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Vivendo agora no tempo dos NICOLAITAS.

Apocalipse 2:1 - 7.

Apocalipse 2:1 - 7.

1- Ao anjo da igreja de Éfeso, escreve: Estas coisas diz aquele que segura as sete estrelas em
sua mão direita, o que anda no meio dos sete candelabros de ouro:
2- Eu conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e como tu não podes
suportar os que são maus, e tens provado os que dizem ser apóstolos e não o são, e
descobriste que são mentirosos;
3- e tens suportado, e tens paciência e por causa do meu nome trabalhaste e não
desfaleceste.
4- Todavia, eu tenho algo contra ti, porque deixaste o teu primeiro amor.
5- Lembra-te, portanto, de onde tu caíste, e arrepende-te, e faz as primeiras obras; senão eu
virei a ti rapidamente e removerei teu candelabro de seu lugar, se não te arrependeres.
6- Mas isto tu tens: Odeias os atos dos nicolaítas, que eu também odeio.
7- Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Àquele que vencer eu darei
de comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.

Você já se perguntou quem eram os “nicolaítas”, mencionados no livro de Apocalipse?


Quem quer que fossem, Jesus detestava sua doutrina e odiava seus atos.
Aprofundemo-nos nesse assunto hoje para ver se conseguimos determinar a identidade
desse grupo. Qual era a sua condenável doutrina? Que atos eles estavam cometendo que
suscitaram uma reação tão forte de Jesus?
Comecemos em Apocalipse 2:6, onde Jesus disse à igreja de Éfeso: “Tens, contudo, a teu
favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio”.
Jesus estava orgulhoso da igreja de Éfeso por seu “ódio” contra os atos dos nicolaítas, que
Ele também “odiava”.

A palavra “ódio” é forte, por isso vejamos exatamente seu significado. Ela provém do grego
“miseo”, que significa odiar, abominar ou considerar absolutamente deplorável.
Descreve uma pessoa que tem uma animosidade profunda, alguém que é antagônico a algo
que julga ser totalmente censurável.
Não apenas detesta esse objeto, mas o rejeita inteiramente. Não se trata apenas de um caso
de antipatia; é um caso de verdadeiro ódio.
O que Jesus odiava neles eram os seus “atos”. - A palavra “atos” vem da palavra grega erga,
que significa obras.
Entretanto, essa palavra é tão abrangente que retrata todos os atos e comportamentos dos
nicolaítas — incluindo suas crenças, conduta e tudo mais que estava ligado a eles.
O nome “nicolaítas” é derivado da palavra grega “nikolaos”, composta por nikos e laos.
A palavra nikos significa conquistar ou subjugar; laos significa pessoas.
Quando combinadas, essas duas palavras formam o nome nicolau, que significa literalmente
“alguém que domina e subjuga o povo”.!!!
Isso parece sugerir que os nicolaítas estavam, de algum modo, dominando e subjugando o
povo.
Irineu e Hipólito, dois líderes da Igreja Primitiva que registraram muitos dos eventos
ocorridos nos primeiros tempos da história da Igreja, disseram que “os nicolaítas” eram os
descendentes espirituais de Nicolau de Antioquia, que havia sido ordenado diácono em Atos
6:5.
Esse versículo diz: “O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem
cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito
de Antioquia”.
Embora tenhamos muitas informações sobre alguns desses homens que foram escolhidos
para serem os primeiros diáconos, pouco sabemos sobre outros. Por exemplo, sabemos que
os principais critérios para sua seleção eram que fossem homens “... de boa reputação,
cheios do Espírito e de sabedoria...” (v. 3).
Uma vez escolhidos, eram apresentados pelo povo aos apóstolos, que impunham as mãos
sobre eles, empossando-os e ordenando-os oficialmente no diaconato.

 Estêvão Como os outros homens, Estêvão tinha boa reputação, era cheio do Espírito
Santo e de sabedoria.
Entretanto, Atos 6:5 faz uma observação que é exclusiva dele: ele era “... homem cheio de
fé e do Espírito Santo...”. Esse maior nível de fé pode ter sido um fator contribuinte para o
desenvolvimento registrado em Atos 6:8 — “Estêvão, cheio de graça e poder, fazia
prodígios e grandes sinais entre o povo”. Estêvão era um evangelista chamado por Deus e
mais tarde teve o privilégio de ser o primeiro mártir da história da Igreja — morto por ordem
de Saulo de Tarso, que mais tarde se tornou conhecido como o apóstolo Paulo (ver Atos
7:58-8:1).
O ministério do diaconato foi vital para colocar Estêvão à prova para o ministério quíntuplo
de evangelismo.
O nome de Estêvão provém da palavra grega stephanos, que significa coroa. Isso é digno de
nota, porque ele foi o primeiro a receber uma coroa de mártir.

 Filipe foi ordenado com os outros seis diáconos originais. Entretanto, Atos 21:8 nos
informa que mais tarde Filipe entrou no ministério de evangelismo. Ele teve quatro
filhas que profetizavam (v. 9). Assim como o diaconato serviu para colocar à prova e
treinar Estêvão para entrar no ministério de evangelismo, foi também a escola do
ministério de Filipe a fim de prepará-lo para o ministério de evangelismo. O nome
Filipe significa amante dos cavalos e, frequentemente, simbolizava uma pessoa que
corria com rapidez como um cavalo — um nome apropriado para um evangelista do
Novo Testamento que corria rapidamente para levar a mensagem do Evangelho.

 Prócoro Muito pouco se sabe sobre esse membro do diaconato original. Seu nome,
Prócoro, é composto das palavras gregas pro e chorus. Pro significa diante ou à frente,
como na posição de um líder. Chorus é a antiga palavra grega para a dança, da qual
provém a palavra coreografia. Há uma forte insinuação de este ser um apelido dado a
esse homem por ele ter sido o principal líder de dança em alguma escola, teatro ou
apresentação musical. Não há fundamentação para essa ideia, mas seu nome parece
dar credibilidade a essa possibilidade.

 Nicanor Esse irmão desconhecido era considerado de boa reputação, cheio do Espírito
Santo e de sabedoria. Além disso, nada se sabe dele. Após o capítulo 6 de Atos, ele
nunca mais é mencionado no Novo Testamento. Seu nome, Nicanor, significa
conquistador.

 Timão Como Nicanor, já mencionado, Timão era conhecido por ter boa reputação, ser
cheio do Espírito Santo e de sabedoria. Nada mais é dito acerca dele fora do capítulo 6
de Atos. Seu nome significa honrado ou de grande valor.

 Pármenas Nada sabemos de Pármenas além do que é mencionado no capítulo 6 de


Atos. Seu nome é composto das palavras para e meno — para significa ao lado; meno
significa permanecer ou residir. Por causa dessa conjunção, seu nome veio a significar
alguém que permanece ao lado e transmitia a ideia de alguém dedicado, leal e fiel.

 Nicolau Atos 6:5 nos diz que esse Nicolau era “um prosélito de Antioquia”. O fato de
ele ser prosélito nos diz que ele não nasceu judeu, mas se converteu do paganismo ao
judaísmo. Depois, passou por uma segunda conversão — dessa vez, do judaísmo ao
cristianismo. A partir dessa informação, conhecemos os seguintes fatos acerca de
Nicolau de Antioquia:

• Ele veio do paganismo e teve profundas raízes pagãs, exatamente o oposto dos outros seis
diáconos, que vinham de uma linha hebraica pura.
A formação pagã de Nicolau significava que ele já havia estado imerso nas atividades do
ocultismo.
• Ele não tinha medo de assumir uma posição oposta; isso foi evidenciado por sua
capacidade de mudar de religião duas vezes.
A conversão para o judaísmo o teria distanciado de seus parentes e amigos pagãos, o que
poderia indicar que ele não dava importância nem se preocupava com as opiniões de outras
pessoas.
• Era um livre pensador e muito aberto a adotar novas ideias e conceitos. O judaísmo era
muito diferente do mundo pagão e ocultista em que ele havia sido criado.
Sua mudança do paganismo para o judaísmo revela que seu raciocínio era muito liberal, dado
que a maioria dos pagãos ficava escandalizada com o judaísmo. Obviamente, ele não tinha
medo de abrigar ou acolher novas formas de pensar.
• Ao se converter a Cristo, foi pelo menos a segunda vez em que ele se converteu de uma
religião a outra.
Não sabemos se, ou quantas vezes, ele mudou de uma forma de paganismo para outra antes
de se tornar um prosélito judeu.
Sua capacidade de mudar facilmente de posição religiosa indica que ele não tinha medo de
mudar de direção no meio do caminho e seguir por outra totalmente diferente.

Segundo os escritos dos líderes da Igreja Primitiva, Nicolau ensinava uma doutrina de
concessão, sugerindo que a separação total entre o cristianismo e a prática do paganismo
ocultista não era essencial.
A partir dos registros da Igreja Primitiva, parece evidente que esse Nicolau de Antioquia
estava tão imerso no ocultismo, no judaísmo e no cristianismo que aceitava todos eles.
Ele não tinha problema em incorporar esses sistemas de crença a várias combinações e não
via motivo para que os crentes não pudessem continuar a comungar com quem ainda estava
imerso na magia negra do império romano e seus inúmeros cultos misteriosos.
O ocultismo era uma grande força que lutava contra a Igreja Primitiva.

Em Éfeso, a religião pagã de maior vulto era o culto de Diana (Ártemis).


Havia muitas outras formas de idolatria em Éfeso, mas ela era o objeto principal de adoração
ocultista naquela cidade.
Em Pérgamo havia numerosas formas sombrias e sinistras de ocultismo, o que fazia com
que essa cidade fosse uma das mais perversas da história do mundo antigo.
Nas duas cidades, os fiéis eram ferozmente ridicularizados e perseguidos pelos adeptos das
religiões pagãs, forçados a lutar contra o paganismo em um nível muito maior do que em
todas as outras cidades.
Para os cristãos, era muito difícil viverem afastados de todas as atividades do paganismo,
porque o paganismo e suas religiões eram o centro da vida naqueles lugares. Entrar e sair do
paganismo teria sido muito fácil para os cristãos jovens ou fracos, já que a maioria de suas
famílias e amigos ainda era pagã.
Um gentio convertido teria encontrado grande dificuldade em ficar longe de toda influência
pagã.
É relevante os “atos” e “doutrinas” dos nicolaítas serem mencionados somente em relação
às igrejas daquelas duas cidades ocultistas e pagãs.
Parece que a “doutrina” dos nicolaítas era não haver problema em ter um pé nos dois
mundos, e que não era preciso ser tão rigoroso quanto à separação do mundo para ser
cristão.
Essa era, de fato, a “doutrina” dos nicolaítas que Jesus “odiava”.
Ela levava a uma versão fraca de cristianismo, sem poder e sem convicção — um tipo de
cristianismo derrotado e mundano.!!!

As profundas raízes pagãs de Nicolau podem ter produzido nele uma tolerância ao ocultismo
e ao paganismo.
Crescer naquele ambiente espiritual pervertido pode ter feito com que ele visse esses
sistemas de crenças como não tão prejudiciais ou perigosos.
Essa percepção errada teria resultado em um ponto de vista muito liberal, que incentivava as
pessoas a permanecerem vinculado ao mundo.

Isso é o que numerosos estudiosos da Bíblia acreditam em relação aos nicolaítas.


Esse tipo de ensino resultaria em nada além de total derrota para seus seguidores.
Quando os cristãos permitem pecado e concessão em sua vida, isso remove o poder da obra
da cruz e o poder do Espírito que reside na vida de um cristão.
Essa é a razão para o nome Nicolau ser tão vital a esta discussão. O fruto maligno da
“doutrina” de Nicolau incentivava a participação nas coisas mundanas, levando as pessoas a
se entregarem ao pecado e a um padrão divino rebaixado.
Dessa maneira, ele literalmente dominava o povo.

Deus quer se certificar de que compreendemos a doutrina que os nicolaítas ensinavam; é por
isso que os atos de Balaão são dados como exemplo de sua doutrina e seus atos.!!!

Apocalipse 2:14-15 diz: “Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que
sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos
de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.

Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas”.

Quando Balaão não teve sucesso em amaldiçoar o povo de Deus, utilizou outro método para
destruí-los.
Ele os seduziu a uma vida sensual desenfreada, exibindo as prostitutas de Moabe aos
homens de Israel. - Números 25:1-3 nos diz: “Habitando Israel em Sitim, começou o povo a
prostituir-se com as filhas dos moabitas. Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus
deuses; e o povo comeu e inclinou-se aos deuses delas. Juntando-se Israel a Baal-Peor...”.

Assim como os homens de Israel se envolveram com o mundo e com as falsas religiões,
agora a “doutrina” dos nicolaítas era uma concessão encorajadora.
Como você bem sabe, concessão ao mundo sempre resulta em uma forma enfraquecida e
ineficaz de cristianismo.
Era essa a razão de Jesus “odiar” a “doutrina” e os “atos” dos nicolaítas.

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