve como sucessor a Festo e para agradar os judeus manteve Paulo
Preso.

29. CAPÍTULO 25 e 26 – PAULO PERANTE FESTO APELA PARA CÉSAR

Paulo foi então levado a Festo, o novo governador. Vendo Paulo que Festo era
favorável aos judeus, dispôs de seu direito de cidadão romano e apelou para César. Atitude
essa que tirou o caso das mãos de Festo. Ainda assim, Festo precisava ter argumentos sólidos
para enviar Paulo a César. Sendo assim Festo leva Paulo à presença do Rei Agripa.
Herodes Agripa II era bisneto de Herodes o Grande e irmão de Drusila (esposa do ex-
governador Félix) além de ser rei da pequena região próxima do Líbano. Sua irmã mais
jovem Berenice, vivia com ele em Cesaréia de Filipe durante esse tempo.
Festo tira proveito do conhecimento de Agripa acerca das questões judaicas para ter
argumento a ser levado a Cesar.
Paulo novamente relata sua experiência com Jesus e expõe seu discurso de defesa.
Paulo então apela para Agripa o juiz convidado, observando que as questões relativas aos
judeus, eram de conhecimento geral e indagando de Agripa se ele acreditava ou não nas
profecias messiânicas.
24
Ao final Agripa não encontra motivos para manter Paulo preso, mas por ter ele
apelado para Cesar, não podiam libertá-lo e enviam Paulo a Roma..

30. CAPÍTULO 27 – VIAGEM DE PAULO A ROMA

COMEÇA A VIAGEM

A narração da viagem e naufrágio de Paulo é uma descrição vívida e pitoresca, como


tantas outras na Bíblia. Tem sido chamada “um dos documentos mais instrutivos, que nos
leva a conhecer a antiga arte de marinhagem”.
Acima de tudo tem seu valor por nos retratar o caráter de Paulo, rodeado de
circunstâncias que com muita propriedade revelam em qualquer pessoa o que
realmente é. Já o temos visto em diferentes situações, mas agora o temos como homem
prático numa emergência difícil.
Lucas, companheiro de viagem de Paulo nesta ocasião, viu o mar com os olhos de um
grego e nos conta o que presenciou. Juntamente com Lucas e Aristarco, Paulo navegou da
Palestina sob o comando de um centurião por nome Júlio, membro do corpo de correios
imperiais.

TORMENTA E NAUFRÁGIO

Antes, porém que tocassem no porto de Fenice, um tufão (Euro-aquilão) de vento caiu
sobre eles arrastando-os para longe da costa da ilha. Durante 15 dias foram ziguezagueando
para evitar serem jogados nos bancos de areia, Sendo assolados por todos esses dias todos
perderam a esperança de se salvar menos Paulo, que se sobressaia a bordo sendo capaz de
dominar a situação desesperadora e de inspirar coragem e nova esperança aos seus
companheiros de viagem.
O Anjo do Senhor aparece a Paulo e confirma a promessa feita anteriormente (23: 11)
de que ele chegaria a Roma.
Ao chegarem depois de muitos dias a uma enseada, decidem deixar o navio e partirem
para a praia. Os soldados sugerem matar os presos para que nenhum deles fugisse, mas o
centurião querendo poupar a Paulo lhes fruta o intento. Todos se salvam, um total de 276
pessoas.

31. CAPÍTULO 28: 1 – 16 – PAULO NA ILHA DE MALTA

Logo ao chegarem à ilha percebem que estão na ilha de Malta, nome fenício que
apropriadamente se chama refúgio. Os nativos da ilha acendem uma fogueira e Paulo ao
jogar alguns galhos na fogueira é mordido por uma víbora. De imediato os nativos pensam
ser Paulo realmente um homicida a quem a justiça não deixa viver, mas depois de algum
tempo esperando e vendo que nada aconteceu, Lucas declara de certa forma irônica ser Paulo
uma espécie de deus.
Durante os três meses que estiveram ali passando o inverno, Paulo e Lucas pareceram
bastante úteis aos que os receberam ali. Logo de imediato, Paulo curou de disenteria o Pai de
Públio principal da ilha e cuidou dos outros enfermos do lugar junto com Lucas.

PAULO EM ROMA (28: 17-31).

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A viagem para a Itália chegou ao fim no princípio do ano 60 AD. Em outro navio
Alexandrino do transporte de cereais, levava um emblema de Gêmeos Celestes.
Desembarcaram em Potéoli, onde os cristãos os acolheram por alguns dias. Daí prosseguiram
para Roma e quando ainda estavam a 64Km da cidade , foi encontrá-los uma delegação de
cristãos romanos que andar aquela distância para saudar o apóstolo e acompanhá-lo à
capital.
A entrevista do apóstolo com os judeus romanos recapitula um dos temas de Atos, a
saber, a rejeição generalizada do evangelho por parte dos judeus. Paulo, como sempre, tem a
última palavra aquela cita (Isaias 6: 9- 10). Que nosso Senhor Jesus igualmente usou nos dias
de Sua vida terrena (João 12: 40).
O outro e principal tema de Atos é recapitulado nas palavras finais do livro, que
apresenta Paulo passando dois anos no coração do Império. Recebendo a quantos iam visitá-
lo, anunciando o reino de Deus e ensinando a história do Senhor Jesus sem impedimento. Eis
que afinal, por caminhos misteriosos, seu desejo foi realizado. (Rom 1: 15)
Deduz-se da tradição e de algumas referências que Paulo foi posto em liberdade por
mais ou menos dois anos (vide Fil. 1: 24-26; 2:24; Filemon 24; II Tim. 4:17). Que foi novamente
preso e finalmente executado durante a perseguição dos cristãos por Nero. Durante esse
período de liberdade provavelmente escreveu as epístolas a Timóteo e Tito.

ANOTAÇÕES:

 Os irmãos exigem que Paulo faça o voto demonstrando que o que . (Num. 6:2,9).
 A defesa de Paulo.
 O comandante fala da cidadania romana (v.28 e 29).
 Paulo ofende o sumo sacerdote sem saber (violência ou ironia).
 Sobrinho de Paulo livra-o da conspiração de morte (v.16).
 Paulo se defende das acusações.
 Ilha de Malta
 Rejeição do Evangelho pelos judeus.
 Paulo passa dois anos no coração do Império.
 O desejo de Paulo é realizado (Rom. 1:15).

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